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12/04/2016 Pós­Lapsarianismo ~ Acesso Teológico
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Pós­Lapsarianismo
04:30   Teologia Sistemática   2 comments
PÓS­LAPSARIANISMO[1]
PROBLEMÁTICA
Era Jesus semelhante a Adão antes ou depois da queda?
Aqueles  que  defendem  a  teoria  pós­lapsariana[2]  insistem  em  afirmar  que  Jesus  assumiu  a
natureza humana pecaminosa, em Sua encarnação, tanto física quanto a moral e a espiritual, com todas as
características da humanidade caída. Assim sendo, Jesus teria sido exatamente como qualquer um de nós em
termos de forma e essência; Ele não seria em nada diferente de qualquer outra pessoa nascida (RODON,
2008, p. 46 e 47).
“Em Sua natureza humana, não há uma partícula de diferença entre Ele e vocês.” (Citado por
KNIGHT, 2005, 121).
Esta  era  a  posição  de  A.T.  Jones,  um  dos  pioneiros  do  pós­lapsarianismo.  Diante  dessa
afirmação temos que nos reportar a Bíblia e ao Espírito de Profecia para vermos o que nos falam sobre a
condição natural do homem após o pecado.
A Bíblia nos apresenta um quadro em nada elogioso quanto a condição humana pós­queda:
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”
(Jeremias 17:9); “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” (Salmo 51:5); “Porque bem
sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado.” (Romanos 7:14).
Para  Ellen  G.  White:  “no  seu  âmago  [depois  da  queda],  a  natureza  humana  foi  corrompida.
Desde então, o pecado alcançou todas as mentes” (Review and Herald, 16/04/1901); “Com relação ao primeiro
Adão, os homens nada receberam dele senão a culpa e a sentença de morte” (Orientação da Criança, 475).
Assim, o problema é: Embora Jesus não fosse um pecador, como corretamente entendido pelo
pós­lapsarianismo, teria Ele sido, realmente, participante da natureza humana corrompida, tanto fisicamente
quanto moralmente, com tendências, propensões para o pecado e inclinada para o mal?
SOLUÇÃO
Os defensores do pós­lapsarianismo – tendo como proeminentes expoentes Alonzo T. Jones,
Ellet J. Waggoner, W.W. Prescott, M.L. Andreasen – acreditam que Cristo assumiu a natureza humana após a
queda  de Adão,  passando  a  ter  natureza  igual  a  nossa  (KNIGHT,  2005,  p.  120  e  128;  QUESTÕES  sobre
doutrina, 2008, p. 441); com isso eles afirmam que assim como Cristo teve vitória sobre o pecado nós também
podemos ter vitória perfeita sobre o pecado, ao nos tornarmos perfeitos como Cristo foi perfeito (WHIDDEN,
2004, p. 15). Ele deixa de ser nosso divino substituto, e se torna nosso modelo de perfeição.
Devemos ter em mente que Cristo foi totalmente Deus e totalmente humano enquanto esteve na
terra (NISTO Cremos, 2008, p. 56 a 66). Diversos autores abordam esse assunto de maneira equilibrada, (entre
eles: DEDEREN, 2011; DONKOR, 2008; WHITE, 2007; KNIGHT, 2005; NISTO Cremos, 2008; QUESTÕES sobre
doutrinas, 2008; RAMOS, 2004; RAND, 2008; RODOR, 2011 e 2008; WHIDDEN, 2004), assumindo que Cristo
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12/04/2016 Pós­Lapsarianismo ~ Acesso Teológico
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realmente  assumiu  a  natureza  humana  (física),  mas  sem,  contudo,  se  contaminar  com  o  pecado  (natureza
moral).  Era  necessária  a  união  entre  as  duas  naturezas  –  divina  e  humana  –  para  que  houvesse  uma
reconciliação da humanidade com Deus, para esconder a divindade por trás da humanidade e para que Ele
tivesse uma vida vitoriosa pois sua humanidade sozinha não poderia vencer as tentações de Satanás (NISTO
Cremos, 2008, p. 67 a 69).
