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boletim da associação FRATERNIT
TERNITAS
FRATERNITAS MOVIMENTO
N.º 35 - Abril / Junho de 2009
CONGRESS
ECOS DO CONGRESSO
ALUNOS
DE ANTIGOS ALUNOS DOS SEMINÁRIOS
P
ode-se dizer que foi um êxito o dez euros foi uma forma airosa de seleccionar os inte-
I Congresso de antigos alunos dos seminários. resses mais fortes dos menos fortes. Depois a inscrição
De acordo com informação obtida no local, no almoço de convívio no salão paroquial da Igreja de
éramos cerca de 300 participanes, mais propriamente Fátima foi outra forma de escolha, já que só convive
290 inscritos. Durante três dias, recordaram-se com sau- quem quer e tem espírito altruísta. Lá estiveram alguns
dade e carinho os bons tempos dos seminários, onde se elementos das associações dos antigos alunos de quase
despertou para a vida social e sobretudo para um cultu- todos os seminários diocesanos e religiosos. Vi lá, e falei
ra global de fazer inveja ainda hoje a muito boa gente. com eles, os Órgãos Sociais do Seminário de Vila Real.
Está de parabéns a organização, que desde a pri- Todos nos reconhecemos e falámos um pouco da nossa
meira hora não poupou esforços para que tudo corresse associação e das necessidades de renovação e mais di-
da melhor maneira possível e com um aproveitamento namismo.
integral de tudo o que lá foi dito e à maneira de filme A Fraternitas Movimento – Associação dos Padres Ca-
passou diante dos nossos olhos, como um passado re- sados e suas Famílias foi a que esteve mais representada
cente que muito nos apraz recordar. Lá encontrámos bis- e em maior número. Ao todo cerca de 50 elementos.
pos, padres celibatários e casados e muitos antigos se- Em boa hora a direcção decidiu aderir ao congresso e,
minaristas que ao longo de um percurso mais ou menos embora respeitando as opiniões dos que optaram por
longo abandonaram a ideia do sacerdócio por terem não ir, entendemos que valeu a pena. Fomos muito ac-
pensado que não era esse o seu caminho. A liberdade é tivos e com intervenções frequentes e toda a gente ficou
um dom que Deus dá a a conhecer-nos. A nossa pre-
cada um para o usar con- sença valeu pela difusão que
forme a sua inteligência dos fizemos do que somos e como
acontecimentos. Mas todos sentimos esta Igreja nossa Mãe.
eles testemunharam de uma As respostas que vamos ouvin-
forma ou de outra o bem do aos nossos anseios nem
que foi para eles terem en- sempre nos satisfazem, mas va-
trado num seminário. Não mos fazendo como diz o dita-
encontrei ninguém ressenti- do “água mole em pedra dura
do ou magoado fosse com tanto dá até que fura”. A nossa
o que fosse. Certamente voz vai ecoando cada vez mais
que esses não foram lá para longe e mais fundo. No futuro
não destoarem da onda po- hão-de dar-nos razão.
sitiva que ali se viveu. Este congresso foi também
No entanto, pensando muito marcado pela masculi-
melhor, acho que o con- nidade, porque se tratava de
gresso não foi suficientemente divulgado nos meios de ex-seminaristas. Nem sequer houve uma leitura feita por
comunicação social. Utilizaram-se as novas tecnologias senhoras. Será que elas não sabem ler nem proclamar a
e funcionou como toque a reunir a Internet, através do palavra de Deus? O futuro irá dar-nos alguma luz sobre
correio electrónico de cada um. Se todos os antigos se- o tema.
minaristas fossem contactados, tenho quase a certeza A árvore que foi plantada no jardim da vida irá dar
que não seríamos umas centenas, mas talvez mesmo uns bons frutos. Assim o cremos e esperamos.
milhares. A inscrição no congresso por uns simpáticos Sousa
Serafim de Sousa
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Itenerários da memória,
D e 24 a 26 de Abril passado, o Santuário de Fá-
tima foi palco de um dos maiores acontecimen-
tos ligados ao impacto social dos Seminários. Este acon-
seguida pela recitação do Rosário na capelinha das apa-
rições sob a presidência de D. Serafim Ferreira da Silva,
bispo emérito de Fátima.
tecimento foi organizado por uma comissão de antigos
alunos dos Seminários de Portugal. A Associação/Movi- SEGUNDO DIA
mento dos padres casados, a «Fraternitas», esteve pre- No dia 25, depois da oração da manhã, orientada
sente neste Congresso com 41 sócios. pelo bispo D. Augusto César, Mons. Luciano Guerra,
O título dos trabalhos enunciava-se assim: «Seminá- Reitor do Santuário de Fátima de 1973 a 2008, desen-
rios: da memória à profecia». volveu o tema: «A vocação, expressão única e íntima da
Podemos dividir os trabalhos em 3 partes: 1.ª: Um ternura divina». Falou, com muita profundidade, acerca
itinerário temático desenvolvido por vários intervenien- da influência do ADN no comportamento de cada pes-
tes e seguido de um animado debate (bispos, sacerdo- soa, mas deixou bem claro que ele «não é uma sina»,
tes e antigos alunos dos Seminários); 2.ª: Momentos de mas que cada um tem a liberdade de «escolher, entre os
oração centrados na Eucaristia; 3.ª: Actividades cultu- vários caminhos, o melhor ou o pior».
rais. No 3.º painel foi desenvolvido o tema: «Percursos de
discernimento vocacional» durante o qual António Tei-
PRIMEIRO DIA xeira, director técnico de uma empresa, falou da influ-
No dia 24, abriu a sessão da manhã D. António ência do Seminário Menor; depois António Correia, li-
Marto, bispo de Leiria-Fátima. O tema «Os Seminários: cenciado em Psicologia e Mestre em Tecnologia da Edu-
Passado, Presente e Futuro» foi desenvolvido por João cação, lembrou do Noviciado; e Manuel Domingos, com
Duque (professor de Teologia e secretário da Comissão Curso de História e Filosófico-Humanísticas, dissertou
Episcopal para a Doutrina da Fé e Ecumenismo), o qual sobre o Seminário Maior, seguindo-se o debate.
esclareceu que esse «passado» não tinha um sentido de No 4.º painel o tema foi: «O Seminário e as opções
«museu», mas de «raízes» de uma história de impacto
social, ético e religioso, raízes essas que se prolongam
no presente e se projectam no futuro. Concluiu, por isso: REFLEXÕES
«Todos temos a consciência da importância do papel 1. Afirmou João Duque na sua conferência que os
dos Seminários». E vaticinou ser necessário «repensar a seminaristas, até aos anos 70 do século passado, seri-
presença e a acção da Igreja nos tempos de hoje». am como que a nata dos mais capazes intelectualmen-
Seguiu-se um animado debate em que participaram te, que, por razões económicas e de elitismo no ensino
muitos elementos da vasta assembleia. público, não teriam acesso a outros estudos, além do
Da parte da tarde, no 1.º painel, o tema «O lugar ensino primário. Valeu a muitos a selecção, na maioria
dos Seminários na vida e missão da Igreja» foi desenvol- das vezes feita pelos próprios professores que aconse-
vido por D. Manuel Clemente, bispo do Porto e doutora- lhavam as famílias a enviar para estudos do Seminário
do em Teologia Histórica, que afirmou: «A vida da Igreja os alunos que julgavam mais capazes. E assim os Semi-
é uma missão… O mal actual é a falta de dinamismo nários, além dos cerca de dez por cento dos seminaris-
missionário…». O P Vicente Nieto Moreno (espanhol),
.e tas que se ordenavam, contribuiram com muita
reitor do Seminário Maior de Évora, falou sobre a ne- intelectualidade activa e dirigente em muitos campos da
cessidade dos Seminários e dos seus valores formativos sociedade civil e política.
