SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 38
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Introdução e Análise
         aos

Evangelhos Canônicos
    e Apócrifos
 O Curso é composto por      1: Introdução aos
 4 partes, nas quais          Evangelhos Canônicos I
 objetiva-se:
   Apresentar os conceitos
                              2: Introdução aos
    e questões concernentes   Evangelhos Canônicos II
    ao tema
   Apresentar os
    Evangelhos Sinóticos e    3: Introdução aos
                              Evangelhos Apócrifos I
    João
   Apresentar os
    Evangelhos Apócrifos      4: Introdução aos
                              Evangelhos Apócrifos II
A Tradição Pré-Evangélica


   A Formação dos Evangelhos


O Evangelho como Gênero Literário


     Evangelho e Evangelhos
A Tradição Pré-Evangélica

 Antes da redação dos
  documentos literários             Evidências da Tradição
  neotestamentários, a              mais Remota
  transmissão do evangelho:
                                    • menções explícitas à tradição: I Co
   era majoritariamente oral         11.23, 15.3;
   realizada através do            • indicações sobre o conteúdo da fé:
    testemunho público:               Rm 10.9s;
                                    • estrutura firme, indicando
      da fé                          transmissão oral: I Co 15.3-5, Rm
      do culto                       4.25;
      da instrução à comunidade.   • subdivisões por estrofes: Fl 2.6-11; Cl
                                      1.15-20;
 É possível encontrar              • estilo participial: Rm 1.3s;
  evidências dessa tradição         • menções honoríficas: Rm 1.3s; II Tm
                                      2.8;
  no Novo Testamento                • e expressões que indicam epifanias: I
                                      Co 15.5; I Tm 3.16.
A Tradição Pré-Evangélica

 Confissões de Fé
   são testemunhos da       Confissões de Fé
    Igreja em seus
    primórdios, a respeito   • que apontam para Jesus crucificado e
    de Jesus                   ressurreto como Senhor (I Co 16.19-
                               24, Hb 13.22);
                             • que apontam para a ação de Deus na
                               cruz e na ressurreição de Jesus (Rm
                               10.9, Lc 12.8s, Jo 1.20, Rm 1.16);
                             • que afirmam a ação de Deus agiu em
                               nosso benefício, através de Jesus (Rm
                               10.9, I Ts 4.14, Rm 4. 24s, 8.34, 14.9, II
                               Co 13.4, I Co 15.3-5);
                             • outras fórmulas apontavam para uma
                               tradição oral cristã primitiva (I Co
                               9.16ss, Rm 1.3s, Gl 4.4).
A Tradição Pré-Evangélica

 Hinos da Cristandade
 Primitiva                   Hinos Cristãos
   São antigos hinos
    conservados em formato
    de texto no Novo         • Fl 2.6-11: tem duas estrofes
                               (humilhação e exaltação de Cristo);
    Testamento               • Cl 1.15-20: convite ao louvor (12-14) e
                               duas estrofes que falam da soberania
                               de Cristo (15-20)
                             • I Tm 3.16: trata da revelação
                               preexistente na carne;
                             • Ef 1.3-14, 5.14, I Pe 2.22-24 (25) e Hb
                               5.7-10: hinos que evidenciam o louvor
                               a “Christo quase deo” (Plínio, o Moço,
                               Ep. X 96,7)
A Tradição Pré-Evangélica

 Tradição Litúrgica
   Textos que refletem o      Tradição Litúrgica
    culto da comunidade
    cristã primitiva,          • Evidências da influência da tradição
    revelando a existência       sinagogal: I Co 14.16, Ap 19.1,3,6;
                               • Evidências da influência dos cultos
    da prédica, da confissão     pagãos: I Co 14, 16.22
    e do canto, organizados    • Liturgia da Ceia: I Co 11.16,23-25; Mc
                                 14.22-24;
    livremente.                • O batismo e o culto batismal: I Co
                                 6.11, Rm 6.3, I Co 12.13, Rm 10.9, Fl
                                 2.6-11, Cl 1.15-20, II Co 5.17;
                               • Linguagem litúrgica presente nas
                                 doxologias do epistolário cristão: II
                                 Co 1.3, Ef 1.3, Rm 1.25, II Co 11.31, Rm
                                 9.5)
A Tradição Pré-Evangélica


