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RECRIANDO A AMAZÔNIA NO SÉCULO XXI
Araújo, André Luiz Ferreira¹
Graduando em Tecnologia em Aquicultura - IFPA/Castanhal
Silva, Luiz Antonio Fernandes²
Graduando em Tecnologia em Aquicultura - IFPA/Castanhal
RESUMO
Através da análise de quatro textos inter-relacionados à este trabalho, objetiva-se traçar e
promover um mix existente entre os relatores e o conjunto de assuntos sobre a exploração dos
recursos naturais e humanos, no contexto histórico nacional e internacional no interesse
comum da Amazônia. Essas relações, mostram as características e tendência tanto da
recuperação das áreas degradadas, da preservação sustentável com a manutenção dos
ecossistemas vitais para conservação da biodiversidade, e as atividades produtivas da região,
ajustando o viés da aplicação do capital social e ambiental para seu desenvolvimento no
contexto nacional e regional, trazendo as modernidades necessárias para esse
desenvolvimento, assim como a melhoria na qualidade de vida aos seus habitantes.
PALAVRAS-CHAVE: Amazônia. Recursos naturais. Sustentabilidade. Social.
ABSTRACT
Through the analysis of four texts interrelated to the present work, objective to trace and to
promote one mix between the reporters and set of subjects existing on the exploration of the
natural resources and human, in the national and international historical context in the
common interest of the Amazônia. These relations, in such a way show to the characteristics
and trend of the recovery of the degraded areas, the sustainable preservation with the
maintenance of vital ecosystems for conservation of biodiversity, and the productive activities
of the region, adjusting the bias of the application of the capital stock and ambient for its
development in the national and regional context, bringing necessary modernity's for this
development, as well as the improvement in the quality of life to its inhabitants.
KEY WORDS: Amazônia. Natural resources. Sustentabilidade. Social.
1 - araujoandr3@msn.com.
2 - fernandesluizantonio@hotmail.com.
2
INTRODUÇÃO
A Amazônia sempre foi vista como sendo um El Dorado, atraindo aventureiros,
capital e políticas integradoras e expansionista. Com base nesse cenário e tendo em vista base
o capítulo "Amazônia: Transformando a segunda natureza degradada para uma terceira
natureza mais sustentável" do livro "Desafios e potencialidade para a Amazônia do século
XXI", de Marcelo Bentes Diniz, baseado no trabalho de Alfredo Kingo Oyama Homma,
referente a apresentação do grupo de número dez da disciplina Formação Histórica e Social da
Amazônia, ministrada pelo Prof. Mário Médice e, conjuntamente com os textos dos grupos
hum, dois, três e quatro, aos assuntos tabulados com o grupo dez: Limitações da opção
extrativista-floresta em pé; A domesticação dos recursos extrativitas; A solução via sistemas
agroflorestais; Dar atenção para a pecuária e o reflorestamento; Piscicultura para substituir a
carne bovina; Recuperar áreas que não deveriam ter sido desmatadas; Constante perda de
oportunidades; Mecanismos de controle sobre a Amazônia (nacionais e externos);
Aumentando a produtividade da terra e da mão de obra e melhoria da infraestrutura
produtiva. Esses temas abordam os três desafios principais que englobam a conservação e
preservação da Amazônia, tanto do passado presente como para o futuro. Permeando esses
temas principais, e conjuntamente com outros quatros conteúdo de texto sobre a Amazônia,
sendo o primeiro de autoria de Edna Castro(grupo hum), que titula como: "Política de Estado
e atores sociais na Amazônia Contemporânea" que são: O mito do El Dorado; Invenção da
Amazônia contemporânea e neocolonialismo; O Estado Nacional entre o mito e a realidade;
Dinâmica de fronteiras do agronegócio; Integração continental e civilização ocidental;
Fronteiras políticas e estratégia empresarias de integração Sul-Americana. O grupo dois
