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         UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE - UNIVILLE
      DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA




 APLICAÇÃO DO MÉTODO PDCA/MASP PARA IDENTIFICAÇÃO DE GARGALO
NO PROCESSO DE REOPERAÇÃO DE PURIFICADORES NA LINHA 10 FÁBRICA
                  2 NA EMPRESA WHIRLPOOL S/A




                        DIEGO TAMANINI




                          Joinville – SC
                              2011
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                        DIEGO TAMANINI




 APLICAÇÃO DO MÉTODO PDCA/MASP PARA IDENTIFICAÇÃO DE GARGALO
NO PROCESSO DE REOPERAÇÃO DE PURIFICADORES NA LINHA 10 FÁBRICA
                  2 NA EMPRESA WHIRLPOOL S/A




                                Trabalho de Conclusão de Curso
                                apresentado ao Curso de Engenharia de
                                Produção Mecânica da Universidade da
                                Região de Joinville – UNIVILLE, como
                                requisito parcial para obtenção do Grau
                                Bacharel em Engenharia de Produção
                                Mecânica, sob a orientação do Professor
                                Renato Cristofolini.




                          Joinville – SC
                              2011
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Dedicatória


Dedico primeiramente este trabalho a
Deus que foi fundamental para me ajudar
na realização deste trabalho. Dedico
também       para     minha      família,
principalmente aos meus pais, Vilmar
Vicente Tamanini e Jane Carla Zaltran
Tamanini e meu irmão Bruno Tamanini
que incansavelmente estiveram do meu
lado, dando-me a educação e todo o
apoio necessário para que hoje eu possa
dizer o quanto eles são importantes na
minha vida.
5




Agradecimentos


Agradeço primeiramente ao Professor
Renato     Cristofolini pelo  apoio    e
orientações necessárias, dedicando seus
momentos de folga para auxiliar no
desenvolvimento deste trabalho. Aos
meus amigos que sempre estiveram ao
meu lado nos principais momentos da
minha vida, dando-me o total apoio para
que eu não desistisse do meu objetivo. A
eles, o meu muito obrigado!
Agradeço também a empresa Whirlpool
S/A pela oportunidade de desenvolver
este trabalho.
6




‗‘Só se pode alcançar um grande êxito
quando nos mantemos fiéis a nós
mesmos‘‘

Friedrich Nietzsche
7

                                    RESUMO




O presente trabalho apresenta a realização da pesquisa-ação feita na linha de
purificadores Ecohouse para a redução de gargalo no processo de reoperação na
empresa Whirlpool S/A eletrodomésticos. É evidente que em todas as empresas
existem gargalos nos processos, denominado tecnicamente de restrições no
sistema. Neste tipo de processo ocorrem muitos consertos gerados por defeitos de
componentes, então se fez necessário realizar uma pesquisa utilizando a ferramenta
de qualidade PDCA/MASP com o auxílio do diagrama de causa e efeito, fluxograma,
de estratificação de dados, coleta de dados, plano de ação (5W1H), folha de
verificação, cronograma de acompanhamento e o software Excel, para auxiliar e
identificar onde era o gargalo no processo e qual item que mais influenciava no
atraso, para assim serem analisadas as causas principais para a atuação em cima
do item e eliminação do mesmo. Com a eliminação deste item que gerava o
gargalo, foi notável o aumento da produção de produtos reoperados, da qualidade
percebida pelo cliente e no próprio processo. Então, através da aplicação do
PDCA/MASP, foi possível uma eliminação de 26% dos defeitos gerados por
vazamentos de bombas de pressurização no processo de reoperação, conseguindo
assim um aumento de 21,5% na produção diária, uma redução de 26,7% de defeitos
no posto caracterizado como gargalo e uma redução de despesas anual próximo à
R$ 21.000,00, caracterizado pelas despesas de trocas de bombas com vazamentos
feitas em campo.

Palavras-chave: Restrições, Qualidade, PDCA/MASP.
8

                                                LISTA DE FIGURAS




Figura 1: Vista aérea Whirlpool – Unidade Eletrodomésticos – Jlle/SC. ................... 18
Figura 2: Fluxo e distribuição dos tempos em cada estação de trabalho. ................. 23
Figura 3: Método PDCA de gerenciamento de processos ........................................ 36
Figura 4: Exemplo gráfico de estratificação de dados coletados............................... 43
Figura 5: Exemplo do Diagrama de Causa e Efeito .................................................. 45
Figura 6: Símbolos de representação do Fluxograma ............................................... 46
Figura 7: Modelo de representação de estruturação da ferramenta 5W1H ............... 48
Figura 8: Purificador de água Ecohouse ................................................................... 50
Figura 9: Bomba de pressurização utilizada nos purificadores de água. .................. 51
Figura 10: Layout de produção dos purificadores de água Ecohouse....................... 52
Figura 11: Posto de teste de vazão dos purificadores em reoperação...................... 55
Figura 12: Fluxograma de identificação do gargalo no processo. ............................. 57
Figura 13: Diagrama de causa e efeito com a representação do brainstorming
realizado. ................................................................................................................... 62
9

                                   LISTA DE TABELAS




Tabela 1: Cronograma proposto do monitoramento do processo ............................. 54
Tabela 2: Planilha de registro dos lançamentos de defeitos (exemplo). ................... 56
Tabela 3: Apontamento da Produção e Consertos.................................................... 58
Tabela 4: Apontamento da Produção e Consertos de Julho/2010 a Fevereiro/2011.59
Tabela 5: Quantidade de trocas de bombas em campo por mês em 2010. .............. 61
Tabela 6: Aplicação da ferramenta de qualidade 5W1H para o Plano de Ação. ....... 63
Tabela 7: Folha de verificação da produção e defeitos ............................................. 65
Tabela 8: Custos de trocas das bombas de pressurização em campo (base 2010) . 69
10

                                             LISTA DE GRÁFICOS




Gráfico 1: Apontamento da produção e defeitos de bombas de Julho/2010 a
Fevereiro/2011 .......................................................................................................... 58
Gráfico 2: Apontamento da produção e defeitos de bombas de Julho/2010 a
Fevereiro/2011 .......................................................................................................... 59
Gráfico 3: Percentual de defeitos no conserto........................................................... 60
Gráfico 4: Trocas de bombas em campo realizada em 2010 .................................... 61
Gráfico 5: Comparação da média de purificadores reoperados por dia de julho de
2010 a julho de 2011 ................................................................................................. 66
Gráfico 6: Mensuração de produtos reoperados por dia no mês de julho de 2010 ... 68
Gráfico 7: Mensuração de produtos reoperados por dia no mês de julho de 2011 ... 68
11

                     LISTA DE ABREVIATURAS/SIGLAS




SGI – Sistema de Gestão Integrado

BVQI – Bureau Veritas Quality Institute

TOC – Theory of Contraints (Teoria das Restrições)

PAC – Processo de Aprimoramento Contínuo

PCP – Planejamento e Controle de Produção

PDCA – Plan (planejar), Do (executar), Check (checar), Act (Ação)

MASP – Metodologia de Análise e Soluções de Problemas

6M‘s – Medição, Mão-de-obra, Métodos, Meio Ambiente, Materiais, Máquinas

5W1H – What (o que), Where (onde), When (quando), Why (porque), Who (quem),
        How (como)
PT – Posto de Trabalho
IQL – Índice de Qualidade de Linha
OS‘s – Ordens de Serviços
IRC – Índice de Reclamação de Campo
12

                                                  SUMÁRIO




LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. 07
LISTA DE TABELAS ................................................................................................ 08
LISTA DE GRÁFICOS .............................................................................................. 09
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................... 10
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ..................................................................... 15
1.1 Apresentação da concedente .............................................................................. 15
1.2 Unidades de eletrodomésticos da Whirlpool no Brasil - Joinville......................... 17
1.3 Unidade fabril de Joinville.................................................................................... 17
2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 19
2.1 Teoria das restrições ........................................................................................... 19
2.1.1 Princípios de otimização da TOC ..................................................................... 20
2.1.2 Restrições de capacidade ................................................................................ 23
2.1.3 Cinco passos para a gestão de um sistema produtivo ..................................... 24
2.2 Qualidade ............................................................................................................ 25
2.2.1 Definições de qualidade ................................................................................... 25
2.2.2 Elementos da qualidade de um produto ........................................................... 28
2.3 Gerando qualidade no processo ......................................................................... 29
2.3.1 A função qualidade ........................................................................................... 29
2.4 Qualidade total no processo ................................................................................ 30
2.5 Controle dos defeitos .......................................................................................... 32
2.6 Características gerais da ferramenta PDCA........................................................ 33
2.6.1 Métodos de utilização ....................................................................................... 34
2.6.2 Planejamento (Plan) ......................................................................................... 34
2.6.3 Execução/Fazer (Do)........................................................................................ 35
2.6.4 Verificação/Checar (Check).............................................................................. 35
2.6.5 Atuação corretiva/Ação (Act) ........................................................................... 35
2.7 PDCA de soluções de problemas: MASP............................................................ 36
2.8 Brainstorming ...................................................................................................... 37
13

2.8.1 Como fazer um brainstorming .......................................................................... 38
2.9 Coleta de dados .................................................................................................. 39
2.9.1 Objetivos da coleta de dados ........................................................................... 39
2.9.1.1 Tipos de dados .............................................................................................. 40
2.9.2 Folha de verificação ......................................................................................... 41
2.9.3 Estratificação .................................................................................................... 42
2.10 Diagrama de causa e efeito............................................................................... 43
2.10.1 Como fazer um diagrama de causa e efeito ................................................... 44
2.11 Fluxograma ....................................................................................................... 45
2.11.1 Símbolos e representações gráficas .............................................................. 46
2.12 Plano de ação: 5W1H........................................................................................ 47
2.12.1 Como fazer um plano de ação ....................................................................... 47
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 49
4 PESQUISA AÇÃO ................................................................................................. 50
4.1 Caracterização e descrição do problema ............................................................ 50
4.2 Caracterização do processo de reoperação dos purificadores............................ 51
4.2.1 Ganhos esperados na melhoria contínua ......................................................... 53
4.3 Planejamento e implementação do PDCA/MASP ............................................... 54
4.3.1 Identificação do problema ................................................................................ 55
4.3.2 Observação do problema ................................................................................. 56
4.3.3 Análise do problema ......................................................................................... 62
4.3.4 Elaboração do plano de ação ........................................................................... 63
4.3.5 Ação/Execução do plano de ação (5W1H) ....................................................... 64
4.3.6 Verificação........................................................................................................ 64
4.3.7 Padronização ................................................................................................... 66
4.4 Resultados e discussões ..................................................................................... 67
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 71
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 73
14

                                  INTRODUÇÃO




      O presente trabalho de conclusão de curso tem o intuito de apresentar as
atividades da análise de melhoria para a redução de gargalo (restrições) na linha de
purificadores de água, pesquisa feita na empresa Whirlpool S/A, em Joinville-SC, no
período de julho de 2010 a junho de 2011.
      O objetivo principal deste trabalho é a redução de gargalo na linha de
reoperação de purificadores de água Ecohouse para o aumento de produção de
produtos reoperados ao final de cada turno de trabalho. A partir das observações
feitas nesta linha, encontram-se resultados de que o maior gargalo no processo se
encontra no teste de vazão dos purificadores, onde ocorrem muitos defeitos de
vazamentos em peças como conexões, mangueiras, bombas de pressurização,
entre outros itens, fazendo com que estes produtos sejam encaminhados ao
conserto, gerando atraso no fluxo de produção.
      No capítulo 1, descreve-se a empresa no qual foi realizada esta pesquisa-
ação, as suas unidades nacionais e a sua história.
      No capítulo 2, faz-se uma abordagem sobre a Teoria das Restrições,
exemplificando e denominando os tipos de restrições que existem em um processo,
tanto de fabricação quanto de montagem de um produto, a Qualidade, focada
principalmente no cliente, mas que também é necessária dentro de um processo e o
PDCA, com o auxílio do MASP para solução de problemas. Concluindo a parte
teórica, apresenta-se também as ferramentas de qualidade que são as técnicas de
tratamento de informações necessárias para a coleta de dados e solução dos
problemas.
No capítulo 3, menciona-se a metodologia aplicada para a presente pesquisa, como
as atividades desenvolvidas utilizando as ferramentas da qualidade, as estratégias,
em geral, o passo a passo de como foi estruturado o trabalho. Apresentam-se
também a estruturação, feito em sete partes, para uma melhor identificação do item
que gera atraso no fluxo do processo de reoperação.
      No capítulo 4, apresenta-se todo o processo para verificação e solução do
problema com a aplicação do método PDCA com o auxílio do MASP, utilizando as
15

ferramentas necessárias para a identificação e solução do problema. A aplicação
deste método foi necessária a partir da constatação do problema apresentado na
linha de reoperação de purificadores: o atraso na entrega da produção diária de
purificadores reoperados, devido as restrições que ocorrem no processo. Neste
mesmo capítulo, apresentam-se as coletas de dados no processo para a
identificação do problema, através de observações, análises, dos planos de ação e
as medidas de ação tomadas para a eliminação do item gargalo no processo de
reoperação dos purificadores.
      Por fim, apresenta-se os resultados obtidos de redução de consertos no
processo e na troca de bombas de pressurização em campo, gerando também uma
redução de custos quanto à eliminação destas trocas.
16

1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA




      A Whirlpool Corporation foi lançada pela primeira vez em uma lavadora de
roupas, em 1906, ao longo dos anos se transformou na marca de eletrodomésticos
mais bem-sucedida e de maior venda do mundo. Com sede em Michigan, nos
Estados Unidos, e atuação nos mercados da América do Norte, América Latina,
Europa e Ásia, a Whirlpool Corporation é líder mundial em eletrodomésticos. A
companhia, fundada em 1911, emprega hoje cerca de 68 mil pessoas e suas
unidades fabris estão instaladas em 13 países, comercializando produtos em mais
de 170 países. Além da marca global Whirlpool, a empresa detém outras marcas
líderes como KitchenAid, Roper, Bauknecht, Ignis, Brastemp e Consul.
      Em todos os mercados, a Whirlpool fabrica e comercializa a linha completa de
utensílios domésticos: lavadora e secadora de roupas, refrigerador, freezer, lava-
louças, fogão, depurador de ar, purificador de água, frigobar, condicionador de ar,
microondas e eletro portáteis, como liquidificador, batedeira e processador de
alimentos.
      Hoje, o negócio de eletrodomésticos da Whirlpool Corporation está no topo do
ranking mundial em termos de volume, comercializando seus produtos em mais de
170 países.




1.1 Apresentações da concedente




      A Multibrás foi criada em maio de 1994, como resultado da fusão e integração
da Brastemp, Consul e Semer, empresas do grupo Brasmotor, a Multibrás S.A.
      Na década de 60, ao começar a produzir lavadoras, fogões e condicionadores
de ar, a Brasmotor já tinha um acordo firmado com a Whirlpool Corporation e a
Sears Roebuck, para assegurar assistência técnica.
      Em 1997, a Multibrás adquire a Whirlpool Argentina. No mesmo ano, a
parceria entre a Brasmotor e a Whirlpool Corporation avança mais um passo,
17

quando a Whirlpool passa a ser a acionista majoritária da Brasmotor S.A.,
fortalecendo a posição das duas empresas no mercado global. Em 1998, a Multibrás
assume as operações da Philips no Chile, constituindo a Whirlpool.
      Em janeiro de 2000, em leilão público na Bolsa de Valores de São Paulo, a
Whirlpool adquire as ações da Multibrás S.A. Eletrodomésticos e da Brasmotor S.A.,
passando a deter quase 95% do capital das duas empresas.
      Hoje a Multibrás S.A. Eletrodomésticos é uma subsidiária da Whirlpool
Corporation. Ela é a única empresa do Brasil que fabrica, com as marcas Brastemp
e Consul, todos os produtos de linha branca: refrigeradores, freezers horizontais e
verticais, fogões, lavadoras de roupa, secadoras, lava-louças, fornos de microondas,
condicionadores e depuradores de ar. Com a marca Brastemp oferece também
eletrodomésticos   portáteis   como:   batedeiras,   cafeteiras,   liquidificadores   e
multiprocessadores. Atua em patamares internacionais de qualidade e de
produtividade, de acordo com as exigências do mercado global. A empresa
emprega, hoje, cerca de nove mil pessoas em suas unidades localizadas em São
Paulo; Rio Claro, interior de São Paulo; Joinville, no estado de Santa Catarina;
Manaus, no estado do Amazonas; La Tablada, na Argentina; e Santiago, no Chile.
      Desde 1995, todas as unidades são certificadas de acordo com o padrão
internacional ISO 9000, atestando a qualidade de seus produtos e serviços. Além do
mercado brasileiro, a Multibrás atende aos mercados de 70 países em cinco
continentes.
      Em novembro de 2003, o SGI (sistema de gestão integrado) da Multibrás foi
certificado pela BVQI do Brasil (Bureau Veritas Quality Institute). A Multibrás AS
Eletrodomésticos adquiriu os certificados em conformidade com as normas ISO
9001/2000 (Gestão da qualidade), ISO 14001/1996 (Gestão ambiental) e OHSAS
18001/1999 (Gestão de saúde e segurança), reunindo, desta forma, projeto,
desenvolvimento, fabricação, venda e serviço associado de refrigeradores e
freezers, e também montagem de secadoras.
18

1.2 Unidades de Eletrodomésticos da Whirlpool no Brasil - Joinville




      A Unidade Joinville nasceu num galpão de 680m², local onde foi fundada a
Indústria de Refrigeração Consul S.A., em 1950. Mais tarde, o espaço ficou
conhecido como ―Fábrica I‖.
      Entre 1960 e 1969, a Consul saltou do sexto para o primeiro lugar no ranking
nacional de marcas de refrigeradores. Para acompanhar esse crescimento foi
construída uma nova Fábrica.
      Em 1976, a marca Consul foi incorporada pelo Grupo Brasmotor e em 1993
recebeu uma nova e moderna planta industrial, a ―Fábrica III‖. A Unidade Joinville
responde por 60% da produção da Multibrás. É a maior indústria de produtos de
refrigeração da América Latina e abriga os Centros de Tecnologia de Refrigeração,
de Cocção e parte do Centro de Tecnologia de Condicionadores de Ar. Produz
refrigeradores, freezers (horizontais e verticais), além de secadoras.




1.3 Unidade Fabril de Joinville




      A unidade de Joinville é a maior manufatura de refrigeradores do mundo,
sendo responsável por 60% da produção de eletrodomésticos da Whirlpool Brasil.
      Além da produção de refrigeradores, freezers e secadoras localizam-se nesta
planta os centros de tecnologia de refrigeração, cocção e parte do de
condicionadores de ar. A seguir na figura 1 segue uma foto da unidade fabril com a
localização de suas principais áreas.
19




Figura 1: Vista aérea Whirlpool – Unidade Eletrodomésticos – Jlle/SC.
Fonte: Wikimapia, 2011.
20

2. REVISÃO DA LITERATURA




       Este capítulo tem como função apresentar a fundamentação teoria referente
à capacidade de produção e as suas restrições de um posto de trabalho em uma
linha de produção, dando uma visão ampla dos conceitos que serão abordados, no
qual deverão estar bem esclarecidos para que se possam absorver conhecimentos
das propostas deste trabalho. Estes conceitos irão proporcionar ao leitor uma visão
geral sobre a redução de restrições e ganho de capacidade em um posto de teste
dos produtos na linha de produção.