prioritários. Se alguns criaram corpos reactivos no respeitante à
No 2.º painel dessa tarde, com o tema: «Memórias Igreja e à prática religiosa, a maioria, no entanto, man-
de uma experiência incontornável», João António, licen- teve o estado de graça das boas relações. Vantagens? É
ciado em Psicologia Social, apresentou os resultados de que uns e outros partilham a mesma linguagem, na qual
um inquérito feito aos antigos alunos dos Seminários ainda é possível algum entendimento.
sobre o seu percurso de vida. Frei Bernardo Domingues, 2. Seguiu-se o Painel I, em que interveio o bispo Ma-
Doutor em Filosofia, diplomado em Psicopedagogia e nuel Clemente a falar sobre Seminário e Nova Evange-
Mestre em Teologia, destacou uma das certezas mais lização: continuidade e novidade da Igreja para o Mun-
incontornáveis: «Nos Seminários aprende-se com rigor do. Afirmou ele que dizer vida da Igreja é o mesmo que
e ensina-se com sabedoria». E António Agostinho, ad- dizer missão da Igreja. Uma Igreja que não missiona é
vogado, declarou que «Os Seminários tiveram grande missionada. Que a Igreja está dismensional ou
influência na educação dos cidadãos, tornando-os mais desmissionada e, por isso, os Seminários ressentem-se.
sensíveis aos problemas dos outros». Estes trabalhos fo- Que o Concílio de Trento foi um concílio mais pastoral
ram rematados pela celebração da Eucaristia, presidida que o Vaticano II.
por D. António Francisco dos Santos, bispo de Aveiro, Espantou-me esta afirmação e, por isso, no espaço
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horizontes da profecia
de vida», tendo António Gonçalves, jornalista, apresen- seguindo-se um bem conseguido sarau cultural no anfi-
tado várias entrevistas gravadas; Pedro Vieira, também teatro do Centro Pastoral Paulo VI.
jornalista, falou acerca da influência dos Seminários na
definição de estilos de vida; e o P José Maia, que é
.e TERCEIRO DIA
também professor, e que presidiu à União das IPSS e No dia 26, de manhã, após a oração orientada pelo
trabalha actualmente na «Fundação Evangelização e Cul- bispo D. João Alves, bispo emérito de Coimbra, seguiu-
turas», galvanizou a assembleia com as suas tiradas acer- se a Conferência: «Valores cristãos para uma sociedade
ca da participação activa e responsável na Igreja. de e com futuro» por António Bagão Félix, licenciado
No 5.º painel o tema foi: «O Seminário e a forma- em Finanças, professor catedrático, ministro de várias
ção de cidadãos». António Gonçalves, jornalista, apre- pastas, que desenvolveu um sábio diagnóstico do nosso
sentou entrevistas gravadas; Paulo Rocha, licenciado em tempo: Por um lado o progresso material marcado pela
Teologia, Director da «Agência Ecclesia», e jornalista da «falta de justiça e de paz duradoura, …absolutizando-se
RTP 2, abordou a «aquisição de competências profissio- o relativo e relativizando-se o absoluto». Por outro lado
nais; e Joaquim Geraldes Pinto, licenciado em Direito, vai surgindo um futuro de esperança radicado no «anún-
dissertou acerca das presença qualificada dos semina- cio da Palavra de Deus» e na Doutrina Social da Igreja.
ristas nas estruturas sociais. O orador terminou fazendo referência ao necessário
A Eucaristia foi presidida pelo bispo D. António Marto, apoio à família cristã, verdadeiro alfobre de vocações.
Muitos outros oradores falaram - todos eles foram
alunos dos Seminários -, mas é impossível citá-los todos
e referir a totalidade das boas memórias. As interven-
ções do Congresso serão reunidas num livro.
Urtélia Silva
Urtélia Silv
eminentemente pastoral: Christus Dominus,
Presbyterorum Ordinis e Gaudium et Spes, respectiva-
mente, sobre a missão dos bispos, a dos sacerdotes e a
da Igreja no mundo moderno?
Concedo que o Concílio de Trento, pelas circunstân-
cias do após a sua realização, tenha sido o de maiores
efeitos pastorais. Mas, em si mesmo, nos seus documen-
tos e no respeito com que aponta caminhos para os
problemas dos homens e do mundo, reafirmo o Vatica-
no II como o concílio mais pastoral de sempre.
E, humanamente falando, se o Vaticano II tivesse as
estruturas político-religiosas e a Inquisição que
enformavam e enformaram os tempos pós Trento, con-
tribuindo, um pouco pela força, para a sua implanta-
após conferência, manifestei a minha discordância, fa- ção, o Vaticano II teria, sem dúvida, um impacto tão
zendo referência ao que o próprio Papa Paulo VI disse, grande que depressa teria obnubilado o outro. Felizmente
na sessão solene de encerramento do concílio: «Mas que não as teve. Mas, para seu mal, os odres velhos do
quem observa honestamente este interesse prevalente conservadorismo hierárquico inquinaram-no. Resta-nos
do Concílio pelos valores humanos e temporais, não confiar no Espírito que sempre renova a face da Terra e,
pode negar que tal interesse se deve ao carácter pasto- algum dia, tornará essa renovação mais visível. É urgen-
ral que o Concílio escolheu como programa». Ou ain- te que aconteça, em sentido translato, o que se canta no
da, após a apresentação do homem fenoménico, Tantum ergo: «Et antiquum documentum novo cedat ritui.»
multifacetado, a quem o Concílio se dirigiu: «A religião, Entendendo como pastoral, a acção dos pastores da
que é o culto de Deus que quis ser homem, e a religião Igreja tendo como modelo o Bom Pastor que conhece
– porque o é – que é o culto do homem que quer ser cada ovelha pelo seu nome, se preocupa com conduzi-
Deus, encontraram-se. Que aconteceu? Combate, luta las a pastagens abundantes e deixa as 99 em segurança
anátema? Tudo isto poderia ter-se dado, mas de facto e vai à procura da ovelha perdida, sou de opinião de
não se deu.» E o que dizer dos três documentos de cariz que, se houve concílio pastoral, foi o do Vaticano II. Ele
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PELO DOM DA VIDA,
O Secretariado, em nome da Direcção, deseja a cada cendo connosco na Igreja, no meio de nós e no nosso
um dos sócios aniversariantes deste trimestre, parabéns íntimo, para nos contagiar com a tua felicidade e com o
e muitas bênçãos divinas. Entre estes encontra-se o nos- teu Amor, agora que estás junto do Pai e assim perma-
so assistente espiritual, padre Guilhermino Saldanha. A neces connosco para sempre (Mt 28, 20).
ele, muito obrigado por nos colocar diariamente sobre O céu que pintaste para nós é figura e tema deste
o Altar. Que Maria, Mãe do Céu, seja medianeira e livro que quiseste que eu escrevesse, movido por Ti e
refúgio do seu coração sacerdotal. para Ti.
