2. Argila / Cerâmica
A Cerâmica, é argila (barro) que cozida no
Cerâmica
forno torna-se dura e pouco quebradiça os seus
principais elementos são a sílica e o alumínio.
Há milhares de anos já se faziam objectos
de argila. A Cerâmica é uma actividade que
mantém inalterável, até hoje os seus princípios
fundamentais: obter a argila, moldar, secar e
cozer.
São inúmeros os tipos de argila existentes.
Algumas são usadas para confeccionar telhas,
tijolos, vasos de plantas etc.; outras para
confeccionar pisos, azulejos, objectos etc.;
outras para a chamada louça branca usada
principalmente em banheiros - pias, vasos
sanitários etc.; e outras para a chamada
cerâmica artística - artesanal - objectos
utilitários, objectos decorativos, esculturas etc.
A argila existe em toda superfície terrestre.
Alguns tipos são encontrados a céu aberto e
outros em minas subterrâneas. Jazida
A argila quando retirada da natureza
geralmente contém corpos indesejáveis,
impurezas e por isso necessita ser trabalhada
através de processos mecânicos e químicos.
3. Propriedades da argila
PLASTICIDADE – A argila tem
a capacidade de adquirir e manter
diferentes formas ao ser
trabalhada. Mesmo depois de seca e
antes de ser cozida, pode ser
novamente trabalhada se lhe
adicionarmos água.
RESISTÊNCIA – É a
propriedade que a peça tem de
manter a forma dada após secagem
e de se tornar mais resistente após
a cozedura.
IMPERMEABILIDADE – Depois
de cozida e vidrada a peça deixa de
absorver líquidos.
SONORIDADE – Propriedade
que a argila tem de emitir sons,
através de pequenos batimentos,
após a cozedura.
4. Características da Argila
São denominados barros magros os que partem com
facilidade quando trabalhados, e barros gordos os que
possuem mais maleabilidade -plasticidade.
A argila apresenta-se com cores variáveis , sendo a mais
pura, bastante clara, o caulino. Os restantes tipos de argila, os
“barros”, apresentam-se com várias cores: acinzentados,
amarelados e avermelhados.
5. As peças de cerâmica também podem ser confeccionadas misturando
duas ou mais argilas desde que sejam compatíveis entre si. Entenda-
se como compatíveis as que encolhem do mesmo modo, e no mesmo
tempo. Por terem as mesmas reacções não racham, com facilidade,
durante a secagem e a cozedura. A confecção de peças com argilas de
cores diferentes pode dar bons resultados estéticos.
6. Argila para ser trabalhada tem
Caso a argila endureça ela
que estar húmida, maleável. Se for
pode ser reciclada
acondicionada num invólucro de
plástico grosso, hermeticamente
sem que perca as suas
fechado, a sua conservação dar-se-á
características originais. Para
por um longo período de tempo.
tal deixa-se secar
Aberta a embalagem, a argila
completamente e, em seguida,
deverá ser mantida envolta de um
coloca-se o material, partido em
plástico e armazenada em recipiente
pequenos pedaços, num
fechado e em lugar fresco. Se isto não
recipiente, cobrindo-o com
ocorrer o seu endurecimento dar-se-á
água. Após alguns dias, a
em pouco tempo, dificultando o seu
massa resultante, já
uso e manuseamento.
completamente amolecida, pode
ser posta para secar sobre uma
placa de gesso ou de madeira.
No entanto precisa ser bem
amassada para ficar novamente
pronta para o uso.
A reciclagem de grandes
quantidades pode ser feita com
um equipamento chamado
Maromba.
7. Trabalhar a argila/barro
O trabalho com argila requer que seja bem amassada, com as
mãos, ou mecanicamente, para compactar e eliminar todas as bolhas
de ar existentes no seu interior. As bolhas poderão fazer com que a
peça expluda dentro do forno, durante a cozedura, como também podem
provocar rachaduras em peças que estejam a secar.
Pode-se também amassar o barro, atirando-o sobre uma superfície lisa
repetidas vezes.
Não se deve esquecer que Bater o Barro é uma etapa da preparação que
não pode deixar de ser realizada.
8. Modelação : Técnica da técnica da lastra um
A
Lastra
consiste em espalhar, com
rolo, uma porção
de argila sobre uma
As maneiras mais usuais superfície lisa, compactando-a.
de se fazer peças em cerâmica são: Usam-se duas réguas de
madeira sobre as quais
A técnica da lastra; Rolo e Bola.
lastra movimenta-se o rolo com as
mãos. As réguas servem
também para calibrar a
espessura da placa. Deve-se
cobrir a argila, com um tecido
ou plástico, para que não
agarre no rolo.
Esta tarefa manual pode ser
efectuada mecanicamente,
equipamento que permite
espremer a argila através de
dois rolos de borracha
traccionados por uma
manivela.
Com esta técnica de fazer
placas de barro pode-se
construir a maioria das peças
9. São feitas tiras deTécnica do Rolo
argila, que são enroladas com
as mãos sobre uma superfície
lisa até que se tornem
cilíndricas.
Pode-se também produzi-las
usando uma extrusora
(equipamento que comprime
o barro num tubo dando a
forma que se quer na saída.)
Com os rolinhos juntos
entre si, sobrepostas e
trabalhadas, pode-se obter
todas as formas que se
queira, de acordo com a
habilidade e técnica de cada
um.