contempla assuntos referente ao título "Imagens Amazônica", sendo assim distribuídos: A
invenção da Amazônia; A Amazônia como natureza imaginária; A Amazônia como região
periférica; A Amazônia como questão nacional; A Amazônia como reserva de recursos: "As
florestas e os campos", "Águas, Vidas" e "Os solos nem ricos nem pobres". O outro conjunto
de assuntos(grupo três) são: As energias e as minerações; Tanta terra, tantos conflitos; A
Amazônia: reserva ecológica do planeta; A Amazônia como região atrasada e Amazônia: Os
índios e a integralidade de território nacional. O Conteúdo do grupo quatro rotulado de: A
organização do espaço Amazônico, contradições e conflitos, é subdivido em: O padrão de
organização do espaço rio-varzea-floresta: "A Amazônia entre a cruz e a espada", "As drogas
do sertão e os descimentos dos índios, e "No lugar da cruz o dinheiro: a espada continua"; A
borracha: conflito entre a agricultura e o extrativismo; A borracha, outro lado da revolução
3
industrial; Crise do seringalismo, vive-se melhor na Amazônia; A organização do espaço
estrada terra firme subsolo: "Os novos colonizadores" e "Uma geografia econômica de
exclusão; Estrada e hidrelétrica, a construção (cível) do Brasil - grandes dos militares:"Uma
geografia de conflitos", "Uma geografia socialmente seletiva" e " Uma urbanização sem
cidadania"; A Amazônia: entre a ordem e o caos; A Amazônia diante da nova estratégica
geopolítica, o "Avança Brasil", um novo(novo?) padrão de organização do espaço.
Nesse contexto, é que a interseção dos assuntos ligados ao grupo dez e aos grupo
hum, dois, três e quatro, objetivam esse trabalho, delineando os meandros relacionados e suas
implicações relevantes, tendo como cenário seus habitantes à biodiversidade e atores externos
a este palco Amazônico.
4
DESENVOLVIMENTO
Os três desafios estipulados (por quem?) para conservação e manutenção da
Amazônia parecem conflitar com interesses políticos, ambientais, sociais e econômicos, tanto
no Brasil como em outros países. Esses desafios contemplam a floresta nativa, a recuperação
do que foi desmatado e, terceiro o de valor vital para o futuro da região, recuperar os
ecossistemas que não deveriam ter sido destruídos e consequentemente preservá-los.
O mito do El Dorado permanece desde os primórdios do Tratado de Tordesilhas
entre Espanha e Portugal, em que a Amazônia é disputada pela busca de um novo mundo
cheio de riquezas e seres imaginários com sua inesgotabilidade de recursos. No contexto
dessa colonização, a borracha a construção da estrada de ferro Madeira Mamoré, a compra do
Acre pelo Brasil junto ao Bolívia e o controle fronteiriço com os demais países, teve um
papel fundamental na colonização com sua identidade original, e a intervenção colonialista
opressora e a natureza de independência, pois suas raízes estão caracterizadas pelos índios,
negros e brancos, quando da Revolução dos Cabanos em 1835 e nas políticas governamentais
deste a época das entradas e bandeiras até os dias atuais.
O progresso e a modernização do Estado Novo através de Vargas até Juscelino dos
anos de 1930 a 1960, provocou uma verdadeira corrida para o Oeste, tanto Vargas em 1937
como Juscelino com a Belém Brasília em 1960. Essas dinâmicas ocupacionais, pressionadas
pelo controle fronteiriço e a movimentação de imigrantes e migrantes e os incentivos fiscais,
serviram para o verdadeiro boom, e estimulou o crescimento do agronegócio.
A política ocupacional da região com intervenção do Governo Federal, através do
Instituto de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, focavam os grandes latifúndios, e
concomitante com as disputas de terra nas regiões Sul e Nordeste, desenvolveram através de
políticas de assentamento, o movimento de famílias dos sem terra para a Amazônia, motivo
este, que leva a crer que os conflitos de terras existente são relativos aos interesses dos
latifundiários e os pequenos produtores.