2.1 Teoria das Restrições




      Corrêa e Gianese (1996) citam que esse sistema, a Teoria das Restrições
(Theory of Contraints – TOC), é um sistema desenvolvido, na década de 80, por
Eliyahu Goldratt, que através do pedido de ajuda de um amigo para resolver um
problema específico de produção, no qual direcionou seus estudos para buscar uma
interpretação pragmática das dificuldades da empresa moderna, elaborou resultados
em uma série de conceitos.
      Os autores Watson, Blackstone e Gardiner (2007, p.389) descrevem:


                    A Teoria das Restrições não teve um início espetacular, não foi resultado de
                    alguma visão futurista em relação ao gerenciamento de produção mais de
                    um pedido simples de ajuda. No final dos anos 1970, um vizinho do Dr.
                    Eliyahu Goldratt administrava uma planta que produziria galinheiros. O
                    vizinho pediu a Goldratt, um físico, para ajudá-lo no desenvolvimento de um
                    programa que aumentasse a produção. Goldratt respondeu desenvolvendo
                    um programa que triplicou a produção da planta dentro de um pequeno
                    período de tempo.


      Segundo Souza (2005), a TOC é uma nova filosofia de pensamento gerencial
que apareceu nos anos oitenta. Sua premissa básica é gerenciar a partir das
restrições que o processo apresenta, focalizando como objetivo o ganho em
capacidade produtiva e econômico máximo da empresa ―ganhar dinheiro‖.
21

      A TOC é a metodologia para identificação dos gargalos, ou seja, a
identificação de qualquer elemento ou fator que impede que um sistema conquiste
um nível melhor de desempenho no que diz respeito a sua meta (GOLDRATT &
COX, 2002).
      A Teoria das Restrições é constituída por três ramos principais: Logístico,
Gerenciamento de restrições, englobando o PAC (Processo de Aprimoramento
Contínuo) e o Processo de pensamento da Teoria das Restrições.


   a) logístico: Engloba as metodologias de PCP e estoques, realizando o
      gerenciamento fino da produção, como um recurso que pode contribuir e
      muito para que a empresa reverta em ganhos. (FERREIRA, 2007).


   b) gerenciamento das Restrições: é um processo que é voltado a realizar ações
      para identificar e remover os diferentes tipos de restrições na empresa.
      Sugere um conjunto de indicadores de grande competência para o
      acompanhamento da evolução e qualidade das ações no âmbito de eliminar
      qualquer tipo de restrição e auxiliar na decisão de identificar quais os
      produtos necessários e concentrar esforços para futuramente atingir as
      metas. (FERREIRA, 2007).


   c) processo de pensamento: utiliza o diagrama de causa e efeito e a auditoria do
      mesmo, como também a metodologia das nuvens, para analisar e solucionar
      os problemas, na identificação e remoção das restrições na empresa. (COX
      III; SPENCER, 2002).




2.1.1 Princípios de otimização da TOC




      Os princípios fundamentais da TOC têm um conjunto de diretrizes que auxilia
no tratamento destas restrições e estão representados nas idéias expostas a seguir:
22

a) balancear o fluxo e não a capacidade: deve-se balancear o fluxo e nunca a
   capacidade instalada. É ai que se identifica os gargalos no processo. Goldratt
   e Cox (2002, p. 149) definem que ―um gargalo é um recurso cuja a
   capacidade é igual ou menor que a demanda imposta a ele‖ e dizem que os
   gargalos não devem ser tratados como algo bom ou ruim, porque eles são
   uma realidade na empresa.


b) a utilização de um recurso não-gargalo não é determinada por sua
   disponibilidade, mas por alguma outra restrição do sistema: Segundo Costa
   Junior (2009), as máquinas, equipamento ou montagens devem trabalhar com
   o objetivo de compensar a restrição do processo, gastando os recursos
   necessários como tempo, máquinas, mão-de-obra e matéria-prima na
   quantidade necessária para suprir estas restrições, sem desperdícios.


c) utilização e ativação de um recurso não são sinônimos: o recurso não gargalo
   é determinado por outra restrição do processo e não pelo seu potencial.
   Goldratt e Cox (2002, p.221) explicam que utilizar um recurso significa fazer o
   uso deste de uma forma correta, fazendo com que ele caminhe em direção ao
   seu objetivo, em direção à meta. É como acionar o botão que liga, quer queria
   quer não, irá gerar um benefício gerado pelo seu trabalho.


d) uma hora ganha no recurso não gargalo não é nada: Na concepção de Costa
   Junior (2009), não adianta investir nas melhorias de eficiência produtividade
   se o gargalo continuar atrasando o processo, pois as capacidades
   continuaram as mesmas, mas devem ser concentrados os esforços na busca
   de melhorar o processo onde realmente a empresa possa estar lucrando.
   O sistema trabalha sempre em cima do gargalo do processo, então qualquer
   esforço realizado fora deste item, como redução de setup ou a redução de
   troca de ferramentas somente irá aumentar o tempo ocioso. (FERREIRA,
   2007).


e) uma hora perdida no recurso gargalo é uma hora perdida no processo inteiro:
   qualquer tempo perdido no gargalo, como preparação da máquina, produção
23

   das peças defeituosas no qual o mercado não exige diminui o fluxo do
   processo inteiro, interrompendo a saída de produto e a entrada do mesmo.
   Goldratt e Cox (2002, p. 168) complementam que se deve certificar que o
   gargalo apenas esteja trabalhando com peças boas, eliminando as ruins, no
   qual podem acarretar em um gargalo ainda maior, diminuindo ainda mais sua
   capacidade produtiva. Se houver refugo ou conserto de uma peça antes de
   ela chegar ao gargalo do sistema, é apenas uma peça perdida, mas se ela
   chegar ao gargalo e aí sim for identificado neste posto, se perderá um tempo
   não recuperável.


f) o lote de processamento deve ser variável e não fixo: a TOC define que o
   tamanho do lote de processamento deve ser em função da situação que se
   encontra a fábrica e o tipo de operação a ser realizado. Corrêa e Corrêa
   (2007) definem que o tamanho dos lotes é função dos custos de carregar
   estoques, custos de preparação, as necessidades de fluxo de determinados
   itens, os tipos de recursos, gargalos e não-gargalos, entre outros.
  Segundo Costa Junior (2009), a finalidade deste item é de atender por inteiro
  a demanda estabelecida e obter o melhor aproveitamento possível dos
  recursos gargalos. Processar materiais no qual não está previsto na demanda
  pode acarretar em perda nos lucros da empresa.


g) os gargalos não só determinam o fluxo do sistema, mas também definem os
   seus estoques: os gargalos determinam os níveis de estoque também, além
   de determinarem o fluxo do processo, pois eles são dimensionados e
   localizados de forma a isolar os gargalos das flutuações estatísticas. Essas
   flutuações saem do resultado da ocorrência de uma série de eventos
   aleatórios fora do controle. O processo envolve a seqüência de operações
   interdependentes, no qual a segunda operação só pode ser executada
   quando a primeira estiver finalizada. (FERREIRA, 2007). Conforme pode ser
   visto na Figura 2.
24


                                  Estação A                              Estação B




Figura 2: Fluxo e distribuição dos tempos em cada estação de trabalho.
Fonte: Corrêa e Corrêa (2007, p. 468).




2.1.2 Restrições de capacidade




       Em muitas organizações, as restrições são fatores que estão fazendo com
que a capacidade produtiva das organizações esteja comprometida. Slack et al
(2002) comenta que, estas organizações, operam abaixo da meta desejada, seja
porque a demanda é insuficiente para completar a sua capacidade , seja por uma
política deliberada, no qual as operações possam responder com agilidade os novos
pedidos. No entanto, algumas operações de muitas organizações estão sempre
operando ou produzindo abaixo da sua capacidade e outras no limite de sua
capacidade máxima. Estas operações que trabalham em seu limite máximo é que
são identificados como restrições de capacidade.
       Segundo Ferreira (2007), TOC é a combinação de três conceitos interligados.
O primeiro, bastante comentado entre vários autores, define que é uma nova
filosofia gerencial. O segundo, no entanto, se relaciona aos métodos de pesquisa
criados por ela, que mesmo sendo adaptado das ciências exatas, leva muito em
consideração a participação humana no processo. O terceiro é do seu grande
espectro de aplicativos. Sua idéia fundamental é de que todas as empresas,
independentemente do setor, deve ter ao menos uma restrição.
       Em uma fábrica, existem dois tipos de recursos normalmente encontrados
dentro de um processo: os recursos restritivos de capacidade, mais conhecidos
como recursos gargalos e os recursos não restritivos de capacidade, que seriam os
recursos não-gargalos. Estes recursos podem ser qualquer elemento incluído em
25

uma produção, como máquinas, instrumentos de medição, pessoas, entre outros.
(CORRÊA e CORRÊA, 2007)


   a) recurso gargalo: este recurso, por definição, fica ocupado todo o tempo de
      sua disponibilidade, ou seja, em um turno de 8 horas, a máquina trabalhará 8
      horas interruptas, por exemplo. (CORRÊA e CORRÊA, 2007)


   b) recurso não-gargalo: já este recurso tem capacidade para produzir mais do
      que pede a demanda. Corrêa e Corrêa (2007) citam como exemplo: este
      recurso não-gargalo tem 200 horas disponíveis por mês, mas a demanda
      exige apenas 150 horas, então este ficará com 50 horas de disponibilidade,
      sendo assim, um recurso não-gargalo.




2.1.3 Cinco passos para a gestão de um sistema produtivo




      Para o gerenciamento dessas restrições, físicas ou de recursos, foi elaborado
o processo de melhoria, contínua da TOC, constituído pelos seguintes passos:


   a) identificar a restrição do sistema: Segundo Costa Junior (2009), o primeiro
      passo a ser tomado é a identificação dos gargalos. Para que isso seja
      possível, deve ser feito uma análise criteriosa do processo para compreender
      onde está a restrição. No caso de uma empresa industrial, estes gargalos
      podem estar em uma máquina, em uma linha de produção ou em um
      processo de menor capacidade, entre outros.


   b) explorar a restrição do sistema: Ferreira (2007) diz que, após ser identificado
      o recurso de restrição, deve-se garantir que este esteja sendo utilizado em
      sua capacidade máxima. Então, vale dizer que o princípio de que uma hora
      perdida no gargalo é uma hora perdida em todo o processo. Isso é validado
      pelo fato de que o gargalo não consegue recuperar os seus atrasos, sendo
26

        assim, todo o recurso não-gargalo deverá desempenhar e fornecer tudo
        aquilo que o gargalo precisa para executar a operação sem maiores perdas,
        definindo assim que o recurso não-gargalo é determinado pelo potencial do
        recurso gargalo do processo.


   c) subordinar tudo ou mais à decisão anterior: conforme Costa Junior (2009), a
        partir desta etapa, deve-se realizar o balanço no fluxo produtivo, a fim de
        atender às necessidades dos gargalos. Resumindo, deve-se realizar o
        balanceamento de todas as atividades do processo, pois não se estaria
        melhorando o sistema trabalhando mais rápido que o recurso gargalo.


   d) elevar a restrição do sistema: Ferreira (2007) comenta que neste passo
        devem-se focar as alternativas para reduzir este gargalo, como adicionar mais
        um turno de trabalho, redução de setup das máquinas ou até transferir uma
        parte do trabalho do gargalo para um recurso não-gargalo. Após a elevação
        da capacidade de restrição, eleva-se a capacidade do processo em geral, até
        que em um certo momento haverá outra restrição, sendo o novo limitador do
        processo.


   e) para esta opção, segundo Cogan (2007), se, nos passos anteriores, uma
        restrição foi quebrada, volte ao primeiro passo, mas não deixe que a inércia
        se torne uma restrição do sistema.




2.2 Qualidade




2.2.1     Definições de qualidade




        Neste capítulo é muito importante que se apresente alguns conceitos
relacionados com a qualidade, no qual o objetivo deste trabalho é agir em busca de
27

um produto que não venha futuramente trazer problemas e através das informações
transmitirem conhecimento.
      De acordo com Moreira (2008), a qualidade é geralmente compreendida como
atributo dos produtos e/ou serviços fornecidos pela empresa, podendo também
referir-se a tudo que é feito pelas pessoas.
      Deming (2003) diz que, qualquer definição procura uma terminologia exata
para a palavra qualidade, uma terminologia mais técnica para ela. As visões mais
modernas e flexíveis deste termo têm questionamento sobre o fator principal do
processo, isto é, apresenta condições completas para perceber todos os itens que
compõem a qualidade dos produtos ou serviços.
      Para Paladini (1995, p.29), ―a qualidade é uma definição que compromete e
requer esforço de quem pretende adotá-la: o compromisso de sempre atender ao
consumidor, da melhor forma possível e o esforço de otimizar todas as ações de
processo, que contribuem para este fim‖.
      Segundo Slack et al (2002, p.551), a qualidade ―é a consciente conformidade
com as expectativas dos consumidores‖. Para atender a qualidade devemos atender
primeiro as especificações definidas pelos autores:


                     o uso da palavra conformidade indica que há a necessidade de atender a
                     uma especificação clara; garantir que um produto está conforme as
                     especificações é uma tarefa chave da produção. Consistente indique que a
                     conformidade às especificações não seja passageira, mas que os materiais,
                     instalações e processos tenham sido projetados e então controlados para
                     garantir que o produto atenda as especificações. (Slack et al, 2002, p.552).


      Slack et al (2002, p.552) cita ainda que para entender de um modo
diferenciado a qualidade, conforme a visão de operação e a visão do consumidor, a
sua definição de qualidade é a ―consciente conformidade com as expectativas dos
consumidores‖. Isso implica diretamente nos projetos de materiais, instalações,
maquinário e os processos controlados a fim de garantir o produto e/ou serviço com
as especificações exigidas pelos consumidores, combinando o produto com os
termos de custo e preço.
      No conceito de vários autores importantes, há variadas definições de
qualidade hoje em dia, considerando as cinco mais relevantes a seguir:
28

a) transcendental: Segundo Martins e Laugeni (2005), transcendental é onde a
   qualidade é conhecida pelos seus padrões elevadíssimos. Já Paladini (1995),
   considera a qualidade uma característica, propriedade ou estado que torna
   um produto aceitável plenamente;


b) focada no produto: Para Martins e Laugeni (2005), a qualidade é constituída
   de variáveis e atributos que podem ser medidos e controlados durante o
   processo. Esta abordagem entende qualidade como uma variável passível de
   medição e, até mesmo, precisa. Exemplos desta abordagem podem ser
   encontrados nos produtos que buscam reunir, em si, várias funções.
   (PALADINI, 1995);


c) focada no usuário: segundo Juran (appud Martins e Laugeni, 2005), ―a
   qualidade é a adequação ao uso‖, mas que existe muita dificuldade na
   identificação e conceituação dos termos, durabilidade, satisfação, uso e na
   percepção clara de usuário ou cliente no produto. Através do conceito de que
   o produto e/ou serviço é o cliente que adquire intensifica que a qualidade é de
   vital importância para a empresa na sua manutenção da competitividade. Já
   Paladini (1995) resume que a qualidade do produto fica restrita ao grau de
   atendimento às necessidades e conveniências do consumidor, sendo assim,
   não se pode pensar em qualidade se não pensar no consumidor;


d) focada na fabricação ou processo: que de acordo com Crosby (appud Martins
   e Laugeni, 2005) esta definição é baseada no conceito ―qualidade é a
   adequação às normas e às especificações‖, definições que nos leva a estar
   sempre em busca de melhorias técnicas de projeto e produto. Segundo
   Gilmore (1974, apud Garvin, 1992, p.49) ‗‘qualidade é o grau em que um
   produto específico está de acordo com um projeto ou especificação‘‘;


e) focada no Valor: Paladini (1995) diz que um consumidor considera um
   produto de boa qualidade se ele apresentar um alto grau de conformação a
   um custo aceitável. Já Martins e Laugeni (2005) citam que, no pensamento do
29

      consumidor, a qualidade está ligada ao conceito de o produto estar adequado
      ao uso e ao preço, sendo cada vez mais acatada pelo mercado.




2.2.2 Elementos da qualidade de um produto




      Conforme Martins e Laugeni (2005) definem que, a qualidade de um produto,
através das definições anteriores, é o cliente quem determina. No entanto, através
das próprias definições, a qualidade pode tomar diferentes focos, sendo assim um
atributo complexo de um produto. Então, a qualidade de um determinado produto
deve estar alinhada com os elementos a seguir:


   a) características operacionais principais: todo produto produzido deve ter um
      bom desempenho neste tipo de característica (MARTINS E LAUGENI, 2005);


   b) características operacionais adicionais: Segundo Garvin (1992), são os
      adereços, as características secundárias que ajudam e apóiam no
      funcionamento do produto;


   c) confiabilidade: Para Martins e Laugeni (2005) é a probabilidade de um
      produto não apresentar falhas dentro de um determinado período de tempo. É
      bastante utilizada em produtos duráveis, obtendo um fator de competitividade
      importante. Conforme Garvin (1992) torna-se para o consumidor, mais
      importante na medida em que a parada de produção e a manutenção vão
      ficando mais caros.


   d) durabilidade:   Segundo     Garvin   (1992),   está   bastante   associada   a
      confiabilidade, pois este está interligado pelo tempo de duração do produto
      até a sua deterioração;
30

   e) assistência técnica: Garvin (1992) cita que os consumidores não ficam
      preocupados com a possibilidade de um produto estragar ou parar de
      funcionar, mas sim com o tempo no qual terão que esperar até o atendimento
      da assistência. Para Martins e Laugeni (2005) é a maneira em que é tratado o
      cliente e o produto quando há o momento de reparo. Constantes idas até uma
      assistência técnica, descortesia no atendimento geram imagem negativa do
      produto;


   f) estética: durante muito tempo, associou-se beleza a qualidade – ‗‘o que é
      belo é bom‘‘ – e este conceito ainda é muito forte na venda dos produtos
      (MARTINS E LAUGENI, 2005). A estética é sem dúvida um dos itens
      principais de julgamento do cliente, sendo uma opção individual de cada um,
      das combinações do produto que melhor atendem ao consumidor. (GARVIN,
      1992);


   g) qualidade percebida: Segundo Garvin (1992), os consumidores não têm
      informações suficientes do produto ou serviço, sendo assim, na maioria das
      vezes, a única base de comparação é as medidas diretas. De acordo com
      Martins e Laugeni (2005), o produto que parece ser bom, é bom. Então, os
      novos produtos de marcas conhecidas e renomadas, mesmo que os
      fabricantes não tenham mais tradição na fabricação desse particular produto,
      terá associada a eles a imagem de boa qualidade.




2.3 Gerando qualidade no processo




2.3.1 A Função Qualidade




      Conforme Juran (1991, p. 16), ―é um conjunto das atividades através das
quais se atinge a adequação do produto ou o serviço ao uso, não importando em
31

que parte da organização estas atividades são executadas‖.
      Já Paladini (1995) cita que, a função qualidade acaba reunindo dois aspectos
básicos: direcionada para o consumidor final e refere-se a um aspecto bem
abrangente, no qual considera a contribuição do elemento técnico na adaptação do
nível de atendimento pretendido para o produto.
      Contudo, Paladini (1995, p. 45) ainda comenta que:


                     É importante observar a abrangência do conceito de Função da Qualidade.
                     Um aspecto a ser ressaltado, por exemplo, é a ação dos recursos que não
                     estão alocados diretamente no processo produtivo, mas oferecem suporte a
                     ele [...] Neste sentido, é evidente a ênfase que a Função Qualidade confere
                     à ação do pessoal que tem funções complementares ao processo produtivo,
                     mas de acesso direto ao cliente, caso da área de vendas e marketing, por
                     exemplo.




