Entre o prosaico e o cotidiano...Entre o prosaico e o cotidiano...
O que você entendeO que você entende
por crônica?por crônica?
O que é o prosaico?O que é o prosaico?
Já leu?Já leu?
Que autores vocêQue autores você
conhece?conhece?
Crônica é um gênero literário produzidoCrônica é um gênero literário produzido
essencialmente para ser veiculado naessencialmente para ser veiculado na imprensaimprensa
, seja nas páginas de uma, seja nas páginas de uma revistarevista, seja nas, seja nas
páginas de um jornal. Quer dizer, ela é feitapáginas de um jornal. Quer dizer, ela é feita
com uma finalidade utilitária e pré-com uma finalidade utilitária e pré-
determinada: agradar aos leitores dentro dedeterminada: agradar aos leitores dentro de
um espaço sempre igual e com a mesmaum espaço sempre igual e com a mesma
localização, criando-se assim, no transcursolocalização, criando-se assim, no transcurso
dos dias ou dasdos dias ou das semanassemanas, uma familiaridade, uma familiaridade
entre oentre o escritorescritor e aqueles que o leem.e aqueles que o leem.
OrigemOrigem
A palavra crônica derivaA palavra crônica deriva
dodo LatimLatim chronicachronica queque
significava, no início dasignificava, no início da
era cristãera cristã, o relato de, o relato de
acontecimentos emacontecimentos em
ordem cronológica (aordem cronológica (a
narração de históriasnarração de histórias
segundo a ordem em quesegundo a ordem em que
se sucedem no tempo).se sucedem no tempo).
Era, portanto, um breveEra, portanto, um breve
registro de eventosregistro de eventos
A crônica é,A crônica é,
primordialmente, umprimordialmente, um
texto escrito para sertexto escrito para ser
publicado no jornal.publicado no jornal.
Assim o facto de serAssim o facto de ser
publicada no jornal jápublicada no jornal já
lhe determina vidalhe determina vida
curta, pois à crônica decurta, pois à crônica de
hoje seguem-se muitashoje seguem-se muitas
outras nas próximasoutras nas próximas
edições.edições.
CaracterísticasCaracterísticas
o cronista se inspira nos acontecimentos diários, queo cronista se inspira nos acontecimentos diários, que
constituem a base da crônica.constituem a base da crônica.
o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seuo cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu
texto elementos como ficção, fantasia e criticismo,texto elementos como ficção, fantasia e criticismo,
elementos que o texto essencialmente informativo nãoelementos que o texto essencialmente informativo não
contém. Com base nisso, pode-se dizer que a crônicacontém. Com base nisso, pode-se dizer que a crônica
situa-se entre ositua-se entre o JornalismoJornalismo e ae a LiteraturaLiteratura, e o, e o
cronista pode ser considerado o poeta doscronista pode ser considerado o poeta dos
acontecimentos do dia-a-dia.acontecimentos do dia-a-dia.
Ao desenvolver seu estiloAo desenvolver seu estilo
e ao selecionar ase ao selecionar as
palavras que utiliza empalavras que utiliza em
seu texto, o cronista estáseu texto, o cronista está
transmitindo ao leitor atransmitindo ao leitor a
sua visão desua visão de mundomundo. Ele. Ele
está, na verdade,está, na verdade,
expondo a sua formaexpondo a sua forma
pessoal de compreenderpessoal de compreender
os acontecimentos que oos acontecimentos que o
cercamcercam
É um texto curto eÉ um texto curto e
narrado em primeiranarrado em primeira
pessoa, ou seja, o própriopessoa, ou seja, o próprio
escritor está "dialogando"escritor está "dialogando"
com o leitor. Isso faz comcom o leitor. Isso faz com
que a crônica apresenteque a crônica apresente
uma visão totalmenteuma visão totalmente
pessoal de umpessoal de um
determinado assunto: adeterminado assunto: a
visão do cronista.visão do cronista.
Geralmente, as crônicas apresentamGeralmente, as crônicas apresentam linguagemlinguagem
simples, espontânea, situada entre a linguagem oral esimples, espontânea, situada entre a linguagem oral e
a literária. Isso contribui também para que o leitor sea literária. Isso contribui também para que o leitor se
identifique com o cronista, que acaba se tornando oidentifique com o cronista, que acaba se tornando o
porta-vozporta-voz daquele que lê.daquele que lê.
Narração histórica pelaNarração histórica pela
ordem do tempo em queordem do tempo em que
se deram os fatos.se deram os fatos.
Seção ou artigo especialSeção ou artigo especial
sobre literatura,sobre literatura,
assuntos científicosassuntos científicos,,
esporteesporte etc., em jornaletc., em jornal
ou outro periódico.ou outro periódico.
PequenoPequeno contoconto baseadobaseado
em algo do cotidiano.em algo do cotidiano.
Normalmente possuiuNormalmente possuiu
uma crítica indireta.uma crítica indireta.
Muitas vezes a crônicaMuitas vezes a crônica
vem escrita em tomvem escrita em tom
humorhumorístico.ístico.
Tipos de CrônicaTipos de Crônica
Crônica DescritivaCrônica Descritiva
Ocorre quando uma crônica explora a caracterização de seresOcorre quando uma crônica explora a caracterização de seres
animados e inanimados numanimados e inanimados num espaçoespaço, viva como uma, viva como uma pinturapintura,,
precisa como umaprecisa como uma fotografiafotografia ouou dinâmicadinâmica como umcomo um filmefilme
publicado.publicado.
