Fundamentos de Sociologia Unidade II

H

Sociologia Unidade II

Fundamentos de
Sociologia Aplicada às
Organizações
Fundamentos de Sociologia Unidade II
Material teórico
Positivismo, Marxismo e Sociologia Compreensiva
Fundamentos de Sociologia Unidade II
Positivismo, Marxismo e
Sociologia Compreensiva
Atenção
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.
Nessa unidade, vamos tratar do tema “Positivismo,
Marxismo e Sociologia Compreensiva”.
Trataremos do “Positivismo”: primeiro modelo teórico
aplicado ao estudo da sociedade e dos fenômenos sociais.
O Positivismo tem grande importância para o
pensamento social no Brasil, pois muito influenciou alguns de
nossos pensadores, principalmente, os do século XIX e início do
século XX.
Trataremos também do tema “Marxismo”, não só uma
das mais expressivas correntes teóricas dentro das Ciências
Humanas, não apenas da Sociologia; mas indubitavelmente da
mais significativa força política que ascendeu da nova ordem
industrial da primeira para a segunda metade do século XIX.
Já a parte final, que trata de Max Weber, aborda um
nome de grande importância dentro do pensamento social.
Suas contribuições teóricas criaram as bases da Sociologia
moderna, juntamente com Durkheim e Marx.
O Positivismo e os Primeiros Movimentos Sociológicos
Quando falamos em pensamento sociológico, podemos dizer que a primeira corrente
teórica sistematizada foi o positivismo, para demonstrar e definir a particularidade do estudo
científico da sociedade, distinguindo-se das demais ciências existentes e definindo os
contornos de uma nova ciência, cujo objeto primordial anunciava-se como a sociedade. Com
isso, o positivismo definiu o objeto, o método e os conceitos fundamentais da nova disciplina.
A sociologia desenvolveu-se quando a racionalidade das ciências naturais alcançava status de
substituta da religião e da tradição na explicação do mundo e da realidade, trata-se do
chamado cientificismo.
O cientificismo caracteriza-se pela crença no poder absoluto, e praticamente
exclusivo, da razão humana para compreender a realidade e traduzi-la sob a
forma de leis naturais. Tais leis representariam regras para o funcionamento e
desenvolvimento da natureza e do ser humano. “O emprego sistemático da
razão, do livre exame da realidade, representou um grande avanço para
libertar o conhecimento do controle teológico, da tradição e da ‘revelação’”...
(MARTINS, 1990, P. 18)
Podemos dizer que o positivismo foi, enquanto teoria que propôs uma ciência da
sociedade fundada a partir de um modelo científico natural, fruto do movimento iluminista,
mesmo frente ao fato de seu principal formulador, Auguste Comte, vê-lo como reação às
ideias revolucionárias do Iluminismo.
Foi provavelmente o francês Condorcet (1753 -1794) o primeiro a formular a proposta
de uma ciência da sociedade estruturada conforme o modelo das ciências naturais, uma
matemática social, isto é, precisa, numérica e rigorosa que permitiria um conhecimento
verdadeiramente objetivo dos fatos sociais. Segundo Condorcet, toda ciência e conhecimento
sobre a sociedade, até então, estiveram submetidos aos interesses e preconceitos das classes
poderosas. Esta seria uma marca do positivismo, já colocada por Condorcet, a ciência da
sociedade, assim como as ciências naturais, deveria desvencilhar-se das paixões e dos
interesses, elementos que perturbam a produção do conhecimento.
O primeiro a utilizar o termo positivo ao tratar dessa nova ciência, ao propor uma
ciência positiva, foi Saint-Simon (1760-1825), discípulo direto de Condorcet do qual
apreendeu parte de suas principais ideias. Saint-Simon buscou inspiração em outra ciência
natural que se destacava no período, a biologia; por sua vez, sua ciência da sociedade teria
por modelo a fisiologia, uma espécie de fisiologia social.
Material Teórico
A ideia de que a ciência e a razão seriam capazes de captar a dinâmica das sociedades
e de que existiriam leis naturais regulando seu desenvolvimento vai ganhando força durante o
século XVIII e, aos poucos, minando os antigos princípios de autoridade oriundos da tradição
e da religião. Neste momento, diversos pensadores conservadores, voltados a restabelecer o
passado, consideram que o caos e a ausência de moralidade e solidariedade que as
sociedades nascidas das duas grandes revoluções (francesa e industrial) revelavam eram fruto
do enfraquecimento das antigas instituições protetoras, destacadamente a Igreja, que haviam
promovido e sustentado a estabilidade e a coesão social anteriores.
Comte e o Positivismo
A transição do positivismo de concepção crítica e de oposição à ordem estabelecida
para filosofia da ordem e da harmonia social completou-se com Auguste Comte (1798-1857).
Discípulo direto de Saint-Simon em seus primeiros anos de estudo, rompeu com seu mestre
por considerá-lo, juntamente com Condorcet, demasiadamente crítico e negativo. Na
concepção comteana, o pensamento teria que ser totalmente positivo, não havendo dimensão
crítica ou negativa na análise social, acreditando que Condorcet não descobriu, como ele fez,
as leis da sociologia devido a sua postura e preconceitos revolucionários.
Comte, com o positivismo, foi o primeiro a sistematizar o pensamento sociológico,
definindo seu objeto, estabelecendo conceitos e métodos de investigação. Acreditava no
poder exclusivo da razão, sua capacidade de conhecer a realidade e traduzi-la na forma de
leis naturais; tais leis permitiriam regular e controlar o comportamento e a vida humana.
Inicialmente, Comte denominou a sociologia de física social, sob a influência do êxito e
reconhecimento obtidos pelas ciências naturais, aplicando seus métodos de investigação às
ciências da sociedade.
Fonte: HULTON DEUTSCH/Stock Photos
Ao promover a Revolução
Francesa com a qual
alcança o almejado poder
político a burguesia deixa
de ser uma classe
revolucionária para se
tornar a classe dominante
na França.
A desordem e a anarquia
social denunciada por
diversos pensadores
correspondem aos novos
conflitos gerados agora
entre a burguesia e o
proletariado.
Conforme indicou Löwy (1985), são três as ideias principais do positivismo:
1. A hipótese fundamental de que a sociedade humana é regulada por leis naturais,
portanto, invariáveis e independentes da vontade e da ação humana. Assim como a lei
da gravidade, não é possível impedir ou modificar as leis da sociedade. Deste modo, “o
que reina na sociedade é uma harmonia semelhante à da natureza, uma espécie de
harmonia natural” (LÖWY, 1985, p. 36)
2. Em consequência da primeira hipótese, os métodos e procedimentos para se conhecer
a sociedade são exatamente os mesmos utilizados para conhecer a natureza.
3. Assim como as ciências da natureza são ciências objetivas, neutras, livres de juízos de
valor, também as ciências da sociedade devem funcionar segundo este modelo de
objetividade científica
A idéia fundamental do método positivista é de que a ciência só pode ser objetiva e
verdadeira quando eliminar totalmente qualquer interferência de preconceitos e prenoções.
Para os positivistas, portanto, as ciências sociais não teriam vínculo com classes
sociais, posições políticas ou ideologias.
Ao estudar a história da humanidade para compreender melhor as leis que regulam seu
desenvolvimento, Comte, herdeiro das idéias de Condorcet de que a humanidade está em
permanente desenvolvimento ou evolução, formulou o que chama de lei fundamental,
“Essa lei consiste em que cada uma de nossas concepções principais, cada
ramo de nossos conhecimentos, passa sucessivamente por três estados de
históricos diferentes: estado teológico ou fictício, estado metafísico ou abstrato,
estado científico ou positivo. Em outros termos, o espírito humano, por sua
natureza, emprega sucessivamente, em cada uma de suas investigações, três
métodos de filosofar, cujo caráter é essencialmente diferente e mesmo
radicalmente oposto (...) Daí três sortes de filosofia que se excluem
mutuamente: a primeira é o ponto de partida necessário da inteligência
humana; a terceira, seu estado fixo e definitivo; a segunda, unicamente
destinada a servir de transição” (COMTE, 1983, p. 4)
Para Comte, nesta evolução do pensamento e das ciências a Sociologia representa o
ápice do desenvolvimento, o coroamento do pensamento científico, é a ciência capaz de
coordenar e condensar o saber das demais ciências. De acordo com a lei dos três estados,
portanto, todas as ciências e o espírito humano desenvolvem-se a partir de três fases, são
eles:
• Estado teológico: neste momento, a explicação da realidade ocorreria a partir da
crença na intervenção de seres sobrenaturais, exercedo papel relevante de coesão
social.
• Estado metafísico: a metafísica impõe o abstrato na explicação dos fatos, não a
natureza, bem como a argumentação no lugar da imaginação. O espírito metafísico
corresponderia à substituição dos reis pelos juristas, compreende-se a sociedade como
originária de um contrato.
• Estado positivo: neste momento do desenvolvimento das ciências ocorreria a
subordinação da imaginação e da argumentação à observação dos fatos concretos.
Cada observação deveria, necessariamente, corresponder a um fato.
Para Comte, representando os novos interesses da burguesia interessada na ordem, as
sociedades européias estavam em estado de profundo “caos social”. Crítico das idéias
iluministas, viu nelas o “veneno da desintegração social”, ou seja, ideias iluministas, na
sociedade industrial, somente poderiam levar à desunião entre os homens. Para superar esta
situação seria necessário atingir e estabelecer definitivamente o “estado positivo”, deixando
para trás os preconceitos e noções equivocadas, fruto da imaginação ou do fervor religioso, e
estabelecendo definitivamente o domínio da ciência e da razão.
De acordo com Comte, com a supremacia do estado positivo e da ciência estabelece-se
como consenso que não deve haver liberdade de consciência com relação às questões sociais.
Assim como na física, na matemática e na biologia, cabe aos sábios determinar os princípios.
Aos sociólogos cabe a análise isenta da realidade e a elaboração das medidas necessárias à
sociedade, ao Estado cabe a execução destas medidas.
HULTON DEUTSCH/Stock Photos
Comte vê os estados
teológico e metafísico
como etapas necessárias
ao desenvolvimento da
humanidade, mas sua
perpetuação causa
entraves à ciência e ao
verdadeiro conhecimento
do real
O estado positivo
deve estabelecer sua
superioridade
Durkheim: Fatos Sociais, Solidariedade e Coesão
Mesmo com o reconhecimento devido a Comte por sua contribuição para a instituição
da Sociologia enquanto ciência, foi sem dúvida Émile Durkheim (1858-1917) um dos
pensadores que mais contribuiu para a consolidação da Sociologia como ciência empírica e
para sua instauração no meio acadêmico, tornando-se o primeiro professor universitário dessa
disciplina. Ele é referência metodológica obrigatória de boa parte da literatura positivista na
área das ciências sociais.
A Sociologia pode ser definida, segundo Durkheim, como a ciência das instituições, da
sua gênese e do seu funcionamento. Na fase positivista que marca o início de sua produção,
considera que, para tornar-se uma ciência autônoma, essa esfera do conhecimento precisava
delimitar seu objeto próprio, os fatos sociais e o método adequado a sua observação.
Definir e descrever um método próprio à sociologia, capaz de tornar o conhecimento
da vida social científico, superando as dificuldades do senso comum, permeado pela
interferência das tradições e valores pré-científicos, foi uma das primeiras preocupações do
autor. Tal método deveria ser semelhante ao adotado nas ciências naturais, contudo, com as
adaptações necessárias ao reino social. Com base em suas experiências práticas na