Cristo  tomou  sobre  Si  a  natureza  humana  física  em  sua  condição  caída,  nasceu  com  carne
pecaminosa, contudo, sem ser um pecador (em sua natureza moral) (DONKOR, 2008, p. 22 e 23; RODOR,
2008, p. 47), sem participar, o mínimo que fosse, do seu pecado, afinal Ele nunca pecou (II Coríntios 5:21; I
Pedro 1:19), e nEle não havia a propensão ao mal, nisso podemos apontar sua singularidade. Simplesmente
Ele não era outro ou mais um homem, era Deus feito homem (RAND, 2008, p. 37). O fato dEle participar da
natureza humana não O isentou de estar sujeito à enfermidades e fraquezas (Mateus 8:17), coisas inerentes
ao pecado, nisso podemos apontar Sua identidade com a raça humana pós­queda (WHITE, 2007, p. 117).
Após leitura da bibliografia pesquisada para esta pesquisa, cremos que os termos que melhor se
aplicam a questão da natureza humana de Cristo sejam os de Identidade – com nossa natureza pecadora
física – e Singularidade – por ser sem pecado (WHIDDEN, 2004, p. 17, 19 e 20). Afinal, cremos que Jesus não
era totalmente pós­queda, e nem pré­queda[3] (que está no outro extremo da discussão da natureza humana
de Cristo)[4]. Um breve resumo do pré e pós­lapsarianismo pode ser visto no quadro a seguir:
Debilidades Inocentes[5] Propensões Pecaminosas4
Adão antes da queda Não Não
Adão depois da queda Sim Sim
Cristo Sim Não
Fonte: Questões sobre doutrina, 444.
A identidade de Cristo com os seres humanos se reflete nas debilidades inocentes (dor, sede,
fome, morte) que O acometeu, ou seja, Ele foi afetado pelo pecado,  identificando­se conosco (RODOR, 2011,
p. 33), afinal era necessário que assim fosse para se tornar nosso substituto, como parte do plano de salvação
em prol da humanidade caída. Ellen White diz que o objetivo da identidade de Cristo foi obedecer a lei de
Deus, tornando­se nosso exemplo (WHITE, 2010, p. 139 a 141).
Já a singularidade de Cristo fala da sua impecabilidade humana, ou seja, Ele não era infectado
pelo pecado (WHIDDEN, 2004, p. 42 e 43), era livre da corrupção, depravação hereditária e do pecado efetivo
que  nos  acometem  (NISTO  Cremos,  2008,  p.  64  e  65),  afinal  Ele  era  o  perfeito  Cordeiro  pascal  e  que  se
houvesse  pecado  não  poderia  ser  nosso  perfeito  exemplo  para  a  salvação.  Portanto,  a  identidade  e  a
singularidade  da  natureza  humana  de  Cristo,  se  combinam  de  forma  perfeita  e  complementar  para
testemunhar  que,  mesmo  após  quatro  mil  anos  de  pecado,  onde Adão  falhou  antes  do  pecado,  Jesus  (o
segundo Adão) poderia vencer (e venceu) e se tornar nosso exemplo, mesmo que Ele estivesse afetado pelo
pecado.
RESUMO
O pós­lapsarianismo em si mesmo não é a solução para o entendimento da natureza humana de
Cristo. O mais coerente e convincente é buscarmos relacionar: 1) sua identidade com a humanidade, o fato
dEle ter assumido à forma humana em carne pecaminosa e afetado pelo pecado, ter que sofrer as debilidades
inocentes em sua experiência, para com isso poder redimir o ser humano e se tornar nosso exemplo único; 2)
sua singularidade como Deus homem, Ele não era apenas mais um ser humano, era Deus, que foi afetado
mas  não  infectado  pelo  pecado,  pois  não  tinha  propensões  para  o  mal.  A  compreensão  da  união  das
naturezas divina e humana em Cristo foi, é e sempre será um mistério para nós. Sua morte na cruz afetou
apenas Sua humanidade, mas nunca Sua divindade.
Esse  é  nosso  incomparável  Jesus  Cristo,  o  segundo  Adão,  nosso  Supremo  exemplo,  Deus
conosco, nosso Salvador, que apesar de Sua singularidade como Deus­homem, nos entende como pobres e
miseráveis pecadores que somos, carecidos de Sua graça, pois afinal Ele se identificou conosco ao tomar
sobre si nossas fragilidades e nossos pecados tomou sobre si, entregando­se para que por Ele obtenhamos a
vida eterna.
