O documento discute o envelhecimento cognitivo e os benefícios da estimulação cognitiva no cérebro envelhecido. Apresenta diversas perspectivas sobre o envelhecimento, alterações cognitivas comuns no envelhecimento e técnicas de estimulação cognitiva, incluindo programas de computador. Estudos mostram que a estimulação cognitiva pode melhorar funções como atenção, memória e raciocínio em idosos saudáveis.
Ga stela vc_como aprendem _pessoas_jovens_adultas_revisado2_final_27_08_2013_...
1º Congresso Nacional de Psicogerontologia
1. 1º Congresso Nacional de
Psicogerontologia
Estimulação Cognitiva
no Cérebro Envelhecido
Filipa Brito – Unidade de Neuropsicologia CHPL
2. Envelhecimento
• Demográfica – envelhecimento demográfico das populações verifica-se na
maioria dos países desenvolvidos devido a diversos fatores,
nomeadamente à diminuição da natalidade, fecundidade e mortalidade e
ao aumento da esperança média de vida.
2 perspetivas:
• Individual – modificações biológicas e psicossociais que ocorrem com o
passar dos anos.
3. Envelhecimento
«….o Envelhecimento apresenta várias alterações tanto a nível
psicológico como biológico, que se sucedem de forma gradual, ao longo
do ciclo vital e, como consequência não é possível delimitar uma data
exata para que a pessoa possa ser considerada velha.»
Spar & La Rue 2005
4. Envelhecimento
«A idade cronológica não é um bom critério para se estudar o
envelhecimento, seja qual for o ponto de vista considerado, uma vez que
o número de anos que um individuo vive não nos dá qualquer informação
sobre a qualidade da sua vida, a sua experiência psicológica e social ou
mesmo a sua saúde.»
Paúl & Fonseca, 2001
7. Envelhecimento
3 componentes do envelhecimento
•Componente biológica – vulnerabilidade crescente e donde resulta uma maior
probabilidade de morrer;
•Componente psicológica – capacidade de autorregulação do indivíduo (tomar
decisões e fazer opções, nomeadamente) face ao processo de senescência
•Componente social – relativo aos papéis sociais apropriados às expectativas da
sociedade para este nível etário;
Paúl & Fonseca, 2001
8. Envelhecimento
Normal
“Bem sucedido”
• Capacidade para manter três comportamentos ou características
• Baixo risco de doença e de incapacidades
• Funcionamento físico e mental elevado
• Envolvimento/compromisso ativo com a vida
Rowe & Khan, 1998
9. Envelhecimento
Envelhecimento
“bem sucedido”
Envelhecimento
ativo
1. “O processo pela qual se otimizam as oportunidades
de bem-estar físico, social e mental durante toda a
vida com o objetivo de aumentar a esperança de vida
saudável, a produtividade e a qualidade de vida na
velhice”.
2. Ótica preventiva
3. Participação contínua nas questões sociais,
económicas, culturais, espirituais e civis, e não apenas
à capacidade de o individuo estar fisicamente ativo ou
de fazer parte da força de trabalho.
OMS, 2002
13. Envelhecimento e Défices
Cognitivos
• Os défices cognitivos encontrados em sujeitos idosos, podem ser
explicados por défices ao nível da velocidade de processamento da
informação e da velocidade psicomotora.
• Existência de uma disfunção ao nível dos circuitos frontais que
permite explicar os défices os défices encontrados.
Lezak, Howieson & Loring, 2004
14. Envelhecimento e Atenção
Consoante a natureza da tarefa
Atenção divida
Atenção sustentada / Concentração
Deteção do Estímulo
Lezak, Howieson & Loring, 2004
15. Envelhecimento e Memória
Associado a estratégias pouco eficazes de retenção e evocação da informação
Quando é necessário manipular/ organizar mentalmente a informação a reter (memória de
trabalho)
Lezak, Howieson & Loring, 2004
Relembrar informação, enquanto desempenham outra tarefa
17. Envelhecimento e Habilidade Visuo-
construtiva
Tarefas visuo-construtivas apenas quando o tempo é
contabilizado.
