Seminário Ministrado em Outubro de 2016 como parte do Programa Acadêmico da Residência Médica em Otorrinolaringologia no Hospital Federal de Bonsucesso - RJ - Brasil
Dario HartResidente em Otorrinolaringologia na Hospital Federal de Bonsucesso um Hospital Federal de Bonsucesso
Seminário Estomatologia - Infecções virais e Lesões Aftosas
1. Infecções Virais da Cavidade Oral e
Lesões Aftosas
SERVIÇO DE OTORRINOLARINGOLOGIA - HFB
Dr. Dario Hart Signorini
2. Introdução
Clínica Variada
• Várias caracteristicas e tempos de incubação
• Acometimento sistêmico especificos e inespecificos.
Estado Febril Agudo
• Exceto HPV
Status Imunológico
3. HPV
Grande prevalência
• CA de Laringe e Colo de Útero
• CEC de Boca – Resultados divergentes
3 Formas
• Clínica: Lesões verrucosa/papulosas, Lisas/ásperas
• Subclínica: lesões Aceto-brancas (Colposcópio)
• Latente: Sem lesão / Sem transmissão
Controvérsias
• Concomitância com outras lesões orais (Ex: Leucoplasias, Liquen)
• Concomitância com lesões Genitais: baixa ou ausente
4. Formas Clínicas
Lesões Verrucosas
• Verruga vulgar (Autoinoculação)
• Lábios e Mucosas queratinizadas
Lesões Papilomatosas
• Coloração rosea, pedicualdas e vegetante
• Palato mole, pilares e úvula
Lesões Condilomatosas
• Múltiplos, Sesséis e coaslescentes com superficie aspera
• Língua
7. Tratamento
Exérese cirúrgica
• Cauterização da base para evitar recidivas.
Contudo, tratamentos alternativos como
cauterização com eletrocautério ou
Crio ou Eletrocauterização
Imunomoduladores
8. SARAMPO
Doença Viral Aguda
• RNA Vírus - Família Paramixovírus
• Endêmica ou Surtos – Transmissão: Aerossol-Interpessoal
• Notificação obrigatória
Vacinação (Triplice viral - SCR)
• Transmissão Rompida nas Américas - 2002
• Alta prevalência em Ásia e África
• Surtos em São Paulo 2001 a 2009
• Obs: Tétrade Viral – Inclusão da Varicela
9. SARAMPO
Pródromo Viral
• O período de incubação é de 10 a 14 dias.
• Febre alta, mal estar, coriza, tosse e conjuntivite, que pode durar de 2
a 4 dias.
• Manchas de Koplik: Pápulas Puntiformes, agrupadas, em mucosa Jugal
próximo ao pré-molares - Patognomônico – Desaparecem com o
Exantema
Conduta
• Nutrição, suporte e controle térmico
• Importante: Prevenir complicações graves - Otite média aguda
necrotizante, pneumonia virai ou bacteriana secundária e encefalite.
• Na cavidade oral podem surgir candidose e estomatite necrosante
aguda.
11. EBV – Mononucleose Infecciosa
Epstein-Barr
• DNA Vírus - Subfamilia Herpesviridae
• Prevalência Alta – 90-95% Pop Mundial ( EBV 1 – Mundo / EBV 2 –
África)
• Transmissão: Saliva
Mononucleose Infecciosa
• Anel Linfático de Waldeyer – Sistema Glandular – Linfonodos –
Viremia - Fígado, Baço - Infecta Linfócitos B (≈ ≥10% )
• Adolescentes e Adultos jovens / Crianças + assintomáticas
• Pródromos: Adinamina, Cefaléia e Calafrios
Oncogênese
• Linfoma de Burkitt, Linfoma imunoblástico e Carcinomas da
Nasofaringe.
12. EBV – Mononucleose Infecciosa
Quadro Clínico
• Tríade: Febre Alta + Odinofagia + Linfonodomegalia
• Cadeias Cervicais Posteriores + que outras
• 50% Hepatoesplenomegalia
• Resolução total em 1-2 meses – Fadiga Crônica?