observação da realidade social, Durkheim elaborou regras para a observação dos fatos sociais,
são elas:
• Considerar os fatos sociais como coisas
• Afastar os preconceitos e as noções pré-concebidas
• Definir previamente tais fatos pelos caracteres exteriores que lhes são comuns
• Considerá-los sem tomar em consideração suas manifestações individuais
Fatos sociais compreendem “toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer
sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma
sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações
individuais que possa ter”, (DURKHEIM, 1971, p. 11).
Alguns aspectos permitem caracterizar um fato social. Primeiro, são “maneiras de agir,
de pensar e de sentir que apresentam a propriedade marcante de existir fora das consciências
individuais” (DURKHEIM, 1971, p. 2), ou seja, são exteriores ao indivíduo, definidos fora dele
e independentes de sua existência, têm por substrato a sociedade, são práticas, crenças e
modos de agir que existem antes do indivíduo nascer e continuarão a existir após sua morte.
Descrevê-los pelos seus
caracteres exteriores que
possam ser descritos
pela observação
Segundo, são capazes de se impor às consciências individuais, “são também dotados
de um poder imperativo e coercitivo, em virtude do qual se lhe impõe, quer queira, quer não.
Não há dúvida de que esta coerção não se faz sentir, ou é muito pouco sentida quando com
ela me conformo de bom grado, pois então torna-se inútil” (DURKHEIM,1971, p.2). Fatos
sociais, portanto, se impõem aos membros da sociedade, sendo a coerção maior ou menor
conforme a resistência que se opõe aos mesmos.
Assim, pois, o fato social é algo dotado de vida própria, externo aos membros da
sociedade e que exerce sobre seus corações e mentes uma autoridade que os leva a agir, a
pensar e a sentir de determinadas maneiras. É por isto que o “reino social” está sujeito a leis
específicas e necessita de um método próprio para ser conhecido, diferentemente do que
acontece no “reino psicológico” que pode ser entendido por meio da introspecção.
Da perspectiva do autor, a sociedade não é o resultado de um somatório dos
indivíduos vivos que a compõem ou de uma mera justaposição de suas consciências. Ações e
sentimentos particulares, ao serem associados, combinados e fundidos, fazem nascer algo
novo e exterior àquelas consciências e às suas manifestações. A sociedade, então, mais do
que uma soma, é uma síntese e, por isso, não se encontra em cada um desses elementos,
assim como os diferentes aspectos da vida não se acham decompostos nos átomos contidos
na célula: a vida está no todo e não nas partes.
Segundo Durkheim, todos possuem duas consciências: uma individual, que é única a
cada indivíduo e lhe coloca problemas de ordem individual; outra coletiva ou comum,
caracterizada como um conjunto de idéias, sentimentos e hábitos que exprimem em cada
indivíduo o grupo do qual faz parte.
Essa consciência comum ou coletiva corresponde ao “conjunto das crenças e dos
sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade [que] forma um sistema
determinado que tem vida própria” (DURKHEIM, 1983, p. 52), isto é, independente dos
indivíduos
Os laços que unem os membros entre si e ao próprio grupo constituem a solidariedade,
a qual pode ser orgânica ou mecânica; de acordo com o tipo de sociedade cuja coesão
procuram garantir. Quando a personalidade individual quase inexiste, quando os indivíduos
se identificam uns com os outros por semelhanças mútuas sentindo-se atraídos para
manterem-se unidos, ocorre entre eles aquilo de Durkheim denomina solidariedade
mecânica.
Em sociedades onde se desenvolve a divisão do trabalho a unidade do organismo é
maior quanto maior é a individualidade das partes, isto é, uma solidariedade mais forte e
efetiva surge da interdependência entre os membros da sociedade. À esta solidariedade, na
qual cada membro individual executa uma função para a manutenção do todo, Durkheim deu
o nome de solidariedade orgânica.
O Marxismo
Pode-se dizer que no final da primeira metade do séc. XIX, particularmente no ano de
1848 com a publicação do “Manifesto do Partido Comunista”, dos alemães Karl Marx (1818-
1883) e Friedrich Engels (1820-1895), tenha se desenvolvido o que posteriormente seria
nominado como marxismo.
A obra é uma espécie de divisor de águas no pensamento de Marx, marcando o fim de
um longo período de reflexões filosóficas (desde a elaboração de sua tese de
doutoramento: "Diferenças da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro", defendida em
1841 na Universidade de Berlim); para uma etapa de estudos políticos.
Nesta segunda fase, Marx resolveu um antigo problema na cisão entre idealistas (que
pensavam modelos ideais de sociedade, por exemplo), e materialistas (alicerçados nas
condições materiais de transformação das sociedades), propondo aquilo que definiu como
práxis: a ação transformadora da realidade, rumo à concretização da idealidade. Obviamente,
o ideal vicejado por Marx só se constituiria, em sua teoria, diante das possibilidades materiais
de tornar-se real.
Portrait of Karl Marx
Karl Marx (1818-1883), German political philosopher,
author of Das Kapital.
Imagem: © Bettmann/CORBIS
Data da Fotografia ca. 19th century
Coleção Bettmann
Friedrich Engels Working in His Office
Título original: Illustration of Friedrich Engels (1820-
1895), German socialist philosopher. Undated.
Imagem: © Bettmann/CORBIS
Data de Criação ca. 1880's
Coleção Bettmann
Com base nisso, Marx, nesta fase, centrou seus esforços na crítica política ao modelo
de sociedade vigente ao seu tempo, perscrutando suas raízes mais longínquas na História da
humanidade para defender um modelo de sociedade que superaria os antagonismos de suas
precedentes, levando o Homem ao desenvolvimento máximo de suas potencialidades.
Sendo assim, há uma dimensão fundamentalmente sociológica na elaboração teórica
de Marx, pois lançou as bases do marxismo que, para além da Sociologia, constituiu um dos
mais significativos cabedais teóricos da contemporaneidade. Serviu tanto como instrumento
para organização da classe trabalhadora e para o surgimento dos partidos políticos de
esquerda em todo o mundo, como para influenciar revoluções sociais como a Revolução
Chinesa e a Russa, por exemplo; e, ainda, para conformar uma intelectualidade engajada com
a transformação da realidade social em nome dos menos favorecidos, aquela que se
denomina: marxista.
O princípio fundamental do marxismo é o materialismo, ou seja, a única realidade seria
a matéria e suas forças, em transformação contínua. Sendo assim, a matéria, para Marx, não
consistiria em uma composição estática, inerte, mas em constante movimento e
transformação.
De fato, o princípio já estava na filosofia pré-socrática (estudada pelo “jovem Marx”),
no materialista Heráclito de Éfaso (540 a.C. - 470 a.C.) e seu célebre exemplo de que um
homem nunca se banharia no mesmo rio duas vezes, pois, na segunda vez, nem as águas do
rio seriam as mesmas, nem o homem permaneceria o mesmo. Para ele, tudo flui.
Materialismo Econômico
Para Marx, a base econômica seria determinante para o desenvolvimento das
sociedades.
Sua visão contrapôs-se à de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831, foi professor
e reitor da Universidade de Berlim, onde Marx estudou), para quem “as idéias determinam
todas as condições da sociedade”; para Marx e Engels “a economia determina inclusive as
idéias”, sendo assim, para o marxismo “a economia molda a sociedade”.
Marx entendia que as relações econômicas de produção de determinada sociedade
permitiriam compreender todos os seus demais aspectos. Para isso, focou sua análise nos
modos de produção, a partir dos quais se conformariam os demais aspectos da vida social, de
forma adaptativa ao sistema econômico vigente.
O estudo dos processos tecnológicos empreendidos nas atividades produtivas, a divisão
do trabalho decorrente da organização da produção, a estratificação social resultante da
divisão do trabalho, a distribuição dos bens e produtos, seu consumo, a própria organização
social, a remuneração da mão-de-obra, o regime de propriedade e as leis que legitimam essas
relações, são elementos fundamentais para a compreensão das sociedades.
Segundo esta visão, a estrutura econômica exerceria um papel determinante no
processo de transformação das sociedades humanas. Dela adviriam mudanças no cotidiano
dessas sociedades, moldando seus aspectos político-ideológicos e culturais, pois se constituiria
fundamentalmente das próprias formas de relação de produção que as regeriam.
A transformação das sociedades estaria, portanto, intrinsecamente relacionada com o
movimento de suas estruturas econômicas, ou seja, com a forma como o Homem interfere na
natureza para atender as suas necessidades de sobrevivência.
Materialismo Histórico
Para Marx, as sociedades, ao longo da História, também estariam em perene
transformação, conforme vimos, determinadas pelas mudanças em sua base econômica.
Essas transformações se dariam por meio de uma marcha triática, ou seja, a partir de
três elementos: tese, antítese e síntese. Essa formulação advém de uma re-apropriação que
Marx fez da dialética proposta por Hegel, daí dizer-se: da dialética hegeliana.
O movimento se daria da seguinte forma: tudo o que existe na natureza constitui tese;
porque tudo está em movimento (como vimos), tudo o que existe em natureza se transforma,
em especial, em direção ao seu oposto (exemplo: a madeira se transforma naturalmente de
forma a deixar de ser madeira, quando começa a se decompor), a esse contrário, que nega a
tese, chamamos de antítese (anti+tese); o choque da tese com seu contrário (ou suas
contradições, como no exemplo dado, de a madeira naturalmente se decompor), teria como
resultado a síntese, ou seja, algo novo (uma matéria nova, no exemplo dado, produto da
decomposição da madeira).
Essa mesma lógica verifica-se, segundo Marx, na mudança das sociedades, que
também se decompõem e se transformam em algo novo. Essas transformações seriam
determinadas, como vimos, pela base econômica. Sendo assim, uma base econômica
determinada, como o capitalismo, por exemplo (ao tempo de Marx, que era o tempo da
industrialização), seria a tese dessa sociedade: o chamado modo de produção capitalista. Seus
antagonismos ou contradições, ou seja, sua antítese, seriam exatamente as condições de
penúria e extrema exploração vivida pelo proletariado, a classe trabalhadora nas fábricas. No
momento em que o proletariado não suportasse mais sua condição de exploração e se
voltasse contra o explorador - a burguesia -, ocorreria o choque que produziria um novo
modo de produção, ou seja, a síntese.
Sendo assim, a expressão do materialismo histórico seria a luta de classes: o momento
de choque entre uma classe dominante (cuja ordem seria a tese) e as classes dominadas (cuja
condição de exploração seria antítese).
Com base na dialética hegeliana (tese + antítese = síntese), Marx elaborou sua teoria
explicativa sobre a sucessão dos modos de produção da vida social: “Todo modo de
produção já traz em si o germe que provocará sua deterioração e o surgimento de um modo
de produção novo”, tendo como motor dessas transformações a “luta de classes”.
Para Marx, a luta de classes seria então o motor da História, da transformação da base
econômica das sociedades e, assim sendo, das próprias sociedades.
A origem da divisão da sociedade em classes sociais estaria na
propriedade privada dos meios de produção.
No momento em que um indivíduo se outorga proprietário de
um determinado meio de produção, como a terra, por exemplo, ele se
distingue de todos os demais que não são proprietários. Decorre daí a
divisão do trabalho social, entre os proprietários dos meios de produção
