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Psicologia Humanista
A Psicologia Humanista fez seu aparecimento nos EUA no final dos anos 50 e início dos anos 60, com as
primeiras publicações de Abraham Maslow sobre a motivação no estudo da personalidade.
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Carl Rogers, Rollo May, Gordon Allport, Charlotte Bühler, etc.
Havia também uma forte insatisfação com o modelo do humano proporcionado pelo Behaviorismo, ainda
sob forte influência de Watson, e pela Psicanálise proposta por Freud.
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Psicologia Humanista – Terceira Força
Entre as influências que se aproximam da Psicologia Humanista, podemos
ver os psicanalistas dissidentes de Freud (Adler, Rank e Jung) que são
vistos com bons olhos pelos humanistas.
Uma vez que os psicanalistas dissidentes já possuem suas críticas ao
modelo freudiano de psicopatologização, impessoalidade técnica e visão
pessimista do homem, eles forneceram confluências com a psicanálise e
insights a vários dos humanistas clássicos (Boainain Jr, 1998). Vale incluir
nesta lista os psicanalistas Erich Fromm e Karen Horney.
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Psicologia Humanista
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Estas inquietações existenciais motivaram vários movimentos para a “busca
de novos horizontes políticos e éticos que abriram andamento a aspirações de
riqueza e qualidade de vida mais genuína, colaboraram de modo fundamental
a configurar o contexto social, coletivo, que propiciou o nascimento da
Psicologia Humanista” (Carpintero, Mayor & Zalbidea, 1990, p. 77).
(...) de um certo modo, estão “dadas” as condições para o surgimento do projeto
de psicologia humanista. No meu entendimento, o clima cultural dos anos 60 foi
a principal condição de possibilidade para a constituição dessa proposta de
psicologia. Essa psicologia será uma resposta, fará eco ao movimento cultural
dos anos 60 nos EUA (Campos, 2006, p. 249).
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Psicologia Existencial
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Surge na Europa, após II Guerra Mundial
Consolida nos EUA
Raízes do
Existencialismo
Heidegger
Kierkegaard
Sartre
Psicólogos Existencialistas Victor Frankl
Rollo May
(SALES DA PONTE, ROGER; LIMA DE SOUSA, HUDSSON;2011)
Foco de estudo – Ser humano (sentimento/ vida cotidiana)
Discussão diante absurdo – ausência de uma proposta racional,
nós definimos/ criamos / Liberdade de escolha
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Raízes Existencialistas
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Fenomenologia e Existencialismo: articulando nexos, costurando sentidos
A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás e só pode ser vivida
olhando-se para frente.
S. A. Kierkegaard
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Raízes Existencialistas
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O termo foi apropriado pela mídia no final dos anos de 1940
para designar aspectos sociais da vida francesa na qual
intelectuais estavam entrelaçados, especialmente Jean Sartre.
“Minha filosofia”, declara Sartre no verão de 1945 antes da sua
famosa conferência, “é uma filosofia da existência.
O existencialismo, eu não sei o que é” (apud Russ, 1984, p.39).
Esta discussão em torno do uso dos termos que indicam uma
perspectiva ligada ao existencialismo continua ainda hoje.
Recortes da História
Fenomenologia e Existencialismo: articulando nexos, costurando sentidos
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O que une então estes pensadores tão individualizados nas suas
concepções filosóficas?
O que os une, e nisso concordam todos os autores, é a concepção de uma filosofia.
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Fenomenologia e Existencialismo: articulando nexos, costurando sentidos
Que seja concebida e se exerça como análise da existência, desde que por ’existência’ se entenda o modo
de ser do homem no mundo. O existencialismo é assim caracterizado, em primeiro lugar, pelo fato de
questionar o modo de ser do homem; e, dado que entende este modo de ser como modo de ser no mundo,
caracteriza-se em segundo lugar pelo fato de questionar o próprio ‘mundo’, sem por isso pressupor o ser
como já dado ou constituído. A análise da existência não será então o simples esclarecimento ou
interpretação dos modos como o homem se relaciona com o mundo, nas suas possibilidades
cognoscitivas, emotivas e práticas, mas também, e simultaneamente, o esclarecimentos e a interpretação
dos modos como o mundo se manifesta ao homem e determina ou condiciona as suas possibilidades. A
relação homem-mundo constitui assim o tema único de toda filosofia existencialista (ABBAGNANO,
1984, p. 127 – grifos do autor).
