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                            Índice

    DANÇAS                              CORTEJOS
·   Fandango de Tamancos            ·   Boisinhos
·   Fandango de Chinelas            ·   Entradas
·   Dança de São Gonçalo            ·   Cabeções
·   Catira
·   Ciranda                             ROMARIAS
·   Jongo                           ·   Explicações e Ocorrências
·   Samba de Bumbo                  ·   Centros de Peregrinações
·   Samba de Lenço                  ·   Cemitérios
·   Dança de Pares                  ·   Recomenda das Almas
·   Dança de Santa Cruz             ·   Tooro Nagashi e Bom Odori
·   Chiba
                                        OUTROS
    FESTAS E FESTIVAIS              ·   Folia do Divino
·   Procissões das Águas            ·   Pesca Artesanal
·   Festa do Divino                 ·   Figureiros (as)
·   Festas do Divino
·   Folias do Divino                    MÚSICA
·   Encontro de Batelões            ·   Cururu
·   Cavalarias (Cavalhadas)         ·   Marimbas
·   Encontro da Folia de Reis       ·   Violas
·

    FOLGUEDOS                           ARTESANATOS
·   Cavalhadas                      ·   Trançados
·   Caiapós                         ·   Cerâmicas
·   Reiadas                         ·   Entalhamento
·   Reisado
·   Pastorinha
·   Moçambique (Moçambiques)
·   Congos
·   Folias de Reis
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                                        TRADIÇÕES


                                 O Brasil possui um riquíssimo
                                 patrimônio no campo da cul-
                                 tura popular, singular pela
                                 sua pluralidade, gerada pelo
                                 hibridismo etnográfico, raci-
al, social e religioso desde a sua formação.

Esses bens culturais de natureza imaterial sobrevivem gra-
ças à força e a resistência dos grupos sociais que lutam para
preservar a sua identidade cultural, através da prática de
costumes e cultos de suas crenças e valores.

Essa resistência sobreviveu à evolução industrial, resiste ao
processo de globalização e ao poder com que atua a indús-
tria cultural nos meios de comunicação de massa, levando a
população ao consumo de modismos pueris e de uma unifor-
midade lastimável.

A cultura popular, entretanto, alheia a esses interesses e
mecanismos, consegue manter com integridade, seus valo-
res, merecendo das instituições ligadas à cultura, uma aten-
ção muito especial e necessária.

       O Projeto Culturas e Tradições Paulistas da OSCIP
“Formiguinhas do Vale”, muito atento a esses fatores, funda-
  mentou-se na pesquisa, registro e promoção da cultura po-
  pular, abordando-a em toda sua extensão e complexidade,
nos campos das idéias, das crenças, costumes, artes, lingua-
 gem, moral, direito, reconhecendo e promovendo as formas
 legítimas de sentir, pensar e agir do nosso povo e da produ-
ção acadêmica em torno destes Saberes, colaborando na ma-
 nutenção do nosso patrimônio de natureza imaterial, objeti-
vando a autovalorização dos grupos sociais que as praticam.
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Danças
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       Fandango de Tamancos


                Versão masculina do fandango, sem os bailados, entre-
meando os fortes sapateados e palmeados com os queromanas, as modas
que relatam aspectos da vida rural, com possibilidades para improvisos.
O acompanhamento se dá com pé de bode (sanfona de oito baixos) e/ou
violas.
        Ocorrência: Capão Bonito, Ribeirão Grande.
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         Fandango de Chilenas
       Dançando com botas de meio cano, as botas dos tropeiros paulis-
tas, nas quais são atadas as chinelas, espécie de grandes esporas com vá-
rias rosetas que tinem durante o sapateado e o entre-choque de botas. O
acompanhamento é feito com violas. De resto valem as informações re-
ferentes ao fandango de tamancos.
       Ocorrência: Capela do Alto, Sorocaba, Tatuí.
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         Dança de São Gonçalo
        É dança de cunho especialmente religioso, quase sempre em paga-
       mento de promessa, expressando de forma especial a devoção a
       São Gonçalo. Há em São Paulo duas formas distintas de dança de-
       vocional: o São Gonçalo do litoral e o do interior. O do litoral a-
contece sempre ao som de violas, rabecas, cordas em geral e caixa, todo
valsado e solene, sempre executada por pares. É mais compacto, não du-
rando mais de 15 minutos, acontecendo sempre em cumprimento de pro-
messa, no início dos bailes de sítio e fandangos.
        O São Gonçalo do interior, também dançado em cumprimento de
promessa ao som de duas violas, é marcado pela alternância de vênias ao
altar, palmeados e sapateados, dançadores organizados em duas filas, du-
rando a função toda uma noite. São muitas as companhias São Gonçalei-
ras, organizadas, que não raro, chegam a se revezar nas funções.
        Ocorrência: Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Capão Bonito, Ca-
pela do Alto, Jarinu, Itapeva, Joanópolis, Lagoinha, Mairiporã, Mogi das
Cruzes, Natividade da Serra, Nazaré Paulista, Piracaia, Redenção da Ser-
ra, Santo Antônio do Pinhal, Ribeirão Grande, São Luís do Paraitinga,
São José dos Campos, Santa Izabel, Tatuí.
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                            Catira
           Catira e cateretê são denominações de nossas danças de sapate-
           ado, derivadas do antigo fandango português. Ponteiam todo o
           Estado,      incluindo-se     a     grande     São     Paulo.
Com os Encontros de Catira no Revelando São Paulo buscamos estimu-
lar a participação das crianças e grupos de jovens.
       Ocorrência: Álvares Florence, Arealva, Caconde, Cardoso, Cidade
de São Paulo, Barretos, Bauru, Dracena, Dois Córregos, Gastão Vidigal,
Guapiaçu, Guarulhos, Holambra, Ibirá, Joboticabal, Mauá, Monte Apra-
zível, Nhandeara, Novo Horizonte, Osasco, Palestina, Palmital, Platina,
Paraguaçu-Paulista, Paranapuã, Paulo de Faria, Piracicaba, Poloni, Sabi-
no, Santa Fé do Sul, São José dos Campos, Sorocaba, Tabatinga, Tanabi,
Tapira, Taubaté, Urupês, Votuporanga.
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                 Ciranda
Dança litorânea com marcas, figurados e passadinhos, em pares,
  acompanhada sempre por violas. Pode ser executada de forma
  autônoma ou integrando o conjunto de bailados do Chiba/ Fan-
  dango.
Ocorrência: Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.
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                         Jongo
       Jongo é dança de origem banto, do mesmo tronco do batuque, am-
bos, ancestrais do samba e do pagode, que resiste em alguns pontos do
Vale do Paraíba. Em Taubaté, São Luís do Piratinga, Pindamonhangaba e
Cunha, encontram-se os últimos redutos de jongueiros do Vale Paulista e
que se encontram, no momento, em fase de revivescência. Estruturado
em roda, em torno de uma fogueira que ajuda a manter a afinação dos
tambores, acontecem hoje em praças públicas, da mesma forma que, ou-
trora, aconteciam nos terreiros. Com ela os participantes homenageiam
São Benedito e os nossos ante- passados negros.
       Ocorrência: Cunha, Lagoinha, Pindamonhangaba, São Luis do
Paraitinga, Taubaté.
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               Samba de Bumbo
       São duas variantes do samba tradicional em São Paulo, considera-
dos como os ancestrais do samba cosmopolita. Guardam traços que os
aproximam do jongo e do batuque, seus parentes próximos e por muitos
considerados como seus antecessores. O de Bumbo, tem como foco de
aglutinação a Festa do Bom Jesus, em Pirapora. O Lenço, a devoção fa-
miliar do grupo a São Benedito. Letras e melodias singelas e funcionais,
algumas tradicionais, outras estruturadas de acordo com as circunstân-
cias.
      Ocorrência: Campinas, Pirapora, Santana do Parnaíba.
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                 Samba de Lenço
       São duas variantes do samba tradicional em São Paulo, considera-
dos como os ancestrais do samba cosmopolita. Guardam traços que os
aproximam do jongo e do batuque, seus parentes próximos e por muitos
considerados como seus antecessores. O de Bumbo, tem como foco de
aglutinação a Festa do Bom Jesus, em Pirapora. O Lenço, a devoção fa-
miliar do grupo a São Benedito. Letras e melodias singelas e funcionais,
algumas tradicionais, outras estruturadas de acordo com as circunstân-
cias.
      Ocorrência: Mauá.
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                   Dança de Pares
       São variadas as danças de pares, enlaçados ou simplesmente de
mãos dadas, em uso em todo o Interior Sul e Vale do Ribeira. Muitas de-
las guardam ainda nítidos traços de sua origem nobre: - provenientes da
corte européia, embalaram os salões da corte brasileira e continuam a
animar os nossos bailes e festas populares. É assim com os tchotes
(carreirinha, marcado, simples, inglês), com a mazurca (simples e de
quatro), com as vaneirinhas, o caranguejo, a palminha e tantas outras.
     Ocorrência: Apiaí, Capão Bonito, Itapeva, Itararé, Ribeirão
Grande
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           Dança de Santa Cruz
       A devoção à Santa Cruz (Cruzeiro) tão estimulada, ao que parece,
pelos jesuítas, fixou-se de forma significativa na Grande São Paulo, Vale
do Paraíba e Comunidades da Mantiqueira. São muito numerosas as ca-
pelinhas de beira de estrada e sítios que lhe são votadas e em que aconte-
cem as rezas e significativas festas. A devoção se expressa com a Dança
de Santa Cruz - na realidade, uma seqüência de danças com que se saú-
dam o Cruzeiro Principal e as Cruzes enfeitadas de flores colocadas à
frente das casas.
      Ocorrência: Carapicuíba, Itaquaquecetuba, Embu.
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                              Chiba
       versão do fandango no Litoral Norte, compreendendo as modas
próprias para os bate pés, palmeados e os grandes figurados, com acom-
panhamento de violas. Participam pares, sendo que as mulheres só exe-
cutam os bailados, não os sapateados.
      Ocorrência: Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.
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Festas e Festivais
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           Procissões das Águas
          Afora os encontros dos Irmãos do Divino nas águas do Médio
          Tietê (região em que o rio volta de novo à vida), observamos
          outras devoções a se expressarem nas águas, estruturadas em
          grandes cortejos fluviais, lacustres e marítimos de embarcações
          variadas (barcos, bateras, ubás, botes, chatas, lanchas, balsas,
          bóias). Busca se com eles homenagear Bom Jesus, Nossa Se-
nhora (dos Navegantes, do Livramento, do Rocio, do Patrocínio, Apare-
cida) e São Pedro.
       Ocorrência: Cananéia, Barra Bonita, Botucatu, Diadema, Guaru-
já, Iguape, Ilha Bela, Iporanga, Leme, Nazaré Paulista, Pindamonhanga-
ba, Presidente Epitácio, São Bernardo do Campo/Riacho Grande, Salto
Grande, Santos, São Vicente, Teodoro Sampaio, Tremembé, Ubatuba.
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                  Festa do Divino
          A devoção ao Divino Espírito Santo constitui-se em um dos
          fortes núcleos das devoções populares em São Paulo. Herança
          do colonizador português se exterioriza de diversas formas, re-
          sultando sempre em grandes festas, sendo estas das mais cheias
de pompa e espetacularidade desde os tempos do Brasil Colônia. Da ce-
lebração festiva já faziam parte os imperadores, mordomos, bandeireiros,
império e levantamento do Mastro do Divino.
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                 Festas do Divino
       Acreditamos, que as Festas do Divino sejam das mais difusas por
todo o Estado, concentradas no tempo Pentecostal prescrito pela Igreja e
fora dele, quase sempre cheias de pompa e espetacularidade. São muitos
os municípios que as realizam com imponência e fartura de comezainas.
Assumem peculiaridades regionais, ressaltando-se das que são organiza-
das no Médio Tietê os famosos encontros fluviais das Irmandades do Di-
vino em grandes batelões. Nas do Litoral e Vale do Paraíba multiplicam-
se os cortejos de muitos devotos, cada qual com sua bandeira votiva. A-
inda nesta região são comuns os cortejos a cavalo (as famosas cavalari-
as), e a farra do João Paulino e a Maria Angu (bonecos gigantes). Nelas
não podem faltar o levantamento do Mastro Votivo, o Império do Divino
ricamente ornamentado, e as comidas, símbolo da maior graça do Divino
- a fartura.
        Ocorrência: Angatuba, Anhembi, Araçoiaba da Serra, Arandu, Bi-
ritiba-Mirim, Buri, Cananéia, Capão Bonito, Caraguatatuba, Conchas,
Cotia, Cunha, Divinolândia, Iguape, Itu, Jacupiranga, Laranjal Paulista,
Lagoinha, Mogi das Cruzes, Nazaré Paulista, Nuporanga, Paraibuna, Pe-
reiras, Piedade, Piracaia, Piracicaba, Porongaba, Porto Feliz, Ragoinha,
Santa Branca, Salesópolis, São Luís do Paraitinga, Silveiras, Suzano, Ti-
etê, Ubatuba, Ubirajara.
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                 Folias do Divino
São pequenos grupos de até 5 pessoas, os Foliões do Divino, que, com
suas jornadas, meses participam da preparação das Festas do Divino, vi-
sitando as casas das zonas rural e urbana, cantando os feitos e os poderes
do Divino Espírito Santo, recolhendo donativos, sempre abundantes, para
sua celebração. Percorrendo assim as comunidades de canto a canto e a-
nunciando a festa, avivam a fé no Divino.
       Ocorrência: Anhembi, Caconde, Cananéia, Cunha, Iguape, Itanha-
ém, Itu, Itapeva, Lagoinha, Laranjal Paulista, Mogi das Cruzes, Nativida-
de da Serra, Paraibuna, Piracicaba, Redenção da Serra, Salesópolis, São
Luís do Paraitinga, São José dos Campos, Tietê, Ubatuba.
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             Encontro de Batelões
           No Médio Tietê, no principal dia da Festa do Divino, aconte-
           cem os encontros fluviais das Irmandades do Divino em gran-
           des batelões - os famosos Encontros de Batelões. Os batelões
           são grandes barcos capazes de transportar, em alguns casos, até
           40 pessoas, impulsionados por varejões ou por remos. Até pou-
co tempo levam os Irmãos do Divino neles seguiam de pouso em pouso
(os sítios na zona rural que acolhem a bandeira/ folia, dando-lhes pernoi-
te). Hoje ainda são muitos os pousos (os donos das casas recebendo os
amigos e devotos do Divino sempre com mesas fartas), mas os acessos,
nem sempre, são feitos por barcos. No grande dia da festa, os barcos do
rio abaixo se encontram com os do rio acima, em meio a revoadas de
pombos e tiroteios preparados pelos fogueteiros artesanais.
         Ocorrência: Anhembi, Laranjal Paulista, Piracicaba, Porto Feliz,
Tietê.
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      Cavalarias
       Cavalarias (a denominação mais usual) e cavalgadas como sinôni-
mos de quantidades de cavalos, reunião de pessoas a cavalo, reunião ou
marcha de cavaleiros com finalidade de lazer ou mesmo religiosa, são
um traço comum em todo o Estado, com área de maior concentração na
Grande São Paulo e no Cone Leste, mostrando o grande o gosto, o pra-
zer de significativa parcela dos cidadãos de todas as classes sociais no
trato com os cavalos. Sua expressão mais significativa se dá nas inúme-
ras romarias a cavalo e nas cavalarias de São Benedito. Com orgulho,
cavaleiros e amazonas de todas as faixas etárias e classes sociais partici-
pam dos mais variados eventos populares que acontecem à parte do uni-
verso chamado country.
      Ocorrência: Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Caconde, Cajuru,
Cidade de São Paulo, Diadema, Espírito Santo do Turvo, Guararema,
Guaratinguetá, Jaboticabal, Jaguariúna, Mairiporã, Mogi das Cruzes,
Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim, Nazaré Paulista, Osasco, Pilar do Sul, Pinda-
monhangaba, Piquete, Santa Isabel, Santo André, São Bernardo do Cam-
po, São Caetano, Suzano, São José dos Campos, Silveiras, Vargem
Grande Paulista.
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         Encontro de Folia de Reis
        É tão expressiva a presença das Folias de Reis ao Norte e Noroeste
        paulista que muitos dos municípios da região realizam grandes En-
        contros de Folias de Reis que chegam a mobilizar acima de 50 grupos
        em cada um, afluxo de devotos e fartura de comezainas. No calendá-
        rio dos eventos buscam os organizadores nos muitos municípios não
coincidir datas, o que em muitos momentos torna-se inevitável, estendendo-
se os mesmos até o mês de Maio, com interrupções pelo período quaresmal,
e até mesmo pelo 2º semestre.
         Ocorrência: Altinópolis, Alto Alegre, Américo de Campos, Araraquara, Araras, Bar-
retos, Barrinha, Batatais, Bebedouro, Bento Quirino, Borá, Brodósqui, Caconde, Cajuru, Campi-
nas, Campos Novos Paulista, Cândido Mota, Cássia dos Coqueiros, Catiguá, Cedral, Cidade de
São Paulo, Cosmorama, Coutinhos, Cruzeiro, Cunha, Dracena, Estrela D'Oeste, Fernandópolis,
Flora Rica, Florínea, Franca, Gastão Vidigal, Guardinha, Guarulhos, Getulina, Ibirá, Ilha Solteira,
Indiaporã, Ipuã, Itapiratiba, Itirapuã, Ituverava, Jaborandi, Jaboticabal, Jales, José Bonifácio,
Juquitiba (Festa de Reis), Lins, Lourdes, Lupércio, Meridiano, Miracatu (Reis), Mirassol, Moco-
ca, Mogi das Cruzes, Monções, Monte Aprazível, Nhandeara, Nova Aliança, Nova Granada, No-
va Lusitânia, Olímpia, Pacaembu, Palmital, Parapuã, Penápolis, Peruíbe, Piquete, Piratininga,
Pitangueiras, Pontes Gestal, Potirendaba, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, Sales,
Sales Oliveira, Santa Rosa do Viterbo, Santo André, Santo Antônio da Alegria, Santópolis do
Aguapeí, São Bernardo do Campo, Sào Caetano do Sul, São Francisco, São José do Rio Preto,
São Luiz do Paraitinga, São Pedro do Turvo, Serra Azul, Serrana, Silveiras, Taciba, Tambaú,
Taubaté, Três Fronteiras, Tupã, Urupês, Viradouro, Votupuranga.
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Folguedos
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      Cavalhadas
       Há hoje em São Paulo duas modalidades de cavalhadas. Aquelas
que reelaboram os relatos das lutas de Carlos Magno e os Pares de Fran-
ça contra os Mouros (lutas de Mouros e Cristãos) estruturando-se simbo-
licamente a rivalidade em dois campos que se opõem, nas investidas que
cada grupo faz ao campo adversário e na oposição das cores: - azul para
os Cristãos e vermelho a dos Mouros. O conflito é acirrado com mortes,
raptos, prisões, embaixadas e resgates.
       Os cavaleiros (12 representando Mouros e 12 representando Cris-
tãos) sempre muito hábeis nas manobras com seus animais, esforçam-se
em campo para dar conta do entrecho dramático através de carreiras e e-
voluções, em duplas ou grupais, de manejos de espadas, lanças e tiros de
festim, e com a participação de coadjuvantes mascarados, sempre em nú-
meros variáveis. A luta termina com a vitória dos Cristãos e a conversão
dos                                                             Mouros.