Como homenagem, oferece-se um excerto retirado O céu que pintaste para nós recorda-nos o nosso
das páginas 170 e 171 do livro «O Céu: onde Deus nos encontro neste mundo: de Ti connosco, desde que co-
espera para sempre», de Francisco Sousa Monteiro (só- meçaste, no Antigo Testamento, a preparar-nos para o
raternitas),
cio n.º 1 da Fraternitas), um edição A.O., Braga, de
raternitas A.O., teu amor, até que vistes, Tu, senhor Jesus, o Filho de
2004: Deus e Filho do Homem, céu em Pessoa, ao encontro
«O céu que pintaste para nós é azul, belo como Tu, dos homens; até continuares na nossa presença pelo
envolve-nos, como o teu Amor, convida-nos a levantar Sacrifício Eucarístico que renova o teu Sacrifício na Cruz
a cabeça para Ti; é um espaço – que Tu não és – que e que lembra aquele sacrifício em que Abraão reconhe-
transcende a terra: como Tu nos transcendes, permane- ceu que Deus é o Senhor; e até vires na tua Glória con-
REFLEXÕES ACERCA DO CONGRESSO DE ANTIGOS SEMINARISTAS
proclamou a Igreja como Povo de Deus, com a igual- mais pastoral dos concílios da história.
dade e dignidade radical de todos os baptizados, em 3. Na conferência: «A Vocação, expressão única e
mesa redonda partilhada, contra a visão em pirâmide íntima da ternura divina», além de outros aspectos, foi
da disforme Igreja Tridentina, com uma enorme multi- considerado pelo conferencista o ADN, enquanto da-
dão na base que vai sendo comprimida pelos que estão dos fundacionais da realidade físio/biológica, sexo, tem-
cada nos andares superiores do vértice, onde só figura peramento, carácter. O ADN será como que o vestígio
pontualmente. da divindade em nós, aquela divina marca explosiva do
O Concílio de Trento, por mais importante que te- Big-bang que deu origem a um universo com capacida-
nha sido, devia estar quase e bem enterrado no incons- de evolutiva. No nosso ADN estará já como que em
ciente de todos, para que não tivesse acontecido que o potência, mas sem determinisno absoluto, algo daquilo
vinho novo tenha sido envasilhado em odres velhos. que viremos a ser, mesmo a nível vocacional e profissio-
Como consequência, fruto do «homo laudator temporis nal.
acti» e de poderosos e influentes grupos saudosistas e Mas poder-se-á falar de vocação numa criança? Ou,
conservadores, a mensagem do Vaticano II diluiu-se, no nosso desejo de lha incutir, não procedemos mas é a
perdeu eficácia e estragaram-se os odres. Valha-nos o uma lavagem ao seu cérebro? Por que não educar e
Espírito Santo! formar, antes, a criança no sentido de a apetrechar com
Por isso, partindo das considerações qualificativas um recheio de conhecimentos e valores que lhe permi-
da situação da Igreja apresentadas no Painel e da tam mais tarde fazer a sua opção, de um modo pessoal
constatação da falta de pastores na Igreja, por os que e livre? Não será muito do mau estar social hoje verifi-
há terem de ser mais prestadores, sem mãos a medir, de cado fruto de pessoas não realizadas vocacional e pro-
serviços de manutenção paroquial do que homens de fissionalmente, porque os pais, as escolas e outras insti-
relação, relacionados e relacionáveis com os outros, tuições educativas, esquecendo o ADN, procuram en-
baseado na afirmação do Dr. Manuel Paulo sobre a caminhar os filhos para cursos que permitam princi-
disciplina do celibato e o direito dos filhos ao pão, e a palmente empregos rentáveis e com saída? E, mesmo
Igreja Mãe ou Madrasta, questionei: « O que faz(em) assim, por razões de subsistência, a pessoa poderá terá
a(s) Conferência(s) Episcopal(ais) – que são quem tem de executar outra profissão pela qual não sente atracti-
o poder de provocar alguma alteração no modus vivendi vo e nem se sente realizada profissionalmente?
da Igreja - para se sair do statu quo tridentino para uma Na mesma ordem de ideias, o que dizer, no aspecto
Igreja mais aberta ao Espírito, com resposta para as cristão, por exemplo, do baptismo de crianças ou de
necessidades do Povo de Deus? quase forçar seu encaminhamento para o Seminário?
Como resposta, foram dadas só mais algumas dicas Conheci um padre cuja mãe teve um grande sonho,
na linha da afirmação do Concílio de Trento como o sobre ele, no dia do baptismo. Sonhou que ele havia de
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GRAÇAS TE DAMOS
cluir o tempo, estremecer o céu e a terra, submeter tudo ABRIL
a Ti, submetendo-Te a Ti ao Pai (1Cor 15, 28). Dia 1 – Carolina Maria (A-ver-o-Mar)
Pai-Amor, Filho-Amor, Espírito-Amor: Deus-Amor, Dia 1 – Fernando Ribeiro (Coimbra)
obrigado por nos conduzires pelo céu e sobre as nuvens Dia 2 – Cibele Sampaio (Chaves)
ao verdadeiro céu real que és Tu-Amor.» Dia 3 – Padre Guilhermino Saldanha (Fátima)
Dia 6 – Maria Fernanda Ramos Mendes (Arganil)
Dia 10 – António Amaral Pinto (Cinfães)
Dia 11 – Antonieta Oliveira (Angra do Heroísmo)
Dia 12 – Luís Cunha (Abreveses)
Dia 15 – Américo Dias (Coruche)
Dia 16 – António C. F Reis (Gaia)
.
Dia 26 – Rogério Carpentier (Silves)
Dia 27 – Manuel Tussa (Fornelos – S.ta M.a Panaguião)
Dia 28 – Ernesto Jana (Abrantes)
Dia 30 – Maria Irene Gril (Leiria)
MAIO
Dia 3 – Rosa Belo (Vila do Conde)
Dia 6 – Luís Henriques (faro)
Dia 11 – Francisco da Silva (Carcavelos)
Dia 12 – M. P Barroso Jorge (Gaia)
.
ser padre, mas nunca lho disse. Ia-lhe lembrando, des- Dia 16 – Francisco Valente (Régua)
de criança, que tivera esse sonho, mas mantinha o tabu Dia 18 – Fernanda Silva (Árvore – Vila do Conde)
do assunto, só lho vindo a revelar no dia em que o filho Dia 20 – Manuel Sousa Gonçalves (Vila do Conde)
lhe comunica que iria pedir a dispensa do exercício da Dia 21 – Maria de Lurdes Seara (Chaves)
Ordem. E aceitou a decisão do filho. Dia 21 – Manuel Nabais (Sesimbra)
Nem baptismo de crianças nem o chamamento Dia 22 – Francisco Sousa Monteiro (Lisboa)
vocacional para o ministério ordenado foram práticas Dia 25 – Maria José A. Santos Martins (Vidago)
de Jesus Cristo ou da Igreja primitiva. Sabemos que so- Dia 27 – Rogério L. Marques (Caxarias)
mente o faziam a adultos e anciãos que, na maioria, já Dia 28 – Maria Emília Campos (Maia)
exerciam uma outra profissão vocacional, respeitando Dia 31 – Alberto D’Assumpção (Ponte – Guimarães)
mesmo assim as suas opções. Então, por que razão in- JUNHO
siste a Igreja em manter um statu quo de recrutamento Dia 1 – Carla Paula M. de Moura (Ranhados)
vocacional, sobretudo exactamente em crianças? Por- Dia 1 – Alberto Osório de Castro (Rio Tinto)
que fecha as mãos na cabeça devido à escassez de pas- Dia 2 – Manuel B. Silva (Junqueira – Vila do Conde)
tores e não se abre ao sopro que o Espírito faz sentir, Dia 13 – Felisbela Sousa Gonçalves (Vila do Conde)
aceitando um celibato livre e opcional? Porque razão Dia 16 – Maria Isabel B. Fernandes (Porto)
não dá prioridade também a campanhas de recruta- Dia 17 – Benvinda Costa (Almeirim)
mento de vocações para o ministério ordenado nos adul- Dia 21 – Abílio T. Cardoso (Lisboa)
tos? Tanto mais que, como já tem comprovado com os Dia 25 – Vasco Fernandes (Porto)
diáconos permanentes, os adultos também são genero- Dia 26 – Glória M. Marques (Gaia)
sos e comprometidos no anúncio do Reino. E hoje que Dia 26 – Maria Isabel Videira (Guimarães)
há tantos adultos aposentados generosos, com teste- Dia 29 – Maria Natália Batista (Chaves)
munhos de vida e vivência da Fé dados na família, na
sociedade, nas estruturas do trabalho e dos lazeres. E já Graças Te Damos, Senhor, também pelo dom da vida
com aceitação junto das comunidades cristãs! do anterior e primeiro assistente espiritual, padre Filipe
Bem será para reflectir o que, pelo final dos anos 60, Figueiredo, que, se estivesse entre nós, celebraria o seu
escreveu o Dr. Manuel Paulo, Reitor do Seminário de 60.º aniversário de ordenação sacerdotal a 26 de Ju-
Coimbra e grande Eclesiólogo: »Uma Igreja que, por nho (recebeu o sacramento da Ordem pelo arcebispo
uma questão de ordem disciplinar (o celibato), deixa os D. Manuel Mendes da Conceição Santos, em Vendas
filhos sem o Pão da Eucaristia, não é uma Igreja que é Novas, num barracão de cortiça). Ele foi, e é, instru-
Mãe; é uma Igreja Madrasta.» mento de Deus no nosso caminho peregrinante para
Neves
Fernando Neves Ele, e agora, no Céu, tem-nos no Coração de Deus.
