CADERNO DE INSTRUÇÃO MEDIDAS DE PROTEÇÃO ELETRÔNICA (MPE) CI 34-1/1
1. MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES
Caderno de Instrução
MEDIDAS DE PROTEÇÃO ELETRÔNICA
(MPE)
1ª Edição
2006
CI 34-1/1
Preço: R$
CARGA
EM______________
RESERVADO
RESERVADO
2. APRESENTAÇÃO
Na guerra moderna, os exércitos dependem de meios eletrônicos para obter e
difundir informações, para comandar e controlar suas forças e para operar seus
sistemas de armas.
Este caderno de instrução propõe medidas a serem observadas por qualquer
militar envolvido com o emprego desses meios eletrônicos em ambiente
eletromagnético hostil, de modo a obter o mais adequado planejamento e a máxima
eficácia na sua exploração.
Os seguintes princípios devem nortear a utilização deste caderno:
- seu manuseio não deve ser privativo de elementos de Comunicações e GE,
mas sim, extensivo a todos os operadores e planejadores de sistemas que
empreguem emissores de ondas eletromagnéticas com finalidades militares de
campanha;
- sua difusão deve ser a mais ampla possível; e
- o elenco de medidas aqui abordadas não esgota o assunto. O conhecimento
da doutrina de emprego e das características do material de dotação, a experiência
adquirida pela operação diuturna e o espírito criativo dos planejadores e operadores
são fontes seguras para a definição de novos procedimentos.
Todas as dúvidas, sugestões e observações a respeito deste Caderno de
Instrução deverão ser encaminhadas ao Centro Integrado de Guerra Eletrônica,
onde serão avaliadas, respondidas e, se for o caso, difundidas para toda a Força
Terrestre.
RESERVADO
RESERVADO
3. ÍNDICE DE ASSUNTOS
Pag
CAPITULO 1-INTRODUÇÃO
1.1 Ambiente Eletromagnético Hostil .................................................. 1 - 1
1.2 Medidas de Proteção Eletrônica (MPE) ........................................ 1 - 2
CAPÍTULO 2 - MPE nos Sistemas de Comunicações (MPE Com)
2.1 Ações Anti-MEA ........................................................................... 2 - 1
2.2 Ações Anti-CME ........................................................................... 2 - 7
2.3 Treinamento da MPE Com ............................................................ 2 - 11
2.4 Relatório de Interferência e Dissimulação Eletrônica (RID)............ 2 - 12
CAPÍTULO 3 – MPE nos Sistemas de Não-Comunicações (MPE N Com)
3.1 Ações Anti-MEA ........................................................................... 3 - 2
3.2 Ações Anti-CME ........................................................................... 3 - 4
3.3 Treinamento das MPE N Com ...................................................... 3 - 8
3.4 Relatório de Bloqueio e Despistamento (RBD) .............................. 3 - 9
RESERVADO
RESERVADO
4. 1-1RESERVADO
RESERVADO
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1AMBIENTE ELETROMAGNÉTICO HOSTIL
É aquele em que o OPONENTE realiza, de modo ininterrupto, ações de Guerra
Eletrônica e Inteligência do Sinal, desde o tempo de paz, visando obter, por meio
de suas Medidas Eletrônicas de Apoio (MEA), dados para:
a) levantar a Ordem de Batalha Eletrônica ou as principais regiões de
desdobramento, por meio da interceptação e da localização de transmissões
de rádiofrequências das unidades no terreno;
b) levantar os parâmetros técnicos dos equipamentos, modo de operação
e exploração dos sistemas de comunicações e não-comunicações com a
finalidade formar um banco de dados;
Fig. 1 – Ordem de Batalha Eletrônica
levantada pelo inimigo
5. 1-2 RESERVADO
RESERVADO
c) realizar as Contramedidas Eletrônicas (CME), interferindo em nossas
comunicações. Na aplicação das MPE deve-se buscar, em primeiro lugar, furtar-
se às ações de MEA inimigas e, em segundo plano, evadir-se das CME
empregadas; e
1.2 MEDIDAS DE PROTEÇÃO ELETRÔNICA (MPE)
As MPE compreendem uma série de procedimentos que visam garantir, com
segurança, o emprego dos NOSSOS sistemas eletrônicos, a despeito das ações
da Guerra Eletrônica oponente.
Na aplicação das MPE, deve-se buscar, em primeiro lugar, furtar-se às ações
de MEA inimigas e, em segundo plano, evadir-se das CME empregadas.
As MPE dividem-se em: Ações Anti-MEA e Ações Anti-CME.
a. Ações Anti-MEA
Constituem um conjunto de ações que visam evitar que o inimigo utilize
os sistemas de comunicações ou de não comunicações de nossas forças como
fontes de informações, negando-lhe o sucesso na aquisição, localização e
conseqüente análise de nossas emissões por meio de suas MEA. São de vital
importância para a segurança de toda a tropa, devendo, por isso, serem
realizadas permanentemente.
d) levar à destruição dos emissores, pelo relatório de posições enviadas à
artilharia ou aviação inimiga.
Fig. 2 – Realização da interferência
Fig. 3 – Destruição de emissores
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6. 1-3RESERVADO
RESERVADO
Constituem um conjunto de ações
a serem tomadas no instante em que o
operador de um equipamento de Com
ou de N Com percebe que está sendo
alvo de ações de CME, com o fim de
anular ou reduzir sua eficácia.
