Este documento discute as relações entre servos, discípulos e amigos de Cristo. Jesus usou esses termos para definir nosso relacionamento com Ele, começando como servos, tornando-nos discípulos, e finalmente amigos. Também nos chama para sermos bons soldados na guerra espiritual, compreendendo nossa missão e lutando juntos pela igreja.
Aula de Apresentação do Seminário: SOBRE A IGREJA...
3ª Aula para Formação de Discipuladores
1. Terceira Aula Para Formação
De Discipuladores.
Ide Fazei Discípulos!
Jesus Cristo
2. Quero revisitar o tema da aula passada.
Pois percebi algum desconforto com o
conteúdo apresentado.
Deste modo quero rever, rapidamente com
vocês, a relação entre estes três termos:
SERVOS, DISCÍPULOS, AMIGOS e o
faremos a partir das palavras de Cristo
que se seguem:
3. “Um novo mandamento vos dou: Que vos
ameis uns aos outros; como eu vos amei a
vós, que também vós uns aos outros vos
ameis. Nisto todos conhecerão que sois
meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros.” (João 13. 34 e 35)
"Se vocês me amam, obedecerão aos meus
mandamentos" (João 14.15)
4. "Quem tem os meus mandamentos e lhes
obedece, esse é o que me ama. Aquele que
me ama será amado por meu Pai, e eu
também amarei e me revelarei a ele"
(João 14.21).
5. "Se alguém me ama, obedecerá à minha
palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a
ele e faremos morada nele. Aquele que não
me ama não obedece às minhas palavras.
Estas palavras que vocês estão ouvindo
não são minhas; são de meu Pai que me
enviou" (João 14.23-24).
6. “Ouvistes que eu vos disse: Vou, e venho
para vós. Se me amásseis, certamente
exultaríeis porque eu disse: Vou para o
Pai;” (João 14.28)
“Mas é para que o mundo saiba que eu
amo o Pai, e que faço como o Pai me
mandou.” (João 14.31)
“Eu sou a videira, vós as varas; quem está
em mim, e eu nele, esse dá muito fruto;
porque sem mim nada podeis fazer.”
(João 15.5)
7. "Nisto é glorificado meu Pai, que deis
muito fruto; e assim sereis meus discípulos.
Como o Pai me amou, também eu vos amei
a vós; permanecei no meu amor. Se vocês
obedecerem aos meus mandamentos,
permanecerão no meu amor, assim como
tenho obedecido aos mandamentos de meu
Pai e em seu amor permaneço"
(João 15. 8,9 e 10).
8. "Amem-se uns aos outros como eu os amei"
(João 15.12b).
“Ninguém tem maior amor do que este, de
dar alguém a sua vida pelos seus amigos.”
(João 15.13)
"Vocês serão meus amigos, se fizerem o
que eu lhes ordeno" (João 15.14).
9. “Já vos não chamarei servos-
escravos, porque o servo-escravo
não sabe o que faz o seu senhor;
mas tenho-vos chamado amigos,
porque tudo quanto ouvi de meu Pai
vos tenho feito conhecer.” (João
15.15)
10. Jesus usa três expressões para definir nosso
relacionamento com ele:
SERVO, DISCÍPULO E AMIGO.
Do ponto de vista humano, são palavras
que denotam uma ascensão. Começamos
como SERVOS (Jesus é o nosso Senhor),
tornamo-nos DISCÍPULOS (Jesus é o
nosso Mestre), para chegarmos a ser
AMIGOS (Jesus é Deus Conosco).
11. Na perspectiva humana há um continuum.
Há uma progressão. Há uma caminhada.
Quando chegamos a ser AMIGOS de Jesus,
entendemos que somos ao mesmo tempo
SERVOS e DISCÍPULOS. Não que esteja
de todo errado e, sim porque o assunto não
fecha. Há algo maior e mais profundo.
12. Pois o fato é que aos olhos de Jesus, são
palavras sinônimas, digo no sentido de que
aos olhos de Deus estes termos se misturam
porque os dois primeiros (servo; discípulo)
estão embevecidos pelo terceiro (amigo).
Lembro aos irmãos que o contexto no qual
essas palavras foram ditas nos ensinam que
o nosso modelo de relacionamento com
Jesus é o exemplo que Ele mesmo nos deu
com seu modo de relacionar-se com o Pai.
13. Sabemos que o relacionamento de Jesus
com Deus foi desenvolvido e sustentado
pelo perfeito amor mútuo e
pela absoluta unidade.