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Entrevis
vista Romano docente
paULO,
Entrevista com Romano Penna, docente de Novo Testamento na Universidade Lateranense
Nov Testamento
estament Univer
ersidade Later
eranense
Por Renzo Allegri - agência fides
Por
De 29 de Junho de 2008 a 29 gados pelas perseguições e por outras razões, migraram para longe da sua
de Junho de 2009, celebrámos o terra, mas que se mantinham fiéis às suas tradições. Paulo estava circunda-
Ano Paulino para recordar os dois do, foi educado e instruído na observância da lei mosaica. Mas sendo Tarso
mil anos do nascimento do apóstolo uma cidade cosmopolita, quando saía de casa, o jovem respirava uma
Paulo, o maior missionário de todos atmosfera helénica e aberta a diversas culturas. Em família, Paulo falava
os tempos. hebraico e aramaico, mas fora de casa, comunicava em grego. Cresceu,
Dom Romano Penna, um dos portanto, com uma mentalidade aberta. Pelo menos até os 12 ou 13 anos.
maiores especialistas na vida e nas E depois?
obras de Paulo de Tarso, dedicou a Nesta idade, o jovem Saulo mudou para Jerusalém para dedicar-se to-
vida de pesquisador e professor uni- talmente ao estudo da Torá, sob a guia do rabino Gamaliel, o Velho, um
versitário ao apóstolo dos povos, mestre notabilíssimo. Desde então, o seu interesse intelectual dirigiu-se só e
publicando vários livros que se dis- exclusivamente para a lei judaica e a cultura israelita.
tinguem pelo rigor científico e expo- Paulo,
Nos escritos de Paulo, ou dos seus contemporâneos, há alusões e da-
sição apaixonada, apresentada com dos úteis para termos uma ideia de como era o seu aspecto físico?
uma linguagem cativante e moder- Temos uma descrição física de Paulo, frequentemente citada. Diz que
na. São fundamentais as suas era baixo, gordo, com as pernas arqueadas, com as sobrancelhas juntas, e
exegeses das diversas cartas do após- que contudo se parecia com um anjo. Mas é tardia, de finais do século II. A
tolo, em especial os três consistentes iconografia tradicional apresenta-o com barba, calvo, mas isso depende de
volumes sobre a Carta aos Roma- um modelo que se impôs a partir do século III e que caracterizava a figura
nos e seu belíssimo ensaio «O DNA de um pensador. Sabemos que, na sua vida, enfrentou inúmeras dificulda-
do cristianismo». des: vigílias, jejuns, frio, três naufrágios, milhares de quilómetros percorri-
Sabe-
Sabe-se qual é o ano exacto do dos a pé, lapidado, cinco vezes flagelado pelos judeus, três vezes açoitado
Paulo?
nascimento de São Paulo? pelos romanos, preso por longos períodos: e de tudo isso se deduz que
Não. O Ano Paulino fundamen- tinha um físico excepcional, uma vontade de ferro e uma capacidade de
ta-se numa hipótese tradicional, se- adaptação extraordinária.
gundo a qual Paulo teria nascido em É possível deduzir seu temperamento a partir de suas cartas?
torno do ano 8 d.C. Mas são só hi- O facto de que, antes do acontecimento de Damasco, ele tenha exerci-
póteses. Na minha opinião, Paulo era do uma obstinada pressão persecutória com a comunidade cristã fala bem
contemporâneo de Jesus. do seu temperamento forte. Deu-se conta de que a figura do Cristo podia
Onde é que ele nasceu? pôr em crise alguns dados constitutivos do Judaísmo e, portanto, perseguia
Em Tarso, capital da Cilícia, de com força e dureza os cristãos. Ele poderia ser comparado com um mem-
pais judeus de observância farisaica. bro dos Talibã daquele tempo. Mas depois de Damasco, houve a grande
Os Actos dos Apóstolos consideram- mudança. Ele continuou a ter um carácter forte, que poderia expressar-se
no cidadão romano e ele diz que o com tons muito rudes, duros, mas ao mesmo tempo muito afectuosos, do-
era por nascimento. Por isto, junto ces, amáveis, quase femininos. Ele mesmo se compara a um pai e também
ao nome judaico Saulo, tinha tam- a uma mãe. A sua psicologia é complexa, com muitas facetas, muito rica.
bém o nome romano Paulo. Na Carta aos Romanos, diz claramente que se deve acolher todos, estar de
Pertencia a uma família rica? acordo com todos, aceitar inclusive quem pensa de maneira diferente: há
Paulo refere numa das suas car- um sentido de acolhimento, reciprocidade, verdadeiramente evangélico.
tas que ganhava a vida fabricando Paulo
Que fez Paulo após a conversão no caminho de Damasco?
tendas. Em geral, naquele tempo, os Passou três anos no deserto meditando, depois foi a Jerusalém para
filhos aprendiam o ofício do pai e se conhecer os apóstolos e a comunidade cristã, logo a Antioquia, onde final-
supõe que o pai de Paulo desempe- mente recebeu o encargo oficial de difundir o Evangelho. Antioquia da Síria
nhava este trabalho. Era um ofício foi uma cidade muito importante para a história do cristianismo porque
normal, do povo, que permitia viver naquela cidade, pela primeira vez, o Evangelho foi anunciado aos pagãos.
e manter a família, nada mais. Jesus nunca pregou aos pagãos, só aos judeus. E nem sequer os apóstolos
Que tipo de educação recebeu o fizeram no começo. Lá, em Antioquia, deu-se a reviravolta. E daí Paulo
Paulo na sua família? partiu para sua primeira viagem apostólica.
Os pais de Paulo eram judeus da Paulo
Durante aquela primeira viagem, Paulo discutiu com os colegas...
diáspora, ou seja, judeus que, obri- Houve divergências. Paulo tinha uma personalidade muito forte. E Jesus
e-mail: geral@fraternitas.pt * página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: direccao@fraternitas.pt * página oficial na Internet: w
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Amigo de cristo
havia-lhe confiado uma missão especial, a de levar o Evangelho aos pa-
gãos. Era um projecto impensável para os judeus da época. E também para
os apóstolos. Consideravam que Jesus veio para o povo de Israel, enquan-
to Paulo queria pregar aos pagãos.
Paulo encontrava-se numa posição delicada. Os cristãos olhavam-no
com desconfiança, recordando a obstinação com a qual haviam sido per-
seguidos por ele, e os judeus consideravam-no um traidor que havia aban-
donado a religião dos seus pais. Custou-lhe muito até que os primeiros
cristãos aceitassem as suas ideias, sobretudo a sua convicção de que Cristo
veio não só para os judeus, mas para todos. E que os pagãos, para serem
seguidores de Cristo, não deviam submeter-se a todas as disposições da lei
mosaica. Também entre os apóstolos nem todos partilhavam as suas ideias.