Por meio de suas CME, o inimigo
pode interferir em nossas ligações ou
imitar nossas transmissões. Pode,
também, gerar alvos falsos em nossos
radares ou mesmo provocar o
surgimento de traços e pontos com o
objetivo de confundir e impedir a
observação.
É importante ressaltar que as medidas previstas neste caderno devem ser
sempre buscadas, a despeito da tecnologia disponível em nossos equipa-
mentos de comunicações, uma vez que as MPE são, acima de tudo, uma
concepção de emprego à qual a tecnologia serve apenas de suporte, facili-
tando sua execução e otimizando seus resultados.
b. Ações Anti-CME
Fig. 4 – Ações Anti-MEA
Fig. 5 – Ações Anti-CME
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7. 2-1RESERVADO
RESERVADO
CAPÍTULO II
MPE NOS SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES (MPE COM)
Conforme descrito anteriormente, o inimigo pode atuar diretamente sobre
nossos sistemas de comunicações. Por meio das MEA, ele pode interceptar,
monitorar e registrar nossas transmissões, ou mesmo localizar nossos postos.
Por meio das CME, pode interferir em nossas ligações ou imitar nossas
próprias transmissões.
Por isso, todo usuário de meios de comunicações deverá estar pronto a protegê-
los, por meio das Ações Anti-MEA e Ações Anti-CME.
2.1AÇÕESANTI-MEA
O emprego correto das ações Anti-MEA impossibilitará o inimigo de produzir
conhecimentos cuja fonte sejam nossas transmissões eletromagnéticas.Assim,
o fluxo de geração de dados não será concluído, impedindo que o inimigo
execute qualquer ação contra nossos postos.
As ações Anti-MEA têm como objetivo reduzir a vulnerabilidade das Forças
Amigas, por meio da adoção de procedimentos que dificultem ao máximo a
obtenção de informações pela GE inimiga, reduzindo-lhe a eficácia. São vistas
nas páginas seguintes.
8. 2-2 RESERVADO
RESERVADO
a. Previsão de procedimentos
Todos os procedimentos para fazer frente às ações da GE inimiga deverão
estar previstos nos documentos pertinentes, como: NGA, IP Com Elt e IE Com
Elt.
Deve-se tratar dos procedimentos a adotar:
- quando de violações das medidas de segurança das comunicações;
- quando da substituição de sistemas criptográficos revelados;
- para emissão de relatórios de interferência e dissimulação;
- em caso de interrupção no funcionamento de determinado meio de
Com;
- para o estabelecimento de redes-rádio;
- para o estabelecimento de indicativos e freqüências; e
- quanto ao controle das emissões.
b. Previsão de sistemas redundantes
O OCom deve planejar mais de um sistema, de modo a permitir o
prosseguimento das comunicações, evitando a solução de continuidade. Esses
sistemas podem até mesmo ser caracterizados pela existencia de outra rede
rádio, atuando em outra frequência.
c. Previsão de rotas alternativas
O OCom deve planejar mais de uma rota, de modo a guardar alternativas
a serem utilizadas nos momentos críticos.
d. Alteração no padrão das emissões
1) Prever mudanças de padrão de indicativos, polarização, freqüências,
modulação, codificação e equipamentos, quando possível, para alterar o padrão
das emissões.
2) Sempre que houver troca de um parâmetro qualquer, evitar seguir
sempre um padrão, pois isso facilita a análise dos dados. Um dos casos mais
típicos é a mudanca de freqüência de duas em duas horas, sermpre nas horas
cheias.
Fig. 1 – Rotas alternativas
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9. 2-3RESERVADO
RESERVADO
3) Planejar rodízios entre os operadores dos postos, quando for possível,
para evitar que as MEA inimigas associem o posto à voz do operador. Tal fato
é mais relevante devido à existência de sotaques, o que permite associar, de
forma nítida, a voz de determinado operador a uma determinada unidade,
quando identificada.
e. Utilização de códigos
1) Planejar a utilização de códigos de mensagens pré-estabelecidas,
mensagens pré-formatadas e códigos de operação, para reduzir ao mínimo o
tempo de transmissão e dificultar a compreensão das mensagens, caso sejam
monitoradas.
2) O emprego mais adequado seria associar esses códigos a sistemas
de transmissão de dados, que poderiam ser implementados com um rádio,
um computador e um software.
f. Controle das Emissões
1) Reduzir, ao mínimo, todo e qualquer tipo de emissão que possa servir de
fonte de informações para o inimigo.
2) Evitar o envio de mensagem de conteúdo inexpressivo.
3) Prever um mínimo número de letras e algarismos para os indicativos, de
preferência compostos por apenas dois elementos. Isso agiliza a transmissão e
dificulta a análise da GE Inimiga.
4) Planejar a transmissão de mensagens de modo a manter seu fluxo o
mais balanceado e constante possível, isso pode ser realizado desviando o
fluxo de mensagem para outras redes ou meios de transmissão, quando
disponíveis.
Mensagem em claro:
“W9 V T7 PT PATRULHA INI ATACOU EM
QUADRÍCULA (65–42)”
Mensagem codificada:
“W9 V T7 PT CASTOR ROMPEU URANO
ADSD PT”
Fig. 2 – Utilização de códigos
Experimente mudar de freqüência em intervalos diferentes.
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10. 2-4 RESERVADO
RESERVADO
5) Estabelecer prescrições de emprego que preservem os meios mais
vulneráveis para serem empregados nos momentos mais críticos das
operações.