Lesões Bucofaringeas
• Exsudato Esbranquiçado e Hipertrofia de Tonsilas Palatinas
• Petéquias no palato (Diag Dif: Streptococcus/Rubeola/)
• Leucoplasia Pilosa : Em Imunodeprimidos (HIV,
Transplantados)
13. EBV – Mononucleose Infecciosa
Diagnóstico
• Atipia Linfocitária > 10%
• Monoteste / IgM e IgG para EBV / PCR
• Rash Cutâneo com uso de Amoxicilina/Ampicilina
Diagnóstico Diferencial
• Mono Like: CMV, TOXO, Rubeola, HSV, HIV.
• Observar complicações: Hepatites, Colecistite Alitiásica,
Meningite e Ruptura Esplênica.
Tratamento
• Suporte
• Corticóides não indicados.
15. HSV – I e II
HSV Tipo 1
• Oral(“acima da cintura”)
• Contato direto secreção oral contaminada
HSV Tipo 2
• Genital (“Abaixo da cintura”)
• Infecção vertical (Parto) ou DST
16. HSV – I e II
Estomatite Hérpetica
• Primoinfecção entre 1 e 6 anos
• Febre + Linfonodomegalia + Lesões orais
• Autolimitada – 10-14dias
• Múltiplas vesiculas que coaslecem e ulceradas em Lábios, Palato e Gengiva. Diferenciar das lesões
aftosas
Latência e Recidivas
• Recidivas são comuns – Muitas Subclínicas
• Transmissibilidade mesmo em assintomáticos
Diagnóstico
• Clinica + Sorologia IgM e IgG ou PCR
Tratamento
• Crianças: lSmg/kg/Sx/dia;e
• Adultos, 200mg/Sx/dia, 400mg/3x/dia ).
• Recidivas: 400mg/2x/dia
• Opções: Fanciclovir (250mg/2xdia) e Valaciclovir (500mg/2x/dia), Evitar em imunosuprimidos
• Resistência: ao aciclovir, Usar Foscarnet endovenoso ( 40mg/kg/3xdia) até resolução das lesões.
18. Varicela Zoster
Semelhante ao HSV
• Acomete Adultos, Idosos e Imunodeprimidos
• Tropismo nervoso – Lesões Dolorosas
• + Comum em N. Trigemeo (V1)
• Sd. De Hamsay Hunt (VII e VIII Par )
Lesões Bucofaringeas
• Pápulas Eritematosas – Vesículas – Bolhas – Úlceras
• Respeitam a Linha média: Boca, Lábios, Língua e Palato
• Dor Neuropática Pós Herpética
• Dor pode preceder lesões dermatológicas
19. Varicela Zoster
Diagnóstico
• Clínico
• Imunoflorescência direta
• Sorologia (Diagnóstico Passado)
Tratamento
• Vacina – Previne Primoinfecção e Reduz morbidade
• Corticóides (Dor Aguda e Neuroproteção?)
• Antivirais: Fanciclovir(500mg3xd) e Valaciclovir(1000mg 3xd)
• Dor Neuropática Pós Herpética: Controverso – Diversas
medicações – Amitriptilina, Anestesicos, Gabapentina,
Pregabalina
21. CMV
Citomegalovírus
• Familia Herpesviridae ( HHV 5)
• 90% assintomáticos e Alta Latência
• Sintomáticos: Imunossuprimidos (HIV) e Transmissão
congênita(> 40x na primoinfecção gestacional)
Apresentações
• Transmissão: secreções corporais (saliva, urina, sangue,
leite materno, sêmen, fluidos cervicais)
• Pneumonia, Esofagite, Encefalite, Hepatite, Pancreatite,
Gastronterites, Colite e Retinite.
31. Higiene Oral Deficiente
Doença Periodontal
• Restos Alimentares - Placas bacterianas
• Hiperplasia - Inflamação crônica - Sangramento
Mucoso
Gengivite
• Causa Locais: Respiração bucal e má oclusão dentária
• Causa Sistêmicas: Histiocitose, Leucemias,
Hidantoinatos e periodontite juvenil .