A outra modalidade de Cavalhada, registrada no Brasil já no século XVI,
sem entrechos dramáticos, estrutura-se em uma série variável de jogos
montados:- das argolinhas, das canas (lanças), as alcancias. São muitas as
notícias destes jogos eqüestres dentro da cidade de São Paulo no século
XIX, o que sugere que os paulistas já possuíam um gosto especial pelo
divertimento.
     Ocorrência: Franca, Guararema e São Luís do Paraitinga
(Mouros e Crsitãos), Igaratá e Santa Isabel (de Jogos).
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                            Caiapós
      Bugrada, Caiapós ou Caiapô são denominações com que
aparecem entre nós, folguedos com temática indianista, calcada, sobretu-
do, na visão de um "índio idealizado". Atuam durante o ano todo nos di-
versos ciclos culturais, em especial no carnaval, e em festas dos santos
padroeiros e de devoção popular, seguindo em cortejo pelas ruas das ci-
dades, com paradas para dramatizações esquemáticas.
      Ocorrência: Ilha Bela, Joanópolis, Mairiporã, Piracaia, São José
do Rio Pardo, São Sebastião.
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                             Reiadas
      Reiada é o nome que os paulistas no Litoral Sul e em parte do Vale
do Ribeira dão aos folguedos do ciclo do Ciclo de Natal. De conteúdo
essencialmente religioso e acompanhados sempre por violas e rabecas,
secundadas por violões, caixa, ferrinhos e, eventualmente, cavaquinhos,
conservam uma feição, grosso modo, ibérica.
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                            Reisado
       Os reisados aparecem durante o ciclo de Natal a partir da Bahia,
pelos estados do Nordeste até o Piauí. Seguem a mesma tradição secular
ibérica, indo de casa em casa, fazendo em cantoria a pedição de abertura
de porta e louvação aos donos das casas. Cantam o nascimento do Meni-
no Jesus numa fusão de temas sacros e profanos.

Em São Paulo se estruturaram, a partir de migrantes, dois reisados: o
Reisado Sergipano, do Guarujá, e o Reisado Alagoano, de Carapicuíba,
com sua sucessão de cenas com personagens características que se apre-
sentam ao som de músicas com instrumentação variada, como forte sapa-
teado, cantando o nascimento do Menino Jesus, numa fusão de temas sa-
cros e profanos.
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                   Pastorinha




       Grupo de meninas trajadas à moda de pastoras idealizadas, que
vão de casa em casa fazendo a adoração dos presépios, recebidas pela co-
munidade com doces e bebidas. Acompanhadas por conjunto de sopros,
fazem suas loas com cantorias e bailados simples.
      Ocorrência: São Luís do Paraitinga e Cidade de São Paulo.
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                   Moçambiques
       Moçambiques ou maçambiques são folguedos que aparecem du-
rante quase todo ano nos municípios do Vale do Paraíba, nos que circun-
dam a cabeceira do Tietê e Noroeste de São Paulo. São grupos religiosos
que homenageiam com suas músicas e suas danças seus santos padroei-
ros, sobretudo São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Suas atuações
caracterizam-se por manobras (evoluções) e manejos de bastões, por ve-
zes complicados. Seu traço distintivo são os paiás, (carreiras de guizos)
ou gungas (pequenos chocalhos de lata), atados aos tornozelos dos
moçambiqueiros.


       Ocorrência: Altinópolis, Aparecida, Atibaia, Biritiba-Mirim, Ca-
raguatatuba, Cotia, Cruzeiro, Cunha, Franca, Guararema, Guaratinguetá,
Ilha Bela, Itapira, Jacareí, Lorena, Lourdes, Manduri, Mogi das Cruzes,
Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim, Morumgaba, Pindamonhangaba, Piracaia, Pi-
raju, Salesópolis, Salto Grande, Santa Isabel, Santa Cruz do Rio Pardo,
Santo Antônio da Alegria, Santo Antônio do Pinhal, São José dos Cam-
pos, São Luiz Paraitinga, Socorro, Suzano, Taubaté, Ubatuba
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                             Congos
        Congos, Congadas são folguedos que comumente aparecem na for-
ma de préstitos (cortejos), os participantes cantando e dançando, em fes-
tas religiosas ou profanas, homenageando, de forma especial, São Bene-
dito. Muitos destes folguedos cumprem também um papel auxiliar no ca-
tolicismo popular, ajudando tantos e tantos devotos a cumprir suas pro-
messas. Sua instrumentação varia em cada região, havendo destaque para
a percussão, sempre com muito peso estimulando muitos momentos de
bailados vigorosos e manobras complicadas. Há congos de sainhas, com
grande quantidade de caixas, com chapéus de fitas, com manejos de bas-
tões e espadas (alguns grupos exibindo exemplares dos Exércitos dos
tempos do Império e início da República).

Às vezes possuem reinado (rei, rainha, vassalagem) envolvendo parte
dramática com embaixadas e lutas. Dentre estes, as mais completas são as
congadas do Litoral Norte (Ilhabela e São Sebastião), por suas estruturas
complexas e presença das marimbas.
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        CIDADE             COMPANHIAS          CIDADE              COMPANHIAS
      Mococa - SP              2          Itaú de Minas – MG           2
    Alpinópolis – MG           2          Porto Ferreira – SP          1
S.Cruz da Esperança – SP       1          Ribeirão Preto – SP          1
     Lambarí – MG              1        Sta Rosa de Viterbo – SP       1
     Barrinha – SP             1           Monte Belo – MG             3
Sta C.das Palmeiras - SP       1            Cravinhos – SP             1
      Ariado – MG              1           Mogi Guaçu – SP             1
    Luis Antônio – SP          1            Nuporanga – SP             1
    Arceburgo – MG             1             Cajamar – SP              2
     Guaxupé – MG              3         S.J. do Rio Pardo – SP        1
S. P. dos Morrinhos – SP       1         Cássia dos Coqueiros          1
      Cajuru - SP              1         S.Tomás Aquino – MG           1
      Milagre – MG             1             Tambaú – SP               6
  Nova Resende - MG            1
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                     Folias de Reis
        Folias, ao lado de Ternos e Companhias, são designativos de ran-
        chos, grupos de pessoas que se deslocam acompanhando-se de
        cantos instrumentos. São grupos que por devoção, por gosto ou
        função social peregrinam de casa em casa do dia de Natal até 6 de
        Janeiro, ponteando quase todas as regiões do Estado. Em cantoria
fazem uso de temas religiosos, da Profecia ao Nascimento de Jesus Me-
nino, à Visita dos Reis Magos. Cumprem sempre, aproximadamente, os
mesmos rituais de chegada e despedida, visitando os amigos e os devo-
tos, atendendo pedidos, tirando promessas, (ajudando os devotos a cum-
prir suas promessas). Bastiões, marungos, palhaços, são personagens
sempre presentes nestes folguedos, com máscaras confeccionadas nos
mais diversos materiais (peles de animais, tecidos, napa, tela de arame,
cabaças, papelão, colagem de papel), com trajes vistosos, divertem a to-
dos com seus saltos acrobáticos, dançando, declamando romances tradi-
cionais, jogando versos decorados. Quando m visita a uma casa, uma fo-
lia é motivo de festa para toda a rua. Folguedo mais expressivo e difuso
em São Paulo, não se sabe ao certo quantas folias existem no Estado.
       Ocorrência: Altinópolis, Alto Alegre, Américo de Campos, Arara-
quara, Araras, Barretos, Barrinha, Batatais, Bebedouro, Bento Quirino,
Borá, Brodósqui, Caconde, Cajuru, Campinas, Campos Novos Paulista,
Cândido Mota, Cássia dos Coqueiros, Catiguá, Cedral, Cidade de São
Paulo, Cosmorama, Coutinhos, Cruzeiro, Cunha, Dracena, Estrela D'O-
este, Fernandópolis, Flora Rica, Florínea, Gastão Vidigal, Guararapes,
Guardinha, Guarulhos, Getulina, Ibirá, Ilha Solteira, Indiaporã, Itapirati-
ba, Itirapuã, Jaborandi, Jaboticabal, Jales, José, Bonifácio, Juquitiba
(Festa de Reis), Lins, Lourdes, Lupércio, Maracaí, Meridiano, Miracatu
(Reis), Mirassol, Mococa, Mogi das Cruzes, Monções, Monte Aprazível,
Nhandeara, Nova Aliança, Nova Granada, Pacaembu, Palmital, Parapuã,
Penápolis, Peruíbe, Piquete, Piratininga, Pitangueiras, Pontes Gestal, Po-
tirendaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Sales, Sales Oliveira,
Santa Rosa do Viterbo, Santo André, Santo Antônio da Alegria, São Ber-
nardo do Campo, São Caetano do Sul, São Francisco, São José do Rio
Preto, São Luís do Paraitinga, São Predro do Turvo, Serra Azul, Serrana,
Silveiras, Taciba, Tambaú, Taubaté, Tupã, Urupês, Viradouro, Votuporan-
ga.
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Cortejos
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                         Boizinhos
        Os boizinhos aparecem em várias regiões de São Paulo. Algumas
          de suas expressões se destacam. O Boizinho, de Ubatuba, a-
          companhado por instrumentos de corda e percussão. As Carrei-
          ras de Bois, que animam as ruas de porto Ferreira e o monu-
mental Boitatá de Iguape, com quase 10 metros de comprimento, que ar-
rasta caiçaras e turistas, durante horas, pelas ruas da cidade.
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                           Entradas
         As entradas são grandes cortejos com carros de bois, charretes,
troles, tico-ticos, carroças, carruagens, cavaleiros e grupos folclóricos
com que se celebram aberturas ou o início do dia principal de algumas de
nossas festas. A Entrada dos Palmitos (Mogi das Cruzes), lembra hoje a
farta distribuição de palmitos na abertura da Festa do Divino quando o
mesmo abundava na região; a Procissão dos Carroceiros (São Bernardo
do Campo), lembra a forma como os antigos carvoeiros, lenhadores, pe-
quenos e a comunidade em geral celebrava, com suas carroças e carre-
tões, Nossa Senhora da Boa Viagem; com a Entrada do Carros de Lenha
(São Roque), carvoeiros e lenhadores remanescentes e os devotos em ge-
ral, celebram o dia do padroeiro da cidade; Entrada dos Carros de Bois
(Itu); Entrada das Carroças de Lenha/ São João Batista (Laranjal).
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                         Cabeções
       Santana do Parnaíba é hoje o último reduto de Cabeções ou Cabe-
çorras. Pela desproporcionalidade que provocam com os corpos dos que
as envergam se assemelham a anões, sendo este o seu traço fundamental.
Confeccionadas com a técnica do empapelamento com diversidade de
personagens, animam o carnaval da cidade e outros desfiles populares,
sempre associadas aos bonecos gigantes provocando estranhamento pelo
contraste.
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                                       Romarias