E ele aborrecia-se e chamava-os «falsos irmãos». Teve discussões inclusive ma Igreja. Para ele, o termo «igreja»
com Pedro que, em num primeiro momento, aderiu às ideias de Paulo, mas não tem sentido abstracto, mas re-
depois voltou atrás, e Paulo reprovou-o publicamente. fere-se sempre a uma comunidade
De qualquer forma, continuou crente nas intuições que teve durante o concreta, que se encontra em certo
misterioso encontro com Cristo no caminho de Damasco. Após a primeira lugar. Existe a igreja de Corinto, a
viagem missionária, empreendeu outras duas, fundando muitas Igrejas. No de Tessalónica, a igreja de Filipo...
final, todos os apóstolos aderiram às suas intuições, convencendo-se de Nós hoje damos um sentido «ca-
que Jesus havia vindo para a salvação de todos os homens e não só para a tólico», universal, ao termo «igreja».
salvação dos judeus. Mas este conceito formou-se depois
Quais são os pontos fundamentais do ensinamento de São Paulo? Paulo? de Paulo. Ele, com o termo igreja,
Dito em termos essenciais, no coração de Paulo está a liberdade da lei. entendia as diversas comunidades,
Paulo ensina que o que conta na relação com Deus, em primeiro lugar, não uma a uma. E atribuía a este termo
é a moral, mas a graça do próprio Deus, em Jesus Cristo. Converto-me em uma «comunhão recíproca» extraor-
justo diante de Deus não pelo que faço «eu», mas pelo que Deus fez por dinária. O lugar de encontro dos cris-
mim em Jesus Cristo. E a fé é a aceitação deste dom de graça que me é tãos era a casa, a casa privada, onde
oferecido. Este ensinamento paulino contrapõe-se à concepção segundo a se reuniam para a ceia e para a lei-
qual sou «eu» que construo a minha justiça, a minha santidade diante de tura e a explicação dos textos sagra-
Deus. Eu construo-a com a minha moral, o meu comportamento, a minha dos. Portanto, a comunidade eclesi-
ética e a observância dos mandamentos. Esta é uma concepção bastante al tinha um âmbito doméstico. E, no
difundida, que põe em primeiro lugar a moral. Mas tomá-la ao pé da letra contexto deste modo de viver é onde
não é a postura adequada. se desenvolve a definição da igreja
Há uma frase de Lutero que podemos partilhar e explica bem o conceito: paulina como «corpo de Cristo». Este
«Não é que nós, fazendo coisas justas, nos tornamos justos, mas sim sendo extraordinário conceito é só de Pau-
justos, fazendo as coisas justas». O dado moral, operativo, da acção, por- lo. «A Igreja é Corpo de Cristo» no
tanto, é secundário com relação à dimensão do «ser», que é precedente e sentido que é o próprio Cristo no seu
fundamental. «Ser em Cristo» e receber a benevolência de Deus através de corpo, numa dimensão não tanto
Jesus Cristo prescinde de minha moralidade a qual, precisamente porque social, mas individual, mística. E,
eu «vivo» «o ser em Cristo», estará certamente em sintonia com esta maravi- sempre neste âmbito comunitário, a
lhosa realidade. É este o ponto constitutivo. Igreja para Paulo era totalmente
O segundo elemento importante do pensamento de Paulo refere-se à «igualitária». Ensinava que em Cris-
«identidade cristã», que se define não só com categorias «jurídicas» como to não há nem judeu nem grego,
justiça, justificação, mas também com categorias «místicas» ou nem escravo nem livre, nem homem
«participativas». O cristão é alguém que não só está diante de Cristo com nem mulher. Dentro desta comuni-
um acto de fé, mas que «participa» do próprio Jesus Cristo e vive «em» dade havia funções ministeriais, mas
Cristo. Entre o cristão e Jesus dá-se uma verdadeira participação interpessoal. não eram no sentido hierárquico
O cristão «vive» em Cristo e Cristo vive no cristão. posterior. Havia presidentes, pesso-
E este modo de ser dá origem ao terceiro ponto fundamental do ensina- as encarregadas de guiar, organizar
mento de São Paulo, a «dimensão comunitária», o que Paulo mesmo cha- a assembleia e nada mais.
www.fraternitas.pt * e-mail: secretariado@fraternitas.pt * página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: tesouraria@fraternitas.pt
8. 8 espiral
Há PESSOAS que são PONTES
Sacadura,
O nosso sócio Amilcar Sacadura, ERA (ou É) uma delas
No retiro de Maio de 1998, em Fátima, conversá- GUAS NACIONAIS, em Viana – um mundo de projec-
mos mais ou menos longamente sobre os seus projectos tos, de sonhos, de ideais... «Sabe a nossa biblioteca está
profissionais relacionados com o Instituto Piaget, na mi- pobre, muito pobre»... Também por isso, lhe entreguei
nha terra natal (Luanda), mais concretamente nos seus por mão própria, uma magra biblioteca e documenta-
arredores, na “cidade satélite” – Viana (onde eu ia fre- ção distribuída, pelo então C.I.T.A., (Centro de Informa-
quentemente, quando aí residia uma das minhas irmãs...). ção e Turismo de Angola), nos Cursos que ministrava...
Os nossos olhos arregalavam-se, os ouvidos diver- «...Sabe, lecciono Latim sempre às 8h00 da manhã, por-
giam, a boca teimava em não fechar-se, o coração que também tenho alunos do Governo..., e eles lá estão
sentíamo-lo dividido, e eu notava os seus braços multi- todos, sempre, pontualmente. São trabalhadores! Esfor-
plicados!... çam-se!...» (E ao falar disto, batia com o punho no bra-
Recordo e destaco: ço lateral direito da cadeira) Notava-se que sentia uma
- DO PROJECTO DE INTERCÂMBIO DE ESTUDAN- grande amizade, muito amor por aquele (meu) povo!
TES ANGOLANOS, NO INSTITUTO PIAGET/ VISEU - a Pressentia ainda, o muito que pretendia fazer, se os Ho-
fraternidade ! A interacção humana e humanizante! Se- mens o ajudassem, porque de Deus nada parecia faltar
ria preciso muita “carolice”! - lhe!...
- DO GABINTE DE SOLIDARIEDADE PRÓ-ANGOLA - DOS DESALOJADOS - ...«Sabe o que são milhares
– de facto, no ano seguinte a minha Escola (tal como de desalojados ao pé de nós?! Milhares de rostos à nos-
muitas e muitas outras), recebeu documentos para a sa volta?! A vermo-nos todos os dias?!...» Emudeci!...
concretização deste Projecto – mais um!... Era sobretu- Lançou e semeou desafios!
do pedido, dicionários, gramáticas e outros livros Este Homem foi uma ponte entre dois povos, entre
congéneres para a divulgação/promoção da Língua instituições, entre muita gente concreta!.. Mas no dia
Portuguesa, cadernos e material escolar. Em 1999/2000 24 de Março a ponte caiu.
e 2000/2001, lá os descarreguei, em nome da Escola, Ceio que este Homem é uma ponte entre a terra e o
por três vezes vários volumes... Na última, apresentou- céu!
me o “nosso” António Regadas como seu, mais ou me- Em dia da Ascensão do Senhor, 24 de Maio,
nos isto: continuador, representante, substituto...
- DO GABINETE DA LÍNGUA PORTUGUESA E LÍN- Urtélia Silva
Urtélia Silv
Homem de Esperança dia, celebrou-se a Eucaristia da sua ressurreição defini-
tiva. Foi presidida pelo grande amigo P Dr. Manuel
.e
vest
este
Olhai os lírios do campo!...Ora, se Deus assim veste a Joaquim Estêvão da Rocha, concelebrada por alguns
erv exist
xiste
erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada sacerdotes amigos e colegas de Seminário, e participa-
fogo, muito
ao fogo, como não fará muito mais por vós…? da pela família e muitos outros amigos: da família, da
(Mt 6, 28-30) Fraternitas e do Instituto Piaget.
