2. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS: CONCEITO
Os domínios morfoclimáticos são divisões que se baseiam nos
diferentes tipos de relevos que são resultantes das condições
climáticas atuais e do passado bem como na cobertura vegetal
e nos tipos de solo.
Classificação:
Os domínios morfoclimáticos brasileiros são definidos a partir
das características climáticas, botânicas, hidrológicas entre
outras. Esta classificação feita, segundo o geógrafo Aziz
Ab’Sáber, dividiu o Brasil em seis domínios.
3.
4. DOMÍNIO DOS MARES DE MORRO
Esse domínio geoecológico localiza-se na porção oriental do País, desde o
Nordeste até o Sul. Na região Sudeste, penetra para o interior, abrangendo o
centro-sul de Minas Gerais e São Paulo.
Predominam os dobramentos cristalinos, produziu um relevo típico de morro
mamelonares (em forma de “meias laranjas”). É o domínio brasileiro mais sujeito
aos processos erosivos, consequência desse relevo acidentado e da ação do
clima tropical úmido.
5. CARACTERÍSTICAS GERAIS
- Floresta latifoliada tropical
- Regiões de planaltos (terrenos cristalinos erodidos:
“pães-de-açúcar” ou “meias-laranjas”)
- Clima tropical litorâneo
- Solos profundos e de boa fertilidade natural.
- Bioma brasileiro mais devastado (existem apenas
cerca de 5% de Mata Atlântica nativa).
6. Na Zona da Mata
Nordestina encontra-se
um solo de grande
fertilidade, denominado
massapé; originou-se da
decomposição do
granito, do gnaisse e, às
vezes, do calcário. No
Sudeste, ocorre a
presença de um solo
argiloso de razoável
fertilidade, formado,
principalmente, pela
decomposição química
do granito em climas
úmidos, denominados
salmourão.
9. VAMOS PRATICAR MONSTROS!
TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Nacional, 2009 (adaptado).
(Enem – 2011) O gráfico relaciona diversas variáveis ao processo de formação de solos. A interpretação dos
dados mostra que a água é um dos importantes fatores de pedogênese, pois nas áreas
A) de clima temperado ocorrem alta pluviosidade e grande profundidade de solos.
B) tropicais ocorre menor pluviosidade, o que se relaciona com a menor profundidade das rochas
inalteradas.
C) de latitudes em torno de 30o ocorrem as maiores profundidades de solo, visto que há maior umidade.
D) tropicais a profundidade do solo é menor, o que evidencia menor intemperismo químico da água sobre as
rochas.
E) de menor latitude ocorrem as maiores precipitações, assim como a maior profundidade dos solos.
10. VAMOS... VOCÊS JÁ SABEM!
Os mapas representam distintos padrões de distribuição de processos socioespaciais.
Nesse sentido, a menor incidência de disputas territoriais envolvendo povos indígenas
se explica pela
a) fertilização natural dos solos.
b) expansão da fronteira agrícola.
c) intensificação da migração de retorno.
d) homologação de reservas extrativistas.
e) concentração histórica da urbanização.
11. DOMÍNIO DA CAATINGA
- A caatinga ( mato branco ) é uma extensa região do nordeste brasileiro, que ocupa mais de 70%
de sua área (11% do território brasileiro);
- Solo da Caatinga é razoavelmente fértil, Apesar de raso e conter grande quantidade de pedras;
- A Caatinga abrange os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe,
Alagoas, Bahia, sul e leste do Piauí e norte de Minas Gerais.
12. Só defende a caatinga de
verdade
Quem conhece facheiro ou
xiquexique
Quem já fez uma cerca pau-a-
pique
Tão comum em qualquer
propriedade
Quem com oito ou dez anos
de idade
Já fez festa em apanha de
algodão
Limpou mato, plantou milho e
feijão
Colocando os dois pés na terra
quente
Só defende a caatinga quem se
sente
Parte dela ou reside no Sertão
13.
14.
15. DÉFICIT HÍDRICO DA CAATINGA
Déficit hídrico, predominância de rios intermitentes: os cursos d’água
permanecem secos por cinco a sete meses durante o ano. Entretanto,
a mais importante bacia hidrográfica é a do São Francisco. Apesar de
percorrer áreas de clima semiárido, é um rio perene.