                                Um traço que se destaca na cultura tradicio-
                            nal em São Paulo são as romarias: a pé, de bi-
                            cicleta, a cavalo, de charrete, de motos, de car-
                            ro, em ônibus fretados ou de carreira. Aconte-
                            cem durante todo o ano apresentando, ciclica-
                            mente, grandes picos que chegam a demandar
                            ações especiais dos Departamentos de Trânsi-
                            to.
       Quando a pé os romeiros se auto intitulam caminheiros, e seguem
sós, em duplas, ou em grupos. Dentre os que seguem sós alguns podem
arrastar cruzes por uma distância algumas vezes superior a 100 quilôme-
tros. Há caminheiros que se organizam em grupos que peregrinam regu-
larmente, alguns destes beirando os 50 anos, ou mais, de caminhadas.
       São também numerosas as romarias com organizações internas,
que chegam a ser complexas em alguns casos, verdadeiras instituições
que congregam grande número de afiliados e que peregrinam regular-
mente, destacando-se dentre estas, as romarias a cavalo, que apresentam
maior nível de organização e complexidade, algumas delas bem longevas
e chegando a congregar acima de 1500 cavaleiros. Estas Romarias são,
via de regra, uma convergência de expressões culturais com variedade de
elementos convergentes (alimentos, indumentárias, sincretismo religio-
so).
       Ocorrência:
       Alumínio, Araçariguama, Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Cacho-
eira Paulista, Cajuru, Campinas, Caucaia, Cidade de São Paulo, Cotia,
Embu, Espírito Santo do Turvo, Franco da Rocha, Ibiúna, Itapeva, Itape-
cerica da Serra, Itapetininga, Itapevi, Itatiba, Itu, Itupeva, Jandira, Jarinu,
Jundiaí, Juquitiba, Louveira, Mairinque, Mairiporã, Mogi das Cruzes,
Mogi Mirim, Osasco, Piedade, Pilar do Sul, Piquete, Piracicaba, Pirapora
do Bom Jesus, Poá, Porto Feliz, Redenção da Serra, Santana do Parnaíba,
São Luiz do Paraitinga, São Roque, Suzano, Vargem Grande Paulista,
Valinhos, Vinhedo.
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             Centros de Peregrinação
       São Paulo congrega o maior número de centros de peregrinação do
          Brasil. Afora as três cidades-santuários de grande expressão
          (Aparecida, Pirapora e Iguape), existem muitos outros com as
          mais variadas motivações devocionais, procurados, rotineira-
          mente ou em datas especiais, por todos os segmentos sociais.
          Alguns destes, em que pese a quantidade de pessoas que atra-
          em, chegam a passar quase despercebidos por sua inclusão na
rotina das cidades. Outros, ao contrário, quebram essa rotina pelo impac-
to que causam na vida das comunidades.
      Ocorrência:
      Aparecida - Santuário Nacional de N. Sra. Aparecida
      Bom Jesus dos Perdões - Santuário do Bom Jesus
      Iguape - Santuário do Bom Jesus
      Mairiporã - Santa Cabeça
      Pirapora do Bom Jesus - Santuário do Bom Jesus
      São Paulo - Convento da Luz (Bairro da Luz), Túmulo de Frei
Galvão, Santuário de N. Senhora da Penha (Penha), Santuário das Almas
(Ponte Pequena), Santuário de São Judas Tadeu (Jabaquara), Igreja dos
Enforcados - Devoção ao Chaguinha (Liberdade)
      Tambaú - Túmulo do Pe. Donizetti
      Tremembé - Santuário do Bom Jesus
      Maracaí - Menino da Tábua

                         Cemitérios
      Cemitério do Araçá - Mãe Felícia
      Cemitério da Consolação - Antoninho da Rocha Marmo, Marina
Portugal, Marquesa de Santos, Pe. Vítor
     Cemitério de Santo Amaro - Túmulos do Bento do Portão
Cemitério São Paulo - Izildinha
      Cemitério da Vila Alpina - Túmulo dos treze mortos não identifi-
cados no incêndio do Edifício Joelma.
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                     Recomenda
                     das Almas
                     São rituais de penitência em sufrágio das al-
                     mas do purgatório, executados durante o tem-
                     po da quaresma. Às segundas, quartas e sex-
                     tas do período, depois das 21h., saem os gru-
                     pos penitentes em silêncio, parando às portas
                     de outros devotos, dos cemitérios, das capelas
                     ou junto às cruzes de beira de estrada. Admo-
                     estam os que os ouvem executando benditos
                     (orações cantadas) e jaculatórias, interrompi-
                     das pelos pedidos de orações pelas almas e pe-
                     los sons soturnos das matracas ou zunidores.
                     Um bando de homens sai, por ocasião da qua-
                     resma até a Semana Santa, todas as quartas e
                     sextas-feiras, à noite para a "Recomenda das
Almas".
      Usam roupas comuns e alguns colocam mantos ou cobertores
na cabeça. Um deles carrega um cacete para evitar os cães-vigias e
também para bater na porta das casas, pedindo silêncio.
Em alguns lugares os "recomendadores" levam berra-boi, sacarraia,
ou mesmo matraca.
     Quando se aproximam de uma casa, cantam sem acompanha-
mento de instrumentos musicais o "pé da chegada".
      Ocorrência:
      Capela do Alto, Cássia dos Coqueiros, Ribeirão Grande, Santo
Antônio da Alegria.
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                   Tooro Nagashi
                         e
                     Bon odori
       Tooro Nagash, Bom Odori, Moti-Tsuki, Sendai Tanabata são al-
guns dos muitos festivais e rituais, de cunho religioso ou profanos, que
pontuam várias regiões do Estado, congregando várias gerações de nipo-
descendentes e envolvendo as comunidades circunstantes. Em muitos ca-
sos já apresentam tendências ao sincretismo.
      Ocorrência:
      Araçatuba, Cidade de São Paulo, Jales, Penápolis, Pereira Barreto,
Presidente Epitácio, Registro.
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Outros
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                  Folia do Divino


                  São pequenos grupos de até 5 pessoas, os Foliões do Di-
vino, que visitam as casas das zonas rural e urbana, cantando os feitos e
os poderes do Divino Espírito Santo, recolhendo donativos, sempre a-
bundantes. Percorrendo assim as comunidades de canto a canto e anunci-
ando a festa, avivam a fé no Divino.
      Ocorrência: Anhembi, Caconde, Cananéia, Cunha, Iguape, Ita-
nhaém, Itu, Itapeva, Lagoinha, Laranjal Paulista, Mogi das Cruzes, Nati-
vidade da Serra, Paraibuna, Piracicaba, Redenção da Serra, Salesópolis,
São Luís do Paraitinga, São José dos Campos, Tietê, Ubatuba.
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                     Pesca Artesanal
                      Artesanal é a pesca que se realiza única e exclusi-
vamente pelo trabalho manual do pescador - mesmo em todas as varian-
tes de espera. Nela a participação do homem em todas as etapas e mani-
pulação dos implementos e do produto é total, ou quase total, prescindin-
do-se de tração mecânica no lançamento, recolhimento e levantamento
das redes ou demais implementos. Baseada em conhecimentos transmiti-
dos ao pescador por seus ancestrais, pelos mais velhos da comunidade,
ou que este tenha adquirido pela interação com os companheiros do ofí-
cio, é sempre realizada em embarcações pequenas (botes e canoas) a re-
mo ou a vela ou mesmo motorizadas, sem instrumentos de apoio à nave-
gação, contando para a operação tão somente a experiência e o saber ad-
quiridos - a capacidade de observação dos astros, dos ventos e das ma-
rés... Não se apóia na grande produção ou na estocagem.
        Pesca-se nos rios e no mar com caniços, com linhadas, com pu-
çás, com fisgas, com facões, com covos, com redes (de lanço ou de ar-
rasto, as de malhar, para caceio ou espera), cercos fixos, tarrafas, girivás
(tarrafinhas), espinhéis, covos, currais (também conhecidos por cercos
fixos ou chiqueiros de peixes), linhadas, puçás,...
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                         Figureiros

      Figureiros se auto intitulam os artistas populares do Vale do Paraí-
         ba que recriam com barro (cru) figuras e cenas do seu dia a di-
         a , ou do seu imaginário. Arte resultante não de aprendizado
         sistemático ou ensinamentos especiais, mas de uma tradição,
         da curiosidade ou das experiências pessoais do próprio artista.
         Ocorrência: Caraguatatuba, Pindamonhangaba, Santa Branca,
São Bento do Sapucaí, São José dos Campos, Taubaté, Tremembé.
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             Música

·   Musica de Raiz
·   Marimbas
·   Caruru
·   Violas
·   Musica Regional do Vale do Paraíba
·   Musica Caipira
·   Moda de Viola
·   Música Country
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                         Cururu
Cururu é o repente, o desafio trovado ao som de violas do Médio Tietê.
São numerosos, afamados e respeitados os cururueiros (os trovadores)
da região. Alguns deles com várias viagens para o exterior. Não há Festa,
ou Pouso de Bandeira do Divino sem o cururu que pode varar a noite
num revezamento de várias trovadores. E não há cidadão que arrede pé
diante de uma porfia de canturiões (cantadores).
      Ocorrência: Conchas, Laranjal, Piracicaba, Porto Feliz, Tietê.
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                         Marimbas
      Muito comuns nas culturas bântu da África negra, as marimbas
transmigraram na bagagem do negro escravizado tendo sido populares
no Brasil. Correspondentes nos círculos eruditos aos xilofones, são ins-
trumentos percussivos melódicos constituídos de uma série de lâminas
de determinados tipos de madeira, em números variáveis, afixados em
pequenas traves ou arcos, tendo por ressoadores, pequenos coités
(cabaças), cortadas pela metade e afixados por baixo de cada lâmina.
Serviam, então, ao lado de outros instrumentos também chegados nas
bagagens dos negros escravizados, de base rítmica, com variações, para
folguedos e danças.
       Ao que tudo indica as marimbas desapareceram de todo o territó-
rio brasileiro, tendo sobrevivido, somente no litoral Norte de São Paulo.
Também ali inspira hoje cuidados:- sua utilização se circunscreve às
congadas, são muito poucos seus executantes e bem menos os que con-
seguem confeccioná-las. Tanto em sua configuração técnica quanto em
sua execução, as marimbas caiçaras continuam bem próximas de seus
ancestrais africanos.
      Ocorrência: Ilhabela, Caraguatatuba e São Sebastião
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                Violas e Violeiros

      É bastante fácil encontrar violeiros por todo São Paulo. Violas e
     rabecas, sempre associadas, existem em grande número em todo o
     Litoral Sul e Vale do Ribeira, com uma peculiaridade: são fabrica-
     das na própria região.
        Companheira fiel das horas de folga dos caiçaras, para quem a vi-
ola, portadora de seus sentimentos, fala e chora, costuma receber na re-
gião o nome de viola branca pela cor da madeira de que é feita, a cache-
ta. É a própria viola caipira. Quando querem dizer que o baile será mais
de acordo com os usos da terra, dizem que haverá fandango, ou para ex-
plicitar mais ainda dizem que haverá baile de viola. São confeccionadas
em 4 tamanhos: Viola inteira (a maior, mais difícil de ser encontrada),
Três quartos (3/4 da viola inteira, fáceis de serem encontradas), Meia vi-
ola (fácil de ser encontrada e a mais procurada) e o Machete ou Mache-
tão (viola pequena, também chamada de viulinha, mais raras).
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                        Música de Raiz
Primeiramente, vamos dar uma breve introdução sobre a música caipira de
raiz. Ela teve início na região sudeste do Brasil, seguido por sul e centro-
oeste. Foi uma mistura derivada de cantos religiosos jesuítas e das modas
portuguesas, que se misturaram à música e dança dos índios.