BIBLIOGRAFIA
DEDEREN,  Raoul.  Cristo:  Pessoa  e  Obra.  In:  Tratado  de  Teologia  Adventista  do  Sétimo  Dia.  1ª  edição.  Tatuí­SP:  Casa
Publicadora Brasileira, 2011. Págs. 180–230.
DONKOR,  Kwabena.  A  natureza  de  Cristo:  a  questão  soteriológica.  In:  Parousia  –  Revista  do  Seminário Adventista  Latino­
Americano  de  Teologia. Ano  7,  Nº  1.  Engenheiro  Coelho­SP:  Unaspress  –  Imprensa  Universitária Adventista,  1º  semestre  de
2008. Págs. 19–30.
KNIGHT, George R. Uma exploração dupla da natureza humana de Cristo. In: Em busca de identidade – o desenvolvimento
das doutrinas adventistas do sétimo dia. 1ª edição. Tatuí­SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005. Págs. 120–128.
NISTO  Cremos  –  As  28  crenças  fundamentais  da  Igreja  Adventista  do  Sétimo  Dia.  Deus  Filho.  8ª  edição.  Tatuí­SP:  Casa
Publicadora Brasileira, 2008. Págs. 48–76.
QUESTÕES  sobre  doutrinas.  A  natureza  de  Cristo  durante  a  encarnação.  1ª  edição.  Tatuí­SP:  Casa  Publicadora  Brasileira,
2008. Págs. Págs. 435–467.
RAMOS,  José  Carlos.  A  condição  humana  de  Jesus  nos  escritos  de  Ellen  G.  White.  In:  Parousia  –  Revista  do  Seminário
Adventista  Latino­Americano  de  Teologia.  Engenheiro  Coelho­SP:  Unaspress  –  Imprensa  Universitária Adventista,  2004.  Págs.
47–52. Disponível em: http://circle.adventist.org/files/unaspress/parousia2004024706.pdf. Acessado em 9 de outubro de 2012, às
15:30.
RAND,  Benjamim  (Pseudônimo).  Que  natureza  humana  Jesus  assumiu?  Não  caída.  In:  Parousia  –  Revista  do  Seminário
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12/04/2016 Pós­Lapsarianismo ~ Acesso Teológico
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Postagem mais recente Postagem mais antiga
Adventista Latino­Americano de Teologia. Ano 7, Nº 1. Engenheiro Coelho­SP: Unaspress – Imprensa Universitária Adventista, 1º
semestre de 2008. Págs. 31–44.
RODOR,  Amin  A.  O  incomparável  Jesus  Cristo.  1ª  edição.  Engenheiro  Coelho­SP:  Unaspress  –  Imprensa  Universitária
Adventista, 2011.
_____________. Cristo e os cristãos. In: Parousia – Revista do Seminário Adventista Latino­Americano de Teologia. Ano 7, Nº
1. Engenheiro Coelho­SP: Unaspress – Imprensa Universitária Adventista, 1º semestre de 2008. Págs. 45–73.
WHIDDEN, Woodrow W. Ellen White e a humanidade de Cristo. 2ª edição. Tatuí­SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004.
WHITE, Ellen G. O desejado de todas as nações. 9ª edição. Tatuí­SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007.
_____________. A encarnação. In: Mensagens Escolhidas, vol. 3. 3ª edição. Tatuí­SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007. Págs.
125–142.
[1] Artigo apresentado a disciplina de Cristologia no Seminário Adventista Latino­americano de Teologia, pelos alunos: Jailson
Noronha; Jeovan de Souza; José Jeová; José Nilton; Josinaldo Bispo (Naldo JB)
[2] Pós­lapsarianismo significa depois do lapso, depois da queda, da entrada do pecado (Gênesis 3).
[3] Ou, pré­lapsarianismo. Defende que Jesus era um homem sem a tendência para recar igual à de Adão antes do pecado; Sua
natureza moral e espiritual era como Adão antes da queda.
[4]  Ambos  os  termos  (pré  e  pós­lapsarianismo)  se  tornaram  cheios  de  controvérsias  das  mais  diversas,  contendo  pontos
doutrinários equivocados e contrários ao que diz a Bíblia e o Espírito de Profecia.