Com a expansão do território, diversos tipo de atividades tiveram progresso e uma
delas foi a mineração, com o manganês na Amapá e em 1970 do Projeto Radam, identificou
na Pará um grande potencial para exploração de ferro, cobre, ouro, caulim e a bauxita. Além
dessas descobertas a Petrobrás com petróleo e gás. O que mais chama atenção nesse cenário,
são os atores contracenado com os seus habitantes tanto os nativos como os imigrantes e
migrantes, e que a visão de que se têm dessa paisagem é "que o maior problema da Amazônia
5
é que o país mais próximo é o Brasil. E, o pior, é que fala a mesma língua" (Lúcio Flávio
Pinto). Esses novo momento trás para à Amazônia um novo perfil nacional e mundial, sendo
considerada uma fronteira das commodities.
A necessidade de fazer com que esse progresso continue, exige energia e capital, e
esse interesse é realizado com os adventos das construções das hidrelétricas através do
Ministério das Minas e Energia, Eletrobrás e Eletronorte, além de empresas internacionais que
têm visíveis interesses no potencial hídrico da Amazônia. Nesse sentido, os olhos
internacionais passam a observar os outros potencias existente na biodiversidade Amazônica,
e é aí que os padrões socioculturais que sempre são dominantes pela sua universalidade
nativa predomina, é a nossa "amazonês", que deve predominar, principalmente pelos
amazônidas.
A preocupação é constante, pois a visão que se têm da Amazônia é que parece de
um Brasil frágil aos interesses contrário ao do próprio Estado, e as prioridades não são dos
seus habitantes naturais e sim de um poder articulado por uma minoria.
Por não ser homogênea, a Amazônia, interligada ao comercio do MERCOSUL e com
uma porta para o Pacífico, outra para o Atlântico e através das eclusas de Tucurui para toda
região navegável do Brasil, torna-se uma verdadeiro pais no contexto regional e nacional,
pois nada mais nada mesmos é composta por nove estados, e faz fronteira com oito países Sul
Americanos. Há crescente interesse pela Amazônia como sendo um celeiro, países como a
China observam sua produção de grãos e acenam com capital, com a instituição da Integração
da Infraestrutura Regional Sul-Americana(IIRSA) em 1999. Seu conceito é que "America do
Sul só poderá crescer de forma sustentável se ampliar sua competitividade". Os Planos Brasil
em Ação e Avança Brasil de 1994, contempla a integração geográfica tanto para o
MERCOSUL como o resto do mundo.
A participação de organizações não governamentais no processo de preservação do
espaço e na manutenção da territorialidade, é muito delicada, pois com a retórica do
assistencialismo ambiental e do esverdeamento da região, passam a ter interesses com
comercializações de madeiras certificadas e créditos de carbono. Muitas dessas ONG's estão
ligadas a entidades que observam a Amazônia como sendo patrimônio mundial e não como
uma região de domínio da Bandeira Nacional do Brasil.
Para que não ocorra somente a extração da madeira, o Estado deverá incentivar a
agricultura familiar, através de uma reforma agraria, para que a “floresta fique em pé”. O
reflorestamento seria uma alternativa viável, como a plantação da seringueira (Hevea
brasiliensis) para a produção da borracha.
6
A plantação de seringueiras iria suprir a necessidade de importação e poderia ocorrer
o inverso, o Brasil passaria a ser exportador do látex. Sendo assim poderíamos voltar ao auge
da borracha (Belle Époque).
Carlos Walter Porto Gonçalves dizia que: A Amazônia pelos idos de 30 já exportava
sapatos e tecidos emborrachados principalmente para os Estados Unidos. Com a descoberta
do processo de vulcanização, em 1839, a goma elástica deixa de ser produto marginal e se
inscreve no cerne de novos procedimentos técnicos da Revolução Industrial.
“Levantar a floresta” traria benefício para o meio ambiente assim como para o
capital, deixaríamos de comprar e passaríamos a vender.