e aqueles que são proprietários apenas de sua força de trabalho. Trata-
se, para Marx, de uma relação fundamentalmente de exploração, na
qual há exploradores e explorados. Percebemos então que, segundo
essa perspectiva, a divisão do trabalho social determina papéis e identidades sociais e,
segundo o marxismo, estão na base das desigualdades, por parte daqueles que são
proprietários dos meios de produção e expropriam a força de trabalho alheia.
Em determinado momento, então, essa condição de exploração se tornaria de tal
forma insuportável que adviria daí a consciência dessa condição, chamada por Marx de
“consciência de classe”: o combustível necessário para ativar a luta de classes, o motor das
transformações sociais subsequentes.
Revolução Social
A luta de classes encontra expressão máxima na forma da revolução social, que então
cria a nova ordem de produção, síntese do velho e do novo.
Trata-se da síntese dialética que vimos em Hegel e depois em Marx: a nova ordem já
trás em si o germe de sua ruína, suas contradições internas que provocarão a antítese, que em
choque com a tese gerarim a síntese (o novo).
Tese X Antítese = Síntese
(o que existe) (suas contradições) o novo
MEIOS DE PRODUÇÃO:
São os meios necessários
para garantir a existência
material do Homem, como a
terra e os instrumentos /
ferramentas para a
transformação da natureza
naquilo que possa saciar as
necessidades humanas (uma
enxada, um arado, uma
máquina numa indústria, por
exemplo).
A história da humanidade seria então a história da luta de classes, e a luta de classes
dependeria por sua vez da consciência de classe. Sendo assim, compreende-se porque para
Marx “a violência é a parteira das novas sociedades”.
A revolução como expressão da luta de classes, dada pelas contradições do
CAPITALISMO (expressão máxima da exploração a que teriam chegado as relações entre
proprietários dos meios de produção e proprietários de sua força de trabalho), levaria ao
SOCIALISMO (propriedade dos meios de produção centradas no Estado), fase transitória para
o COMUNISMO (ausência de propriedade privada dos meios de produção e, com isso,
ausência de relações de exploração).
Estrutura Social
A estrutura social, no marxismo, é formada pelas relações de produção: o fator
econômico é portanto o determinante fundamental na configuração das sociedades, pois o
papel do indivíduo na sociedade advém do papel que desempenha na divisão do trabalho
social.
As relações de produção determinariam as formas de consciência, organizações
políticas, religião, lei, filosofia, ciência, arte, literatura e até mesmo a moralidade.
Nessa perspectiva, o Estado (que não fosse o Socialista) seria a superestrutura criada a
serviço da classe dominante, proprietária dos meios de produção, para manter essas relações
inalteradas em favor dos dominadores.
A Sociologia Compreensiva de Max Weber
Max Weber é um nome de grande importância dentro do pensamento social. Suas
contribuições teóricas criaram as bases da Sociologia moderna, juntamente com Durkheim e
Marx. O estudo do seu pensamento vai possibilitar a aquisição de uma importante ferramenta
na compreensão das ações humanas e das sociedades.
Para Weber, o objeto da sociologia é a ação social. A ação social é a conduta humana
à qual o próprio agente associa um sentido. É aquela ação orientada subjetivamente pelo
agente levando em conta a resposta ou a reação de outros indivíduos. É preciso ver o que
Weber entende por sentido. Ele estava mais preocupado com enfatizar que o sentido é aquele
subjetivamente visado pelo agente e não um sentido correto da ação ou algum sentido
definido como verdadeiro. Interessa, enfim, aquele sentido que se manifesta em ações
concretas e que envolve um motivo sustentado pelo agente como fundamento da sua ação.
Para Weber, a sociologia é uma ciência voltada para a compreensão interpretativa da ação
social, para sua explicação causal e para seus efeitos (COHN, 2003).
Em Economia e sociedade, Weber distingue quatro tipos de ação social:
1) ação racional em relação a um fim (por exemplo, o desempregado que procura um
emprego);
2) ação racional em relação a um valor (quando o sujeito age racionalmente não para
alcançar um resultado, mas para permanecer fiel a um valor, como no caso do capitão
que vai a pique com o navio que afunda ao invés de abandoná-lo);
3) ação afetiva (aquela ditada pela emoção ou pelo humor do agente);
4) ação tradicional (aquela ditada por hábitos, costumes e crenças). Esses tipos de ação
encontram-se mais ou menos mesclados na vida social, mas sua classificação é
necessária para se poder interpretar a vida social (REALE; ANTISERI, 2003).
O conceito de motivo permite estabelecer uma ponte entre o sentido da ação social e
a compreensão dessa ação por parte do cientista social. Do ponto de vista do agente, o
motivo é o fundamento da ação. Para o sociólogo, cuja tarefa é compreender essa ação, a
reconstrução do motivo é fundamental, porque, da sua perspectiva, ele figura como a causa
da ação (COHN, 2003).
A tarefa do cientista social é descobrir os possíveis sentidos das ações humanas
presentes na realidade social que lhe interesse estudar. O sentido, por um lado, é expressão da
motivação individual. O caráter social da ação individual decorre da interdependência dos
indivíduos. Uma pessoa age sempre em função de sua motivação e da consciência de agir em
relação a outras pessoas. Por outro lado, a ação social gera efeitos sobre a realidade em que
ocorre. Muitas vezes, tais efeitos escapam ao controle e à previsão do agente (COSTA, 1998).
Ao cientista social compete captar o sentido produzido pelos diversos agentes em todas
as suas conseqüências. As relações que o cientista estabelece entre motivos e ações sociais
revelam as diversas instâncias da ação social – políticas, econômicas ou religiosas (COSTA,
1998).
Weber distinguiu a ação social da relação social. Para ele, a relação social é uma
ação cujo sentido é compartilhado pelos agentes envolvidos nessa ação. Por exemplo, um
sujeito que pede uma informação a outro estabelece uma ação social: ele tem um motivo e
age em relação a outro indivíduo, mas tal motivo não é compartilhado. Numa sala de aula,
onde o objetivo da ação dos vários agentes é compartilhado, existe uma relação social
(COSTA, 1998).
O cientista, como todo indivíduo em ação, também age guiado por seus motivos, sua
cultura, sua tradição, sendo impossível descartar as suas pré-noções. Existe sempre uma
parcialidade na análise sociológica, como em toda forma de conhecimento. As preocupações
do cientista orientam a seleção e a relação entre os elementos da realidade a ser analisada. Os
fatos sociais não são coisas, mas acontecimentos que o cientista percebe e cujas causas
procura desvendar. Uma vez iniciado o estudo, este deve se conduzir pela busca da maior
objetividade na análise dos acontecimentos. A realização da tarefa científica não deve entrar
em conflito com as crenças e as idéias pessoais do cientista. O que garante a cientificidade de
uma explicação é o seu método. Weber lembra que, embora os acontecimentos sociais
possam ser quantificáveis, a análise do social envolve sempre uma questão de qualidade,
interpretação, subjetividade e compreensão (COSTA, 1998).
Metodologia Weberiana
As reflexões metodológicas de Weber têm uma clara dívida com a filosofia do
Iluminismo. O ponto de partida e de chegada da sua análise é o indivíduo. Weber considerava
o indivíduo e a sua ação como uma unidade básica. Ele incorporou o problema da
compreensão da ação social em sua abordagem sociológica e chamou sua sociologia de
sociologia compreensiva ou interpretativa (GERTH; WRIGHT MILLS, 1971).
Para poder compreender os fenômenos sociais, Weber propôs um instrumento
metodológico que chamou de tipo ideal. Trata-se de uma construção teórica abstrata a partir
dos casos particulares analisados. O cientista constrói um modelo pelo estudo das diversas
manifestações particulares do fenômeno, acentuando aquilo que lhe pareça característico
desse mesmo fenômeno (COSTA, 1998). Para Weber, o tipo ideal “obtém-se pela acentuação
unilateral de um ou de vários pontos de vista e encadeando uma quantidade de fenômenos
isolados, difusos e discretos, existentes que se encontram ora em grande número, ora em
pequeno número, por vezes até ausentes, que se ordenam segundo aqueles pontos de vista
unilateralmente evidenciados, em um quadro conceitual homogêneo. Em sua pureza
conceitual, esse quadro nunca poderá ser encontrado empiricamente na realidade: ele é uma
utopia. E ao trabalho histórico se apresenta a tarefa de verificar, em cada caso individual, a
maior ou menor distância da realidade daquele quadro ideal” (Apud REALE; ANTISERI,
2003, p. 473).
O tipo ideal não existe na realidade. É um instrumento de análise científica, uma
construção do pensamento que permite conceituar fenômenos sociais e identificar na
realidade observada suas manifestações. Pode-se ver que o tipo ideal é instrumento
metodológico de pesquisa. Com ele, construímos um quadro ideal (por exemplo, de
protestantismo, de economia urbana, de capitalismo, da Igreja, de dominação, etc.) para
depois com ele medir ou comparar com a realidade efetiva, controlando a sua proximidade
ou o seu distanciamento em relação ao modelo. Resumidamente, pode-se dizer que: 1) o tipo
ideal não se identifica com a realidade, não a reflete nem a expressa; 2) ao contrário, em sua
idealidade, o tipo ideal se afasta da realidade efetiva para afirmar melhor os seus diversos
aspectos; 3) o tipo ideal não deve ser confundido com avaliação ou valor; 4) o tipo ideal,
repetindo, pretende ser instrumento metodológico, os conceitos típicos-ideais são
uniformidades limites (REALE; ANTISERI, 2003).
Positivismo
ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins Fontes,
2002.
COMTE, Auguste. Discurso sobre o espírito positivo. São Paulo: Martins Fontes, 1990.
RIBEIRO, João. O que é positivismo. São Paulo: Brasiliense, 1996.
Sobre a influência e importância do Positivismo no Brasil os seguintes textos podem ser
consultados:
BOSI, Alfredo. O positivismo no Brasil: uma ideologia de longa duração. Disponível on-
line em: http://www.machadodeassis.org.br/abl/media/prosa43c.pdf
LINS, Ivan. História do positivismo no Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
1967.
Marxismo
No site da Biblioteca Virtual de História do Marxismo no Brasil, da Universidade
Federal de Minas Gerais e da Pontífice Universidade Católica de Minas Geraos, é possível
acessar os clássicos do marxismo, em formato digital, no link:
http://www.fafich.ufmg.br/marxismo/ .
O Centro de Estudos Marxistas (CEMARX) da Universidade Estadual de Campinas
mantém uma publicação intitulada “Revista Crítica Marxista”, no site:
http://www.unicamp.br/cemarx/criticamarxista/.
Indico ainda os filmes, disponíveis no Youtube:
• A Teoria Marxista - http://www.youtube.com/watch?v=bjIuO1EMR7E&feature=related
• Alienação - http://www.youtube.com/watch?v=n2vFecjCNWs&feature=related
Material Complementar
Weber
Para conhecer a biografia de Weber acesse o site:
• http://www.culturabrasil.pro.br/weber.htm
Para conhecer um pouco mais do pensamento de Weber acesse o site:
• http://www.cejur.ufpr.br/revista/artigos/001-2sem-2006/artigo-02.pdf
• http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao/article/view/45/42
• http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
93131996000200004&script=sci_arttext&tlng=en
Assista ao vídeo:
• http://www.youtube.com/watch?v=hSHsMEpNyHU
• http://www.youtube.com/watch?v=BYp6uZpdP3Q&feature=related
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
Anotações
Fundamentos de Sociologia Unidade II
Fundamentos de Sociologia Unidade II
Fundamentos de Sociologia Unidade II