16. VAMOS PRATICAR MONSTROS!
Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe
nua. Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a
perspectiva das planuras francas. Ao passo que a outra o afoga; abrevia-lhe o olhar;
agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com
as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e
desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado; árvore
sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando
rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar
imenso, de tortura, da flora agonizante…
CUNHA, E. Os sertões. Disponível em: http://pt.scribd.com. Acesso em: 2 jun. 2012.
Os elementos da paisagem descritos no texto correspondem a aspectos
biogeográficos presentes na
a) composição de vegetação xerófila.
b) formação de florestas latifoliadas.
c) transição para mata de grande porte.
d) adaptação à elevada salinidade.
e) homogeneização da cobertura perenifólia.
17. DOMÍNIO AMAZÔNICO
Amazônia, ampla região natural que se estende entre o maciço das
guianas e o planalto brasileiro, e desde o Atlântico até os Andes, na
América do sul, com uma superfície de 7 milhões km2
compartilhada pelo Brasil (em sua maior parte), Guiana Francesa,
Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
• Floresta latifoliada equatorial.
• Grande biodiversidade.
• Clima equatorial úmido.
• “terras baixas” (planícies,
depressões e planaltos residuais).
• solos baixa fertilidade natural.
18.
19.
20. OCUPAÇÃO HUMANA DA AMAZÔNIA
Breve histórico:
1960 – Com o intuito de integrar a Amazônia com o resto do País, os
militares pregam a unificação do País e a proteção da floresta contra a
“internacionalização”. Utilizando um discurso nacionalista, os militares
realizam várias obras em infraestrutura para a ocupação da região, a
principal é a Transamazônica. É a política "Integrar para não Entregar".
1970 – A população da Amazônia Legal atinge a quantia de 7 milhões de
habitantes, reflexo das políticas públicas para a ocupação do território, no
entanto, os problemas ambientais gerados são desastrosos, a área
desmatada da Amazônia chega a 14 milhões de hectares.
1980 – Os problemas ambientais na Amazônia, rotulada como “pulmão do
mundo”, geram repercussões internacionais. O assassinato do líder
sindical Chico Mendes, em 1988, agrava ainda mais as pressões
internacionais em relação às políticas desenvolvidas no Brasil para a
preservação da Amazônia.
21. OCUPAÇÃO HUMANA DA AMAZÔNIA
1990 – Se intensifica o desmatamento na região para a produção de
soja, estima-se que a extensão territorial desmatada atinja 41 milhões
de hectares.
2000 – Conforme dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE),
a população da Amazônia é de 21 milhões de pessoas. A pecuária
passa a ser a grande vilã e principal responsável pelo desmatamento.
O rebanho bovino é de cerca de 64 milhões de cabeças.
Naturalizada brasileira, a irmã Dorothy chegou
ao país em 1966 e, por 20 anos, atuou na região
do Pará ao lado de pequenos agricultores na
luta pela geração de emprego, reflorestamento
e redução dos conflitos fundiários. Um de seus
principais trabalhos missionários foi o Projeto
de Desenvolvimento Sustentável (PDS)
Esperança, que procurava aliar a agricultura
familiar à preservação da floresta amazônica.
22. VAMOS PRATICAR MONSTROS!
(Enem – 2012) A moderna “conquista da Amazônia” inverteu o eixo
geográfico da colonização da região. Desde a época colonial até meados
do século XIX, as correntes principais de população movimentaram-se no
sentido Leste-Oeste, estabelecendo uma ocupação linear articulada. Nas
últimas décadas, os fluxos migratórios passaram a se verificar no sentido
Sul-Norte, conectando o Centro-Sul à Amazônia.
OLIC, N. B. Ocupação da Amazônia, uma epopeia inacabada. Jornal
Mundo, ano 16, n. 4, ago. 2008 (adaptado).
O primeiro eixo geográfico de ocupação das terras amazônicas
demonstra um padrão relacionado à criação de
a) núcleos urbanos em áreas litorâneas.
b) centros agrícolas modernos no interior.
c) vias férreas entre espaços de mineração.
d) faixas de povoamento ao longo das estradas.
e) povoados interligados próximos a grandes rios.