7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Existe diversas formas de resgatar e preservar a Amazônia, dentre ela, o principal é o
capital humano e a academia. Diversas práticas disponível pela EMBRAPA para serem
aplicadas na agricultura, fontes de energia renovável, manejos e controle das explotações
extrativistas e programas aplicados nas instituições de ensino, na conscientização das
crianças, na visão que o povo Amazônico têm pela sua região, o Projeto ProVárzea o Código
Florestal, as legislações ambientais através do Ministério do Meio Ambiente e IBAMA, a
preservação das reservas de mangues, florestas, nascentes, as reservas indígenas.
Vivemos no século XXI, mas parece que o conflito por terras, por riqueza ainda vive
os idos dos Bandeirantes, das fábulas, lendas, a busca pelo elo perdido. Parece que estamos
além de enxergar a verdadeira necessidade humana, do direito de respirar, de beber água
potável, de nos alimentar, vestir. As caravelas são outras, navegamos nos mares do espaço
virtual, mas continuamos de olho no vil metal, e a ganância de sempre querer mais e mais,
sendo escravo de seu próprio trabalho, não tendo tempo para poder contemplar a necessidade
comum, e estar num estado de viver, e não de sobreviver, uma competição acirrada pela posse
e pelo poder, esquecendo das origens, das naturezas culturais e do meio em que se vive, de
respeitarmos a nossa "Gaia", do nosso habitat, dos nossos animais, da água, do ar, das
florestas, o nosso lar.
São esses os desafio que temos, para que possamos fazer com que a recuperação do
passivo ecológico seja realizado, pois se não existir integração associada as políticas sociais,
econômicas, culturais e produtivas, com participação efetiva dos meios de sustentabilidade,
cada vez mais, estaremos empurrando a Amazônia para um abismo ou a um delineando de um
cataclisma ambiental.
8
REFERÊNCIAS
DANTAS, Humberto Dantas. Amazônia Caminho Para o Futuro, 1966.
DINIZ, Marcelo Bentes. Desafio e Potencialidade Para Amazônia Do Século XXI.
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. A Organização Do Espaço Amazônico: Contradições
e Conflitos.
HOMMA, Alfredo Kingo Oyama. Amazônia, 1998.

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  • 1. RECRIANDO A AMAZÔNIA NO SÉCULO XXI Araújo, André Luiz Ferreira¹ Graduando em Tecnologia em Aquicultura - IFPA/Castanhal Silva, Luiz Antonio Fernandes² Graduando em Tecnologia em Aquicultura - IFPA/Castanhal RESUMO Através da análise de quatro textos inter-relacionados à este trabalho, objetiva-se traçar e promover um mix existente entre os relatores e o conjunto de assuntos sobre a exploração dos recursos naturais e humanos, no contexto histórico nacional e internacional no interesse comum da Amazônia. Essas relações, mostram as características e tendência tanto da recuperação das áreas degradadas, da preservação sustentável com a manutenção dos ecossistemas vitais para conservação da biodiversidade, e as atividades produtivas da região, ajustando o viés da aplicação do capital social e ambiental para seu desenvolvimento no contexto nacional e regional, trazendo as modernidades necessárias para esse desenvolvimento, assim como a melhoria na qualidade de vida aos seus habitantes. PALAVRAS-CHAVE: Amazônia. Recursos naturais. Sustentabilidade. Social. ABSTRACT Through the analysis of four texts interrelated to the present work, objective to trace and to promote one mix between the reporters and set of subjects existing on the exploration of the natural resources and human, in the national and international historical context in the common interest of the Amazônia. These relations, in such a way show to the characteristics and trend of the recovery of the degraded areas, the sustainable preservation with the maintenance of vital ecosystems for conservation of biodiversity, and the productive activities of the region, adjusting the bias of the application of the capital stock and ambient for its development in the national and regional context, bringing necessary modernity's for this development, as well as the improvement in the quality of life to its inhabitants. KEY WORDS: Amazônia. Natural resources. Sustentabilidade. Social. 1 - araujoandr3@msn.com. 2 - fernandesluizantonio@hotmail.com.