As leituras e palavras escutadas não foram de cir-
Em plena Quaresma e em véspera da Solenidade da cunstância, mas cheias de Fé na Ressurreição e de agra-
Anunciação do Senhor, o nosso irmão Amílcar Alexan- decimento a Deus pela grandeza da simplicidade da vida
dre Sacadura teve a sua Páscoa definitiva, sendo aco- do Amílcar. Os mesmos sentimentos perpassaram pela
lhido nos braços do Pai, no Amor de Jesus Cristo, pelo assembleia orante, em cânticos de Fé e acção de graças
Espírito que tudo vivifica. que o Amílcar terá, sem dúvida, cantado com ela: «Em
Tendo ido, nesse fim-de-semana, por uma ligeira in- Vós, Senhor, eu pus a minha Esperança… Feliz o ho-
disposição, às urgências do Hospital de Aveiro, nada de mem que pôs a sua Esperança no Senhor… Guardai-
grave lhe foi diagonosticado que obstasse a uma saída, me junto de Vós, na vossa Paz, Senhor.» A mesma men-
nos dias seguintes, para a sua amada Angola, no cum- sagem de vida foi deixada por elementos da Associação
primento do seu sacerdócio e missão de ensino. O cer- dos Antigos Alunos Redentoristas, fundada pelo Amílcar,
to é que uma repetição da dor já não teve, corporal- no hino da sua autoria Vivat in aeternum.
mente, tábua de salvação nem no próprio hospital e o Neste espírito, a Fraternitas associa-se em condolên-
bilhete para Angola ficou adiado para sempre. Colheu- cia à Maria Marina – para quem a cruz ficou um pouco
nos assim a surpresa do seu falecimento súbito. mais pesada, mas o Amor tudo vence – e aos filhos do
No noite do dia da Anunciação, houve um momento Amílcar.
de oração com o Amílcar. No dia seguinte, ao meio- Neves
Fernando Neves
9. l
espiral 9
Estamos Juntos descobri o verdadeiro Amílcar Sacadura, sempre cheio
Dr. Sacadura
Em Memória do Saudoso Dr. Amílcar Sacadura
de projectos, aventureiro destemido que se lançou em
Conheci o Dr. Amílcar autênticas cruzadas, cá e além fronteiras, para ir con-
Sacadura pelo ano de 1997, era cretizando os sonhos que acalentava, com uma vontade
eu pároco de Tabuaço, quando imensa de se dar, “num sacerdócio permanente”, em
ele visitava familiares da futura prol de causas e de valores mais altos.
nora, cuja celebração do matri- No ano lectivo 1999/2000 que ele foi pioneiro no
mónio eu faria meses mais tar- projecto de intercâmbio de estudantes do ensino básico
de. Desse primeiro encontro e secundário angolanos em Portugal, em famílias de
guardo uma imagem algo acolhimento, e estudando na recém-criada (também por
difusa, de alguém que me pare- ele) Escola Básica e Integrada Jean Piaget, alguns dos
cia muito douto e, simultanea- quais continuaram os seus estudos e já estão hoje for-
mente, misterioso (o que eu com- mados com Cursos Superiores. Teve um papel prepon-
preenderia anos mais tarde), que derante no lançamento do Projecto do Piaget em Ango-
me inspirou um sentimento de la, dando um contributo decisivo com os seus profundos
confiança e de respeito. Não conhecimentos e facilidade de relacionamento com a
imaginava eu que esse seria, sem sociedade e com as autoridades angolanas. Foi decisi-
dúvida, o início de uma grande vo para dotar o Projecto de um rosto mais humano, so-
e profunda amizade, de um in- lidário e fraterno ao criar e gerir o Gabinete de Solidari-
tenso relacionamento profissio- edade Pró-Angola, ao qual me associei, e com o qual
nal que viríamos a desenvolver conseguiu recolher toneladas de roupa, livros e material
alguns anos depois. Assim, quis escolar que enviou para Angola para ser distribuído jun-
o destino que em 2001 nos vol- to das populações onde o Piaget construía a Universida-
tássemos a encontrar no Institu- de. Desta missão solidária partiu para o dever de ensi-
to Piaget, a “nossa casa”, onde nar, de defender e preservar a “menina dos seus olhos”:
trabalhamos juntos, aprenden- a Língua Portuguesa. Fundou na UniPiaget Angola, o
do a conhecer-nos mutuamen- Gabinete da Língua Portuguesa e Línguas Nacionais, de
te, e onde estreitamos laços de perene amizade. Aqui que foi Director até “partir”, e que tinha por missão o
ensino da Língua Portuguesa – e Línguas Nacionais- as-
Resenha biográfica e académica sente no Latim como o alicerce estruturante da nossa
- Nascido em 16.08.1933 Língua.
- Frequência do Seminário Redentorista em Vila Nova A vida do Dr. Sacadura foi, nos últimos anos, repar-
de Gaia e Teologia em Espanha tida entre Angola e Portugal, entre o ensino da Língua e
- Ordenado pelo Bispo de Viseu os constantes desafios e projectos que tinha para aquele
- Trabalho missionário em Portugal país, que ele amava, e no qual, como mo disse tantas
- Dispensado do ministério sacerdotal, celebrou o vezes, não se importava de morrer. Sempre que vinha a
matrimónio com Maria Marina Carvalho Videira Portugal e passava em Viseu tinha a gentileza e o gesto
Sacadura, em 27.08.1971 amigo de passar no meu gabinete para “matar sauda-
- Estudos Superiores: Licenciatura em Clássicas pela des” e pôr comigo a conversa em dia, partilhando as
Universidade de Letras de Lisboa aventuras, os sonhos e projectos que andava sempre a
- Docente do ensino Liceal e Secundário na Madeira congeminar. Era assim, uma autêntico e genuíno missi-
e várias escolas do continente onário que partilhava tantos momentos com os Irmãos
- Orientador de Estágio de Latim e Grego aos alu- Redentoristas e neles se sentia reconfortado, que enca-
nos da Universidade de Aveiro rava a sua vida como uma dádiva constante ao ensino,
- Após aposentação do ensino oficial, em ligação à promoção da cultura e à defesa da Língua Portugue-
com o Instituto Jean–Piaget de Viseu, foi fundador e sa, que ele tão acerrimamente defendia, como o maior
director da Escola Secundária do Campo, com baluarte da nossa cultura e presença em África.
paralelismo pedagógico Marcou-me este homem, este testemunho, esta vida
- Fundador e professor da Universidade Jean-Piaget assim vivida; senti-o de forma intensa e profunda no dia
em Viana de Luanda - Angola do seu funeral quando a esposa, a D.ª Marina, ao ver-
- Sócio fundador da Fraternitas n.º 21 me me disse: «Dr. Regadas, ele queria-o tanto como a
um filho.» Nesse momento senti que, afinal, não perdi
F. Neves
Neves apenas um amigo. António
António Regadas
10. 10 espiral
A crise de Wall Street equivale
à queda do Muro de Berlim Se Obama
Para o prémio Nobel da Econo- baseando-se nos resultados de vári- fosse Papa
mia de 2001, Joseph Stiglitz, a crise os anos, e não no de apenas um,
financeira que começou em Wall porque este último modelo fomenta
Street, nos Estados Unidos, e rapi- as apostas. As opções de compra de teólogo presidente
O teólogo Hans Küng, presidente
damente afectou todos os mercados ações fomentam a adulteração da Fundação
da Fundação Ética Mundial, em
financeiros, equivale ao que foi a contabilidade e é preciso frear essa artigo para Repubblica,
artigo para o jornal La Repubblica,
queda do Muro de Berlim para o co- prática. Em resumo, oferecemos in- Fe
a 7 de Fevererio passado, analisa
munismo: «Ela diz ao mundo que centivos para que se alimentasse um contras
ast
os contrastes entre as posições do
esse modelo não funciona. Esse mau comportamento no sistema. presidente EUA Barack
presidente dos EUA , Barack
Bento
Obama, e as do Papa Bento XVI.