[5] “Debilidades  inocentes”  –  coisas  como  fome,  dor,  fraqueza,  tristeza,  morte.  “Propensões  pecaminosas”  –  inclinação  ou
‘tendência’ para pecar. Conceito defendido por Tim Poirier, do White Estate, após analisar o uso que Ellen White faz do Sermons
by Henry Melvill intitulado “The Humiliation of the Man Christ” (KNIGHT, 2005, p. 126).
Você também pode baixar a palestra desse artigo clicando no botão abaixo.
Acesso Teológico
Naldo JB
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José Roberto Maurer Filho 27 de fevereiro de 2014 11:36
Sem desmerecer o tempo despendido para o estudo dessa questão, existem pontos que,
se  estudados  isoladamente,  poderão  ter  uma  resultante  de  pensamento  diversa  à
apresentada aqui. No quadro debilidades inocentes, mostra­se Adão como isento de dor,
sede,  fome  e  morte.  Isso  é  contestável:  em  Gênesis  2:21,  Deus  fez  Adão  cair  em
profundo  sono  para  retirada  de  uma  de  suas  costelas.  Ora,  se  o  homem  não  fosse
suscetível  à  dor,  Deus  o  teria  feio  com  Adão  acordado  mesmo.  Não  faia  sentido
anestesiá­lo para o procedimento. Também, a história da criação mostra que Deus criou
todas as coisas antes de criar Adão, montando um habitat ideal para manutenção da vida
do homem na terra. Criou os vegetais que o homem (e os animais) comeriam, água, ar e a
árvore da vida (a mesma, da qual os salvos terão que se alimentar de suas folhas, uma
vez  por  mês,  para  se  manterem  vivos  na  nova  terra).  Nessa  situação,  vê­se  Adão
suscetível à dor, fome (até porque é necessária a transformação do alimento em energia,
ou  nutrientes,  para  a  manutenção  do  corpo  físico,  ou  seja,  essa  é  uma  caraterística  de
toda a vida física, não espiritual), sede (ou não beberia água) e morte (ou não precisaria
comer da árvore da vida, conforme se entende em Gênesis 3:22). Ou seja, no quadro que
mostra  "Não"  para  as  debilidades  inocentes  de Adão,  deveria  haver  um  "Sim",  tornando
essas características iguais às de Cristo. O propósito central da salvação é dividido em
duas  partes:  a  primeira  (que  é  o  foco  da  discussão  entre  pré  e  pós  lapsarianismo)  era
provar  que  era  possível  ao  homem  (eu  acredito  que  o  ainda  não  caído)  abster­se  do
pecado. A segunda era pagar o resgate, com sangue inocente (louvado seja o nome do
Senhor),  pelo Adão  caído,  o  que  não  é  discussão  desse  tema.  Nós  receberíamos,  por
herança, o benefício que também receberíamos se Adão escolhesse não pecar. O ponto­
chave está no homem ainda não caído, não no homem já corrompido pelo pecado. Ainda,
com  relação  ao  pecado,  se  considerarmos  que  Cristo  é  homem  como  nós  (não  na
natureza física, mas moral), então nos é possível também não pecar, o que está incorreto.
Nós só venceremos o pecado se recebermos, pelo Santo Espírito, o caráter de Cristo. Se
este fosse também o caráter de homem, não haveria, para nós, sucesso.
Responder
José Roberto Maurer Filho 27 de fevereiro de 2014 11:47
No texto anterior esqueci de mencionar que se considerei o Adão antes da queda.