Ele recebia ordens do Pai, mas ambos
estavam em tal sintonia que estas ordens
não lhe vinham como imposições.
Porque amavam-se e amam-se.
14. Essa é a palavra chave que delineou todo
discurso de Jesus neste episódio e que
contêm suas últimas orientações para os
mesmos. O amor dele para com o pai; o
amor do pai para com ele. O amor do pai
para com os seus discípulos.
O amor dele para com os seus
servos-escravos e discípulos.
15. Isso é o que Jesus está dizendo
quando falou:
“Já vos não chamarei servos-escravos,
porque o servo-escravo não sabe o que faz
o seu senhor; mas tenho-vos chamado
amigos (AMADOS), porque tudo quanto
ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.”
16. Pois o termo que ele usa para designar
‘amigo’ é ‘philos’ (amor desapaixonado ou
dessexuado; amor pelo semelhante;
amizade)’ e não ‘hetairos’ (camarada,
companheiro, amigo) termo que só aparece
três vezes no NT, uma, inclusive, dita pelo
próprio Cristo à Judas antes de dar-lhe
o beijo da traição.
Todas as demais aparições do termo
‘amigo’ no português tem, em na sua
origem o termo ‘philos’ e suas variantes.
17. ‘Philos’ no NT aparece com três possíveis
significados. A saber:
Philos: é um amigo a quem se deve ,
basicamente, algum favor. Exemplo: Lucas
7: 6 E foi Jesus com eles; mas, quando já
estava perto da casa, enviou-lhe o
centurião uns amigos, dizendo-lhe: Senhor,
não te incomodes, porque não sou digno de
que entres debaixo do meu telhado.
18. Philos: é uma amizade que se estabelece
por interesses comuns, dignos ou não.
Exemplo: Lucas 16. 9 E eu vos digo:
Granjeai amigos com as riquezas da
injustiça; para que, quando estas vos
faltarem, vos recebam eles nos
tabernáculos eternos. João 19. 12 Desde
então Pilatos procurava soltá-lo; mas os
judeus clamavam, dizendo: Se soltas este,
não és amigo de César; qualquer que se faz
rei é contra César.
19. Philos: é também empregado como
expressão do amor de Deus para com os
ímpios. Exemplo: Lucas 7: 34 Veio o Filho
do homem, que come e bebe, e dizeis: Eis aí
um homem comilão e bebedor de vinho,
amigo (que ama os) dos publicanos e
pecadores.
Ama-os, embora sejam inimigos, assim
como Deus ama o mundo que o odeia
e o aborrece.
20. É sobre este amor que Jesus se refere aos
seus discípulos quando os chama de
‘amigos’. Tanto em Lucas 12.4 como em
João 15. 14, 15; o termo usado
é ‘philos’, amados.
Já não os chamo SERVOS, porque o servo
não sabe o que o seu senhor faz. Em vez
disso, eu os tenho chamado AMADOS,
porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes
tornei conhecido.
21. Essa foi a forma escolhida por Jesus
Cristo para se relacionar e tratar seus
servos – escravos, sim pois nosso
estado não muda. Eis o que sou:
servo-escravo, discípulo-amigo de
Cristo porque amado por Ele.
22. Mas não somente isso.
Eu também sou um soldado sobre a qual
recai a convocação Divina.
Leiamos alguns textos que nos ajudarão
compreender melhor este princípio:
23. Portanto, você, meu filho, fortifique-se na
graça que há em Cristo Jesus. E as coisas
que me ouviu dizer na presença de muitas
testemunhas, confie a homens fiéis que
sejam também capazes de ensinar a outros.
Suporte comigo os sofrimentos, como bom
soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado
se deixa envolver pelos negócios da vida
civil, já que deseja agradar aquele que o
alistou.
2 Timóteo 2:1-4
24. Quem serve como soldado às suas próprias
custas? Quem planta uma vinha e não
come do seu fruto? Quem apascenta um
rebanho e não bebe do seu leite? Pois,
embora vivamos como homens, não
lutamos segundo os padrões humanos
1ª Coríntios 9.7 e 2ª Coríntios 10.3
25. Sobre o bom soldado em 2ª Timóteo, John
Stott diz: Mas aqui o bom soldado de Jesus
é assim chamado por ser um homem
dedicado, que mostra sua dedicação por se
achar sempre disposto a sofrer e estando
permanentemente em guarda.