Processo de Formação da
Tradição Evangélica
A Tradição Pré-Evangélica



 Processo de Investigação da Tradição Evangélica

                                                             Elucidação                Elucidação
Estágio 1




                                                                           Estágio 4
                        Estágio 2




                                                 Estágio 3
            Relação                 Busca das
            entre os                Fontes dos               do método                 da natureza e
                                                             redacional                do conteúdo
            Sinóticos               Sinóticos                de cada                   do material
                                                             evangelista               das fontes
A Formação dos Evangelhos

                             Tácito afirma que a
 O cristianismo do           “superstitio” cristã havia
 primeiro século é o          chegado na cidade de Roma,
                              tendo sido perseguida por
 resultado:                   Nero (Anais, XV, 44).
   do impacto da vida e
    do ensino de Jesus       Plínio, o moço, legado do
                              Imperador na província do
   de um movimento           Ponto, na Bitínia, entre 111 e
                              113 d.C., relata a presença de
    que, a partir da          cristãos e qualifica o
    Galiléia, rapidamente     movimento como
                              “superstição” que se irradia
    se ampliou e              por cidades e em cada estrato
                              social (Cartas X, 96.8-10).
    alcançou todo o vasto
    Império Romano.
A Formação dos Evangelhos

 Expansão do Cristianismo:
   Teve um início humilde na
    Palestina;
   Alcançou “Roma,
    Alexandria, Tiro, Éfeso e
    Antioquia...”, levada pelos
    “apóstolos de Jesus que
    viajavam a pé... e a bordo
    de galeras mercantes e
    navios de passageiros”.
   Chegou até outros centros
    urbanos menores.
   Enriqueceu-se através da
    assimilação por diferentes
    grupos sociais e culturas.
A Formação dos Evangelhos

 Primeira formação: através da             Segundo Fitzmyer:
  pregação e vida de Jesus;                 “a multiplicidade de relatos na
 Segunda formação: através da               tradição primitiva revela que eles
  interferência dos apóstolos e líderes;     não foram compostos com o simples
 Adaptação: comunicação da tradição         propósito de narrar fatos sobre
  para os novos locais de missão, com        Jesus”
  a modificação e adaptação dessa           FITZMYER, Joseph A., Catecismo
  tradição para linguagens, categorias,      cristológico: respostas do Novo
  formas e temas mais compreensíveis         Testamento, p. 20.
  aos diferentes contextos.
 Composição: tradições orais e
  literárias foram compostas, em que
  se conservam o mais antigo kérygma
  jesuânico e são acrescidas
  informações acessíveis aos novos
  contextos, situações e culturas dos
  grupos que aderiram ao
  cristianismo.
A Formação dos Evangelhos

 “A memória do processo de
  intercâmbio, adaptação,
  conservação e inovação pelo qual a                Intercâmbio
  tradição jesuânica foi sendo
  enriquecida ainda no cristianismo
  primitivo está acessível à pesquisa
  contemporânea através da farta
  produção literária deixada pelos




                                                                  Adaptação
                                         Inovação
  grupos cristãos desde os
  primórdios do movimento.“                          Processos
 “Essa literatura, diversificada em
  forma e conteúdo, é uma forte
  evidência da seleção e re-
  significação das tradições,
  inclusive as orais. “
 FIORENZA, Elizabeth Schüssler,                    Conservação
  Jesus e a política da interpretação,
  p. 12.
A Formação dos Evangelhos

 Fatores que moldaram a
 formação dos Evangelhos
   Entre os fatores
    enumerados por Fitzmyer
    que influenciaram as
    mudanças na tradição
    cristã estão:
      os ecos de preocupações
       religiosas tardias;
      as controvérsias entre
       grupos religiosos;
      as necessidades
       missionárias;
      a perseguição.
O Evangelho como Gênero
                                      Literário