6) Evitar o emprego excessivo de abreviaturas na transmissão, para
reduzir o tempo de portadora no ar.
Mensagem transmitida com abrevia-
turas:
“SIERRA OSCAR LIMA SIERRA
UNIFORM PAPA CHARLIE LIMA
ROMANO CINCO PT”
Mensagem transmitida sem abrevia-
turas:
“SOLICITO SUPRIMENTO CLASSE
CINCO PT”
Fig. 3 – Controle das emissões
g. Controle da Potência
1) Utilizar, inicialmente, sempre a menor potência do rádio para estabelecer
uma ligação. Isso garantirá sempre o emprego da mínima potência necessária ao
estabelecimento das comunicações.
2) Irradiar a potência do rádio o menor tempo possível. Recomenda-se,
como base para adestramento da tropa, o tempo de 3 segundos com o
combinado apertado. Muitos operadores não adestrados e pressionados para
cumprir o tempo de 3 segundos começam a falar no mesmo momento em que
apertam o combinado, ou até mesmo antes, e soltam a tecla antes de terminar
de falar, atitudes que exigirão que a mensagem seja transmitida novamente.
3) Planejar o emprego de retransmissores e repetidores de multicanal
para reduzir a potência de transmissão.
h. Desdobramento dos meios
O OCom deve planejar o desdobramento do sistema de modo a:
- preservar a área de PC, quanto à
sua localização, por meio da instalação de
antenas o mais afastado possível. Isso
poderá ser obtido com o uso de
equipamentos remotos. Caso o
afastamento seja feito por meio físico, ter o
cuidado para que as perdas não afetem a
funcionalidade do sistema;
Fig. 4 – Preservação da área de PC
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11. 2-5RESERVADO
RESERVADO
- possibilitar o emprego de antenas direcionais, principalmente para os
postos que necessitem utilizar maior potência, que estejam mais próximos da
LP/LC ou LAADA, ou que estejam em terreno plano destituído de acidentes
que sirvam de massa cobridora na direção do inimigo. Essas antenas nunca
devem ser empregadas em direção à LP/LC ou LAADA, pois, dessa forma, a
potência enviada em direção aos equipamentos de MEA do inimigo será
aumentada;
Fig. 5 – Uso de antenas direcionais
Fig. 6 – Tipos de antenas mais comuns
Os cálculos necessários para se construir as antenas dipolo e semi-
rômbica podem ser encontrados no manual C 24-18.
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12. 2-6 RESERVADO
RESERVADO
- orientar corretamente as antenas direcionais, caso estejam sendo
utilizadas, devendo, para isso, conhecer com exatidão a localização dos demais
postos que integram a rede; e
- aproveitar o perfil do terreno para barrar a propagação na direção da
zona de ação inimiga.
Fig. 7 – Aproveitamento do perfil do terreno
i. Exploração correta
1) Como Posto Diretor da Rede, não utilizar o rádio para atender às suas
necessidades de coordenação, e sim utilizar outros sistemas como o fio, quando
estiver disponível. Outrossim, utilizar sempre mensagens pré-estabelecidas.
2) Utilizar antenas fantasmas quando for necessário somente testar ou
sintonizar o rádio.
3) Transmitir apenas o estritamente necessário, evitando o uso de
expressões do tipo “COMO ME RECEBE?”.
4) Cumprir a prescrição rádio estabelecida.
5) Evitar o cotejo.
6) Evitar ficar retransmitindo a mesma mensagem mais de uma vez. Caso
o posto receptor não tenha compreendido a mensagem, informar ao posto
transmissor por meio de mensagem pré-estabelecida. O posto transmissor, se
possível, deverá enviá-la por outra rede ou meio de comunicações. Caso tenha
de transmitir pela mesma rede, deverá criptografá-la.
7) Manter a tecla do combinado pressionada no máximo por 03 (três)
segundos em cada trecho de transmissão, para dificultar a detecção,
interceptação e a localização eletrônica. Salienta-se que, se o oponente possuir
receptores de banda larga, essa medida terá sua eficiência reduzida.
j. Manutenção dos Equipamentos
1) Providenciar para que emissores eletromagnéticos com defeitos que
gerem emissões involuntárias sejam imediatamente reparados.
2) Checar, conforme o plano de manutenção, a potência emitida pelos
rádios.
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13. 2-7RESERVADO
RESERVADO
2.2AÇÕESANTI-CME
As ações Anti-CME têm como objetivo neutralizar ou reduzir os efeitos da
CME inimiga sobre os sistemas das forças amigas, e podem ser realizadas
contra a interferência e também contra a dissimulação eletrônica imitativa.
Para se adotar as ações Anti-CME adequadas, deve-se primeiramente
identificar se a ação é uma interferência ou uma dissimulação eletrônica
imitativa.
A manipulação eletrônica manipulativa tem, como alvo, o sistema de MEA
do oponente, fugindo, portanto, ao escopo deste caderno de instrução.
a. Como reconhecer uma ação de interferência
Para reconhecer uma interferência, o operador deve executar os
seguintes passos:
1) Determinar se a interferência é interna ou externa ao seu conjunto-
rádio. Para isto, basta retirar a antena; se a interferência diminuir, significa que
ela é externa; caso contrário, é causada por um mal funcionamento do
equipamento.