2.4 Qualidade total no processo




      Segundo Paladini (1995), são quatro princípios básicos para a Qualidade
Total, formulados a seguir:


   a) envolvimento: o envolvimento é a primeira norma da Qualidade Total, que é
      obtida ainda dentro do processo, no qual todos os elementos da organização
      ficam envolvidos no esforço pela qualidade. Ninguém pode ser excluído deste
      esforço, porque a sua falta pode significar na perda do atendimento que o
      produto deixará de portar. Muito importante para isso é motivar a participação
      do colaborador, porque muitos não se interessam por achar que são
      dispensáveis. É uma situação que falta reconhecimento, onde acaba por
      gerar o desinteresse em outras atividades. Então, deve-se ter um trabalho
      abrangente, onde se deve deixar claro que a organização é o conjunto de
      todos os elementos, que todos têm a sua real importância dentro de um grupo
      de trabalho.
32

b) integração: é de fundamental importância para uma organização, onde a
   integração das ações de processo em um esforço de melhoria contínua é a
   meta a se buscar. Entende-se que, o conjunto de homens, equipamentos,
   materiais, métodos, entre outros, é denominado processo, onde se cada um
   desses elementos desempenharem suas funções estabelecidas, eles acabam
   por contribuir para a produção de bens ou serviços. ―Resultados melhores são
   aqueles que tornam o produto mais adequado ao uso‖, essa noção deve ser
   levada para toda a organização. Portanto, a integração dos vários tipos de
   modelos da qualidade, que requerem, por sua vez, interação profunda entre
   os elementos do processo produtivo.


c) ênfase no Cliente: a empresa deve estar sempre focada em manter e/ou
   melhorar a qualidade do seu produto, sem pensar em ganhar dinheiro em
   cima disso, e sim deixar de perder dinheiro. Este seria um importante primeiro
   passo a ser dado pela empresa. O direcionamento do processo para o pleno
   atendimento aos clientes é o único meio disponível para que a empresa
   evance (―ganhar dinheiro‖) e não apenas recupere uma posição que, na
   verdade, não indica progresso (―evitar perder dinheiro‖) porque marca
   avanços em direção à manutenção de mercados e à conquista de novos;
   solidifica posições e fortalece a empresa.


d) contato permanente com os clientes: este princípio, assim, aparece como
   decorrência dos anteriores, e até como exigência para a sua viabilização,
   tornando-se bastante importante, além de uma estruturação no sistema que
   tragam informações diretas do mercado para dentro da empresa, sendo
   fundamental assim, que todo o pessoal da fábrica saiba o que pensa o
   cliente. Restringir o acesso destes dados aos operários significa um
   direcionamento incorreto de suas atividades, que compromete o alcance de
   objetivos relacionados a um melhor atendimento aos clientes.
33

2.5 Controle dos defeitos




      Segundo Paladini (1995), defeito é quando se observam a falta de
conformidade em um produto, a partir do momento em que é comparado algum
característico da qualidade as suas especificações. Este também é classificado
como defeituoso quando forem identificados um ou mais defeitos no produto,
associados aos característicos da qualidade.
      Paladini (1995) afirma que, o conceito de defeito é quando ocorrem os
processos de inspeção ou verificação do produto na fábrica, comparando com os
característicos da qualidade, aparecendo sempre quando há a confrontação dos
característicos com o seu respectivo padrão.


      Os defeitos podem ser classificados de acordo com a sua ocorrência:


   a) os defeitos podem estar relacionados à área externa do produto, como a
      questão do acabamento, pintura, alinhamento ou a própria aparência do
      mesmo. Alguns exemplos mais ocorrentes são os riscos e manchas na
      pintura, amassamento nas peças, trincas em superfícies que acarretam nas
      imperfeições do produto. (PALADINI, 1995)


   b) os defeitos também podem estar relacionados ao funcionamento do produto,
      no qual acabam por afetar as qualidades vitais e acabam por comprometer o
      produto de desempenhar a sua principal função. Alguns dos defeitos são
      simples, como garrafas térmicas com rupturas, cabos de alimentação de
      eletrodomésticos, mas também podem ser cruciais como pane em motores,
      perda de potência entre outros. (PALADINI, 1995)


   c) defeitos graves ou críticos, o qual impede de o produto realizar a sua
      utilização para o trabalho que ele será submetido. (PALADINI, 2005)
34

   d) defeitos maiores são os que necessitam de consertos. Não faz com que o
      produto não possa desempenhar a tarefa na qual ele é empregado, mas sim
      compromete a sua vida útil e capacidade de operação. (PALADINI, 2005)


   e) defeitos menores são aqueles que não impedem e nem prejudica o
      funcionamento, mas acaba por afetar a qualidade do acabamento de
      determinada peça. (PALADINI, 1995)


      Então, conforme Paladini (2005), ―considera-se que todo defeito que agrida a
natureza ou provoca danos ou riscos ao ser humano, ou ainda, induz a situações
que podem vir a provocar lesões, de qualquer natureza, é um defeito crítico‖.




2.6 Características gerais da ferramenta PDCA




      Conhecido atualmente como ciclo PDCA, o método de melhorias foi
desenvolvido no início da década de trinta, na Bell Laboratories – EUA, pelo
importante estatístico americano Walter Shewhart, como sendo uma importante
ferramenta de ciclo de controle estatístico do processo, podendo ser repetido
continuamente em algum tipo de processo ou problema. Shewhart, em 1931,
publicou um livro no qual aborda um estudo científico relacionados às questões de
qualidade, o Economic Control of Quality of Manufectured Product (SOUZA, 1997).
      Conforme Werkema (2006), o ciclo PDCA é um método de gestão muito
utilizado nas empresas, no qual representa um caminho a ser seguido, para que as
metas traçadas possam ser alcançadas com êxito. Para a sua utilização, podem ser
empregadas    algumas    ferramentas,   para    ajudar   com   recursos   na    coleta,
processamento e disposição de informações para a condução do ciclo PDCA.
      O ciclo PDCA, que é também chamado por ciclo de Shewhart ou ciclo de
Deming, é de autoria de Shewhart, mas foi Deming que o introduziu no Japão após a
segunda guerra mundial, ficando assim conhecido mundialmente após a aplicação
deste método. Este ciclo tem por objetivo principal deixar mais claros e ágeis os
35

projetos incluídos na execução da gestão, divididos em quatro etapas: Plan, Do,
Check e Act (DAYCHOUW, 2007).




2.6.1 Métodos de utilização




      Para Ishikawa, K. (1989) e Campos, V.F (1992, 1994) (apud Werkema, C,
2006, p.25), o ciclo PDCA é executado da seguinte forma:




2.6.2 Planejamento (Plan).




      Esta etapa consiste em:


   a) estabelecer metas, identificar e selecionar o problema para ser resolvido;
   b) estabelecer o método para alcançar as metas propostas.


      O Planejamento (Plan) é o primeiro passo para o começo da utilização do
PDCA, que está interligado com as metas e objetivos a serem alcançados pelas
empresas. Para Bueno (2004, p. 16), a meta deve ser clara, quantificável, realista,
envolvente e que deve no mínimo conter um desafio para que influencie e estimule
as pessoas a crescerem profissionalmente. A falta de uma definição clara é muitas
vezes uma das principais razões para o insucesso de muitos projetos. No entanto,
Bueno (2004, p 16) diz que, para a realização de um bom plano de ação, o mesmo
deve conter o conhecido 5W1H: o que fazer, quem deve fazer, quando fazer, onde
fazer, porque fazer e quanto investir. Todos esses elementos têm sua importância
destacada, mas os que merecem cuidados especiais são: o responsável (quem), o
prazo (quando) e o motivo (porque).
36

2.6.3 Execução/ Fazer (Do).




       A partir da etapa anterior, executar as tarefas como previsto e realizar a
coletas de informações e dados para a utilização na etapa de verificação/checar do
processo. Para esta etapa de execução/fazer, são de suma importância a educação
e treinamento dos integrantes no trabalho.
       No segundo passo, a Execução (Do) programa-se as atividades conforme o
plano de ação desenvolvido na etapa anterior e realiza-se o treinamento e educação
dos funcionários envolvidos. Campos (1990), afirma que a base da execução de um
bom plano de ação é o treinamento completo das pessoas envolvidas no projeto.




2.6.4 Verificação/Checar (Check).




       É feito após a realização da coleta de informações da etapa anterior e depois
comparar os resultados alcançados com a meta planejada.
       No terceiro passo realiza-se a Verificação (Check), onde é feita a avaliação do
processo, no qual é desagradável mais necessária, porque manifesta o papel dos
integrantes com as metas e objetivos traçados. A avaliação determina a valia ou o
valor para o qual o grupo se propôs nas metas e objetivos. Bueno (2004, p.17)
salienta ainda que, ―durante e após a execução, deve-se comparar os dados obtidos
com a meta planejada, para se saber se está indo a direção certa ou se a meta foi
―atingida‖.




2.6.5 Atuação Corretiva/Ação (Act).




       Depois de coletados os resultados, esta etapa consiste em atuar em cima
deles, podendo ser feita de duas formas:
37

   a) se a meta foi alcançada, adotar como padrão o plano proposto;
   b) se o plano não foi efetivo, agir em cima da causa do não-atingimento da meta.


       No quarto e ultimo passo, a Ação Corretiva (Action), é onde se encontram
duas formas distintas, a padronização ou contramedidas. A padronização é feita
quando se consegue atingir a meta traçada e para transformar o plano que deu
resultado no novo modo de realizar as coisas. Ação corretiva serve para fazer as
análises e ver em que ponto foi cometido o erro (meta, plano, educação,
treinamento, execução) e retomar as medidas necessárias para atingir o sucesso na
meta (BUENO, 2004).




Figura 3: Método PDCA de gerenciamento de processos.
Fonte: Qualidade Brasil (2011).




2.7 PDCA de soluções de problemas: MASP




       MASP (Metodologia de Análise e Soluções de Problemas) é o PDCA
desmembrado em oito etapas (OLIVEIRA, 1996):
38

   a) planejamento (Plan): inclui quatro etapas, sendo elas a ―identificação do
      problema‖, a ―observação do problema‖, a ―análise das causas‖ e a
      ―elaboração do plano de ação‖; (OLIVEIRA, 1996).


   b) executar/fazer (Do): está a quinta etapa que é a execução do plano de ação;


   c) verificação/checar (Check): está a sexta etapa onde se verifica se o bloqueio
      foi efetivo, ou seja, se a causa do problema foi bloqueada (em caso negativo,
      retorna-se à etapa de observação);


   d) atuação corretiva/ação (Act): estão a sétima e oitava estapas, onde está a
      ―padronização‖, que vai prevenir contra o reaparecimento do problema e a
      ―conclusão‖, onde é recapitulado todo o processo de solução do problema
      para melhorias no futuro.




2.8 Brainstorming




      Segundo Oliveira (1995), é um processo no qual uma equipe de melhoria se
reúne para gerar ideias, sugestões criativas, no qual é possível ultrapassar os
limites/paradigmas dos membros da equipe.
      Daychouw (2007) diz que o Brainstorming é uma das técnicas mais populares
e eficazes, sendo mais que uma técnica de dinâmica em grupo, é uma atividade
para explorar a criatividade de cada integrante do grupo envolvido. Complementa
ainda que o Brainstorming tem várias aplicações, só que as mais freqüentes são:
Desenvolvimento de novos produtos; publicidade; resolução de problemas; gestão
de projetos e processos e formação de equipes.
      O Brainstorming estimula os participantes a gerar inúmeras idéias, sem
nenhuma preocupação crítica, até que se esgotem as possibilidades.
      Para Oliveira (1995) o Brainstorming deve ser sempre medido, para a
aprimoração da sua aplicação. Cita ainda que deva ser monitorado através de
39

gráficos, através dos fatores chaves: Fluência; Flexibilidade; Originalidade;
Percepção e Impulsividade.




2.8.1 Como fazer um Brainstorming




      Segundo César (2011), o Brainstorming deve ser realizado a partir dos
seguintes passos: Definir um problema; Organizar o Brainstorming; Realizar o
Brainstorming e Analisar os resultados.
      Oliveira (1995) exemplifica os seguintes passos a serem seguidos para a
realização do Brainstorming:


   a) definir o problema: a equipe deve ser conduzida e definir claramente o
      problema a ser discutido, para não iniciar o trabalho sem dúvida de
      interpretação. (OLIVEIRA, 1995)


   b) organizar o brainstorming:


          a. brainstorming estruturado: realizado obedecendo a uma certa ordem,
             podendo ser em círculos em sentido horário ou anti-horário.
             (OLIVEIRA, 1995);
          b. brainstorming não-estruturado: permite a manifestação aleatória de
             idéias dos integrantes da equipe. (OLIVEIRA, 1995)


   c) realizar o brainstorming: a equipe deve focar na criação de idéias criativas e
      sintonizadas com o objetivo estabelecido. As idéias deverão ser registradas
      em um documento onde os participantes possam ter acesso a essas
      informações. (CÉSAR, 2011)


   d) análise dos resultados: para César (2011), este passo deve ser feito
      juntamente com a equipe, para avaliar as idéias registradas. Deve ter
40

      esclarecimentos quando necessário e identificar as idéias mais relevantes ao
      objetivo.




2.9 Coleta de dados




2.9.1 Objetivos das coletas de dados




      Segundo Werkema (2006), é de extrema importância ter bem definidos e
claros quais são os objetivos da coleta de dados, já que estes irão apresentar as
características nos quais os dados deverão apresentar.
      Conforme Kume (1993) os dados são os principais guias para as ações, pois
a partir deles aprendemos os fatos pertinentes, e tomamos providências apropriadas
baseadas em tais fatos. Portanto, antes de realizar a coleta de dados, torna-se muito
importante definir qual a finalidade e o que se pretende fazer com eles. Uma vez
definido o objetivo das coletas, os tipos de comparações são determinantes também
e que por sua vez, identifica os tipos de dados que deverão ser coletados.
      Para realizar as coletas de dados, deve-se tomar decisões relacionadas com
a qualidade. Dentre estas decisões, podem-se citar:


   a) desenvolvimento de novos produtos: para estes, conforme Werkema (2006)
      são utilizados os dados retirados em pesquisa de mercado, estes com o
      propósito de identificar para a empresa os desejos e opiniões dos clientes.
      Segundo Oliveira (1995) é um simples levantamento e identificação das
      necessidades do mercado e o que o cliente quer.


   b) inspeção: Werkema (2006) cita que estes dados são utilizados para
      simplesmente aprovar ou rejeitar um produto após a vistoria, no qual
      classificarão os produtos em conforme e não-conforme.
41

   c) controle de processos: para Oliveira (1995) é a obtenção de dados sobre os
      tipos de não-conformidade e o monitoramento dos valores que afetam o
      processo. Já Werkema (2006) aprofunda mais citando que o controle de
      processos tem por objetivo determinar se o processo é ou não capaz de
      atender as especificações estabelecidas pelos clientes, avaliar se o processo
      está ou não sob controle estatístico e quantificar a variabilidade associada a
      algum item de controle de interesse de um processo.


      Para realizar uma coleta de dados, Oliveira (1995) define os seguintes
aspectos que deverão ser seguidos para que as informações sejam confiáveis: 1º
Defina o objetivo; 2º Formule perguntas; 3º Defina a quantidade e tamanho das
amostras; 4º Defina os pontos para coletas de dados; 5º Elabore a ficha de
verificação e as instruções; 6º Determine a freqüência para coleta de dados; 7º
Escolha o coletor de dados; 8º Treine o coletor e 9º realize a coleta.




2.9.1.1 Tipos de dados




      Os dados coletados para gerenciar os processos e controlar a qualidade dos
produtos e serviços são de dois tipos:


  a) dados discretos: Segundo Werkema (2006), são dados resultantes no número
      de ocorrências de uma característica de interesse. Exemplo: números de
      arranhões em uma peça de plástico; número de acidentes ocorrido no último
      mês em uma fábrica.
      Conforme Oliveira (1995) é simplesmente representado por números inteiros.
      Exemplo: 1, 2, 3, 4,...


  b) dados contínuos: Werkema (2006) afirma que são aqueles que são medidos
      por uma escala contínua, como o diâmetro de uma peça registrado em
42

      milímetros ou centímetros. Exemplo: Temperatura de um forno; espessura de
      uma peça; tempo de entrega de um produto ao cliente.
           Conforme Oliveira (1995) é representado por números reais, podendo
      assumir todos os valores dentro de um intervalo especificado. Exemplo:
      massa, volume, tempo.




2.9.2 Folhas de verificação




      Uma das ferramentas utilizadas na qualidade é a folha de verificação, que é
uma planilha onde são armazenados dados e que o uso dela torna a coleta de
dados mais rápida e automática. O layout desta folha depende muito do uso que se
fará dela, podendo ser do método mais simples ao mais detalhado.
      Werkema (2006) define que a folha de verificação é uma ferramenta da
qualidade que é utilizada para facilitar e organizar o processo da coleta de dados, na
qual busca contribuir para aperfeiçoar a posterior análise dos dados obtidos.
      Conforme Paladini (1994, p.70), "Não existe um modelo geral para as folhas
de checagem — elas dependem de cada aplicação feita". De qualquer forma, elas
normalmente apresentam:


   a) uma data ou período em que foi feito o levantamento dos dados;
   b) artigo que está sob análise;
   c) tipo de problema que está ocorrendo;
   d) a freqüência com que o problema ocorreu, no período especificado.


      Vieira (1999) e Werkema (2006) propõem que os usos da folha de verificação
servem para:


   a) levantar a proporção de itens não-conformes;
   b) inspecionar atributos;
   c) estabelecer a localização de defeitos no produto final;
43

   d) levantar as causas dos defeitos;
   e) estudar a distribuição de uma variável;
   f) monitorar um processo de fabricação.




2.9.3 Estratificação




      A ferramenta estratificação busca e permite organizar separadamente com
critério os dados em categorias, apresentando de uma forma clara com objetivos
específicos, como por exemplo, em forma de gráficos e colunas.
      Conforme Falconi (1992) estratificar é separar os problemas em camadas de
origens diferentes. Estratificação é a análise do processo, pois é um método que vai
a busca da origem do problema. Ele cita ainda que a estratificação deve ser
conduzida de forma participativa, sendo convidadas, para a reunião, todas as
pessoas que possam colaborar na análise, através de um brainstorming, onde
realizará a coleta de dados necessária para separar as informações e distribuí-las
em um gráfico ou tabela.
      Vieira (1999) afirma que estratificação é todo o processo de dividir o todo
heterogêneo em subgrupos homogêneos, sendo uma ferramenta muito importante
no controle de qualidade, para auxiliar na coleta de dados. A estratificação deve ser
usada antes do início da coleta de dados, onde quando você desenha a folha de
verificação, já deve ter em mente a estratificação.
      Portanto, a estratificação deve fazer as análises para os pontos em que se
encontram as causas, podendo ser estratificado quantas vezes forem necessárias
até chegar à raiz do problema.
44




Figura 4: Exemplo gráfico de estratificação de dados coletados.
Fonte: Infoescola, 2011.




2.10 Diagrama de causa e efeito




       Kume (1992) cita brevemente um histórico de como foi criado o diagrama de
causa e efeito:


                         Em 1953, Kaoru Ishikawa, Professor da Universidade de Tóquio, sintetizou
                         as opiniões dos engenheiros de uma fábrica na forma de um diagrama de
                         causa e efeito, enquanto eles discutiam um problema de qualidade. Antes
                         disso, os auxiliares do Professor Ishikawa haviam empregado este método
                         para organizar os fatores nas suas atividades de pesquisa. Quando o
                         diagrama foi usado na prática, ele provou ser muito útil, e logo passou a ser
                         amplamente utilizado entre as empresas de todo o Japão.