 O Uso do Antigo
 Testamento na Pregação
 Neotestamentária
   “A profissão de fé e
    pregação cristã                Diante da ressurreição, a
    começam e se fundam,            comunidade primitiva
    outrora como hoje, na           entendeu que a morte
    ressurreição de Jesus.”         tinha um sentido e
                                    significado, e nisto a
                                    ressurreição era uma
                                    prova inconfundível.
O Evangelho como Gênero
                                    Literário

 A Via de Jesus “segundo
 as Escrituras”
   Para a comunidade
                                 “A consciência da
    primitiva, o destino de
                                 conformidade da morte
    Jesus deve corresponder
    à Sagrada Escritura          do Senhor com a
   A pregação apostólica
                                 Escritura reclamava:
    assumiu o princípio de         uma explicitação
    ser expositora da              um desenvolvimento
    Escritura, pois a paixão,      evidência: a história da
    morte de ressurreição de        paixão
    Jesus estavam nela
O Evangelho como Gênero
                                        Literário

 Relações entre Antigo
  Testamento e o Cristianismo
    A Igreja exprime o que
     aconteceu com Jesus com
     palavras do Antigo
     Testamento.
       Exemplos na narrativa da      Expressões da Igreja para
        paixão:                        exprimir conceitos teológicos
                                       é do Antigo Testamento:
          divisão de vestes (Jo
                                         Deus, salvação, juízo, justiça,
           19.24 / Sl 22.18)              graça, crer, escolher, verdade
          Escárnio e                    convite do Salvador (Mt
           zombarias(Lc 18.31-32 /        11.28-30)
           Is 53.3)                      agradecimentos (Lc 1.46-55;
                                          68-79)
          o grito de Jesus (Mt
           27.46 / Sl 22.1)
• Mc 8.2
     Cristo
                   • Mt 11.2

“Filho de Davi” (Sl
        2)
                    • Mc 1.11,9.7

“Filho do Homem” • Mc 8.28, 13.26
     (Dn 7.13)   • Jo 3.13
 O encômio (louvor, elogio,         Segundo Cícero (106-43 a.C.),
  panegírico) é uma apresentação      um encômio deve conter:
  laudatória de uma pessoa, sendo         o nome
  semelhante à biografia, ainda           a origem
  que não faça referência à               o modo de vida
  totalidade da vida do                   a fortuna
  personagem narrado;
                                          os hábitos
 O primeiro a fazer em prosa tal         os sentimentos
  apresentação elogiosa foi               os interesses
  Isócrates (436-338 a.C.), nas
  obras Nicócles, Os Ciprianos e          as propostas
  Evágoras.                               as realizações
                                          os acidentes
 A estrutura dos encômios foi
  desenvolvida no período                 uma fala sobre os feitos.
  helenístico, principalmente
  entre os oradores romanos.            CÍCERO, De Inventione, I, xxiv,
                                           34.
 Ordem cronológica do encômio         Encômios do Novo Testamento
  (narrativum) segundo K. Berger:
      Proêmio
      indicação de origem          1 Tm 3.16:    Cl 2.9-15     Referências
      formação e profissão                       Hb 7.1-10     ao gênero
      Atos – virtudes, vícios e    -escrito no   I Tm 2.5-6    oposto ao
       atitudes habituais).         passivum      Tt 2.11-15:   encômio, a
 As fontes mais abundantes dos     divinum                     zombaria:
  encômios:                         - próximo     - textos em Mc 15.29-
    inscrições                     aos           que são       32,36
    literatura judaico-helenista   encômios      citadas as    Mt 27.40-44
    modelo simplificado:           mais          principais    Lc 23.35-
        Natureza                   antigos       obras         37,39
        Origem                     - enumera     dignas de     Mc 15.18
        Atos                       a origem –    louvor,       Mt 27.49
        Fama.
                                    “revelado     primeiro as Lc 22.64
                                    na carne”     da graça,     Jo 11.37, 19.3
                                    - enumera     depois as de Lc 4.23.
                                    as ações      Jesus Cristo.
 As biografias greco-           Um paradigma para a
  romanas                        análise da biografia grego-
   apresentam grande            romana da época da
    flexibilidade e              redação dos Evangelhos é a
    variabilidade no período     obra do Plutarco (45-125?
    compreendido entre o         d.C.), autor grego de quem
    século I a.C. e I d.C.       pelo menos cinqüenta
   conservam relações mais      ‘Vidas’ foram preservadas e
    próximas com o gênero        são conhecidas hoje.
    ‘evangelho’.
   desde a sua origem, foram
    chamadas de ‘Vidas’ (em
    grego, bíoi; em latim,
    vitae).
concentravam-      continham
     se nos       uma narrativa
  detalhes do       histórica
 caráter do seu      apenas
  protagonista      abreviada




