O documento discute a Doença Inflamatória Pélvica, incluindo sua introdução, conceito, epidemiologia, fatores de risco, mecanismos de defesa, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento e esquemas terapêuticos propostos para o estágio I ambulatorial.
3. Doença Inflamatória Pélvica
INTRODUÇÃO
• Ocorre como conseqüência
da penetração e
multiplicação de
microrganismos da vagina e
da porção externa do colo
uterino no endométrio, nas
trompas, nos ovários, no
peritônio e nas estruturas
contíguas.
• Trata-se de uma infecção
ascendente.
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4. Doença Inflamatória Pélvica
CONCEITO
• Entidade clínica freqüente
constitui a complicação
mais comum das doenças
sexualmente
transmissíveis, especialmen
te Chlamydia e
Gonorrhoea;
• Pode levar a sérias
complicações, incluindo:
Infertilidade,
Gravidez ectópica
Abscessos pélvicos
Dor pélvica crônica
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5. Doença Inflamatória Pélvica
EPIDEMIOLOGIA
• A investigação epidemiológica
no Brasil é bastante
prejudicada, pois, depende de
testes laboratoriais e de imagem
que sejam simples, baratos e
eficazes para que seja de
certeza;
• Os critérios clínicos dificultam a
acurácia dos casos, uma vez
que não possui sinais e
sintomas patognomônicos da
doença,
• Há subnotificação e os sistemas
de notificação do nosso país
são precários;
• Os dados apresentados são
praticamente dos Estados
Unidos da América.
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6. Doença Inflamatória Pélvica
EPIDEMIOLOGIA
• Pode ser causada por
micoplasmas genitais, flora
vaginal endógena (bactérias
anaeróbicas e
aeróbicas), estreptococos, Mycob
acterium tuberculosis, e as
doenças sexualmente
transmissíveis, sendo as mais
comuns, Chlamydia trachomatis e
Neisseria gonorrhoeae (40%-60%
das vezes)
• Freqüentemente é uma infecção
polimicrobiana.
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7. Doença Inflamatória Pélvica
FATORES DE RISCO
• Atividade sexual precoce
• Promiscuidade
• Ectopia cervical
• Parceiro com Doenças
Sexualmente Transmissíveis
• Uso de Dispositivo Intra-
Uterino
• Manipulação do canal cervical
ou endométrio
• Baixo nível sócio econômico
• Duchas vaginais
• Pós-parto
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8. Doença Inflamatória Pélvica
MECANISMOS DE DEFESA
• O organismo feminino possui
mecanismos que auxiliam
impedindo a progressão dos
microrganismos patogênicos:
Lactobacilos que acidificam o
meio vaginal (3,8-4,2),
Trofismo vaginal, quando
estrogenizado,
Colo apresentando o muco em
endocérvix, quando não há
lesões.
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9. Doença Inflamatória Pélvica
CLÍNICA
• O valor de predição positiva
do diagnóstico clínico da
doença em sua forma
aguda é de 65-90%
comparada com o
diagnóstico laparoscópico;
• A maioria dos episódios não
são identificados, pois, a
mulher pode ser
assintomática, pouco
sintomática ou apresentar
sintomas atípicos.
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10. Doença Inflamatória Pélvica
PRINCIPAIS SINAIS E
SINTOMAS
• Dor à mobilização do colo
(“ grito de Douglas”)
• Dolorimento anexial,
• Dispareunia
• Corrimento vaginal muco-
purulento,
• Queixas urinárias,
• Sangramento
intermenstrual,
• Anorexia, náuseas, vômitos,
• Febre maior que 38 °C (20-
30% dos casos)
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11. Doença Inflamatória Pélvica
DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL
• Outras causas de dor
abdominal
Apendicite,
Gravidez ectópica
• Outras causas de
sangramento intra-menstrual
Alterações locais
Alterações hormonais
• Outras causas de dispareunia
Endometriose
Vaginites
Cervicites
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12. Doença Inflamatória Pélvica
DIAGNÓSTICO
• ANAMNESE:
• A sintomatologia nem sempre é
evidente, portanto:
Busca de pacientes de risco:
• Mulheres sexualmente ativas;
• Ausência de atraso menstrual;
• Próximas ao final do período
menstrual;
• Histórias de múltiplos parceiros;
• Ausência de anticoncepção de
barreira;
• História de DIP prévia.