       Segundo Oliveira (1995) o diagrama de causa e efeito permite identificar as
relações entre o efeito, que está sob investigação e suas prováveis causas.
Definindo especificamente, ‗‘é uma representação gráfica que permite a organização
das informações, possibilitando a identificação das possíveis causas de um
determinado problema ou efeito. ‘‘
       Para Werkema (2006) é uma ferramenta utilizada para sumarizar e apresentar
as possíveis causas do problema considerado, sendo um guia que ajuda na
45

identificação da causa principal do problema e para a determinação das medidas
que deverão ser adotadas.




2.10.1 Como fazer um diagrama de causa e efeito




      Para a montagem do diagrama de causa e efeito, segundo Oliveira (1995),
deve-se seguir os seguintes passos:


   a) definir o efeito/sintoma: a equipe deverá definir o problema que será
      analisado, não podendo haver nenhuma dúvida quanto a natureza do
      problema, sua extensão e implicações. Quanto mais possibilidades, mais
      chances de identificar o problema. (OLIVEIRA, 1995).


   b) devem-se identificar as possíveis causas: Diretamente sobre o diagrama,
      utilizando   a   referência   do   6M‘s   (Mão-de-obra,   Métodos,   Materiais,
      Máquinas/Equipamentos, Medições, e Meio Ambiente) e com o a realização
      do Brainstorming para realizar o preenchimento das causas secundárias.
      (VIEIRA, 1999).


   c) revisar todo o diagrama: Através deste passo, devem-se refinar as
      possibilidades encontradas para saber, através da pergunta: ‗‘Esta causa,
      realmente, provoca este efeito?‘‘ (VIEIRA, 1999).


   d) encontre a causa principal: Segundo Oliveira (1995) através de uma análise
      criteriosa, a equipe deverá buscar uma causa principal dentro do diagrama,
      com o intuito de parar o processo de ‗‘retroquestionamento‘‘.


      Conforme Werkema (2006) o diagrama de causa e efeito não tem a função de
identificar a causa fundamental do problema. O diagrama é uma ferramenta de muita
importância e deve-se utilizar dentro do giro do PDCA, para manter a organização
das possíveis causas do problema analisado.
46




Figura 5: Exemplo do Diagrama de Causa e Efeito
Fonte: Oliveira, 1995.




2.11 Fluxograma




       Conforme Oliveira (1995) o fluxograma é uma representação gráfica, através
de símbolos, das diversas etapas que compõem um determinado processo. Diz
ainda que este método dá suporte às análises dos processos,, se tornando um meio
bastante eficaz para planejar e solucionar problemas. Portanto, devido a sua
representação gráfica, ele facilita a visualização das determinadas etapas que estão
inclusos os determinados processos, identificando os possíveis pontos que merecem
atenção por parte da equipe.
       O fluxograma deve ser utilizado no ciclo de aprimoramento da qualidade,
como segue abaixo:


   a) definição de projetos: onde é feita a identificação das possíveis mudanças em
       um processo, definição de uma base de conhecimento para os integrantes da
       equipe;


   b) identificação das causas prováveis: realizada a coleta de dados para a
       geração das causas primárias, através de uma estratificação;


   c) implementações de soluções:onde é descrita as vantagens no qual serão
       obtidas com a implementação das soluções.
47

2.11.1 Símbolos para representações gráficas




       Para Oliveira (1995) existem vários símbolos para a representação do
fluxograma, no qual servem para a substituição das longas escritas verbais,
permitindo que tenha uma visão geral da natureza e extensão do processo.




Figura 6: Símbolos de representação do Fluxograma.
Fonte: O mundo da computação, 2011.
48

2.12 Planos de ação: 5W1H




      Segundo César (2011), o 5W1H é um documento de forma organizada no
qual determina as responsabilidades e ações que cada um deverá executar, através
dos questionamentos, para orientar as ações que deverão ser tomadas.
      Para Oliveira (1995, p.113) ‗‘5W1H deverá ser estruturado para permitir uma
rápida identificação dos elementos necessários para a implantação do projeto‘‘. Os
elementos que compõe este plano de ação são:


   a) what (o que) – o que será feito (etapas);
   b) why (por que) – por que deve ser executada a tarefa (justificativa);
   c) where (onde) – onde cada etapa será executada (local);
   d) when (quando) – quando cada uma das tarefas deverá ser executada
      (tempo);
   e) who (quem) – quem realizará as tarefas (responsabilidade);
   f) how (como) – como deverá ser realizada cada tarefa/etapa (método).


   Ainda conforme César (2011), esta ferramenta deverá ser utilizada quando:


   a) referenciar as decisões de cada etapa no desenvolvimento do trabalho;
   b) identificar as ações e responsabilidades de cada um na execução das
      atividades;
   c) planejar as diversas ações que serão desenvolvidas no decorrer do trabalho.




2.12.1 Como fazer um 5W1H




      Conforme Oliveira (1995), como esta ferramenta tem muita relação com o
brainstorming, o grupo deverá ser reunido e cada integrante dar idéia e opiniões
para a construção de um 5W1H. Para isso, devem-se seguir os seguintes passos:
49

   a) construir uma tabela com os elementos que compões este plano de ação;
   b) fazer questionamento em cima de cada item;
   c) anotar as questões consideradas importantes de sua atividade.




Figura 7: Modelo de representação de estruturação da ferramenta 5W1H.
Fonte: Qualidade Online, 2011.
50

3    METODOLOGIA




        Para a realização deste trabalho, foram realizadas diversas atividades, tais
como:

    a) Leituras e pesquisas em livros com referências na área;
    b) Pesquisas vias internet, de forma a acrescentar informações coerentes ao
       trabalho;
    c) Utilização do método PDCA, das ferramentas de qualidade Diagrama de
       Ishikawa (Causa e Efeito), Estratificação, Fluxograma, Folha de Verificação,
       Plano de Ação (5W1H), Cronograma de Monitoramento, Microsoft Excel;
    d) Consultas ao orientador e professores da área técnica;
    e) Orientações de engenheiros responsáveis pela área onde foi realizada a
       pesquisa-ação.

     Este trabalho está basicamente estruturado em sete partes, a fim de
desenvolver melhor a pesquisa-ação:

    a) Identificação do gargalo na linha de produção;
    b) Observação do problema;
    c) Análise do problema para adotar as medidas necessárias de redução de
       gargalo;
    d) Plano de ação, onde é utilizada a ferramenta 5W1H para organizar as
       medidas a serem aplicadas;
    e) Ação/Execução, onde é colocado o plano de ação em prática para a captação
       dos resultados;
    f) Verificação, para comprovar a melhora no fluxo e na quantidade de produtos
       reoperados ao final de cada turno de trabalho;
    g) Padronização, para avaliar todos os dias através de apontamentos de
       defeitos e produção, se houve algum desvio quanto à meta proposta.
51

4.   PESQUISA-AÇÃO


4.1 Caracterização e descrição do problema




       A presente pesquisa-ação foi realizada na Linha 10 da Fábrica 2 na empresa
Whirlpool S/A, unidade eletrodomésticos Joinville, área de produção e reoperação
de purificadores de água Ecohouse, conforme figura 8




Figura 8: Purificador de água Ecohouse.
Fonte: Primária, 2011.




       Um problema muito comum encontrado na maioria da empresas é o gargalo,
causado por falhas no processo, algumas vezes por falha humana, outras por
determinado item dos produtos fabricados que geram consertos e também por falta
de balanceamento no fluxo de produção.
       Neste caso, o gargalo gerado nesta área produção e reoperação da Whirlpool
é a falha da bomba de pressurização – conforme figura 9 –, item que compõe o
purificador de água. Este item gera gargalo no teste de vazão dos purificadores,
teste esse feito para avaliar o desempenho do produto e inspecioná-lo para detectar
52

qualquer tipo de defeito que possa ocorrer, no qual podem ser vários tipos, mas o
que mais gera atraso de produção é o vazamento da bomba de pressurização.




Figura 9: Bomba de pressurização utilizada nos purificadores de água.
Fonte: Primária, 2011.




4.2 Caracterização do processo de reoperação dos purificadores




       Na Linha 10 da Fábrica 2, são produzidos e reoperados purificadores de água
Ecohouse, no qual a Whirlpool produz purificadores novos e os aluga para pessoas
físicas e jurídicas, fazendo um contrato de acordo com o interessado por
determinado tempo, em dados mais específicos, de no mínimo 3 meses.
       Ao término do contrato com o cliente, este opta por continuar ou não com o
produto em sua residência ou empresa. Quando este encerra o contrato e não
pretende mais continuar com o produto, ele retorna para a Whirlpool, que analisa a
quantidade de produtos existentes na logística e encaminha os dados para a área de
PCP, no qual determina a quantidade de purificadores que deverão ser enviados a
área de reoperação na empresa, conforme figura 10.
53




                                                    PT6
                                                                     PT8


                                              PT5
                                                                    PT7
                                  PT4

                                                 PT3
                                                                    PT9


                                    PT2


              PT1




Figura 10: Layout de produção dos purificadores de água Ecohouse.
Fonte: Arquivos da organização, 2011.




       Quando estes purificadores chegam à área de reoperação, eles são
totalmente desmontados no posto de trabalho 1 (PT1), retirando deles peças que
não serão mais aproveitadas (conexões, tubos, redes elétricas, painel, cobertura) e
as peças reaproveitadas (bombas de pressurização e transformadores).
       No posto de trabalho 2 (PT2), é feito a troca de unidade, que é a substituição
de carcaça do produto, pois alguns produtos alugados, retornam com as carcaças
oxidadas, amassadas, entre outros tipos de defeitos. Após essa substituição, o
produto é encaminhado para o posto de trabalho 3 (PT3), onde é feito a colocação
das novas redes elétricas e a montagem da grade de proteção do condensador.
       No posto de trabalho 4 (PT4), são feitos os testes elétricos, para a segurança
do cliente e do próprio operador, e o teste de vazamento de gás do compressor,
para ter a garantia de que o produto está em condições de uso.
54

        Após esses testes, o produto é encaminhado para o posto de trabalho 5
(PT5), no qual 4 montadoras realizam individualmente a montagem restante do
produto, que é a fixação da bomba de pressurização, do transformador, do conjunto
solenóide, do filtro purificador e do painel frontal, onde ficam o botão de liga/desliga
e da saída de água de produto.
        Depois de realizada essa montagem, o produto vai para o teste de vazão no
posto de trabalho 6 (PT6), onde é realizado o teste em 1 minuto, de 5 produtos
simultaneamente, sendo inspecionado pela controle de testes para a detecção dos
defeitos, podendo ser de vários tipos, como vazamento na conexão, vazamento de
mangueira, válvula mix com quebrada, solenóide com defeito e bomba com
vazamento, item este que mais gera defeito e atraso de produção. Neste teste
também é feito o controle de vazão de água, que deve, neste 1 minuto, ficar entre 2
litros e 3 litros de água.
        Depois de realizado o teste de vazão do produto, este é encaminhado para o
controle de potência dos purificadores no posto de trabalho 7 (PT7), teste este
controlado por um aparelho para verificar se a potência, tanto do compressor,
quanto do transformador e bomba estão dentro do limite desejado permitido.
        Concluído o teste, o produto passa para o posto de trabalho 8 (PT8), onde é
realizado o fechamento da cobertura e fixação do botão na conexão de mistura da
água.
        Depois de realizado este processo, o produto vai para a embalagem no posto
de trabalho 9 (PT9), onde um operador de produção manuseia uma talha de sucção
para realizar a embalagem do produto, e depois é encaminhado para o setor de
logística.




4.2.1 Ganhos esperados na melhoria contínua




        Foram previstos uma eliminação dos consertos gerados por vazamentos de
bombas no processo. Através da aplicação do método PDCA/MASP foram previstos
também ganhos tangíveis, devido à eliminação dos defeitos em campo gerados por
55

bombas de pressurização. Previam-se ainda que, através desta melhoria feita na
linha de produção, ganhos intangíveis, como o aumento do grau de satisfação dos
clientes internos e externos; eliminação de consertos na linha de reoperação;
aumento na quantidade de produtos reoperados ao final de cada turno de trabalho e
melhoria na qualidade do produto, evitando trocas em campo.




4.3 Planejamento e implementação do PDCA/MASP




     Esta pesquisa-ação foi desenvolvida através do método PDCA/MASP. A tabela
1 representa graficamente o cronograma de monitoramento do processo, através do
PDCA de soluções e problemas em oito etapas.




Tabela 1: Cronograma proposto do monitoramento do processo.


          ANO                          2010                                2011
                                                 Nov

                                                       Dez
                               Ago




                                                                         Mar
                                                                   Fev
                                           Out




                                                             Jan




                                                                                           Jun
                                                                                     Mai
                                                                               Abr
                                     Set
                         Jul




         FASE

Identificação do         X
problema
Obs. do Problema         X     X     X     X     X     X     X     X
Análise do Problema                              X     X     X     X     X
Plano de Ação                                                X     X     X     X
Ação                                                               X     X     X     X     X
Verificação                                                        X     X     X     X     X
Padronização                                                             X     X     X     X
Conclusão                                                                                  X
Fonte: Primária, 2011.




       Este cronograma teve por objetivo dar prazos e organizar o monitoramento,
para a realização de cada etapa do processo na sua devida ordem, para não haver
nenhum tipo de desvio de rotina, fazendo com que a coleta de dados, muito utilizada
nesse processo, fosse feita adequadamente.
56

4.3.2 Identificação do Problema




       Após um levantamento do número de consertos ao final de cada turno de
trabalho, identificou-se que o posto de trabalho 6 (PT6), teste de vazão – conforme
figura 11 –, era o gargalo do processo de reoperação.




Figura 11: Posto de teste de vazão dos purificadores em reoperação.
Fonte: Primária, 2011.




        A figura 11 mostra como é o posto do teste de vazão. Nele é realizado o teste
em cinco produtos simultaneamente e durante o teste ele é inspecionado pela
pessoa responsável pelo controle de testes, para ver se há algum defeito no
produto, se ao final do teste ele atingiu a marca de 2 litros a 3 litros de vazão de
água, entre outras especificações. Caso não ocorreu nenhum defeito, este é
aprovado e encaminhado ao posto de teste de potência.
       Neste teste se concentra o maior número de defeitos, em torno de 76% do
total, registrado em uma planilha de IQL – conforme tabela 2 – para identificação dos
tipos de defeitos. Estes consertos no teste de vazão geram um atraso muito
57

significativo em termos de produção, fazendo com que ao final do turno de trabalho
o grupo não alcance a meta de entrega da produção de produtos reoperados.




Tabela 2: Planilha de registro dos lançamentos de defeitos (exemplo).


Data       Hora     Código do Produto        Código do Defeito Descrição do Defeito
20/09/2010 05h15min BPA50ABAN2RF4027307RJ       004037A00      Bomba com vazamento
20/09/2010 06h29min BPA50ABAN2RA6047317RJ       004037A00      Bomba com vazamento
20/09/2010 06h51min BPA50ABAN2RI4036060RI       004037A00      Bomba com vazamento
20/09/2010 08h40min BPA50ABAN2RD4023185RH       004037A00      Bomba com vazamento
20/09/2010 09h07min BPA50ABAN2RA6047505RI       004037A00      Bomba com vazamento
20/09/2010 10h47min BPA50ABAN2RB8691934RV       004037A00      Bomba com vazamento
20/09/2010 11h21min BPA50ABAN2RE6069539RX       004037A00      Bomba com vazamento
Fonte: Arquivos da organização, 2011.




       A tabela 2 é um modelo que exemplifica a planilha onde são lançados os itens
de defeitos identificados no teste de vazão do produto e que vão ao posto de
conserto e através dela é possível mensurar a quantidade de defeitos por item de
defeito. Neste exemplo está uma amostra de como é identificado e registrado o item
na planilha, para melhor identificação do produto que foi ao posto de conserto, onde
é registrado o código do produto com o defeito encontrado nele e o horário em que
ocorreu este defeito.




4.3.2 Observação do problema




       A partir da realização de um fluxograma, conforme figura 12, pode-se
identificar qual era o item que mais gerava defeito, fazendo com que atrasasse o
fluxo de produção na reoperação dos purificadores.
58




Figura 12: Fluxograma de identificação do gargalo no processo.
Fonte: Primária, 2011.




       O fluxograma da figura 12 representa de uma forma simples, mas objetiva, de
como foi a identificação de qual item estava ajudando a gerar o gargalo no teste de
vazão dos produtos. Primeiro notou-se, através das observações feitas, que a maior
quantidade de defeitos saía deste posto de trabalho e então foi feito o
acompanhamento para detectar qual o problema que estava ocorrendo. A partir de
uma observação mais detalhada, quanto ao tipo de defeito que mais ocorriam,
detectou-se então que uma grande quantidade de bombas com vazamento era
identificada neste posto de trabalho. Foi então que se começou a realizar a coleta de
59

dados para o dimensionamento das ocorrências de vazamento de bombas de
purificação.
                                 No período de julho de 2010 a fevereiro de 2011, deu-se início a mensuração
da quantidade de defeitos que ocorriam no teste de vazão – conforme tabelas 3 e 4
e gráficos 1 e 2 –, com a identificação de cada um na planilha de IQL, a qual esta
planilha relata o tipo de defeito, a data e o horário que ocorreu e o produto com
defeito, para separar os tipos e determinar qual que gera mais atraso na produção.




Tabela 3: Apontamento da Produção e Consertos de Julho/2010.




                                                                                                                                         10º Dia

                                                                                                                                                    11º Dia

                                                                                                                                                              12º Dia

                                                                                                                                                                          TOTAL
                                                      1º Dia

                                                                2º Dia

                                                                         3º Dia

                                                                                  4º Dia

                                                                                           5º Dia

                                                                                                    6º Dia

                                                                                                             7º Dia

                                                                                                                      8º Dia

                                                                                                                               9º Dia
                                 Produto Ecohouse
  JULHO 2010




                                 Produção nominal    130       130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 1560

                                 Produção real       89        95        82       90       98       85       80       90       88       94         100        97        1088

                                 Total de defeitos   45        41        47       43       36       48       53       45       48       45         40         42        533

                                 Defeitos de bomba   12        13        12       11       9        13       14       11       12       12         10         11        140
Fonte: Primária, 2011.




                                 130
                                 120
                                 110
           Produção (produtos)




                                 100
                                  90
                                  80
                                  70
                                                                                                                                        Produção nominal
                                  60
                                  50                                                                                                    Produção real
                                  40                                                                                                    Total de defeitos
                                  30
                                  20                                                                                                    Defeitos de bomba
                                  10
                                   0



                                                                     Dias


Gráfico 1: Apontamento da produção e defeitos de bombas de Julho/2010 a Fevereiro/2011
Fonte: Primária, 2011.
60

Tabela 4: Apontamento da Produção e Consertos de Julho/2010 a Fevereiro/2011.




                                                           AGO




                                                                                                                 Total
                                                                                NOV
                                                                         OUT




                                                                                       DEZ




                                                                                                      FEV
                                                                  SET




                                                                                               JAN
                                                  JUL
       PRODUTO ECOHOUSE

Produção Nominal                                1560      1560   1560   1560   1560   1560   1560    1560 12480

Produção real                                   1088      1160   1200   1100   1210   1050   1100    1190    9098

Total de defeitos                               533       541    550    530    500    570    520     538     4282

Defeitos de bomba                               140       148    150    160    124    141    125     126     1114

% Defeitos de bomba                             26%       27%    27%    30%    25%    25%    24%     23%     26%
Fonte: Primária, 2011.




                          1600
                          1400
    Produção (produtos)




                          1200
                          1000
                           800                                                               Produção Nominal
                           600                                                               Produção real
                           400                                                               Total de defeitos
                                                                                             Defeitos de bomba
                           200
                             0




                                                        Meses

Gráfico 2: Apontamento da produção e defeitos de bombas de Julho/2010 a Fevereiro/2011
Fonte: Primária, 2011.