Cópia de desenhos simples
Lezak, Howieson & Loring, 2004
18. Envelhecimento e Atividade Pré-frontal
Capacidade de resolução de problemas não familiares e estruturalmente
complexos.
Distinção da informação relevante da informação irrelevante
Tarefas de formação de conceitos, inibição, abstração e flexibilidade
cognitiva.
Lezak, Howieson & Loring, 2004
21. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
Treino Cognitivo vs Estimulação Cognitiva
Termo que em Português melhor se aproxima do objetivo
«….ajudar os indivíduos a melhorar o desempenho das atividades
de vida diária, de um modo a não necessitarem da assistência de
outra pessoa ou, pelo menos a minimizar a necessidade de
assistência externa.»
Guerreiro, 2005
23. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
• Iliteracia afeta o desenvolvimento das capacidades cognitivas,
estratégias de processamento e a organização funcional;
• Sujeitos com baixa escolaridade, obtém piores desempenhos mesmo
em tarefas cujas funções recrutadas se acreditava não serem
influenciadas pela escolaridade
• Memória espacial
• Digit Span
• Atenção (tarefas de cancelamento)
• Cópia de estímulos simples
• Escolaridade
24. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
• Qualidade da escolaridade
• Ex: fez a 4ª classe mas ia apenas uma vez por semana à
escola e atualmente pouco sabe escrever e/ou ler;
• Bagagem Cultural – riqueza das experiências pessoais, profissionais e
sociais.
• Escolaridade
25. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
• Capacidade do cérebro de mudar e alterar a sua estrutura (ramificações
dendríticas e sinapses) em resposta a estímulos externos e internos,
provocando consequentemente alterações comportamentais
• Neuroplasticidade
26. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
• Reserva Cognitiva – capacidade de ativação progressiva de redes
neuronais em resposta a contingências crescentes.
Educação estratificada em = ou < de 9 anos e > de 9 anos
Ocupação: trabalhador não-especializado (ex. dona de casa) vs
trabalho especializado (gestor, oficial técnico superior.)
Educação estratificada em = ou < de 9 anos e > de 9 anos
Score obtido no Vocabulário da WAIS.
Sujeitos com 5 ou mais pontos são considerados como tendo “alta
reserva” e os com 4 ou menos pontos como “baixa reserva”.
28. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
• Permite controlar várias variáveis (tempo de exposição ao estímulo e tempo de reação)
• A recolha e análise dos dados é facilitada
• Os estímulos apresentados são mais atrativos (motivação)
• Oferece um feedback rápido e correto dos desempenhos
• Ajuste rápido das tarefas e do nível de dificuldade
Vantagens
29. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
• Dificuldade em adequar os programas a cada paciente, alguns programas
mostram-se muito inflexíveis e rígidos
• Pouca familiaridade com o uso do computador pode provocar respostas de
ansiedade
• Escasso poder de individualização nas estimulações
• Elevado custo
Desvantagens
31. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
Treino de Atenção – Vigilância
A tarefa consiste em vigiar no
monitor uma linha de objetos e
retirar o objeto que apresentem
um ou mais detalhes diferentes
dos objetos exemplo
15 níveis de dificuldade
32. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
Treino Atenção Visuo-Espacial Bidimensional
Figuras Bi-Dimensionais, para o
treino de relações posicionais.
Deve selecionar a figura idêntica á
figura de comparação. A figura a
ser selecionada encontra-se numa
rotação diferente.
34. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
Treino Atenção Dividida
Requer que se acompanhe vários
aspetos de uma situação
simultaneamente (deve regular a
velocidade e responder a um
conjunto de sinais).
14 níveis de dificuldade
35. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
Treino Memória Topológica
Consiste em memorizar a posição
de cartas e quando as figuras
desaparecem, deve lembrar-se
em que posição estava cada carta
12 níveis de dificuldade
36. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
Treino Memória de Faces
Reconhecer e decidir se já viu esta
pessoa antes ou não (nome,
profissão e número de telefone).