Recomendados

Augusto comte e o positivismo von
Augusto comte e o positivismoAugusto comte e o positivismo
Augusto comte e o positivismoManoel Antonio Fernandes
6.8K views27 Folien
Positivismo de Augusto Comte von
Positivismo de Augusto ComtePositivismo de Augusto Comte
Positivismo de Augusto ComteRoger Pimentel
31.3K views23 Folien
Resumo O que é positivismo von
Resumo O que é positivismoResumo O que é positivismo
Resumo O que é positivismoRosely Silva
4.5K views3 Folien
Positivismo - Comte von
Positivismo - ComtePositivismo - Comte
Positivismo - ComteEduarda Monteiro
600 views7 Folien
Augusto comte e o positivismo von
Augusto comte e o positivismoAugusto comte e o positivismo
Augusto comte e o positivismoFatima Freitas
85.1K views18 Folien
Augusto comte von
Augusto comteAugusto comte
Augusto comteprofmariaclarasilva
402 views9 Folien

Más contenido relacionado

Was ist angesagt?

Slide positivismo von
Slide positivismoSlide positivismo
Slide positivismoPET-PEDAGOGIA2012
10K views9 Folien
Comte x durkheim 14 von
Comte x durkheim 14Comte x durkheim 14
Comte x durkheim 14Mayana Marcolino
1.2K views10 Folien
Auguste comte von
Auguste comteAuguste comte
Auguste comteG. Gomes
20.2K views14 Folien
Positivismo 35 tp von
Positivismo 35 tpPositivismo 35 tp
Positivismo 35 tpAlexandre Misturini
1.3K views13 Folien
Positivismo no brasil von
Positivismo no brasilPositivismo no brasil
Positivismo no brasilBruno Marangoni
49.5K views10 Folien
Filosofia positivismo 33 mp von
Filosofia  positivismo 33 mpFilosofia  positivismo 33 mp
Filosofia positivismo 33 mpAlexandre Misturini
1.4K views8 Folien

Was ist angesagt?(20)

Auguste comte von G. Gomes
Auguste comteAuguste comte
Auguste comte
G. Gomes20.2K views
Positivismo von yakuro
PositivismoPositivismo
Positivismo
yakuro5.4K views
7 positivismo comte slide von Erica Frau
7 positivismo comte slide7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slide
Erica Frau10.2K views
O positivismo no brasil von Rosely Silva
O positivismo no brasilO positivismo no brasil
O positivismo no brasil
Rosely Silva3.2K views
*A lei dos três estados von Asriel Silva
*A lei dos três estados*A lei dos três estados
*A lei dos três estados
Asriel Silva6.2K views
Positivismo e a sociologia em augusto comte st von Lucio Braga
Positivismo e a sociologia em augusto comte  stPositivismo e a sociologia em augusto comte  st
Positivismo e a sociologia em augusto comte st
Lucio Braga4.2K views

Destacado

Fundamentos de sociologia Unidade III von
Fundamentos de sociologia Unidade IIIFundamentos de sociologia Unidade III
Fundamentos de sociologia Unidade IIIHarutchy
1.2K views22 Folien
Fundamentos de Sociologia Unidade I von
Fundamentos de Sociologia Unidade IFundamentos de Sociologia Unidade I
Fundamentos de Sociologia Unidade IHarutchy
1.5K views22 Folien
Apresentação Cyro Bernardes cap. 2 von
Apresentação  Cyro Bernardes cap. 2Apresentação  Cyro Bernardes cap. 2
Apresentação Cyro Bernardes cap. 2luciaguaranys
3.4K views14 Folien
Sociologia aplicada a administraçao von
Sociologia aplicada a administraçaoSociologia aplicada a administraçao
Sociologia aplicada a administraçaoCicilha Costa
3.1K views13 Folien
Conceitos básicos de sociologia.filé von
Conceitos básicos de sociologia.filéConceitos básicos de sociologia.filé
Conceitos básicos de sociologia.filéFabio Salvari
10K views10 Folien
Conceitos básicos de sociologia von
Conceitos básicos de sociologiaConceitos básicos de sociologia
Conceitos básicos de sociologiaGilmar Rodrigues
33K views13 Folien

Destacado(7)

Fundamentos de sociologia Unidade III von Harutchy
Fundamentos de sociologia Unidade IIIFundamentos de sociologia Unidade III
Fundamentos de sociologia Unidade III
Harutchy1.2K views
Fundamentos de Sociologia Unidade I von Harutchy
Fundamentos de Sociologia Unidade IFundamentos de Sociologia Unidade I
Fundamentos de Sociologia Unidade I
Harutchy1.5K views
Apresentação Cyro Bernardes cap. 2 von luciaguaranys
Apresentação  Cyro Bernardes cap. 2Apresentação  Cyro Bernardes cap. 2
Apresentação Cyro Bernardes cap. 2
luciaguaranys3.4K views
Sociologia aplicada a administraçao von Cicilha Costa
Sociologia aplicada a administraçaoSociologia aplicada a administraçao
Sociologia aplicada a administraçao
Cicilha Costa3.1K views
Conceitos básicos de sociologia.filé von Fabio Salvari
Conceitos básicos de sociologia.filéConceitos básicos de sociologia.filé
Conceitos básicos de sociologia.filé
Fabio Salvari10K views
Sociologia - Relações Sociais von Paulo Alexandre
Sociologia - Relações SociaisSociologia - Relações Sociais
Sociologia - Relações Sociais
Paulo Alexandre34.4K views

Similar a Fundamentos de Sociologia Unidade II

O DESAFIO DO CONHECIMENTO Pesquisa Qualitativa em Saúde von
O DESAFIO DO CONHECIMENTO Pesquisa Qualitativa em Saúde O DESAFIO DO CONHECIMENTO Pesquisa Qualitativa em Saúde
O DESAFIO DO CONHECIMENTO Pesquisa Qualitativa em Saúde larissa930699
66 views23 Folien
6. apostila de sociologia von
6. apostila de sociologia6. apostila de sociologia
6. apostila de sociologiaNoel Anderley Dos Santos
2.2K views17 Folien
Sociologia unidade II von
Sociologia unidade IISociologia unidade II
Sociologia unidade IIjoao paulo
3.2K views4 Folien
As origens e os principais teóricos da sociologia von
As origens e os principais teóricos  da sociologiaAs origens e os principais teóricos  da sociologia
As origens e os principais teóricos da sociologiaLucio Oliveira
5.9K views63 Folien
Sociologia auguste comte e o positivismo-2019-e6bc2d32e51a3c42b46ec0afb1a959d7 von
Sociologia auguste comte e o positivismo-2019-e6bc2d32e51a3c42b46ec0afb1a959d7Sociologia auguste comte e o positivismo-2019-e6bc2d32e51a3c42b46ec0afb1a959d7
Sociologia auguste comte e o positivismo-2019-e6bc2d32e51a3c42b46ec0afb1a959d7ssuser0fbd94
114 views8 Folien
Comte von
ComteComte
ComteEvandro Calisto
565 views12 Folien

Similar a Fundamentos de Sociologia Unidade II(20)

O DESAFIO DO CONHECIMENTO Pesquisa Qualitativa em Saúde von larissa930699
O DESAFIO DO CONHECIMENTO Pesquisa Qualitativa em Saúde O DESAFIO DO CONHECIMENTO Pesquisa Qualitativa em Saúde
O DESAFIO DO CONHECIMENTO Pesquisa Qualitativa em Saúde
larissa93069966 views
Sociologia unidade II von joao paulo
Sociologia unidade IISociologia unidade II
Sociologia unidade II
joao paulo3.2K views
As origens e os principais teóricos da sociologia von Lucio Oliveira
As origens e os principais teóricos  da sociologiaAs origens e os principais teóricos  da sociologia
As origens e os principais teóricos da sociologia
Lucio Oliveira5.9K views
Sociologia auguste comte e o positivismo-2019-e6bc2d32e51a3c42b46ec0afb1a959d7 von ssuser0fbd94
Sociologia auguste comte e o positivismo-2019-e6bc2d32e51a3c42b46ec0afb1a959d7Sociologia auguste comte e o positivismo-2019-e6bc2d32e51a3c42b46ec0afb1a959d7
Sociologia auguste comte e o positivismo-2019-e6bc2d32e51a3c42b46ec0afb1a959d7
ssuser0fbd94114 views
Aula sobre sociologia clássica von josiwedig1
Aula sobre sociologia clássicaAula sobre sociologia clássica
Aula sobre sociologia clássica
josiwedig1191 views
Ciencias sociais power point[1][1][1] von 161912
Ciencias sociais   power point[1][1][1]Ciencias sociais   power point[1][1][1]
Ciencias sociais power point[1][1][1]
1619128.2K views
Os Clássicos da Sociologia (Émile Durkheim) von e neto
Os Clássicos da Sociologia (Émile Durkheim)Os Clássicos da Sociologia (Émile Durkheim)
Os Clássicos da Sociologia (Émile Durkheim)
e neto18.5K views
Revisao comte durkheimweber von joao paulo
Revisao comte durkheimweberRevisao comte durkheimweber
Revisao comte durkheimweber
joao paulo1.3K views
Sociologia positivismo, marxismo e sociologia compreensiva von Daniele Rubim
Sociologia   positivismo, marxismo e sociologia compreensivaSociologia   positivismo, marxismo e sociologia compreensiva
Sociologia positivismo, marxismo e sociologia compreensiva
Daniele Rubim28.5K views
Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014 von Douglas Barreto
Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014
Sociologia geral e jurídica - Perspectivas Teóricas 2014
Douglas Barreto531 views
O que é sociologia- Jéssica Markline von Marklin's lady
O que é sociologia- Jéssica MarklineO que é sociologia- Jéssica Markline
O que é sociologia- Jéssica Markline
Marklin's lady460 views
O que é sociologia- Jéssica Markline von Marklin's lady
O que é sociologia- Jéssica MarklineO que é sociologia- Jéssica Markline
O que é sociologia- Jéssica Markline
Marklin's lady347 views