                          Esta mensuração foi feita em 12 dias de trabalho de um total de 22 por mês,
pois esta linha de produção é balanceada por 12 dias de reoperação e 10 dias de
produção (montagem de produtos novos). Constatou-se então, que o item que
gerava o maior número de consertos era o vazamento de bombas, que representava
26% do total dos consertos, conforme tabelas 3 e 4.
61

                           Com essa quantidade de defeitos mensurada e divida por item, pode-se ter
uma noção exata de qual era o item que com maior freqüência gera defeitos no
processo, conforme gráfico 3.
      Defeitos no conserto (%)




                                 30%   26%
                                 25%
                                 20%                           16%    15%   14%
                                 15%                    10%
                                             7%                                    3%    8%
                                 10%
                                                  2%
                                  5%
                                  0%




                                                              Peças


Gráfico 3: Percentual de defeitos no conserto.
Fonte: Arquivos da organização, 2011.




                           Estes itens, mostrados no gráfico 3, são de comuns defeitos no processo de
reoperação dos purificadores vindo de campo, mas como visto o que tem mais
freqüência é a bomba com vazamento, com 26% em cima do total de defeitos.
                           Em seguida, foi elaborado um levantamento de custos que incidem na troca
em campo de bombas com defeito, em que todas as OS‘s (ordens de serviços)
geradas por este incidente acarretam em uma despesa desnecessária para a
empresa, pois este defeito ocorre também tanto na área de reoperação quanto na
casa do cliente e, com a abertura da OS, uma empresa terceirizada é contratada
para realizar a substituição da bomba de pressurização com defeito. A quantidade
de OS‘s foi informada pelo responsável pelo IRC (Índice de Reclamação de campo),
onde foi coletada a média de trocas nos meses de janeiro de 2010 a dezembro de
2010, como mostra a tabela 5.
Aplicação do Método PDCA/MASP para Identificação de Gargalo no Processo de Reoperação de Purificadores na Linha 10 Fábrica 2 na Empresa Whirlpool S/A
Aplicação do Método PDCA/MASP para Identificação de Gargalo no Processo de Reoperação de Purificadores na Linha 10 Fábrica 2 na Empresa Whirlpool S/A
Aplicação do Método PDCA/MASP para Identificação de Gargalo no Processo de Reoperação de Purificadores na Linha 10 Fábrica 2 na Empresa Whirlpool S/A
Aplicação do Método PDCA/MASP para Identificação de Gargalo no Processo de Reoperação de Purificadores na Linha 10 Fábrica 2 na Empresa Whirlpool S/A
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Aplicação do Método PDCA/MASP para Identificação de Gargalo no Processo de Reoperação de Purificadores na Linha 10 Fábrica 2 na Empresa Whirlpool S/A