momento sublinha que as declara- Precisamos, ainda, de uma co-
ções do mercado financeiro em de- missão de segurança para os pro-
fesa do liberalismo eram falsas.» dutos financeiros, assim como temos O Presidente Barack Obama
O presidente norte-americano, no caso dos produtos de consumo. conseguiu, em um curto período de
Barack Obama, afirma que o nau- O setor financeiro estava inventan- tempo, retirar os Estados Unidos de
frágio de Wall Street é a maior crise do produtos que não geriam o risco, um clima de desânimo e contra-re-
financeira desde a Grande Depres- mas sim o produziam. formas, apresentando uma visão de
são. Os Estados Unidos têm talen- Nesta crise, observamos que as esperança e introduzindo uma mu-
tos, grandes universidades e um bom instituições mais baseadas no mer- dança estratégica na política inter-
sector de alta tecnologia. Mas os cado da economia vieram abaixo e na e externa desse grande país.
mercados financeiros desempenham correram a pedir a ajuda do Estado. O que faria um Papa se agisse
um papel muito importante, sendo Dir-se-á agora que este é o final do no espírito de Obama?
responsáveis nos últimos anos por fundamentalismo de mercado. A cri- Claramente, tal como Obama,
cerca de 30 por cento dos lucros em- ele afirmaria claramente que a Igre-
presariais. Os executivos dos merca- ja Católica está em uma crise pro-
dos financeiros obtiveram esses lu- funda e identificaria a origem do pro-
cros com o argumento de que esta- blema: muitas congregações sem
vam a ajudar a gerir o risco e a ga- padres, um número ainda insufici-
rantir maior eficácia ao capital. Por ente de novos candidatos ao sacer-
isso, diziam eles, mereciam rendi- dócio e um colapso oculto de estru-
mentos tão altos. O colapso de- turas pastorais como resultado de
monstrou que estavam errados. Ou, fusões impopulares de paróquias,
se se atender à face perversa das re- um colapso que muitas vezes se de-
gras, para os gestores correu bem, senvolveu ao longo de séculos.
poque até enriqueceram, mas para Proclamaria a visão da esperan-
o resto do mundo, a economia real se diz ao mundo que este modo de ça de uma Igreja renovada, um ecu-
pagará caro esta aventura, porque organização económica é insusten- menismo revitalizado, um entendi-
as trocas comerciais estão a cair, a tável. Em resumo, dizem todos, esse mento com os judeus, muçulmanos
produção diminuiu, aumentou o de- modelo não funciona. As declara- e outras religiões mundiais e uma
semprego, cresce, de forma alar- ções do mercado financeiro em de- avaliação positiva da ciência moder-
mante, o número de pobres e as fesa da liberalização eram falsas. na.
marcas da pobreza nos que já não A hipocrisia entre o modo pelo Reuniria ao seu redor os colegas
possuiam nada qual o Tesouro dos EUA, o FMI e o mais competentes, e não os homens
Agora é preciso, só voltar a re- Banco Mundial manejaram a crise e mulheres “sim, senhor”, mas men-
gular, mas também redesenhar o sis- asiática de 1997 e o modo como tes independentes, apoiados por es-
tema regulador dos mercados, que, procedem agora acentuou essa pecialistas competentes e destemi-
ou não viu, ou não quis ver. Além reação intelectual. Agora os asiáti- dos.
disto, precisamos estabelecer um sis- cos dizem: «Para nós, vocês disseram Iniciaria imediatamente as medi-
tema novo, capaz de suportar a ex- que deveríamos imitar o modelo dos das reformadoras mais importantes
pansão das finanças e dos instrumen- Estados Unidos. Se tivéssemos segui- por decreto (“ordem executiva”); e
tos financeiros de um modo melhor do vosso exemplo, estaríamos nesta convocaria um concílio ecumênico
que os bancos tradicionais. Precisa- mesma desordem.» para promover a mudança de rumo.
mos, por exemplo, regulamentar os Mas nós podemos realmente fa-
incentivos. Eles têm que ser pagos Marco Aurélio Weissheimer
arco Auréli
urélio zer isso? «Yes, we can!»
11. l
espiral 11
A juventude das jornadas mundiais
juventude tem
A juventude do mundo é mais religiosa do que a fama que tem
Kirche In, 08/08 - Tradução de João Simão
É comum presumir-se uma perda os jovens protestantes europeus ape- 57 por cento declaram que rezam
de religiosidade nas gerações jovens. nas 7 por cento se declaram muito diariamente. Nos movimentos religi-
Um estudo de religiões, conduzido religiosos, enquanto 25 por cento de- osos livres e nos pentecostais dos
pela Fundação Bertelsmann, vê ten- vem ser considerados cadáveres nos EUA praticamente só há jovens pra-
dências em sentido contrário: ape- ficheiros das suas igrejas. O pano- ticantes, quase 90 por cento dos
nas na Europa a juventude está niti- rama é semelhante entre os jovens quais são mesmo muito praticantes.
damente secularizada. católicos. Nestes, enquanto 25 por Dizer que os jovens são menos
ESPÍRITO
O ESPÍRITO DE SIDNEY cento dos europeus se consideram praticantes que os seus pais e avós,
Por ocasião da sua deslocação a muito religiosos, fora da Europa são é mais uma ideia típica da Europa
Sidney, na Austrália, para a Jornada 68 por cento. Dentre os jovens da ocidental, que não traduz a realida-
Mundial da Juventude, o papa foi en- Europa de Leste e da Rússia apenas de universal. Efectivamente, nos pa-
tusiasticamente aclamado por cen- um em cada três é baptizado, a mai- íses em desenvolvimento e nos esta-
tenas de milhares de jovens. Trata- oria deles perdeu qualquer referên- dos islâmicos, a prática religiosa en-
se de um fenómeno excepcional de cia à fé e à Igreja. Apenas 13 por tre os jovens não é menos intensiva
difícil explicação. Efectivamente, ob- cento se declaram muito religiosos. do que entre os restantes adultos. Em
servando os juvenis e os jovens de Em contrapartida, o estudo pôde Marrocos, cerca de 99 por cento dos
todo o mundo, conclui-se que eles também constatar que, mundialmen- jovens acreditam em Deus e numa
são muito mais religiosos do que ge- te, um em cada três jovens entrevis- vida para além da morte. Também
ralmente se supõe. Fazendo uma tados, apesar de se terem declarado entre os Brasileiros, os Turcos ou os
apreciação global, estima-se que sem confissão, podem ser escalona- Nigerianos, a quota vai aos 90 por
cerca de quatro em cada cinco jo- dos como pessoas religiosas. cento, enquanto em Israel, na Indo-
vens (85 por cento) são religiosos e PRÁTICA RELIGIOSA DA VIDA
DA VIDA nésia e na Itália, ronda os 80 por
quase metade (44 por cento) mes- A imagem divergente no que res- cento. Os países onde a preocupa-
mo muito religiosos. Apenas 13 por peita à religiosidade entre os jovens ção dos mais jovens pela fé é menos
cento não manifestam qualquer in- nos vários países e nas diversas con- intensiva situam-se quase todos no
teresse por Deus ou pela fé. fissões também existe relativamente círculo da cultura ocidental desde a
É claro que ocorrem panoramas à sua prática religiosa. Enquanto em Austrália até à Espanha. É claro que,
muito divergentes em cada um dos países muito religiosos, como a Ni- mesmo nestes, existem tendências em
países e entre as várias confissões. géria e a Guatemala, cerca de 90 sentido contrário. Assim, na Grã-
Enquanto nos estados islâmicos e nos por cento dos jovens adultos decla- Bretanha a adesão à fé é mais fre-
países em desenvolvimento, a religi- ram que rezam pelo menos uma vez quente entre os mais jovens do que
osidade dos jovens adultos é parti- por dia; já em países como a Índia, nos mais velhos. Por sua vez, os jo-
cularmente forte, na Europa os jo- Marrocos e a Turquia, são três em vens israelitas mostram-se significa-
vens, sobretudo os cristãos, mostram- cada quatro entrevistados a fazê-lo. tivamente mais firmes na fé do que
se comparativamente mais distantes Entre os jovens europeus a oração os seus pais. Destas informações o
da religião. está bastante fora de uso. Na Fran- Dr. Martin Rieger, director do projecto
Exemplificando: enquanto fora da ça apenas nove por cento dos jovens Religionsmonitor na Fundação
Europa 80 por cento de todos os jo- admitem que rezam diariamente, na Bertelsmann, infere: «A tese de que
vens protestantes são muito religio- Rússia, são oito por cento e, na Áus- a religiosidade se vai perdendo con-
sos e 18 por cento, religiosos, entre tria, apenas sete por cento. tinuamente de geração para gera-
Entre os países in- ção, pode ser claramente refutada
dustrializados e com base nos nossos inquéritos fei-
“ocidentalizados”, por tos à escala mundial – também em
um lado, e os países muitos estados industrializados.»
