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Principais impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco

  1. 1 Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco P R I N C I PA I S I M PA C T O S D O S 1
  2. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL Paulo Guimarães Jorge Jatobá Tania Bacelar Ademilson Saraiva Osmil Galindo Endereço: Rua João Ramos, 50 – Sala 409 Graças – Recife PE – CEP 52011-080 Telefone: +55 (81) 3414.8181 WhatsApp: +55 (81) 99207-3500 E-mail: ceplan@ceplanconsult.com.br
  3. Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco P R I N C I PA I S I M PA C T O S D O S R E C I F E , 2 0 2 2
  4. 4 Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco
  5. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco 5 SUMÁRIO 1. Contextualizando a presença do polo automotivo 6 2. Importância do polo automotivo para o estado de Pernambuco e para a dinâmica econômica da região de Goiana 3. O enraizamento do desenvolvimento tecnológico e social 25 4. Considerações Finais 33 5. Referências bibliográficas 34 12
  6. 6 Desde meados do século XX, com o avanço e con- solidação da integração produtiva, promovida pela industrialização do país, o mercado interno passou a comandar a dinâmica econômica nas diversas regiões brasileiras. Até então, herdeiras da secular estrutura agroexportadora, as dinâmicas regionais nem sempre apresentavam o mesmo movimento, posto que sua de- terminação vinha do mercado externo, onde cada pro- duto (açúcar, café, minérios, madeira...) tinha comporta- mento específico. O Nordeste também engatou na dinâmica domi- nante a partir de meados do século XX, mesmo tendo perdido espaço na economia nacional, em especial na indústria, que se concentrava no Sudeste. Mesmo assim, a atividade econômica nordestina passa a se dinamizar ou se retrair, segundo os movimentos nacionais. Nas décadas iniciais do século XXI, vencido o difí- cil momento nacional de crise com hiperinflação e for- te desequilíbrio das contas públicas, ventos favoráveis, vindos do mercado mundial de commodities – no qual a nova base produtiva do agronegócio exportador lide- rado pelo Centro-Oeste, Sul e Sudeste, se tornara im- portante –, a economia nacional experimenta momento positivo. Medido a preços de 2021, segundo dados do BACEN, o PIB brasileiro passa de R$ 5,6 tri, em 2000, para R$ 8,9 tri, em 2014, aumentando quase 60%, antes de mergulhar em forte crise em 2015 e 2016, segundo dados de estudo do Centro de Altos Estudos do Brasil Século XXI. E o Nordeste, como se verá a seguir, acompanha de perto e até com certa vantagem, a conjuntura favorável nacional do início deste século, sendo atingido, embora em menor grau, pelo impacto das dificuldades nacionais. Seu PIB vem crescendo, em muitos anos, um pouco a acima da média do país, como mostra o Gráfico 1, adian- te apresentado. NORDESTE: DINAMIZAÇÃO ECONÔMICA, MUDANÇAS E RESISTÊNCIAS RELEVANTES Com uma base produtiva que representava cerca de 13,5% do PIB brasileiro, no início do presente século, e quase 15% antes da pandemia, o Nordeste tem 27% da população do país, e apesar de menores níveis médios de renda (PIB per capita de cerca de 50% do nacional), a região se beneficiou do momento vivido pelo Brasil nas décadas iniciais do século XXI – no qual o país buscou deliberadamente impulsionar sua atividade econômi- Contextualizando a presença do polo automotivo CAPÍTULO 1
  7. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco 7 ca valorizando a expansão do mercado de consumo de massa, com base em importante movimento de expan- são da renda das famílias. Ampliação do volume ofertado e do acesso ao cré- dito, valorização real do salário mínimo, ampliação de políticas públicas de transferência de renda, ao lado de aposta em segmentos econômicos voltados ao mercado de massas, serviram de alavanca ao dinamismo da eco- nomia nacional e nordestina naquele período. O PIB brasileiro cresceu a 4,01% a.a. entre 2003 e 2009 (ano seguinte ao choque mundial de 2008) contra 2,31% en- tre 1996 e 2002 (imediato pós Plano de Estabilização intitulado de Plano Real). A economia nordestina cresceu um pouco mais e, mesmo quando, nos anos mais recentes, o país ex- perimenta forte crise, seguida de baixa capacidade de recuperação e é atingida pelos impactos econômicos e sociais da pandemia, a economia nordestina resiste melhor, como revela a trajetória do Gráfico 1. Como parte desta dinâmica econômica geral, o Nor- deste vem conseguindo captar investimentos importan- tes para ampliar e diversificar sua base produtiva. Sua porção oeste, por exemplo, antes pouco ocupada, enga- ta na dinâmica do agronegócio nacional voltado para as exportações, se dinamiza e se transforma. Fala-se aqui do sul do Maranhão e do Piauí, do norte do Tocantins e do oeste da Bahia (hoje conhecido como MATOPIBA). No amplo espaço semiárido, o desaparecimento do algodão no final do século XX, provoca mudanças rele- vantes pois o antigo tripé que organizava sua tradicional base econômica (gado x algodão x policultura de alimen- tos) afunda. O algodão aparece, hoje, em regiões especi- ficas de alguns estados nordestinos, com destaque para o oeste da Bahia, mas em fazendas especializadas no seu cultivo e organizado em novos e modernos padrões. No litoral e mata, o velho complexo sucroalcoolei- ro, que vira desde meados dos anos 70 do século pas- sado, o Centro Oeste e Sudeste atraírem a produção de cana voltada a fabricação do etanol, mantem sua antiga vocação, mas amplia sua especialização na oferta de energia, agora enfatizando a produção com base na biomassa. Muda de denominação, intitulando-se hoje de complexo sucroenergético. É no seu território, na por- ção da mata norte pernambucana, próxima à Paraíba, que se instala em fins da primeira década do atual século e se inaugura em 2015, o complexo automotivo estrutu- rado pela STELLANTIS. GRÁFICO 1 Brasil e Nordeste: Taxa (%) de variação anual do PIB - 2000 a 2019 Fonte: IBGE | Elaboração: CEPLAN 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 8 2 0 1 9 8% 6% 4% 2% 0% -2% -4% -6% Nordeste Brasil 4.1% 4.3% 0.8% 1.3% 2.9% 2.7% 1.6% 1.1% 6.7% 5.8% 3.8% 3.2% 4.6% 4.0% 4.7% 6.1% 5.4% 5.1% 1.0% 6.6% 4.1% 4.0% 3.0% 3.0% 2.8% 0.5% -3.4% -3.5% -4.5% -3.3% 1.6% 1.3% 1.2% 1.8% 1.8% 1.2% 3.1% 1.9% 7.5% 0.1%
  8. 8 Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco É importante ressaltar que em sua chegada ao esta- do de Pernambuco o STELLANTIS encontrou uma base tecnológica que foi um importante alicerce para o desen- volvimento do polo automotivo de Goiana. Tratava-se do parque fabril das baterias MOURA, fundado em 1957 no município de Belo Jardim – no Agreste Pernambucano, poriniciativadosempresáriosEdsonMororóMouraesua esposa, Conceição Moura –, considerado como precursor do polo de autopeças pernambucano. Nascidaemummomentonoqualomercadodeauto- móveis ainda era incipiente no país, a MOURA tornou-se pioneira no processo de desconcentração do eixo Sul e Sudeste da produção de componentes automotivos, mo- vimento que se consolidou e se expandiu ainda mais em 2009, com a instalação do polo automotivo da STELLAN- TIS, com seu parque integrado de fornecedores, na cidade de Goiana, no Litoral Norte de Pernambuco Este movimento dialoga com duas grandes mudan- ças ocorridas no Nordeste, nos anos mais recentes, no setor secundário de sua economia: i) a reviravolta que a regiãonordestinadánasuainserção nomercado de ener- gia do país que começa a vivenciar, na sua porção mais de- senvolvida, crises na oferta energética, e ii) no avanço da sua indústria de transformação,aomesmotempoemque o Brasil assiste sua principal base industrial perder força comoindutoradodesenvolvimentonacional,tantoqueas duas maiores metrópoles nacionais (SP e Rio) exibem per- da de peso na indústria do país enquanto o Nordeste ga- nha, passando de 8,5% em 2000 para 10,5% em 2018 seu peso no valor da transformação industrial do pais, como mostra Campolina em estudo recente para o Ipea. A presença dos complexos fabris da STELLANTIS e da MOURA em Pernambuco são representativos deste movimento de desconcentração territorial da indústria automotiva e de autopeças no país. Daí ser importante reforçá-lo, em especial com empreendimentos industriais que dialoguem com as tendências mundiais em curso. E que sejam parceiros de atores locais e de fora que buscam impulsionar mudanças na região, como o complexo auto- motivo aqui referido. No mercado de energia, o Nordeste, que era defi- citário, em meados do século XX, engata no movimento mundial de mudança da matriz energética voltada cada vez mais para as energias limpas e renováveis, passa a aproveitar seu enorme potencial para a oferta de ener- gia eólica e inicia sua empreitada rumo a solar. Atrai in- vestimentos de grandes empresas mundiais, que agora começam a investir na produção de hidrogênio verde na Bahia, Pernambuco e Ceará. O parque fabril da Moura é um dos que utilizam esse potencial de matriz limpa e mantém as operações em funcionamento através de energia renovável, gerada nos parques eólicos do Rio Grande do Norte, promovendo, dessa forma, uma inte- gração entre as cadeias produtivas e movimentando a economia do Nordeste Tais mudanças na base econômica do Nordeste, entre outras, não têm ainda dimensão para promover avanços significativos nos padrões de vida da maioria da população nordestina, tanto que abrigando cerca de 27% da população total do país, a região tem .40% dos inscritos no Cadastro Único (instrumento que habilita recebimento dos programas assistenciais do Governo Federal), em junho de 2022. Por sua vez, o rendimento médio domiciliar per capita do Nordeste continua sen- do menos de 2/3 do observado para o país e cerca de metade (51%) do valor estimado para o Sudeste (IBGE/ PNAD Continua, 2019), sem contar os impactos desfavo- ráveis da pandemia. E o Nordeste continua a liderar as taxas de desem- prego do país, tanto que ao final do primeiro semestre deste ano de 2022, a região tem 12,7% de sua força de trabalho desempregada, contra 9,3% da média nacio- nal, segundo IBGE (PNAD Continua). A região também abriga os três estados com maior índice de desempre- go no momento presente: Bahia (15,5%), Pernambuco (13,6%) e Sergipe (12,7%). Como se vê, o Nordeste vem melhorando, mas o peso da herança de desigualdades e pobreza ainda é muito forte, o que continua a justificar tratamento dife- renciado de políticas públicas nacionais.