Responder
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  • 1. 12/04/2016 Pós­Lapsarianismo ~ Acesso Teológico http://www.acessoteologico.com/2012/11/pos­lapsarianismo.html 1/4 Pós­Lapsarianismo 04:30   Teologia Sistemática   2 comments PÓS­LAPSARIANISMO[1] PROBLEMÁTICA Era Jesus semelhante a Adão antes ou depois da queda? Aqueles  que  defendem  a  teoria  pós­lapsariana[2]  insistem  em  afirmar  que  Jesus  assumiu  a natureza humana pecaminosa, em Sua encarnação, tanto física quanto a moral e a espiritual, com todas as características da humanidade caída. Assim sendo, Jesus teria sido exatamente como qualquer um de nós em termos de forma e essência; Ele não seria em nada diferente de qualquer outra pessoa nascida (RODON, 2008, p. 46 e 47). “Em Sua natureza humana, não há uma partícula de diferença entre Ele e vocês.” (Citado por KNIGHT, 2005, 121). Esta  era  a  posição  de  A.T.  Jones,  um  dos  pioneiros  do  pós­lapsarianismo.  Diante  dessa afirmação temos que nos reportar a Bíblia e ao Espírito de Profecia para vermos o que nos falam sobre a condição natural do homem após o pecado. A Bíblia nos apresenta um quadro em nada elogioso quanto a condição humana pós­queda: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9); “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” (Salmo 51:5); “Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado.” (Romanos 7:14). Para  Ellen  G.  White:  “no  seu  âmago  [depois  da  queda],  a  natureza  humana  foi  corrompida. Desde então, o pecado alcançou todas as mentes” (Review and Herald, 16/04/1901); “Com relação ao primeiro Adão, os homens nada receberam dele senão a culpa e a sentença de morte” (Orientação da Criança, 475). Assim, o problema é: Embora Jesus não fosse um pecador, como corretamente entendido pelo pós­lapsarianismo, teria Ele sido, realmente, participante da natureza humana corrompida, tanto fisicamente quanto moralmente, com tendências, propensões para o pecado e inclinada para o mal? SOLUÇÃO Os defensores do pós­lapsarianismo – tendo como proeminentes expoentes Alonzo T. Jones, Ellet J. Waggoner, W.W. Prescott, M.L. Andreasen – acreditam que Cristo assumiu a natureza humana após a queda  de Adão,  passando  a  ter  natureza  igual  a  nossa  (KNIGHT,  2005,  p.  120  e  128;  QUESTÕES  sobre doutrina, 2008, p. 441); com isso eles afirmam que assim como Cristo teve vitória sobre o pecado nós também podemos ter vitória perfeita sobre o pecado, ao nos tornarmos perfeitos como Cristo foi perfeito (WHIDDEN, 2004, p. 15). Ele deixa de ser nosso divino substituto, e se torna nosso modelo de perfeição. Devemos ter em mente que Cristo foi totalmente Deus e totalmente humano enquanto esteve na terra (NISTO Cremos, 2008, p. 56 a 66). Diversos autores abordam esse assunto de maneira equilibrada, (entre eles: DEDEREN, 2011; DONKOR, 2008; WHITE, 2007; KNIGHT, 2005; NISTO Cremos, 2008; QUESTÕES sobre doutrinas, 2008; RAMOS, 2004; RAND, 2008; RODOR, 2011 e 2008; WHIDDEN, 2004), assumindo que Cristo Geral Arquivos REDES SOCIAIS Search TRADUTOR Selecione o idioma Powered by  Tradutor BAIXE O LIVRO DO ANO   Clique na Imagem e Baixe o Livro COMO VOCÊ AVALIA NOSSO SITE? Excelente Muito Bom Regular Votar    Exibir resultados Votos até o momento: 16  Dias restantes para votar: 673  ESTUDO BÍBLICO Clique na imagem e faça o seu curso online... INÍCIO O SITE » TEOLOGIA » NEGÓCIOS » TIRA DUVIDAS NOTICIAS » DOWNLOAD'S » PENSE NISSO... QUEM SOMOS