O principal instrumento usado no estilo, é a Viola Caipira, instrumento visual-
mente similar ao violão, porém de tamanho menor e com 10 cordas disposta
em 5 pares.
Sua sonoridade é única, devido a afinação das cordas.

A música caipira é igual a ovo frito, todos gostam, mas acabam tendo vergo-
nha de assumir.

A Globalização, os modismos e a Americanização dos costumes, na cultura
recente brasileira, introduziram um termo mais modernista a chamada
“música country”, que nada mais é que um derivado americanizado da nossa
música regional, muito embora, as composições de hoje, em sua grande mai-
oria, nada tenham a ver com as raízes culturais brasileiras.
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Catira, Moçambique, Folias de Reis,
           viola, bolinho
           caipira, taiada
                  e
            marchinha.
Todos estes são componentes de uma cultura genuinamente valeparaibana, presen-
tes na música, na culinária e nos costumes da região.
O Vale do Paraíba sempre foi uma região de “entroncamento”, presente em todos os
ciclos econômicos brasileiros.
Foi assim no ciclo do ouro, do café, do leite, tratamento de doenças, tecnologia de
ponta, turismo ecológico e cultural.
A proximidade com o Sul de Minas, com o Litoral Norte e com a capital também fo-
ram fatores que ajudaram a formar nossa gente.

E como definir a música regional?

Segundo a jornalista Vana Allas, autora do livro “Vale, Violões e Violas - Uma Foto-
grafia Musical do Vale do Paraíba”, “não temos como definir uma música regional
pura, pois sofremos a influência de vários ritmos”, declara Vana.
“Eu percebi que existe algo na região que não é rock, pop, samba, mas que faz o co-
ração bater mais forte quando a gente ouve”, disse a jornalista.
 Elpídio dos Santos - O grupo Paranga, de São Luís do Paraitinga, é um dos pionei-
ros.
Nasceu na década de 70 com a determinação de defender e divulgar os valores cul-
turais do Vale.
Sua música tem a influência dos ritmos locais, catira, moda de viola, Folia de Reis e
Festa do Divino Espírito Santo.
Formado, em sua maioria por filhos do maestro Elpídio dos Santos, famoso por ser o
autor da trilha sonora dos filmes de Mazzaropi, o grupo Paranga nasceu com o intui-
to de preservar a obra elpidiana.
Movimento de resistência - Em Paraibuna, nasceu em 1982, o grupo Rio Acima, um
movimento político-cultural formado por Eduardo Rennó, Dimas Soares, João Rural
e Mauro Campos.
“Nós tínhamos um certo discernimento e criamos esse movimento de resistência pa-
ra lutarmos contra o caos econômico/social vivido na cidade, após terminadas as
obras da represa”, declara o líder do grupo, Eduardo Rennó.
Hoje, Rennó, além das apresentações com o Rio Acima, dá suporte para novos gru-
pos.
“Depois de vários anos, a gente já conhece a linguagem e muitas pessoas nos pro-
curam. Também existem poucos produtores nesta área”, disse.
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                      Grupos Regionais
                        e a busca pela
                     Preservação Cultural

UMA HISTÓRIA DE AMOR, MÚSICA E AVENTURAS.
A dupla Zezé e Simões se conheceram em São José dos Campos e firmou uma par-
ceria de sucesso no amor e na música. São trinta anos juntos.
Nesta história contam-se vários festivais, andanças pelo Brasil e participações em
projetos.
“Nas viagens nós colhemos do povo, o que depois devolvemos pela música”, decla-
ra Zezé.
A participação nos festivais é lembrada com saudosismo pela dupla. ”Era um espa-
ço para troca de experiências”, confessa Zezé.
Sua música fala um pouco de cada lugar. “Falamos da Mantiqueira, das alegrias, en-
fim do povo”, resume.


GRUPO PIRAQUARA
Foi criado em 1987, com o objetivo de divulgar pesquisas sobre as manifestações
populares, que envolvem cantos e danças da cultura tradicional valeparaibana.
Ainda esse ano, o grupo lança um CD, com a participação de músicos da região que
também participam do projeto como:
Zé Mira, Eduardo Rennó, Gabriela Delias, Zezé e Simões, Beto Jaguary, Julio Neme e
Almir                                                                         Melo.


EM BUSCA DA MÚSICA REGIONAL
Quando teve a idéia de escrever um livro, Vana Allas queria divulgar a riqueza musi-
cal existente no Vale do Paraíba.
Suas maiores dificuldades foram a seleção dos músicos que participariam do traba-
lho e também uma denominação específica para o tema, música regional.
Os trabalhos ganharam força com a ajuda do músico Eduardo Rennó (Rio Acima).

“Tem muita gente boa que ficou de fora, mas da maneira como o trabalho foi feito,
abriu-se um espaço para que outros projetos aconteçam. Pretendo no futuro lançar
outros volumes”, declara a jornalista.

“No momento esses grupos pesquisados são os que mais se assemelham com a
musicalidade regional. Com certeza no futuro serão outros. Mas, aí é que está a poe-
sia, mudar sem perder a originalidade, mesmo que ela venha de vários lugares, pre-
sente na raiz de cada um”, conclui Vana.
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                    Música Caipira
A Musica Caipira é um importante legado da cultura brasileira, um legado que está
esquecido pela geração atual.
Quando tenho oportunidade, sempre assisto o programa Viola, Minha Viola da TV
Cultura, apresentado por Inezita Barroso - nossa enciclopédia viva da cultura caipi-
ra-, que vai ao ar nas noites de Sábado e nas manhãs de Domingo. E um fato que te-
nho notado nesse programa de auditório é a faixa etária da platéia, quase que exclu-
sivamente formada por sexagenários. Isso chama a atenção pelo fato de que a gera-
ção atual está cada vez mais distante das nossas raízes culturais. A verdadeira musi-
ca sertaneja não é esse lixo musical das FMs, e seus artistas não são aqueles que
desfilam patrimônios de fazendas e carrões importados nos programas de domingo
à tarde. Muita gente não sabe, mas o termo pagode é de origem caipira. Pagode sig-
nificava festa de fundo de quintal, onde as pessoas se divertiam e tocavam seus ins-
trumentos ao som dos ritmos regionais.
Tião Carreiro( um dos maiores artistas da musica brasileira não reconhecido) inven-
tou um repique de viola diferente e batizou o novo ritmo de Pagode, que atualmente
é chamado de Pagode caipira, para que não haja confusão com o pagode(pseudo-
samba) das FMs(façamos justiça ao Pagode do Morro, que não tem nada haver com
esse lixo de FM).
 Um argumento pelo fato da musica raiz estar preterida pela geração atual é que a-
borda temas distantes da realidade urbana, como as paisagens do sertão, causos de
boiadeiros errantes,etc. Mas nesse argumento é que muita gente se engana. Vejam a
letra da musica "O Rico e o Pobre", escrita por Nhô Chico e Dino Franco, e gravada
pela dupla Dino Franco e Mourai.
Tenho certeza que muitos punks e rappers se identificarão com o tema após sua lei-
tura.

Veja a letra na página seguinte.
54

                 “Há tempo venho notando e fazendo conferência”.
                   Entre o rico e o pobre há uma grande diferença
                   O rico tem o que quer o pobre só tem carência.
                     O rico faz o pecado, o pobre faz penitência.
                  Quando o rico fica velho, descansa na opulência.
                  O pobre quando envelhece coitado ainda padece.
                                Na fila da previdência.

                    Entre o rico e o pobre é difícil a convivência
                  Por isso de vez em quando acontece divergência
                Se o pobre bater no rico vai sofrer as consequências
                    Coitado vai pra cadeia por praticar violência
                 Se o rico bater no pobre, ninguém faz advertência
                O azar é do mais fraco, diz que o pobre enche o saco
                             E o rico perde a paciência.

               Existe uma velha lenda que me lembro com frequência
              Diz que quando morre um pobre e um rico na adjacência
                  O rico monta no pobre todo cheio de imponência
                   Toca lá pro paraíso, que é a ultima residência.
                  Lá o rico é recebido com aplausos da assistência
                    E o pobre pode entrar se ele conseguir achar
                               Uma porta de emergência.

                  Na hora do julgamento o rico ganha indulgência
                   Porque tem advogado provando sua inocência
                  O pobre se enrola todo no exame de consciência
                  O arcanjo São Miguel já vai lavrando a sentença
                   O rico fica no céu que é o lugar de preferência
                   E o pobre sai do pregório direto pro purgatório
                              Pra fazer mais penitência".


Como percebemos, não é só a MPB, o Punk Rock e o Rap que discorrem sobre te-
mas sociais de forma contundente como vimos na letra de "O Rico e o Pobre". Tião
Carreiro e Pardinho gravaram a musica "Filhinho de Papai", uma alfinetada na juven-
tude burguesa dos anos 60. Tonico e Tinoco compuseram e gravaram a bela toada
"Boi de Carro", onde falam da exploração do trabalho através do reencontro do ve-
lho carreiro, já cansado e sem dinheiro, e o seu fiel boi carreiro, descaído pelo oficio
e marcado para o corte.

Essa é a nossa musica raiz, esquecida pela geração atual, talvez pelo preconceito
imposto pela mídia, ou pela massificação da cultura estrangeira ou ainda de os nos-
sos jovens sentirem vergonha em dizer que gostam da nossa musica caipira. Uma
das maiores riquezas de um povo é a sua cultura, e essa riqueza esta se tornando
parte do nosso passado.
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                     Moda de viola
A moda de viola é uma expressão da música caipira brasileira que se destaca como
sendo seu maior exemplo, entre outros ritmos e estilos formados a partir das toadas,
cantigas, viras, canas-verdes, valsinhas e modinhas, trazidos pelos europeus.

Com uma estrutura que admite solos de viola e versos longos, intercalados por re-
frões, com letras extensas e que contam fatos históricos bem como acontecimentos
marcantes da vida das comunidades onde são feitas, as modas de viola ganham vida
independente do catira.

Deu origem a vários outros ritmos como a música caipira, Música sertaneja, música
de raiz, dentre outras.

Vários compositores, como os paulistas Teddy Vieira (da cidade de Itapetininga) e
Lourival dos Santos (da cidade de Guaratinguetá), ambos falecidos e que foram bas-
tante ativos entre os anos 50 e 60, se esmeraram neste gênero musical.

Nos dias atuais, os mineiros Zé Mulato e Cassiano estão entre os bons compositores
e cantadores de modas de viola.
56




                                                   Música
                                                   Country

                                          Música country (em Português, música do
                                          interior) é uma mistura de estilos popula-
                                          res originalmente encontrados no Sul dos
                                          EUA a pelas montanhas dos Apalaches.
Suas raízes são encontradas na música folclórica tradicional, na música celta, no
Blues, na Música gospel, e na música popular do Século XIX que se desenvolveu ra-
pidamente nos anos de 1920. O termo, Country music começou a ser usado no anos
da década de 1940, nos EUA, quando o termo original e precedente, música hillbilly
(em Português, "música caipira"), foi considerado degradante, e o novo termo foi a-
braçado amplamente nos anos de 1970, enquanto o termo Country and Western (em
Português, "Sertaneja e do Oeste") caiu de uso deste então, com exceção do Reino
Unido, aonde o termo ainda é freqüentemente usado.

Também os imigrantes franceses e italianos contribuíram na sua formação, mas su-
as principais raízes são compostas pelas velhas canções inglesas. Por se tratar de
um gênero representado pelos homens do campo é muito associado a vestes e ins-
trumentos rústicos como o Banjo, Bandolim, Rabeca, Violão, Washboard, etc. As pri-
meiras gravações datam de meados de 1922, quando a gravadora Victor lançou no
mercado norte americano o som de Uncle Eck Robertson e Henry Gilliard. Nos EUA,
Jimmie Rodgers é conhecido como o Pai da Música Country, que durante sua peque-
na carreira influenciou grandes nomes como Hank Williams e a lenda da Música
Country Willie Nelson. Porém, o grande nome da Música Country foi Hank Williams,
autor do clássico Jambalaya que é executado em todos os países do mundo como a
música que mais representa esse estilo. Hank Williams teve uma carreira meteórica,
morrendo aos 30 anos de idade em decorrência de Coma Alcoólico. Suas músicas
até hoje são regravadas e executadas em todo mundo. Outros grandes nomes da
Música Country são: Waylon Jennings, Johnny Cash, Bill Monroe, Patsy Cline,
George Jones, Loretta Lynn, Emmylou Harris, Dolly Parton, Roy Clark, Don Williams,
Merle Haggard, Doc Watson, Bob Dylan e mais recentemente Shania Twain, Brad
Paisley, Alan Jackson, The Wreckers, Taylor Swift, Clint Black, George Strait, Faith
Hill, Kathy Mattea, Carrie Underwood, Suzy Bogguss, Brooks & Dunn, Billy Ray
Cyrus, Garth Brooks, BlackSmith, Travis Tritt, LeAnn Rimes e Tracy Lawrence.