  • 2. 2 INTRODUÇÃO A Amazônia sempre foi vista como sendo um El Dorado, atraindo aventureiros, capital e políticas integradoras e expansionista. Com base nesse cenário e tendo em vista base o capítulo "Amazônia: Transformando a segunda natureza degradada para uma terceira natureza mais sustentável" do livro "Desafios e potencialidade para a Amazônia do século XXI", de Marcelo Bentes Diniz, baseado no trabalho de Alfredo Kingo Oyama Homma, referente a apresentação do grupo de número dez da disciplina Formação Histórica e Social da Amazônia, ministrada pelo Prof. Mário Médice e, conjuntamente com os textos dos grupos hum, dois, três e quatro, aos assuntos tabulados com o grupo dez: Limitações da opção extrativista-floresta em pé; A domesticação dos recursos extrativitas; A solução via sistemas agroflorestais; Dar atenção para a pecuária e o reflorestamento; Piscicultura para substituir a carne bovina; Recuperar áreas que não deveriam ter sido desmatadas; Constante perda de oportunidades; Mecanismos de controle sobre a Amazônia (nacionais e externos); Aumentando a produtividade da terra e da mão de obra e melhoria da infraestrutura produtiva. Esses temas abordam os três desafios principais que englobam a conservação e preservação da Amazônia, tanto do passado presente como para o futuro. Permeando esses temas principais, e conjuntamente com outros quatros conteúdo de texto sobre a Amazônia, sendo o primeiro de autoria de Edna Castro(grupo hum), que titula como: "Política de Estado e atores sociais na Amazônia Contemporânea" que são: O mito do El Dorado; Invenção da Amazônia contemporânea e neocolonialismo; O Estado Nacional entre o mito e a realidade; Dinâmica de fronteiras do agronegócio; Integração continental e civilização ocidental; Fronteiras políticas e estratégia empresarias de integração Sul-Americana. O grupo dois contempla assuntos referente ao título "Imagens Amazônica", sendo assim distribuídos: A invenção da Amazônia; A Amazônia como natureza imaginária; A Amazônia como região periférica; A Amazônia como questão nacional; A Amazônia como reserva de recursos: "As florestas e os campos", "Águas, Vidas" e "Os solos nem ricos nem pobres". O outro conjunto de assuntos(grupo três) são: As energias e as minerações; Tanta terra, tantos conflitos; A Amazônia: reserva ecológica do planeta; A Amazônia como região atrasada e Amazônia: Os índios e a integralidade de território nacional. O Conteúdo do grupo quatro rotulado de: A organização do espaço Amazônico, contradições e conflitos, é subdivido em: O padrão de organização do espaço rio-varzea-floresta: "A Amazônia entre a cruz e a espada", "As drogas do sertão e os descimentos dos índios, e "No lugar da cruz o dinheiro: a espada continua"; A borracha: conflito entre a agricultura e o extrativismo; A borracha, outro lado da revolução
  • 3. 3 industrial; Crise do seringalismo, vive-se melhor na Amazônia; A organização do espaço estrada terra firme subsolo: "Os novos colonizadores" e "Uma geografia econômica de exclusão; Estrada e hidrelétrica, a construção (cível) do Brasil - grandes dos militares:"Uma geografia de conflitos", "Uma geografia socialmente seletiva" e " Uma urbanização sem cidadania"; A Amazônia: entre a ordem e o caos; A Amazônia diante da nova estratégica geopolítica, o "Avança Brasil", um novo(novo?) padrão de organização do espaço. Nesse contexto, é que a interseção dos assuntos ligados ao grupo dez e aos grupo hum, dois, três e quatro, objetivam esse trabalho, delineando os meandros relacionados e suas implicações relevantes, tendo como cenário seus habitantes à biodiversidade e atores externos a este palco Amazônico.