  • 2. 12/04/2016 Pós­Lapsarianismo ~ Acesso Teológico http://www.acessoteologico.com/2012/11/pos­lapsarianismo.html 2/4 realmente  assumiu  a  natureza  humana  (física),  mas  sem,  contudo,  se  contaminar  com  o  pecado  (natureza moral).  Era  necessária  a  união  entre  as  duas  naturezas  –  divina  e  humana  –  para  que  houvesse  uma reconciliação da humanidade com Deus, para esconder a divindade por trás da humanidade e para que Ele tivesse uma vida vitoriosa pois sua humanidade sozinha não poderia vencer as tentações de Satanás (NISTO Cremos, 2008, p. 67 a 69). Cristo  tomou  sobre  Si  a  natureza  humana  física  em  sua  condição  caída,  nasceu  com  carne pecaminosa, contudo, sem ser um pecador (em sua natureza moral) (DONKOR, 2008, p. 22 e 23; RODOR, 2008, p. 47), sem participar, o mínimo que fosse, do seu pecado, afinal Ele nunca pecou (II Coríntios 5:21; I Pedro 1:19), e nEle não havia a propensão ao mal, nisso podemos apontar sua singularidade. Simplesmente Ele não era outro ou mais um homem, era Deus feito homem (RAND, 2008, p. 37). O fato dEle participar da natureza humana não O isentou de estar sujeito à enfermidades e fraquezas (Mateus 8:17), coisas inerentes ao pecado, nisso podemos apontar Sua identidade com a raça humana pós­queda (WHITE, 2007, p. 117). Após leitura da bibliografia pesquisada para esta pesquisa, cremos que os termos que melhor se aplicam a questão da natureza humana de Cristo sejam os de Identidade – com nossa natureza pecadora física – e Singularidade – por ser sem pecado (WHIDDEN, 2004, p. 17, 19 e 20). Afinal, cremos que Jesus não era totalmente pós­queda, e nem pré­queda[3] (que está no outro extremo da discussão da natureza humana de Cristo)[4]. Um breve resumo do pré e pós­lapsarianismo pode ser visto no quadro a seguir: Debilidades Inocentes[5] Propensões Pecaminosas4 Adão antes da queda Não Não Adão depois da queda Sim Sim Cristo Sim Não Fonte: Questões sobre doutrina, 444. A identidade de Cristo com os seres humanos se reflete nas debilidades inocentes (dor, sede, fome, morte) que O acometeu, ou seja, Ele foi afetado pelo pecado,  identificando­se conosco (RODOR, 2011, p. 33), afinal era necessário que assim fosse para se tornar nosso substituto, como parte do plano de salvação em prol da humanidade caída. Ellen White diz que o objetivo da identidade de Cristo foi obedecer a lei de Deus, tornando­se nosso exemplo (WHITE, 2010, p. 139 a 141). Já a singularidade de Cristo fala da sua impecabilidade humana, ou seja, Ele não era infectado pelo pecado (WHIDDEN, 2004, p. 42 e 43), era livre da corrupção, depravação hereditária e do pecado efetivo que  nos  acometem  (NISTO  Cremos,  2008,  p.  64  e  65),  afinal  Ele  era  o  perfeito  Cordeiro  pascal  e  que  se houvesse  pecado  não  poderia  ser  nosso  perfeito  exemplo  para  a  salvação.  Portanto,  a  identidade  e  a singularidade  da  natureza  humana  de  Cristo,  se  combinam  de  forma  perfeita  e  complementar  para testemunhar  que,  mesmo  após  quatro  mil  anos  de  pecado,  onde Adão  falhou  antes  do  pecado,  Jesus  (o segundo Adão) poderia vencer (e venceu) e se tornar nosso exemplo, mesmo que Ele estivesse afetado pelo pecado. RESUMO O pós­lapsarianismo em si mesmo não é a solução para o entendimento da natureza humana de Cristo. O mais coerente e convincente é buscarmos relacionar: 1) sua identidade com a humanidade, o fato dEle ter assumido à forma humana em carne pecaminosa e afetado pelo pecado, ter que sofrer as debilidades inocentes em sua experiência, para com isso poder redimir o ser humano e se tornar nosso exemplo único; 2) sua singularidade como Deus homem, Ele não era apenas mais um ser humano, era Deus, que foi afetado mas  não  infectado  pelo  pecado,  pois  não  tinha  propensões  para  o  mal.  