2. Era uma vez uns pais que tinham três filhas faltas da pinha; vinha lá um rapaz que queria casar com uma delas, mas nem o pai nem a mãe queriam que elas falassem para lhes não conhecerem a toleima. Disse uma diante do namorado:
3. Disse minha mãe que não falasses tu… Tira-le o telo e mete-le a toler. Ó fulana, o caldo vai-se !!
4. Pois bem, temos entendido; já estou ao facto de quem vocês são. Adeus!!! Eu cá vou-me embora.
5. A mãe ficou zangada e um dia levou as duas filhas que falavam mais mal e deixou a que falava menos mal em casa, para falar a um namorado que tinha e disse-lhe:
6. Olha lá, aí vem um rapaz para te ver e tu põe uma roçada grande na roca e põe-te a fiar para ele se agradar a ti e se ele disser: “Oh, que rica fiadeira!”, tu dize: “eu destas despejo sete ao dia.”
7. A rapariguinha, assim que a mãe saiu pousou a roca, foi à adega, trouxe uma infusa de vinho de meia canada para comer umas sopas; fê-las numa tijela grande e nisto chegou o rapaz. Assim que ele chegou, disse:
8. ASAAdeus, menina! Olhe que eu destas despejo sete ao dia. Será da sua cuba, que não da minha.
9. E foi-se embora. Depois ao diante falou-se noutro casamento com um que era pouco mais fino que ela; Ajustou-se tudo e um dia ele veio busca-la a casa para se ir receber. Enquanto a noiva se foi preparar, ele deu volta e achou um porrão com mel; meteu-lhe um dedo e lambeu; achou doce.
10. Meteu a mão toda e não a pôde tirar; chamaram-no que a noiva estava pronta e ele lá vai para a igreja com a mão metida no porrão.
11. Chegou à Igreja; o padre perguntou-lhe se era vontade dele casar e ele disse que já devia ser há muito.
12. Pois então dê-me cá a sua mão direita. E vossemecê não remedeia com a esquerda?
13. Você tem a direita quebrada? Não senhor, mas está ocupada.