  9. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco 9 A BASE PRODUTIVA DE PERNAMBUCO TAMBÉM SE DINAMIZA E SE TRANSFORMA A economia pernambucana se transformou muito nos anos recentes, como mostra o balanço realizado pela CEPLAN e publicado pela CEPE em 2018. E vem conseguindo apresentar desempenho melhor que a na- cional, como mostra o gráfico adiante. No engate na dinâmica nacional favorável da déca- da inicial do século XXI, aqui referida, o estado recebeu impactos muito positivos das políticas federais, e, em especial, de um bloco de investimentos muito relevante que atraiu, estimado em R$ 105 bilhões, entre 2007 e 2014, ou quase 2/3 do PIB de 2016 (de R$ 167 bilhões segundo CONDEPE/FIDEM). A maior parte de tais investimentos (2/3) veio para a indústria de transformação, com destaque para os que se instalaram no Complexo Industrial e Portuário de SUAPE (CIPS), na Mata Sul. Em SUAPE se destacam, na movimentação portuária, os combustíveis, grãos, con- têineres e veículos automotores. Nos próximos anos o reforço das atividades existentes e o ingresso de novos negócios e empreendimentos tende a consolidar Per- nambuco como um importante hub regional de Logísti- ca, ampliando seu protagonismo. Por sua vez, o distrito industrial abriga atualmente 224 empresas, tendo no passado recente atraído inves- timentos de grande porte em petróleo, petroquímica e indústria naval, equipamentos destinados à geração de energia eólica, produção de bebidas e alimentos, entre outros como plantas da indústria farmacêutica. Em paralelo, empreendimentos relevantes foram para a Mata Norte, com destaque para o polo cervejeiro, um grande empreendimento produtor de vidros planos – que ora se amplia – e, em especial, a fábrica da Jeep. No Agreste, ressaltam o conjunto de investimentos realizados pela Moura em seu parque fabril, com mais de R$ 1,6 bilhão aportados nos últimos 12 anos, em avan- ços tecnológicos, aumento na capacidade de produção e implementação de novas unidades fabris, alavancando os empregos e tornando a região um hub de empregos e formação de mão de obra para as cidades circunvizi- nhas, como Tacaimbó, São Bento do Una, Sanharó, Pes- queira, entre outras. Resultado deste momento de boom: entre 2007 e 2014, a taxa de desemprego cai de 11,3% para 8,7% no estado. Quem liderou o aumento do emprego foi a in- dústria, cuja taxa de ocupação mais que duplicou neste período (de 2,2% entre 2002 e 2007 pula para 4,6% en- tre 2007 e 2014). A presença do complexo automotivo revolucionou a secular pauta de exportações de PE, desbancando os tradicionais produtos do complexo açucareiro. A partir de 2016, tem-se uma mudança importante na pauta de exportação do estado. Até 2015, açucares e produtos de confeitaria lideravam as vendas para o exterior, como acontecia há muito. Em 2016, a produção de veículos ganha forte protagonismo e a partir de 2017, exportan- do R$ 736, 5 milhões, lidera as exportações estaduais ou disputa a liderança com a venda de combustíveis mine- rais, segundo dados da Secretaria de Comercio Exterior do Ministério da Economia. Trata-se de contribuição re- levante da nova indústria automotiva para acelerar as transformações em curso na economia pernambucana. A economia estadual também abriga hoje impor- tantes polos especializados como os de serviços mé- dicos, jurídicos, de engenharia consultiva, de apoio à gestão empresarial, entre outros. Dialogando com as transformações que ocorrem mundo a fora, Pernambu- co construiu, no século XXI, um importante ecossistema na área de TIC: o Porto Digital, situado no Recife, que conta com 350 empresas e mobiliza cerca de 15 mil em- pregados. E é um parceiro importante da STELLANTIS e MOURA no esforço de sintonizar o estado com ten- dências mundiais.
  10. 10 Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 8 2 0 1 9 2 0 2 0 2 0 2 1 14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% -2% -4% Pernambuco Brasil 6.9% 6.7% 3.2% 7.5% 7.5% 4.0% 6.1% 5.1% 1.9% -0.1% 11.3% 7.5% 4.9% 4.0% 6.6% 1.9% 3.0% 3.0% 5.0% -0.7% -1.4% -3.3% 4.3% 1.8% 1.6% 1.2% -3.8% -3.9% 4.1% 4.6% 0.9% 1.3% -3.5% 0.5% GRÁFICO 2 Brasil e Pernambuco: Taxa (%) de variação anual do PIB - 2005 a 2021 Fonte: IBGE e CONDEPE-FIDEM | Elaboração: CEPLAN
  11. 11 Faz-se aqui um diagnóstico sintético, baseado em alguns agregados econômicos que demonstram a re- levância para o estado de Pernambuco e, sobretudo, para o dinamismo do município de Goiana, onde se localiza o parque industrial do polo automotivo do Gru- po STELLANTIS – denominada de FCA até 2021 –, da presença deste empreendimento. Ele que atualmente congrega um parque de fornecedores (supplier park) formado por 22 das 34 empresas instaladas no seg- mento no estado e que são fornecedoras de produtos e serviços ao grupo. Inserido em um território marcado historicamente por uma base econômica primário-exportadora relacio- nada à agroindústria canavieira – a Mata Norte Pernam- bucana –, Goiana e municípios de seu entorno imediato viram ampliar-se nos últimos anos a diversificação de atividades, fato que refletiu não apenas sobre a estru- tura produtiva, mas também sobre as finanças públicas e o emprego para a população local, além de inserir a re- gião no mapa da indústria automotiva nacional. Da atra- ção de empresas associadas à atuação do STELLANTIS, destaca-se o avanço do número de unidades localizadas fora do supplier park, evidenciando a relevância que o polo automotivo ganhou no estado de Pernambuco. Importância do polo automotivo para o estado de Pernambuco e para a dinâmica econômica da região de Goiana CAPÍTULO 2 GRÁFICO 3 Número de fornecedores do Grupo STELLANTIS em Pernambuco – 2015 a 2022 Fonte: IBGE e CONDEPE-FIDEM | Elaboração: CEPLAN 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Total (Pernambuco) Supplier Park Fora do Supplier Park 22 23 17 17 5 6 6 6 19 18 24 25 9 10 12 20 20 30 20 29 32 12 22 34
  12. 12 Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco Sobre esse aspecto, observa-se ainda o dinamismo do emprego gerado pelo polo automotivo: com cresci- mento médio de 5,6% ao ano, o total de empregos dire- tos e indiretos relacionados à operação da STELLANTIS se destacou frente à dinâmica apresentada por Pernam- buco e pela Região Metropolitana do Recife (RMR). Nos primeiros quatro anos de operação, salvo o estoque já significativo de trabalhadores alocados na rede de fornecedores, a ampliação do emprego se deu principalmente através da expansão das instalações da fábrica do grupo, à época denominado FCA. GRÁFICO 4 Índice do número de empregos formais no estado de Pernambuco, na Região Metropolitana do Recife (RMR) e no sistema produtivo do grupo STELLANTIS em Pernambuco - base: 2015 = 100 - 2015 a 2022* GRÁFICO 5 Grupo STELLANTIS em Pernambuco: número de empregos diretos (vinculados à planta industrial de Goiana) e de empregos indiretos (rede de fornecedores no estado) - 2015 a 2022 Fonte: Grupo STELLANTIS; RAIS/MTP; Novo Caged/MTP. Nota: *os índices de Pernambuco e RMR foram estimados pela variação do estoque divulgado no Novo Caged Fonte: Grupo STELLANTIS. 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 160 150 140 130 120 110 100 90 80 Stellantis e Fornecedores de PE Total da RMR Total de Pernambuco 100 100 94.9 94.9 93.1 95.5 94.4 90.0 88.6 91.3 98.4 98.9 146.0 143.6 129.2 127.3 127.3 122.8 111.0 96.3 94.7 92.7 94.9 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 16,000 14,000 12,000 10,000 8,000 6,000 4,000 2,000 0 Empregos diretos (Planta Stellantis) Total Empregos indiretos (Fornecedores) 2,551 7,619 10,170 11,289 12,484 12,947 12,945 13,144 14,604 14,849 9,849 5,000 4,880 9,724 7,927 7,787 7,771 7,770 4,714 3,520 5,176 5,158 5,217 7,769