  • 1. 1 UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE - UNIVILLE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA APLICAÇÃO DO MÉTODO PDCA/MASP PARA IDENTIFICAÇÃO DE GARGALO NO PROCESSO DE REOPERAÇÃO DE PURIFICADORES NA LINHA 10 FÁBRICA 2 NA EMPRESA WHIRLPOOL S/A DIEGO TAMANINI Joinville – SC 2011
  • 2. 2 DIEGO TAMANINI APLICAÇÃO DO MÉTODO PDCA/MASP PARA IDENTIFICAÇÃO DE GARGALO NO PROCESSO DE REOPERAÇÃO DE PURIFICADORES NA LINHA 10 FÁBRICA 2 NA EMPRESA WHIRLPOOL S/A Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia de Produção Mecânica da Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, como requisito parcial para obtenção do Grau Bacharel em Engenharia de Produção Mecânica, sob a orientação do Professor Renato Cristofolini. Joinville – SC 2011
  • 3. 3
  • 4. 4 Dedicatória Dedico primeiramente este trabalho a Deus que foi fundamental para me ajudar na realização deste trabalho. Dedico também para minha família, principalmente aos meus pais, Vilmar Vicente Tamanini e Jane Carla Zaltran Tamanini e meu irmão Bruno Tamanini que incansavelmente estiveram do meu lado, dando-me a educação e todo o apoio necessário para que hoje eu possa dizer o quanto eles são importantes na minha vida.
  • 5. 5 Agradecimentos Agradeço primeiramente ao Professor Renato Cristofolini pelo apoio e orientações necessárias, dedicando seus momentos de folga para auxiliar no desenvolvimento deste trabalho. Aos meus amigos que sempre estiveram ao meu lado nos principais momentos da minha vida, dando-me o total apoio para que eu não desistisse do meu objetivo. A eles, o meu muito obrigado! Agradeço também a empresa Whirlpool S/A pela oportunidade de desenvolver este trabalho.
  • 6. 6 ‗‘Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmos‘‘ Friedrich Nietzsche
  • 7. 7 RESUMO O presente trabalho apresenta a realização da pesquisa-ação feita na linha de purificadores Ecohouse para a redução de gargalo no processo de reoperação na empresa Whirlpool S/A eletrodomésticos. É evidente que em todas as empresas existem gargalos nos processos, denominado tecnicamente de restrições no sistema. Neste tipo de processo ocorrem muitos consertos gerados por defeitos de componentes, então se fez necessário realizar uma pesquisa utilizando a ferramenta de qualidade PDCA/MASP com o auxílio do diagrama de causa e efeito, fluxograma, de estratificação de dados, coleta de dados, plano de ação (5W1H), folha de verificação, cronograma de acompanhamento e o software Excel, para auxiliar e identificar onde era o gargalo no processo e qual item que mais influenciava no atraso, para assim serem analisadas as causas principais para a atuação em cima do item e eliminação do mesmo. Com a eliminação deste item que gerava o gargalo, foi notável o aumento da produção de produtos reoperados, da qualidade percebida pelo cliente e no próprio processo. Então, através da aplicação do PDCA/MASP, foi possível uma eliminação de 26% dos defeitos gerados por vazamentos de bombas de pressurização no processo de reoperação, conseguindo assim um aumento de 21,5% na produção diária, uma redução de 26,7% de defeitos no posto caracterizado como gargalo e uma redução de despesas anual próximo à R$ 21.000,00, caracterizado pelas despesas de trocas de bombas com vazamentos feitas em campo. Palavras-chave: Restrições, Qualidade, PDCA/MASP.
  • 8. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Vista aérea Whirlpool – Unidade Eletrodomésticos – Jlle/SC. ................... 18 Figura 2: Fluxo e distribuição dos tempos em cada estação de trabalho. ................. 23 Figura 3: Método PDCA de gerenciamento de processos ........................................ 36 Figura 4: Exemplo gráfico de estratificação de dados coletados............................... 43 Figura 5: Exemplo do Diagrama de Causa e Efeito .................................................. 45 Figura 6: Símbolos de representação do Fluxograma ............................................... 46 Figura 7: Modelo de representação de estruturação da ferramenta 5W1H ............... 48 Figura 8: Purificador de água Ecohouse ................................................................... 50 Figura 9: Bomba de pressurização utilizada nos purificadores de água. .................. 51 Figura 10: Layout de produção dos purificadores de água Ecohouse....................... 52 Figura 11: Posto de teste de vazão dos purificadores em reoperação...................... 55 Figura 12: Fluxograma de identificação do gargalo no processo. ............................. 57 Figura 13: Diagrama de causa e efeito com a representação do brainstorming realizado. ................................................................................................................... 62
  • 9. 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Cronograma proposto do monitoramento do processo ............................. 54 Tabela 2: Planilha de registro dos lançamentos de defeitos (exemplo). ................... 56 Tabela 3: Apontamento da Produção e Consertos.................................................... 58 Tabela 4: Apontamento da Produção e Consertos de Julho/2010 a Fevereiro/2011.59 Tabela 5: Quantidade de trocas de bombas em campo por mês em 2010. .............. 61 Tabela 6: Aplicação da ferramenta de qualidade 5W1H para o Plano de Ação. ....... 63 Tabela 7: Folha de verificação da produção e defeitos ............................................. 65 Tabela 8: Custos de trocas das bombas de pressurização em campo (base 2010) . 69
  • 10. 10 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Apontamento da produção e defeitos de bombas de Julho/2010 a Fevereiro/2011 .......................................................................................................... 58 Gráfico 2: Apontamento da produção e defeitos de bombas de Julho/2010 a Fevereiro/2011 .......................................................................................................... 59 Gráfico 3: Percentual de defeitos no conserto........................................................... 60 Gráfico 4: Trocas de bombas em campo realizada em 2010 .................................... 61 Gráfico 5: Comparação da média de purificadores reoperados por dia de julho de 2010 a julho de 2011 ................................................................................................. 66 Gráfico 6: Mensuração de produtos reoperados por dia no mês de julho de 2010 ... 68 Gráfico 7: Mensuração de produtos reoperados por dia no mês de julho de 2011 ... 68
  • 11. 11 LISTA DE ABREVIATURAS/SIGLAS SGI – Sistema de Gestão Integrado BVQI – Bureau Veritas Quality Institute TOC – Theory of Contraints (Teoria das Restrições) PAC – Processo de Aprimoramento Contínuo PCP – Planejamento e Controle de Produção PDCA – Plan (planejar), Do (executar), Check (checar), Act (Ação) MASP – Metodologia de Análise e Soluções de Problemas 6M‘s – Medição, Mão-de-obra, Métodos, Meio Ambiente, Materiais, Máquinas 5W1H – What (o que), Where (onde), When (quando), Why (porque), Who (quem), How (como) PT – Posto de Trabalho IQL – Índice de Qualidade de Linha OS‘s – Ordens de Serviços IRC – Índice de Reclamação de Campo
  • 12. 12 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. 07 LISTA DE TABELAS ................................................................................................ 08 LISTA DE GRÁFICOS .............................................................................................. 09 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................... 10 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13 1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ..................................................................... 15 1.1 Apresentação da concedente .............................................................................. 15 1.2 Unidades de eletrodomésticos da Whirlpool no Brasil - Joinville......................... 17 1.3 Unidade fabril de Joinville.................................................................................... 17 2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 19 2.1 Teoria das restrições ........................................................................................... 19 2.1.1 Princípios de otimização da TOC ..................................................................... 20 2.1.2 Restrições de capacidade ................................................................................ 23 2.1.3 Cinco passos para a gestão de um sistema produtivo ..................................... 24 2.2 Qualidade ............................................................................................................ 25 2.2.1 Definições de qualidade ................................................................................... 25 2.2.2 Elementos da qualidade de um produto ........................................................... 28 2.3 Gerando qualidade no processo ......................................................................... 29 2.3.1 A função qualidade ........................................................................................... 29 2.4 Qualidade total no processo ................................................................................ 30 2.5 Controle dos defeitos .......................................................................................... 32 2.6 Características gerais da ferramenta PDCA........................................................ 33 2.6.1 Métodos de utilização ....................................................................................... 34 2.6.2 Planejamento (Plan) ......................................................................................... 34 2.6.3 Execução/Fazer (Do)........................................................................................ 35 2.6.4 Verificação/Checar (Check).............................................................................. 35 2.6.5 Atuação corretiva/Ação (Act) ........................................................................... 35 2.7 PDCA de soluções de problemas: MASP............................................................ 36 2.8 Brainstorming ...................................................................................................... 37
  • 13. 13 2.8.1 Como fazer um brainstorming .......................................................................... 38 2.9 Coleta de dados .................................................................................................. 39 2.9.1 Objetivos da coleta de dados ........................................................................... 39 2.9.1.1 Tipos de dados .............................................................................................. 40 2.9.2 Folha de verificação ......................................................................................... 41 2.9.3 Estratificação .................................................................................................... 42 2.10 Diagrama de causa e efeito............................................................................... 43 2.10.1 Como fazer um diagrama de causa e efeito ................................................... 44 2.11 Fluxograma ....................................................................................................... 45 2.11.1 Símbolos e representações gráficas .............................................................. 46 2.12 Plano de ação: 5W1H........................................................................................ 47 2.12.1 Como fazer um plano de ação ....................................................................... 47 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 49 4 PESQUISA AÇÃO ................................................................................................. 50 4.1 Caracterização e descrição do problema ............................................................ 50 4.2 Caracterização do processo de reoperação dos purificadores............................ 51 4.2.1 Ganhos esperados na melhoria contínua ......................................................... 53 4.3 Planejamento e implementação do PDCA/MASP ............................................... 54 4.3.1 Identificação do problema ................................................................................ 55 4.3.2 Observação do problema ................................................................................. 56 4.3.3 Análise do problema ......................................................................................... 62 4.3.4 Elaboração do plano de ação ........................................................................... 63 4.3.5 Ação/Execução do plano de ação (5W1H) ....................................................... 64 4.3.6 Verificação........................................................................................................ 64 4.3.7 Padronização ................................................................................................... 66 4.4 Resultados e discussões ..................................................................................... 67 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 71 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 73
  • 14. 14 INTRODUÇÃO O presente trabalho de conclusão de curso tem o intuito de apresentar as atividades da análise de melhoria para a redução de gargalo (restrições) na linha de purificadores de água, pesquisa feita na empresa Whirlpool S/A, em Joinville-SC, no período de julho de 2010 a junho de 2011. O objetivo principal deste trabalho é a redução de gargalo na linha de reoperação de purificadores de água Ecohouse para o aumento de produção de produtos reoperados ao final de cada turno de trabalho. A partir das observações feitas nesta linha, encontram-se resultados de que o maior gargalo no processo se encontra no teste de vazão dos purificadores, onde ocorrem muitos defeitos de vazamentos em peças como conexões, mangueiras, bombas de pressurização, entre outros itens, fazendo com que estes produtos sejam encaminhados ao conserto, gerando atraso no fluxo de produção. No capítulo 1, descreve-se a empresa no qual foi realizada esta pesquisa- ação, as suas unidades nacionais e a sua história. No capítulo 2, faz-se uma abordagem sobre a Teoria das Restrições, exemplificando e denominando os tipos de restrições que existem em um processo, tanto de fabricação quanto de montagem de um produto, a Qualidade, focada principalmente no cliente, mas que também é necessária dentro de um processo e o PDCA, com o auxílio do MASP para solução de problemas. Concluindo a parte teórica, apresenta-se também as ferramentas de qualidade que são as técnicas de tratamento de informações necessárias para a coleta de dados e solução dos problemas. No capítulo 3, menciona-se a metodologia aplicada para a presente pesquisa, como as atividades desenvolvidas utilizando as ferramentas da qualidade, as estratégias, em geral, o passo a passo de como foi estruturado o trabalho. Apresentam-se também a estruturação, feito em sete partes, para uma melhor identificação do item que gera atraso no fluxo do processo de reoperação. No capítulo 4, apresenta-se todo o processo para verificação e solução do problema com a aplicação do método PDCA com o auxílio do MASP, utilizando as
  • 15. 15 ferramentas necessárias para a identificação e solução do problema. A aplicação deste método foi necessária a partir da constatação do problema apresentado na linha de reoperação de purificadores: o atraso na entrega da produção diária de purificadores reoperados, devido as restrições que ocorrem no processo. Neste mesmo capítulo, apresentam-se as coletas de dados no processo para a identificação do problema, através de observações, análises, dos planos de ação e as medidas de ação tomadas para a eliminação do item gargalo no processo de reoperação dos purificadores. Por fim, apresenta-se os resultados obtidos de redução de consertos no processo e na troca de bombas de pressurização em campo, gerando também uma redução de custos quanto à eliminação destas trocas.
  • 16. 16 1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA A Whirlpool Corporation foi lançada pela primeira vez em uma lavadora de roupas, em 1906, ao longo dos anos se transformou na marca de eletrodomésticos mais bem-sucedida e de maior venda do mundo. Com sede em Michigan, nos Estados Unidos, e atuação nos mercados da América do Norte, América Latina, Europa e Ásia, a Whirlpool Corporation é líder mundial em eletrodomésticos. A companhia, fundada em 1911, emprega hoje cerca de 68 mil pessoas e suas unidades fabris estão instaladas em 13 países, comercializando produtos em mais de 170 países. Além da marca global Whirlpool, a empresa detém outras marcas líderes como KitchenAid, Roper, Bauknecht, Ignis, Brastemp e Consul. Em todos os mercados, a Whirlpool fabrica e comercializa a linha completa de utensílios domésticos: lavadora e secadora de roupas, refrigerador, freezer, lava- louças, fogão, depurador de ar, purificador de água, frigobar, condicionador de ar, microondas e eletro portáteis, como liquidificador, batedeira e processador de alimentos. Hoje, o negócio de eletrodomésticos da Whirlpool Corporation está no topo do ranking mundial em termos de volume, comercializando seus produtos em mais de 170 países. 1.1 Apresentações da concedente A Multibrás foi criada em maio de 1994, como resultado da fusão e integração da Brastemp, Consul e Semer, empresas do grupo Brasmotor, a Multibrás S.A. Na década de 60, ao começar a produzir lavadoras, fogões e condicionadores de ar, a Brasmotor já tinha um acordo firmado com a Whirlpool Corporation e a Sears Roebuck, para assegurar assistência técnica. Em 1997, a Multibrás adquire a Whirlpool Argentina. No mesmo ano, a parceria entre a Brasmotor e a Whirlpool Corporation avança mais um passo,
  • 17. 17 quando a Whirlpool passa a ser a acionista majoritária da Brasmotor S.A., fortalecendo a posição das duas empresas no mercado global. Em 1998, a Multibrás assume as operações da Philips no Chile, constituindo a Whirlpool. Em janeiro de 2000, em leilão público na Bolsa de Valores de São Paulo, a Whirlpool adquire as ações da Multibrás S.A. Eletrodomésticos e da Brasmotor S.A., passando a deter quase 95% do capital das duas empresas. Hoje a Multibrás S.A. Eletrodomésticos é uma subsidiária da Whirlpool Corporation. Ela é a única empresa do Brasil que fabrica, com as marcas Brastemp e Consul, todos os produtos de linha branca: refrigeradores, freezers horizontais e verticais, fogões, lavadoras de roupa, secadoras, lava-louças, fornos de microondas, condicionadores e depuradores de ar. Com a marca Brastemp oferece também eletrodomésticos portáteis como: batedeiras, cafeteiras, liquidificadores e multiprocessadores. Atua em patamares internacionais de qualidade e de produtividade, de acordo com as exigências do mercado global. A empresa emprega, hoje, cerca de nove mil pessoas em suas unidades localizadas em São Paulo; Rio Claro, interior de São Paulo; Joinville, no estado de Santa Catarina; Manaus, no estado do Amazonas; La Tablada, na Argentina; e Santiago, no Chile. Desde 1995, todas as unidades são certificadas de acordo com o padrão internacional ISO 9000, atestando a qualidade de seus produtos e serviços. Além do mercado brasileiro, a Multibrás atende aos mercados de 70 países em cinco continentes. Em novembro de 2003, o SGI (sistema de gestão integrado) da Multibrás foi certificado pela BVQI do Brasil (Bureau Veritas Quality Institute). A Multibrás AS Eletrodomésticos adquiriu os certificados em conformidade com as normas ISO 9001/2000 (Gestão da qualidade), ISO 14001/1996 (Gestão ambiental) e OHSAS 18001/1999 (Gestão de saúde e segurança), reunindo, desta forma, projeto, desenvolvimento, fabricação, venda e serviço associado de refrigeradores e freezers, e também montagem de secadoras.
  • 18. 18 1.2 Unidades de Eletrodomésticos da Whirlpool no Brasil - Joinville A Unidade Joinville nasceu num galpão de 680m², local onde foi fundada a Indústria de Refrigeração Consul S.A., em 1950. Mais tarde, o espaço ficou conhecido como ―Fábrica I‖. Entre 1960 e 1969, a Consul saltou do sexto para o primeiro lugar no ranking nacional de marcas de refrigeradores. Para acompanhar esse crescimento foi construída uma nova Fábrica. Em 1976, a marca Consul foi incorporada pelo Grupo Brasmotor e em 1993 recebeu uma nova e moderna planta industrial, a ―Fábrica III‖. A Unidade Joinville responde por 60% da produção da Multibrás. É a maior indústria de produtos de refrigeração da América Latina e abriga os Centros de Tecnologia de Refrigeração, de Cocção e parte do Centro de Tecnologia de Condicionadores de Ar. Produz refrigeradores, freezers (horizontais e verticais), além de secadoras. 1.3 Unidade Fabril de Joinville A unidade de Joinville é a maior manufatura de refrigeradores do mundo, sendo responsável por 60% da produção de eletrodomésticos da Whirlpool Brasil. Além da produção de refrigeradores, freezers e secadoras localizam-se nesta planta os centros de tecnologia de refrigeração, cocção e parte do de condicionadores de ar. A seguir na figura 1 segue uma foto da unidade fabril com a localização de suas principais áreas.
  • 19. 19 Figura 1: Vista aérea Whirlpool – Unidade Eletrodomésticos – Jlle/SC. Fonte: Wikimapia, 2011.
  • 20. 20 2. REVISÃO DA LITERATURA Este capítulo tem como função apresentar a fundamentação teoria referente à capacidade de produção e as suas restrições de um posto de trabalho em uma linha de produção, dando uma visão ampla dos conceitos que serão abordados, no qual deverão estar bem esclarecidos para que se possam absorver conhecimentos das propostas deste trabalho. Estes conceitos irão proporcionar ao leitor uma visão geral sobre a redução de restrições e ganho de capacidade em um posto de teste dos produtos na linha de produção. 2.1 Teoria das Restrições Corrêa e Gianese (1996) citam que esse sistema, a Teoria das Restrições (Theory of Contraints – TOC), é um sistema desenvolvido, na década de 80, por Eliyahu Goldratt, que através do pedido de ajuda de um amigo para resolver um problema específico de produção, no qual direcionou seus estudos para buscar uma interpretação pragmática das dificuldades da empresa moderna, elaborou resultados em uma série de conceitos. Os autores Watson, Blackstone e Gardiner (2007, p.389) descrevem: A Teoria das Restrições não teve um início espetacular, não foi resultado de alguma visão futurista em relação ao gerenciamento de produção mais de um pedido simples de ajuda. No final dos anos 1970, um vizinho do Dr. Eliyahu Goldratt administrava uma planta que produziria galinheiros. O vizinho pediu a Goldratt, um físico, para ajudá-lo no desenvolvimento de um programa que aumentasse a produção. Goldratt respondeu desenvolvendo um programa que triplicou a produção da planta dentro de um pequeno período de tempo. Segundo Souza (2005), a TOC é uma nova filosofia de pensamento gerencial que apareceu nos anos oitenta. Sua premissa básica é gerenciar a partir das restrições que o processo apresenta, focalizando como objetivo o ganho em capacidade produtiva e econômico máximo da empresa ―ganhar dinheiro‖.
  • 21. 21 A TOC é a metodologia para identificação dos gargalos, ou seja, a identificação de qualquer elemento ou fator que impede que um sistema conquiste um nível melhor de desempenho no que diz respeito a sua meta (GOLDRATT & COX, 2002). A Teoria das Restrições é constituída por três ramos principais: Logístico, Gerenciamento de restrições, englobando o PAC (Processo de Aprimoramento Contínuo) e o Processo de pensamento da Teoria das Restrições. a) logístico: Engloba as metodologias de PCP e estoques, realizando o gerenciamento fino da produção, como um recurso que pode contribuir e muito para que a empresa reverta em ganhos. (FERREIRA, 2007). b) gerenciamento das Restrições: é um processo que é voltado a realizar ações para identificar e remover os diferentes tipos de restrições na empresa. Sugere um conjunto de indicadores de grande competência para o acompanhamento da evolução e qualidade das ações no âmbito de eliminar qualquer tipo de restrição e auxiliar na decisão de identificar quais os produtos necessários e concentrar esforços para futuramente atingir as metas. (FERREIRA, 2007). c) processo de pensamento: utiliza o diagrama de causa e efeito e a auditoria do mesmo, como também a metodologia das nuvens, para analisar e solucionar os problemas, na identificação e remoção das restrições na empresa. (COX III; SPENCER, 2002). 2.1.1 Princípios de otimização da TOC Os princípios fundamentais da TOC têm um conjunto de diretrizes que auxilia no tratamento destas restrições e estão representados nas idéias expostas a seguir:
  • 22. 22 a) balancear o fluxo e não a capacidade: deve-se balancear o fluxo e nunca a capacidade instalada. É ai que se identifica os gargalos no processo. Goldratt e Cox (2002, p. 149) definem que ―um gargalo é um recurso cuja a capacidade é igual ou menor que a demanda imposta a ele‖ e dizem que os gargalos não devem ser tratados como algo bom ou ruim, porque eles são uma realidade na empresa. b) a utilização de um recurso não-gargalo não é determinada por sua disponibilidade, mas por alguma outra restrição do sistema: Segundo Costa Junior (2009), as máquinas, equipamento ou montagens devem trabalhar com o objetivo de compensar a restrição do processo, gastando os recursos necessários como tempo, máquinas, mão-de-obra e matéria-prima na quantidade necessária para suprir estas restrições, sem desperdícios. c) utilização e ativação de um recurso não são sinônimos: o recurso não gargalo é determinado por outra restrição do processo e não pelo seu potencial. Goldratt e Cox (2002, p.221) explicam que utilizar um recurso significa fazer o uso deste de uma forma correta, fazendo com que ele caminhe em direção ao seu objetivo, em direção à meta. É como acionar o botão que liga, quer queria quer não, irá gerar um benefício gerado pelo seu trabalho. d) uma hora ganha no recurso não gargalo não é nada: Na concepção de Costa Junior (2009), não adianta investir nas melhorias de eficiência produtividade se o gargalo continuar atrasando o processo, pois as capacidades continuaram as mesmas, mas devem ser concentrados os esforços na busca de melhorar o processo onde realmente a empresa possa estar lucrando. O sistema trabalha sempre em cima do gargalo do processo, então qualquer esforço realizado fora deste item, como redução de setup ou a redução de troca de ferramentas somente irá aumentar o tempo ocioso. (FERREIRA, 2007). e) uma hora perdida no recurso gargalo é uma hora perdida no processo inteiro: qualquer tempo perdido no gargalo, como preparação da máquina, produção