32. Fatores Irritantes e Traumáticos
Fatores Principais
• Dentes Mal posicionados ou pontiagudos /Bico de
mamadeira chupeta duro, escovação brusca
• Hábito de mascar chiclete
• Alimentos mto quentes ou condimentado
Auto agressões
• Mordeduras / Unha afiada
• Chamar atenção para si
34. Eritema Multiforme
Definição
• Doença cutaneomucosa
• Etiologia desconhecida
• Fisiopatologia: Ncrose epitelial da pele e camada epitelial da
mucosa bucal e vasculite.
Quadro Clínico (Variável)
• Ínicio brusco, febre, cefaleia, artralgia,
• Lesões cutâneas (pápulas, vesículas, bolhas, máculas
eritematosas, lesões em alvo)
• lesões bucais (vesículas ou bolhas –Ulceração – Sangramento)
• Duração: 2 a 4 semanas – sequelas Dermatológicas
36. Eritema Multiforme
Síndrome graves
• Sd de Steven Jonhson: lesões oculares, genitais, palmo-
plantares, pneumopatia e hepatopatia)
• Sd de Lyell: necrose epidérmica tóxica
Gatilhos mais comuns(50% dos pacientes)
• Uso de drogas (analgésicos,
• anti-inflamatórios não hormonais, sulfas e outros),
• Infecção virai ou bacteriana
• Associação com neoplasias.
41. Doenças Sistêmicas com Repercussões
Orais
1ª Manifestação
• Leucemia: Gengivopatia (Hiperplasia / Hemorragia)
• Neutropenia: úlceras bucais e faríngeas
secundárias a neutropenia
Estado Nutricional
• Anemia e Deficiência de vitamina A: Queilite e
Glossite (língua careca, lisa e atrófica).
44. Aftas
Conceitos
• Úlceras dolorosas e recorrentes da mucosa bucal, de etiologia desconhecida.
• Macroscopia: úlcera(s) redondas ou ovais, com bordas pique, halo hiperêmico e fundo amarelado.
• Diferenciar lesões secundárias: Princip Traumas (Mordidas/escovação).
Afta Minor (Doença de Mikulicz)_
• Prevalência: 80-90% dos paciente
• Tamanho: < lOmm
• Localização: Mucosa bucal não queratinizada (raramente na gengiva e no palato),
• Cura espontânea em 7 a 14 dias.
Afta Major (Doença de Sutton)
• Prevalência: 7-10% dos pacientes
• Tamanho: > lOmm
• Localização: Palato Mole e Mucosa labial)
• Cura espontânea até 42 dias (6 sem ). - Cicatriz
Afta Miliar/Herpitiforme
• PrevalênciaMenos comuns
• Tamanho: <3mm - Númerosas e Múltiplas úlceras de 10 a 100 lesões ao mesmos tempo.
• Múltiplas ulcerações em um único surto. Fusão forma lesões mais extensas e dolorosas
• Cura em 10 dias.
45. Estomatite Aftosa Recidivante (EAR)
Introdução
• Doença da mucosa oral + comum – Sem etiologia infecciosa confirmada
• Lesões Solitárias e/ou Múltiplas
• Infância /Adolescência durante 1 ano e intervalos regulares 15-30 dias. Cura em 1 a 4 semanas.
Prevalência
• 10 a 20% na Pop Geral, mas pode chegar a 50% em grupos específicos.(Ex: AIDS).
• Incidência > conforme idade - Pico 3ª década de vida.
• Crianças 1:1(H:M) – Adulto > M
• Histórico familiar +
• ↑ frequente em brancos, com maior nível socioeconômico, não fumantes e pacientes com
herpes Labial recidivante
Fisiopatologia e causas conhecidas
• Desequilibrio TH1 e Th2 - ↑ Citotoxicos (CD8+) e ↓ IL -10
• ↓PH Oral versus pop geral
• Déficits nutricionais (vita Bl2, Ac Fólico e Ferro) & Alergia alimentar (chocolate e glúten)
• Alterações hormonais, estresse, trauma local
46. Estomatite Aftosa Recidivante (EAR)
Histopatologia
• Processo inflamatório crônico ulcerativo inespecífico, + sinais de
hipersensibilidade do tipo tardio
• Infiltrado submucosa de LT CD4+ e Macrofagos/Mastócitos na base
da úlcera.
• Imunofluorescencia: Imunocomplexos negativo
• Diagnóstico diferencial de Doenças vesicobolhosas
Quadro Clínico
• Pródromo: 24hs antes – Prurido, Formigamento e Dormência locais.