  13. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco 13 Já nos últimos anos a ampliação foi puxada pela cadeia de fornecimento, cabendo ressaltar a relevância que representa essa cadeia para o emprego formal nos municípios que abrigam empresas integrantes do seg- mento. No caso mais recente, de Bonito, município do Agreste Central Pernambucano, que recebeu a planta de uma fabricante de chicotes elétricos, o contingen- te de pessoas empregadas corresponde atualmente a mais que 1/3 do emprego local. No município de Goiana, em especial, por compor- tar o próprio supplier park, esses empregos representam cerca de 1/4 do trabalho formal no município e, soman- do-se à parcela do emprego estritamente vinculado à STELLANTIS, verifica-se que o polo automotivo cor- responde a aproximadamente metade do seu total de empregos. Para se ter ideia da importância da geração de empregos no polo para além do território goianense, considerando apenas o total de empregos alocados na STELLANTIS, observa-se que cerca de 21% desses tra- balhadores são residentes em Goiana e 50% são oriun- dos de outras cidades da Área de Influência1 , formada por Goiana e nove municípios em seu entorno (Abreu e Lima, Araçoiaba, Condado, Igarassu, Itamaracá, Itambé, Itapissuma, Itaquitinga e Paulista). 1 Conforme definido no Plano de Trabalho do estudo “FIAT Pernambuco - Cadeia Produtiva Automotiva e Entorno”, desenvolvido pela Diagonal Empreendimentos e Gestão de Negócios Ltda e pela Ceplan Consultoria Econômica e Planejamento Ltda, para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco em 2013. GRÁFICO 6 Município de Goiana (PE): evolução do emprego formal e participação dos empregos vinculados ao polo automotivo (planta da STELLANTIS e supplier park) - 2013 a 2022 Fonte: Grupo STELLANTIS; RAIS/MTP; Novo Caged/MTP. Nota: * para cálculo da proporção em 2021 e 2022 o emprego formal constante na RAIS 2020 foi extrapolado pela variação do estoque divulgado no Novo Caged. 30,000 25,000 20,000 15,000 10,000 5,000 0 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0 Empregos % Polo 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 8 2 0 1 9 2 0 2 0 2 0 2 1 2 0 2 2 12,9% 40,5% 12,549 22,384 43,7% 54,8% 49,0% 47,5% 50,0% 47,3% 48,1%
  14. 14 Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco O avanço da economia de Goiana e região com a in- trodução do polo automotivo fica mais evidente com a análise da evolução do seu Produto Interno Bruto (PIB). Desde o processo de instalação do parque indus- trial, o município de Goiana vem apresentado anual- mente ganhos de participação na economia de Per- nambuco, saindo da 13ª posição em 2010, com 0,93% (901,5 milhões de Reais) do PIB estadual, para a 4ª posição em 2019, chegando a 5,17% do PIB pernam- bucano, quando alcançou 10,2 bilhões de reais. Nessa trajetória recente de desenvolvimento da sua economia, o território de Goiana e entorno, e princi- palmente o município sede da STELLANTIS, experimen- tou uma etapa notável de desenvolvimento: no período de 2015 a 2019 – último dado disponível –, posto que enquanto o PIB pernambucano apresentou um cres- cimento médio anual de 0,5%, a Área de Influência da STELLANTIS cresceu anualmente a uma taxa de 6,3%, enquanto Goiana registrou expressivo impulso na pro- dução de bens e serviços, a ritmo de 20,5% ao ano. GRÁFICO 7 Grupo STELLANTIS em Pernambuco: distribuição dos funcionários da fábrica em Goiana, segundo o município de residência - 2022 GRÁFICO 8 Município de Goiana (PE): participação no PIB a preços de mercado do estado de Pernambuco - 2010 a 2019 Fonte: PIB dos Municípios/IBGE Fonte: Grupo Stellantis. Abreu e Lima Condado Goiana Igarassu Paulista Aliança Olinda Recife Outros municípios de PE João Pessoa Outros municípios 4.3% 21.0% 16.1% 14.9% 4.4% 5.0% 7.8% 11.6% 1.2% 1.2% 7.2% 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 6% 5% 4% 3% 2% 1% 0% 0.9% 0.9% 0.9% 1.1% 1.6% 2.5% 3.3% 5.0% 5.0% 5.2%
  15. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco 15 GRÁFICO 9 Estado de Pernambuco, município de Goiana e Área de Influência da STELLANTIS: índice de volume do PIB a preços de mercado (base: 2015 = 100) - 2015 a 2019 Tal desempenho foi, em parte significativa, fruto do aporte de recursos fundamentalmente destinados às atividades do polo automotivo desde a sua intro- dução com o Grupo FCA até a atuação vigente, com o STELLANTIS. Para se ter ideia de tal importância, considere-se que o investimento em bens de capital da STELLANTIS em Pernambuco já soma 13,9 bilhões de reais desde 2012 até junho de 2022, com aproximadamente 3/4 (R$ 10,3 bilhões) deste montante realizados até a fase de implantação, em 2015, e pouco mais de 1/4 (R$ 3,6 bilhões) sendo alocados ao longo dos últimos seis anos de operação. Também é possível constatar a importância do em- preendimento no estado observando a evolução finan- ceira das aquisições de insumos e serviços realizadas pelo Grupo para a sua planta fabril de Goiana. Entre 2015 e 2022, somam-se 91,6 bilhões de reais, os quais representam 46% das aquisições realizadas pelo Gru- po e destinadas às suas fábricas da América do Sul no mesmo período. Desses, R$ 91,6 bilhões, aproximadamente 26,7% couberam ao atendimento via fornecedores alocados em Pernambuco, sendo 23,7% oriundos do parque de fornecedores em Goiana. Outros 33,1% couberam a for- necedores nacionais de fora do estado e 40,2% corres- pondeu ao atendimento por componentes importados. Não obstante a parcela de valores em suprimentos ad- quiridos fora do estado no montante dos últimos 7 anos, é importante destacar que ocorreu desde 2016 um mo- vimento de expansão dos valores de aquisição oriundas estritamente do território nacional ou de Pernambuco, neste caso, inclusive, com desconcentração do territó- rio goianense. Fonte: PIB dos Municípios/IBGE; Contas Regionais (IBGE). 2015 2016 2017 2018 2019 250 230 210 190 170 150 130 110 90 70 Município de Goiana Estado de Pernambuco Área de Influência Stellantis 100.0 100.0 100.0 129.1 99.8 97.1 99.1 122.8 122.7 101.0 102.1 127.6 210.8 199.8 199.6
  16. 16 Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco GRÁFICO 10 Grupo STELLANTIS em Pernambuco: investimentos em bens de capital - valores correntes em milhões de Reais e em proporção do PIB estadual - 2012 ao 1° semestre de 2022 GRÁFICO 11 Grupo STELLANTIS em Pernambuco: composição dos dispêndios em aquisição de insumos e serviços, por localização do fornecedor - 2015 a 2022 Fonte: Grupo STELLANTIS; Contas Regionais/IBGE. Fonte: Grupo STELLANTIS. R$ 4,500 R$4,000 R$3,500 R$3,000 R$2,500 R$2,000 R$1,500 R$1,000 R$500 R$0 9.0% 8.0% 7.0% 6.0% 5.0% 4.0% 3.0% 2.0% 1.0% 0% -1.0% Capex STL % PIB PE 2 0 1 3 2 0 1 2 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 8 2 0 1 9 2 0 2 0 2 0 2 1 ( j u n ) 1,5% 0,1% 2,7% 2,4% 0,1% 0,2% 0,3% Proporção (%) do PIB estadual Valores correntes (R$ milhões) 121 2.067 4.129 3.744 865 175 375 541 870 812 290 0,3% 0,4% 0,5% 100% 80% 60% 40% 20% 0% Supplier Park Outros em PE Outros Nacionais fora de PE Outros via importação 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 7 2 0 1 9 2 0 2 0 2 0 2 1 2 0 2 2 21.3% 0.4% 25.2% 53.1% 27.3% 1.0% 30.8% 40.9% 28.3% 1.2% 32.5% 38.0% 28.3% 24.4% 21.3% 2.5% 32.7% 43.5% 21.8% 4.0% 34.6% 39.6% 22.4% 6.3% 34.2% 37.1% 2.1% 34.9% 38.5% 1.1% 31.3% 42.1% 100% 80% 60% 40% 20% 0% Supplier Park Outros em PE Outros Nacionais fora de PE Outros via importação 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 7 2 0 1 9 2 0 2 0 2 0 2 1 2 0 2 2 21.3% 0.4% 25.2% 53.1% 27.3% 1.0% 30.8% 40.9% 28.3% 1.2% 32.5% 38.0% 28.3% 24.4% 21.3% 2.5% 32.7% 43.5% 21.8% 4.0% 34.6% 39.6% 22.4% 6.3% 34.2% 37.1% 2.1% 34.9% 38.5% 1.1% 31.3% 42.1%