2) Determinar se a interferência é intencional ou não. Conforme o Manual
de Campanha C 24-18 - Emprego do Rádio em Campanha, a interferência
não-intencional pode ser de três tipos: de origem natural (tempestades elétricas,
erupções do sol, ruído de estática e distúrbios no meio de propagação); artificial
(proximidade de mecanismos elétricos) e mútua (proximidade de sistemas de
comunicações). Para determinar se a interferência é intencional, basta deslocar
o rádio para um ponto mais distante; se a interferência cessar, é porque era
não-intencional.
3) Caso o operador verifique que a interferência é externa e intencional,
deverá proceder de acordo com o descrito no Capítulo 5 do Manual de
Campanha C 24–2 ADMINISTRAÇÃO DE RADIOFREQÜÊNCIAS, e preencher
o Relatório de Interferência e Dissimulação Eletrônica (RID), conforme o modelo
ao final deste capítulo.
b. Procedimentos sob ação de interferência
Todos os procedimentos para fazer frente às ações da GE inimiga,
deverão estar previstos nos documentos pertinentes, como: NGA, IP Com Elt
e IE Com Elt.
Deve-se tratar dos procedimentos a adotar:
A interferência se caracteriza pela emissão de uma radiofreqüência de
potência superior à utilizada pela rede alvo.
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14. 2-8 RESERVADO
RESERVADO
- sob ação de interferência; e
- sob ação de dissimulação eletrônica.
Lembre-se: o inimigo só irá interferir quando houver grande possibilidade de
sucesso. E sempre empregará a máxima potência disponível !!!
1) Prosseguimento da operação mesmo sob interferência
a) O operador deve continuar a transmitir, agindo com naturalidade,
para que o inimigo pense que não está sendo eficaz. Caso contrário, concluirá
que sua ação está tendo sucesso. As seguintes frases ou semelhantes devem
ser PROIBIDAS:
- “ESTOU COM MUITA INTERFERÊNCIA”; e
- “TEM MUITO RUÍDO, NÃO ESTOU OUVINDO NADA”.
b) O posto rádio sob interferência pode solicitar, por meio de código
pré-estabelecido, o aumento da potência do posto com o qual tem dificuldade
de ligação. No entanto, se o aumento de potência for demasiado (sair de 4W
para 50 W), os equipamentos de MEA do oponente poderão detectar o aumento
de potência, o que facilitará a Loc Elt com maior precisão.
c) Inclinar a antena, com o objetivo de mudar sua polarização, ou
prover a ela uma outra característica de direcionalidade.
Fig. 8 – Inclinação da antena vertical
d) Mudar a localização da antena, principalmente acima de 30 MHz,
devido à alta direcionalidade do sinal interferente.
e) Empregar antenas direcionais para fortalecer a ligação.
f) Realizar uma sintonia fina cuidadosa para reduzir os efeitos da
interferência.
g) Trocar a polarização das antenas de todos os postos da rede.
h) O posto rádio interferido, quando não conseguir continuar operando,
e por orientação do OCom, deve prosseguir transmitindo mensagens falsas,
para que o inimigo não pense que foi bem sucedido. Obviamente, isso somente
poderá ser feito se estiver previsto nas IEComElt.
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15. 2-9RESERVADO
RESERVADO
2) Emprego de posto retransmissor
O emprego de postos retransmissores fortalece as ligações. Isso
porque, quanto menor a distância entre os seus postos, maior potência deverá
empregar o equipamento de CME do oponente ou deverá estar mais próximo
do seu alvo.
3) Mudança para o modo de exploração duplex
a) Para isto, deve-se utilizar dois equipamentos por posto. Por
exemplo: para operarem em duplex, dois postos devem possuir, cada um,
dois equipamentos rádio, sendo um para transmitir e outro somente para
receber, o que também realizam por meio de duas freqüências distintas.
b) Isso forçará o equipamento de CME a interferir na freqüência do
equipamento que está transmitindo, não afetando, dessa forma, o receptor.
Rx B Rx A
Tx B Tx A
Fig. 9 – Transmissão duplex
c) Como se pode observar na Fig. 12, o alvo de um equipamento de
CME será sempre o transmissor. É impossível impedir um equipamento de
realizar a transmissão, da mesma forma que é impossível localizar um
equipamento que só recebe. Dessa forma, utilizando-se a transmissão
DUPLEX, a interferência empregará a freqüência utilizada pelo Tx A, não sendo
eficaz contra o Rx A, pois os mesmos operam em freqüências diferentes.
4) Uso de rotas alternativas
O uso de rotas alternativas de comunicações pode garantir o
cumprimento da missão sob interferência, principalmente se a rota escolhida
possuir um posto mais próximo do receptor.
Fig. 10 – Uso de rotas alternativas
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16. 2-10 RESERVADO
RESERVADO
c. Como reconhecer uma ação de dissimulação eletrônica imitativa
Esta ação se caracteriza pela inquietação ou intrusão do inimigo na rede,
imitando as nossas próprias transmissões.
1) A dissimulação eletrônica não será empregada pelo inimigo sem que
exista um motivo tático de grande importância. Talvez o oponente queira
unicamente obter informações; contudo, empregando apenas MEA ele não
precisaria se expor para isso. Assim sendo, o inimigo poderia estar querendo
forçar uma mudança de posição de uma companhia, de um pelotão ou da
reserva, com a finalidade de executar um ataque.
2) O operador deverá estar atento ao uso do seu indicativo por outro posto.
3) Normalmente, a GE inimiga vai tentar se passar por um posto que
está inativo ou que não está respondendo a um determinado chamado.