Más de Harutchy

Comex e tecnologia von
Comex e tecnologiaComex e tecnologia
Comex e tecnologiaHarutchy
419 views2 Folien
Inovacao e difusão von
Inovacao e difusãoInovacao e difusão
Inovacao e difusãoHarutchy
1.2K views24 Folien
Mudança tecnológica e tipos de inovações von
Mudança tecnológica e tipos de inovaçõesMudança tecnológica e tipos de inovações
Mudança tecnológica e tipos de inovaçõesHarutchy
917 views2 Folien
Kondratieff, Schumpeter e correntes de inovação von
Kondratieff, Schumpeter e correntes de inovaçãoKondratieff, Schumpeter e correntes de inovação
Kondratieff, Schumpeter e correntes de inovaçãoHarutchy
927 views22 Folien
Pós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicas von
Pós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicasPós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicas
Pós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicasHarutchy
502 views2 Folien
Panorama histórico inovação von
Panorama histórico inovaçãoPanorama histórico inovação
Panorama histórico inovaçãoHarutchy
200 views1 Folie

Más de Harutchy(20)

Comex e tecnologia von Harutchy
Comex e tecnologiaComex e tecnologia
Comex e tecnologia
Harutchy419 views
Inovacao e difusão von Harutchy
Inovacao e difusãoInovacao e difusão
Inovacao e difusão
Harutchy1.2K views
Mudança tecnológica e tipos de inovações von Harutchy
Mudança tecnológica e tipos de inovaçõesMudança tecnológica e tipos de inovações
Mudança tecnológica e tipos de inovações
Harutchy917 views
Kondratieff, Schumpeter e correntes de inovação von Harutchy
Kondratieff, Schumpeter e correntes de inovaçãoKondratieff, Schumpeter e correntes de inovação
Kondratieff, Schumpeter e correntes de inovação
Harutchy927 views
Pós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicas von Harutchy
Pós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicasPós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicas
Pós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicas
Harutchy502 views
Panorama histórico inovação von Harutchy
Panorama histórico inovaçãoPanorama histórico inovação
Panorama histórico inovação
Harutchy200 views
Gestão da Inovação von Harutchy
Gestão da InovaçãoGestão da Inovação
Gestão da Inovação
Harutchy138 views
Planejamento de marketing Unidade IV von Harutchy
Planejamento de marketing Unidade IVPlanejamento de marketing Unidade IV
Planejamento de marketing Unidade IV
Harutchy706 views
Conceitos centrais de marketing Unidade II von Harutchy
Conceitos centrais de marketing Unidade IIConceitos centrais de marketing Unidade II
Conceitos centrais de marketing Unidade II
Harutchy775 views
Marketing Unidade I von Harutchy
Marketing Unidade IMarketing Unidade I
Marketing Unidade I
Harutchy794 views
Ambientes mercadológicos Unidade III von Harutchy
Ambientes mercadológicos Unidade IIIAmbientes mercadológicos Unidade III
Ambientes mercadológicos Unidade III
Harutchy444 views
Teoria da comunicação unidade vi von Harutchy
Teoria da comunicação unidade viTeoria da comunicação unidade vi
Teoria da comunicação unidade vi
Harutchy621 views
Gestão ambiental unidade VI von Harutchy
Gestão ambiental unidade VIGestão ambiental unidade VI
Gestão ambiental unidade VI
Harutchy2.4K views
Fundamentos de Sociologia Unidade VI von Harutchy
Fundamentos de Sociologia Unidade VIFundamentos de Sociologia Unidade VI
Fundamentos de Sociologia Unidade VI
Harutchy1.3K views
Teoria da comunicação Unidade V von Harutchy
Teoria da comunicação Unidade VTeoria da comunicação Unidade V
Teoria da comunicação Unidade V
Harutchy1K views
Gestão Ambiental Unidade V von Harutchy
Gestão Ambiental Unidade VGestão Ambiental Unidade V
Gestão Ambiental Unidade V
Harutchy3.1K views
Fundamentos de Sociologia Unidade V von Harutchy
Fundamentos de Sociologia Unidade VFundamentos de Sociologia Unidade V
Fundamentos de Sociologia Unidade V
Harutchy1.1K views
Teoria da comunicação Unidade IV von Harutchy
Teoria da comunicação Unidade IVTeoria da comunicação Unidade IV
Teoria da comunicação Unidade IV
Harutchy686 views
Gestão ambiental Unidade IV von Harutchy
Gestão ambiental Unidade IVGestão ambiental Unidade IV
Gestão ambiental Unidade IV
Harutchy2.5K views
Fundamentos de sociologia Unidade IV von Harutchy
Fundamentos de sociologia Unidade IVFundamentos de sociologia Unidade IV
Fundamentos de sociologia Unidade IV
Harutchy1.1K views

Último

4. No vídeo “Cadela aprende libras para entender comando dos donos” foi apres... von
4. No vídeo “Cadela aprende libras para entender comando dos donos” foi apres...4. No vídeo “Cadela aprende libras para entender comando dos donos” foi apres...
4. No vídeo “Cadela aprende libras para entender comando dos donos” foi apres...IntegrareAcademy2
19 views3 Folien
2. Qual a teologia no discurso dos opressores? (Is 36:18-20): von
2. Qual a teologia no discurso dos opressores? (Is 36:18-20):2. Qual a teologia no discurso dos opressores? (Is 36:18-20):
2. Qual a teologia no discurso dos opressores? (Is 36:18-20):azulassessoriaacadem3
83 views2 Folien
Feliz Ano Novo von
Feliz Ano NovoFeliz Ano Novo
Feliz Ano NovoLucas Araujo
29 views60 Folien
- Qual é a relação entre planejamento e dimensão investigativa no trabalho do... von
- Qual é a relação entre planejamento e dimensão investigativa no trabalho do...- Qual é a relação entre planejamento e dimensão investigativa no trabalho do...
- Qual é a relação entre planejamento e dimensão investigativa no trabalho do...azulassessoriaacadem3
27 views2 Folien
Comunicação e Relações Interpessoais.ppt von
Comunicação e Relações Interpessoais.pptComunicação e Relações Interpessoais.ppt
Comunicação e Relações Interpessoais.pptIvoPereira42
121 views23 Folien
Agora é o momento de estudarmos sobre a história da sua futura profissão, par... von
Agora é o momento de estudarmos sobre a história da sua futura profissão, par...Agora é o momento de estudarmos sobre a história da sua futura profissão, par...
Agora é o momento de estudarmos sobre a história da sua futura profissão, par...IntegrareAcademy2
44 views2 Folien

Último(20)

4. No vídeo “Cadela aprende libras para entender comando dos donos” foi apres... von IntegrareAcademy2
4. No vídeo “Cadela aprende libras para entender comando dos donos” foi apres...4. No vídeo “Cadela aprende libras para entender comando dos donos” foi apres...
4. No vídeo “Cadela aprende libras para entender comando dos donos” foi apres...
2. Qual a teologia no discurso dos opressores? (Is 36:18-20): von azulassessoriaacadem3
2. Qual a teologia no discurso dos opressores? (Is 36:18-20):2. Qual a teologia no discurso dos opressores? (Is 36:18-20):
2. Qual a teologia no discurso dos opressores? (Is 36:18-20):
- Qual é a relação entre planejamento e dimensão investigativa no trabalho do... von azulassessoriaacadem3
- Qual é a relação entre planejamento e dimensão investigativa no trabalho do...- Qual é a relação entre planejamento e dimensão investigativa no trabalho do...
- Qual é a relação entre planejamento e dimensão investigativa no trabalho do...
Comunicação e Relações Interpessoais.ppt von IvoPereira42
Comunicação e Relações Interpessoais.pptComunicação e Relações Interpessoais.ppt
Comunicação e Relações Interpessoais.ppt
IvoPereira42121 views
Agora é o momento de estudarmos sobre a história da sua futura profissão, par... von IntegrareAcademy2
Agora é o momento de estudarmos sobre a história da sua futura profissão, par...Agora é o momento de estudarmos sobre a história da sua futura profissão, par...
Agora é o momento de estudarmos sobre a história da sua futura profissão, par...
MAPA - SSOC - FUNDAMENTOS TEÓRICO-FILOSÓFICOS DO SERVIÇO SOCIAL - 54/2023 von IntegrareAcademy2
MAPA - SSOC - FUNDAMENTOS TEÓRICO-FILOSÓFICOS DO SERVIÇO SOCIAL - 54/2023MAPA - SSOC - FUNDAMENTOS TEÓRICO-FILOSÓFICOS DO SERVIÇO SOCIAL - 54/2023
MAPA - SSOC - FUNDAMENTOS TEÓRICO-FILOSÓFICOS DO SERVIÇO SOCIAL - 54/2023
Ao longo da história, ocorreram inúmeros movimentos que foram modificando as ... von IntegrareAcademy2
Ao longo da história, ocorreram inúmeros movimentos que foram modificando as ...Ao longo da história, ocorreram inúmeros movimentos que foram modificando as ...
Ao longo da história, ocorreram inúmeros movimentos que foram modificando as ...
Paulino Silva - BSC - III Jornadas Contabilidade ISCAP - Slideshare.pdf von Paulino Silva
Paulino Silva - BSC - III Jornadas Contabilidade ISCAP - Slideshare.pdfPaulino Silva - BSC - III Jornadas Contabilidade ISCAP - Slideshare.pdf
Paulino Silva - BSC - III Jornadas Contabilidade ISCAP - Slideshare.pdf
Paulino Silva35 views
Para essa atividade, identifique e descreva detalhadamente três técnicas ampl... von azulassessoriaacadem3
Para essa atividade, identifique e descreva detalhadamente três técnicas ampl...Para essa atividade, identifique e descreva detalhadamente três técnicas ampl...
Para essa atividade, identifique e descreva detalhadamente três técnicas ampl...
LISTE cinco condições clínicas e para cada uma delas CITE as metas/objetivos ... von azulassessoriaacadem3
LISTE cinco condições clínicas e para cada uma delas CITE as metas/objetivos ...LISTE cinco condições clínicas e para cada uma delas CITE as metas/objetivos ...
LISTE cinco condições clínicas e para cada uma delas CITE as metas/objetivos ...
Agora é o momento de estudarmos sobre a história da sua futura profissão, par... von azulassessoriaacadem3
Agora é o momento de estudarmos sobre a história da sua futura profissão, par...Agora é o momento de estudarmos sobre a história da sua futura profissão, par...
Agora é o momento de estudarmos sobre a história da sua futura profissão, par...
A partir daí o programa deverá informar a quantidade de seguranças. von IntegrareAcademy2
A partir daí o programa deverá informar a quantidade de seguranças.A partir daí o programa deverá informar a quantidade de seguranças.
A partir daí o programa deverá informar a quantidade de seguranças.
Esse trabalho consiste em desenvolver um programa em linguagem. von IntegrareAcademy2
Esse trabalho consiste em desenvolver um programa em linguagem.Esse trabalho consiste em desenvolver um programa em linguagem.
Esse trabalho consiste em desenvolver um programa em linguagem.
Slides Lição 10, Central Gospel, o divórcio e a quebra de uma aliança.pptx von LuizHenriquedeAlmeid6
Slides Lição 10, Central Gospel, o divórcio e a quebra de uma aliança.pptxSlides Lição 10, Central Gospel, o divórcio e a quebra de uma aliança.pptx
Slides Lição 10, Central Gospel, o divórcio e a quebra de uma aliança.pptx
Questões Geografia de Sergipe.pptx von Matheus Costa
Questões Geografia de Sergipe.pptxQuestões Geografia de Sergipe.pptx
Questões Geografia de Sergipe.pptx
Matheus Costa14 views