                  apresentavam
                       grande
tinham caráter
                  diversidade de
    moral
                      padrões
                     literários
prodígios
               pessoais
                              relatos da
Genetlíaco     Lc 2.25-38     sabedoria
              Mt 2.1-12, Mc
Mt 1.20-21       14.3-8       Lc 2.41-52
Lc 1.1,13b




                 origem        ultima
história de     nobre do       verba
 infância         herói                     relatos de
 políticas                    Lc 23.46     sofrimento
                Mt 1.18-25
Mt 2.16-18                     Jo 19.30      e morte
                 Lc 2.1-5
 Em um sentido geral, a
  palavra ‘evangelho’ é
  proveniente do grego                        Conceito
  euangélion, que               Conceito       Judaico
                                 Pagão
  significa:
 “recompensa pela                         Conceito
                                            do NT
  transmissão de boas-
  novas”
 as próprias “boas-novas”.
                              Conceito da Igreja Antiga
• bāśar
Hebraico     • Is 40.9; 52.7; 61.1; Sl 96.2

             • euangelízesthai
  LXX        • Is 40.9; 52.7; 61.1; Sl 96.2


             • Sempre no plural
Inscrições
• euangélion
Batalha de
Maratona


             • Inscrição do calendário de Priene
             • “o aniversário do deus [Augusto] marca
 Culto ao
               para o mundo o começo das boas novas”
Imperador
• Paulo é o autor neotestamentário que mais utiliza a palavra ‘evangelho’.
             • Das 66 ocorrências no Novo Testamento do vocábulo, 60 estão nas epístolas paulinas.
             • Paulo geralmente utiliza a palavra no singular, contrariando o uso corrente na LXX.
             • Evangelho é um termo técnico utilizado por Paulo para se referir à sua própria
               proclamação através e a respeito de Jesus.

  Paulo      • Em Paulo, “evangelho” significa a proclamação a respeito de Cristo e da salvação
               trazida por ele (Rm 1.1ss; ICo 15.1ss etc.).




             • Em Jesus (Mt 11.5), o evangelho é “boa nova” da salvação.
             • “euangélion” é sempre a palavra viva da pregação, uma alusão à pregação oral sobre
               Jesus.
             • O termo “evangelista” é usado para designar o pregador itinerante (At 21.8; Ef 4.11; II
               Tm 4.5).

Evangelhos   • O único texto que faz referência ao seu próprio escrito chamando-o de evangelho no
               Novo Testamento é Marcos (Mc 1.1), o que indica ser seu relato uma pregação salvífica.
• boa nova escrita da salvação
            • Didaquê (Did 15.3) e em 2 Clemente (2 Clem 8.5), ambos
Didaquê e     datados por volta do começo do século II.
Clemente


            • Papias, bispo de Hierápolis do início do segundo século já
              havia caracterizado o Evangelho de Marcos como
              apomnemoneúmata de Pedro
            • os evangelhos eram considerados escritos pertencentes a
 Papias       um tipo específico de literatura
• Justino, apologista cristão da segunda metade do século II, afirmou que os evangelhos
                 são “as memórias dos apóstolos” (Apologia, LXVII)
               • Memórias (apomnemoneúmata ) são coleções de anedotas mais ou menos artísticas, que
                 formam um texto único (não necessariamente uma mesma narrativa) a respeito de uma
                 pessoa em particular
  Justino      • Justino é o primeiro autor cristão a chamar os escritos sobre Jesus de evangelhos (no
                 plural)