4) O bom senso do operador e a sua familiaridade com os demais
operadores da sua rede serão ferramentas valiosas na percepção de qualquer
diferença na exploração.
5) Ooperador queperceber ouso deseuindicativopor outroposto deverá
informar IMEDIATAMENTEoOCom elançar naredeumamensagem ou código
preestabelecida(o) que indique a intrusão inimiga. Deverá, também, preencher
o Relatório de Interferência e Dissimulação (RID).
d. Procedimentos sob ação de dissimulação eletrônica imitativa
1) Comunicação imediata do Radioperador
a) O radioperador deverá comunicar tal fato, de imediato, ao seu chefe
de posto, JAMAIS DECLARANDO, na rede, que há um posto falso operando.
b) O OCom, em coordenação com o escalão superior, deverá tentar
descobrir se a intenção do inimigo é obter ou confirmar informações, ou mesmo
provocar deslocamentos de tropa.
2) Estabelecimento de procedimentos para transmissão de mensagens
a) O OCom deverá estabelecer procedimentos para regular quais
mensagens poderão transitar numa rede que sofrer intrusão inimiga.
b) O operador deverá continuar falando com o posto que está realizado
a intrusão, de forma que seja possível realizar a sua localização eletrônica.
c) Sendo muito bem coordenado pelo escalão superior, será possível
o uso desse canal para a transmissão de mensagens falsas.
3) Autenticação dos postos
a) Realizar a autenticação do Posto-Rádio de que se tem suspeita.
Não se deve insistir na autenticação por mais de uma vez. O OCom deverá
ser informado por meio do RID, para que sejam tomadas todas as providências
necessárias.
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17. 2-11RESERVADO
RESERVADO
4) Autenticação das mensagens
O operador deverá sempre realizar a autenticação das mensagens, por
ser este o último recurso contra os efeitos devastadores de uma ação de
dissimulação eletrônica bem sucedida.
5) Mudança de freqüências
a) A troca de freqüências deverá ser o último procedimento a adotar
tanto no caso de uma interferência quanto no de uma ação de dissimulação
eletrônica, pois torna nítido ao inimigo que ele foi eficaz em sua ação.
b) Quando for imprescindível, a troca de freqüências deverá ser feita
com a abertura de novos postos, mantendo-se um fluxo de mensagens falsas
na freqüência anterior.
2.3 TREINAMENTO DAS MPE Com
a.Adestramento do Radioperador
1) Os cursos de formação de radioperadores devem levar em consideração a
existência da GE como um fator a exigir melhor formação de seus instruendos.
2) Todos os militares — principalmente os combatentes de Com — que
utilizarem os meios eletrônicos de comunicações deverão ser formados com a
mentalidade de segurança. Para tanto, há a necessidade de simular situações
semelhantes às que poderão ocorrer num combate em que o Ini possua GE.
3) Todos os procedimentos anti-MEA e anti-CME aqui abordados, por
mais simples que sejam, deverão ser arduamente cobrados tanto na formação
quanto no adestramento dos radioperadores, que sempre terão conhecimento
de dados importantes, tais como a direção dos postos com os quais devam
manter comunicações, a direção geral do Ini, os parâmetros para confeccionar
uma antena direcional de emergência e como proceder quando sob a ação de
interferência e dissimulação.
4) Nesta fase de treinamento, não é necessário ir-se ao campo. Sendo
montada uma rede rádio na área do aquartelamento e, utilizando-se um rádio
com as mesmas características, poderão ser criadas várias situações de CME,
sejam de interferência, sejam de dissimulação, ou apenas realizada a
monitoração e elaborada a conseqüente crítica da exploração rádio.
b. Adestramento do Pelotão de Comunicações
1) No adestramento do Pel Com, já em exercícios no campo, as limitações
impostas pelo terreno proporcionarão aos operadores uma sensação mais
real da dificuldade de estabelecer e manter os enlaces de comunicações.
2) Nesta situação, o uso da menor potência possível, o emprego das
antenas direcionais, a mudança de freqüência e a escolha dos locais adequados
à instalação dos postos-rádio constituem procedimentos suscetíveis de
treinamento intensivo, tudo visando a um inimigo que pode estar apenas
escutando, coletando informações ou se preparando para uma ação de CME.
.
CI 34-1/1
18. 2-12 RESERVADO
RESERVADO
3) Nas ações de CME, o emprego de antenas direcionais — tais como a
semi-rômbica — e a realização de deslocamentos para aproximação dos postos
alvos constituem procedimentos que poderão aumentar a eficiência da
figuração inimiga.
4) Nas montagens dos exercícios, sempre prever um “Posto de GE” atuando
no partido contrário. Esse posto poderá contar com uma equipe de operadores e
valer-se de um conjunto rádio similar ao empregado no adestramento.
2.4 RELATÓRIO DE INTERFERÊNCIAE DISSIMULAÇÃO ELETRÔNICA
a. O Relatório de Interferência e Dissimulação Eletrônica (RID) resultará em
alguma ação por parte do Escalão Superior e de seus elementos de EM de
Guerra Eletrônica.
b. Tal Relatório informará ao Centro de Operações Táticas/DE que o inimigo
está realizando CME.
c. O RID deverá ser preparado e levado ao destinatário o mais rápido
possível, e será preenchido pelo chefe do Posto-Rádio que sofreu a ação de
CME.
d. Para transmissão via rádio, o conteúdo deste Relatório deverá, sempre
que possível, ser codificado.