  • 4. 4 DESENVOLVIMENTO Os três desafios estipulados (por quem?) para conservação e manutenção da Amazônia parecem conflitar com interesses políticos, ambientais, sociais e econômicos, tanto no Brasil como em outros países. Esses desafios contemplam a floresta nativa, a recuperação do que foi desmatado e, terceiro o de valor vital para o futuro da região, recuperar os ecossistemas que não deveriam ter sido destruídos e consequentemente preservá-los. O mito do El Dorado permanece desde os primórdios do Tratado de Tordesilhas entre Espanha e Portugal, em que a Amazônia é disputada pela busca de um novo mundo cheio de riquezas e seres imaginários com sua inesgotabilidade de recursos. No contexto dessa colonização, a borracha a construção da estrada de ferro Madeira Mamoré, a compra do Acre pelo Brasil junto ao Bolívia e o controle fronteiriço com os demais países, teve um papel fundamental na colonização com sua identidade original, e a intervenção colonialista opressora e a natureza de independência, pois suas raízes estão caracterizadas pelos índios, negros e brancos, quando da Revolução dos Cabanos em 1835 e nas políticas governamentais deste a época das entradas e bandeiras até os dias atuais. O progresso e a modernização do Estado Novo através de Vargas até Juscelino dos anos de 1930 a 1960, provocou uma verdadeira corrida para o Oeste, tanto Vargas em 1937 como Juscelino com a Belém Brasília em 1960. Essas dinâmicas ocupacionais, pressionadas pelo controle fronteiriço e a movimentação de imigrantes e migrantes e os incentivos fiscais, serviram para o verdadeiro boom, e estimulou o crescimento do agronegócio. A política ocupacional da região com intervenção do Governo Federal, através do Instituto de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, focavam os grandes latifúndios, e concomitante com as disputas de terra nas regiões Sul e Nordeste, desenvolveram através de políticas de assentamento, o movimento de famílias dos sem terra para a Amazônia, motivo este, que leva a crer que os conflitos de terras existente são relativos aos interesses dos latifundiários e os pequenos produtores. Com a expansão do território, diversos tipo de atividades tiveram progresso e uma delas foi a mineração, com o manganês na Amapá e em 1970 do Projeto Radam, identificou na Pará um grande potencial para exploração de ferro, cobre, ouro, caulim e a bauxita. Além dessas descobertas a Petrobrás com petróleo e gás. O que mais chama atenção nesse cenário, são os atores contracenado com os seus habitantes tanto os nativos como os imigrantes e migrantes, e que a visão de que se têm dessa paisagem é "que o maior problema da Amazônia
  • 5. 5 é que o país mais próximo é o Brasil. E, o pior, é que fala a mesma língua" (Lúcio Flávio Pinto). Esses novo momento trás para à Amazônia um novo perfil nacional e mundial, sendo considerada uma fronteira das commodities. A necessidade de fazer com que esse progresso continue, exige energia e capital, e esse interesse é realizado com os adventos das construções das hidrelétricas através do Ministério das Minas e Energia, Eletrobrás e Eletronorte, além de empresas internacionais que têm visíveis interesses no potencial hídrico da Amazônia. Nesse sentido, os olhos internacionais passam a observar os outros potencias existente na biodiversidade Amazônica, e é aí que os padrões socioculturais que sempre são dominantes pela sua universalidade nativa predomina, é a nossa "amazonês", que deve predominar, principalmente pelos amazônidas. A preocupação é constante, pois a visão que se têm da Amazônia é que parece de um Brasil frágil aos interesses contrário ao do próprio Estado, e as prioridades não são dos seus habitantes naturais e sim de um poder articulado por uma minoria. Por não ser homogênea, a Amazônia, interligada ao comercio do MERCOSUL e com uma porta para o Pacífico, outra para o Atlântico e através das eclusas de Tucurui para toda região navegável do Brasil, torna-se uma verdadeiro pais no contexto regional e nacional, pois nada mais nada mesmos é composta por nove estados, e faz fronteira com oito países Sul Americanos. Há crescente interesse pela Amazônia como sendo um celeiro, países como a China observam sua produção de grãos e acenam com capital, com a instituição da Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana(IIRSA) em 1999. Seu conceito é que "America do Sul só poderá crescer de forma sustentável se ampliar sua competitividade". Os Planos Brasil em Ação e Avança Brasil de 1994, contempla a integração geográfica tanto para o MERCOSUL como o resto do mundo. A participação de organizações não governamentais no processo de preservação do espaço e na manutenção da territorialidade, é muito delicada, pois com a retórica do assistencialismo ambiental e do esverdeamento da região, passam a ter interesses com comercializações de madeiras certificadas e créditos de carbono. Muitas dessas ONG's estão ligadas a entidades que observam a Amazônia como sendo patrimônio mundial e não como uma região de domínio da Bandeira Nacional do Brasil. Para que não ocorra somente a extração da madeira, o Estado deverá incentivar a agricultura familiar, através de uma reforma agraria, para que a “floresta fique em pé”. O reflorestamento seria uma alternativa viável, como a plantação da seringueira (Hevea brasiliensis) para a produção da borracha.