23. VAMOS PRATICAR MONSTROS!
(Enem – 2011) A Floresta Amazônica, com toda a sua imensidão, não
vai estar aí para sempre. Foi preciso alcançar toda essa taxa de
desmatamento de quase 20 mil quilômetros quadrados ao ano, na
última década do século XX, para que uma pequena parcela de
brasileiros se desse conta de que o maior patrimônio natural do país
está sendo torrado.
AB’SABER, A. Amazônia: do discurso à práxis. São Paulo: EdUSP, 1996. Um processo econômico
que tem contribuído na atualidade para acelerar o problema ambiental descrito é:
A) Expansão do Projeto Grande Carajás, com incentivos à chegada de
novas empresas mineradoras.
B) Difusão do cultivo da soja com a implantação de monoculturas
mecanizadas.
C) Construção da rodovia Transamazônica, com o objetivo de interligar
a região Norte ao restante do país.
D) Criação de áreas extrativistas do látex das seringueiras para os
chamados povos da floresta.
E) Ampliação do polo industrial da Zona Franca de Manaus, visando
atrair empresas nacionais e estrangeiras.
24. DOMÍNIO DO CERRADO
O cerrado é um domínio geoecológico característico do Brasil
Central, apresentando terrenos cristalinos e sedimentares.
Abrange não somente a maior parte da região Centro-Oeste,
mas também trechos de Minas Gerais, parte ocidental da Bahia
e sul do Maranhão e do Piauí.
Nesse domínio predominam os solos pobres e bastante ácidos.
São solos altamente lixiviados e laterizados, que, para serem
utilizados na agricultura, necessitam de corretivos; utiliza-se
normalmente o método da calagem, que é a adição de calcário
ao solo, visando à correção do pH. Ao sul, aparecem
significativas manchas de terra roxa, de grande fertilidade
natural.
26. OCUPAÇÃO HUMANA DO CERRADO
A ocupação humana para o
Cerrado pode ser relacionada
aos projetos de desenvolvimento
do país, podendo ser observado
desde os anos 1950 com a
construção de Brasília.
Algumas atividades foram
decisivas para o aumento da
ocupação, entre elas:
- Atividades pecuaristas;
- Atividades agrícolas;
- Atividades mineradoras;
-Intenso processo de
urbanização
27. AMEAÇAS PARA O DOMÍNIO DO CERRADO
São inúmeros os fatores que têm causado a destruição do cerrado, mas podemos
elencar alguns como: topografia geralmente plana facilita a mecanização
incentivando a sua ocupação, explosão demográfica na sua região, exploração
predatória de madeira para carvão, especulação imobiliária, falta de políticas
públicas ambientais concretas, falta de fiscalização nas unidades de conservação,
principalmente, falta de conscientização ambiental da população, monocultura
extensiva, uso indiscriminado de agrotóxicos poluindo os rios e riachos, garimpo e
mineração em geral.
Segundo o IBAMA, Mato Grosso do Sul movimentou 8,6 milhões de metros cúbicos de carvão vegetal
entre 2007 e 2009, o que inclui o carvão importado do Paraguai. Do total produzido, 99% é
proveniente de lenha de floresta nativa, de acordo com Lourenço. “Equívoco” e “exagero”.
A soja foi introduzida em Goiás em 1950 e no Mato Grosso do Sul nos anos 1970. Todavia, o
crescimento explosivo da produção na Região Centro-Oeste ocorreu a partir da década de 1980. Essa
Região contribuía com menos de 2% da produção nacional de soja, em 1970; 20%, em 1980; 40%, em
1990 e quase 60%, na primeira década dos anos 2000. Destaca-se o Estado do Mato Grosso, líder
nacional de produção e de rendimento de soja (EMBRAPA, 2007).
30. VAMOS PRATICAR MONSTROS!
(Enem- 2011) O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente
receptivo aos novos fenômenos da urbanização, já que era
praticamente virgem, não possuindo infraestrutura de monta,
nem outros investimentos fixos vindos do passado. Pôde, assim,
receber uma infraestrutura nova, totalmente a serviço de uma economia
moderna.
SANTOS, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: EdUSP, 2005 (adaptado).
O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O
processo econômico diretamente associado a essa ocupação foi o
avanço da
A) industrialização voltada para o setor de base.
B) economia da borracha no sul da Amazônia.
C) fronteira agropecuária que degradou parte do cerrado.
D) exploração mineral na Chapada dos Guimarães.
E) extrativismo na região pantaneira.