A "capital" estadunidense da música country é Nashville, Tennessee, pois é lá onde
se encontrava a sede de diversas gravadoras do gênero, e onde se realizaram os
mais famosos festivais desse estilo musical.
57




Artesanatos
58




                          Trançados
A cestaria do Vale do Ribeira e do Litoral (N e S), com a utilização de
          cipós encontráveis nos remanescentes da Mata Atlântica, em
          especial o timbopeva e o imbé, e a taquara, Com os quais fa-
          zem de um tudo para atender às necessidades das lides diárias
          na casa e na pesca (cestos, balaios, apás, covos, Jacás). A finu-
ra da trama e a beleza de muitas peças despertam sempre grande interes-
se nos visitantes.
      Ocorrência: Cajati, Cananéia, Caraguatatuba, Catiguá, Eldorado,
Iguape, Ilha Bela, Iporanga, Itanhaém, Monteiro Lobato, Pariqüera-Açu,
Registro, Reiadas, Ribeirão Grande, Peruíbe, Ubatuba.
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                      Cerâmicas


            São conhecidas as louças produzidas na região dos Campos
Gerais (Interior Sul), Vale do Ribeira e Litoral Sul. Guardam peculiari-
dades regionais, mas em seu conjunto, ainda que trabalhadas por mãos
diferentes, conservam semelhanças entre si, traços identitários que as a-
proximam de suas originais matrizes indígenas. De forma especial a lou-
ça preta cerâmica produzida no núcleo comunitário do Jairê (Iguape),
também conhecida por louça preta. São potes, panelas, torradeiras e cus-
cuzeiros, modelados de forma especial que, depois de secos e logo de-
pois serem queimados, são banhados, ainda quentes, com um cozimento
da entre-casca de nhacatirão, tornando-se pretos e impermeáveis, con-
fundindo-se, de longe com o ferro.
       Ocorrência: Apiaí, Barra do Turvo, Iguape, Itaoca, Itapeva, Itara-
ré, Ribeirão Grande, Riversul, Ubatuba.

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Festas e tradicoes paulistas