Na página seguinte, pode-se observar o modelo do Relatório de Interferência
e Dissimulação Eletrônica.
CI 34-1/1
19. 2-13RESERVADO
RESERVADO
OBSERVAÇÕES:
(1) Citar os modelos dos equipamentos utilizados, por exemplo: ERC 617,
Tab. 1 – Relatório de Interferência e Dissimulação
RELATÓRIO DE INTERFERÊNCIA E DISSIMULAÇÃO
ERC 630, ERC 203, ERC 107 etc.
(2)Acrescentar outros dados julgados úteis: anexar gravação do sinal interfe-
rente, se possível, para futura análise técnica; informar se o idioma utilizado na
Dism Elt foi inteligível, anexando o texto ou o resumo da transmissão, atentando
para dados relevantes como nomes, indicativos, locais etc.; informar se foi trans-
mitido criptograma.
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20. 3-1
RESERVADO
RESERVADO
CAPÍTULO III
MPE NOS SISTEMAS DE NÃO-COMUNICAÇÕES
(MPE N COM)
Sistemas de Não-Comunicações são todos os sensores, ativos ou passivos,
que obtêm informações a partir de sinais eletromagnéticos. Tal conceito
abrange, portanto, radares de todos os tipos, telêmetros, sistemas de visão
noturna e até mesmo câmeras de vídeo e câmeras fotográficas.
As MPE de não-comunicações são, portanto, uma série de medidas a serem
adotadas quando do emprego desses sistemas, procurando dificultar a
execução das MEA e neutralizar os efeitos das CME oponentes.
As MPE N Com têm como objetivo impedir o inimigo de:
- interceptar e localizar nossos emissores de Não-Comunicações;
- obter informações por meio da análise dos nossos sinais; e
- obter êxito em suas ações de bloqueio e despistamento.
Do mesmo modo que nas MPE de Comunicações, as MPE N Com dividem-
se em Ações Anti-MEA e Anti-CME, estando essas ações muito relacionadas
às tecnologias incorporadas aos respectivos equipamentos.
21. 3-2
RESERVADO
RESERVADO
3.1AÇÕES ANTI-MEA
a. Controle das Emissões
O controle das emissões é a mais importante ação de MPE N Com, devendo
ser planejado e cumprido com todo o rigor, como verdadeira medida salva-vidas
para o operador dos meios de N Com.
O planejamento do controle das emissões de não-comunicações resulta
na elaboração do Plano de Controle das Irradiações Eletromagnéticas de Não-
Comunicações ( Plano CIENC ), que pode ser centralizado, quando o escalão
superior determina as condições de irradiação de cada equipamento das OM
enquadradas; ou descentralizado, quando o escalão superior expede normas
gerais de irradiação e cada escalão detentor de equipamento determina suas
condições de irradiação.
Especial atenção deve ser tomada para que o Plano CIENC esteja em
consonância com o plano de dissimulação da força.
b. Regras básicas para orientar a confecção do Plano CIENC
1) O Plano CIENC deve abranger todos os emissores da força, incluindo
sistemas eletro-ópticos e de CME.
2) Nos sistemas de vigilância aérea e terrestre, contrabateria e
contramorteiro, que normalmente não podem permanecer na situação de
silêncio radar, as demais técnicas de MPE devem ser enfatizadas e seus sítios
devem merecer medidas especiais de segurança.
3) O Plano de Dissimulação Tática deve prever o uso de simulacros
para complementar a proteção desses tipos de emissores e o Plano CIENC
deve autorizar a emissão com esses simulacros sempre que a emissão dos
sistemas correspondentes estiver autorizada.
4) Os sistemas de armas, que são alimentados por dados de outros
equipamentos, devem permanecer na situação de silêncio radar até que os
alvos estejam dentro de seu raio de ação.
5) Os sistemas ativos de determinação da posição dos equipamentos
devem ser utilizados somente quando forem imprescindíveis e, sempre que
possível, com a preocupação de não irradiar na direção do oponente.
6) Para a realização de testes nos equipamentos deve-se, sempre que
possível, utilizar “cargas fantasmas”, evitando a emissão de RF.
c. Controle da Potência
1) Os emissores de N Com devem utilizar, sempre que houver esse
recurso, a mínima potência necessária para garantir o cumprimento de sua
missão.
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2)Atécnica de compressão de pulsos é sempre desejável nos equipamentos
de N Com, por espalhar a energia emitida em uma larga faixa do espectro,
dificultando a recepção não autorizada do sinal.
Fig. 1 – Controle da potência
d. Variação dos Parâmetros do Sinal
1)Avariação dos parâmetros do sinal emitido, como freqüência de operação,
freqüência de repetição de pulso e largura de pulso, dificulta bastante o trabalho
da Guerra Eletrônica oponente. É fácil avaliar a dificuldade de interpretação criada
por essa ação simples, mesmo quando realizada manualmente, ao se pensar
que, em ambientes eletromagnéticos densos, a GE oponente estará interceptando,
simultaneamente, cerca de 1,2 milhões de pulsos por segundo, oriundos de até
1600 emissores diferentes.
2) Os radares mais modernos possuem técnicas de variação automática
desses parâmetros, que aumentam sobremaneira a performance dessa ação
de MPE.