  17. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco 17 Cabe ainda ressaltar que nos anos de 2016 a 2019 as aquisições aos fornecedores alocados no supplier park representaram em torno de 30% do PIB de Goia- na, evidenciando a importância do polo para a dinâmica econômica do município. Um dos reflexos do crescimento econômico propa- gado pelo desenvolvimento do polo automotivo, sobre- tudo para os municípios de pequeno porte no entorno de Goiana, foi a redução da dependência da atividade econômica em relação à administração pública local, em paralelo ao aumento da importância de atividades industriais, sendo estas impulsionadas pela experiência que a mão de obra local vem adquirindo por influência das oportunidades oriundas das empresas do segmento automotivo, que como visto anteriormente atraem tra- balhadores de diversos municípios do entorno. A análise da estrutura do PIB na década observada, tanto na área de influência da STELLANTIS (inclusive em Goiana) quanto isoladamente no município de Goiana, mostra que o setor industrial cresce paulatinamente no primeiro caso de 27% em 2010 para 37% em 2019, ao passo que no município de Goiana esse setor, que já despontava no primeiro ano da série como a principal atividade econômica local, vê essa proporção passar de 30% para 54%. Por outro lado, nota-se que o setor terciário (co- mércio e serviços), que era majoritário na formação do PIB tem sua participação reduzida de 32% para 29%, enquanto em Goiana estritamente esse percentual cai de 28% para 19%. GRÁFICO 12 Grupo STELLANTIS em Pernambuco: dispêndios com aquisição de insumos e serviços aos fornecedores alocados no supplier park de Goiana - valores correntes, em milhões de Reais e em proporção do PIB de Goiana - 2015 a 2022 Fonte: Grupo STELLANTIS. R$’ 3,5 R$’ 3,0 R$’ 2,5 R$’ 2,0 R$’ 1,5 R$’ 1,0 R$’ 0,5 R$’ 0,0 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Valores % PIB Goiana 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 8 2 0 1 9 17.3% 32.3% 28.4% 31.4% 30.3% Proporção (%) do PIB de Goiana (%) Valores correntes (R$ bilhões) 0.7% 1.8% 2.6% 2.9% 3.1%
  18. 18 Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco Outro fato constatado foi a redução significativa na participação do setor público no nível da atividade econômica local, passando de 25% para 15% nos muni- cípios da área de influência da STELLANTIS e retraindo- -se de 21% para 4% no município de Goiana. Por sua vez, verifica-se aumento na participação dos impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos, taxas e contribuições que incidem sobre os bens e ser- viços, que passa de 12% para 17% nos municípios do entorno e de 10% para 21% em Goiana, o que implica em mais recursos públicos para investir em áreas sociais e na melhoria da infraestrutura local. GRÁFICO 13 Área de Influência da STELLANTIS em Pernambuco: composição do PIB a preços de mercado - 2010, 2015 e 2019 GRÁFICO 14 Município de Goiana (PE): composição do PIB a preços de mercado - 2010, 2015 e 2019 Fonte: PIB dos Municípios/IBGE. Fonte: PIB dos Municípios/IBGE. Agropecuária Indústria Comércio e Serviços Setor Público Impostos, líquidos de subsídios 100% 80% 60% 40% 20% 0% 2 0 1 0 2 0 1 5 2 0 1 9 12% 25% 32% 27% 4% 19% 18% 32% 29% 3% 17% 15% 29% 37% 2% Agropecuária Indústria Comércio e Serviços Setor Público Impostos, líquidos de subsídios 100% 80% 60% 40% 20% 0% 2 0 1 0 2 0 1 5 2 0 1 9 10% 21% 28% 30% 11% 33% 7% 23% 32% 4% 21% 4% 19% 54% 2%
  19. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco 19 Uma importante evidência da contribuição do polo automotivo ao estado está na evolução da arrecadação do ICMS, especialmente ao longo dos últimos quatro anos de operação. Segundo dados da Secretaria da Fa- zenda do Estado de Pernambuco (Sefaz-PE), observa-se um aumento substancial de 28,4% ao ano no valor da arrecadação do ICMS oriundo do segmento de fabrica- ção automotiva no estado entre 2015 e 2021, saltando de R$ 204 milhões para R$ 917 milhões. No mesmo período, a arrecadação total de ICMS pelo estado sofreu retração de 1,2% ao ano. Com esse movimento, a parcela de arrecadação relacionada ao polo automotivo, partindo de 0,8% em 2015, alcançou o patamar de participação de 3,8% no total arrecadado por Pernambuco. Outros segmentos com peso tão ou mais relevante, por outro lado, apresentaram recuo ou relativa estagnação no período. GRÁFICO 15 Estado de Pernambuco: arrecadação de ICMS do segmento automotivo - valores a preços de julho de 2022, em milhões de Reais e em proporção do ICMS total do estado - 2013 a 2021 GRÁFICO 16 Estado de Pernambuco: índice do volume de arrecadação de ICMS, por segmentos selecionados - valores a preços de julho de 2022* (base: 2015 = 100) - 2015 a 2021 Fonte: Sefaz-PE. Nota: valores a preços de julho/2022, corrigidos pelo IGP-DI. Fonte: Sefaz-PE. Nota: valores monetários corrigidos pelo IGP-DI. R$’ 1,200 R$’1,000 R$’ 800 R$’ 600 R$’ 400 R$’ 200 R$’ 0 4.0% 3.5% 3.0% 2.5% 2.0% 1.5% 1.0% 0.5% 0.0% -0.5% Valores % ICMS total 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 8 2 0 1 9 2 0 2 0 2 0 2 1 Proporção (%) do ICMS Total Valores a preços de jul/22 (R$ mil) 0.1% 0.4% 0.8% 0.7% 0.9% 1.0% 2.1% 3.1% 3.8% 73 112 204 164 233 266 600 761 917 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 Fabricação de veículos automotores Fabricação de alimentos e bebidas Fabricação de produtos químicos Combustíveis e derivados do petróleo Comércio atacadista Comércio varejista Telecomunicações Total 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 8 2 0 1 9 2 0 2 0 2 0 2 1
  20. 20 Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco A presença de um segmento industrial de alto valor agregado em Goiana tem impulsionado também as finan- ças do município. Segundo dados da Secretaria do Tesou- ro Nacional (STN), a receita corrente de Goiana, ajustada e em termos reais, cresceu 10,5% ao ano entre 2015 e 2021, alcançando o patamar de 505 milhões de Reais. Esseganhonaarrecadaçãotempropiciadoaomuni- cípio um aumento relevante na capacidade de poupança desde 2017 – alcançando o patamar de 32,4% em 2021 –, bem como um superávit corrente que vem contribuin- do para arcar com recentes déficits de capital e manter um nível de investimento relevante nos últimos 3 anos. GRÁFICO 17 Município de Goiana (PE): Evolução da receita corrente e da despesa corrente no município de Goiana - valores em milhões de Reais, a preços de 2021* - 2013 a 2021 GRÁFICO 18 Município de Goiana (PE): evolução da poupança corrente e da despesa de investimento no, como proporção da receita corrente - 2013 a 2021 Fonte: STN. Nota: (*) valores monetários corrigidos pelo IGP-DI; (1) receita corrente deduzida dos recursos de para formação do Fundeb e outras transferências constitucionais; (2) despesa corrente deduzida das contribuições intra-orçamentárias e amortização da dívida. Fonte: Siconfi/STN. 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 600 500 400 300 200 100 0 Receita corrente ajustada (1) Despesa corrente ajustada (2) 273.4 334.4 302.0 277.2 280.3 275.1 243.6 275.9 217.8 246.6 341.2 461.4 299.3 375.0 489.8 505.2 337.3 266.0 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% -5% -10% Poupança corrente Investimento 1.8% 6.3% 8.5% 9.7% 10.3% 19.9% 27.2% 34.6% 22.9% 32.4% 2.0% 2.7% 5.2% 15.0% 13.0% 8.3% -3.3% 1.7%