21 níveis de dificuldade
37. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
Treino Memória de Palavras
Capacidade para reconhecer
palavras individuais. Após a
visualização das palavras, vão
surgindo palavras no monitor e
terá que reconhecer as palavras
que estavam presentes na fase de
aprendizagem
38. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
Treino de Memória de Figuras
Treino indicado para a memória
de trabalho. Após a fase de
aprendizagem surgem palavras e
terá que identificar as que
correspondem ás figuras
apresentadas
9 níveis de dificuldade
39. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
Treino Memória Verbal
Após ler uma história/noticia
deverá responder a questões
acerca da historia que acabou de
ler.
10 níveis de dificuldade
40. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
Treino Atividade Pré-frontal (Compras)
Treino de situações em que o
paciente deve fazer compras num
supermercado. O objetivo é
melhorar o planeamento de
tarefas concretas e realísticas.
18 níveis de dificuldade
41. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
Treino Atividade Pré-frontal – Registo Diário
Planear a ordem pela qual deverá
executar um conjunto de
atividades referentes à vida
quotidiana
55 níveis de dificuldade
42. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
Treino Atividade Pré-frontal – Raciocínio Lógico
Completar sequências de
símbolos que são construídos de
forma lógica
23 níveis de dificuldade
45. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
• Comparação de 14 estudos de Estimulação Cognitiva em Idosos Saudáveis
(de 2001 a 2011).
• DataBase: PsycINFO e PUBMED
• Key-words: Cognitive Training, Cognitive Stimulation; Elderly and Aging
• Critérios de Inclusão: 1)- Envolver pelo menos um grupo ou condição controlo; 2)- ser aplicado
algum tipo de estimulação/treino cognitivo em idosos saudáveis; 3)- Incluir pelo menos dois
momentos de avaliação (pré e pós treino cognitivo); 4)- análise comparativa dos resultados intra-
sujeitos, inter-sujeitos ou inter-grupos (p ≤ 0,05).
46. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
N Idade Escolaridade
Tempo de duração
Semana Sessões
Follow up
(Mês)
Função cognitiva trabalhada
82 79,7 9,8 1 – 4 6 6 e 9 mês Atenção, Memória e Raciocínio
2832 73,6 5,9 5 – 6 10 12 e 24 Memória, Raciocínio e V. processamento
47 66,8 3,4 8 8 - M. Episódica, Atenção
49 78,7 3,9 14 14 6 Memória
42 - - 8 8 - Evocação de Memoria Serial
49 78,7 3,9 14 14 6 Comp. Estratégico
236 64 – 75 - 2 3 + P. casa 4 e 12 -
487 75,3 15,7 8 40 -
Processamento informação
2832 73,6 5,9 56 10 60
Memória, Raciocínio e V. processamento
182 70,9 16,3 8 – 10 40 – 50 3 Memória Verbal e V. processamento
62 69,4 - 8 8 1 Atenção Seletiva
88 71,0 - 3 6 - Atenção
238 74,4 8,3 104 108 - Atenção/Orientação
133 76,9 8,4 7 14 9 Atenção/Orientação, M. MT FE VP Abst.
c
47. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
N Idade Escolaridade
Tempo de duração
Semana Sessões
Follow up
(Mês)
Função cognitiva trabalhada
82 79,7 9,8 1 – 4 6 6 e 9 mês Atenção, Memória e Raciocínio
2832 73,6 5,9 5 – 6 10 12 e 24 Memória, Raciocínio e V. processamento
47 66,8 3,4 8 8 - M. Episódica, Atenção
49 78,7 3,9 14 14 6 Memória
42 - - 8 8 - Evocação de Memoria Serial
49 78,7 3,9 14 14 6 Comp. Estratégico
236 64 – 75 - 2 3 + P. casa 4 e 12 -
487 75,3 15,7 8 40 -
Processamento informação
2832 73,6 5,9 56 10 60
Memória, Raciocínio e V. processamento
182 70,9 16,3 8 – 10 40 – 50 3 Memória Verbal e V. processamento
62 69,4 - 8 8 1 Atenção Seletiva
88 71,0 - 3 6 - Atenção,
238 74,4 8,3 104 108 - Atenção/Orientação
133 76,9 8,4 7 14 9 Atenção/Orientação, M. MT FE VP Abst.
48. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
N Idade Escolaridade
Tempo de duração
Semana Sessões
Follow up
(Mês)
Função cognitiva trabalhada
82 79,7 9,8 1 – 4 6 6 e 9 mês Atenção, Memória e Raciocínio
2832 73,6 5,9 5 – 6 10 12 e 24 Memória, Raciocínio e V. processamento
47 66,8 3,4 8 8 - M. Episódica, Atenção
49 78,7 3,9 14 14 6 Memória
42 - - 8 8 - Evocação de Memoria Serial
49 78,7 3,9 14 14 6 Comp. Estratégico
236 64 – 75 - 2 3 + P. casa 4 e 12 -
487 75,3 15,7 8 40 -
Processamento informação
2832 73,6 5,9 56 10 60
Memória, Raciocínio e V. processamento
182 70,9 16,3 8 – 10 40 – 50 3 Memória Verbal e V. processamento
62 69,4 - 8 8 1 Atenção Seletiva
88 71,0 - 3 6 - Atenção,
238 74,4 8,3 104 108 - Atenção/Orientação
133 76,9 8,4 7 14 9 Atenção/Orientação, M. MT FE VP Abst.
49. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
N Idade Escolaridade
Tempo de duração
Semana Sessões
Follow up
(Mês)
Função cognitiva trabalhada
82 79,7 9,8 1 – 4 6 6 e 9 mês Atenção, Memória e Raciocínio
2832 73,6 5,9 5 – 6 10 12 e 24 Memória, Raciocínio e V. processamento
47 66,8 3,4 8 8 - M. Episódica, Atenção
49 78,7 3,9 14 14 6 Memória
42 - - 8 8 - Evocação de Memoria Serial
49 78,7 3,9 14 14 6 Comp. Estratégico
236 64 – 75 - 2 3 + P. casa 4 e 12 -
487 75,3 15,7 8 40 -
Processamento informação
2832 73,6 5,9 56 10 60
Memória, Raciocínio e V. processamento
182 70,9 16,3 8 – 10 40 – 50 3 Memória Verbal e V. processamento
62 69,4 - 8 8 1 Atenção Seletiva
88 71,0 - 3 6 - Atenção,
238 74,4 8,3 104 108 - Atenção/Orientação
133 76,9 8,4 7 14 9 Atenção/Orientação, M. MT FE VP Abst.
50. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
N Idade Escolaridade
Tempo de duração
Semana Sessões
Follow up
(Mês)
Função cognitiva trabalhada
82 79,7 9,8 1 – 4 6 6 e 9 mês Atenção, Memória e Raciocínio
2832 73,6 5,9 5 – 6 10 12 e 24 Memória, Raciocínio e V. processamento
47 66,8 3,4 8 8 - M. Episódica, Atenção
49 78,7 3,9 14 14 6 Memória
42 - - 8 8 - Evocação de Memoria Serial
49 78,7 3,9 14 14 6 Comp. Estratégico
236 64 – 75 - 2 3 + P. casa 4 e 12 -
487 75,3 15,7 8 40 -
Processamento informação
2832 73,6 5,9 56 10 60
Memória, Raciocínio e V. processamento
182 70,9 16,3 8 – 10 40 – 50 3 Memória Verbal e V. processamento
62 69,4 - 8 8 1 Atenção Seletiva
88 71,0 - 3 6 - Atenção,
238 74,4 8,3 104 108 - Atenção/Orientação
133 76,9 8,4 7 14 9 Atenção/Orientação, M. MT FE VP Abst.
51. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
Resultados e Discussão
•Resultados preliminares promissores (memória, atenção, funções
executivas e velocidade de processamento), mais ainda pouco
robustos;
•Não avalia a generalização das competências adquiridas
Questionário de autoestima e autoconfiança
Questionário de atividade de vida diária instrumentais e básicas
52. Envelhecimento e Estimulação
Cognitiva
• Durabilidade das competências adquiridas
Uniformizar os períodos de follow up
Postura pró-ativa dos participantes ou não
• Avaliação Neuropsicológica completa pré e pós estimulação cognitiva
• Diversidade de metodologias utilizadas e funções cognitivas estimuladas
Quais as melhores técnicas
Intervenções prescritas
54. Bibliografia
• Lezak, M., Howieson, D., & Loring, D. (2004). Neuropsychological Assessment, (4th ed.). U.S.A,
New York: Oxford University Press;
• Guerreiro, M. (2005). Terapêutica não Farmacológica da Demência. In Castro-Caldas, A. &
Mendonça (Eds.), A Doença de Alzheimer e outras Demências em Portugal (p. 121- 148). Lisboa:
Lidel;
• Paúl, C., & Fonseca, A. (2001). Psicossociologia da Saúde. Lisboa, Climepsi Editores;
• Rowe, J., & Khan R. Successful ageing. New York: DTP Health; 1998;
• Spar, J., & La Rue, A. (2005). Guia Prático de Psiquiatria Geriátrica. Lisboa, Climepsi Editores
Notas do Editor
Envelhecimento patológico – alterações resultantes dos traumas e doenças que ocorreram ao longo do ciclo vital. Infelizmente, a maioria dos idosos apresentam o envelhecimento considerado patológico, ou seja, associado a doenças, disfunções ou deficiências e incapacidades.
No envelhecimento usual – os indivíduos apresentam já prejuízos significativos mas não qualificados como doentes
No envelhecimento “bem sucedido” - a perda fisiológica é mínima, com preservação da função mesmo em idade avançada. O processo de envelhecimento é “puro” no sentido em que é isento dos danos causados por hábitos e estilos de vida inadequados ou de risco, ambientes inapropriados ou doenças.
O envelhecimento biológico aumenta a vulnerabilidade da pessoa às agressões orgânicas. Por outro lado, embora seja um processo cujos efeitos são visíveis mas cujo o mecanismo interno permanece, em grande medida, desconhecido.
Note-se que o evitamento de doença e incapacidade, refere-se não apenas à presença ou ausência de doença, mas igualmente à presença ou ausência de fatores de risco propiciadores de doença e incapacidade.
Sendo que estes três fatores funcionam segundo uma perspetiva hierárquica: a ausência de doença torna mais fácil a manutenção do funcionamento físico e mental e este por sua vez, facilita embora não garante um envolvimento ativo com a vida.
Desta forma para que se possa falar de um envelhecimento “bem sucedido” é necessário que a pessoa se informe sobre a diminuição natural de determinadas funções para que se possa adaptar à limitações naturais da sua idade.
Se não houver um ajustamento psíquico, as alterações do envelhecimento biológico predomina, podendo tornar a velhice repleta de tristeza e perdas. Aqui continuando a na ausência de patologia não podemos considerar que se esta perante um caso de envelhecimento bem sucedido.
O termo ativo, segundo a OMS refere-se à
Os 4 domínios mais afetados no envelhecimento
Existem duas perspetivas dominantes que pretendem explicar os défices cognitivos encontrados em sujeitos idosos saudáveis.
1 – Enquadrando esta primeira citação e para quem não esteja por dentro da avaliação Neuropsicológica, algumas das provas utilizadas para avaliar o desempenho, entre sujeitos jovens e idosos, tem tempo estipulado para a sua execução. E isto pode a duas situações, ou não tem a cotação completa, porque dentro do tempo estipulado não conseguiu alcançar o nível de desempenho desejado, ou então, mesmo tendo concluindo a prova, o facto de ter demorado mais tempo do aquele considerado necessário, sofre uma penalização na sua cotação. Mas se for feita uma avaliação qualitativa dos desempenhos, portanto em termos do resultado final, não é possível identificar diferenças significativas entre jovens e idosos.
2 – Aqui estaríamos a falar ao nível da adequação e sofisticação das estratégias utilizadas para a resolução dos problemas com que o sujeito se depara.
Independentemente da modalidade em que esse estímulo é apresentado.
Atenção dividida – Sequência de Letras e Números da WAIS-III e Trail Making Tes (Part B)
As queixas subjetivas de memória nem sempre são indicadores fidedignos do status cognitivo em idosos saudáveis.
Muitas vezes estas queixas e dificuldades são sentidas, pois o sujeito não faz a tal adaptação entre a componente psicológica e biológica do envelhecimento, ou seja, estes sujeitos, muitas vezes não fazem ou não aceitam as limitações cognitivas próprias da idade.