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Construindo o pensar Existencial
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De acordo com Beaufret (1976, p. 57), ao falarmos existencialismo, o que
primeiro acentuamos é a palavra existência e esta palavra implica numa
antiga contraposição expressa na palavra essência.
A palavra existência está ligada ao termo existere, que significa sair, sair de
um domínio, de uma casa, de um esconderijo; é, portanto, movimento para
fora e por extensão, mostrar-se. O sentido de ek-stase, dado por
Aristóteles, ainda segundo Beaufret, procura evidenciar que a mudança é
existência, isto é, saída de um estado para outro.
Este sentido de existência aponta para o sentido próprio da filosofia como
existência que se constitui enquanto um problema: “o problema que o
homem põe a si em torno de si, é o ser próprio do homem como problema
de si próprio”, afirma Abbagnano (1962, p. 49). O que há de estranho no
homem é que ele existe e é esta estranheza que mobiliza os existencialistas
na sua reflexão sobre a existência.
Fenomenologia e Existencialismo: articulando nexos, costurando sentidos
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Ahh... o existencialismo
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É desta tensão com a estranheza da existência que surge o pensamento de Søren A. Kierkegaard,
pastor protestante dinamarquês que marcará o primeiro momento da história do Existencialismo.
ASSIM COMO A FENOMENOLOGIA ESTÁ PARA HUSSERL, O EXISTENCIALISMO
ESTÁ PARA KIERKEGAARD.
Seu tributo foi reconhecido por um grande número de filósofos que em 1963 em Paris, a UNESCO
reuniu para comemoração dos cento e cinqüenta anos de seu nascimento, apesar das contrastantes
apresentações e do paradoxo criado (KIERKEGAARD Vivo (Colóquio), 2003; AMORÓS, 1987, p.
16).
“Kierkegaard Vivo significa [...] ‘Kierkegaard morto’. E somente isto. Significa que existe para
nós, que é objeto de nossos pensamentos, que foi instrumentos do nosso pensar” (SARTRE, 2003,
p. 11, tradução livre).
Fenomenologia e Existencialismo: articulando nexos, costurando sentidos
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O ponto de partida de Kierkegaard está ligado à sua crítica ao pensamento dominante na Filosofia
de então, a hegeliana. Coloca-se frontalmente contra o domínio totalitário da Razão, no qual a vida
humana é dissolvida em puros conceitos racionais e subordinada à vida própria das idéias. “O que
opõe Kierkegaard a Hegel”, diz Sartre, “é que, para o último, o trágico de uma vida é sempre
superado. O vivido se dissolve no saber” (1987, p.115, nota 3, grifo do autor).
Desta forma, o esquema de conceitos, qualquer que seja, é apenas uma possibilidade entre outras;
sua concretização depende inteiramente dos sujeitos e não dos conceitos em si. O homem existente,
portanto, não pode ser assimilado por um sistema de idéias, afirma ainda Sartre, “por mais que se
possa dizer e pensar sobre o sofrimento, ele escapa ao saber, na medida em que é sofrido em si
mesmo, para si mesmo, onde o saber permanece incapaz de transformá-lo” (1987, p. 116).
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Em Kierkegaard, o Existencialismo é a expressão de uma experiência
singular, individual, pois existência é uma tensão entre o que o homem é e o
que ele não é. É na relação com o divino e através da fé, que Kierkegaard
acredita que compreenderemos melhor o peso desta falta do homem, falta
perante um Deus para com o qual temos uma dívida. Para Kierkegaard o
existir apenas tem algum sentido enquanto nele está a presença divina; esse
enigma não pode ser resolvido pela reflexão, segundo ele.
Os escritos de Kierkegaard permaneceram durante décadas completamente
ignorados. A língua dinamarquesa, claro, criava um problema de acesso.