  21. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco 21 Esse avanço das finanças locais tem refletido, sobre- tudo, a maior participação de Goiana na economia esta- dual,fatoquelevouaoaumento substancial da cota-par- te do ICMS, que passou de um patamar de 14,0% para 59,8% na composição da receita total do município entre 2015 e 2021, estreitando a dependência das demais fontes de receita, como o FPM e outras transferências. Outra evidência relevante sobre a transformação que o polo automotivo vem trazendo para o estado de Pernambuco e a região da Mata Norte onde se localiza o município de Goiana, é a reconfiguração da sua pauta de comércio exterior através do escoamento da produção dos automóveis da STELLANTIS, destacando o estado e a região de Goiana e entorno no mapa do segmento au- tomotivo. Segundo dados da Associação Nacional dos Fabri- cantes de Veículos Automotores (Anfavea), entre 2015 e 2021, o número de automóveis produzidos no país os- cilou em torno de uma média de 1,91 milhões de unida- des, partindo de 2,02 milhões em 2015, atingindo o pico de 2,45 milhões em 2019 e ficando em 1,71 milhões em 2021. De um total de 14,3 milhões de unidades produ- zidas no período, 7,3% delas foram oriundas das insta- lações de Goiana, cuja participação aumentou de 2,4% em 2015 para 13,2% em 2021, com o conjunto dos modelos Jeep Commander, Jeep Compass e Jeep Rene- gade.No caso das exportações, ainda que a participação dos modelos produzidos no polo de Goiana venha cres- cendo de forma mais tímida, é notável o avanço ocorri- do nos últimos seis anos, em que o número de unidades exportadas alcançou aproximadamente 10% do total nacional de 298 mil unidades exportadas em 2021. Se observado o montante de 2,76 milhões de unidades exportadas do Brasil desde 2015 até 2021, a produção da STELLANTIS em solo pernambucano foi responsável por 5,7% desse total. Cabe ainda destacar que em relação ao total de uni- dades produzidas no polo de Goiana no período de 2015 a 2021 (1,05 milhões aproximadamente), cerca de 15% (156 mil unidades) foi escoado via exportação, fato que tem modificado significativamente a pauta do comércio exterior no estado de Pernambuco. GRÁFICO 19 Município de Goiana (PE): composição da receita total segundo as fontes orçamentárias - 2015 a 2021 Fonte: Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi/STN). 100% 80% 60% 40% 20% 0% Receita própria Cota-parte ICMS FPM Outras transf. correntes Demais receitas 2 0 1 5 27.8% 30.2% 23.6% 13.6% 11.5% 9.4% 57.9% 8.6% 17.6% 6.5% 8.4% 13.6% 8.5% 59.8% 9.7% 54.4% 11.0% 17.5% 5.6% 39.2% 14.0% 22.7% 10.4% 18.1% 17.2% 27.1% 14.0% 12.6% 18.0% 35.8% 3.4% 14.0% 17.8% 29.7% 10.7% 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 8 2 0 1 9 2 0 2 0 2 0 2 1
  22. 22 Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco De acordo com dados do Ministério da Economia, o valor das exportações do estado de Pernambuco alcan- çou a marca histórica de US$ 2,09 bilhões FOB em 2017 e vem se mantendo no patamar de US$ 2 bilhões nos últi- mos 4 anos, com contribuição relevante do escoamento das exportações relacionadas ao polo automotivo de Goiana. Esse avanço é evidenciado na participação que a a Mata Norte vem tomando no total exportado pelo esta- do desde o início das operações, com o Grupo FCA. GRÁFICO 21 Polo automotivo de Goiana (PE): número de unidades produzidas e de unidades exportadas - 2015 a 2021 GRÁFICO 20 Polo automotivo de Goiana (PE): participação no número de unidades produzidas e de unidades exportadas de automó- veis pelo Brasil - 2015 a 2021 Fonte: Grupo STELLANTIS; Anfavea. Fonte: Grupo STELLANTIS; Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Entre 2010 e 2015 as exportações da Mata Norte apresentavam queda significativa de sua participação no total do valor exportado pelo estado, desempenho devido ao declínio da sua indústria sucroalcooleira, até então o principal segmento da pauta comercial oriunda dessa região. Entretanto, com o início do escoamento da produ- ção do polo automotivo de Goiana, a situação tomou 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 14% 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0% Unidades produzidas Unidades exportadas 1.5% 2.4% 3.5% 6.0% 6.0% 5.5% 6.3% 8.2% 9.4% 7.6% 13.2% 9.2% 7.3% 6.4% 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 250,000 200,000 150,000 100,000 50,000 0 Unidades produzidas Unidades exportadas 4,721 48,285 14,387 108,017 138,746 173,733 201,229 22,244 19,727 150,271 225,716 27,451 27,429 40,070
  23. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco 23 GRÁFICO 22 Estado de Pernambuco: participação (%) de produtos selecionados no valor exportado, segundo a Nomenclatura Co- mum do Mercosul - 2010 a 2021 Fonte: Comex Stat (Ministério da Economia). outro rumo a partir de 2016, levando também a uma re- configuração na pauta estadual, visto que a produção da cadeia automotiva assume importância significativa no total exportado pelo estado. O gráfico 22 evidencia que já a partir de 2016 a participação do valor exportado da produção do polo automotivo passa a ocupar o posto de segundo lugar em termos de representatividade sobre a pauta de ex- portações do estado, somando 15,0% no ano de 2021. A reconfiguração da estrutura produtiva, exigindo a aquisição de insumos de alto valor agregado, como com- ponentes eletro-eletrônicos e peças automotivas para a transformação industrial na fábrica de Goiana, por sua vez, também implicou no aumento da participação do território da Mata Norte no total das importações do estado. Essa participação, que era bastante tímida, não al- cançando 1% total do valor importado pelo estado até 2012, registra crescimento a partir de 2013 e tem um salto significativo a partir de 2015, alcançando o pata- mar de 28,2% em 2021. Em 2021, considerando apenas os materiais de transporte (leia-se componentes automotivos) e com- ponentes elétricos e eletrônicos destinados à Mata Nor- te, essencialmente para o polo automotivo, verifica-se que esses produtos já compõem, em conjunto, 21% do valor importado pelo estado, que neste ano alcançou a marca total de US$ 8,84 bilhões. 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 8 2 0 1 9 2 0 2 0 2 0 2 1 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 Combustíveis e óleos min. (R. Metropolitana) Material de transporte (Mata Norte) Artigos de plástico e borracha (Região Metropolitana) Produtos agrícolas (Vale do São Franscisco) 15.0%
  24. 24 Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco GRÁFICO 23 Estado de Pernambuco: participação (%) de produtos selecionados no valor importado, segundo a Nomenclatura Co- mum do Mercosul - 2010 a 2021 Fonte: Comex Stat (Ministério da Economia). 50% 45% 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% 2 0 1 5 2 0 1 6 2 0 1 7 2 0 1 8 2 0 1 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 2 0 2 0 2 1 Combustíveis e óleos min. (R. Metropolitana) Material de transporte (Mata Norte) Elétricos e eletrônicos (Mata Norte) Produtos químicos (Região Metropolitana) Produtos agrícolas (Região Metropolitana) 11.4% 9.5%