Bom soldado. Quando serei?
Quero propor algumas respostas:
26. Quando entender as implicações
do próprio termo:
O soldado, para ser bom, precisa conhecer e
ter convicção de sua missão: lutar, guerrear.
Reino de Deus não é diversão, não é
passatempo e muito menos existe para
auto-satisfação.
27. O soldado, para ser bom, precisa imprimir
total e excelente dedicação, prontidão,
compromisso e permanente
estado de alerta.
28. O soldado, para ser bom, deve desenvolver
sua missão com gratidão e honra àquele
que o arregimentou sempre buscando a
satisfação do seu comandante e não a auto-
satisfação ou a auto-realização.
29. O soldado, para ser bom, precisa conhecer
as guerras que tem de travar. Como
soldados de Cristo a bíblia nos informa que
estamos permanentemente inseridos em, ao
menos, três guerras:
Espiritual: Efésios 6: 12 Porque não temos
que lutar contra a carne e o sangue, mas,
sim, contra os principados, contra as
potestades, contra os príncipes das trevas
deste século, contra as hostes espirituais da
maldade, nos lugares celestiais.
30. Carnal: Gálatas 5: 16 e 17 Por isso digo:
vivam pelo Espírito, e de modo nenhum
satisfarão os desejos da carne. Pois a
carne deseja o que é contrário ao Espírito;
e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles
estão em conflito um com o outro, de modo
que vocês não fazem o que desejam.
31. Pela proclamação: 2ª Timóteo 2:9-11 Pelo
qual sofro a ponto de estar preso como
criminoso; contudo a palavra de Deus não
está presa. Por isso, tudo suporto por
causa dos eleitos, para que também eles
alcancem a salvação que está em Cristo
Jesus, com glória eterna. Esta palavra é
digna de confiança: Se morremos com ele,
com ele também viveremos; Ou ainda as
palavras de Pedro e João: não podemos
deixar de falar o que temos visto e ouvido.
32. O soldado, para ser bom, precisa entender que
guerra não se vence sozinho.
2ª Timóteo 1: 7, 8 e 2.3 Porque Deus não nos
deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de
amor, e de moderação. Portanto, não te
envergonhes do testemunho de nosso
SENHOR, nem de mim, que sou prisioneiro
seu; antes participa das aflições do evangelho
segundo o poder de Deus. Sofre, pois, comigo,
as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.
Eis o papel fundamental e insubstituível da
Igreja que é o exército de Cristo na terra.
33. Por fim: o soldado, para ser bom, precisa
entender que ele não luta em causa própria.
Filipenses 3:8 E, na verdade, tenho
também por perda todas as coisas, pela
excelência do conhecimento de Cristo
Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda
de todas estas coisas, e as considero como
escória, para que possa ganhar a Cristo...
34. 1ª Coríntios 9:16-23 Se eu pregar o
Evangelho, não tenho de que me gloriar,
pois me é imposta essa obrigação: ai de
mim se não anunciar o Evangelho.
Se faço isto de vontade própria, tenho
galardão; mas se não é de vontade própria,
apenas se me tem confiado o ofício de
despenseiro.
35. Qual é, pois, o meu galardão? É que,
anunciando o Evangelho, eu o faça sem
preço, para não usar em absoluto do meu
direito no Evangelho.
Pois sendo eu livre de todos, fiz-me escravo
de todos, para ganhar maior número.
36. Para os judeus tornei-me como judeu, a fim
de ganhar os judeus; para os que estão
debaixo da Lei, como se eu estivesse
debaixo da Lei (não me achando eu
debaixo da Lei), a fim de ganhar os que
estão debaixo da Lei;
para os que estão sem lei, como se eu
estivesse sem lei (não me achando eu sem a
lei de Deus, mas sob a lei de Cristo), a fim
de ganhar os que estão sem lei;
37. para os fracos tornei-me como fraco, a fim
de ganhar os fracos; tornei-me tudo para
todos, para de todo e qualquer modo salvar
alguns.Tudo faço por causa do Evangelho,
para dele tornar-me coparticipante.
Que Deus nos abençoe e que nesta guerra
para geração de discípulos sejamos
achados como bons
soldados de Cristo.
38. A igreja de Cristo precisa de
DISCIPULADORES que
estejam igualmente preparados,
dispostos e disponíveis para o
cumprimento de outras missões.
Esta é uma lei que não pode
ser desprezada.