               • os livros que tratavam de Jesus passaram a ser chamados de “evangelho segundo”
               • essa também é uma evidência importante de que os livros passam a ser chamados pelo
                 nome dos seus autores, antecedidos da expressão: “Evangelho segundo” que até hoje é
                 utilizada.
p66 e Irineu
• No Cânon Muratori, o evangelho de Lucas é chamado de tertium evangelii
             librum secundo lucan [o terceiro livro do evangelho é segundo Lucas]
           • É comum o aparecimento em versões latinas da palavra katá sem tradução –
 Cânon       por exemplo, Cata Mateo [segundo Mateus].
Muratori


           • O primeiro a chamar o autor de um evangelho de evangelista foi Taciano, e
             por entender serem os evangelhos uma unidade
           • Taciano compôs o Diatessaron em aproximadamente 170 d.C., sendo essa
             obra uma harmonia dos evangelhos
           • O Diatessaron foi o primeiro escrito sobre a vida de Jesus em latim, siríaco,
Taciano      armênio, georgiano e arábico.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Evangelhos sinóticos aula 2
Evangelhos sinóticos aula 2Evangelhos sinóticos aula 2
Evangelhos sinóticos aula 2Moisés Sampaio
 
Evangelhos sinóticos aula1
Evangelhos sinóticos aula1Evangelhos sinóticos aula1
Evangelhos sinóticos aula1Moisés Sampaio
 
81 estudo panorâmico da bíblia (o livro de oséias)
81   estudo panorâmico da bíblia (o livro de oséias)81   estudo panorâmico da bíblia (o livro de oséias)
81 estudo panorâmico da bíblia (o livro de oséias)Robson Tavares Fernandes
 
HistóRia Da Igreja Pdf Modulo 1
HistóRia Da Igreja Pdf Modulo 1HistóRia Da Igreja Pdf Modulo 1
HistóRia Da Igreja Pdf Modulo 1fogotv
 
Aula 1 A Igreja Apostólica
Aula 1 A Igreja ApostólicaAula 1 A Igreja Apostólica
Aula 1 A Igreja ApostólicaMarcia oliveira
 
Epístolas gerais - aula 1
Epístolas gerais - aula 1Epístolas gerais - aula 1
Epístolas gerais - aula 1Moisés Sampaio
 
Livros históricos aula 2
Livros  históricos aula 2Livros  históricos aula 2
Livros históricos aula 2Moisés Sampaio
 
1º Aula de Livros Históricos do Antigo Testamento
1º Aula de Livros Históricos do Antigo Testamento1º Aula de Livros Históricos do Antigo Testamento
1º Aula de Livros Históricos do Antigo TestamentoJefferson Evangelista
 

Was ist angesagt? (20)

Profetas maiores lição 09 - eetad
Profetas maiores   lição 09 - eetadProfetas maiores   lição 09 - eetad
Profetas maiores lição 09 - eetad
 
Evangelhos sinóticos aula 2
Evangelhos sinóticos aula 2Evangelhos sinóticos aula 2
Evangelhos sinóticos aula 2
 
Evangelhos sinóticos aula1
Evangelhos sinóticos aula1Evangelhos sinóticos aula1
Evangelhos sinóticos aula1
 
Atlas Bíblico
Atlas BíblicoAtlas Bíblico
Atlas Bíblico
 
81 estudo panorâmico da bíblia (o livro de oséias)
81   estudo panorâmico da bíblia (o livro de oséias)81   estudo panorâmico da bíblia (o livro de oséias)
81 estudo panorâmico da bíblia (o livro de oséias)
 
HistóRia Da Igreja Pdf Modulo 1
HistóRia Da Igreja Pdf Modulo 1HistóRia Da Igreja Pdf Modulo 1
HistóRia Da Igreja Pdf Modulo 1
 
1º Aula de História da Igreja
1º Aula de História da Igreja1º Aula de História da Igreja
1º Aula de História da Igreja
 
1. período interbíblico
1. período interbíblico1. período interbíblico
1. período interbíblico
 
Aula 1 A Igreja Apostólica
Aula 1 A Igreja ApostólicaAula 1 A Igreja Apostólica
Aula 1 A Igreja Apostólica
 