  25. 25 Um dos elementos fundamentais para o desenvol- vimento do polo automotivo trata-se, inquestionavel- mente, do desenvolvimento tecnológico. Em Pernam- buco, esse processo teve seu enraizamento na presença da indústria de autopeças, a partir da fundação da Bate- rias MOURA. Atualmente a empresa é uma das maiores impul- sionadoras do desenvolvimento tecnológico e social da região. Hoje, em cinco fábricas presentes na cidade de Belo Jardim, são produzidas 10 milhões de baterias por ano, sendo o maior volume voltado para abastecer o setor automotivo. Além do setor automotivo (carros, caminhões, motos e empilhadeiras) as fábricas forne- cem, ainda, baterias para caixas eletrônicos, aparelhos hospitalares, antenas de telefonia, barcos, locomotivas entre outras aplicações. As baterias vão direto para as montadoras de au- tomóveis, cadeia produtiva que conta com mais de 6 mil empresas, que geram cerca de 420 mil empregos em todo território nacional. Além de abastecer as mon- tadoras, maior parte das baterias pernambucanas vão para o mercado de reposição através da Rede Moura com os 77 distribuidores Moura localizados em todos os estados brasileiros. Tal capilaridade, movimenta a economia brasileira cerca de 55 mil pontos de revenda que comercializam as baterias Moura para o cliente fi- nal, além de assegurar um pós-venda diferenciado. Com mais de 3.000 SKU’s (modelos de produtos) em seu portfólio, a empresa, em parceria com centros de desenvolvimento e tecnologia de acumulação em energia, se tornou pioneira no País em sistemas de acumulação de energia, BESS e é responsável pelos sistemas de baterias de lítio que equipam o primei- ro caminhão 100% elétrico produzido no Brasil pela Volkswagen Caminhões e Ônibus. Como integrante do e-Consórcio, a Moura é responsável pelo fornecimento dos sistemas de baterias de lítio, por meio da parceria com a chinesa Contemporary Amperex Technology Co. Ltd. (CATL), para os veículos e-Delivery. Além de garan- tir o processo de manutenção e pós-vendas, provendo um atendimento local e de qualidade de assistência téc- nica para este importante componente do caminhão. Os sistemas de baterias são produzidos na unidade industrial de lítio em Belo Jardim e conta com compo- nentes CATL e com componentes nacionais, atendendo aos modelos e-Delivery de 11 toneladas e 14 toneladas. Com a chegada do polo automotivo da STELLAN- O enraizamento do desenvolvimento tecnológico e social CAPÍTULO 3
  26. 26 Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco TIS em Goiana, os conhecimentos de base tecnológica foram ampliados de forma significativa. Os incentivos federais e estaduais proporcionaram avanços tecnológicos, e consequentemente maior pro- dutividade e maior capacidade de produção. No caso das baterias, um dos principais componentes do fun- cionamento automotivo, os investimentos no avanço tecnológico pelo principal fornecedor desse produto para a STELLANTIS permitiram que, em 2018, a empre- sa originalmente pernambucana chegasse ao número atual de 10 milhões de baterias produzidas por meio da construção de uma nova unidade em seu parque fabril. Com a receita líquida da empresa quadruplicando entre 2007 e 2021 – parte desse sucesso creditando- -se também ao polo automotivo de Goiana – e alcan- çando aproximadamente R$ 2,0 bilhões no último ano, a MOURA consolidou sua importância para economia de Belo Jardim e região, gerando também inúmeros ga- nhos sociais para o território. Hoje, a cidade tem o 13º maior PIB de Pernambu- co. Dos empregos formais do município de Belo Jardim, 20% – mais de 4 mil – são gerados diretamente pela empresa, sendo a MOURA responsável por 33% da massa salarial municipal, com sua folha de pagamentos injetando, anualmente, mais de R$ 110 milhões na eco- nomia local. Os investimentos de R$ 1,6 bilhão do Grupo MOU- RA em Belo Jardim, foram decisivos para o desenvolvi- mento do único ICT brasileiro voltado exclusivamente para pesquisas relacionadas à eletrificação veicular e ao armazenamento de energia, o Instituto de Tecnolo- gia Edson Mororó Moura, o ITEMM, grande parceiro tecnológico da MOURA. Os números apresentados, além de serem bastan- te significativos, reforçam a importância da empresa e expressam iniciativas de investimentos em inovação, permitindo o enraizamento mais expressivo do desen- volvimento tecnológico em Pernambuco. Além da STELLANTIS e própria fábrica da MOURA Baterias, o ITEMM tem entre seus clientes instituições como a CEMIG, CPFL, ENEL, parcerias com grandes universidades brasileiras. Entre os diversos projetos do ITEMM, destaca-se a eletrificação veicular no Brasil, que teve início com o desenvolvimento do primeiro caminhão elétrico no País e posteriormente, com um livelab implementado no Instituto e que conta com o primeiro eletroposto im- plantado em Belo Jardim, foi dado início aos testes para carregamento de veículos elétricos de pequeno porte. O mencionado projeto é essencial para o desenvolvi- mento de veículos elétricos compostos com baterias de chumbo ou íons de lítio, e faz parte da rotina de ativi- dades de Pesquisa e Desenvolvimento das parcerias da Moura junto a clientes externos como a STELLANTIS. No front da Transformação Social, a Moura criou, há oito anos, o Instituto Conceição Moura. Com mais de 50 projetos desenvolvidos, já impactou a vida de mais de 320 mil pessoas de Belo Jardim. Com foco em tornar crianças em jovens em agentes de transformação para a cidade, o Instituto atua desde a primeira infância até a entrada desses jovens no mercado de trabalho. Entre 2017 e 2022, mais de R$ 20 milhões já foram investidos na execução de programas baseado em quatro frentes: formação de jovens, arte e cultura, primeira infância e educação de qualidade. A Moura inviste ainda, anualmente, mais de R$ 2 milhões em projetos de Educação. O montante, nova- mente, é destinado majoritariamente para cidade de Belo Jardim. Além de colaboradores e familiares, são mais de 500 pessoas beneficiadas pelos programas por ano. Ainda no que se refere a internalização do desen- volvimento tecnológico, destacam-se os programas e projetos de qualificação profissional, pesquisa e desen- volvimento demandados e articulados pela STELLAN- TIS junto a universidades e centros de pesquisas locais.
  27. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco 27 QUADRO 1 Principais iniciativas da STELLANTIS em qualificação, pesquisa e desenvolvimento em Pernambuco PROGRAMA OU PROJETO INSTITUIÇÃO PESQUISADA MUNICÍPIO ALUNOS ENVOLVIDOS VALOR INVESTIDO ANO Fortalecimento da Capacitação Tecnológica das IES/ICTS de Pernambuco em Desenvolvimento de Motores de Combustão Interna, Híbridos e Elétricos UFRPE Recife 175 R$ 425.730,00 2015 Residência Tecnológica PWT CESAR Recife 35 R$ 3.000.000,00 2015 Estudo em motor EtorQ EVO 1.6L 16v Flex Fuel na geração de energia elétrica através de tecnologia MGU-H UFPE Recife 10 R$ 935.102,00 2016 Congresso - Eletrificação UFRPE Recife 200 R$ 30.000,00 2016 Instalação do Laboratório de Inovação Veicular UFPE Recife 8 R$ 6.600.000,00 2016 Programa de Capacitação Internacional em Engenharia Automotiva OAKLAND UNIVERSITY UFPE, UFRPE, UFCG e UFPB Recife, Campina Grande e João Pessoa 6 R$ 633.000,00 2017 Residência Tecnológica em Ciências de dados UFPE Recife 8 R$ 150.000,00 2021 Manutenção Preditiva UFPE e EMBRAPII Recife 4 R$ 267.058,82 2021 Programa de Extensão Tecnológica: Captura e Detecção de Códigos de Barras via Visão Computacional na Industria Automotiva UFPE Recife 33 Ainda não computado 2022 Programa de Extensão Tecnológica: Redução de consumo de energia usando visão computacional na indústria 4.0 UFPE Recife 38 Ainda não computado 2022 Programa de Extensão Tecnológica: Análise e Visualização de Fluxo de Dados de Dependência e Instruções de Atribuições aplicadas a Software Automotivos UFPE Recife 21 Ainda não computado 2022 Programa de Extensão Tecnológica: Pós- processamento de dados automotivos para teste de regressão UFPE Recife 20 Ainda não computado 2022 Fonte: Grupo STELLANTIS.