  • 23. 23 das peças defeituosas no qual o mercado não exige diminui o fluxo do processo inteiro, interrompendo a saída de produto e a entrada do mesmo. Goldratt e Cox (2002, p. 168) complementam que se deve certificar que o gargalo apenas esteja trabalhando com peças boas, eliminando as ruins, no qual podem acarretar em um gargalo ainda maior, diminuindo ainda mais sua capacidade produtiva. Se houver refugo ou conserto de uma peça antes de ela chegar ao gargalo do sistema, é apenas uma peça perdida, mas se ela chegar ao gargalo e aí sim for identificado neste posto, se perderá um tempo não recuperável. f) o lote de processamento deve ser variável e não fixo: a TOC define que o tamanho do lote de processamento deve ser em função da situação que se encontra a fábrica e o tipo de operação a ser realizado. Corrêa e Corrêa (2007) definem que o tamanho dos lotes é função dos custos de carregar estoques, custos de preparação, as necessidades de fluxo de determinados itens, os tipos de recursos, gargalos e não-gargalos, entre outros. Segundo Costa Junior (2009), a finalidade deste item é de atender por inteiro a demanda estabelecida e obter o melhor aproveitamento possível dos recursos gargalos. Processar materiais no qual não está previsto na demanda pode acarretar em perda nos lucros da empresa. g) os gargalos não só determinam o fluxo do sistema, mas também definem os seus estoques: os gargalos determinam os níveis de estoque também, além de determinarem o fluxo do processo, pois eles são dimensionados e localizados de forma a isolar os gargalos das flutuações estatísticas. Essas flutuações saem do resultado da ocorrência de uma série de eventos aleatórios fora do controle. O processo envolve a seqüência de operações interdependentes, no qual a segunda operação só pode ser executada quando a primeira estiver finalizada. (FERREIRA, 2007). Conforme pode ser visto na Figura 2.
  • 24. 24 Estação A Estação B Figura 2: Fluxo e distribuição dos tempos em cada estação de trabalho. Fonte: Corrêa e Corrêa (2007, p. 468). 2.1.2 Restrições de capacidade Em muitas organizações, as restrições são fatores que estão fazendo com que a capacidade produtiva das organizações esteja comprometida. Slack et al (2002) comenta que, estas organizações, operam abaixo da meta desejada, seja porque a demanda é insuficiente para completar a sua capacidade , seja por uma política deliberada, no qual as operações possam responder com agilidade os novos pedidos. No entanto, algumas operações de muitas organizações estão sempre operando ou produzindo abaixo da sua capacidade e outras no limite de sua capacidade máxima. Estas operações que trabalham em seu limite máximo é que são identificados como restrições de capacidade. Segundo Ferreira (2007), TOC é a combinação de três conceitos interligados. O primeiro, bastante comentado entre vários autores, define que é uma nova filosofia gerencial. O segundo, no entanto, se relaciona aos métodos de pesquisa criados por ela, que mesmo sendo adaptado das ciências exatas, leva muito em consideração a participação humana no processo. O terceiro é do seu grande espectro de aplicativos. Sua idéia fundamental é de que todas as empresas, independentemente do setor, deve ter ao menos uma restrição. Em uma fábrica, existem dois tipos de recursos normalmente encontrados dentro de um processo: os recursos restritivos de capacidade, mais conhecidos como recursos gargalos e os recursos não restritivos de capacidade, que seriam os recursos não-gargalos. Estes recursos podem ser qualquer elemento incluído em
  • 25. 25 uma produção, como máquinas, instrumentos de medição, pessoas, entre outros. (CORRÊA e CORRÊA, 2007) a) recurso gargalo: este recurso, por definição, fica ocupado todo o tempo de sua disponibilidade, ou seja, em um turno de 8 horas, a máquina trabalhará 8 horas interruptas, por exemplo. (CORRÊA e CORRÊA, 2007) b) recurso não-gargalo: já este recurso tem capacidade para produzir mais do que pede a demanda. Corrêa e Corrêa (2007) citam como exemplo: este recurso não-gargalo tem 200 horas disponíveis por mês, mas a demanda exige apenas 150 horas, então este ficará com 50 horas de disponibilidade, sendo assim, um recurso não-gargalo. 2.1.3 Cinco passos para a gestão de um sistema produtivo Para o gerenciamento dessas restrições, físicas ou de recursos, foi elaborado o processo de melhoria, contínua da TOC, constituído pelos seguintes passos: a) identificar a restrição do sistema: Segundo Costa Junior (2009), o primeiro passo a ser tomado é a identificação dos gargalos. Para que isso seja possível, deve ser feito uma análise criteriosa do processo para compreender onde está a restrição. No caso de uma empresa industrial, estes gargalos podem estar em uma máquina, em uma linha de produção ou em um processo de menor capacidade, entre outros. b) explorar a restrição do sistema: Ferreira (2007) diz que, após ser identificado o recurso de restrição, deve-se garantir que este esteja sendo utilizado em sua capacidade máxima. Então, vale dizer que o princípio de que uma hora perdida no gargalo é uma hora perdida em todo o processo. Isso é validado pelo fato de que o gargalo não consegue recuperar os seus atrasos, sendo
  • 26. 26 assim, todo o recurso não-gargalo deverá desempenhar e fornecer tudo aquilo que o gargalo precisa para executar a operação sem maiores perdas, definindo assim que o recurso não-gargalo é determinado pelo potencial do recurso gargalo do processo. c) subordinar tudo ou mais à decisão anterior: conforme Costa Junior (2009), a partir desta etapa, deve-se realizar o balanço no fluxo produtivo, a fim de atender às necessidades dos gargalos. Resumindo, deve-se realizar o balanceamento de todas as atividades do processo, pois não se estaria melhorando o sistema trabalhando mais rápido que o recurso gargalo. d) elevar a restrição do sistema: Ferreira (2007) comenta que neste passo devem-se focar as alternativas para reduzir este gargalo, como adicionar mais um turno de trabalho, redução de setup das máquinas ou até transferir uma parte do trabalho do gargalo para um recurso não-gargalo. Após a elevação da capacidade de restrição, eleva-se a capacidade do processo em geral, até que em um certo momento haverá outra restrição, sendo o novo limitador do processo. e) para esta opção, segundo Cogan (2007), se, nos passos anteriores, uma restrição foi quebrada, volte ao primeiro passo, mas não deixe que a inércia se torne uma restrição do sistema. 2.2 Qualidade 2.2.1 Definições de qualidade Neste capítulo é muito importante que se apresente alguns conceitos relacionados com a qualidade, no qual o objetivo deste trabalho é agir em busca de
  • 27. 27 um produto que não venha futuramente trazer problemas e através das informações transmitirem conhecimento. De acordo com Moreira (2008), a qualidade é geralmente compreendida como atributo dos produtos e/ou serviços fornecidos pela empresa, podendo também referir-se a tudo que é feito pelas pessoas. Deming (2003) diz que, qualquer definição procura uma terminologia exata para a palavra qualidade, uma terminologia mais técnica para ela. As visões mais modernas e flexíveis deste termo têm questionamento sobre o fator principal do processo, isto é, apresenta condições completas para perceber todos os itens que compõem a qualidade dos produtos ou serviços. Para Paladini (1995, p.29), ―a qualidade é uma definição que compromete e requer esforço de quem pretende adotá-la: o compromisso de sempre atender ao consumidor, da melhor forma possível e o esforço de otimizar todas as ações de processo, que contribuem para este fim‖. Segundo Slack et al (2002, p.551), a qualidade ―é a consciente conformidade com as expectativas dos consumidores‖. Para atender a qualidade devemos atender primeiro as especificações definidas pelos autores: o uso da palavra conformidade indica que há a necessidade de atender a uma especificação clara; garantir que um produto está conforme as especificações é uma tarefa chave da produção. Consistente indique que a conformidade às especificações não seja passageira, mas que os materiais, instalações e processos tenham sido projetados e então controlados para garantir que o produto atenda as especificações. (Slack et al, 2002, p.552). Slack et al (2002, p.552) cita ainda que para entender de um modo diferenciado a qualidade, conforme a visão de operação e a visão do consumidor, a sua definição de qualidade é a ―consciente conformidade com as expectativas dos consumidores‖. Isso implica diretamente nos projetos de materiais, instalações, maquinário e os processos controlados a fim de garantir o produto e/ou serviço com as especificações exigidas pelos consumidores, combinando o produto com os termos de custo e preço. No conceito de vários autores importantes, há variadas definições de qualidade hoje em dia, considerando as cinco mais relevantes a seguir:
  • 28. 28 a) transcendental: Segundo Martins e Laugeni (2005), transcendental é onde a qualidade é conhecida pelos seus padrões elevadíssimos. Já Paladini (1995), considera a qualidade uma característica, propriedade ou estado que torna um produto aceitável plenamente; b) focada no produto: Para Martins e Laugeni (2005), a qualidade é constituída de variáveis e atributos que podem ser medidos e controlados durante o processo. Esta abordagem entende qualidade como uma variável passível de medição e, até mesmo, precisa. Exemplos desta abordagem podem ser encontrados nos produtos que buscam reunir, em si, várias funções. (PALADINI, 1995); c) focada no usuário: segundo Juran (appud Martins e Laugeni, 2005), ―a qualidade é a adequação ao uso‖, mas que existe muita dificuldade na identificação e conceituação dos termos, durabilidade, satisfação, uso e na percepção clara de usuário ou cliente no produto. Através do conceito de que o produto e/ou serviço é o cliente que adquire intensifica que a qualidade é de vital importância para a empresa na sua manutenção da competitividade. Já Paladini (1995) resume que a qualidade do produto fica restrita ao grau de atendimento às necessidades e conveniências do consumidor, sendo assim, não se pode pensar em qualidade se não pensar no consumidor; d) focada na fabricação ou processo: que de acordo com Crosby (appud Martins e Laugeni, 2005) esta definição é baseada no conceito ―qualidade é a adequação às normas e às especificações‖, definições que nos leva a estar sempre em busca de melhorias técnicas de projeto e produto. Segundo Gilmore (1974, apud Garvin, 1992, p.49) ‗‘qualidade é o grau em que um produto específico está de acordo com um projeto ou especificação‘‘; e) focada no Valor: Paladini (1995) diz que um consumidor considera um produto de boa qualidade se ele apresentar um alto grau de conformação a um custo aceitável. Já Martins e Laugeni (2005) citam que, no pensamento do
  • 29. 29 consumidor, a qualidade está ligada ao conceito de o produto estar adequado ao uso e ao preço, sendo cada vez mais acatada pelo mercado. 2.2.2 Elementos da qualidade de um produto Conforme Martins e Laugeni (2005) definem que, a qualidade de um produto, através das definições anteriores, é o cliente quem determina. No entanto, através das próprias definições, a qualidade pode tomar diferentes focos, sendo assim um atributo complexo de um produto. Então, a qualidade de um determinado produto deve estar alinhada com os elementos a seguir: a) características operacionais principais: todo produto produzido deve ter um bom desempenho neste tipo de característica (MARTINS E LAUGENI, 2005); b) características operacionais adicionais: Segundo Garvin (1992), são os adereços, as características secundárias que ajudam e apóiam no funcionamento do produto; c) confiabilidade: Para Martins e Laugeni (2005) é a probabilidade de um produto não apresentar falhas dentro de um determinado período de tempo. É bastante utilizada em produtos duráveis, obtendo um fator de competitividade importante. Conforme Garvin (1992) torna-se para o consumidor, mais importante na medida em que a parada de produção e a manutenção vão ficando mais caros. d) durabilidade: Segundo Garvin (1992), está bastante associada a confiabilidade, pois este está interligado pelo tempo de duração do produto até a sua deterioração;
  • 30. 30 e) assistência técnica: Garvin (1992) cita que os consumidores não ficam preocupados com a possibilidade de um produto estragar ou parar de funcionar, mas sim com o tempo no qual terão que esperar até o atendimento da assistência. Para Martins e Laugeni (2005) é a maneira em que é tratado o cliente e o produto quando há o momento de reparo. Constantes idas até uma assistência técnica, descortesia no atendimento geram imagem negativa do produto; f) estética: durante muito tempo, associou-se beleza a qualidade – ‗‘o que é belo é bom‘‘ – e este conceito ainda é muito forte na venda dos produtos (MARTINS E LAUGENI, 2005). A estética é sem dúvida um dos itens principais de julgamento do cliente, sendo uma opção individual de cada um, das combinações do produto que melhor atendem ao consumidor. (GARVIN, 1992); g) qualidade percebida: Segundo Garvin (1992), os consumidores não têm informações suficientes do produto ou serviço, sendo assim, na maioria das vezes, a única base de comparação é as medidas diretas. De acordo com Martins e Laugeni (2005), o produto que parece ser bom, é bom. Então, os novos produtos de marcas conhecidas e renomadas, mesmo que os fabricantes não tenham mais tradição na fabricação desse particular produto, terá associada a eles a imagem de boa qualidade. 2.3 Gerando qualidade no processo 2.3.1 A Função Qualidade Conforme Juran (1991, p. 16), ―é um conjunto das atividades através das quais se atinge a adequação do produto ou o serviço ao uso, não importando em
  • 31. 31 que parte da organização estas atividades são executadas‖. Já Paladini (1995) cita que, a função qualidade acaba reunindo dois aspectos básicos: direcionada para o consumidor final e refere-se a um aspecto bem abrangente, no qual considera a contribuição do elemento técnico na adaptação do nível de atendimento pretendido para o produto. Contudo, Paladini (1995, p. 45) ainda comenta que: É importante observar a abrangência do conceito de Função da Qualidade. Um aspecto a ser ressaltado, por exemplo, é a ação dos recursos que não estão alocados diretamente no processo produtivo, mas oferecem suporte a ele [...] Neste sentido, é evidente a ênfase que a Função Qualidade confere à ação do pessoal que tem funções complementares ao processo produtivo, mas de acesso direto ao cliente, caso da área de vendas e marketing, por exemplo. 2.4 Qualidade total no processo Segundo Paladini (1995), são quatro princípios básicos para a Qualidade Total, formulados a seguir: a) envolvimento: o envolvimento é a primeira norma da Qualidade Total, que é obtida ainda dentro do processo, no qual todos os elementos da organização ficam envolvidos no esforço pela qualidade. Ninguém pode ser excluído deste esforço, porque a sua falta pode significar na perda do atendimento que o produto deixará de portar. Muito importante para isso é motivar a participação do colaborador, porque muitos não se interessam por achar que são dispensáveis. É uma situação que falta reconhecimento, onde acaba por gerar o desinteresse em outras atividades. Então, deve-se ter um trabalho abrangente, onde se deve deixar claro que a organização é o conjunto de todos os elementos, que todos têm a sua real importância dentro de um grupo de trabalho.
  • 32. 32 b) integração: é de fundamental importância para uma organização, onde a integração das ações de processo em um esforço de melhoria contínua é a meta a se buscar. Entende-se que, o conjunto de homens, equipamentos, materiais, métodos, entre outros, é denominado processo, onde se cada um desses elementos desempenharem suas funções estabelecidas, eles acabam por contribuir para a produção de bens ou serviços. ―Resultados melhores são aqueles que tornam o produto mais adequado ao uso‖, essa noção deve ser levada para toda a organização. Portanto, a integração dos vários tipos de modelos da qualidade, que requerem, por sua vez, interação profunda entre os elementos do processo produtivo. c) ênfase no Cliente: a empresa deve estar sempre focada em manter e/ou melhorar a qualidade do seu produto, sem pensar em ganhar dinheiro em cima disso, e sim deixar de perder dinheiro. Este seria um importante primeiro passo a ser dado pela empresa. O direcionamento do processo para o pleno atendimento aos clientes é o único meio disponível para que a empresa evance (―ganhar dinheiro‖) e não apenas recupere uma posição que, na verdade, não indica progresso (―evitar perder dinheiro‖) porque marca avanços em direção à manutenção de mercados e à conquista de novos; solidifica posições e fortalece a empresa. d) contato permanente com os clientes: este princípio, assim, aparece como decorrência dos anteriores, e até como exigência para a sua viabilização, tornando-se bastante importante, além de uma estruturação no sistema que tragam informações diretas do mercado para dentro da empresa, sendo fundamental assim, que todo o pessoal da fábrica saiba o que pensa o cliente. Restringir o acesso destes dados aos operários significa um direcionamento incorreto de suas atividades, que compromete o alcance de objetivos relacionados a um melhor atendimento aos clientes.
  • 33. 33 2.5 Controle dos defeitos Segundo Paladini (1995), defeito é quando se observam a falta de conformidade em um produto, a partir do momento em que é comparado algum característico da qualidade as suas especificações. Este também é classificado como defeituoso quando forem identificados um ou mais defeitos no produto, associados aos característicos da qualidade. Paladini (1995) afirma que, o conceito de defeito é quando ocorrem os processos de inspeção ou verificação do produto na fábrica, comparando com os característicos da qualidade, aparecendo sempre quando há a confrontação dos característicos com o seu respectivo padrão. Os defeitos podem ser classificados de acordo com a sua ocorrência: a) os defeitos podem estar relacionados à área externa do produto, como a questão do acabamento, pintura, alinhamento ou a própria aparência do mesmo. Alguns exemplos mais ocorrentes são os riscos e manchas na pintura, amassamento nas peças, trincas em superfícies que acarretam nas imperfeições do produto. (PALADINI, 1995) b) os defeitos também podem estar relacionados ao funcionamento do produto, no qual acabam por afetar as qualidades vitais e acabam por comprometer o produto de desempenhar a sua principal função. Alguns dos defeitos são simples, como garrafas térmicas com rupturas, cabos de alimentação de eletrodomésticos, mas também podem ser cruciais como pane em motores, perda de potência entre outros. (PALADINI, 1995) c) defeitos graves ou críticos, o qual impede de o produto realizar a sua utilização para o trabalho que ele será submetido. (PALADINI, 2005)
  • 34. 34 d) defeitos maiores são os que necessitam de consertos. Não faz com que o produto não possa desempenhar a tarefa na qual ele é empregado, mas sim compromete a sua vida útil e capacidade de operação. (PALADINI, 2005) e) defeitos menores são aqueles que não impedem e nem prejudica o funcionamento, mas acaba por afetar a qualidade do acabamento de determinada peça. (PALADINI, 1995) Então, conforme Paladini (2005), ―considera-se que todo defeito que agrida a natureza ou provoca danos ou riscos ao ser humano, ou ainda, induz a situações que podem vir a provocar lesões, de qualquer natureza, é um defeito crítico‖. 2.6 Características gerais da ferramenta PDCA Conhecido atualmente como ciclo PDCA, o método de melhorias foi desenvolvido no início da década de trinta, na Bell Laboratories – EUA, pelo importante estatístico americano Walter Shewhart, como sendo uma importante ferramenta de ciclo de controle estatístico do processo, podendo ser repetido continuamente em algum tipo de processo ou problema. Shewhart, em 1931, publicou um livro no qual aborda um estudo científico relacionados às questões de qualidade, o Economic Control of Quality of Manufectured Product (SOUZA, 1997). Conforme Werkema (2006), o ciclo PDCA é um método de gestão muito utilizado nas empresas, no qual representa um caminho a ser seguido, para que as metas traçadas possam ser alcançadas com êxito. Para a sua utilização, podem ser empregadas algumas ferramentas, para ajudar com recursos na coleta, processamento e disposição de informações para a condução do ciclo PDCA. O ciclo PDCA, que é também chamado por ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming, é de autoria de Shewhart, mas foi Deming que o introduziu no Japão após a segunda guerra mundial, ficando assim conhecido mundialmente após a aplicação deste método. Este ciclo tem por objetivo principal deixar mais claros e ágeis os
  • 35. 35 projetos incluídos na execução da gestão, divididos em quatro etapas: Plan, Do, Check e Act (DAYCHOUW, 2007). 2.6.1 Métodos de utilização Para Ishikawa, K. (1989) e Campos, V.F (1992, 1994) (apud Werkema, C, 2006, p.25), o ciclo PDCA é executado da seguinte forma: 2.6.2 Planejamento (Plan). Esta etapa consiste em: a) estabelecer metas, identificar e selecionar o problema para ser resolvido; b) estabelecer o método para alcançar as metas propostas. O Planejamento (Plan) é o primeiro passo para o começo da utilização do PDCA, que está interligado com as metas e objetivos a serem alcançados pelas empresas. Para Bueno (2004, p. 16), a meta deve ser clara, quantificável, realista, envolvente e que deve no mínimo conter um desafio para que influencie e estimule as pessoas a crescerem profissionalmente. A falta de uma definição clara é muitas vezes uma das principais razões para o insucesso de muitos projetos. No entanto, Bueno (2004, p 16) diz que, para a realização de um bom plano de ação, o mesmo deve conter o conhecido 5W1H: o que fazer, quem deve fazer, quando fazer, onde fazer, porque fazer e quanto investir. Todos esses elementos têm sua importância destacada, mas os que merecem cuidados especiais são: o responsável (quem), o prazo (quando) e o motivo (porque).
  • 36. 36 2.6.3 Execução/ Fazer (Do). A partir da etapa anterior, executar as tarefas como previsto e realizar a coletas de informações e dados para a utilização na etapa de verificação/checar do processo. Para esta etapa de execução/fazer, são de suma importância a educação e treinamento dos integrantes no trabalho. No segundo passo, a Execução (Do) programa-se as atividades conforme o plano de ação desenvolvido na etapa anterior e realiza-se o treinamento e educação dos funcionários envolvidos. Campos (1990), afirma que a base da execução de um bom plano de ação é o treinamento completo das pessoas envolvidas no projeto. 2.6.4 Verificação/Checar (Check). É feito após a realização da coleta de informações da etapa anterior e depois comparar os resultados alcançados com a meta planejada. No terceiro passo realiza-se a Verificação (Check), onde é feita a avaliação do processo, no qual é desagradável mais necessária, porque manifesta o papel dos integrantes com as metas e objetivos traçados. A avaliação determina a valia ou o valor para o qual o grupo se propôs nas metas e objetivos. Bueno (2004, p.17) salienta ainda que, ―durante e após a execução, deve-se comparar os dados obtidos com a meta planejada, para se saber se está indo a direção certa ou se a meta foi ―atingida‖. 2.6.5 Atuação Corretiva/Ação (Act). Depois de coletados os resultados, esta etapa consiste em atuar em cima deles, podendo ser feita de duas formas:
  • 37. 37 a) se a meta foi alcançada, adotar como padrão o plano proposto; b) se o plano não foi efetivo, agir em cima da causa do não-atingimento da meta. No quarto e ultimo passo, a Ação Corretiva (Action), é onde se encontram duas formas distintas, a padronização ou contramedidas. A padronização é feita quando se consegue atingir a meta traçada e para transformar o plano que deu resultado no novo modo de realizar as coisas. Ação corretiva serve para fazer as análises e ver em que ponto foi cometido o erro (meta, plano, educação, treinamento, execução) e retomar as medidas necessárias para atingir o sucesso na meta (BUENO, 2004). Figura 3: Método PDCA de gerenciamento de processos. Fonte: Qualidade Brasil (2011). 2.7 PDCA de soluções de problemas: MASP MASP (Metodologia de Análise e Soluções de Problemas) é o PDCA desmembrado em oito etapas (OLIVEIRA, 1996):
  • 38. 38 a) planejamento (Plan): inclui quatro etapas, sendo elas a ―identificação do problema‖, a ―observação do problema‖, a ―análise das causas‖ e a ―elaboração do plano de ação‖; (OLIVEIRA, 1996). b) executar/fazer (Do): está a quinta etapa que é a execução do plano de ação; c) verificação/checar (Check): está a sexta etapa onde se verifica se o bloqueio foi efetivo, ou seja, se a causa do problema foi bloqueada (em caso negativo, retorna-se à etapa de observação); d) atuação corretiva/ação (Act): estão a sétima e oitava estapas, onde está a ―padronização‖, que vai prevenir contra o reaparecimento do problema e a ―conclusão‖, onde é recapitulado todo o processo de solução do problema para melhorias no futuro. 2.8 Brainstorming Segundo Oliveira (1995), é um processo no qual uma equipe de melhoria se reúne para gerar ideias, sugestões criativas, no qual é possível ultrapassar os limites/paradigmas dos membros da equipe. Daychouw (2007) diz que o Brainstorming é uma das técnicas mais populares e eficazes, sendo mais que uma técnica de dinâmica em grupo, é uma atividade para explorar a criatividade de cada integrante do grupo envolvido. Complementa ainda que o Brainstorming tem várias aplicações, só que as mais freqüentes são: Desenvolvimento de novos produtos; publicidade; resolução de problemas; gestão de projetos e processos e formação de equipes. O Brainstorming estimula os participantes a gerar inúmeras idéias, sem nenhuma preocupação crítica, até que se esgotem as possibilidades. Para Oliveira (1995) o Brainstorming deve ser sempre medido, para a aprimoração da sua aplicação. Cita ainda que deva ser monitorado através de
  • 39. 39 gráficos, através dos fatores chaves: Fluência; Flexibilidade; Originalidade; Percepção e Impulsividade. 2.8.1 Como fazer um Brainstorming Segundo César (2011), o Brainstorming deve ser realizado a partir dos seguintes passos: Definir um problema; Organizar o Brainstorming; Realizar o Brainstorming e Analisar os resultados. Oliveira (1995) exemplifica os seguintes passos a serem seguidos para a realização do Brainstorming: a) definir o problema: a equipe deve ser conduzida e definir claramente o problema a ser discutido, para não iniciar o trabalho sem dúvida de interpretação. (OLIVEIRA, 1995) b) organizar o brainstorming: a. brainstorming estruturado: realizado obedecendo a uma certa ordem, podendo ser em círculos em sentido horário ou anti-horário. (OLIVEIRA, 1995); b. brainstorming não-estruturado: permite a manifestação aleatória de idéias dos integrantes da equipe. (OLIVEIRA, 1995) c) realizar o brainstorming: a equipe deve focar na criação de idéias criativas e sintonizadas com o objetivo estabelecido. As idéias deverão ser registradas em um documento onde os participantes possam ter acesso a essas informações. (CÉSAR, 2011) d) análise dos resultados: para César (2011), este passo deve ser feito juntamente com a equipe, para avaliar as idéias registradas. Deve ter