• Erupção: Manchas – Úlcera – bordos definidos
• Cura em 6-10 dias - sem sequelas
48. D. De Behçet
Tríade Clássica
• Úlceras Orais + Genitais + Uveite
• 100% possuem EAR
• Outros Sintomas: Artralgia, Eritema Nodoso e Vasculites em
pequenos ou em grandes vasos sanguíneos (Ex: Aneurisma de Art.
Pulmonar)
Epidemiologia
• + Prevalentes: Oriente Médio, Mediterrâneo, Europa, America do
Norte
• + em homens
• Diagnóstico clinicopatológico
50. Diagnósticos Diferenciais – Lesões
Aftosas Orais
EAR
Nutricionais
• Carência
• Hipovitaminoses
Imunológicas
• D. de Crohn
• D. De Behcet
Dermatológicas
• Pênfigo Vulgar
• Líquen Plano
• Eritema Multiforme
Infecciosas
• HSV
• HIV
• Enterovirus
51. Tratamento
AINES / CORTICOIDES / IMUNOMODULAÇÃO
• Analgesia: AINES e outros – Evitar anestésicos tópicos
• Corticoide Tópico Orabase(Betametasona e Triancinolona) – Reduzem
duração da crise
• Corticóide Sistêmico: Lesões muito dolorosas – Prednisona 20-40mg/dia
• Talidomida: Para HIV+ (preferencia para Homens - Teratogenico)
• Dapsona: 100-200mg/dia – Controle com Hemograma Mensal
• Colchicina: 0,5mg/dia Até 5mg/dia – Melhor pra Behçet
Antibióticos
• Apenas se infecção secundária
Psicoterapia
• Em casos de suspeita de gatilho psicoemocional
Suporte nutricional
O sarampo é uma doença viraJ aguda, causada por um
RNA vírus da família Paramixovírus, altamente con-
tagiosa, que pode ser endêmica ou ocorrer em surtos
numa população. A transmissão endêmica foi inter-
rompida no continente americano em 20027
devido à
abrangente cobertura vacina!. No entanto, casos espo-
rádicos são relatados, relacionados à importação de
diversos países, particularmente da Europa. No estado
de São Paulo, de 2001 ao final de 2009, foram con-
firmados quatro casos, sendo dois importados do Japão
e outros dois casos vinculados à importação8.
Surtos foram relatados na Suíça, Reino Unido e
Alemanha e a doença apresenta comportamento en-
dêmico em países africanos e asiáticos, o que faz com
que a vacinação de viajantes seja recomendada8•
10•
No calendário nacional de vacinação, a primeira
dose da vacina tríplice viraJ deve ser administrada
em crianças com um ano de idade e a segunda em
crianças de quatro a seis anos de idade. Para adul-
tos, a mesma vacina é recomendada em uma única
dose, exceto para as gestantes.
O sarampo é uma doença viraJ aguda, causada por um
RNA vírus da família Paramixovírus, altamente con-
tagiosa, que pode ser endêmica ou ocorrer em surtos
numa população. A transmissão endêmica foi inter-
rompida no continente americano em 20027
devido à
abrangente cobertura vacina!. No entanto, casos espo-
rádicos são relatados, relacionados à importação de
diversos países, particularmente da Europa. No estado
de São Paulo, de 2001 ao final de 2009, foram con-
firmados quatro casos, sendo dois importados do Japão
e outros dois casos vinculados à importação8.
Surtos foram relatados na Suíça, Reino Unido e
Alemanha e a doença apresenta comportamento en-
dêmico em países africanos e asiáticos, o que faz com
que a vacinação de viajantes seja recomendada8•
10•
No calendário nacional de vacinação, a primeira
dose da vacina tríplice viraJ deve ser administrada
em crianças com um ano de idade e a segunda em
crianças de quatro a seis anos de idade. Para adul-
tos, a mesma vacina é recomendada em uma única
dose, exceto para as gestantes.