Livros Históricos
Livros  HistóricosLivros  Históricos
Livros Históricos
 
Epístolas gerais - aula 1
Epístolas gerais - aula 1Epístolas gerais - aula 1
Epístolas gerais - aula 1
 
Livros históricos aula 2
Livros  históricos aula 2Livros  históricos aula 2
Livros históricos aula 2
 
42. O Profeta Sofonias
42. O Profeta Sofonias42. O Profeta Sofonias
42. O Profeta Sofonias
 
2. introdução ao novo testamento
2.  introdução ao novo testamento2.  introdução ao novo testamento
2. introdução ao novo testamento
 
Oséias
OséiasOséias
Oséias
 
Panorama do AT - Oseias
Panorama do AT - OseiasPanorama do AT - Oseias
Panorama do AT - Oseias
 
Livro de Amós
Livro de AmósLivro de Amós
Livro de Amós
 
13. O Livro de i samuel
13. O Livro de i samuel13. O Livro de i samuel
13. O Livro de i samuel
 
1º Aula de Livros Históricos do Antigo Testamento
1º Aula de Livros Históricos do Antigo Testamento1º Aula de Livros Históricos do Antigo Testamento
1º Aula de Livros Históricos do Antigo Testamento
 
GEOGRAFIA BÍBLICA (AULA 03 - BÁSICO - IBADEP)
GEOGRAFIA BÍBLICA (AULA 03 - BÁSICO - IBADEP)GEOGRAFIA BÍBLICA (AULA 03 - BÁSICO - IBADEP)
GEOGRAFIA BÍBLICA (AULA 03 - BÁSICO - IBADEP)
 

Ähnlich wie Introdução aos Evangelhos

Slidestradicaopreevangelica
SlidestradicaopreevangelicaSlidestradicaopreevangelica
SlidestradicaopreevangelicaBrian Kibuuka
 
4 Introdução Aos Evangelhos
4 Introdução Aos Evangelhos4 Introdução Aos Evangelhos
4 Introdução Aos Evangelhostomdeamor
 
Slidesformacaodosevangelhos
SlidesformacaodosevangelhosSlidesformacaodosevangelhos
SlidesformacaodosevangelhosBrian Kibuuka
 
História do cristianismo ii - Um resumo histórico
História do cristianismo ii - Um resumo históricoHistória do cristianismo ii - Um resumo histórico
História do cristianismo ii - Um resumo históricoGustavo Messias
 
História da Igreja I: Aula 3 - Paulo e os Pais Apostólicos
História da Igreja I: Aula 3 - Paulo e os Pais ApostólicosHistória da Igreja I: Aula 3 - Paulo e os Pais Apostólicos
História da Igreja I: Aula 3 - Paulo e os Pais ApostólicosAndre Nascimento
 
A igreja de jesus cristo
A igreja de jesus cristoA igreja de jesus cristo
A igreja de jesus cristoLia Porto
 
Aula 1 - Primeiro Período - A Igreja Apostólica
Aula 1 - Primeiro Período - A Igreja ApostólicaAula 1 - Primeiro Período - A Igreja Apostólica
Aula 1 - Primeiro Período - A Igreja ApostólicaAdriano Pascoa
 
Estudos os evangelhos
Estudos os evangelhosEstudos os evangelhos
Estudos os evangelhosAndré Rocha
 
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAs Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAlexandreFrana33
 
Historia da igreja
Historia da igrejaHistoria da igreja
Historia da igrejaCarlos Alves
 
(26) Os Evangelhos.pdf
(26) Os Evangelhos.pdf(26) Os Evangelhos.pdf
(26) Os Evangelhos.pdfTiago Silva
 
Lição 4 – A história da Igreja até a Reforma Protestante
Lição 4 – A história da Igreja até a Reforma ProtestanteLição 4 – A história da Igreja até a Reforma Protestante
Lição 4 – A história da Igreja até a Reforma ProtestanteÉder Tomé
 
Aula 4 - Quarto Período - A Idade Média Cristã
Aula 4 - Quarto Período - A Idade Média CristãAula 4 - Quarto Período - A Idade Média Cristã
Aula 4 - Quarto Período - A Idade Média CristãAdriano Pascoa
 