  28. 28 Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco força de trabalho da área analisada, desenvolvendo o educando, assegurando-lhe a formação indispensável para o exercício da cidadania e fornecendo-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores, contribuindo para a redução das desigualdades sociais. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesqui- sas Educacionais Anísio Teixeira (INEP-MEC) apontam que as taxas de aprovação no ensino fundamental e no ensino médio, nos municípios da área de influência da STELLANTIS referentes aos anos de 2010 – antes da presença do polo automotivo na região –, 2015 - ano em que o empreendimento iniciou sua produção – e 2021 – quando essa atividade se encontrava em pleno desem- penho do processo produtivo –, registraram desempe- nho considerável, com quase todos os municípios da área considerada apontando proporção de aprovação tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio, próxima da totalidade dos alunos matriculados. QUADRO 2 Principais iniciativas da MOURA em qualificação, educação e responsabilidade social em Pernambuco O Quadro 1 apresenta as principais iniciativas en- tre os anos de 2015 e 2022. Entre os investimentos des- taca-se o maior volume de recursos disponibilizados à questão automotiva (aproximadamente R$ 8 milhões) alocados para universidades (UFPE e UFRPE), a maior parcela destinada à Instalação do Laboratório de Inova- ção Veicular (3/4 do montante). Na sequência, o Quadro 2 apresenta algumas das principais iniciativas realizadas pela MOURA, com forte significado para o desenvolvimento socioeconômico em seu território de atuação. Entre os benefícios sociais que de alguma maneira foram influenciados pela presença da STELLANTIS des- taca-se os efeitos sobre a educação básica, mais espe- cificamente nas modalidades do ensino fundamental e do ensino médio, que cuidam do preparo educacional da população jovem na faixa de 10 aos 18 anos, futura Fonte: Grupo Moura PROGRAMA OU PROJETO INSTITUIÇÃO PESQUISADA MUNICÍPIO ALUNOS ENVOLVIDOS VALOR INVESTIDO ANO Moura Tech IFPE Belo Jardim 20 R$ 1.022.621,00 2022 Novos Talentos SENAI-PE Belo Jardim 30 R$ 141.131,40 2019 Programa Jovem Aprendiz SENAI-PE Belo Jardim 144 R$ 3.462.043,20 2018 Ensino Fundamental (Filhos de Funcionários) SESI-PE Belo Jardim 168 R$ 192.000,00 2021 Novo Ensino Médio (Filhos de Funcionários) SESI-PE Belo Jardim X X 2022 Aprendizagem Tecnológica (Filhos de Funcionários) CodeBudy Belo Jardim 32 R$ 165.120,00 2022 EJA (Funcionários) Secretaria de Educação Belo Jardim 144 X 2021
  29. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco 29 TABELA 1 Municípios da Área de Influência da STELLANTIS: taxas (%) de aprovação no ensino fundamental e no ensino médio - 2010, 2015 e 2021 Fonte: INEP-MEC. TABELA 2 Municípios da Área de Influência da STELLANTIS: taxas (%) de abandono no ensino fundamental e no ensino médio - 2010, 2015 e 2021 Fonte: INEP-MEC. MUNICÍPIO ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO MÉDIO 2010 2015 2021 2010 2015 2021 Abreu e Lima 4,7 1,6 1,1 15,2 1,3 0,6 Araçoiaba 1,4 1,0 0,2 13,1 5,4 0,0 Condado 3,9 2,3 0,1 4,7 0,5 0,1 Goiana 5,9 2,5 0,5 8,3 4,5 0,0 Igarassu 6,1 2,4 0,7 17,4 1,0 1,3 Ilha de Itamaracá 3,8 1,4 0,5 14,5 1,4 0,2 Itambé 1,2 2,7 1,0 11,6 1,0 0,0 Itapissuma 3,3 5,3 0,3 9,3 0,1 0,0 Itaquitinga 4,6 1,9 3,6 14,9 4,0 0,0 Paulista 4,4 1,7 0,6 13,5 1,0 0,3 MUNICÍPIO ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO MÉDIO 2010 2015 2021 2010 2015 2021 Abreu e Lima 84,1 88,3 95,5 76,2 88,2 93,1 Araçoiaba 84,4 90,9 99,1 77,1 91,6 99,6 Condado 80,7 85,4 94,9 89,4 91,1 98,6 Goiana 82,4 89,5 94,2 81,8 86,7 97,4 Igarassu 82,6 85,4 97,9 73,2 83,1 95,3 Ilha de Itamaracá 85,7 88,9 96,4 79,0 91,9 96,0 Itambé 79,2 84,0 98,6 77,3 80,4 87,1 Itapissuma 82,6 82,1 98,8 85,5 79,1 93,3 Itaquitinga 80,5 84,9 88,0 78,3 82,6 96,7 Paulista 86,3 90,7 98,1 79,2 92,5 96,6
  30. 30 Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco Em relação ao abandono escolar, os dados do INEP- -MEC mostram que no ensino fundamental as taxas eram relativamente baixas já em 2010, sendo um pou- co mais acentuadas em quatro dos municípios da área, Goiana incluído entre estes. Em 2015 esses índices apre- sentaram uma escala descendente apresentaram redu- ção, proporções que diminuíram ainda mais em 2021. Quanto ao ensino médio, os indicadores de aban- dono em 2010 eram de certa forma expressivos na área analisada, com apenas três municípios mostrando índi- ces abaixo de 10%, inclusive Goiana. Considerando-se que o ensino médio constitui um dos alicerces básicos da preparação dos jovens em busca da inserção no mer- cado de trabalho, uma vez que contribui com o desen- volvimento de habilidades e capacidades específicas para a obtenção de emprego, a implantação do polo au- tomotivo mostrou-se importante instrumento para uma colocação no mercado de trabalho, trazendo motivação para acesso às oportunidades do mercado. Os dados referentes às taxas de abandono no en- sino médio no período analisado corroboram essa tese. Em 2010, antes da implantação da então planta da FIAT, era significativa a proporção dos jovens que abandona- vam o curso, não enxergando a perspectiva de conseguir emprego, muitos deles preferindo permanecer como mão de obra temporária na atividade sucroalcooleira que predominava na região. GRÁFICO 24 Município de Goiana (PE): IDEB dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental - 2013 a 2021 Fonte: INEP-MEC. Nota: Anos Iniciais até 4° série/5° ano e Anos Finais até 8° série/9° ano. Naquele ano, a maioria dos municípios analisados registravam significativos índices de abandono tanto na modalidade do ensino fundamental quanto na do ensi- no médio, situação que começou a mudar entre 2010 e 2015, este último correspondente ao início da produção do polo automotivo, principalmente na última modali- dade, onde em 2021 as taxas de abandono foram ze- radas em metade dos municípios da área de influência da STELLANTIS, inclusive em Goiana, e na outra meta- de aproximando-se desse patamar. Outro parâmetro que mede o avanço da educação básica é o IDEB (índice de Desenvolvimento de Educa- ção Básica), concebido pelo INEP em 2007, cuja medida varia de zero a dez. Esse indicador sintetiza dois concei- tos igualmente importantes para a qualidade da educa- ção: aprovação e média de desempenho dos estudantes, calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar obtidos no Censo Escolar e médias de desempenho nas avaliações do INEP. A meta projetada do IDEB para os anos iniciais do ensino fundamental em Goiana em 2013 considerando todas as séries, correspondia, em média 4,1 indicador preconcebido para em 2021 atingir 5,3. No ano inicial, observou-se o índice de 3,7, apresentando oscilação nos três anos seguintes, atingindo em 2019 o indicador de 4,3. 2013 2015 2017 2019 2021 6 5 4 3 2 1 0 Meta projetada Ideb observado 4.1 4.7 5.0 5.3 4.3 4.0 3.7
  31. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco 31 GRÁFICO 25 Município de Goiana (PE): IDEB dos Anos Finais do Ensino Fundamental - 2013 a 2021 Fonte: INEP-MEC. Nota: Anos Iniciais até 4° série/5° ano e Anos Finais até 8° série/9° ano. 2013 2015 2017 2019 2021 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0 Meta projetada Ideb observado 3.2 3.6 3.9 4.2 4.4 3.7 3.2 3.4 2.6 No caso dos anos finais do ensino fundamental, a meta projetada do índice do IDEB para o município de Goiana foi um pouco menor que a prevista para os anos iniciais, preconizando para 2021 o índice 4,4. No que se refere a 2019 o índice do IDEB prescrito para o municí- pio foi de 4,2, entretanto, o indicador observado foi 3,7 quando as taxas de abandono do curso ainda estavam iniciando sua trajetória elevada que vinha se reduzindo paulatinamente. Em relação ao IDEB do ensino médio, a comparação entre a meta projetada e o índice observado foi signifi- cativamente favorável a Goiana, verificando-se que em 2017 o IDEB no município por pouco não se igualava à meta projetada para 2019, situação que se reverte em 2019, com o índice apurado de 2019 (4,4) em Goiana, ul- trapassando o patamar projetado para 2021 (4,2). Nesse ano, o município já mostrava uma redução considerável nas taxas de abandono no ensino médio, projeção que vinha se materializando desde 2010 e que se atenuou de forma significativa após o início das obras de instalação do polo e se consolidou com o início das operações da montadora em 2015. No que diz respeito à saúde, um dos indicadores que mais reforça a importância da STELLANTIS na área é o da mortalidade infantil. Considerando as limitações GRÁFICO 26 Município de Goiana (PE): IDEB do Ensino Médio – 2017, 2019 e 2021 Fonte: INEP-MEC. Nota: Anos Iniciais até 4° série/5° ano e Anos Finais até 8° série/9° ano. 3.7 3.9 4.4 4.2 2017 2019 2021 4.6 4.4 4.2 4.0 3.8 3.6 3.4 3.2 Meta projetada Ideb observado