A  compreensão  da  união  das naturezas divina e humana em Cristo foi, é e sempre será um mistério para nós. Sua morte na cruz afetou apenas Sua humanidade, mas nunca Sua divindade. Esse  é  nosso  incomparável  Jesus  Cristo,  o  segundo  Adão,  nosso  Supremo  exemplo,  Deus conosco, nosso Salvador, que apesar de Sua singularidade como Deus­homem, nos entende como pobres e miseráveis pecadores que somos, carecidos de Sua graça, pois afinal Ele se identificou conosco ao tomar sobre si nossas fragilidades e nossos pecados tomou sobre si, entregando­se para que por Ele obtenhamos a vida eterna. BIBLIOGRAFIA DEDEREN,  Raoul.  Cristo:  Pessoa  e  Obra.  In:  Tratado  de  Teologia  Adventista  do  Sétimo  Dia.  1ª  edição.  Tatuí­SP:  Casa Publicadora Brasileira, 2011. Págs. 180–230. DONKOR,  Kwabena.  A  natureza  de  Cristo:  a  questão  soteriológica.  In:  Parousia  –  Revista  do  Seminário Adventista  Latino­ Americano  de  Teologia. Ano  7,  Nº  1.  Engenheiro  Coelho­SP:  Unaspress  –  Imprensa  Universitária Adventista,  1º  semestre  de 2008. Págs. 19–30. KNIGHT, George R. Uma exploração dupla da natureza humana de Cristo. In: Em busca de identidade – o desenvolvimento das doutrinas adventistas do sétimo dia. 1ª edição. Tatuí­SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005. Págs. 120–128. NISTO  Cremos  –  As  28  crenças  fundamentais  da  Igreja  Adventista  do  Sétimo  Dia.  Deus  Filho.  8ª  edição.  Tatuí­SP:  Casa Publicadora Brasileira, 2008. Págs. 48–76. QUESTÕES  sobre  doutrinas.  A  natureza  de  Cristo  durante  a  encarnação.  1ª  edição.  Tatuí­SP:  Casa  Publicadora  Brasileira, 2008. Págs. Págs. 435–467. RAMOS,  José  Carlos.  A  condição  humana  de  Jesus  nos  escritos  de  Ellen  G.  White.  In:  Parousia  –  Revista  do  Seminário Adventista  Latino­Americano  de  Teologia.  Engenheiro  Coelho­SP:  Unaspress  –  Imprensa  Universitária Adventista,  2004.  Págs. 47–52. Disponível em: http://circle.adventist.org/files/unaspress/parousia2004024706.pdf. Acessado em 9 de outubro de 2012, às 15:30. RAND,  Benjamim  (Pseudônimo).  Que  natureza  humana  Jesus  assumiu?  Não  caída.  In:  Parousia  –  Revista  do  Seminário RÁDIO SÓ BOAS NOVAS   Ouça a Rádio que traz Esperança SEJA PARCEIRO Acesso Teológico   <center><a  href="http://www .acessoteologico .com/"  Copie o Código acima e cole no seu Blog/site Tecnologia do Blogger. Seja o primeiro de seus amigos a curtir isso. Acesso Teológico 330 curtidas Curtir Página Compartilhar
  • 3. 12/04/2016 Pós­Lapsarianismo ~ Acesso Teológico http://www.acessoteologico.com/2012/11/pos­lapsarianismo.html 3/4 Postagem mais recente Postagem mais antiga Adventista Latino­Americano de Teologia. Ano 7, Nº 1. Engenheiro Coelho­SP: Unaspress – Imprensa Universitária Adventista, 1º semestre de 2008. Págs. 31–44. RODOR,  Amin  A.  O  incomparável  Jesus  Cristo.  1ª  edição.  Engenheiro  Coelho­SP:  Unaspress  –  Imprensa  Universitária Adventista, 2011. _____________. Cristo e os cristãos. In: Parousia – Revista do Seminário Adventista Latino­Americano de Teologia. Ano 7, Nº 1. Engenheiro Coelho­SP: Unaspress – Imprensa Universitária Adventista, 1º semestre de 2008. Págs. 45–73. WHIDDEN, Woodrow W. Ellen White e a humanidade de Cristo. 2ª edição. Tatuí­SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004. WHITE, Ellen G. O desejado de todas as nações. 9ª edição. Tatuí­SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007. _____________. A encarnação. In: Mensagens Escolhidas, vol. 3. 3ª edição. Tatuí­SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007. Págs. 125–142. [1] Artigo apresentado a disciplina de Cristologia no Seminário Adventista Latino­americano de Teologia, pelos alunos: Jailson Noronha; Jeovan de Souza; José Jeová; José Nilton; Josinaldo Bispo (Naldo JB) [2] Pós­lapsarianismo significa depois do lapso, depois da queda, da entrada do pecado (Gênesis 3). [3] Ou, pré­lapsarianismo. Defende que Jesus era um homem sem a tendência para recar igual à de Adão antes do pecado; Sua natureza moral e espiritual era como Adão antes da queda. [4]  Ambos  os  termos  (pré  e  pós­lapsarianismo)  se  tornaram  cheios  de  controvérsias  das  mais  diversas,  contendo  pontos doutrinários equivocados e contrários ao que diz a Bíblia e o Espírito de Profecia. [5] “Debilidades  inocentes”  –  coisas  como  fome,  dor,  fraqueza,  tristeza,  morte.  “Propensões  pecaminosas”  –  inclinação  ou ‘tendência’ para pecar. Conceito defendido por Tim Poirier, do White Estate, após analisar o uso que Ellen White faz do Sermons by Henry Melvill intitulado “The Humiliation of the Man Christ” (KNIGHT, 2005, p. 126). Você também pode baixar a palestra desse artigo clicando no botão abaixo. Acesso Teológico Naldo JB Página inicial 2 comentários: Recomende isto no Google José Roberto Maurer Filho 27 de fevereiro de 2014 11:36 Sem desmerecer o tempo despendido para o estudo dessa questão, existem pontos que, se  estudados  isoladamente,  poderão  ter  uma  resultante  de  pensamento  diversa  à apresentada aqui. No quadro debilidades inocentes, mostra­se Adão como isento de dor, sede,  fome  e  morte.  Isso  é  contestável:  em  Gênesis  2:21,  Deus  fez  Adão  cair  em profundo  sono  para  retirada  de  uma  de  suas  costelas.  Ora,  se  o  homem  não  fosse suscetível  à  dor,  Deus  o  teria  feio  com  Adão  acordado  mesmo.  Não  faia  sentido anestesiá­lo para o procedimento. Também, a história da criação mostra que Deus criou todas as coisas antes de criar Adão, montando um habitat ideal para manutenção da vida do homem na terra. Criou os vegetais que o homem (e os animais) comeriam, água, ar e a árvore da vida (a mesma, da qual os salvos terão que se alimentar de suas folhas, uma vez  por  mês,  para  se  manterem  vivos  na  nova  terra).  Nessa  situação,  vê­se  Adão suscetível à dor, fome (até porque é necessária a transformação do alimento em energia, ou  nutrientes,  para  a  manutenção  do  corpo  físico,  ou  seja,  essa  é  uma  caraterística  de toda a vida física, não espiritual), sede (ou não beberia água) e morte (ou não precisaria comer da árvore da vida, conforme se entende em Gênesis 3:22). Ou seja, no quadro que mostra  "Não"  para  as  debilidades  inocentes  de Adão,  deveria  haver  um  "Sim",  tornando essas características iguais às de Cristo. O propósito central da salvação é dividido em duas  partes:  a  primeira  (que  é  o  foco  da  discussão  entre  pré  e  pós  lapsarianismo)  era provar  que  era  possível  ao  homem  (eu  acredito  que  o  ainda  não  caído)  abster­se  do pecado. A segunda era pagar o resgate, com sangue inocente (louvado seja o nome do Senhor),  pelo Adão  caído,  o  que  não  é  discussão  desse  tema.  Nós  receberíamos,  por herança, o benefício que também receberíamos se Adão escolhesse não pecar. O ponto­ chave está no homem ainda não caído, não no homem já corrompido pelo pecado. Ainda, com  relação  ao  pecado,  se  considerarmos  que  Cristo  é  homem  como  nós  (não  na natureza física, mas moral), então nos é possível também não pecar, o que está incorreto. Nós só venceremos o pecado se recebermos, pelo Santo Espírito, o caráter de Cristo. Se este fosse também o caráter de homem, não haveria, para nós, sucesso. Responder José Roberto Maurer Filho 27 de fevereiro de 2014 11:47 No texto anterior esqueci de mencionar que se considerei o Adão antes da queda. Responder
  • 4. 12/04/2016 Pós­Lapsarianismo ~ Acesso Teológico http://www.acessoteologico.com/2012/11/pos­lapsarianismo.html 4/4 Digite seu comentário... Comentar como:  Conta do Google Publicar   Visualizar Assinar: Postar comentários (Atom)   Copyright © 2012 ­ 2015 Acesso Teológico | Acesso Design by Acesso Teológico | Organizer Naldo JB