O documento discute práticas culturais para hortaliças como tomate, couve, alface, cebola e repolho. Detalha etapas como preparação do solo, semeadura, transplantio, rega, adubação e colheita. O objetivo é maximizar rendimentos por meio de atividades desde o preparo do terreno até a colheita.

1. Revista Electrónica para produtores iniciantes
Escola Profissional Familiar Rural de Estaquinha
2016
Versão: 01 0
PRÁTICAS CULTURAIS NAS HORTĹCOLAS (TOMATE, COUVE, ALFACE, CEBOLA,
REPOLHO, BETERRABA).
Eng. João Mariano Jaime1
Técnica. Gracinda Neves Zita2
1
Eng. João Mariano Jaime, formando pela Universidade Zambeze, formador de Culturas Arvenses, Extensão
Rural, Contabilidade Simplificada e Higiene e Segurança no Trabalho, lecciona desde 2015.
2
Gracinda Neves Zita, formada pelo Instituto Agrário de Boane, lecciona desde 2009, as disciplinas como
Agricultura Geral, Culturas Hortofloriculturas, Fruticultura. Leccionou também, Extensão Rural, Culturas
Arvenses e Produção Animal.
Título: Práticas culturais nas hortícolas (tomate, couve, alface, cebola, repolho, beterraba).
Serial: 08099912016
Capa, paginação e organização final: dr. Mathusso Jucuiana
Versão: 01
Búzi, Junho de 2016

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Versão: 01 1
Introdução
As hortícolas, são de grande importância não só como alimento, mas também como produtos
comerciais. Destacam-se ainda ser importantes por fornecer uma parte significativa de
minerais, vitaminas e proteínas.
As hortaliças, especialmente de folhas têm valores nutricionais elevadas. As de frutos e de
tubérculos contêm menos nutrientes, mas são importantes como estimuladores de apetite
devido ao sabor, aroma e cor atractiva.
No entanto, entre as hortícolas podem se destacar: o tomate, couve, repolho, alface, cebola,
alho beringela, cenoura, beterraba, pimento, quiabo, pepino, abóbora, Amaranthus, etc.
Contudo, as práticas culturais são bastante indispensáveis em todas essas culturas, desde a
preparação do solo até a colheita, com vista a proporcionar maiores rendimentos.

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Versão: 01 2
Objectivos da formação
 Adquirir um conhecimento sobre práticas culturais;
 Conhecer as práticas culturais no cultivo de hortícolas;
 Trocar experiências e ideias no concernente a praticas culturais nas hortícolas;
 Sensibilizar as comunidades no hábito de consumo de algumas hortícolas;
 Identificar as práticas culturais frequentes nas hortícolas;
 Diferenciar as práticas culturais nas diferentes hortícolas.
Aspectos a considerar na instalação duma horta
a) Localização
 Perto de uma fonte de água (poço, torneira, etc.);
 Perto da residência (facilita o transporte dos instrumentos de trabalho, bem como o
controlo)
 Em solos de boa drenagem e boa fertilidade (de preferência solo areno-argiloso);
 A horta deve estar vedada (para evitar danos na cultura por invasão de animais);
 Deve estar bem organizada (apresentar um bom dimensionamento, com as cultuas bem
distribuídas).
Culturas hortícolas
Entre as culturas hortícolas podem se destacar: o tomate, couve, repolho, alface, cebola, alho,
beringela, cenoura, beterraba, pimento, quiabo, pepino, abóbora, nabo, espinafre, Amaranthus,
etc
Importância das hortícolas
 Consumo humano e animal;
 Melhoram a dieta alimentar do Homem, pois fornecem uma parte significativa de
minerais, vitaminas e proteínas;
 Geração de emprego;
 Fonte de receita;

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Versão: 01 3
 Algumas hortícolas são importantes na medicina (ex: cebola, beringela, beterraba, alface,
etc.);
 Algumas hortícolas são estimuladoras de apetite devido ao sabor, aroma e cor atractiva
(contribuem para o melhoramento do sabor das comidas como a cebola).
Produção das hortícolas
Entre as hortícolas que são produzidas com maior frequência, a nível das comunidades de
Estaquinha, Chibumo, Begaja e Inhanjou, destacam: o tomate, a couve, a cebola, o repolho e
beringela, devido a hábitos e costumes e por alegada fácil de produção.
Práticas culturais
São todas as actividades realizadas no campo, desde a preparação do solo até a colheita, com
o objectivo de proporcionar maiores rendimentos.
Práticas culturais nas hortícolas
a) Preparação do solo
A Preparação do solo inclui actividades como: lavoura, gradagem, nivelamento,
formação/preparação de canteiros, sulcagem, etc.
Aspectos a considerar durante a formação/preparação de canteiros
 Tamanho:
 Largura = 1 a 1,2 m para facilitar o trabalho
 Comprimento = depende do produtor (horticultor)
 Solo:
 O solo tem que ser bem esmiuçado (cama fofa para receber a semente)
Sementeira das hortícolas
A sementeira das hortícolas pode ser:

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Directa
 Lanço (sementes pequenas);
 Linhas em sulcos (sementes pequenas);
 Covacho ou localizada (sementes grandes).
Ex: abóbora, pepino, quiabo, etc.
Indirecta (em alfobres) - normalmente para sementes pequenas
 Sendo sementes pequenas, deve-se fazer pequenas linhas com espaçamento aproximado
entre 10 a 15cm;
 Necessitam depois duma transplantação para o campo definitivo logo que atingirem uma
certa idade (aproximadamente 30 dias e com 4 a 6 folhas).
Ex: tomate, cebola, couve, repolho, alface, etc.
Vantagens da sementeira indirecta (em alfobre)
 Permite uma boa selecção de plantas vigorosas;
 Menor gasto de semente;
 Menor tempo de ocupação no local definitivo;
 Menor gasto de mão-de-obra;
 Melhor controlo quer de rega, infestantes assim como de pragas e doenças.
Rega
A rega é de vital importância para as hortícolas, tendo sempre em mente que tanto o excesso
como a falta de água são prejudiciais aos rendimentos.
Transplantação
 O transplante deve-se realizar quando as plântulas tiverem: 4 a 6 folhas
(aproximadamente aos 30 dias de idade);
 Regar o viveiro algumas horas antes do transplante;
 Fazer o transplante de manhã cedo ou ao fim da tarde;

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 Retirar plântula do viveiro com as raízes juntamente com o solo, como ilustra a fig.
 Pode-se retirar a plântula usando ainda uma bitola ou mesmo enterrando os dedos no solo;
 Condições do campo definitivo:
• Evitar a transplantação nas horas de muito calor e baixa humidade;
• Fazer a transplantação ao fim da tarde ou em dias nublados para minimizar o choque da
transplantação.
• Regar imediatamente após a transplantação.
• Regar diariamente até que as plântulas estejam completamente estabelecidas no campo.
Compasso ou espaçamento
O compasso pode depender do tipo de cultura, da variedade, dos objectivos de produção,
entre outros factores. De forma geral pode-se usar os seguintes compassos:
Cebola: 25cm x 25cm
Beterraba: 25cm x 25cm
Repolho: 50 x 50 cm
Couve: 40 x 30cm
Tomate: 45 x 45cm (tutorados); 60cm x 40cm (não tutorados)
Alface: 30 x 25cm
Beringela: 30 x 30cm
Desbaste
Prática que consiste na redução ou diminuição do numero de plantas, evitando a competição
entre elas pela agua, luz e nutrientes. (ex: prática frequente na cenoura).

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Monda
Prática que consiste na retirada das ervas daninhas ou infestantes através das mãos, com
finalidade de evitar a competição (pela luz, agua e nutrientes) com a cultura desejada.
Sacha
Prática que consiste na eliminação das ervas daninhas ou infestantes com recurso a um
instrumento, como o caso da enxada, sachadelas, etc, visando evitar a competição (pela luz,
água e nutrientes) com a cultura desejada.
Retancha
Consiste na reposição das falhas em covachos onde as plântulas não emergiram, ou em
covachos que apresentar plântulas danificadas ou mesmo morta.
 Prática obrigatória para todas as hortícolas transplantadas
• Deve ser feita entre os 7 a 10 dias depois do transplante
• O atraso desta actividade poderá causar:
 Desigual crescimento das plantas: Plantas que produzem mais do que
outras e consequentemente baixa o rendimento total do produtor
Adubação
Pode ser orgânica e inorgânica.
Adubação orgânica: com base nos resíduos vegetais, compostagens, cobertura morta e viva,
sideração, estrume dos animais.
Adubação inorgânica: através da aplicação de compostos químicos).
Métodos de aplicação dos adubos:
 Adubação a lanço
 Os adubos são espalhados sobre o terreno
 Depois da aplicação o adubo deve ser incorporado
 É indicado para aplicação de adubos antes da sementeira ou plantação
 Adubação localizada
 Os adubos são colocados em locais específicos, em uma linha ou num covacho.

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Rotação
 Não plantar no mesmo canteiro em anos seguidos, hortícolas:
 da mesma família (família das solanáceas: pimento, piripiri, tomate, beringela, batata-
reno), para evitar o aumento de pragas e doenças
Tutoramento (caso do tomate, pepino, etc)
 O tutoramento providencia suporte e guarda os frutos e folhas fora do contacto com o
solo;
 Os tutores podem ser: bambus; estacas de madeira, ou outros materiais sólidos.
 Os tutores devem ser colocados no campo cerca de 2 semanas depois da transplantação.
Vantagens do tutoramento
 Reduz frutos podres;
 Permite maior número de colheita;
 Frutos de tomate mais limpos;
 Menor possibilidade do fruto sofrer ataque de fungos;
 Facilita a pulverização e a colheita.
Colheita
A colheita depende do tipo de cultura, da variedade assim como dos tratos culturais.
No caso da cebola: logo que os bolbos atingem a maturação, a folhagem amarelece, murcha e
quebra-se pela base. O seu ciclo estima-se em 150 dias.
No caso do tomate pode ser colhido em diversas fases de desenvolvimento: colhido quando
atingir a maturação fisiológica ou comercial ou mesmo quando atingir a maturação completa.
O ciclo da cultura vai ate aos 90 dias.
No caso do repolho: Maturação comercial, as cabeças apresentam-se bem compactadas, fechadas, com
bom tamanho; Ocorre dos 85 aos 130 dias após o transplante, variando de acordo com a variedade,
estação de crescimento e tratos culturais.
A cultura da couve apresenta o ciclo que varia em torno dos 50 dias, enquanto que acultura de alface o
seu ciclo esta entre 35 a 50 dias, o quiabo com 90 dias.