Nas situações em que à queixa subjetiva corresponde um declínio objetivamente identificável, este muitas vezes está associado a sintomatologia depressiva, e esta muita vezes acontece no seguimento da interrupção abrupta da vida ativa e anão preparação para entrar na reforma num ritmo de vida mais calmo e com menos solicita
No fim…..
Percebe-se também que as queixas subjetivas de memória ocorrem na presença
Ao contrário do que acontecia com a capacidade atencional, que o desempenho dos sujeitos, eram independente da modalidade sensorial em que o estímulo é apresentado, nas provas de memória, a modalidade em que o estímulo é apresentado influencia a
Demonstrando ganhos mesmo durante a 6 e por vezes até a 7ª década de vida
No entanto estes dois termos são frequentemente utilizados como equivalentes, sendo muito difícil distingui-los na prática.
Mas ainda assim o treino cognitivo pode ser entendido como sendo o conjunto das tarefa que tem por objetivo melhorar ou manter uma determinada função, por exemplo a memória, e a estimulação cognitiva como o plano composto pelos treino da memória da atenção e assim sucessivamente.
Em estimulação cognitiva existem três conceitos centrais, que devem ser tomados em consideração…..
Que se sabe influenciarem uns aos outros e que por sua vezes vão influenciar os objetivos estipulados para o plano de estimulação.
Sabe-se por exemplo que sujeitos sem escolaridade, têm pouca familiaridade com muito dos materiais (o lápis) e conteúdos utilizados tanto na avaliação neuropsicológica como depois nos programas de estimulação
Por exemplo, o facto de nunca terem trabalhado de maneira formal a conceção tridimensional dos objetos e a sua rotação do espacial, faz com que estes sujeitos obtenham piores resultados na nomeação de objetos representados em fotografia ou em desenho, ou seja, representados bidimensionalmente comparativamente com a nomeação desse objeto quando apresentado 3D.
Uma boa capacidade de aprendizagem é um dos mecanismos através dos quais podemos melhorar o nosso desempenho cognitivo e comportamental.
Estrutura Modular: permite estimular as funções a um nível básico de dificuldade indo até processos mais complexos, utilizando mais do que uma modalidade sensorial
2. Interação terapeuta-cliente-computador: O computador não substitui em altura alguma o terapeuta, servindo apenas como uma ferramenta motivacional no processo de estimulação. A relação terapeuta-cliente é indispensável, sendo fundamental que no inicio de cada sessão seja feito em conjunto uma avaliação da sessão anterior, perceber as dificuldades sentidas e se deve alterar o tipo de exercício ou não e no final de cada sessão perceber o tipo de dificuldades sentidas, e qual a avaliação que o paciente faz do seu próprio desempenho.
3. Ajuste do grau de dificuldade – a complexidade e dificuldade das tarefas aumenta gradualmente à medida que o sujeito vai conseguindo executar as tarefas com sucesso, mas é possível programar a tarefa para iniciar em qualquer nível de dificuldade. Especialmente importante nos sujeitos que integram o plano de estimulação não para recuperar determinada função, mas para desafio das capacidades cognitivas.
4. Medição dos resultados – é fornecido um feedback ao individuo em diversas etapas da tarefa, sempre que erra, sempre que muda de nível de dificuldade ou quando não o consegue fazer e no final da sessão é apresentado um gráfico com o seu desempenho ao longo daquela sessão. Todos os gráficos são armazenados é possível ter uma perspetiva da evolução do sujeito ao longo do processo de estimulação.
Gostaria agora de vos apresentar breve um artigo de 2011, em que os autores fazem uma análise e comparação das metodologias e resultados obtidos entre 14 estudos de estimulação cognitiva em idosos saudáveis. E o objetivo de vos apresentar este artigo é por um lado mostrar que já foram dados alguns passos no sentido de se criar um corpo teórico robusto no campo da estimulação cognitiva, mas que ainda existem muitas limitações, que é ainda difícil comparar resultados devido às diversas metodologias e que ainda nos falta compreender muitos aspetos da estimulação cognitiva.