  32. 32 Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco deste indicador, é permitido afirmar que os municípios da área como um todo têm apresentado melhoras, con- seguindo redução nas taxas de mortalidade infantil. Ajustando-se uma curva de tendência exponencial aos dados registrados pelo Datasus nota-se no gráfico um decréscimo desse indicador, indicando que os ganhos na área em questão estão mais intensos do que a média estadual. Ou seja, está havendo melhorias da região em relação a outras partes de Pernambuco, ou a defasagem da área, outrora detentora de elevados índices de mor- talidade infantil do estado em relação a áreas mais de- senvolvidas têm sido superada. Especialistas em saúde reputam o Programa de Saúde da Família (PSF) como um dos maiores responsá- veis pela melhora dos índices de saúde do Estado, por conta da estratégia de reorganização do atendimento básico, adotando uma concepção de saúde centrada na qualidade de vida. Esse programa caracterizou-se por apresentar como princípio norteador o estabelecimen- to de novas relações entre profissionais de saúde, usuá- rios e famílias, ressaltando-se a importante atuação dos Agentes Comunitários de Saúde, através das atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde, me- diante ações domiciliares ou comunitárias, individuais ou coletivas, desenvolvidas em conformidade com as diretrizes do SUS e sob a supervisão dos gestores locais. Entretanto, deve-se destacar que parte desse sucesso na área em questão se atribui à presença da montadora, que contribuiu para a geração de emprego e renda, além de gerar impostos, propiciando uma melhora considerá- vel das condições de vida em que a maioria da população local estava mergulhada, nas quais pontuava a pobreza das famílias que viviam em meio à precariedade da infra- estrutura social e urbana básica, que inclui água, esgota- mento sanitário e coleta de lixo, bem como a deficiência dos serviços públicos de saúde. O fato marcante é que a partir de 2015, ano em que a STELLANTIS iniciou suas atividades produtivas, ge- rando um importante contingente de empregos na área, injetando um volume significativo de recursos no PIB local, contribuindo com uma arrecadação exponencial para as finanças municipais, impulsionando outras ativi- dades produtivas dinamizando a economia local, como foi visto anteriormente, a tendência de queda nas taxas de mortalidade infantil acentuou-se tanto em Pernam- buco quanto na área de influência da STELLANTIS e especificamente em Goiana, como mostra o gráfico. GRÁFICO 27 Estado de Pernambuco, Área de influência da STELLANTIS e município de Goiana: mortalidade infantil (por 1.000 crianças nascidas vivas) - média móvel trienal - 2013 a 2020 Fonte: Datasus 2013 2014 2015 2016 2018 2017 2019 2020 15 14.5 14 13.5 13 12.5 12 11.5 11 10.5 10 Área de Influência Stellantis Goiana Pernambuco 12.06 12.60 14.11 13.84 13.78 11.90 12.61 13.25 13.44 13.35 13.01 12.80 12.25 11.00 10.90 10.84 11.14 12.10 11.96 10.70 12.23 12.18 13.32 12.09
  33. Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS A contextualização aqui realizada, em diversas es- calas territoriais, num país continental como o Brasil, iluminou uma leitura mais detalhada dos impactos e das mudanças ocorridas na região do entorno imediato do complexo automotivo instalado pela STELLANTIS em Pernambuco e do desenvolvimento e consolidação da MOURA como maior fabricante de baterias da América do Sul, a partir do Agreste pernambucano. Os resultados revelados reafirmam a importância de políticas públicas de estímulo a iniciativas estrutu- rantes e de potencial transformador das realidades re- gionais e locais. Internacionalmente, políticas públicas de atração e expansão de investimentos estruturantes, como a de apoio federal regionalizado e do apoio estadual ao re- gime automotivo no Brasil recente, permanecem sendo adotadas, crescentemente em articulação com a valori- zação de iniciativas voltadas à inovação (exigidas como contrapartida, como o faz a legislação brasileira vigente no caso dos regimes automotivos regionais). No Brasil, dada a elevada carga tributária que ain- da incide sobre a indústria de transformação (cerca de 45% da carga total) e, posto que a Reforma Tributária não avançou, e que sua base industrial perdeu compe- titividade internacional e protagonismo como indutor do desenvolvimento nacional, e de sua herança de con- centração do segmento automotivo no Sudeste/Sul, se mantem a importância da adoção de tratamento dife- renciado para regiões e para segmentos industriais de alto poder de impacto e de transformação, em especial nos tempos presentes. Tal política pública é parte da ex- plicação pelo que o correu no parque automotivo bra- sileiro: enquanto fabricas antigas fechavam pais a fora, inclusive no Nordeste), a STELLANTIS e MOURA lidera- ram, em Pernambuco, uma experiência ousada e sintoni- zada com o ambiente de mudanças mundial. Pelo que se depreende das análises aqui realizadas, além dos fortes impactos tradicionais (no PIB, na renda, no emprego, na educação básica ...) o que ressalta como um diferencial no caso da presença do grupo STELLAN- TIS e do grupo MOURA é que eles atuam, hoje, no Nor- deste e em especial em Pernambuco, como estratégico agente de inovação. Este é um papel que tende a se firmar e a se ampliar no futuro próximo, visto que Pernambuco tem ativos re- levantes para contribuir para o enfrentamento do desa- fio de necessário e urgente reposicionamento brasileiro na economia mundial do século XXI. Os dados dos quadros 1 e 2, antes apresentados, confirmam iniciativas da STELLANTIS e da MOURA vol- tadas a construção de uma articulação promissora com a consistente base de Ciência, Tecnologia e Inovação es- tadual. Uma base universitária que neste estado se con- solidou como formadora de importante massa crítica de recursos humanos qualificados, reconhecida nacional- mente, em especial na área das engenharias e naquela das novas tecnologias de informação e comunicação. Por sua vez, a presença do ecossistema liderado pelo Porto Digital, onde se insere o CESAR, é um destacado ativo localizado em terras pernambucanas, reconhecido como um os principais ecossistemas desta natureza do Brasil e sintonizado desde cedo com o mundo. Assim, o papel de agente de inovação já exercido pela STELLANTIS e pelo grupo MOURA tende a se am- pliar, num futuro próximo. Em um contexto mundial no qual as mudanças cli- máticas e uma nova revolução tecnológica sinalizam para novos padrões de produção e de consumo, o seg- mento automotivo existente em Pernambuco, já é im- pulsionado por iniciativas disruptivas. O grupo STELLANTIS e o grupo MOURA sintoni- zam claramente nas suas atuações, em escala mundial,
  34. 34 Principais Impactos dos Setores Automotivo e Autopeças no Estado de Pernambuco REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BNB e IICA. Nordeste 2022 - Estudos Prospectivos – Documento Síntese, Fortaleza: Banco do Nordeste, 2014. 155 pg. (coordenado pela equipe da CEPLAN. DINIZ, Clelio Campolina. Desenvolvimento poligonal no Brasil: nem desconcentração, nem contínua polariza- ção. Nova Economia, [S. l.], v. 3, n. 1, 1993. CEPE – Socioeconomia pernambucana: mudanças e desafios. Tania Bacelar de Araujo e Tarcisio Paatricio de Araújo (organizadores), Recife, 2018. IPEA. Brasil, Brasis, reconfigurações territoriais da in- dústria no século XXI. MONTEIRO NETO, Aristides (org.), Brasília, 2021. com essas novas tendências e lideram mudanças rele- vantes. Em paralelo, se apresentam como agente poten- cializador da inserção de Pernambuco e do Nordeste nas tendências do século XXI. Como o faz o potencial já em exploração das energias limpas e renováveis (eó- lica, sola, biomassa e hidrogênio verde) que a região e o estado aproveitam e que Pernambuco tende a ampliar também na indústria automotiva. O carro do futuro passa pelo domínio do conhecimento em eletrificação, acumuladores (baterias) e software. Ao mesmo tempo, a STELANTIS se articula com ati- vos remanescentes construídos no entorno de antigos polos do setor automotivo na Bahia e Ceará, exercendo papel relevante na região. Cumpre, assim, o requisito essencial do regime automotivo regional que as políticas públicas buscam patrocinar nestes tempos desafiadores e se apresenta como um importante agente da construção do futuro, no estado e na região.
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