07.1 corintios comentário esperança
07.1 corintios   comentário esperança07.1 corintios   comentário esperança
07.1 corintios comentário esperançajosimar silva
 
2 atos e o avanco do evangelho - 2 aula
2   atos e o avanco do evangelho - 2 aula2   atos e o avanco do evangelho - 2 aula
2 atos e o avanco do evangelho - 2 aulaPIB Penha
 

Ähnlich wie Introdução aos Evangelhos (20)

Slidestradicaopreevangelica
SlidestradicaopreevangelicaSlidestradicaopreevangelica
Slidestradicaopreevangelica
 
HISTÓRIA DA IGREJA 2.pptx
HISTÓRIA DA IGREJA 2.pptxHISTÓRIA DA IGREJA 2.pptx
HISTÓRIA DA IGREJA 2.pptx
 
4 Introdução Aos Evangelhos
4 Introdução Aos Evangelhos4 Introdução Aos Evangelhos
4 Introdução Aos Evangelhos
 
Slidesformacaodosevangelhos
SlidesformacaodosevangelhosSlidesformacaodosevangelhos
Slidesformacaodosevangelhos
 
História do cristianismo ii - Um resumo histórico
História do cristianismo ii - Um resumo históricoHistória do cristianismo ii - Um resumo histórico
História do cristianismo ii - Um resumo histórico
 
REFLEXÕES E INFORMAÇÕES
REFLEXÕES E INFORMAÇÕESREFLEXÕES E INFORMAÇÕES
REFLEXÕES E INFORMAÇÕES
 
História da Igreja I: Aula 3 - Paulo e os Pais Apostólicos
História da Igreja I: Aula 3 - Paulo e os Pais ApostólicosHistória da Igreja I: Aula 3 - Paulo e os Pais Apostólicos
História da Igreja I: Aula 3 - Paulo e os Pais Apostólicos
 
A igreja de jesus cristo
A igreja de jesus cristoA igreja de jesus cristo
A igreja de jesus cristo
 
Homilética I Itaporanga
Homilética I ItaporangaHomilética I Itaporanga
Homilética I Itaporanga
 
Aula 1 - Primeiro Período - A Igreja Apostólica
Aula 1 - Primeiro Período - A Igreja ApostólicaAula 1 - Primeiro Período - A Igreja Apostólica
Aula 1 - Primeiro Período - A Igreja Apostólica
 
Estudos os evangelhos
Estudos os evangelhosEstudos os evangelhos
Estudos os evangelhos
 
Lição_01.pptx
Lição_01.pptxLição_01.pptx
Lição_01.pptx
 
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptxAs Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
As Viagens Missionária do Apostolo Paulo.pptx
 
Historia da igreja
Historia da igrejaHistoria da igreja
Historia da igreja
 
Homilética - lição - 02
Homilética - lição - 02Homilética - lição - 02
Homilética - lição - 02
 
(26) Os Evangelhos.pdf
(26) Os Evangelhos.pdf(26) Os Evangelhos.pdf
(26) Os Evangelhos.pdf
 
Lição 4 – A história da Igreja até a Reforma Protestante
Lição 4 – A história da Igreja até a Reforma ProtestanteLição 4 – A história da Igreja até a Reforma Protestante
Lição 4 – A história da Igreja até a Reforma Protestante
 
Aula 4 - Quarto Período - A Idade Média Cristã
Aula 4 - Quarto Período - A Idade Média CristãAula 4 - Quarto Período - A Idade Média Cristã
Aula 4 - Quarto Período - A Idade Média Cristã
 
07.1 corintios comentário esperança
07.1 corintios   comentário esperança07.1 corintios   comentário esperança
07.1 corintios comentário esperança
 
2 atos e o avanco do evangelho - 2 aula
2   atos e o avanco do evangelho - 2 aula2   atos e o avanco do evangelho - 2 aula
2 atos e o avanco do evangelho - 2 aula
 

Mehr von Brian Kibuuka

Módulo 1 - Aula 2 - Evangelhos
Módulo 1 - Aula 2 - EvangelhosMódulo 1 - Aula 2 - Evangelhos
Módulo 1 - Aula 2 - EvangelhosBrian Kibuuka
 
