O documento descreve as três fases poéticas de Álvaro de Campos: a fase Decadentista, onde expressa tédio e ausência de sentido da vida; a fase Futurista, onde celebra a técnica e velocidade da modernidade; e a fase Intimista, onde sente nostalgia da infância e expressa vazio e desilusão no presente.
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POESIA DE ÁLVARO DE CAMPOS:
TRÊS FASES
Decadentista Futurista Intimista
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FASE
DECADENTISTA
O poeta exprime
as ideias de tédio,
cansaço, náusea
e ausência de
sentido da vida.
Poema «Opiário»
FASE FUTURISTA
O poeta celebra
a técnica,
a velocidade e a
força da civilização
moderna, deseja
experimentar a
multiplicidade de
sensações que lhe
estão associadas
e abandona
o paradigma
aristotélico.
Poema
«Ode triunfal»
FASE INTIMISTA
Consciente
do fracasso de
todos os sonhos
e aspirações,
o poeta sente
a nostalgia da
infância e exprime
o vazio, a angústia,
o cansaço,
o ceticismo e a
desilusão do
presente.
Poema
«Aniversário»
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INFÂNCIA
Tema associado
à memória e à
evocação. A infância
desperta a nostalgia.
Representa o bem
irremediavelmente
perdido.
A infância é o
contraponto do
presente infeliz,
representando um
momento em que
o poeta ainda não
conhecia a dúvida
nem a angústia
existencial.
ANGÚSTIA
EXISTENCIAL
E CETICISMO
O poeta põe em
causa as verdades
que lhe são
transmitidas e,
confrontado com
a distância entre
os projetos e a
realidade presente,
questiona o sentido
da vida.
CETICISMO — doutrina
filosófica que defende
a impossibilidade
de o espírito humano
alcançar a verdade.
INADAPTAÇÃO —
EU VS. OUTROS
O poeta sente-se
um «doido», vivendo
à margem da
sociedade. Rejeita
as conceções e as
teorias partilhadas
pelos «outros».
Sente-se
incompreendido,
apesar de afirmar
que detém um
conhecimento
profundo da
natureza humana.
Fase intimista — temas e ideias
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Caeiro
representa a
mundividência
pagã e o regresso
a um estado
primordial de
harmonia entre o
Homem e a
Natureza.
Estilo que evidencia:
— o desejo de uma nova
poética, assente em novos
pressupostos estéticos
(fase futurista);
— uma escrita que cede
ao impulso do sentimento
e da emoção.
— Verso geralmente longo,
em estilo torrencial;
— Enumerações, exclamações,
interjeições;
— Desvios sintáticos;
— Recurso à metáfora invulgar
(que descreve estados de alma)
e à ironia (construindo
autodescrições pessimistas
ou suportando a crítica social).
Estilo e linguagem