  • 6. 6 A plantação de seringueiras iria suprir a necessidade de importação e poderia ocorrer o inverso, o Brasil passaria a ser exportador do látex. Sendo assim poderíamos voltar ao auge da borracha (Belle Époque). Carlos Walter Porto Gonçalves dizia que: A Amazônia pelos idos de 30 já exportava sapatos e tecidos emborrachados principalmente para os Estados Unidos. Com a descoberta do processo de vulcanização, em 1839, a goma elástica deixa de ser produto marginal e se inscreve no cerne de novos procedimentos técnicos da Revolução Industrial. “Levantar a floresta” traria benefício para o meio ambiente assim como para o capital, deixaríamos de comprar e passaríamos a vender.
  • 7. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Existe diversas formas de resgatar e preservar a Amazônia, dentre ela, o principal é o capital humano e a academia. Diversas práticas disponível pela EMBRAPA para serem aplicadas na agricultura, fontes de energia renovável, manejos e controle das explotações extrativistas e programas aplicados nas instituições de ensino, na conscientização das crianças, na visão que o povo Amazônico têm pela sua região, o Projeto ProVárzea o Código Florestal, as legislações ambientais através do Ministério do Meio Ambiente e IBAMA, a preservação das reservas de mangues, florestas, nascentes, as reservas indígenas. Vivemos no século XXI, mas parece que o conflito por terras, por riqueza ainda vive os idos dos Bandeirantes, das fábulas, lendas, a busca pelo elo perdido. Parece que estamos além de enxergar a verdadeira necessidade humana, do direito de respirar, de beber água potável, de nos alimentar, vestir. As caravelas são outras, navegamos nos mares do espaço virtual, mas continuamos de olho no vil metal, e a ganância de sempre querer mais e mais, sendo escravo de seu próprio trabalho, não tendo tempo para poder contemplar a necessidade comum, e estar num estado de viver, e não de sobreviver, uma competição acirrada pela posse e pelo poder, esquecendo das origens, das naturezas culturais e do meio em que se vive, de respeitarmos a nossa "Gaia", do nosso habitat, dos nossos animais, da água, do ar, das florestas, o nosso lar. São esses os desafio que temos, para que possamos fazer com que a recuperação do passivo ecológico seja realizado, pois se não existir integração associada as políticas sociais, econômicas, culturais e produtivas, com participação efetiva dos meios de sustentabilidade, cada vez mais, estaremos empurrando a Amazônia para um abismo ou a um delineando de um cataclisma ambiental.
  • 8. 8 REFERÊNCIAS DANTAS, Humberto Dantas. Amazônia Caminho Para o Futuro, 1966. DINIZ, Marcelo Bentes. Desafio e Potencialidade Para Amazônia Do Século XXI. GONÇALVES, Carlos Walter Porto. A Organização Do Espaço Amazônico: Contradições e Conflitos. HOMMA, Alfredo Kingo Oyama. Amazônia, 1998.