Mas a divulgação de seu pensamento na Alemanha e na França, bem como
a tradução de seus textos, revelaram a possibilidade de uma aliança
fundamental: a do existencialismo com a fenomenologia.
Fenomenologia e Existencialismo: articulando nexos, costurando sentidos
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Marcando um momento específico da relação entre Fenomenologia e
Existencialismo, situa-se o pensamento de Martin Heidegger que explorará,
através da fenomenologia, o que é o Ser. É esta a questão fundamental da
filosofia para ele, a questão do ser, que ele explora em seu principal texto
deste período, Ser e Tempo, publicado em 1927. Sua diferença com os
autores existencialistas que surgiram durante a Segunda Guerra, é que ele
não está colocando em questão a existência humana, preocupação
fundamental para os existencialistas franceses.
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Psicologia Existencial
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Soren Kierkegaard
• Não se reconhece enquanto filosofo existencialista –
Contemporâneo
• Obra fundamental – Ser e tempo (Angústia)
• Foco no Ser – indefinido / e não Ente- algo concreto
• Ser possui diversas facetas que não possui definição
• Seres humanos são Daisen – Ser ai no MUNDO
• Temos possibilidade diversas de viver – lidar com elas
• A forma como você vai passar nesta vida
• Estamos inseridos no mundo – tempo x existência
autentica (escolhas diante da ações).
• Morte, consiste no limite do tempo – essencial
• Morrer não é um acontecimento, mas uma condição
humana – nascidos para morrer
• Objeto de estudo parte do concreto da nossa existência,
não do abstrato
• Somos seres humanos livres
• Sendo assim, para suprir o vazio da vida, precisamos dar
sentido à vida e superar as angústias.
• O existencialismo é o humanismo
• A existência precede e essência – o homem existe
primeiro, depois do processo de liberdade para
autodefinição. Algumas escolhas são irreversíveis.
• Angustia e tristeza pelo resto da vida.
Martin Heidegger
Jean Paul Sartre
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Psicologia Existencial
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• Na medida que evoluímos – nos afastamos do nosso eu - Perdemos porções da nossa consciência
• Nos deixamos guiar pelo determinismos nos tornamos menos conscientes
• Quando exercermos este potencial estamos diante da liberdade de escolha
• Liberdade e responsabilidade são inseparáveis – escolher pode ser doloroso e podem gerar expectativas externas
Decisões nos define enquanto seres únicos – individualidade
Capacidade sobre autoconsciência – capacidade pouco utilizada
Saúde psicológica – sociedade contribui para os níveis de alienação e afastamento
Papel ativo na interpretação do mundo são individuais – personalidade única
A ansiedade resulta do reconhecimento da finitude e da ameaça diante de algo fundamental (valores/ dogmas)
Não existe liberdade, sem ansiedade. Normal (proporcional á ameaça) x Patológica (conflitos psíquicos)
Culpa, quando negamos nossas próprias necessidades – dependência/ Enxergamos as pessoas pelas nossas lentes.
Rollo May
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Referências
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LOPEZ C de F, A M; MOREIRA PROTASIO, M. Análise existencial: uma psicologia de inspiração kierkegaardiana
Arquivos Brasileiros de Psicologia, vol. 63, núm. 3, 2011, pp. 72-88 Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro,
Brasil.
PENNA, A. G. Sobre os fundamentos históricos e conceptuais da psicologia existencial: acerca
das contribuições de Kierkegaard. Arq. bras. Psic., Rio de Janeiro, 37(2):8-15, abr,fjun. 1985.
ROEHE, M. V. Uma abordagem fenomenológico-existencial para a questão do conhecimento em psicologia. Estudos de
Psicologia 2006, 11(2), 153-158.
SALES DA P, ROGER C; LIMA S, H. Reflexões críticas acerca da Psicologia existencial de rollo may Revista da
Abordagem Gestáltica: Phenomenological Studies, vol. XVII, núm. 1, enero-junio, 2011, pp. 47-58 Instituto de Treinamento
e Pesquisa em Gestalt Terapia de Goiânia Goiânia, Brasil