  • 1. 1
  • 2. 2 Índice DANÇAS CORTEJOS · Fandango de Tamancos · Boisinhos · Fandango de Chinelas · Entradas · Dança de São Gonçalo · Cabeções · Catira · Ciranda ROMARIAS · Jongo · Explicações e Ocorrências · Samba de Bumbo · Centros de Peregrinações · Samba de Lenço · Cemitérios · Dança de Pares · Recomenda das Almas · Dança de Santa Cruz · Tooro Nagashi e Bom Odori · Chiba OUTROS FESTAS E FESTIVAIS · Folia do Divino · Procissões das Águas · Pesca Artesanal · Festa do Divino · Figureiros (as) · Festas do Divino · Folias do Divino MÚSICA · Encontro de Batelões · Cururu · Cavalarias (Cavalhadas) · Marimbas · Encontro da Folia de Reis · Violas · FOLGUEDOS ARTESANATOS · Cavalhadas · Trançados · Caiapós · Cerâmicas · Reiadas · Entalhamento · Reisado · Pastorinha · Moçambique (Moçambiques) · Congos · Folias de Reis
  • 3. 3 TRADIÇÕES O Brasil possui um riquíssimo patrimônio no campo da cul- tura popular, singular pela sua pluralidade, gerada pelo hibridismo etnográfico, raci- al, social e religioso desde a sua formação. Esses bens culturais de natureza imaterial sobrevivem gra- ças à força e a resistência dos grupos sociais que lutam para preservar a sua identidade cultural, através da prática de costumes e cultos de suas crenças e valores. Essa resistência sobreviveu à evolução industrial, resiste ao processo de globalização e ao poder com que atua a indús- tria cultural nos meios de comunicação de massa, levando a população ao consumo de modismos pueris e de uma unifor- midade lastimável. A cultura popular, entretanto, alheia a esses interesses e mecanismos, consegue manter com integridade, seus valo- res, merecendo das instituições ligadas à cultura, uma aten- ção muito especial e necessária. O Projeto Culturas e Tradições Paulistas da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, muito atento a esses fatores, funda- mentou-se na pesquisa, registro e promoção da cultura po- pular, abordando-a em toda sua extensão e complexidade, nos campos das idéias, das crenças, costumes, artes, lingua- gem, moral, direito, reconhecendo e promovendo as formas legítimas de sentir, pensar e agir do nosso povo e da produ- ção acadêmica em torno destes Saberes, colaborando na ma- nutenção do nosso patrimônio de natureza imaterial, objeti- vando a autovalorização dos grupos sociais que as praticam.
  • 5. 5 Fandango de Tamancos Versão masculina do fandango, sem os bailados, entre- meando os fortes sapateados e palmeados com os queromanas, as modas que relatam aspectos da vida rural, com possibilidades para improvisos. O acompanhamento se dá com pé de bode (sanfona de oito baixos) e/ou violas. Ocorrência: Capão Bonito, Ribeirão Grande.
  • 6. 6 Fandango de Chilenas Dançando com botas de meio cano, as botas dos tropeiros paulis- tas, nas quais são atadas as chinelas, espécie de grandes esporas com vá- rias rosetas que tinem durante o sapateado e o entre-choque de botas. O acompanhamento é feito com violas. De resto valem as informações re- ferentes ao fandango de tamancos. Ocorrência: Capela do Alto, Sorocaba, Tatuí.
  • 7. 7 Dança de São Gonçalo É dança de cunho especialmente religioso, quase sempre em paga- mento de promessa, expressando de forma especial a devoção a São Gonçalo. Há em São Paulo duas formas distintas de dança de- vocional: o São Gonçalo do litoral e o do interior. O do litoral a- contece sempre ao som de violas, rabecas, cordas em geral e caixa, todo valsado e solene, sempre executada por pares. É mais compacto, não du- rando mais de 15 minutos, acontecendo sempre em cumprimento de pro- messa, no início dos bailes de sítio e fandangos. O São Gonçalo do interior, também dançado em cumprimento de promessa ao som de duas violas, é marcado pela alternância de vênias ao altar, palmeados e sapateados, dançadores organizados em duas filas, du- rando a função toda uma noite. São muitas as companhias São Gonçalei- ras, organizadas, que não raro, chegam a se revezar nas funções. Ocorrência: Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Capão Bonito, Ca- pela do Alto, Jarinu, Itapeva, Joanópolis, Lagoinha, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Natividade da Serra, Nazaré Paulista, Piracaia, Redenção da Ser- ra, Santo Antônio do Pinhal, Ribeirão Grande, São Luís do Paraitinga, São José dos Campos, Santa Izabel, Tatuí.
  • 8. 8 Catira Catira e cateretê são denominações de nossas danças de sapate- ado, derivadas do antigo fandango português. Ponteiam todo o Estado, incluindo-se a grande São Paulo. Com os Encontros de Catira no Revelando São Paulo buscamos estimu- lar a participação das crianças e grupos de jovens. Ocorrência: Álvares Florence, Arealva, Caconde, Cardoso, Cidade de São Paulo, Barretos, Bauru, Dracena, Dois Córregos, Gastão Vidigal, Guapiaçu, Guarulhos, Holambra, Ibirá, Joboticabal, Mauá, Monte Apra- zível, Nhandeara, Novo Horizonte, Osasco, Palestina, Palmital, Platina, Paraguaçu-Paulista, Paranapuã, Paulo de Faria, Piracicaba, Poloni, Sabi- no, Santa Fé do Sul, São José dos Campos, Sorocaba, Tabatinga, Tanabi, Tapira, Taubaté, Urupês, Votuporanga.
  • 9. 9 Ciranda Dança litorânea com marcas, figurados e passadinhos, em pares, acompanhada sempre por violas. Pode ser executada de forma autônoma ou integrando o conjunto de bailados do Chiba/ Fan- dango. Ocorrência: Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.
  • 10. 10 Jongo Jongo é dança de origem banto, do mesmo tronco do batuque, am- bos, ancestrais do samba e do pagode, que resiste em alguns pontos do Vale do Paraíba. Em Taubaté, São Luís do Piratinga, Pindamonhangaba e Cunha, encontram-se os últimos redutos de jongueiros do Vale Paulista e que se encontram, no momento, em fase de revivescência. Estruturado em roda, em torno de uma fogueira que ajuda a manter a afinação dos tambores, acontecem hoje em praças públicas, da mesma forma que, ou- trora, aconteciam nos terreiros. Com ela os participantes homenageiam São Benedito e os nossos ante- passados negros. Ocorrência: Cunha, Lagoinha, Pindamonhangaba, São Luis do Paraitinga, Taubaté.
  • 11. 11 Samba de Bumbo São duas variantes do samba tradicional em São Paulo, considera- dos como os ancestrais do samba cosmopolita. Guardam traços que os aproximam do jongo e do batuque, seus parentes próximos e por muitos considerados como seus antecessores. O de Bumbo, tem como foco de aglutinação a Festa do Bom Jesus, em Pirapora. O Lenço, a devoção fa- miliar do grupo a São Benedito. Letras e melodias singelas e funcionais, algumas tradicionais, outras estruturadas de acordo com as circunstân- cias. Ocorrência: Campinas, Pirapora, Santana do Parnaíba.
  • 12. 12 Samba de Lenço São duas variantes do samba tradicional em São Paulo, considera- dos como os ancestrais do samba cosmopolita. Guardam traços que os aproximam do jongo e do batuque, seus parentes próximos e por muitos considerados como seus antecessores. O de Bumbo, tem como foco de aglutinação a Festa do Bom Jesus, em Pirapora. O Lenço, a devoção fa- miliar do grupo a São Benedito. Letras e melodias singelas e funcionais, algumas tradicionais, outras estruturadas de acordo com as circunstân- cias. Ocorrência: Mauá.
  • 13. 13 Dança de Pares São variadas as danças de pares, enlaçados ou simplesmente de mãos dadas, em uso em todo o Interior Sul e Vale do Ribeira. Muitas de- las guardam ainda nítidos traços de sua origem nobre: - provenientes da corte européia, embalaram os salões da corte brasileira e continuam a animar os nossos bailes e festas populares. É assim com os tchotes (carreirinha, marcado, simples, inglês), com a mazurca (simples e de quatro), com as vaneirinhas, o caranguejo, a palminha e tantas outras. Ocorrência: Apiaí, Capão Bonito, Itapeva, Itararé, Ribeirão Grande
  • 14. 14 Dança de Santa Cruz A devoção à Santa Cruz (Cruzeiro) tão estimulada, ao que parece, pelos jesuítas, fixou-se de forma significativa na Grande São Paulo, Vale do Paraíba e Comunidades da Mantiqueira. São muito numerosas as ca- pelinhas de beira de estrada e sítios que lhe são votadas e em que aconte- cem as rezas e significativas festas. A devoção se expressa com a Dança de Santa Cruz - na realidade, uma seqüência de danças com que se saú- dam o Cruzeiro Principal e as Cruzes enfeitadas de flores colocadas à frente das casas. Ocorrência: Carapicuíba, Itaquaquecetuba, Embu.
  • 15. 15 Chiba versão do fandango no Litoral Norte, compreendendo as modas próprias para os bate pés, palmeados e os grandes figurados, com acom- panhamento de violas. Participam pares, sendo que as mulheres só exe- cutam os bailados, não os sapateados. Ocorrência: Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.
  • 17. 17 Procissões das Águas Afora os encontros dos Irmãos do Divino nas águas do Médio Tietê (região em que o rio volta de novo à vida), observamos outras devoções a se expressarem nas águas, estruturadas em grandes cortejos fluviais, lacustres e marítimos de embarcações variadas (barcos, bateras, ubás, botes, chatas, lanchas, balsas, bóias). Busca se com eles homenagear Bom Jesus, Nossa Se- nhora (dos Navegantes, do Livramento, do Rocio, do Patrocínio, Apare- cida) e São Pedro. Ocorrência: Cananéia, Barra Bonita, Botucatu, Diadema, Guaru- já, Iguape, Ilha Bela, Iporanga, Leme, Nazaré Paulista, Pindamonhanga- ba, Presidente Epitácio, São Bernardo do Campo/Riacho Grande, Salto Grande, Santos, São Vicente, Teodoro Sampaio, Tremembé, Ubatuba.
  • 18. 18 Festa do Divino A devoção ao Divino Espírito Santo constitui-se em um dos fortes núcleos das devoções populares em São Paulo. Herança do colonizador português se exterioriza de diversas formas, re- sultando sempre em grandes festas, sendo estas das mais cheias de pompa e espetacularidade desde os tempos do Brasil Colônia. Da ce- lebração festiva já faziam parte os imperadores, mordomos, bandeireiros, império e levantamento do Mastro do Divino.
  • 19. 19 Festas do Divino Acreditamos, que as Festas do Divino sejam das mais difusas por todo o Estado, concentradas no tempo Pentecostal prescrito pela Igreja e fora dele, quase sempre cheias de pompa e espetacularidade. São muitos os municípios que as realizam com imponência e fartura de comezainas. Assumem peculiaridades regionais, ressaltando-se das que são organiza- das no Médio Tietê os famosos encontros fluviais das Irmandades do Di- vino em grandes batelões. Nas do Litoral e Vale do Paraíba multiplicam- se os cortejos de muitos devotos, cada qual com sua bandeira votiva. A- inda nesta região são comuns os cortejos a cavalo (as famosas cavalari- as), e a farra do João Paulino e a Maria Angu (bonecos gigantes). Nelas não podem faltar o levantamento do Mastro Votivo, o Império do Divino ricamente ornamentado, e as comidas, símbolo da maior graça do Divino - a fartura. Ocorrência: Angatuba, Anhembi, Araçoiaba da Serra, Arandu, Bi- ritiba-Mirim, Buri, Cananéia, Capão Bonito, Caraguatatuba, Conchas, Cotia, Cunha, Divinolândia, Iguape, Itu, Jacupiranga, Laranjal Paulista, Lagoinha, Mogi das Cruzes, Nazaré Paulista, Nuporanga, Paraibuna, Pe- reiras, Piedade, Piracaia, Piracicaba, Porongaba, Porto Feliz, Ragoinha, Santa Branca, Salesópolis, São Luís do Paraitinga, Silveiras, Suzano, Ti- etê, Ubatuba, Ubirajara.
  • 20. 20 Folias do Divino São pequenos grupos de até 5 pessoas, os Foliões do Divino, que, com suas jornadas, meses participam da preparação das Festas do Divino, vi- sitando as casas das zonas rural e urbana, cantando os feitos e os poderes do Divino Espírito Santo, recolhendo donativos, sempre abundantes, para sua celebração. Percorrendo assim as comunidades de canto a canto e a- nunciando a festa, avivam a fé no Divino. Ocorrência: Anhembi, Caconde, Cananéia, Cunha, Iguape, Itanha- ém, Itu, Itapeva, Lagoinha, Laranjal Paulista, Mogi das Cruzes, Nativida- de da Serra, Paraibuna, Piracicaba, Redenção da Serra, Salesópolis, São Luís do Paraitinga, São José dos Campos, Tietê, Ubatuba.
  • 21. 21 Encontro de Batelões No Médio Tietê, no principal dia da Festa do Divino, aconte- cem os encontros fluviais das Irmandades do Divino em gran- des batelões - os famosos Encontros de Batelões. Os batelões são grandes barcos capazes de transportar, em alguns casos, até 40 pessoas, impulsionados por varejões ou por remos. Até pou- co tempo levam os Irmãos do Divino neles seguiam de pouso em pouso (os sítios na zona rural que acolhem a bandeira/ folia, dando-lhes pernoi- te). Hoje ainda são muitos os pousos (os donos das casas recebendo os amigos e devotos do Divino sempre com mesas fartas), mas os acessos, nem sempre, são feitos por barcos. No grande dia da festa, os barcos do rio abaixo se encontram com os do rio acima, em meio a revoadas de pombos e tiroteios preparados pelos fogueteiros artesanais. Ocorrência: Anhembi, Laranjal Paulista, Piracicaba, Porto Feliz, Tietê.
  • 22. 22 Cavalarias Cavalarias (a denominação mais usual) e cavalgadas como sinôni- mos de quantidades de cavalos, reunião de pessoas a cavalo, reunião ou marcha de cavaleiros com finalidade de lazer ou mesmo religiosa, são um traço comum em todo o Estado, com área de maior concentração na Grande São Paulo e no Cone Leste, mostrando o grande o gosto, o pra- zer de significativa parcela dos cidadãos de todas as classes sociais no trato com os cavalos. Sua expressão mais significativa se dá nas inúme- ras romarias a cavalo e nas cavalarias de São Benedito. Com orgulho, cavaleiros e amazonas de todas as faixas etárias e classes sociais partici- pam dos mais variados eventos populares que acontecem à parte do uni- verso chamado country. Ocorrência: Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Caconde, Cajuru, Cidade de São Paulo, Diadema, Espírito Santo do Turvo, Guararema, Guaratinguetá, Jaboticabal, Jaguariúna, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim, Nazaré Paulista, Osasco, Pilar do Sul, Pinda- monhangaba, Piquete, Santa Isabel, Santo André, São Bernardo do Cam- po, São Caetano, Suzano, São José dos Campos, Silveiras, Vargem Grande Paulista.
  • 23. 23 Encontro de Folia de Reis É tão expressiva a presença das Folias de Reis ao Norte e Noroeste paulista que muitos dos municípios da região realizam grandes En- contros de Folias de Reis que chegam a mobilizar acima de 50 grupos em cada um, afluxo de devotos e fartura de comezainas. No calendá- rio dos eventos buscam os organizadores nos muitos municípios não coincidir datas, o que em muitos momentos torna-se inevitável, estendendo- se os mesmos até o mês de Maio, com interrupções pelo período quaresmal, e até mesmo pelo 2º semestre. Ocorrência: Altinópolis, Alto Alegre, Américo de Campos, Araraquara, Araras, Bar- retos, Barrinha, Batatais, Bebedouro, Bento Quirino, Borá, Brodósqui, Caconde, Cajuru, Campi- nas, Campos Novos Paulista, Cândido Mota, Cássia dos Coqueiros, Catiguá, Cedral, Cidade de São Paulo, Cosmorama, Coutinhos, Cruzeiro, Cunha, Dracena, Estrela D'Oeste, Fernandópolis, Flora Rica, Florínea, Franca, Gastão Vidigal, Guardinha, Guarulhos, Getulina, Ibirá, Ilha Solteira, Indiaporã, Ipuã, Itapiratiba, Itirapuã, Ituverava, Jaborandi, Jaboticabal, Jales, José Bonifácio, Juquitiba (Festa de Reis), Lins, Lourdes, Lupércio, Meridiano, Miracatu (Reis), Mirassol, Moco- ca, Mogi das Cruzes, Monções, Monte Aprazível, Nhandeara, Nova Aliança, Nova Granada, No- va Lusitânia, Olímpia, Pacaembu, Palmital, Parapuã, Penápolis, Peruíbe, Piquete, Piratininga, Pitangueiras, Pontes Gestal, Potirendaba, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, Sales, Sales Oliveira, Santa Rosa do Viterbo, Santo André, Santo Antônio da Alegria, Santópolis do Aguapeí, São Bernardo do Campo, Sào Caetano do Sul, São Francisco, São José do Rio Preto, São Luiz do Paraitinga, São Pedro do Turvo, Serra Azul, Serrana, Silveiras, Taciba, Tambaú, Taubaté, Três Fronteiras, Tupã, Urupês, Viradouro, Votupuranga.
  • 25. 25 Cavalhadas Há hoje em São Paulo duas modalidades de cavalhadas. Aquelas que reelaboram os relatos das lutas de Carlos Magno e os Pares de Fran- ça contra os Mouros (lutas de Mouros e Cristãos) estruturando-se simbo- licamente a rivalidade em dois campos que se opõem, nas investidas que cada grupo faz ao campo adversário e na oposição das cores: - azul para os Cristãos e vermelho a dos Mouros. O conflito é acirrado com mortes, raptos, prisões, embaixadas e resgates. Os cavaleiros (12 representando Mouros e 12 representando Cris- tãos) sempre muito hábeis nas manobras com seus animais, esforçam-se em campo para dar conta do entrecho dramático através de carreiras e e- voluções, em duplas ou grupais, de manejos de espadas, lanças e tiros de festim, e com a participação de coadjuvantes mascarados, sempre em nú- meros variáveis. A luta termina com a vitória dos Cristãos e a conversão dos Mouros. A outra modalidade de Cavalhada, registrada no Brasil já no século XVI, sem entrechos dramáticos, estrutura-se em uma série variável de jogos montados:- das argolinhas, das canas (lanças), as alcancias. São muitas as notícias destes jogos eqüestres dentro da cidade de São Paulo no século XIX, o que sugere que os paulistas já possuíam um gosto especial pelo divertimento. Ocorrência: Franca, Guararema e São Luís do Paraitinga (Mouros e Crsitãos), Igaratá e Santa Isabel (de Jogos).