Quanto à dimensão da amostra, o estudo que recrutou menos sujeitos tinha 42 indivíduos e dois estudos utilizaram 2832,
A média de idade varia entre os 66,8 e os 79,7 anos.
O numero de anos de escolaridade entre os 3,4 anos e os 16,3 anos
O número de sessões de estimulação por semana varou ente 1 e 5 sessões por semana
O momento de follow up variou do 1 mês após conclusão da estimulação até 2 anos após a conclusão do plano estimulação
Quanto às funções trabalhadas 9 estudos debruçaram-se sobre a memória
Quanto à dimensão da amostra, o estudo que recrutou menos sujeitos tinha 42 indivíduos e dois estudos utilizaram 2832,
A média de idade varia entre os 66,8 e os 79,7 anos.
O numero de anos de escolaridade entre os 3,4 anos e os 16,3 anos
O número de sessões de estimulação por semana varou ente 1 e 5 sessões por semana
O momento de follow up variou do 1 mês após conclusão da estimulação até 2 anos após a conclusão do plano estimulação
Quanto às funções trabalhadas 9 estudos debruçaram-se sobre a memória
6 sobre Funções executivas
7 Atenção e 4 Velocidade de processamento
Quanto à dimensão da amostra, o estudo que recrutou menos sujeitos tinha 42 indivíduos e dois estudos utilizaram 2832,
A média de idade varia entre os 66,8 e os 79,7 anos.
O numero de anos de escolaridade entre os 3,4 anos e os 16,3 anos
O número de sessões de estimulação por semana varou ente 1 e 5 sessões por semana
O momento de follow up variou do 1 mês após conclusão da estimulação até 2 anos após a conclusão do plano estimulação
Quanto às funções trabalhadas 9 estudos debruçaram-se sobre a memória
6 sobre Funções executivas
7 Atenção e 4 Velocidade de processamento
Quanto à dimensão da amostra, o estudo que recrutou menos sujeitos tinha 42 indivíduos e dois estudos utilizaram 2832,
A média de idade varia entre os 66,8 e os 79,7 anos.
O numero de anos de escolaridade entre os 3,4 anos e os 16,3 anos
O número de sessões de estimulação por semana varou ente 1 e 5 sessões por semana
O momento de follow up variou do 1 mês após conclusão da estimulação até 2 anos após a conclusão do plano estimulação
Quanto às funções trabalhadas 9 estudos debruçaram-se sobre a memória
6 sobre Funções executivas
7 Atenção e 4 Velocidade de processamento
Quanto à dimensão da amostra, o estudo que recrutou menos sujeitos tinha 42 indivíduos e dois estudos utilizaram 2832,
A média de idade varia entre os 66,8 e os 79,7 anos.
O numero de anos de escolaridade entre os 3,4 anos e os 16,3 anos
O número de sessões de estimulação por semana varou ente 1 e 5 sessões por semana
O momento de follow up variou do 1 mês após conclusão da estimulação até 2 anos após a conclusão do plano estimulação
Quanto às funções trabalhadas 9 estudos debruçaram-se sobre a memória
6 sobre Funções executivas
7 Atenção e 4 Velocidade de processamento
1 ponto – foram encontradas melhorias de desempenho em todos os estudos
A possibilizada de generalização, que consiste na possibilidade de aplicar no nosso dia-a-dia, as competências trabalhadas e desenvolvidas na plano de estimulação. Sendo que este é o principal objetivo de qualquer plano de estimulação e reabilitação Neuropsicológica.
Apenas três dos estudos analisados aplicaram algum tipo de instrumento para avaliar o impacto subjetivo do plano de reabilitação. É então importante que seja integrado no protocolo um instrumento de avaliação da autoestima, autoconfiança e atividade de vida diária antes e após o plano de estimulação
Por outro lado, não se chegou ainda a um consenso de qual o melhor instrumento para avaliar a generalização das competencias
A maior dos estudos que integraram esta analise utilizaram para estabelecer o perfil Neuropsicológico destes sujeitos, escalas pouco sensíveis nomeadamente mini mental exame state e apenas um dos estudos aplicou uma bateria Neuropsicológica como medida objetiva da eficácia do programa de estimulação e neste foi possível identificar um efeito de generalização.