O poema descreve a busca incansável do autor pela verdade, luz e paz interior através do conhecimento e sabedoria. Ele busca um mundo ideal de perfeição, equilíbrio e beleza para saciar sua fome de vida verdadeira. No fim, compreende que sua verdadeira busca sempre foi encontrar a si mesmo.
2. Eu busco sempre a verdade, a verdade
profunda e serena,
A verdade mais que pura, a verdade corajosa
e nada amena,
Que me sacie inteiramente a fome e a sede do
verdadeiro saber,
Do saber que possa me fazer o único dono do
meu próprio viver!
3. Eu busco a verdadeira luz que a tudo
definitivamente alumia,
A Luz do mundo, um poderoso farol que
ilumine esta minha via,
Via-caminho, que não pode ter qualquer
volta parada ou retrocesso,
No rumo de crescimento do Eu, a me
guiar com inquestionável sucesso!
4. Eu busco a verdadeira paz, essa paz que
outrora aparecia e era sentida,
No olhar calmo e sereno de um velho, na
sabedoria pela velhice refletida,
Na simples experiência do viver, do
inteiro saber, de verdadeiro
conhecimento,
Que não conheceu quaisquer limites ou
óbices do intelecto ou do sentimento!
5. Eu busco a verdade, a verdade simples e
maravilhosamente pura,
Aquela chama, que reluz, terna, que vive,
brilha e para sempre dura,
No espírito envolvente, de olhar puro, tão
belo e resplandecente,
Da criança, ser humano simples, chama
divina a pouco nascente!
6. Eu busco os campos do espírito, onde
possa matar esta fome insana,
De vida verdadeira, no nascer-viver-
morrer, perene odisséia humana!
E na fonte-mor da sabedoria divina, nesta
maravilhosa e perpétua fonte,
Possa eu, sedento espírito, saciar-me,
alargar o meu pequeno horizonte!
7. Eu busco e buscarei sempre, e sei que um
dia me será dado conseguir,
Um mundo ainda tão
sonhado, eternamente buscado e p’ra
onde devo ir,
Um mundo
equilibrado, imaculado, perfeito, vibrante
, tão alegre e especial,
De colorido intenso, de paz infinita e de
beleza sem par: um mundo ideal!
8. Eu busco e sempre o terei na mente, este
mundo de fantasia, imaginário,
Como um viajante incansável,
esperançoso e feliz, inda que solitário,
A navegar pelos mares do pensamento,
sonhador renitente, viril e infatigável,
Que vislumbra o ansiado porto seguro, à
sua espera, tão sereno e inabalável!
9. Esta busca infindável, a que me dedico,
ano a ano, minuto a minuto, dia após dia,
Muitas vezes parece a outrem um
objetivo distante, um sonho, uma inteira
utopia,
Mas que me conforta, por ter um especial
objetivo, é um ideal do presente para, no
futuro,
Não tão distante como o imaginam, vir a
ser finalmente encontrado: um porto
sereno, seguro!
10. Onde posso, portanto, nesta busca
incansável, encontrar esse maravilhoso
tesouro?
Estará entre as pedras da estrada da vida,
nas asas de uma ave ou de um besouro?
Ou num universo sonhado, longínquo,
talvez inacessível ou mesmo inenarrável?
Não será que eu busco apenas o meu
verdadeiro Eu, este ser, eterno,
inigualável?
11. Ah, é verdade! Esta é a razão, a razão
maior de meu constante e infatigável
buscar,
Na verdade eu preciso apenas me
encontrar, e assim, comigo mesmo, então
viver-sonhar,
E nu, despido de tudo, de todas as ilusões
do mundo, morrer mil vezes e renascer
sentindo,
Que a busca ideal já terminou, e o meu Eu
finalmente se encontrou: estava apenas
dormindo!
Fim.