Fundamentos de Sociologia Unidade II

  • 3. Material teórico Positivismo, Marxismo e Sociologia Compreensiva
  • 5. Positivismo, Marxismo e Sociologia Compreensiva Atenção Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. Nessa unidade, vamos tratar do tema “Positivismo, Marxismo e Sociologia Compreensiva”. Trataremos do “Positivismo”: primeiro modelo teórico aplicado ao estudo da sociedade e dos fenômenos sociais. O Positivismo tem grande importância para o pensamento social no Brasil, pois muito influenciou alguns de nossos pensadores, principalmente, os do século XIX e início do século XX. Trataremos também do tema “Marxismo”, não só uma das mais expressivas correntes teóricas dentro das Ciências Humanas, não apenas da Sociologia; mas indubitavelmente da mais significativa força política que ascendeu da nova ordem industrial da primeira para a segunda metade do século XIX. Já a parte final, que trata de Max Weber, aborda um nome de grande importância dentro do pensamento social. Suas contribuições teóricas criaram as bases da Sociologia moderna, juntamente com Durkheim e Marx.
  • 6. O Positivismo e os Primeiros Movimentos Sociológicos Quando falamos em pensamento sociológico, podemos dizer que a primeira corrente teórica sistematizada foi o positivismo, para demonstrar e definir a particularidade do estudo científico da sociedade, distinguindo-se das demais ciências existentes e definindo os contornos de uma nova ciência, cujo objeto primordial anunciava-se como a sociedade. Com isso, o positivismo definiu o objeto, o método e os conceitos fundamentais da nova disciplina. A sociologia desenvolveu-se quando a racionalidade das ciências naturais alcançava status de substituta da religião e da tradição na explicação do mundo e da realidade, trata-se do chamado cientificismo. O cientificismo caracteriza-se pela crença no poder absoluto, e praticamente exclusivo, da razão humana para compreender a realidade e traduzi-la sob a forma de leis naturais. Tais leis representariam regras para o funcionamento e desenvolvimento da natureza e do ser humano. “O emprego sistemático da razão, do livre exame da realidade, representou um grande avanço para libertar o conhecimento do controle teológico, da tradição e da ‘revelação’”... (MARTINS, 1990, P. 18) Podemos dizer que o positivismo foi, enquanto teoria que propôs uma ciência da sociedade fundada a partir de um modelo científico natural, fruto do movimento iluminista, mesmo frente ao fato de seu principal formulador, Auguste Comte, vê-lo como reação às ideias revolucionárias do Iluminismo. Foi provavelmente o francês Condorcet (1753 -1794) o primeiro a formular a proposta de uma ciência da sociedade estruturada conforme o modelo das ciências naturais, uma matemática social, isto é, precisa, numérica e rigorosa que permitiria um conhecimento verdadeiramente objetivo dos fatos sociais. Segundo Condorcet, toda ciência e conhecimento sobre a sociedade, até então, estiveram submetidos aos interesses e preconceitos das classes poderosas. Esta seria uma marca do positivismo, já colocada por Condorcet, a ciência da sociedade, assim como as ciências naturais, deveria desvencilhar-se das paixões e dos interesses, elementos que perturbam a produção do conhecimento. O primeiro a utilizar o termo positivo ao tratar dessa nova ciência, ao propor uma ciência positiva, foi Saint-Simon (1760-1825), discípulo direto de Condorcet do qual apreendeu parte de suas principais ideias. Saint-Simon buscou inspiração em outra ciência natural que se destacava no período, a biologia; por sua vez, sua ciência da sociedade teria por modelo a fisiologia, uma espécie de fisiologia social. Material Teórico
  • 7. A ideia de que a ciência e a razão seriam capazes de captar a dinâmica das sociedades e de que existiriam leis naturais regulando seu desenvolvimento vai ganhando força durante o século XVIII e, aos poucos, minando os antigos princípios de autoridade oriundos da tradição e da religião. Neste momento, diversos pensadores conservadores, voltados a restabelecer o passado, consideram que o caos e a ausência de moralidade e solidariedade que as sociedades nascidas das duas grandes revoluções (francesa e industrial) revelavam eram fruto do enfraquecimento das antigas instituições protetoras, destacadamente a Igreja, que haviam promovido e sustentado a estabilidade e a coesão social anteriores. Comte e o Positivismo A transição do positivismo de concepção crítica e de oposição à ordem estabelecida para filosofia da ordem e da harmonia social completou-se com Auguste Comte (1798-1857). Discípulo direto de Saint-Simon em seus primeiros anos de estudo, rompeu com seu mestre por considerá-lo, juntamente com Condorcet, demasiadamente crítico e negativo. Na concepção comteana, o pensamento teria que ser totalmente positivo, não havendo dimensão crítica ou negativa na análise social, acreditando que Condorcet não descobriu, como ele fez, as leis da sociologia devido a sua postura e preconceitos revolucionários. Comte, com o positivismo, foi o primeiro a sistematizar o pensamento sociológico, definindo seu objeto, estabelecendo conceitos e métodos de investigação. Acreditava no poder exclusivo da razão, sua capacidade de conhecer a realidade e traduzi-la na forma de leis naturais; tais leis permitiriam regular e controlar o comportamento e a vida humana. Inicialmente, Comte denominou a sociologia de física social, sob a influência do êxito e reconhecimento obtidos pelas ciências naturais, aplicando seus métodos de investigação às ciências da sociedade. Fonte: HULTON DEUTSCH/Stock Photos Ao promover a Revolução Francesa com a qual alcança o almejado poder político a burguesia deixa de ser uma classe revolucionária para se tornar a classe dominante na França. A desordem e a anarquia social denunciada por diversos pensadores correspondem aos novos conflitos gerados agora entre a burguesia e o proletariado.
  • 8. Conforme indicou Löwy (1985), são três as ideias principais do positivismo: 1. A hipótese fundamental de que a sociedade humana é regulada por leis naturais, portanto, invariáveis e independentes da vontade e da ação humana. Assim como a lei da gravidade, não é possível impedir ou modificar as leis da sociedade. Deste modo, “o que reina na sociedade é uma harmonia semelhante à da natureza, uma espécie de harmonia natural” (LÖWY, 1985, p. 36) 2. Em consequência da primeira hipótese, os métodos e procedimentos para se conhecer a sociedade são exatamente os mesmos utilizados para conhecer a natureza. 3. Assim como as ciências da natureza são ciências objetivas, neutras, livres de juízos de valor, também as ciências da sociedade devem funcionar segundo este modelo de objetividade científica A idéia fundamental do método positivista é de que a ciência só pode ser objetiva e verdadeira quando eliminar totalmente qualquer interferência de preconceitos e prenoções. Para os positivistas, portanto, as ciências sociais não teriam vínculo com classes sociais, posições políticas ou ideologias. Ao estudar a história da humanidade para compreender melhor as leis que regulam seu desenvolvimento, Comte, herdeiro das idéias de Condorcet de que a humanidade está em permanente desenvolvimento ou evolução, formulou o que chama de lei fundamental, “Essa lei consiste em que cada uma de nossas concepções principais, cada ramo de nossos conhecimentos, passa sucessivamente por três estados de históricos diferentes: estado teológico ou fictício, estado metafísico ou abstrato, estado científico ou positivo. Em outros termos, o espírito humano, por sua natureza, emprega sucessivamente, em cada uma de suas investigações, três métodos de filosofar, cujo caráter é essencialmente diferente e mesmo radicalmente oposto (...) Daí três sortes de filosofia que se excluem mutuamente: a primeira é o ponto de partida necessário da inteligência humana; a terceira, seu estado fixo e definitivo; a segunda, unicamente destinada a servir de transição” (COMTE, 1983, p. 4) Para Comte, nesta evolução do pensamento e das ciências a Sociologia representa o ápice do desenvolvimento, o coroamento do pensamento científico, é a ciência capaz de coordenar e condensar o saber das demais ciências. De acordo com a lei dos três estados, portanto, todas as ciências e o espírito humano desenvolvem-se a partir de três fases, são eles:
  • 9. • Estado teológico: neste momento, a explicação da realidade ocorreria a partir da crença na intervenção de seres sobrenaturais, exercedo papel relevante de coesão social. • Estado metafísico: a metafísica impõe o abstrato na explicação dos fatos, não a natureza, bem como a argumentação no lugar da imaginação. O espírito metafísico corresponderia à substituição dos reis pelos juristas, compreende-se a sociedade como originária de um contrato. • Estado positivo: neste momento do desenvolvimento das ciências ocorreria a subordinação da imaginação e da argumentação à observação dos fatos concretos. Cada observação deveria, necessariamente, corresponder a um fato. Para Comte, representando os novos interesses da burguesia interessada na ordem, as sociedades européias estavam em estado de profundo “caos social”. Crítico das idéias iluministas, viu nelas o “veneno da desintegração social”, ou seja, ideias iluministas, na sociedade industrial, somente poderiam levar à desunião entre os homens. Para superar esta situação seria necessário atingir e estabelecer definitivamente o “estado positivo”, deixando para trás os preconceitos e noções equivocadas, fruto da imaginação ou do fervor religioso, e estabelecendo definitivamente o domínio da ciência e da razão. De acordo com Comte, com a supremacia do estado positivo e da ciência estabelece-se como consenso que não deve haver liberdade de consciência com relação às questões sociais. Assim como na física, na matemática e na biologia, cabe aos sábios determinar os princípios. Aos sociólogos cabe a análise isenta da realidade e a elaboração das medidas necessárias à sociedade, ao Estado cabe a execução destas medidas. HULTON DEUTSCH/Stock Photos Comte vê os estados teológico e metafísico como etapas necessárias ao desenvolvimento da humanidade, mas sua perpetuação causa entraves à ciência e ao verdadeiro conhecimento do real O estado positivo deve estabelecer sua superioridade
  • 10. Durkheim: Fatos Sociais, Solidariedade e Coesão Mesmo com o reconhecimento devido a Comte por sua contribuição para a instituição da Sociologia enquanto ciência, foi sem dúvida Émile Durkheim (1858-1917) um dos pensadores que mais contribuiu para a consolidação da Sociologia como ciência empírica e para sua instauração no meio acadêmico, tornando-se o primeiro professor universitário dessa disciplina. Ele é referência metodológica obrigatória de boa parte da literatura positivista na área das ciências sociais. A Sociologia pode ser definida, segundo Durkheim, como a ciência das instituições, da sua gênese e do seu funcionamento. Na fase positivista que marca o início de sua produção, considera que, para tornar-se uma ciência autônoma, essa esfera do conhecimento precisava delimitar seu objeto próprio, os fatos sociais e o método adequado a sua observação. Definir e descrever um método próprio à sociologia, capaz de tornar o conhecimento da vida social científico, superando as dificuldades do senso comum, permeado pela interferência das tradições e valores pré-científicos, foi uma das primeiras preocupações do autor. Tal método deveria ser semelhante ao adotado nas ciências naturais, contudo, com as adaptações necessárias ao reino social. Com base em suas experiências práticas na observação da realidade social, Durkheim elaborou regras para a observação dos fatos sociais, são elas: • Considerar os fatos sociais como coisas • Afastar os preconceitos e as noções pré-concebidas • Definir previamente tais fatos pelos caracteres exteriores que lhes são comuns • Considerá-los sem tomar em consideração suas manifestações individuais Fatos sociais compreendem “toda maneira de agir fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter”, (DURKHEIM, 1971, p. 11). Alguns aspectos permitem caracterizar um fato social. Primeiro, são “maneiras de agir, de pensar e de sentir que apresentam a propriedade marcante de existir fora das consciências individuais” (DURKHEIM, 1971, p. 2), ou seja, são exteriores ao indivíduo, definidos fora dele e independentes de sua existência, têm por substrato a sociedade, são práticas, crenças e modos de agir que existem antes do indivíduo nascer e continuarão a existir após sua morte. Descrevê-los pelos seus caracteres exteriores que possam ser descritos pela observação