O vírus Epstein-Barr (EBV) é membro da subfamília gama da família Herpesviridae, e é um dos vírus humanos mais comuns. É um vírus envelopado, com genoma composto por DNA de fita dupla. Dentre os genes existentes, destacam-se os oncogênicos e os
que permitem a infecção de linfócitos B. Existem dois
subtipos, EBV-1, mais comum e de distribuição mun-
dial e EBV-2, mais frequente na África, porém não
há diferença entre os dois subtipos na infecção aguda.
Do ponto de vista epidemiológico, pode-se dizer
que é um dos vírus mais prevalentes, pois infecta mais
de 90 a 95% da população mundial no início da vida
adulta. A infecção é assintomática ou inespecífica
durante a inf"ancia e, quando ocorre na adolescência
ou entre adultos jovens, se manifesta como mononu-
cleose infecciosa em 30 a 50% dos casos.
A transmissão ocorre por contato com a saliva dos
eliminadores virais e, por este motivo, a mononucleo-
se infecciosa é conhecida como a "doença do beijo".
Em seguida, infecta o epitélio da nasofaringe, outros órgãos como duetos das glândulas salivares e tecidos linfoides da orofaringe. Em seguida ocorre uma viremia, com infecção do fígado, baço e infecção generalizada nos linfócitos B, chegando a acometer 10% ou mais dos linfócitos B circulantes. Tanto a resposta imune humoral quanto a celular são estimuladas e os anticorpos direcionados contra as
proteínas virais são utilizados para o diagnóstico.
O vírus Epstein-Barr (EBV) é membro da subfamília gama da família Herpesviridae, e é um dos vírus humanos mais comuns. É um vírus envelopado, com genoma composto por DNA de fita dupla. Dentre os genes existentes, destacam-se os oncogênicos e os
que permitem a infecção de linfócitos B. Existem dois
subtipos, EBV-1, mais comum e de distribuição mun-
dial e EBV-2, mais frequente na África, porém não
há diferença entre os dois subtipos na infecção aguda.
Do ponto de vista epidemiológico, pode-se dizer
que é um dos vírus mais prevalentes, pois infecta mais
de 90 a 95% da população mundial no início da vida
adulta. A infecção é assintomática ou inespecífica
durante a inf"ancia e, quando ocorre na adolescência
ou entre adultos jovens, se manifesta como mononu-
cleose infecciosa em 30 a 50% dos casos.
A transmissão ocorre por contato com a saliva dos
eliminadores virais e, por este motivo, a mononucleo-
se infecciosa é conhecida como a "doença do beijo".
Em seguida, infecta o epitélio da nasofaringe, outros órgãos como duetos das glândulas salivares e tecidos linfoides da orofaringe. Em seguida ocorre uma viremia, com infecção do fígado, baço e infecção generalizada nos linfócitos B, chegando a acometer 10% ou mais dos linfócitos B circulantes. Tanto a resposta imune humoral quanto a celular são estimuladas e os anticorpos direcionados contra as
proteínas virais são utilizados para o diagnóstico.
O vírus Epstein-Barr (EBV) é membro da subfamília gama da família Herpesviridae, e é um dos vírus humanos mais comuns. É um vírus envelopado, com genoma composto por DNA de fita dupla. Dentre os genes existentes, destacam-se os oncogênicos e os
que permitem a infecção de linfócitos B. Existem dois
subtipos, EBV-1, mais comum e de distribuição mun-
dial e EBV-2, mais frequente na África, porém não
há diferença entre os dois subtipos na infecção aguda.
Do ponto de vista epidemiológico, pode-se dizer
que é um dos vírus mais prevalentes, pois infecta mais
de 90 a 95% da população mundial no início da vida
adulta. A infecção é assintomática ou inespecífica
durante a inf"ancia e, quando ocorre na adolescência
ou entre adultos jovens, se manifesta como mononu-
cleose infecciosa em 30 a 50% dos casos.
A transmissão ocorre por contato com a saliva dos
eliminadores virais e, por este motivo, a mononucleo-
se infecciosa é conhecida como a "doença do beijo".
Em seguida, infecta o epitélio da nasofaringe, outros órgãos como duetos das glândulas salivares e tecidos linfoides da orofaringe. Em seguida ocorre uma viremia, com infecção do fígado, baço e infecção generalizada nos linfócitos B, chegando a acometer 10% ou mais dos linfócitos B circulantes. Tanto a resposta imune humoral quanto a celular são estimuladas e os anticorpos direcionados contra as
proteínas virais são utilizados para o diagnóstico.