em desenvolvimento, No plano social, os jovens
por outro, os EUA são ocidentalizados dizem que a religião
fenómeno excepcio- não tem qualquer influência sobre as
nal: nas gerações mais convicções políticas individuais. Mas
jovens há muito mais fora da Europa, pelo menos 67 por
praticantes do que na cento dos protestantes e 68 por cen-
maioria dos outros pa- to dos adeptos das igrejas livres acei-
íses ocidentais. Entre tam a interdependência entre religi-
os jovens americanos osidade e sexualidade.
12. VIDA DA FRATERNITAS Em Viseu: António Regadas, a 2 de Maio, é eleito
Noticias endereçadas ao Secretariado secretário da Direcção da ASEL (Associação dos Anti-
Prof
rof. Pinto
Rua Prof. Carlos Alberto Pinto de Abreu, 33 - 2.º Esq. gos Seminaristas de Lamego).
3040 -245 Coimbra | secretariado@fraternitas.pt Desde Murça: Rogério Morais Teixeira, a 9 de Maio,
Na Régua: José da Silva Pinto acompanha a sua conta que a Alcina recebe tratamentos de radioterapia
Mariazinha, que há 12 anos sofre Alzheimer, está há 5 (de segunda a sexta-feira), na sequência de tratamentos
sem andar, tem 10 a 15 de intelecto... Mas afirma: «Sin- de quimioterapia, no IPO do Porto, e isto porque lhe foi
to que Deus é meus Amigo». Vai escrevendo para os três extraído um peito. Encontra(va)-se no Lar do IPO.
jornais da região:1, 2 ou 3 vezes por mês. Porto:
No Porto: Horácio Neto Fernandes tem um novo li-
Em Aradas (Aveiro): Amílcar A. Sacadura faleceu a vro: «Francisco Caboz - A construção e desconstrução
24 de Março. Partiu para a Vida Eterna numa fase em de um padre». Foi editado pela Editora Papito.
que a Maria Marina fazia tratamento de quimioterapia, Dos Açores: Conta o Francisco Monteiro «O novo
na sequência da extracção de um peito. Vigário Episcopal de São Miguel, Açores, P Doutor.e
Em Lamego: Realizou-se no Seminário Maior de
Lamego: Octávio de Medeiros, numa iniciativa inédita no meio
Lamego, no dia 4 de Abril, um encontro de padres dis- açoreano, convidou os "irmãos no sacerdócio fora do
pensados do exercício ministerial, desta diocese, por con- exercício de Ordens" para um encontro, que teve lugar
vite do Reitor, P João António Pinheiro Teixeira, com a
.e no passado dia 15 de Abril, no Convento da Esperan-
colaboração do J.B. Macedo, onde o filho João Pedro, ça, em Ponta Delgada.
é seminarista. Publicou a Voz de Lamego: «...Com uma Esta iniciativa foi bem acolhida por todos e uma opor-
atmosfera muito informal, havendo lugar para a parti- tunidade para partilhar, com seriedade e sentido de hu-
lha, para a Santa Missa e para a refeição. Comparece- mor, percursos de vida sempre diferentes mas com ele-
ram 9 padres casados e 1 viúvo, sendo 5 casais da mentos comuns. O próximo encontro promete ter a par-
Fraternitas. Almoçou connosco o Sr. Bispo, D. Jacinto ticipação das mulheres dos padres "dispensados" e ser
Tomás Botelho.» uma interpelação eclesial para todos aqueles que, nas
De Vila do Conde: Manuel de Sousa Gonçalves ilhas açoreanas, ainda conservam preconceitos em re-
escreveu, a 8 de Abril «Tenho recebido da Fraternitas lação aos padres que um dia casaram e assumiram novas
muitas provas de carinho... Embora muitas doenças se responsabilidades familiares e profissionais.»
tenham agravado, não justificam tudo... As células ma- De Viseu: O tesoureiro da Fraternitas, Luís Cunha,
lignas cancerosas já não reagem à quimioterapia, pelo alerta que o Fundo de Partilha está sem fundos. Foram,
que foi suspensa agora a sua aplicação. Estou a tomar e têm sido, vários a colaborar!... «Que a tua mão direi-
20 comprimidos diários. A diabetes muito alta obriga a ta não veja o que faz a mão esquerda!...»
injectar insulina. Todavia sinto-me feliz, por poder asso-
ciar-me à Paixão de Cristo e poder participar no Plano SOLIDARIED
ARIEDADE
Espaço de SOLIDARIEDADE
Redentor de Deus.» E a 20 de Maio actualizou: «... Vol- 1. Ninguém é indiferente às necessidades dos ou-
tei periodicamente aos tratamentos de quimioterapia. tros. Mas, quando os atingidos são os nossos, os que
Quanto às doenças? Ah são mimos de Deus!» nos são mais próximos (familiares, companheiros de jor-
Em Cinfães: António Amaral Pinto é mestrando do nada ou de ideal), certamente mobilizamo-nos mais.
2.º ano de Psicologia na Universidade Católica. «Sinto- 2. Só é possível continuar a acorrer a casos de ver-
me feliz.» dadeira necessidade se partilharmos também Por isso,
também.
Em Fátima: Para o I Congresso dos Antigos Semina- não esperes que te batam expressamente à porta. Deci-
ristas... e Encontro da Fraternitas, de 24 a 26 de Abril, de-te: partilha com os outros através do Movimento.
foram muitos os casais que anunciaram não poder par- 3. Vá já à caixa do multibanco mais próxima e faz
ticipar, e alguns até desistiram, por motivos de saúde de uma transferência interbancária para a conta n.º 0033
um deles, ou de familiares. Dos que estiveram, vários 000045218426660 05 O montante é apenas da tua
05.
partilham o que colheram lá nas páginas do »Espiral». conta e da de Deus. Irá direitinho para quem precisa!
Lisboa:
Em Lisboa Francisco Sousa Monteiro ofereceu à Manda o comprovativo e dá conhecimento da finalida-
Fraternitas 18 livros dos seus dois já publicados. O ter- de, porque também podes depositar na mesma conta
ceiro «O Teu Olhar Toca-me» saiu recentemente. É da bancária o valor da quota anual de sócio: 30 euros -
Editorial Perpétuo Socorro. casal; 20 euros - pessoa singular; ou contribuir para o
Desde Silves: Escreveu o Rogério Carpentier, a 26 boletim «Espiral».
de Abril «Parabéns? Já os recebi de Roma ao canoniza- 9. Utiliza, se necessário, para os efeitos indicados,
rem o Beato Nuno de Santa Maria neste dia!... Ah, das qualquer dos seguintes contactos:
minhas tarefas, ainda esta semana presidi a funerais di- tesouraria@fraternitas.pt | tel: 232459478
ariamente, excepto num dia, mas ontem foram 2... Sin- Luis Cunha | Estrada Velha de Abraveses, 292
to-me feliz!» 3515-124 Viseu
espiral Boletim da Associação
Fraternitas Movimento
Responsável: Fernando Félix
Praceta dos Malmequeres, 4 - 3.º Esq.
N.º 35 - Abril / Junho de 2009 Massamá / 2745-816 Queluz
www.fraternitas.pt e-mail: fernfelix@gmail.com