  • 11. Segundo, são capazes de se impor às consciências individuais, “são também dotados de um poder imperativo e coercitivo, em virtude do qual se lhe impõe, quer queira, quer não. Não há dúvida de que esta coerção não se faz sentir, ou é muito pouco sentida quando com ela me conformo de bom grado, pois então torna-se inútil” (DURKHEIM,1971, p.2). Fatos sociais, portanto, se impõem aos membros da sociedade, sendo a coerção maior ou menor conforme a resistência que se opõe aos mesmos. Assim, pois, o fato social é algo dotado de vida própria, externo aos membros da sociedade e que exerce sobre seus corações e mentes uma autoridade que os leva a agir, a pensar e a sentir de determinadas maneiras. É por isto que o “reino social” está sujeito a leis específicas e necessita de um método próprio para ser conhecido, diferentemente do que acontece no “reino psicológico” que pode ser entendido por meio da introspecção. Da perspectiva do autor, a sociedade não é o resultado de um somatório dos indivíduos vivos que a compõem ou de uma mera justaposição de suas consciências. Ações e sentimentos particulares, ao serem associados, combinados e fundidos, fazem nascer algo novo e exterior àquelas consciências e às suas manifestações. A sociedade, então, mais do que uma soma, é uma síntese e, por isso, não se encontra em cada um desses elementos, assim como os diferentes aspectos da vida não se acham decompostos nos átomos contidos na célula: a vida está no todo e não nas partes. Segundo Durkheim, todos possuem duas consciências: uma individual, que é única a cada indivíduo e lhe coloca problemas de ordem individual; outra coletiva ou comum, caracterizada como um conjunto de idéias, sentimentos e hábitos que exprimem em cada indivíduo o grupo do qual faz parte. Essa consciência comum ou coletiva corresponde ao “conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade [que] forma um sistema determinado que tem vida própria” (DURKHEIM, 1983, p. 52), isto é, independente dos indivíduos Os laços que unem os membros entre si e ao próprio grupo constituem a solidariedade, a qual pode ser orgânica ou mecânica; de acordo com o tipo de sociedade cuja coesão procuram garantir. Quando a personalidade individual quase inexiste, quando os indivíduos se identificam uns com os outros por semelhanças mútuas sentindo-se atraídos para manterem-se unidos, ocorre entre eles aquilo de Durkheim denomina solidariedade mecânica. Em sociedades onde se desenvolve a divisão do trabalho a unidade do organismo é maior quanto maior é a individualidade das partes, isto é, uma solidariedade mais forte e efetiva surge da interdependência entre os membros da sociedade. À esta solidariedade, na qual cada membro individual executa uma função para a manutenção do todo, Durkheim deu o nome de solidariedade orgânica.
  • 12. O Marxismo Pode-se dizer que no final da primeira metade do séc. XIX, particularmente no ano de 1848 com a publicação do “Manifesto do Partido Comunista”, dos alemães Karl Marx (1818- 1883) e Friedrich Engels (1820-1895), tenha se desenvolvido o que posteriormente seria nominado como marxismo. A obra é uma espécie de divisor de águas no pensamento de Marx, marcando o fim de um longo período de reflexões filosóficas (desde a elaboração de sua tese de doutoramento: "Diferenças da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro", defendida em 1841 na Universidade de Berlim); para uma etapa de estudos políticos. Nesta segunda fase, Marx resolveu um antigo problema na cisão entre idealistas (que pensavam modelos ideais de sociedade, por exemplo), e materialistas (alicerçados nas condições materiais de transformação das sociedades), propondo aquilo que definiu como práxis: a ação transformadora da realidade, rumo à concretização da idealidade. Obviamente, o ideal vicejado por Marx só se constituiria, em sua teoria, diante das possibilidades materiais de tornar-se real. Portrait of Karl Marx Karl Marx (1818-1883), German political philosopher, author of Das Kapital. Imagem: © Bettmann/CORBIS Data da Fotografia ca. 19th century Coleção Bettmann Friedrich Engels Working in His Office Título original: Illustration of Friedrich Engels (1820- 1895), German socialist philosopher. Undated. Imagem: © Bettmann/CORBIS Data de Criação ca. 1880's Coleção Bettmann
  • 13. Com base nisso, Marx, nesta fase, centrou seus esforços na crítica política ao modelo de sociedade vigente ao seu tempo, perscrutando suas raízes mais longínquas na História da humanidade para defender um modelo de sociedade que superaria os antagonismos de suas precedentes, levando o Homem ao desenvolvimento máximo de suas potencialidades. Sendo assim, há uma dimensão fundamentalmente sociológica na elaboração teórica de Marx, pois lançou as bases do marxismo que, para além da Sociologia, constituiu um dos mais significativos cabedais teóricos da contemporaneidade. Serviu tanto como instrumento para organização da classe trabalhadora e para o surgimento dos partidos políticos de esquerda em todo o mundo, como para influenciar revoluções sociais como a Revolução Chinesa e a Russa, por exemplo; e, ainda, para conformar uma intelectualidade engajada com a transformação da realidade social em nome dos menos favorecidos, aquela que se denomina: marxista. O princípio fundamental do marxismo é o materialismo, ou seja, a única realidade seria a matéria e suas forças, em transformação contínua. Sendo assim, a matéria, para Marx, não consistiria em uma composição estática, inerte, mas em constante movimento e transformação. De fato, o princípio já estava na filosofia pré-socrática (estudada pelo “jovem Marx”), no materialista Heráclito de Éfaso (540 a.C. - 470 a.C.) e seu célebre exemplo de que um homem nunca se banharia no mesmo rio duas vezes, pois, na segunda vez, nem as águas do rio seriam as mesmas, nem o homem permaneceria o mesmo. Para ele, tudo flui. Materialismo Econômico Para Marx, a base econômica seria determinante para o desenvolvimento das sociedades. Sua visão contrapôs-se à de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831, foi professor e reitor da Universidade de Berlim, onde Marx estudou), para quem “as idéias determinam todas as condições da sociedade”; para Marx e Engels “a economia determina inclusive as idéias”, sendo assim, para o marxismo “a economia molda a sociedade”. Marx entendia que as relações econômicas de produção de determinada sociedade permitiriam compreender todos os seus demais aspectos. Para isso, focou sua análise nos modos de produção, a partir dos quais se conformariam os demais aspectos da vida social, de forma adaptativa ao sistema econômico vigente.
  • 14. O estudo dos processos tecnológicos empreendidos nas atividades produtivas, a divisão do trabalho decorrente da organização da produção, a estratificação social resultante da divisão do trabalho, a distribuição dos bens e produtos, seu consumo, a própria organização social, a remuneração da mão-de-obra, o regime de propriedade e as leis que legitimam essas relações, são elementos fundamentais para a compreensão das sociedades. Segundo esta visão, a estrutura econômica exerceria um papel determinante no processo de transformação das sociedades humanas. Dela adviriam mudanças no cotidiano dessas sociedades, moldando seus aspectos político-ideológicos e culturais, pois se constituiria fundamentalmente das próprias formas de relação de produção que as regeriam. A transformação das sociedades estaria, portanto, intrinsecamente relacionada com o movimento de suas estruturas econômicas, ou seja, com a forma como o Homem interfere na natureza para atender as suas necessidades de sobrevivência. Materialismo Histórico Para Marx, as sociedades, ao longo da História, também estariam em perene transformação, conforme vimos, determinadas pelas mudanças em sua base econômica. Essas transformações se dariam por meio de uma marcha triática, ou seja, a partir de três elementos: tese, antítese e síntese. Essa formulação advém de uma re-apropriação que Marx fez da dialética proposta por Hegel, daí dizer-se: da dialética hegeliana. O movimento se daria da seguinte forma: tudo o que existe na natureza constitui tese; porque tudo está em movimento (como vimos), tudo o que existe em natureza se transforma, em especial, em direção ao seu oposto (exemplo: a madeira se transforma naturalmente de forma a deixar de ser madeira, quando começa a se decompor), a esse contrário, que nega a tese, chamamos de antítese (anti+tese); o choque da tese com seu contrário (ou suas contradições, como no exemplo dado, de a madeira naturalmente se decompor), teria como resultado a síntese, ou seja, algo novo (uma matéria nova, no exemplo dado, produto da decomposição da madeira). Essa mesma lógica verifica-se, segundo Marx, na mudança das sociedades, que também se decompõem e se transformam em algo novo. Essas transformações seriam determinadas, como vimos, pela base econômica. Sendo assim, uma base econômica determinada, como o capitalismo, por exemplo (ao tempo de Marx, que era o tempo da industrialização), seria a tese dessa sociedade: o chamado modo de produção capitalista. Seus antagonismos ou contradições, ou seja, sua antítese, seriam exatamente as condições de penúria e extrema exploração vivida pelo proletariado, a classe trabalhadora nas fábricas. No momento em que o proletariado não suportasse mais sua condição de exploração e se voltasse contra o explorador - a burguesia -, ocorreria o choque que produziria um novo modo de produção, ou seja, a síntese.
