Este relatório descreve a visita à Casa de Vidro projetada por Lina Bo Bardi em São Paulo. A casa é construída sobre pilotis e caracterizada por grandes janelas de vidro e uso de materiais locais. O relatório destaca detalhes do projeto como a cozinha industrial e os quartos pequenos, refletindo a visão de Bardi sobre os espaços de convivência e dormitórios.
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
Relatório de Visita Técnica: Casa de Vidro
1. CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ
FACULDADE DE FILOSOFIA, CIENCIAS E LETRAS
RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA : CASA DE VIDRO, LINA BO BARDI
Autor(a): Izis Ferreira Paixão
Local da Atividade: Casa de Vidro: R. Gen. Almério de Moura, 200 - Vila
Morumbi, São Paulo - SP, 05690-080
Data de realização: 08/11/2014
Desenvolvimento do relatório: PASSEIO CENTENÁRIO LINA BO BARDI –
Visita à Casa de Vidro
Introdução:
Modernista, Achilina Bo chegou ao Brasil na década de 40, intitulando-se
brasileira em 1951 – mesmo ano em que é inaugurada sua primeira obra
construída, a Casa de Vidro.
No ano em que Lina Bo Bardi completa 100 anos, o curso de Arquitetura
e Urbanismo do Centro Universitário Fundação Santo André homenageia
aquela que participou de incontáveis projetos em teatro, arquitetura, cinema e
artes plásticas no Brasil e no exterior. Além de seu trabalho como arquiteta,
merece destaque sua talentosa atuação como designer de móveis, objetos e
joias, artista plástica, cenógrafa, curadora e organizadora de diversas
exposições e seu olhar sempre sensível à arte popular brasileira.
O Centro Universitário Fundação Santo André visitou três de suas
grandes obras arquitetônicas espalhadas pela cidade de São Paulo: a Casa de
Vidro, o SESC Pompéia e o MASP.
Situada no Morumbi, a residência vem a ser um enigma tanto pela sua
magnitude como construção quanto pelo jardim de arvores nativas brasileiras
que preserva.
2. Figura 1: Casa de Vidro - Lina Bo Bardi
Fonte: Acervo Pessoal, nov. 2014
Ao subir pela rampa que dá acesso a residência, já se percebe nos
muros e no galpão da garagem a utilização de materiais típicos da região –
característica alias que esta presente em quase todos os trabalhos realizados
pela italiana em solo brasileiro. No entanto, as pedras e retalhos de azulejos
que fazem parte da composição do jardim (que totaliza uma área de
aproximadamente 6 mil m², que anteriormente era uma chácara com ênfase na
plantação de ervas para chá), são organizadas de forma contemporânea,
devido a “casa de vidro” em si é uma obra completamente moderna, com linhas
retas e bem definidas.
Figura 2: Escada e Garagem, Casa de Vidro - Lina Bo Bardi
Fonte: Acervo Pessoal, nov. 2014
3. No final da rampa, próximo ao acesso a escada no vão sobre pilotis,
esta uma área de exposição de arte, onde os objetos escolhidos possuem uma
forte influencia de Pietro Maria Bardi que fez o acervo não só das obras de arte
que estão em toda a casa, mas também as pertencentes ao MASP.
Subindo as escadas feitas de ferro e concreto leve, adentramos a sala
seguida da biblioteca, onde as grandes janelas de vidro com abertura
horizontal tiveram que ser fixadas a construção devido à instabilidade da
residência, deixando somente seis janelas sem nenhum tipo de proteção
abertas.
Ainda referente às janelas, Lina foi contrariada tendo que colocar
cortinas devido a forte luz natural, assim como teve que desativar seus dois
espelhos d’agua por causa dos insetos do clima tropical brasileiro, explica a
orientadora do Instituto Bo Bardi.
Neste ambiente da residência, foi possível encontrar diversos croquis de
mobiliários, projetos arquitetônicos, vestimentas, joias, etc. de Lina Bo Bardi,
revelando sua grande capacidade criativa em diferentes vertentes da arte.
Figura 3: Croquis de Lina Bo Bardi
Fonte: Acervo Pessoal, nov. 2014
Anexada à sala de estar encontra-se a sala de jantar, seguida da
cozinha altamente equipada e industrial para a época, levando lá também
varias intervenções da arquiteta, como por exemplo, o uso do alumínio nas
bancadas da cozinha, uso esse que era feito somente nos hospitais da época.
4. Seguido pelo corredor os quartos de hospede e banheiro e a suíte do
casal, todos pequenos, pois para a arquiteta os ambientes comuns que
deveriam ser providos de maior espaço, e os dormitórios reduzidos.
A casa interiormente é revestida por tons claros, com exceção a cozinha
e a suíte, que tem do lado de dentro o verde e azul, respectivamente, e do
exterior o vermelho, as três cores predominantes na época.
O jardim é todo decorado por caminhos e pequenas trilhas de pedras,
que temporalizam o espaço e interveem no meio não construído, realizando
assim uma comunicação com o espaço materializado.
Figura 3: Foto comprobatória: Visita á Casa de Vidro
Fonte: Acervo Pessoal, nov. 2014
Em 1987, a Casa de Vidro foi tombada pelo CONDEPHAAT e depois
pelo IPHAN como patrimônio histórico.
5. Considerações finais:
Com uma visão modernista, a arquiteta italiana, contribuiu de maneira
significativa para a arquitetura e para o urbanismo brasileiro. Ao longo dos
anos, concebeu diversas obras não citadas neste relatório, tais como a Casa
da Cultura em Recife, Igreja do Espirito Santo em Uberlândia, tornando
obrigatória a sua visitação por arquitetos brasileiros ou internacionais devido a
sua importância como fonte de pesquisa de um importante período da nossa
arquitetura.