10. Técnica da Bola
Faz-se uma bola com
argila e com o polegar faz-
se um orifício. Vai rodando
o polegar e o indicador,
alargando o orifício.
Continua a estender a
argila para cima e para
fora. Mantém esta operação
até obteres a forma
desejada.
Este técnica aplica-se à
elaboração de peças
côncavas.
11. Oleiro
É quem trabalha no torno, na roda
e fabrica peças torneadas.
A roda de oleiro foi inventada na
Mesopotâmia no final do quarto milénio A
C. Actualmente há no mercado inúmeros
modelos de tornos, de variados tamanhos.
A maioria são movidos por motor eléctrico.
No passado eram todas as rodas
movimentadas com os pés e ajudadas com
as mãos, caso necessário. Hoje em dia
ainda existem regiões, bastante raras, que
ainda usam este método tradicional.
A actividade de um oleiro requer muita
dedicação e prática. A tarefa de um oleiro
é dar forma a uma porção de barro com as
mãos e umas poucas ferramentas. A
argila é colocada no centro de um prato
giratório e com os dedos posicionados,
externa e internamente, levantam-se as
paredes da peça na forma e altura
desejada. Simples é descrever o processo
mas só quem é bastante habilidoso e
dedicado é que consegue executar
12. lís eU
nt
si
o Teques – Ferramentas de acabamentos
Ferramentas da Roda de Oleiro
13. Técnicas de acabamento / Decoração
Numa peça acabada de modelar, podemos
aplicar algumas técnicas de decoração, que
funcionam como um prolongamento da
própria modelação.
Incisões
Consiste em “riscar” , Marcações
mais ou menos É o uso de
profundamente, as pequenos Polimento
paredes da peça com um carimbos. Podes Tem por
objecto pontiagudo. Aplicações utilizar um objectivo obter
Consiste na alargado número uma superfície
aplicação de de soluções: mais lisa e
pequenos relevos pregos, parafusos, brilhante.
nas paredes de botões etc.. Quando a peça
peça ainda estiver
húmida. Estes convenientemen
relevos devem ser te seca, podes
feitos à parte, poli-la com um
aplicando-se seixo, por
depois a peça. exemplo.
14. Secagem das peças
As peças de cerâmica, depois de prontas, devem ser colocadas para
secar em local ventilado sem a incidência directa dos raios solares, para
que não empenem nem rachem. É conveniente escolher um local sem
corrente de ar para que as partes mais expostas não sequem mais
rapidamente do que as menos expostas.
O processo de secagem deve ser o mais lento possível, inclusive com as
peças moldadas com barro magro.
Não é recomendável colocar peso em cima de uma placa para evitar empeno.
Isto porque a água contida no barro acaba saindo pelas arestas laterais
que secam primeiro, podendo provocar rachaduras.
Para retardar a secagem de uma peça, deve-se envolvê-la em saco plástico,
jornal ou pano húmido e colocá-la em lugar protegido para que a
humidade se conserve por mais tempo. Este artifício costuma ser
aplicado quando o término da confecção de uma peça, por quaisquer
razões, tem que ser adiado para outra oportunidade.
15. enfornamento
O enfornamento é a arrumação
cuidadosa das peças dentro do forno
(mufla), pelo que deves ter em conta
os seguintes aspectos:
- as peças têm de estar bem secas
antes de entrarem no forno;
- numa primeira cozedura, as
peças não podem estar em contacto
umas com as outras;
- as peças não devem ficar
encostadas às resistências do interior
do forno, nem ao tecto do mesmo, com
risco de rebentarem, ao receberem
calor excessivo.
- no processo de enfornamento de
peças com vidrado, estas não podem
de igual modo, estar em contacto com
outras, ou com o interior do forno. A
temperatura de vidragem é,
normalmente, de 1000ºc, dependendo,
no entanto, da qualidade do vidrado.
16. Cozedura
Dá-se nome de chacotagem à primeira
cozedura da peça, à qual não se aplica nenhum
tipo de revestimento. È durante esta primeira
cozedura que a água que não se libertou
durante o período de secagem é eliminada. O
grau varia em função da pasta – no barro
comum atinge, geralmente, os 800ºC; esta
temperatura deve ser atingida gradualmente.
Posteriormente, pode-se proceder a nova
cozedura, no caso de ser trabalhado o
revestimento da peça, aplicando vidrado, por
exemplo.
17. Vidrado de vários modos:
A aplicação do vidrado napeça ocorre
- Por imersão (segurando a peça com uma pinça ou com a
própria mão e imergindo-a em um recipiente contendo
esmalte);
- Por " derramado" (derramando o esmalte sobre a peça);
derramado
- Por pulverização (aplicando o esmalte com uma pistola
de pintura accionada por um compressor de ar); ou utilizando
pincéis, esponjas etc.
IMERSÃO DERRAME PULVERIZAÇÃO
18. GLOSSÁRIO
Barbotina - É a argila misturada com água em estado pastoso. Usa-se para
unir pedaços de argila, juntar duas placas, colocar alças, bicos ou aplicar
decoração etc.
Engobe - É a argila em estado mais líquido que a barbotina
acrescida de outros materiais - óxidos corantes ou pigmentos. Sua
aplicação visa obter efeitos decorativos nas peças, no que se refere à
tonalidade de cores.
Jazida – local de extracção do barro .