Para crianças, sugere-se a dose de lSmg/kg/Sx/dia;
e para adultos, 200mg/Sx/dia, 400mg/3x/dia ou
800mg/2x/dia). Profilaticamente, pode-se usa
400mg/2x/dia durante período de risco (exposição
solar, por exemplo) para evitar recorrência1ª.
Algumas vezes, a internação hospitalar para tra
tamento de suporte faz-se necessária devido às di
ficuldades de ingestão de sólidos e líquidos. Tão
efetivos quanto o aciclovir, o fanciclovir (250mg/2x
dia) e o valaciclovir (500mg/2x/dia), por apresen
tarem uma farmacocinética superior, são necessário
em menor número de doses diárias 1 s.i1. No caso de
pacientes imunodeprimidos, cujo comprometimen
to tecidual é mais agressivo e arrastado, deve-se
evitar o valaciclovir e em caso de resistência ao
aciclovir, usar foscarnete endovenoso ( 40mg/kg/3x
dia) até resolução das lesões18•
Nos dias atuais
vem se utilizando o ganciclovir e o foscamete. Ambas
as drogas possuem pouca biodisponibilidade oral e
elevada toxicidade, com efeitos colaterais como neu-
tropenia, trombocitopenia, insuficiência renal, hepá-
tica, coma, convulsão, além de distúrbios eletrolíticos
(hipocalcemia, hipomagnesemia, hipofosfatemia e
hipocalemia).
enterovírus humano 71 (EV7 l) e A 16 coxsackievírus
(CA16)
Herpangina
É uma síndrome caracterizada pelo aparecimento
súbito de febre, anorexia, disfagia e odinofagia, e que
possui um período de incubação de três a dez dias.
Durante o período febril, que persiste de um a
quatro dias, surgem pequenas vesículas na úvula,
palato mole, pilares anteriores e, menos frequente,
nas tonsilas palatinas. São branco-acinzentadas, com
3 a 5mm de diâmetro, envoltas por uma auréola
avermelhada. As vesículas se rompem rapidamente
após 2 ou 3 dias, transformando-se em pequenas
úlceras, que podem durar por até uma semana,
mesmo desaparecendo os sintomas3 o.
Atinge crianças de 3 a 10 anos de idade.
Na maioria das vezes, os casos regridem sem com-
plicação e são comumente confundidos com faringite
ou tonsilite bacteriana ou mesmo faringite herpética.
Um dente mal posicionado, um dente pontiagudo, um bico de mamadeira duro, uma escova de dentes usada bruscamente, podem funcionar como irritantes
ou traumatizar a mucosa bucal, causando ou mantendo uma estomatite (Fig. 6.2).
Abuso de gomas
de mascar, condimentos ou alimentos muito quentes
também podem ser a causa3 .4.
Em crianças, porém, em caso de lesões bucais tipo
úlceras de etiologia incerta, é preciso lembrar-se
da possibilidade de autoagressões por mordeduras ou uso de unha afiada da mão na mucosa bucal,
geradas pela necessidade de chamar atenção para
si (Quadro 6.2).
, geralmente recorrente, com inicio brusco, febre, cefaleia, artralgia, lesões cutâneas (pápulas, vesículas, bolhas, máculas eritematosas, lesões em alvo) e lesões bucais (vesículas ou bolhas que rapidamente
ormas extensas e graves como a síndrome de Steven-
Johnson () e doença de Lyell (necrose epidérmica tóxica
Em As lesões duram
Candidose
, daí a candidose ou monilíase ser uma infecção
oportunista, que ocorre em determinadas situações
locais e sistêmicas que alteram a resistência do
hospedeiro e aumentam a aderência do fungo a mu-
cosa bucal: doenças sistêmicas debilitantes (anemia,
leucose, diabetes, síndrome da imunodeficiência
adquirida [AIDS]), uso prolongado de antibióticos
e corticoterapia.