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13. Doença Inflamatória Pélvica
DIAGNÓSTICO
• EXAME FÍSICO:
SINAIS MAIORES:
• Dor abdominal,
• Sensibilidade anexial;
• Dor ao toque.
SINAIS MENORES:
• Temperatura oral acima de 38°C,
• Corrimento muco-purulento,
• Aumento do PCR ou VHS,
• Massa pélvica
• Leucocitose
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14. Doença Inflamatória Pélvica
DIAGNÓSTICO
• EXAMES LABORATORIAIS
Hemograma: leucocitose em até
70%, sem desvio para esquerda. A
hemossedimentação está elevada até
75% dos casos e freqüentemente
mantêm valores altos.
Ecografia: pode revelar líquido livre ou
identificar abscesso ovariano.
Culdocentese: usada
excepcionalmente
Bacterioscopia: demonstra a Líquido em fundo livre
presença de germes aeróbios e em cavidade.
anaeróbios, material obtido da
endocérvice.
Urina Rotina e Gram de Gota: afastar
infecção urinária.
Dosagem de β-HCG: afastar gravidez
Laparoscopia: critérios.....
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15. Doença Inflamatória Pélvica
SINAIS
LAPAROSCÓPICOS
• Critérios mínimos para
DIP aguda:
Hiperemia da superfície
tubária,
Edema da parede tubária,
Exsudato purulento
cobrindo a superfície
tubária ou extravasando
pela extremidade fimbriada
quando está pérvia.
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16. Doença Inflamatória Pélvica
IMAGENS PEÇAS
CIRÚRGICAS
PROCESSO DO
OBSTRUÇÃO
ESQUEMA AO LADO
TUBÁRIA LEVANDO A
EM PEÇA CIRÚRGICA
HIDROSSALPINGE
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17. Doença Inflamatória Pélvica
LOCALIZAÇÕES E
DENOMINAÇÕES
Endocervicite
Endometrite
Salpingite
Piossalpingite /hidrossalpínge
Pelviperitonite:
• Abscesso no fundo de saco
posterior, tubo-ovariano, peri-
hepatite (Sind. Fitz-Hugh-
Curtis)
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18. Doença Inflamatória Pélvica
ENDOCERVITE
ENDOMETRITE
• Comum no pós-parto, nos
primeiros dez dias em
decorrência de
contaminação da própria
flora vaginal ou da pele.
Seu principal sinal é a
febre.
• Na ausência do puerpério
se caracteriza
principalmente por
sangramento intra-
menstrual, principalmente,
em pacientes portadoras de
dispositivos intra-uterinos.
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19. Doença Inflamatória Pélvica
COMPROMETIMENTO
TUBÁRIO
• Fase mais avançada da
doença.
• Se caracteriza por
comprometimento
geral, massa abdominal
palpável nas regiões ilíacas (
50%), sinais de defesa
abdominal, há presença de
ruídos hidroaéreos.
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20. Doença Inflamatória Pélvica
PERITONITE
• Na presença de um
abscesso ovariano, ou da
permeabilidade tubária, o
processo infeccioso
polimicrobiano atinge a
região pélvica e
posteriormente todo o
abdômen (peritonite)
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21. Doença Inflamatória Pélvica
Estádio/ Tratamento
ESTÁGIO TRATAMENTO
•
• Estádio I Tratamento a nível ambulatorial,
• Se usuária de DIU, esse deve ser
Salpingite Aguda Sem
retirado,
Peritonite
• Antibioticoterapia:
Ceftriaxona 250 mg IM e
Doxicilina 100 mg a cada 12
horas por 14 dias,
Tiafenicol 2,5 g VO e
Doxiclina 100 mg de 12/12
horas por 14 dias.
