O documento discute a caridade como a principal virtude ensinada por Jesus. Explica que a caridade pode ser material, como esmolas, ou moral, como benevolência, indulgência e perdão. Descreve várias formas de se praticar a caridade moral, como com palavras, pensamentos ou ações gentis, e enfatiza que a caridade é o amor em movimento.
2. Toda moral do Cristo se resume na caridade e na humildade, isto é,
nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os
seus ensinos, o Mestre aponta estas duas qualidades morais como
sendo as que conduzem à eterna felicidade.
Na questão 893 de O Livro dos Espíritos, Kardec indaga qual a mais
meritória das virtudes, obtendo dos Espíritos superiores a resposta de
que é a caridade desinteressada. Mas, o que é a caridade, segundo a
Doutrina Espírita? Para facilitar a compreensão, podemos dividi-la
em material e moral. A caridade material compreende aquilo que tem
manifestação no mundo físico. Devendo ser exercida com
desprendimento e amor, sem humilhar a quem recebe.
3. A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola; abrange todas
as relações com os nossos semelhantes, quer se trate de nossos
inferiores, iguais ou superiores. O exercício da caridade passa por
muitos estágios. A caridade é algo muito mais profundo e importante
do que apenas darmos o que nos sobra, nem aquilo que se dá para nos
livrarmos de quem nos pede ou aliviar a consciência, embora isto
também seja um ato caritativo, mas não resume a grandiosidade desta
virtude.
A caridade moral, como entendia o Cristo, é elucidada na questão 886
de O Livro dos Espíritos, como sendo benevolência para com todos,
indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas.
4. Esse conceito de caridade reúne todos os deveres do ser humano para
com seu próximo, podendo ser exercitado através de três perguntas:
1) Ao pensar, julgando ou avaliando o próximo, como devo
proceder?
Com indulgência;
2) Como deve ser a minha ação para com o meu próximo?
Com benevolência;
3) Como devo receber a ação do próximo?
Com perdão.
Assim, a caridade moral pode ser:
5. Verbal (palavras que consolam, esclarecem e edificam). Mental
(ondas mentais sob a forma de perdão, prece emitida em favor de
encarnados e desencarnados). Gestual (afago fraterno, abraço, aperto
de mão, sorriso). Passiva (silêncio diante de uma ofensa, atenção
perante um desabafo). Sempre há condições e oportunidades para o
exercício da caridade, pois não há quem não possa doar algo, dedicar
atenção a um irmão de caminhada, vibrar positivamente por alguém,
condições que não requerem recurso financeira nem influência social.
Todos nós podemos fazê-la. Cada indivíduo, porém, procura e
encontra meios de realizar o bem de acordo com a sua evolução
espiritual.
6. Mas, à medida que compreende que fora da caridade não há salvação,
o homem esforça-se por praticá-la em suas diversas manifestações. A
caridade nada mais é do que o amor em movimento. A grande
dificuldade é a de se conquistá-la; ela não se compra nem se transfere
de uns para os outros, adquire-se, construindo-a no imo.
Chegará o dia em que faremos o bem naturalmente, agindo como o
anônimo bom samaritano que, sem questionar ou emitir julgamento
acerca do ferido caído à margem da estrada, arregaçou as mangas e o
trouxe de volta à vida. Aí, sim, estaremos praticando a caridade
verdadeira.
7. É um longo aprendizado, mas estamos no caminho, e, por enquanto é
o que importa. Perceberemos, um dia, que sentenças como, por
exemplo, “É dando que recebemos” não são apenas frases bonitas.
Pois dar de si é amar, e o amor, estranhamente, quanto mais se dá,
mais se tem.
Dediquemo-nos, portanto, meus irmãos, à prática da caridade
ensinada no Evangelho de Jesus, pois ela nos ajudará não só a evitar a
prática do mal, mas também nos impulsionará em direção ao trabalho
no bem. Se hoje ainda não somos capazes de sairmos de nós mesmos
em direção ao nosso próximo, que isto não seja motivo de desespero
ou preocupação.
8. A Natureza não dá saltos. Não desanimemos, continuemos a jornada e
chegaremos, um dia, à evolução desejada.
Muita Paz!
Agora, vamos elevar o nosso pensamento a Jesus, rogando a luz e o
amparo que precisamos, nós que aqui estamos, ligados ao pesado
fardo da matéria. Refrigera-nos, Senhor, o nosso Espírito; ameniza as
dores e sofrimentos de todos nós. Que possa haver mais esperança em
nossos corações; que possa haver mais fé em nossos espíritos; que
possa haver mais entendimento e caridade em nossas ações, tudo
conforme a vontade de Deus, nosso Pai.
9. E, que, nessa semana que hoje se inicia, possamos vivificar e
aprender, levando a todos com quem vamos nos encontrar, a
mensagem do trabalho contínuo, da melhoria, da paz, do amor e da
caridade.
Que assim seja!
Graças a Deus!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudo de O Livro dos Espíritos e estudo de O Evangelho
Segundo o Espiritismo.