A forma clínica mais frequentemente encontrada é a forma pseudomembranosa aspecto de leite coalhado, destacável com fundo hiperemiado), a forma atrófica (mucosa vófica - mucosa vermelho vivo, às vezes com úlceras em comissuras labiais) e a forma crônica hipertrófica dos imunossuprimidos (lesões hipertróficas ou vegetantes)
O tratamento consiste em usar alcalinizantes em forma de bochechos e antifúngicos como a nistatina por um período de 2 a 3 semanas (Quadro 6.4).
Em outras ocasiões, a estomatite pode ser a primeira manifestação de uma doença sistêmica grave. Por exemplo, uma leucose na forma de uma gengivopatia (hiperplasia gengival, palidez ou hemorragia gengival), hemorragias, petéquias e (Fig. 6.8). Nas situações carenciais (Deve-se ter em mente que a estomatite é frequentemente atribuída em demasia à desnutrição proteico-calórica ou quadros de hipovitaminose, gerando prescrições desnecessárias
“afta de Sutton”, que ocorre em aproximadamente 7 - 10% dos pacientes. Apresenta-se, em geral, com diâmetro aproximado de dez milímetros ou mais, que ao reparar-se deixam cicatriz. Seu período de duração é mais longo, podendo chegar até seis semanas (42 dias), localizando-se preferencialmente no palato mole e mucosa labial.
A EAR tem prevalência de 10 a 20% na população geral. , mas pode chegar a 50% em grupos especí-
ficos (por exemplo, pacientes com vírus da imunodeficiência humana [HIV, human immunodeficiency
vírus]). Sua ocorrência é mais rara na infância, porém lentamente sua frequência vai aumentando
com a idade, até atingir seu pico de incidência na terceira década de vida.
Mecanismos imunológicos mediados por células
T (aumento de células T CD8 e redução de célu-
las T CD4), além de um desequilíbrio entre linfó-
citos T auxiliar 1 e 2 (LThl e LTh2, lymphocyte T
helper), parecem estar envolvidos e há evidências
de que ocorra reação citotóxica tecidual anticorpo-
-dependente, durante os surtos de EAR. Além disso,
os níveis de interleucina 1 O (IL-1 O) parecem estar
diminuídos em pacientes com EAR4-6.
Estudos mostram que nos pacientes acometidos,
o pH bucal é mais baixo em relação ao pH da população geral. Outros fatores implicados na gênese da EAR são: déficits nutricionais (vitamina Bl2, ácido fólico e ferro), alterações hormonais, estresse, trauma local e alergia alimentar (chocolate e glúten)
lguns pacientes referem um período prodrômico
de cerca de 24h antes do aparecimento das lesões,
no qual apresentam sensação de prurido e queima-
ção no próprio local onde irá surgir a afta. Surge,
em seguida, uma mancha eritematosa, com discre-
ta zona central esbranquiçada onde irá aparecer a
erosão. Com a evolução do processo, verificamos
que as bordas tornam-se regulares, com margens
eritematosas bastante características (Fig. 8 .1). Após
período médio de seis a dez dias, ocorre cura es-
pontânea, sem sequelas.
No alívio da dor sugere-se o uso de anti-inflama-
tórios não hormonais (AINH) e analgésicos orais,
evitando-se o uso dos tópicos. O uso de corticoste-
roides pode ser tópico em orabase (betametasona e
triancinolona), podendo diminuir a duração da crise.
O uso sistêmico pode estar indicado para controlar
surtos mais graves com muitas lesões dolorosas.
Nestes casos, pode-se usar prednisona 20 a 40mgldia
por 7 a 10 dias. Antibioticoterapia deve ser usada
quando houver suspeita de infecção secundária5•
Para prevenção das crises, existem algumas opções: uma delas, bastante eficaz principalmente em pacientes infectados pelo HIV é a talidomida, mas seus efeitos colaterais e teratogênicos limitam seu uso is. O uso em pacientes do sexo feminino deve ser restrito e associado a anticoncepcionais se necessário. Uma ótima opção é a dapsona (100 a
200mg/dia) e também devemos atentar para os efeitos colaterais como a meta-hemoglobinemia, o
que leva à necessidade de controle de hemograma mensalmentes. A colchicina também pode ser usa-
da, principalmente nos quadros cutaneomucosos da doença de Behçetl 1 -13 (0,5mg por dia, aumentando-