3) É importante salientar que, quando o equipamento tiver a possibilidade
de trabalhar em mais de uma freqüência, a metade das freqüências de operação
possíveis (no mínimo) deverá ser preservada para uso em situação real,
constituindo as chamadas “freqüências de guerra”. A mesma observação vale
para as possibilidades de alteração dos demais parâmetros do sinal.
e. Localização do Emissor
1) A mais importante norma quanto à localização dos emissores de não-
comunicações é a realização de constantes mudanças de posição. Para
executar essa ação, é necessário prever o emprego dos emissores aos pares,
para que enquanto um estiver emitindo, o outro possa mudar de posição e
assim por diante.
2) É muito importante que o posicionamento dos meios de N Com não
denuncie a localização dos pontos sensíveis do nosso dispositivo, dada a
grande facilidade e precisão de localização eletrônica desses meios.
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3) Sempre que possível, deve-se canalizar a emissão do nosso equipamento
para a área do alvo, evitando irradiar em direções que não sejam do nosso interesse.
Fig. 2 – Canalização da emissão
4) Da mesma forma, deve-se localizar o nosso equipamento de forma, que
após a área do alvo, haja algum tipo de obstáculo que evite a propagação da
emissão além do nosso objetivo.
5) Quando não for possível utilizar “cargas fantasmas” para realizar testes
nos equipamentos, deve-se direcionar a antena para um obstáculo natural,
como uma mata densa ou uma massa cobridora, proporcionando, assim, a
absorção de parte da energia irradiada.
3.2AÇÕESANTI-CME
É importante ressaltar que a principal ação anti-CME é a perfeita execução
das ações anti-MEA. Caso não se tenha conseguido sucesso nessa primeira
fase, poder-se-á combater diretamente a CME oponente por meio das ações
citadas a seguir.
Deve-se observar o princípio de que essas ações devem ir das mais simples
às mais complexas, ou seja, utilizar o mínimo possível de recursos para anular
uma determinada CME. Para isso, são preconizadas seqüências de operações
de MPE a serem seguidas e interrompidas assim que a interferência
desapareça. Esse princípio, no entanto, pode ser contrariado se a situação e o
tempo de engajamento disponível exigirem que se empregue, de imediato, os
recursos mais fortes de MPE do equipamento. Tal decisão caberá ao
Comandante da Seção.
a. Controle da Sensibilidade dos Receptores
1) Os diversos circuitos de controle da sensibilidade dos receptores
(controle de sensibilidade com o tempo, razão constante de falso alarme -
CFAR, controles de ganho de qualquer geração e receptores logarítmicos)
devem ser utilizados com bastante cautela e somente em momentos críticos,
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2) O operador deve conhecer profundamente as possibilidades do seu
equipamento para que possa fazer uso de todas as suas características.
3) Com o surgimento da tecnologia “stealth” vêm sendo buscadas formas
de aumentar a potência de eco de alvos com pequena seção reta. Os métodos
mais eficazes já desenvolvidos foram o emprego de sensores de faixa larga e
biestáticos.
c. Controle da Varredura
1) Os sistemas de N Com podem possuir técnicas de controle de
varredura para acompanhamento do sinal interferente (como o controle manual
da antena, o acompanhamento cego, o acompanhamento passivo em ângulo,
a orientação pelo bloqueio e a indicação da direção do bloqueio) ou executar
a varredura apenas na recepção (COSRO e LORO) ou no processamento
(monopulso).
2) As técnicas de acompanhamento do sinal de CME deixam o
equipamento cego nas outras direções e só devem ser utilizadas como último
recurso.
b. Aumento da Potência de Eco
1) O aumento da potência de eco, bastante eficiente contra todos os
tipos de CME, pode ser conseguido por diversos artifícios como o aumento da
potência de pico, aumento da largura de pulso, aumento da freqüência de
repetição de pulsos, diminuição da velocidade de rotação da antena e
diminuição do setor de varredura, fazendo com que a relação sinal/ruído atinja
o nível mínimo exigido pelo equipamento.
uma vez que, embora produzam algum efeito contra bloqueios de ruído, impedem
a recepção de ecos fracos, podendo ser exatamente esse o objetivo da CME
oponente.
2) Alguns radares que possuem CFAR utilizam um “strobe de bloqueio”, o
qual vem a ser um círculo deformado no centro da tela destinado a indicar a
direção do bloqueio, ou seja, dos sinais fortes, uma vez que esses sinais podem
não ser apresentados.
Fig. 3 – Sensibilidade dos receptores
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3) A varredura somente na recepção ou no processamento deve ser
sempre utilizada, particularmente em sistemas de guiamento ou direção de
tiro, pois dificultam a execução de uma série de despistamentos.
d. Diversidade de parâmetros na emissão
1) A diversidade de freqüência de operação, de freqüência de repetição
de pulso (FRP), de largura de pulso (LP) e de polarização são recursos de
MPE que devem ser sempre buscados. Consistem, basicamente, na emissão
simultânea, a partir de uma mesma área, de sinais diferentes, prejudicando os
resultados de qualquer tipo de CME realizada pelo oponente.
2) A diversidade de freqüência, FRP, LP e polarização pode ser
incorporada ao equipamento, como acontece em radares bastante caros como
os denominados monopulso, ou pode ser conseguida pela colocação, em uma
mesma área, de radares com a mesma função e parâmetros de irradiação
diferentes.