Crônica NarrativaCrônica Narrativa
Tem por eixo uma história, o que a aproxima do conto. Pode serTem por eixo uma história, o que a aproxima do conto. Pode ser
narrado tanto na 1ª quanto na 3ª pessoa do singular. Texto líriconarrado tanto na 1ª quanto na 3ª pessoa do singular. Texto lírico
(poético, mesmo em prosa). Comprometido com fatos cotidianos(poético, mesmo em prosa). Comprometido com fatos cotidianos
(“banais”, comuns).(“banais”, comuns).
Crônica DissertativaCrônica Dissertativa
Opinião explícita, com argumentos mais “sentimentalistas” do queOpinião explícita, com argumentos mais “sentimentalistas” do que
“racionais” (em vez de “segundo o“racionais” (em vez de “segundo o IBGEIBGE a mortalidade infantila mortalidade infantil
aumenta no Brasil”, seria “vejo mais uma vez esses pequenosaumenta no Brasil”, seria “vejo mais uma vez esses pequenos
seres não alimentarem sequer o corpo”). Exposto tanto na 1ªseres não alimentarem sequer o corpo”). Exposto tanto na 1ª
pessoa do singular quanto na do plural.pessoa do singular quanto na do plural.
Crônica Narrativo-DescritivaCrônica Narrativo-Descritiva
É quando uma crônica explora a caracterização deÉ quando uma crônica explora a caracterização de
seres, descrevendo-os. E, ao mesmo tempo mostraseres, descrevendo-os. E, ao mesmo tempo mostra
fatos cotidianos ("banais", comuns) no qual pode serfatos cotidianos ("banais", comuns) no qual pode ser
narrado em 1ª ou na 3ª pessoa do singular.narrado em 1ª ou na 3ª pessoa do singular.
Crônica LíricaCrônica Lírica
Linguagem poética e metafórica. Expressa o estado doLinguagem poética e metafórica. Expressa o estado do
espírito, as emoções do cronista diante de um fato deespírito, as emoções do cronista diante de um fato de
uma pessoa ou fenômeno.No geral as emoções douma pessoa ou fenômeno.No geral as emoções do
escritor.escritor.
Crônica PoéticaCrônica Poética
Apresenta versos poéticos em forma de crônicaApresenta versos poéticos em forma de crônica..
Crônica JornalísticaCrônica Jornalística
Apresentação de aspectos particulares de noticias ouApresentação de aspectos particulares de noticias ou
fatos. Pode ser policial, esportiva ou política.fatos. Pode ser policial, esportiva ou política.
Agora é com você...Agora é com você...
A seguir você vai ler o início de trêsA seguir você vai ler o início de três
histórias diferentes. Em todas eleshistórias diferentes. Em todas eles
existe uma situação geradora de humor.existe uma situação geradora de humor.
Escolha um deles e dê continuidade àEscolha um deles e dê continuidade à
narração, criando uma crônica de humor.narração, criando uma crônica de humor.
““Um homem foi procurar umaUm homem foi procurar uma
vidente. Ela leu a sua mão, emvidente. Ela leu a sua mão, em
silêncio. Depois espalhou assilêncio. Depois espalhou as
cartas na sua frente e ascartas na sua frente e as
examinou longamente.examinou longamente.
Finalmente olhou a bola deFinalmente olhou a bola de
cristal e concluiu:cristal e concluiu:
- Você vai morrer num lugar- Você vai morrer num lugar
com água...”com água...”
Luis Fernando VeríssimoLuis Fernando Veríssimo
““Morando sozinha e indoMorando sozinha e indo
à cidade em um dia deà cidade em um dia de
festa, uma senhora defesta, uma senhora de
Ipanema teve a suaIpanema teve a sua
bolsa roubada, combolsa roubada, com
todas as suas jóiastodas as suas jóias
dentro. No dia seguinte,dentro. No dia seguinte,
desesperada de qualquerdesesperada de qualquer
eficiência policial,eficiência policial,
recebeu um telefonema:recebeu um telefonema:
- É a senhora de quem- É a senhora de quem
roubaram a bolsa?roubaram a bolsa?
- Sim.- Sim.
- Aqui é o ladrão, minha- Aqui é o ladrão, minha
senhora.”senhora.”
Paulo Mendes Campos.Paulo Mendes Campos.
““A jovem senhora estava colocando as suas meias fumê, vestindo-A jovem senhora estava colocando as suas meias fumê, vestindo-
se para ir a um jantar, quando ouviu um barulho na sala. Distraídase para ir a um jantar, quando ouviu um barulho na sala. Distraída
assim mesmo como se encontrava, nos trajos mais íntimos, foiassim mesmo como se encontrava, nos trajos mais íntimos, foi
até lá ver o que era. Foi aí que deu com o homem sentado no sofá.até lá ver o que era. Foi aí que deu com o homem sentado no sofá.
Ela arregalou os olhos de espanto, ficou embatucada, olhando oEla arregalou os olhos de espanto, ficou embatucada, olhando o
homem, mas este nem ao menos se preocupou com o seu susto.homem, mas este nem ao menos se preocupou com o seu susto.
Continuou sentado no sofá. Ela – logo que teve forças – correuContinuou sentado no sofá. Ela – logo que teve forças – correu
para o quarto, trancou a porta e telefonou para a amiga.”para o quarto, trancou a porta e telefonou para a amiga.”
Stanislaw Ponte PretaStanislaw Ponte Preta