  • 26. 26 Caiapós Bugrada, Caiapós ou Caiapô são denominações com que aparecem entre nós, folguedos com temática indianista, calcada, sobretu- do, na visão de um "índio idealizado". Atuam durante o ano todo nos di- versos ciclos culturais, em especial no carnaval, e em festas dos santos padroeiros e de devoção popular, seguindo em cortejo pelas ruas das ci- dades, com paradas para dramatizações esquemáticas. Ocorrência: Ilha Bela, Joanópolis, Mairiporã, Piracaia, São José do Rio Pardo, São Sebastião.
  • 27. 27 Reiadas Reiada é o nome que os paulistas no Litoral Sul e em parte do Vale do Ribeira dão aos folguedos do ciclo do Ciclo de Natal. De conteúdo essencialmente religioso e acompanhados sempre por violas e rabecas, secundadas por violões, caixa, ferrinhos e, eventualmente, cavaquinhos, conservam uma feição, grosso modo, ibérica.
  • 28. 28 Reisado Os reisados aparecem durante o ciclo de Natal a partir da Bahia, pelos estados do Nordeste até o Piauí. Seguem a mesma tradição secular ibérica, indo de casa em casa, fazendo em cantoria a pedição de abertura de porta e louvação aos donos das casas. Cantam o nascimento do Meni- no Jesus numa fusão de temas sacros e profanos. Em São Paulo se estruturaram, a partir de migrantes, dois reisados: o Reisado Sergipano, do Guarujá, e o Reisado Alagoano, de Carapicuíba, com sua sucessão de cenas com personagens características que se apre- sentam ao som de músicas com instrumentação variada, como forte sapa- teado, cantando o nascimento do Menino Jesus, numa fusão de temas sa- cros e profanos.
  • 29. 29 Pastorinha Grupo de meninas trajadas à moda de pastoras idealizadas, que vão de casa em casa fazendo a adoração dos presépios, recebidas pela co- munidade com doces e bebidas. Acompanhadas por conjunto de sopros, fazem suas loas com cantorias e bailados simples. Ocorrência: São Luís do Paraitinga e Cidade de São Paulo.
  • 30. 30 Moçambiques Moçambiques ou maçambiques são folguedos que aparecem du- rante quase todo ano nos municípios do Vale do Paraíba, nos que circun- dam a cabeceira do Tietê e Noroeste de São Paulo. São grupos religiosos que homenageiam com suas músicas e suas danças seus santos padroei- ros, sobretudo São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Suas atuações caracterizam-se por manobras (evoluções) e manejos de bastões, por ve- zes complicados. Seu traço distintivo são os paiás, (carreiras de guizos) ou gungas (pequenos chocalhos de lata), atados aos tornozelos dos moçambiqueiros. Ocorrência: Altinópolis, Aparecida, Atibaia, Biritiba-Mirim, Ca- raguatatuba, Cotia, Cruzeiro, Cunha, Franca, Guararema, Guaratinguetá, Ilha Bela, Itapira, Jacareí, Lorena, Lourdes, Manduri, Mogi das Cruzes, Mogi-Guaçu, Mogi-Mirim, Morumgaba, Pindamonhangaba, Piracaia, Pi- raju, Salesópolis, Salto Grande, Santa Isabel, Santa Cruz do Rio Pardo, Santo Antônio da Alegria, Santo Antônio do Pinhal, São José dos Cam- pos, São Luiz Paraitinga, Socorro, Suzano, Taubaté, Ubatuba
  • 31. 31 Congos Congos, Congadas são folguedos que comumente aparecem na for- ma de préstitos (cortejos), os participantes cantando e dançando, em fes- tas religiosas ou profanas, homenageando, de forma especial, São Bene- dito. Muitos destes folguedos cumprem também um papel auxiliar no ca- tolicismo popular, ajudando tantos e tantos devotos a cumprir suas pro- messas. Sua instrumentação varia em cada região, havendo destaque para a percussão, sempre com muito peso estimulando muitos momentos de bailados vigorosos e manobras complicadas. Há congos de sainhas, com grande quantidade de caixas, com chapéus de fitas, com manejos de bas- tões e espadas (alguns grupos exibindo exemplares dos Exércitos dos tempos do Império e início da República). Às vezes possuem reinado (rei, rainha, vassalagem) envolvendo parte dramática com embaixadas e lutas. Dentre estes, as mais completas são as congadas do Litoral Norte (Ilhabela e São Sebastião), por suas estruturas complexas e presença das marimbas.
  • 32. 32 CIDADE COMPANHIAS CIDADE COMPANHIAS Mococa - SP 2 Itaú de Minas – MG 2 Alpinópolis – MG 2 Porto Ferreira – SP 1 S.Cruz da Esperança – SP 1 Ribeirão Preto – SP 1 Lambarí – MG 1 Sta Rosa de Viterbo – SP 1 Barrinha – SP 1 Monte Belo – MG 3 Sta C.das Palmeiras - SP 1 Cravinhos – SP 1 Ariado – MG 1 Mogi Guaçu – SP 1 Luis Antônio – SP 1 Nuporanga – SP 1 Arceburgo – MG 1 Cajamar – SP 2 Guaxupé – MG 3 S.J. do Rio Pardo – SP 1 S. P. dos Morrinhos – SP 1 Cássia dos Coqueiros 1 Cajuru - SP 1 S.Tomás Aquino – MG 1 Milagre – MG 1 Tambaú – SP 6 Nova Resende - MG 1
  • 33. 33 Folias de Reis Folias, ao lado de Ternos e Companhias, são designativos de ran- chos, grupos de pessoas que se deslocam acompanhando-se de cantos instrumentos. São grupos que por devoção, por gosto ou função social peregrinam de casa em casa do dia de Natal até 6 de Janeiro, ponteando quase todas as regiões do Estado. Em cantoria fazem uso de temas religiosos, da Profecia ao Nascimento de Jesus Me- nino, à Visita dos Reis Magos. Cumprem sempre, aproximadamente, os mesmos rituais de chegada e despedida, visitando os amigos e os devo- tos, atendendo pedidos, tirando promessas, (ajudando os devotos a cum- prir suas promessas). Bastiões, marungos, palhaços, são personagens sempre presentes nestes folguedos, com máscaras confeccionadas nos mais diversos materiais (peles de animais, tecidos, napa, tela de arame, cabaças, papelão, colagem de papel), com trajes vistosos, divertem a to- dos com seus saltos acrobáticos, dançando, declamando romances tradi- cionais, jogando versos decorados. Quando m visita a uma casa, uma fo- lia é motivo de festa para toda a rua. Folguedo mais expressivo e difuso em São Paulo, não se sabe ao certo quantas folias existem no Estado. Ocorrência: Altinópolis, Alto Alegre, Américo de Campos, Arara- quara, Araras, Barretos, Barrinha, Batatais, Bebedouro, Bento Quirino, Borá, Brodósqui, Caconde, Cajuru, Campinas, Campos Novos Paulista, Cândido Mota, Cássia dos Coqueiros, Catiguá, Cedral, Cidade de São Paulo, Cosmorama, Coutinhos, Cruzeiro, Cunha, Dracena, Estrela D'O- este, Fernandópolis, Flora Rica, Florínea, Gastão Vidigal, Guararapes, Guardinha, Guarulhos, Getulina, Ibirá, Ilha Solteira, Indiaporã, Itapirati- ba, Itirapuã, Jaborandi, Jaboticabal, Jales, José, Bonifácio, Juquitiba (Festa de Reis), Lins, Lourdes, Lupércio, Maracaí, Meridiano, Miracatu (Reis), Mirassol, Mococa, Mogi das Cruzes, Monções, Monte Aprazível, Nhandeara, Nova Aliança, Nova Granada, Pacaembu, Palmital, Parapuã, Penápolis, Peruíbe, Piquete, Piratininga, Pitangueiras, Pontes Gestal, Po- tirendaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Sales, Sales Oliveira, Santa Rosa do Viterbo, Santo André, Santo Antônio da Alegria, São Ber- nardo do Campo, São Caetano do Sul, São Francisco, São José do Rio Preto, São Luís do Paraitinga, São Predro do Turvo, Serra Azul, Serrana, Silveiras, Taciba, Tambaú, Taubaté, Tupã, Urupês, Viradouro, Votuporan- ga.
  • 35. 35 Boizinhos Os boizinhos aparecem em várias regiões de São Paulo. Algumas de suas expressões se destacam. O Boizinho, de Ubatuba, a- companhado por instrumentos de corda e percussão. As Carrei- ras de Bois, que animam as ruas de porto Ferreira e o monu- mental Boitatá de Iguape, com quase 10 metros de comprimento, que ar- rasta caiçaras e turistas, durante horas, pelas ruas da cidade.
  • 36. 36 Entradas As entradas são grandes cortejos com carros de bois, charretes, troles, tico-ticos, carroças, carruagens, cavaleiros e grupos folclóricos com que se celebram aberturas ou o início do dia principal de algumas de nossas festas. A Entrada dos Palmitos (Mogi das Cruzes), lembra hoje a farta distribuição de palmitos na abertura da Festa do Divino quando o mesmo abundava na região; a Procissão dos Carroceiros (São Bernardo do Campo), lembra a forma como os antigos carvoeiros, lenhadores, pe- quenos e a comunidade em geral celebrava, com suas carroças e carre- tões, Nossa Senhora da Boa Viagem; com a Entrada do Carros de Lenha (São Roque), carvoeiros e lenhadores remanescentes e os devotos em ge- ral, celebram o dia do padroeiro da cidade; Entrada dos Carros de Bois (Itu); Entrada das Carroças de Lenha/ São João Batista (Laranjal).
  • 37. 37 Cabeções Santana do Parnaíba é hoje o último reduto de Cabeções ou Cabe- çorras. Pela desproporcionalidade que provocam com os corpos dos que as envergam se assemelham a anões, sendo este o seu traço fundamental. Confeccionadas com a técnica do empapelamento com diversidade de personagens, animam o carnaval da cidade e outros desfiles populares, sempre associadas aos bonecos gigantes provocando estranhamento pelo contraste.
  • 38. 38 Romarias Um traço que se destaca na cultura tradicio- nal em São Paulo são as romarias: a pé, de bi- cicleta, a cavalo, de charrete, de motos, de car- ro, em ônibus fretados ou de carreira. Aconte- cem durante todo o ano apresentando, ciclica- mente, grandes picos que chegam a demandar ações especiais dos Departamentos de Trânsi- to. Quando a pé os romeiros se auto intitulam caminheiros, e seguem sós, em duplas, ou em grupos. Dentre os que seguem sós alguns podem arrastar cruzes por uma distância algumas vezes superior a 100 quilôme- tros. Há caminheiros que se organizam em grupos que peregrinam regu- larmente, alguns destes beirando os 50 anos, ou mais, de caminhadas. São também numerosas as romarias com organizações internas, que chegam a ser complexas em alguns casos, verdadeiras instituições que congregam grande número de afiliados e que peregrinam regular- mente, destacando-se dentre estas, as romarias a cavalo, que apresentam maior nível de organização e complexidade, algumas delas bem longevas e chegando a congregar acima de 1500 cavaleiros. Estas Romarias são, via de regra, uma convergência de expressões culturais com variedade de elementos convergentes (alimentos, indumentárias, sincretismo religio- so). Ocorrência: Alumínio, Araçariguama, Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Cacho- eira Paulista, Cajuru, Campinas, Caucaia, Cidade de São Paulo, Cotia, Embu, Espírito Santo do Turvo, Franco da Rocha, Ibiúna, Itapeva, Itape- cerica da Serra, Itapetininga, Itapevi, Itatiba, Itu, Itupeva, Jandira, Jarinu, Jundiaí, Juquitiba, Louveira, Mairinque, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Mogi Mirim, Osasco, Piedade, Pilar do Sul, Piquete, Piracicaba, Pirapora do Bom Jesus, Poá, Porto Feliz, Redenção da Serra, Santana do Parnaíba, São Luiz do Paraitinga, São Roque, Suzano, Vargem Grande Paulista, Valinhos, Vinhedo.
  • 39. 39 Centros de Peregrinação São Paulo congrega o maior número de centros de peregrinação do Brasil. Afora as três cidades-santuários de grande expressão (Aparecida, Pirapora e Iguape), existem muitos outros com as mais variadas motivações devocionais, procurados, rotineira- mente ou em datas especiais, por todos os segmentos sociais. Alguns destes, em que pese a quantidade de pessoas que atra- em, chegam a passar quase despercebidos por sua inclusão na rotina das cidades. Outros, ao contrário, quebram essa rotina pelo impac- to que causam na vida das comunidades. Ocorrência: Aparecida - Santuário Nacional de N. Sra. Aparecida Bom Jesus dos Perdões - Santuário do Bom Jesus Iguape - Santuário do Bom Jesus Mairiporã - Santa Cabeça Pirapora do Bom Jesus - Santuário do Bom Jesus São Paulo - Convento da Luz (Bairro da Luz), Túmulo de Frei Galvão, Santuário de N. Senhora da Penha (Penha), Santuário das Almas (Ponte Pequena), Santuário de São Judas Tadeu (Jabaquara), Igreja dos Enforcados - Devoção ao Chaguinha (Liberdade) Tambaú - Túmulo do Pe. Donizetti Tremembé - Santuário do Bom Jesus Maracaí - Menino da Tábua Cemitérios Cemitério do Araçá - Mãe Felícia Cemitério da Consolação - Antoninho da Rocha Marmo, Marina Portugal, Marquesa de Santos, Pe. Vítor Cemitério de Santo Amaro - Túmulos do Bento do Portão Cemitério São Paulo - Izildinha Cemitério da Vila Alpina - Túmulo dos treze mortos não identifi- cados no incêndio do Edifício Joelma.
  • 40. 40 Recomenda das Almas São rituais de penitência em sufrágio das al- mas do purgatório, executados durante o tem- po da quaresma. Às segundas, quartas e sex- tas do período, depois das 21h., saem os gru- pos penitentes em silêncio, parando às portas de outros devotos, dos cemitérios, das capelas ou junto às cruzes de beira de estrada. Admo- estam os que os ouvem executando benditos (orações cantadas) e jaculatórias, interrompi- das pelos pedidos de orações pelas almas e pe- los sons soturnos das matracas ou zunidores. Um bando de homens sai, por ocasião da qua- resma até a Semana Santa, todas as quartas e sextas-feiras, à noite para a "Recomenda das Almas". Usam roupas comuns e alguns colocam mantos ou cobertores na cabeça. Um deles carrega um cacete para evitar os cães-vigias e também para bater na porta das casas, pedindo silêncio. Em alguns lugares os "recomendadores" levam berra-boi, sacarraia, ou mesmo matraca. Quando se aproximam de uma casa, cantam sem acompanha- mento de instrumentos musicais o "pé da chegada". Ocorrência: Capela do Alto, Cássia dos Coqueiros, Ribeirão Grande, Santo Antônio da Alegria.
  • 41. 41 Tooro Nagashi e Bon odori Tooro Nagash, Bom Odori, Moti-Tsuki, Sendai Tanabata são al- guns dos muitos festivais e rituais, de cunho religioso ou profanos, que pontuam várias regiões do Estado, congregando várias gerações de nipo- descendentes e envolvendo as comunidades circunstantes. Em muitos ca- sos já apresentam tendências ao sincretismo. Ocorrência: Araçatuba, Cidade de São Paulo, Jales, Penápolis, Pereira Barreto, Presidente Epitácio, Registro.
  • 43. 43 Folia do Divino São pequenos grupos de até 5 pessoas, os Foliões do Di- vino, que visitam as casas das zonas rural e urbana, cantando os feitos e os poderes do Divino Espírito Santo, recolhendo donativos, sempre a- bundantes. Percorrendo assim as comunidades de canto a canto e anunci- ando a festa, avivam a fé no Divino. Ocorrência: Anhembi, Caconde, Cananéia, Cunha, Iguape, Ita- nhaém, Itu, Itapeva, Lagoinha, Laranjal Paulista, Mogi das Cruzes, Nati- vidade da Serra, Paraibuna, Piracicaba, Redenção da Serra, Salesópolis, São Luís do Paraitinga, São José dos Campos, Tietê, Ubatuba.
  • 44. 44 Pesca Artesanal Artesanal é a pesca que se realiza única e exclusi- vamente pelo trabalho manual do pescador - mesmo em todas as varian- tes de espera. Nela a participação do homem em todas as etapas e mani- pulação dos implementos e do produto é total, ou quase total, prescindin- do-se de tração mecânica no lançamento, recolhimento e levantamento das redes ou demais implementos. Baseada em conhecimentos transmiti- dos ao pescador por seus ancestrais, pelos mais velhos da comunidade, ou que este tenha adquirido pela interação com os companheiros do ofí- cio, é sempre realizada em embarcações pequenas (botes e canoas) a re- mo ou a vela ou mesmo motorizadas, sem instrumentos de apoio à nave- gação, contando para a operação tão somente a experiência e o saber ad- quiridos - a capacidade de observação dos astros, dos ventos e das ma- rés... Não se apóia na grande produção ou na estocagem. Pesca-se nos rios e no mar com caniços, com linhadas, com pu- çás, com fisgas, com facões, com covos, com redes (de lanço ou de ar- rasto, as de malhar, para caceio ou espera), cercos fixos, tarrafas, girivás (tarrafinhas), espinhéis, covos, currais (também conhecidos por cercos fixos ou chiqueiros de peixes), linhadas, puçás,...
  • 45. 45 Figureiros Figureiros se auto intitulam os artistas populares do Vale do Paraí- ba que recriam com barro (cru) figuras e cenas do seu dia a di- a , ou do seu imaginário. Arte resultante não de aprendizado sistemático ou ensinamentos especiais, mas de uma tradição, da curiosidade ou das experiências pessoais do próprio artista. Ocorrência: Caraguatatuba, Pindamonhangaba, Santa Branca, São Bento do Sapucaí, São José dos Campos, Taubaté, Tremembé.
  • 46. 46 Música · Musica de Raiz · Marimbas · Caruru · Violas · Musica Regional do Vale do Paraíba · Musica Caipira · Moda de Viola · Música Country