  • 15. Sendo assim, a expressão do materialismo histórico seria a luta de classes: o momento de choque entre uma classe dominante (cuja ordem seria a tese) e as classes dominadas (cuja condição de exploração seria antítese). Com base na dialética hegeliana (tese + antítese = síntese), Marx elaborou sua teoria explicativa sobre a sucessão dos modos de produção da vida social: “Todo modo de produção já traz em si o germe que provocará sua deterioração e o surgimento de um modo de produção novo”, tendo como motor dessas transformações a “luta de classes”. Para Marx, a luta de classes seria então o motor da História, da transformação da base econômica das sociedades e, assim sendo, das próprias sociedades. A origem da divisão da sociedade em classes sociais estaria na propriedade privada dos meios de produção. No momento em que um indivíduo se outorga proprietário de um determinado meio de produção, como a terra, por exemplo, ele se distingue de todos os demais que não são proprietários. Decorre daí a divisão do trabalho social, entre os proprietários dos meios de produção e aqueles que são proprietários apenas de sua força de trabalho. Trata- se, para Marx, de uma relação fundamentalmente de exploração, na qual há exploradores e explorados. Percebemos então que, segundo essa perspectiva, a divisão do trabalho social determina papéis e identidades sociais e, segundo o marxismo, estão na base das desigualdades, por parte daqueles que são proprietários dos meios de produção e expropriam a força de trabalho alheia. Em determinado momento, então, essa condição de exploração se tornaria de tal forma insuportável que adviria daí a consciência dessa condição, chamada por Marx de “consciência de classe”: o combustível necessário para ativar a luta de classes, o motor das transformações sociais subsequentes. Revolução Social A luta de classes encontra expressão máxima na forma da revolução social, que então cria a nova ordem de produção, síntese do velho e do novo. Trata-se da síntese dialética que vimos em Hegel e depois em Marx: a nova ordem já trás em si o germe de sua ruína, suas contradições internas que provocarão a antítese, que em choque com a tese gerarim a síntese (o novo). Tese X Antítese = Síntese (o que existe) (suas contradições) o novo MEIOS DE PRODUÇÃO: São os meios necessários para garantir a existência material do Homem, como a terra e os instrumentos / ferramentas para a transformação da natureza naquilo que possa saciar as necessidades humanas (uma enxada, um arado, uma máquina numa indústria, por exemplo).
  • 16. A história da humanidade seria então a história da luta de classes, e a luta de classes dependeria por sua vez da consciência de classe. Sendo assim, compreende-se porque para Marx “a violência é a parteira das novas sociedades”. A revolução como expressão da luta de classes, dada pelas contradições do CAPITALISMO (expressão máxima da exploração a que teriam chegado as relações entre proprietários dos meios de produção e proprietários de sua força de trabalho), levaria ao SOCIALISMO (propriedade dos meios de produção centradas no Estado), fase transitória para o COMUNISMO (ausência de propriedade privada dos meios de produção e, com isso, ausência de relações de exploração). Estrutura Social A estrutura social, no marxismo, é formada pelas relações de produção: o fator econômico é portanto o determinante fundamental na configuração das sociedades, pois o papel do indivíduo na sociedade advém do papel que desempenha na divisão do trabalho social. As relações de produção determinariam as formas de consciência, organizações políticas, religião, lei, filosofia, ciência, arte, literatura e até mesmo a moralidade. Nessa perspectiva, o Estado (que não fosse o Socialista) seria a superestrutura criada a serviço da classe dominante, proprietária dos meios de produção, para manter essas relações inalteradas em favor dos dominadores. A Sociologia Compreensiva de Max Weber Max Weber é um nome de grande importância dentro do pensamento social. Suas contribuições teóricas criaram as bases da Sociologia moderna, juntamente com Durkheim e Marx. O estudo do seu pensamento vai possibilitar a aquisição de uma importante ferramenta na compreensão das ações humanas e das sociedades. Para Weber, o objeto da sociologia é a ação social. A ação social é a conduta humana à qual o próprio agente associa um sentido. É aquela ação orientada subjetivamente pelo agente levando em conta a resposta ou a reação de outros indivíduos. É preciso ver o que Weber entende por sentido. Ele estava mais preocupado com enfatizar que o sentido é aquele subjetivamente visado pelo agente e não um sentido correto da ação ou algum sentido definido como verdadeiro. Interessa, enfim, aquele sentido que se manifesta em ações concretas e que envolve um motivo sustentado pelo agente como fundamento da sua ação. Para Weber, a sociologia é uma ciência voltada para a compreensão interpretativa da ação social, para sua explicação causal e para seus efeitos (COHN, 2003).
  • 17. Em Economia e sociedade, Weber distingue quatro tipos de ação social: 1) ação racional em relação a um fim (por exemplo, o desempregado que procura um emprego); 2) ação racional em relação a um valor (quando o sujeito age racionalmente não para alcançar um resultado, mas para permanecer fiel a um valor, como no caso do capitão que vai a pique com o navio que afunda ao invés de abandoná-lo); 3) ação afetiva (aquela ditada pela emoção ou pelo humor do agente); 4) ação tradicional (aquela ditada por hábitos, costumes e crenças). Esses tipos de ação encontram-se mais ou menos mesclados na vida social, mas sua classificação é necessária para se poder interpretar a vida social (REALE; ANTISERI, 2003). O conceito de motivo permite estabelecer uma ponte entre o sentido da ação social e a compreensão dessa ação por parte do cientista social. Do ponto de vista do agente, o motivo é o fundamento da ação. Para o sociólogo, cuja tarefa é compreender essa ação, a reconstrução do motivo é fundamental, porque, da sua perspectiva, ele figura como a causa da ação (COHN, 2003). A tarefa do cientista social é descobrir os possíveis sentidos das ações humanas presentes na realidade social que lhe interesse estudar. O sentido, por um lado, é expressão da motivação individual. O caráter social da ação individual decorre da interdependência dos indivíduos. Uma pessoa age sempre em função de sua motivação e da consciência de agir em relação a outras pessoas. Por outro lado, a ação social gera efeitos sobre a realidade em que ocorre. Muitas vezes, tais efeitos escapam ao controle e à previsão do agente (COSTA, 1998). Ao cientista social compete captar o sentido produzido pelos diversos agentes em todas as suas conseqüências. As relações que o cientista estabelece entre motivos e ações sociais revelam as diversas instâncias da ação social – políticas, econômicas ou religiosas (COSTA, 1998). Weber distinguiu a ação social da relação social. Para ele, a relação social é uma ação cujo sentido é compartilhado pelos agentes envolvidos nessa ação. Por exemplo, um sujeito que pede uma informação a outro estabelece uma ação social: ele tem um motivo e age em relação a outro indivíduo, mas tal motivo não é compartilhado. Numa sala de aula, onde o objetivo da ação dos vários agentes é compartilhado, existe uma relação social (COSTA, 1998). O cientista, como todo indivíduo em ação, também age guiado por seus motivos, sua cultura, sua tradição, sendo impossível descartar as suas pré-noções. Existe sempre uma parcialidade na análise sociológica, como em toda forma de conhecimento. As preocupações do cientista orientam a seleção e a relação entre os elementos da realidade a ser analisada. Os fatos sociais não são coisas, mas acontecimentos que o cientista percebe e cujas causas procura desvendar. Uma vez iniciado o estudo, este deve se conduzir pela busca da maior objetividade na análise dos acontecimentos. A realização da tarefa científica não deve entrar em conflito com as crenças e as idéias pessoais do cientista. O que garante a cientificidade de
  • 18. uma explicação é o seu método. Weber lembra que, embora os acontecimentos sociais possam ser quantificáveis, a análise do social envolve sempre uma questão de qualidade, interpretação, subjetividade e compreensão (COSTA, 1998). Metodologia Weberiana As reflexões metodológicas de Weber têm uma clara dívida com a filosofia do Iluminismo. O ponto de partida e de chegada da sua análise é o indivíduo. Weber considerava o indivíduo e a sua ação como uma unidade básica. Ele incorporou o problema da compreensão da ação social em sua abordagem sociológica e chamou sua sociologia de sociologia compreensiva ou interpretativa (GERTH; WRIGHT MILLS, 1971). Para poder compreender os fenômenos sociais, Weber propôs um instrumento metodológico que chamou de tipo ideal. Trata-se de uma construção teórica abstrata a partir dos casos particulares analisados. O cientista constrói um modelo pelo estudo das diversas manifestações particulares do fenômeno, acentuando aquilo que lhe pareça característico desse mesmo fenômeno (COSTA, 1998). Para Weber, o tipo ideal “obtém-se pela acentuação unilateral de um ou de vários pontos de vista e encadeando uma quantidade de fenômenos isolados, difusos e discretos, existentes que se encontram ora em grande número, ora em pequeno número, por vezes até ausentes, que se ordenam segundo aqueles pontos de vista unilateralmente evidenciados, em um quadro conceitual homogêneo. Em sua pureza conceitual, esse quadro nunca poderá ser encontrado empiricamente na realidade: ele é uma utopia. E ao trabalho histórico se apresenta a tarefa de verificar, em cada caso individual, a maior ou menor distância da realidade daquele quadro ideal” (Apud REALE; ANTISERI, 2003, p. 473). O tipo ideal não existe na realidade. É um instrumento de análise científica, uma construção do pensamento que permite conceituar fenômenos sociais e identificar na realidade observada suas manifestações. Pode-se ver que o tipo ideal é instrumento metodológico de pesquisa. Com ele, construímos um quadro ideal (por exemplo, de protestantismo, de economia urbana, de capitalismo, da Igreja, de dominação, etc.) para depois com ele medir ou comparar com a realidade efetiva, controlando a sua proximidade ou o seu distanciamento em relação ao modelo. Resumidamente, pode-se dizer que: 1) o tipo ideal não se identifica com a realidade, não a reflete nem a expressa; 2) ao contrário, em sua idealidade, o tipo ideal se afasta da realidade efetiva para afirmar melhor os seus diversos aspectos; 3) o tipo ideal não deve ser confundido com avaliação ou valor; 4) o tipo ideal, repetindo, pretende ser instrumento metodológico, os conceitos típicos-ideais são uniformidades limites (REALE; ANTISERI, 2003).
  • 19. Positivismo ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 2002. COMTE, Auguste. Discurso sobre o espírito positivo. São Paulo: Martins Fontes, 1990. RIBEIRO, João. O que é positivismo. São Paulo: Brasiliense, 1996. Sobre a influência e importância do Positivismo no Brasil os seguintes textos podem ser consultados: BOSI, Alfredo. O positivismo no Brasil: uma ideologia de longa duração. Disponível on- line em: http://www.machadodeassis.org.br/abl/media/prosa43c.pdf LINS, Ivan. História do positivismo no Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1967. Marxismo No site da Biblioteca Virtual de História do Marxismo no Brasil, da Universidade Federal de Minas Gerais e da Pontífice Universidade Católica de Minas Geraos, é possível acessar os clássicos do marxismo, em formato digital, no link: http://www.fafich.ufmg.br/marxismo/ . O Centro de Estudos Marxistas (CEMARX) da Universidade Estadual de Campinas mantém uma publicação intitulada “Revista Crítica Marxista”, no site: http://www.unicamp.br/cemarx/criticamarxista/. Indico ainda os filmes, disponíveis no Youtube: • A Teoria Marxista - http://www.youtube.com/watch?v=bjIuO1EMR7E&feature=related • Alienação - http://www.youtube.com/watch?v=n2vFecjCNWs&feature=related Material Complementar
  • 20. Weber Para conhecer a biografia de Weber acesse o site: • http://www.culturabrasil.pro.br/weber.htm Para conhecer um pouco mais do pensamento de Weber acesse o site: • http://www.cejur.ufpr.br/revista/artigos/001-2sem-2006/artigo-02.pdf • http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao/article/view/45/42 • http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104- 93131996000200004&script=sci_arttext&tlng=en Assista ao vídeo: • http://www.youtube.com/watch?v=hSHsMEpNyHU • http://www.youtube.com/watch?v=BYp6uZpdP3Q&feature=related
  • 21. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ Anotações