3) Sistemas dotados de variação automática de freqüência, FRP ou LP
conseguem, também, os efeitos de diversidade nesses parâmetros da emissão.
e. Alteração dos parâmetros da emissão
Deve-se ter sempre “guardada” a possibilidade de alterar os parâmetros
da nossa emissão em momentos críticos. Essa mudança produz efeito
semelhante ao da diversidade acompanhado do fator surpresa. Deve ser
utilizada no momento ideal para que o sistema de armas possa agir antes que
o equipamento de CME oponente consiga se adaptar à nova emissão.
f. Discriminação do Sinal de CME
1) A discriminação do sinal de CME, também chamada de resistência à
CME, consiste em evitar que os nossos sistemas sejam afetados por sinais
introduzidos pela CME oponente.
Fig. 4 – Diversidade de parâmetros na emissão
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2) Nos equipamentos de vídeo bruto, será mais fácil para operador verificar
o surgimento de novos alvos, geralmente mais nítidos, em torno do que vinha
acompanhando e, assim, redesignar o alvo real.
3) Em equipamentos de vídeo tratado (vídeo sintético), esse trabalho é mais
difícil, sendo necessário que eles incorporem circuitos especiais de discriminação
dos sinais interferentes.
4) É sempre aconselhável a utilização de circuitos de discriminação do
sinal interferente como o “FTC” e o “Dicke-Fix”. Esses circuitos fazem a
comparação do sinal recebido com o eco esperado por diversas técnicas,
rejeitando os sinais que não se encaixarem nos parâmetros avaliados.
Fig. 5 – Sinal de CME
5) A utilização das técnicas de supressão de lóbulos laterais depende da
sua existência como possibilidade dos equipamentos. Apresentam excelentes
resultados contra bloqueios de ruído muito fortes ou bloqueios programados
que “borram” todo o indicador do equipamento. É importante salientar que
essas técnicas não possibilitam que o equipamento “enxergue” na direção do
bloqueio, mas conseguem limpar os demais setores.
g. Mudança de Equipamento
Como último recurso Anti-CME, quando nenhuma outra técnica de MPE
for eficaz, pode-se utilizar outro tipo de equipamento, substituindo-se, por
exemplo, um radar de freqüência mais baixa por outro de freqüência mais alta
ou por sistemas optrônicos, como monitores de TV, Telemetria Laser ou
Infravermelha (IR), colimadores ou visores ópticos.
Fig. 6 – Discriminação do alvo
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3.3 TREINAMENTO DAS MPE N Com
a. Adestramento do pessoal
1) Todas as oportunidades devem ser aproveitadas para o adestramento
das MPE N Com, com simuladores do próprio equipamento, em cursos de
manutenção de operacionalidade nas escolas que possuam simuladores com
mais recursos, em exercícios em que se utilize equipamento semelhante para
figurar sistemas de MEA e CME ou em exercícios com OM de GE.
2) O planejamento das MPE começa com a identificação dos sistemas
emissores de energia eletromagnética, cuja segurança é imprescindível à
continuidade das operações das forças amigas. Ao mesmo tempo, se faz
necessário avaliar as possibilidades do inimigo no tocante à GE (MEA e CME)
e concluir sobre as vulnerabilidades dos sistemas emissores eletromagnéticos
da força face a ameaça inimiga.
3) Após esta avaliação as MPE são planejadas, então, para sobrepujar
essas vulnerabilidades. Além disso, deverão ser continuamente avaliadas,
através das análises dos relatórios de bloqueio e despistamento, com o intuito
de se determinar medidas adicionais, caso o efeito desejado não esteja sendo
alcançado.
4) As MPE devem ser exaustivamente treinadas e executadas por todos
os elementos que se utilizam ou são responsáveis pelo emprego de emissores
eletromagnéticos. Todos deverão estar conscientes de que um procedimento
incorreto na manipulação desses emissores pode colocar em perigo a missão
de sua força e ainda causar um aumento considerável do número de perdas
(pessoal e material).
b. Listas de verificação
1) Lista de verificação do planejador
- Meu plano CIENC limita as emissões ao mínimo necessário?
- É prevista a constante mudança de posição dos emissores?
- O dispositivo dos emissores permite a canalização das emissões?
Fig. 7 – Sistema optrônico
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- O dispositivo dos emissores favorece a diversidade de emissões em
cada ponto?
- A posição dos emissores evita denunciar pontos sensíveis da força?
- O Plano de Dissimulação da força contempla os sítios dos radares
de vigilância com simulacro?
- Minha tropa está adestrada em MPE N Com?
2) Lista de verificação do operador
- Conheço as possibilidades de MPE do meu equipamento?
- Conheço os efeitos da CME sobre os mostradores do meu
equipamento?
- Conheço a seqüência de ações a realizar em cada situação?
- Realizei o auto-teste do equipamento?
3) Procedimentos do operador com o equipamento sob bloqueio
- Aguarde o Bloqueio
- Reconheça o Bloqueio
- Relate o Bloqueio
- Tente manter a detecção através do Bloqueio
- Mantenha seu equipamento em operação (SFC)
3.4 RELATÓRIO DE BLOQUEIO E DESPISTAMENTO
a. O Relatório de Bloqueio e Despistamento (RBD) deve informar ao comandante
os incidentes nos sistemas que se utilizam da energia eletromagnética.
b. Tal Relatório deve comunicar ao Centro de Operações Táticas que o inimigo
está realizando CME.
c. O RBD deve ser preparado e levado ao destinatário o mais rápido possível,
e deve ser preenchido pelo operador do equipamento que sofreu a ação de
CME.
Na página seguinte, encontra-se o modelo do Relatório de Bloqueio e
Despistamento.
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