  • 47. 47 Cururu Cururu é o repente, o desafio trovado ao som de violas do Médio Tietê. São numerosos, afamados e respeitados os cururueiros (os trovadores) da região. Alguns deles com várias viagens para o exterior. Não há Festa, ou Pouso de Bandeira do Divino sem o cururu que pode varar a noite num revezamento de várias trovadores. E não há cidadão que arrede pé diante de uma porfia de canturiões (cantadores). Ocorrência: Conchas, Laranjal, Piracicaba, Porto Feliz, Tietê.
  • 48. 48 Marimbas Muito comuns nas culturas bântu da África negra, as marimbas transmigraram na bagagem do negro escravizado tendo sido populares no Brasil. Correspondentes nos círculos eruditos aos xilofones, são ins- trumentos percussivos melódicos constituídos de uma série de lâminas de determinados tipos de madeira, em números variáveis, afixados em pequenas traves ou arcos, tendo por ressoadores, pequenos coités (cabaças), cortadas pela metade e afixados por baixo de cada lâmina. Serviam, então, ao lado de outros instrumentos também chegados nas bagagens dos negros escravizados, de base rítmica, com variações, para folguedos e danças. Ao que tudo indica as marimbas desapareceram de todo o territó- rio brasileiro, tendo sobrevivido, somente no litoral Norte de São Paulo. Também ali inspira hoje cuidados:- sua utilização se circunscreve às congadas, são muito poucos seus executantes e bem menos os que con- seguem confeccioná-las. Tanto em sua configuração técnica quanto em sua execução, as marimbas caiçaras continuam bem próximas de seus ancestrais africanos. Ocorrência: Ilhabela, Caraguatatuba e São Sebastião
  • 49. 49 Violas e Violeiros É bastante fácil encontrar violeiros por todo São Paulo. Violas e rabecas, sempre associadas, existem em grande número em todo o Litoral Sul e Vale do Ribeira, com uma peculiaridade: são fabrica- das na própria região. Companheira fiel das horas de folga dos caiçaras, para quem a vi- ola, portadora de seus sentimentos, fala e chora, costuma receber na re- gião o nome de viola branca pela cor da madeira de que é feita, a cache- ta. É a própria viola caipira. Quando querem dizer que o baile será mais de acordo com os usos da terra, dizem que haverá fandango, ou para ex- plicitar mais ainda dizem que haverá baile de viola. São confeccionadas em 4 tamanhos: Viola inteira (a maior, mais difícil de ser encontrada), Três quartos (3/4 da viola inteira, fáceis de serem encontradas), Meia vi- ola (fácil de ser encontrada e a mais procurada) e o Machete ou Mache- tão (viola pequena, também chamada de viulinha, mais raras).
  • 50. 50 Música de Raiz Primeiramente, vamos dar uma breve introdução sobre a música caipira de raiz. Ela teve início na região sudeste do Brasil, seguido por sul e centro- oeste. Foi uma mistura derivada de cantos religiosos jesuítas e das modas portuguesas, que se misturaram à música e dança dos índios. O principal instrumento usado no estilo, é a Viola Caipira, instrumento visual- mente similar ao violão, porém de tamanho menor e com 10 cordas disposta em 5 pares. Sua sonoridade é única, devido a afinação das cordas. A música caipira é igual a ovo frito, todos gostam, mas acabam tendo vergo- nha de assumir. A Globalização, os modismos e a Americanização dos costumes, na cultura recente brasileira, introduziram um termo mais modernista a chamada “música country”, que nada mais é que um derivado americanizado da nossa música regional, muito embora, as composições de hoje, em sua grande mai- oria, nada tenham a ver com as raízes culturais brasileiras.
  • 51. 51 Catira, Moçambique, Folias de Reis, viola, bolinho caipira, taiada e marchinha. Todos estes são componentes de uma cultura genuinamente valeparaibana, presen- tes na música, na culinária e nos costumes da região. O Vale do Paraíba sempre foi uma região de “entroncamento”, presente em todos os ciclos econômicos brasileiros. Foi assim no ciclo do ouro, do café, do leite, tratamento de doenças, tecnologia de ponta, turismo ecológico e cultural. A proximidade com o Sul de Minas, com o Litoral Norte e com a capital também fo- ram fatores que ajudaram a formar nossa gente. E como definir a música regional? Segundo a jornalista Vana Allas, autora do livro “Vale, Violões e Violas - Uma Foto- grafia Musical do Vale do Paraíba”, “não temos como definir uma música regional pura, pois sofremos a influência de vários ritmos”, declara Vana. “Eu percebi que existe algo na região que não é rock, pop, samba, mas que faz o co- ração bater mais forte quando a gente ouve”, disse a jornalista. Elpídio dos Santos - O grupo Paranga, de São Luís do Paraitinga, é um dos pionei- ros. Nasceu na década de 70 com a determinação de defender e divulgar os valores cul- turais do Vale. Sua música tem a influência dos ritmos locais, catira, moda de viola, Folia de Reis e Festa do Divino Espírito Santo. Formado, em sua maioria por filhos do maestro Elpídio dos Santos, famoso por ser o autor da trilha sonora dos filmes de Mazzaropi, o grupo Paranga nasceu com o intui- to de preservar a obra elpidiana. Movimento de resistência - Em Paraibuna, nasceu em 1982, o grupo Rio Acima, um movimento político-cultural formado por Eduardo Rennó, Dimas Soares, João Rural e Mauro Campos. “Nós tínhamos um certo discernimento e criamos esse movimento de resistência pa- ra lutarmos contra o caos econômico/social vivido na cidade, após terminadas as obras da represa”, declara o líder do grupo, Eduardo Rennó. Hoje, Rennó, além das apresentações com o Rio Acima, dá suporte para novos gru- pos. “Depois de vários anos, a gente já conhece a linguagem e muitas pessoas nos pro- curam. Também existem poucos produtores nesta área”, disse.
  • 52. 52 Grupos Regionais e a busca pela Preservação Cultural UMA HISTÓRIA DE AMOR, MÚSICA E AVENTURAS. A dupla Zezé e Simões se conheceram em São José dos Campos e firmou uma par- ceria de sucesso no amor e na música. São trinta anos juntos. Nesta história contam-se vários festivais, andanças pelo Brasil e participações em projetos. “Nas viagens nós colhemos do povo, o que depois devolvemos pela música”, decla- ra Zezé. A participação nos festivais é lembrada com saudosismo pela dupla. ”Era um espa- ço para troca de experiências”, confessa Zezé. Sua música fala um pouco de cada lugar. “Falamos da Mantiqueira, das alegrias, en- fim do povo”, resume. GRUPO PIRAQUARA Foi criado em 1987, com o objetivo de divulgar pesquisas sobre as manifestações populares, que envolvem cantos e danças da cultura tradicional valeparaibana. Ainda esse ano, o grupo lança um CD, com a participação de músicos da região que também participam do projeto como: Zé Mira, Eduardo Rennó, Gabriela Delias, Zezé e Simões, Beto Jaguary, Julio Neme e Almir Melo. EM BUSCA DA MÚSICA REGIONAL Quando teve a idéia de escrever um livro, Vana Allas queria divulgar a riqueza musi- cal existente no Vale do Paraíba. Suas maiores dificuldades foram a seleção dos músicos que participariam do traba- lho e também uma denominação específica para o tema, música regional. Os trabalhos ganharam força com a ajuda do músico Eduardo Rennó (Rio Acima). “Tem muita gente boa que ficou de fora, mas da maneira como o trabalho foi feito, abriu-se um espaço para que outros projetos aconteçam. Pretendo no futuro lançar outros volumes”, declara a jornalista. “No momento esses grupos pesquisados são os que mais se assemelham com a musicalidade regional. Com certeza no futuro serão outros. Mas, aí é que está a poe- sia, mudar sem perder a originalidade, mesmo que ela venha de vários lugares, pre- sente na raiz de cada um”, conclui Vana.
  • 53. 53 Música Caipira A Musica Caipira é um importante legado da cultura brasileira, um legado que está esquecido pela geração atual. Quando tenho oportunidade, sempre assisto o programa Viola, Minha Viola da TV Cultura, apresentado por Inezita Barroso - nossa enciclopédia viva da cultura caipi- ra-, que vai ao ar nas noites de Sábado e nas manhãs de Domingo. E um fato que te- nho notado nesse programa de auditório é a faixa etária da platéia, quase que exclu- sivamente formada por sexagenários. Isso chama a atenção pelo fato de que a gera- ção atual está cada vez mais distante das nossas raízes culturais. A verdadeira musi- ca sertaneja não é esse lixo musical das FMs, e seus artistas não são aqueles que desfilam patrimônios de fazendas e carrões importados nos programas de domingo à tarde. Muita gente não sabe, mas o termo pagode é de origem caipira. Pagode sig- nificava festa de fundo de quintal, onde as pessoas se divertiam e tocavam seus ins- trumentos ao som dos ritmos regionais. Tião Carreiro( um dos maiores artistas da musica brasileira não reconhecido) inven- tou um repique de viola diferente e batizou o novo ritmo de Pagode, que atualmente é chamado de Pagode caipira, para que não haja confusão com o pagode(pseudo- samba) das FMs(façamos justiça ao Pagode do Morro, que não tem nada haver com esse lixo de FM). Um argumento pelo fato da musica raiz estar preterida pela geração atual é que a- borda temas distantes da realidade urbana, como as paisagens do sertão, causos de boiadeiros errantes,etc. Mas nesse argumento é que muita gente se engana. Vejam a letra da musica "O Rico e o Pobre", escrita por Nhô Chico e Dino Franco, e gravada pela dupla Dino Franco e Mourai. Tenho certeza que muitos punks e rappers se identificarão com o tema após sua lei- tura. Veja a letra na página seguinte.
  • 54. 54 “Há tempo venho notando e fazendo conferência”. Entre o rico e o pobre há uma grande diferença O rico tem o que quer o pobre só tem carência. O rico faz o pecado, o pobre faz penitência. Quando o rico fica velho, descansa na opulência. O pobre quando envelhece coitado ainda padece. Na fila da previdência. Entre o rico e o pobre é difícil a convivência Por isso de vez em quando acontece divergência Se o pobre bater no rico vai sofrer as consequências Coitado vai pra cadeia por praticar violência Se o rico bater no pobre, ninguém faz advertência O azar é do mais fraco, diz que o pobre enche o saco E o rico perde a paciência. Existe uma velha lenda que me lembro com frequência Diz que quando morre um pobre e um rico na adjacência O rico monta no pobre todo cheio de imponência Toca lá pro paraíso, que é a ultima residência. Lá o rico é recebido com aplausos da assistência E o pobre pode entrar se ele conseguir achar Uma porta de emergência. Na hora do julgamento o rico ganha indulgência Porque tem advogado provando sua inocência O pobre se enrola todo no exame de consciência O arcanjo São Miguel já vai lavrando a sentença O rico fica no céu que é o lugar de preferência E o pobre sai do pregório direto pro purgatório Pra fazer mais penitência". Como percebemos, não é só a MPB, o Punk Rock e o Rap que discorrem sobre te- mas sociais de forma contundente como vimos na letra de "O Rico e o Pobre". Tião Carreiro e Pardinho gravaram a musica "Filhinho de Papai", uma alfinetada na juven- tude burguesa dos anos 60. Tonico e Tinoco compuseram e gravaram a bela toada "Boi de Carro", onde falam da exploração do trabalho através do reencontro do ve- lho carreiro, já cansado e sem dinheiro, e o seu fiel boi carreiro, descaído pelo oficio e marcado para o corte. Essa é a nossa musica raiz, esquecida pela geração atual, talvez pelo preconceito imposto pela mídia, ou pela massificação da cultura estrangeira ou ainda de os nos- sos jovens sentirem vergonha em dizer que gostam da nossa musica caipira. Uma das maiores riquezas de um povo é a sua cultura, e essa riqueza esta se tornando parte do nosso passado.
  • 55. 55 Moda de viola A moda de viola é uma expressão da música caipira brasileira que se destaca como sendo seu maior exemplo, entre outros ritmos e estilos formados a partir das toadas, cantigas, viras, canas-verdes, valsinhas e modinhas, trazidos pelos europeus. Com uma estrutura que admite solos de viola e versos longos, intercalados por re- frões, com letras extensas e que contam fatos históricos bem como acontecimentos marcantes da vida das comunidades onde são feitas, as modas de viola ganham vida independente do catira. Deu origem a vários outros ritmos como a música caipira, Música sertaneja, música de raiz, dentre outras. Vários compositores, como os paulistas Teddy Vieira (da cidade de Itapetininga) e Lourival dos Santos (da cidade de Guaratinguetá), ambos falecidos e que foram bas- tante ativos entre os anos 50 e 60, se esmeraram neste gênero musical. Nos dias atuais, os mineiros Zé Mulato e Cassiano estão entre os bons compositores e cantadores de modas de viola.
  • 56. 56 Música Country Música country (em Português, música do interior) é uma mistura de estilos popula- res originalmente encontrados no Sul dos EUA a pelas montanhas dos Apalaches. Suas raízes são encontradas na música folclórica tradicional, na música celta, no Blues, na Música gospel, e na música popular do Século XIX que se desenvolveu ra- pidamente nos anos de 1920. O termo, Country music começou a ser usado no anos da década de 1940, nos EUA, quando o termo original e precedente, música hillbilly (em Português, "música caipira"), foi considerado degradante, e o novo termo foi a- braçado amplamente nos anos de 1970, enquanto o termo Country and Western (em Português, "Sertaneja e do Oeste") caiu de uso deste então, com exceção do Reino Unido, aonde o termo ainda é freqüentemente usado. Também os imigrantes franceses e italianos contribuíram na sua formação, mas su- as principais raízes são compostas pelas velhas canções inglesas. Por se tratar de um gênero representado pelos homens do campo é muito associado a vestes e ins- trumentos rústicos como o Banjo, Bandolim, Rabeca, Violão, Washboard, etc. As pri- meiras gravações datam de meados de 1922, quando a gravadora Victor lançou no mercado norte americano o som de Uncle Eck Robertson e Henry Gilliard. Nos EUA, Jimmie Rodgers é conhecido como o Pai da Música Country, que durante sua peque- na carreira influenciou grandes nomes como Hank Williams e a lenda da Música Country Willie Nelson. Porém, o grande nome da Música Country foi Hank Williams, autor do clássico Jambalaya que é executado em todos os países do mundo como a música que mais representa esse estilo. Hank Williams teve uma carreira meteórica, morrendo aos 30 anos de idade em decorrência de Coma Alcoólico. Suas músicas até hoje são regravadas e executadas em todo mundo. Outros grandes nomes da Música Country são: Waylon Jennings, Johnny Cash, Bill Monroe, Patsy Cline, George Jones, Loretta Lynn, Emmylou Harris, Dolly Parton, Roy Clark, Don Williams, Merle Haggard, Doc Watson, Bob Dylan e mais recentemente Shania Twain, Brad Paisley, Alan Jackson, The Wreckers, Taylor Swift, Clint Black, George Strait, Faith Hill, Kathy Mattea, Carrie Underwood, Suzy Bogguss, Brooks & Dunn, Billy Ray Cyrus, Garth Brooks, BlackSmith, Travis Tritt, LeAnn Rimes e Tracy Lawrence. A "capital" estadunidense da música country é Nashville, Tennessee, pois é lá onde se encontrava a sede de diversas gravadoras do gênero, e onde se realizaram os mais famosos festivais desse estilo musical.
  • 58. 58 Trançados A cestaria do Vale do Ribeira e do Litoral (N e S), com a utilização de cipós encontráveis nos remanescentes da Mata Atlântica, em especial o timbopeva e o imbé, e a taquara, Com os quais fa- zem de um tudo para atender às necessidades das lides diárias na casa e na pesca (cestos, balaios, apás, covos, Jacás). A finu- ra da trama e a beleza de muitas peças despertam sempre grande interes- se nos visitantes. Ocorrência: Cajati, Cananéia, Caraguatatuba, Catiguá, Eldorado, Iguape, Ilha Bela, Iporanga, Itanhaém, Monteiro Lobato, Pariqüera-Açu, Registro, Reiadas, Ribeirão Grande, Peruíbe, Ubatuba.
  • 59. 59 Cerâmicas São conhecidas as louças produzidas na região dos Campos Gerais (Interior Sul), Vale do Ribeira e Litoral Sul. Guardam peculiari- dades regionais, mas em seu conjunto, ainda que trabalhadas por mãos diferentes, conservam semelhanças entre si, traços identitários que as a- proximam de suas originais matrizes indígenas. De forma especial a lou- ça preta cerâmica produzida no núcleo comunitário do Jairê (Iguape), também conhecida por louça preta. São potes, panelas, torradeiras e cus- cuzeiros, modelados de forma especial que, depois de secos e logo de- pois serem queimados, são banhados, ainda quentes, com um cozimento da entre-casca de nhacatirão, tornando-se pretos e impermeáveis, con- fundindo-se, de longe com o ferro. Ocorrência: Apiaí, Barra do Turvo, Iguape, Itaoca, Itapeva, Itara- ré, Ribeirão Grande, Riversul, Ubatuba.