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22. Doença Inflamatória Pélvica
Estádio/ Tratamento
•
• Estádio II Internação
• Terapia dupla:
Salpingite aguda com Doxiciclina 200mg VO como
peritonite dose de ataque, seguidos de 100
mg a cada 12 horas , associado
a cefoxitina – 2g EV como dose
• Estádio III de ataque seguidos de 1g a cada
6 horas
Salpingite aguda com
sinais de oclusão Alta Hospitalar: manutenção do
tratamento em nível ambulatórial
tubária ou abscesso
com Doxiciclina 100 mg VO a
tubovariano cada 12 horas até se completar
10 dias de tratamento.
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23. Doença Inflamatória Pélvica
• Estágio IV
Sinais clínicos de ruptura
de abscesso tubovariano
(queda acentuada do
estado
geral, refratariedade ao
tratamento clínico, febre
persistente, comprovação
ultrassonográfica e
abscesso acima de 10
cm.
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24. Doença Inflamatória Pélvica
Esquemas terapêuticos propostos para
Estádio I (ambulatorial)
CEFOXITINA (CEFOXITNA, Ofloxacina
DIP I
Mefoxitin), 2g, IM (floxstat, Oflaxam), 400mg
(AMBULATORIAL) VO, de 12/12 horas por 7 dias
+
Metronidazol
(Metronidazol, Flagyl), 500 mg
OU VO, de 12/ 12 horas
Ceftriaxone (
Ceftriax, Rocefin, Triaxan), 250
mg,IM,
OU OU
Doxicilina (Vibramicina), 100 Clindamicina
mg, 12/12 horas, por 07 dias (Dalacin, clindamicina ) 450
+ mg, VO, de 6/6 horas, por 7 dias.
Cefalosporina de 3ª. Geração ; ou
tianfenicou (Glitisol ), 2,5
mg, VO, em tomada única
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25. Doença Inflamatória Pélvica
Esquemas terapêuticos propostos para
Estádio III /IV
Cefotetan, 2g EV de 12/12 horas Penicilina Cristalina, 4.000.000
DIP III e IV
UI, EV, de 4/4 horas
OU
+
Cefoxitina , 2g , EV, de 6/6 horas
Getamicina, 3 mg/Kg, EV, de 8/8
+ horas
Doxiciclina (Gentamicina,
Vibramicina), 100 mg, VO, de 12/12 +
horas
Clindamicina, 600 a 900
mg, EV, de 8/8 horas
OU
Clindamicina (Dalacin), 600 a 900
mg, de 8/8 horas OU
+
Metronidazol, 500, EV de 8/8 horas
Gentamicina (Garamicina), EV, 2 ,o
mg/kg dose de ataque, seguida de 1,5
mg de 8/8 horas
OU
Em dose única
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26. Doença Inflamatória Pélvica
TUBERCULOSE
• Suspeita-se quando:
Resposta inadequada ao
tratamento anterior;
Doença inflamatória pélvica em
virgens,
Desproporção entre a lesão
anatômica e os escassos
sintomas,
Doença inflamatória pélvica
associada a ascite,
Antecedentes pessoais ou
familiares de tuberculose
(pleurite, osteoartrite, etc),
Febre vespertina.
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27. Doença Inflamatória Pélvica
CONCLUINDO...
• A doença inflamatória pélvica é uma
das principais causas de esterilidade
em nosso meio, principalmente pelo
fator tubário.
• A existência de um processo
inflamatório no aparelho genital
interno, determina o surgimento de
bridas, sinéquia, abscessos e
aderências que impedem que o
espermatozóide possa chegar ao seu
destino.
• A principal causa de DIP são os
processos infecciosos, facilmente
evitáveis.
• O tratamento na maioria das vezes se
dá com a antibioticoterapia.
Chirlei A Ferreira
28. Doença Inflamatória Pélvica
TODO O PROCESSO SE ENCONTRA
EM NOSSAS MÃOS! NÃO SEJAMOS
OMISSOS! TENHAMOS
CONSCIÊNCIA DO FATO E
PRINCIPALMENTE TENHAMOS
ATITUDE DIANTE DELE!!1
OBSERVEM....
Chirlei A Ferreira
31. Doença Inflamatória Pélvica
Atrás de uma doença
aparentemente simples,
podemos ter um „ iceberg “ de
outras patologias que
nos esconde perdas e grandes
Tristezas!
Espero ter acrescentado ao
Aprendizado!
Chirlei/2009.
Chirlei A Ferreira