  • 40. 40 esclarecimentos quando necessário e identificar as idéias mais relevantes ao objetivo. 2.9 Coleta de dados 2.9.1 Objetivos das coletas de dados Segundo Werkema (2006), é de extrema importância ter bem definidos e claros quais são os objetivos da coleta de dados, já que estes irão apresentar as características nos quais os dados deverão apresentar. Conforme Kume (1993) os dados são os principais guias para as ações, pois a partir deles aprendemos os fatos pertinentes, e tomamos providências apropriadas baseadas em tais fatos. Portanto, antes de realizar a coleta de dados, torna-se muito importante definir qual a finalidade e o que se pretende fazer com eles. Uma vez definido o objetivo das coletas, os tipos de comparações são determinantes também e que por sua vez, identifica os tipos de dados que deverão ser coletados. Para realizar as coletas de dados, deve-se tomar decisões relacionadas com a qualidade. Dentre estas decisões, podem-se citar: a) desenvolvimento de novos produtos: para estes, conforme Werkema (2006) são utilizados os dados retirados em pesquisa de mercado, estes com o propósito de identificar para a empresa os desejos e opiniões dos clientes. Segundo Oliveira (1995) é um simples levantamento e identificação das necessidades do mercado e o que o cliente quer. b) inspeção: Werkema (2006) cita que estes dados são utilizados para simplesmente aprovar ou rejeitar um produto após a vistoria, no qual classificarão os produtos em conforme e não-conforme.
  • 41. 41 c) controle de processos: para Oliveira (1995) é a obtenção de dados sobre os tipos de não-conformidade e o monitoramento dos valores que afetam o processo. Já Werkema (2006) aprofunda mais citando que o controle de processos tem por objetivo determinar se o processo é ou não capaz de atender as especificações estabelecidas pelos clientes, avaliar se o processo está ou não sob controle estatístico e quantificar a variabilidade associada a algum item de controle de interesse de um processo. Para realizar uma coleta de dados, Oliveira (1995) define os seguintes aspectos que deverão ser seguidos para que as informações sejam confiáveis: 1º Defina o objetivo; 2º Formule perguntas; 3º Defina a quantidade e tamanho das amostras; 4º Defina os pontos para coletas de dados; 5º Elabore a ficha de verificação e as instruções; 6º Determine a freqüência para coleta de dados; 7º Escolha o coletor de dados; 8º Treine o coletor e 9º realize a coleta. 2.9.1.1 Tipos de dados Os dados coletados para gerenciar os processos e controlar a qualidade dos produtos e serviços são de dois tipos: a) dados discretos: Segundo Werkema (2006), são dados resultantes no número de ocorrências de uma característica de interesse. Exemplo: números de arranhões em uma peça de plástico; número de acidentes ocorrido no último mês em uma fábrica. Conforme Oliveira (1995) é simplesmente representado por números inteiros. Exemplo: 1, 2, 3, 4,... b) dados contínuos: Werkema (2006) afirma que são aqueles que são medidos por uma escala contínua, como o diâmetro de uma peça registrado em
  • 42. 42 milímetros ou centímetros. Exemplo: Temperatura de um forno; espessura de uma peça; tempo de entrega de um produto ao cliente. Conforme Oliveira (1995) é representado por números reais, podendo assumir todos os valores dentro de um intervalo especificado. Exemplo: massa, volume, tempo. 2.9.2 Folhas de verificação Uma das ferramentas utilizadas na qualidade é a folha de verificação, que é uma planilha onde são armazenados dados e que o uso dela torna a coleta de dados mais rápida e automática. O layout desta folha depende muito do uso que se fará dela, podendo ser do método mais simples ao mais detalhado. Werkema (2006) define que a folha de verificação é uma ferramenta da qualidade que é utilizada para facilitar e organizar o processo da coleta de dados, na qual busca contribuir para aperfeiçoar a posterior análise dos dados obtidos. Conforme Paladini (1994, p.70), "Não existe um modelo geral para as folhas de checagem — elas dependem de cada aplicação feita". De qualquer forma, elas normalmente apresentam: a) uma data ou período em que foi feito o levantamento dos dados; b) artigo que está sob análise; c) tipo de problema que está ocorrendo; d) a freqüência com que o problema ocorreu, no período especificado. Vieira (1999) e Werkema (2006) propõem que os usos da folha de verificação servem para: a) levantar a proporção de itens não-conformes; b) inspecionar atributos; c) estabelecer a localização de defeitos no produto final;
  • 43. 43 d) levantar as causas dos defeitos; e) estudar a distribuição de uma variável; f) monitorar um processo de fabricação. 2.9.3 Estratificação A ferramenta estratificação busca e permite organizar separadamente com critério os dados em categorias, apresentando de uma forma clara com objetivos específicos, como por exemplo, em forma de gráficos e colunas. Conforme Falconi (1992) estratificar é separar os problemas em camadas de origens diferentes. Estratificação é a análise do processo, pois é um método que vai a busca da origem do problema. Ele cita ainda que a estratificação deve ser conduzida de forma participativa, sendo convidadas, para a reunião, todas as pessoas que possam colaborar na análise, através de um brainstorming, onde realizará a coleta de dados necessária para separar as informações e distribuí-las em um gráfico ou tabela. Vieira (1999) afirma que estratificação é todo o processo de dividir o todo heterogêneo em subgrupos homogêneos, sendo uma ferramenta muito importante no controle de qualidade, para auxiliar na coleta de dados. A estratificação deve ser usada antes do início da coleta de dados, onde quando você desenha a folha de verificação, já deve ter em mente a estratificação. Portanto, a estratificação deve fazer as análises para os pontos em que se encontram as causas, podendo ser estratificado quantas vezes forem necessárias até chegar à raiz do problema.
  • 44. 44 Figura 4: Exemplo gráfico de estratificação de dados coletados. Fonte: Infoescola, 2011. 2.10 Diagrama de causa e efeito Kume (1992) cita brevemente um histórico de como foi criado o diagrama de causa e efeito: Em 1953, Kaoru Ishikawa, Professor da Universidade de Tóquio, sintetizou as opiniões dos engenheiros de uma fábrica na forma de um diagrama de causa e efeito, enquanto eles discutiam um problema de qualidade. Antes disso, os auxiliares do Professor Ishikawa haviam empregado este método para organizar os fatores nas suas atividades de pesquisa. Quando o diagrama foi usado na prática, ele provou ser muito útil, e logo passou a ser amplamente utilizado entre as empresas de todo o Japão. Segundo Oliveira (1995) o diagrama de causa e efeito permite identificar as relações entre o efeito, que está sob investigação e suas prováveis causas. Definindo especificamente, ‗‘é uma representação gráfica que permite a organização das informações, possibilitando a identificação das possíveis causas de um determinado problema ou efeito. ‘‘ Para Werkema (2006) é uma ferramenta utilizada para sumarizar e apresentar as possíveis causas do problema considerado, sendo um guia que ajuda na
  • 45. 45 identificação da causa principal do problema e para a determinação das medidas que deverão ser adotadas. 2.10.1 Como fazer um diagrama de causa e efeito Para a montagem do diagrama de causa e efeito, segundo Oliveira (1995), deve-se seguir os seguintes passos: a) definir o efeito/sintoma: a equipe deverá definir o problema que será analisado, não podendo haver nenhuma dúvida quanto a natureza do problema, sua extensão e implicações. Quanto mais possibilidades, mais chances de identificar o problema. (OLIVEIRA, 1995). b) devem-se identificar as possíveis causas: Diretamente sobre o diagrama, utilizando a referência do 6M‘s (Mão-de-obra, Métodos, Materiais, Máquinas/Equipamentos, Medições, e Meio Ambiente) e com o a realização do Brainstorming para realizar o preenchimento das causas secundárias. (VIEIRA, 1999). c) revisar todo o diagrama: Através deste passo, devem-se refinar as possibilidades encontradas para saber, através da pergunta: ‗‘Esta causa, realmente, provoca este efeito?‘‘ (VIEIRA, 1999). d) encontre a causa principal: Segundo Oliveira (1995) através de uma análise criteriosa, a equipe deverá buscar uma causa principal dentro do diagrama, com o intuito de parar o processo de ‗‘retroquestionamento‘‘. Conforme Werkema (2006) o diagrama de causa e efeito não tem a função de identificar a causa fundamental do problema. O diagrama é uma ferramenta de muita importância e deve-se utilizar dentro do giro do PDCA, para manter a organização das possíveis causas do problema analisado.
  • 46. 46 Figura 5: Exemplo do Diagrama de Causa e Efeito Fonte: Oliveira, 1995. 2.11 Fluxograma Conforme Oliveira (1995) o fluxograma é uma representação gráfica, através de símbolos, das diversas etapas que compõem um determinado processo. Diz ainda que este método dá suporte às análises dos processos,, se tornando um meio bastante eficaz para planejar e solucionar problemas. Portanto, devido a sua representação gráfica, ele facilita a visualização das determinadas etapas que estão inclusos os determinados processos, identificando os possíveis pontos que merecem atenção por parte da equipe. O fluxograma deve ser utilizado no ciclo de aprimoramento da qualidade, como segue abaixo: a) definição de projetos: onde é feita a identificação das possíveis mudanças em um processo, definição de uma base de conhecimento para os integrantes da equipe; b) identificação das causas prováveis: realizada a coleta de dados para a geração das causas primárias, através de uma estratificação; c) implementações de soluções:onde é descrita as vantagens no qual serão obtidas com a implementação das soluções.
  • 47. 47 2.11.1 Símbolos para representações gráficas Para Oliveira (1995) existem vários símbolos para a representação do fluxograma, no qual servem para a substituição das longas escritas verbais, permitindo que tenha uma visão geral da natureza e extensão do processo. Figura 6: Símbolos de representação do Fluxograma. Fonte: O mundo da computação, 2011.
  • 48. 48 2.12 Planos de ação: 5W1H Segundo César (2011), o 5W1H é um documento de forma organizada no qual determina as responsabilidades e ações que cada um deverá executar, através dos questionamentos, para orientar as ações que deverão ser tomadas. Para Oliveira (1995, p.113) ‗‘5W1H deverá ser estruturado para permitir uma rápida identificação dos elementos necessários para a implantação do projeto‘‘. Os elementos que compõe este plano de ação são: a) what (o que) – o que será feito (etapas); b) why (por que) – por que deve ser executada a tarefa (justificativa); c) where (onde) – onde cada etapa será executada (local); d) when (quando) – quando cada uma das tarefas deverá ser executada (tempo); e) who (quem) – quem realizará as tarefas (responsabilidade); f) how (como) – como deverá ser realizada cada tarefa/etapa (método). Ainda conforme César (2011), esta ferramenta deverá ser utilizada quando: a) referenciar as decisões de cada etapa no desenvolvimento do trabalho; b) identificar as ações e responsabilidades de cada um na execução das atividades; c) planejar as diversas ações que serão desenvolvidas no decorrer do trabalho. 2.12.1 Como fazer um 5W1H Conforme Oliveira (1995), como esta ferramenta tem muita relação com o brainstorming, o grupo deverá ser reunido e cada integrante dar idéia e opiniões para a construção de um 5W1H. Para isso, devem-se seguir os seguintes passos:
  • 49. 49 a) construir uma tabela com os elementos que compões este plano de ação; b) fazer questionamento em cima de cada item; c) anotar as questões consideradas importantes de sua atividade. Figura 7: Modelo de representação de estruturação da ferramenta 5W1H. Fonte: Qualidade Online, 2011.
  • 50. 50 3 METODOLOGIA Para a realização deste trabalho, foram realizadas diversas atividades, tais como: a) Leituras e pesquisas em livros com referências na área; b) Pesquisas vias internet, de forma a acrescentar informações coerentes ao trabalho; c) Utilização do método PDCA, das ferramentas de qualidade Diagrama de Ishikawa (Causa e Efeito), Estratificação, Fluxograma, Folha de Verificação, Plano de Ação (5W1H), Cronograma de Monitoramento, Microsoft Excel; d) Consultas ao orientador e professores da área técnica; e) Orientações de engenheiros responsáveis pela área onde foi realizada a pesquisa-ação. Este trabalho está basicamente estruturado em sete partes, a fim de desenvolver melhor a pesquisa-ação: a) Identificação do gargalo na linha de produção; b) Observação do problema; c) Análise do problema para adotar as medidas necessárias de redução de gargalo; d) Plano de ação, onde é utilizada a ferramenta 5W1H para organizar as medidas a serem aplicadas; e) Ação/Execução, onde é colocado o plano de ação em prática para a captação dos resultados; f) Verificação, para comprovar a melhora no fluxo e na quantidade de produtos reoperados ao final de cada turno de trabalho; g) Padronização, para avaliar todos os dias através de apontamentos de defeitos e produção, se houve algum desvio quanto à meta proposta.
  • 51. 51 4. PESQUISA-AÇÃO 4.1 Caracterização e descrição do problema A presente pesquisa-ação foi realizada na Linha 10 da Fábrica 2 na empresa Whirlpool S/A, unidade eletrodomésticos Joinville, área de produção e reoperação de purificadores de água Ecohouse, conforme figura 8 Figura 8: Purificador de água Ecohouse. Fonte: Primária, 2011. Um problema muito comum encontrado na maioria da empresas é o gargalo, causado por falhas no processo, algumas vezes por falha humana, outras por determinado item dos produtos fabricados que geram consertos e também por falta de balanceamento no fluxo de produção. Neste caso, o gargalo gerado nesta área produção e reoperação da Whirlpool é a falha da bomba de pressurização – conforme figura 9 –, item que compõe o purificador de água. Este item gera gargalo no teste de vazão dos purificadores, teste esse feito para avaliar o desempenho do produto e inspecioná-lo para detectar
  • 52. 52 qualquer tipo de defeito que possa ocorrer, no qual podem ser vários tipos, mas o que mais gera atraso de produção é o vazamento da bomba de pressurização. Figura 9: Bomba de pressurização utilizada nos purificadores de água. Fonte: Primária, 2011. 4.2 Caracterização do processo de reoperação dos purificadores Na Linha 10 da Fábrica 2, são produzidos e reoperados purificadores de água Ecohouse, no qual a Whirlpool produz purificadores novos e os aluga para pessoas físicas e jurídicas, fazendo um contrato de acordo com o interessado por determinado tempo, em dados mais específicos, de no mínimo 3 meses. Ao término do contrato com o cliente, este opta por continuar ou não com o produto em sua residência ou empresa. Quando este encerra o contrato e não pretende mais continuar com o produto, ele retorna para a Whirlpool, que analisa a quantidade de produtos existentes na logística e encaminha os dados para a área de PCP, no qual determina a quantidade de purificadores que deverão ser enviados a área de reoperação na empresa, conforme figura 10.
  • 53. 53 PT6 PT8 PT5 PT7 PT4 PT3 PT9 PT2 PT1 Figura 10: Layout de produção dos purificadores de água Ecohouse. Fonte: Arquivos da organização, 2011. Quando estes purificadores chegam à área de reoperação, eles são totalmente desmontados no posto de trabalho 1 (PT1), retirando deles peças que não serão mais aproveitadas (conexões, tubos, redes elétricas, painel, cobertura) e as peças reaproveitadas (bombas de pressurização e transformadores). No posto de trabalho 2 (PT2), é feito a troca de unidade, que é a substituição de carcaça do produto, pois alguns produtos alugados, retornam com as carcaças oxidadas, amassadas, entre outros tipos de defeitos. Após essa substituição, o produto é encaminhado para o posto de trabalho 3 (PT3), onde é feito a colocação das novas redes elétricas e a montagem da grade de proteção do condensador. No posto de trabalho 4 (PT4), são feitos os testes elétricos, para a segurança do cliente e do próprio operador, e o teste de vazamento de gás do compressor, para ter a garantia de que o produto está em condições de uso.
  • 54. 54 Após esses testes, o produto é encaminhado para o posto de trabalho 5 (PT5), no qual 4 montadoras realizam individualmente a montagem restante do produto, que é a fixação da bomba de pressurização, do transformador, do conjunto solenóide, do filtro purificador e do painel frontal, onde ficam o botão de liga/desliga e da saída de água de produto. Depois de realizada essa montagem, o produto vai para o teste de vazão no posto de trabalho 6 (PT6), onde é realizado o teste em 1 minuto, de 5 produtos simultaneamente, sendo inspecionado pela controle de testes para a detecção dos defeitos, podendo ser de vários tipos, como vazamento na conexão, vazamento de mangueira, válvula mix com quebrada, solenóide com defeito e bomba com vazamento, item este que mais gera defeito e atraso de produção. Neste teste também é feito o controle de vazão de água, que deve, neste 1 minuto, ficar entre 2 litros e 3 litros de água. Depois de realizado o teste de vazão do produto, este é encaminhado para o controle de potência dos purificadores no posto de trabalho 7 (PT7), teste este controlado por um aparelho para verificar se a potência, tanto do compressor, quanto do transformador e bomba estão dentro do limite desejado permitido. Concluído o teste, o produto passa para o posto de trabalho 8 (PT8), onde é realizado o fechamento da cobertura e fixação do botão na conexão de mistura da água. Depois de realizado este processo, o produto vai para a embalagem no posto de trabalho 9 (PT9), onde um operador de produção manuseia uma talha de sucção para realizar a embalagem do produto, e depois é encaminhado para o setor de logística. 4.2.1 Ganhos esperados na melhoria contínua Foram previstos uma eliminação dos consertos gerados por vazamentos de bombas no processo. Através da aplicação do método PDCA/MASP foram previstos também ganhos tangíveis, devido à eliminação dos defeitos em campo gerados por
  • 55. 55 bombas de pressurização. Previam-se ainda que, através desta melhoria feita na linha de produção, ganhos intangíveis, como o aumento do grau de satisfação dos clientes internos e externos; eliminação de consertos na linha de reoperação; aumento na quantidade de produtos reoperados ao final de cada turno de trabalho e melhoria na qualidade do produto, evitando trocas em campo. 4.3 Planejamento e implementação do PDCA/MASP Esta pesquisa-ação foi desenvolvida através do método PDCA/MASP. A tabela 1 representa graficamente o cronograma de monitoramento do processo, através do PDCA de soluções e problemas em oito etapas. Tabela 1: Cronograma proposto do monitoramento do processo. ANO 2010 2011 Nov Dez Ago Mar Fev Out Jan Jun Mai Abr Set Jul FASE Identificação do X problema Obs. do Problema X X X X X X X X Análise do Problema X X X X X Plano de Ação X X X X Ação X X X X X Verificação X X X X X Padronização X X X X Conclusão X Fonte: Primária, 2011. Este cronograma teve por objetivo dar prazos e organizar o monitoramento, para a realização de cada etapa do processo na sua devida ordem, para não haver nenhum tipo de desvio de rotina, fazendo com que a coleta de dados, muito utilizada nesse processo, fosse feita adequadamente.
  • 56. 56 4.3.2 Identificação do Problema Após um levantamento do número de consertos ao final de cada turno de trabalho, identificou-se que o posto de trabalho 6 (PT6), teste de vazão – conforme figura 11 –, era o gargalo do processo de reoperação. Figura 11: Posto de teste de vazão dos purificadores em reoperação. Fonte: Primária, 2011. A figura 11 mostra como é o posto do teste de vazão. Nele é realizado o teste em cinco produtos simultaneamente e durante o teste ele é inspecionado pela pessoa responsável pelo controle de testes, para ver se há algum defeito no produto, se ao final do teste ele atingiu a marca de 2 litros a 3 litros de vazão de água, entre outras especificações. Caso não ocorreu nenhum defeito, este é aprovado e encaminhado ao posto de teste de potência. Neste teste se concentra o maior número de defeitos, em torno de 76% do total, registrado em uma planilha de IQL – conforme tabela 2 – para identificação dos tipos de defeitos. Estes consertos no teste de vazão geram um atraso muito
  • 57. 57 significativo em termos de produção, fazendo com que ao final do turno de trabalho o grupo não alcance a meta de entrega da produção de produtos reoperados. Tabela 2: Planilha de registro dos lançamentos de defeitos (exemplo). Data Hora Código do Produto Código do Defeito Descrição do Defeito 20/09/2010 05h15min BPA50ABAN2RF4027307RJ 004037A00 Bomba com vazamento 20/09/2010 06h29min BPA50ABAN2RA6047317RJ 004037A00 Bomba com vazamento 20/09/2010 06h51min BPA50ABAN2RI4036060RI 004037A00 Bomba com vazamento 20/09/2010 08h40min BPA50ABAN2RD4023185RH 004037A00 Bomba com vazamento 20/09/2010 09h07min BPA50ABAN2RA6047505RI 004037A00 Bomba com vazamento 20/09/2010 10h47min BPA50ABAN2RB8691934RV 004037A00 Bomba com vazamento 20/09/2010 11h21min BPA50ABAN2RE6069539RX 004037A00 Bomba com vazamento Fonte: Arquivos da organização, 2011. A tabela 2 é um modelo que exemplifica a planilha onde são lançados os itens de defeitos identificados no teste de vazão do produto e que vão ao posto de conserto e através dela é possível mensurar a quantidade de defeitos por item de defeito. Neste exemplo está uma amostra de como é identificado e registrado o item na planilha, para melhor identificação do produto que foi ao posto de conserto, onde é registrado o código do produto com o defeito encontrado nele e o horário em que ocorreu este defeito. 4.3.2 Observação do problema A partir da realização de um fluxograma, conforme figura 12, pode-se identificar qual era o item que mais gerava defeito, fazendo com que atrasasse o fluxo de produção na reoperação dos purificadores.
  • 58. 58 Figura 12: Fluxograma de identificação do gargalo no processo. Fonte: Primária, 2011. O fluxograma da figura 12 representa de uma forma simples, mas objetiva, de como foi a identificação de qual item estava ajudando a gerar o gargalo no teste de vazão dos produtos. Primeiro notou-se, através das observações feitas, que a maior quantidade de defeitos saía deste posto de trabalho e então foi feito o acompanhamento para detectar qual o problema que estava ocorrendo. A partir de uma observação mais detalhada, quanto ao tipo de defeito que mais ocorriam, detectou-se então que uma grande quantidade de bombas com vazamento era identificada neste posto de trabalho. Foi então que se começou a realizar a coleta de
  • 59. 59 dados para o dimensionamento das ocorrências de vazamento de bombas de purificação. No período de julho de 2010 a fevereiro de 2011, deu-se início a mensuração da quantidade de defeitos que ocorriam no teste de vazão – conforme tabelas 3 e 4 e gráficos 1 e 2 –, com a identificação de cada um na planilha de IQL, a qual esta planilha relata o tipo de defeito, a data e o horário que ocorreu e o produto com defeito, para separar os tipos e determinar qual que gera mais atraso na produção. Tabela 3: Apontamento da Produção e Consertos de Julho/2010. 10º Dia 11º Dia 12º Dia TOTAL 1º Dia 2º Dia 3º Dia 4º Dia 5º Dia 6º Dia 7º Dia 8º Dia 9º Dia Produto Ecohouse JULHO 2010 Produção nominal 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 130 1560 Produção real 89 95 82 90 98 85 80 90 88 94 100 97 1088 Total de defeitos 45 41 47 43 36 48 53 45 48 45 40 42 533 Defeitos de bomba 12 13 12 11 9 13 14 11 12 12 10 11 140 Fonte: Primária, 2011. 130 120 110 Produção (produtos) 100 90 80 70 Produção nominal 60 50 Produção real 40 Total de defeitos 30 20 Defeitos de bomba 10 0 Dias Gráfico 1: Apontamento da produção e defeitos de bombas de Julho/2010 a Fevereiro/2011 Fonte: Primária, 2011.
  • 60. 60 Tabela 4: Apontamento da Produção e Consertos de Julho/2010 a Fevereiro/2011. AGO Total NOV OUT DEZ FEV SET JAN JUL PRODUTO ECOHOUSE Produção Nominal 1560 1560 1560 1560 1560 1560 1560 1560 12480 Produção real 1088 1160 1200 1100 1210 1050 1100 1190 9098 Total de defeitos 533 541 550 530 500 570 520 538 4282 Defeitos de bomba 140 148 150 160 124 141 125 126 1114 % Defeitos de bomba 26% 27% 27% 30% 25% 25% 24% 23% 26% Fonte: Primária, 2011. 1600 1400 Produção (produtos) 1200 1000 800 Produção Nominal 600 Produção real 400 Total de defeitos Defeitos de bomba 200 0 Meses Gráfico 2: Apontamento da produção e defeitos de bombas de Julho/2010 a Fevereiro/2011 Fonte: Primária, 2011. Esta mensuração foi feita em 12 dias de trabalho de um total de 22 por mês, pois esta linha de produção é balanceada por 12 dias de reoperação e 10 dias de produção (montagem de produtos novos). Constatou-se então, que o item que gerava o maior número de consertos era o vazamento de bombas, que representava 26% do total dos consertos, conforme tabelas 3 e 4.
  • 61. 61 Com essa quantidade de defeitos mensurada e divida por item, pode-se ter uma noção exata de qual era o item que com maior freqüência gera defeitos no processo, conforme gráfico 3. Defeitos no conserto (%) 30% 26% 25% 20% 16% 15% 14% 15% 10% 7% 3% 8% 10% 2% 5% 0% Peças Gráfico 3: Percentual de defeitos no conserto. Fonte: Arquivos da organização, 2011. Estes itens, mostrados no gráfico 3, são de comuns defeitos no processo de reoperação dos purificadores vindo de campo, mas como visto o que tem mais freqüência é a bomba com vazamento, com 26% em cima do total de defeitos. Em seguida, foi elaborado um levantamento de custos que incidem na troca em campo de bombas com defeito, em que todas as OS‘s (ordens de serviços) geradas por este incidente acarretam em uma despesa desnecessária para a empresa, pois este defeito ocorre também tanto na área de reoperação quanto na casa do cliente e, com a abertura da OS, uma empresa terceirizada é contratada para realizar a substituição da bomba de pressurização com defeito. A quantidade de OS‘s foi informada pelo responsável pelo IRC (Índice de Reclamação de campo), onde foi coletada a média de trocas nos meses de janeiro de 2010 a dezembro de 2010, como mostra a tabela 5.