O Párodo de Hécuba - JIC - 2010
O Párodo de Hécuba - JIC - 2010O Párodo de Hécuba - JIC - 2010
O Párodo de Hécuba - JIC - 2010Brian Kibuuka
 
Aula - O Sonho de Cipião
Aula - O Sonho de CipiãoAula - O Sonho de Cipião
Aula - O Sonho de CipiãoBrian Kibuuka
 

Mehr von Brian Kibuuka (7)

Redescobrindopaulo4
Redescobrindopaulo4Redescobrindopaulo4
Redescobrindopaulo4
 
Redescobrindopaulo3
Redescobrindopaulo3Redescobrindopaulo3
Redescobrindopaulo3
 
Redescobrindopaulo2
Redescobrindopaulo2Redescobrindopaulo2
Redescobrindopaulo2
 
Redescobrindopaulo1
Redescobrindopaulo1Redescobrindopaulo1
Redescobrindopaulo1
 
Módulo 1 - Aula 2 - Evangelhos
Módulo 1 - Aula 2 - EvangelhosMódulo 1 - Aula 2 - Evangelhos
Módulo 1 - Aula 2 - Evangelhos
 
O Párodo de Hécuba - JIC - 2010
O Párodo de Hécuba - JIC - 2010O Párodo de Hécuba - JIC - 2010
O Párodo de Hécuba - JIC - 2010
 
Aula - O Sonho de Cipião
Aula - O Sonho de CipiãoAula - O Sonho de Cipião
Aula - O Sonho de Cipião
 

Introdução aos Evangelhos

  • 1. Introdução e Análise aos Evangelhos Canônicos e Apócrifos
  • 2.  O Curso é composto por 1: Introdução aos 4 partes, nas quais Evangelhos Canônicos I objetiva-se:  Apresentar os conceitos 2: Introdução aos e questões concernentes Evangelhos Canônicos II ao tema  Apresentar os Evangelhos Sinóticos e 3: Introdução aos Evangelhos Apócrifos I João  Apresentar os Evangelhos Apócrifos 4: Introdução aos Evangelhos Apócrifos II
  • 3. A Tradição Pré-Evangélica A Formação dos Evangelhos O Evangelho como Gênero Literário Evangelho e Evangelhos
  • 4.
  • 5. A Tradição Pré-Evangélica  Antes da redação dos documentos literários Evidências da Tradição neotestamentários, a mais Remota transmissão do evangelho: • menções explícitas à tradição: I Co  era majoritariamente oral 11.23, 15.3;  realizada através do • indicações sobre o conteúdo da fé: testemunho público: Rm 10.9s; • estrutura firme, indicando  da fé transmissão oral: I Co 15.3-5, Rm  do culto 4.25;  da instrução à comunidade. • subdivisões por estrofes: Fl 2.6-11; Cl 1.15-20;  É possível encontrar • estilo participial: Rm 1.3s; evidências dessa tradição • menções honoríficas: Rm 1.3s; II Tm 2.8; no Novo Testamento • e expressões que indicam epifanias: I Co 15.5; I Tm 3.16.
  • 6. A Tradição Pré-Evangélica  Confissões de Fé  são testemunhos da Confissões de Fé Igreja em seus primórdios, a respeito • que apontam para Jesus crucificado e de Jesus ressurreto como Senhor (I Co 16.19- 24, Hb 13.22); • que apontam para a ação de Deus na cruz e na ressurreição de Jesus (Rm 10.9, Lc 12.8s, Jo 1.20, Rm 1.16); • que afirmam a ação de Deus agiu em nosso benefício, através de Jesus (Rm 10.9, I Ts 4.14, Rm 4. 24s, 8.34, 14.9, II Co 13.4, I Co 15.3-5); • outras fórmulas apontavam para uma tradição oral cristã primitiva (I Co 9.16ss, Rm 1.3s, Gl 4.4).
  • 7. A Tradição Pré-Evangélica  Hinos da Cristandade Primitiva Hinos Cristãos  São antigos hinos conservados em formato de texto no Novo • Fl 2.6-11: tem duas estrofes (humilhação e exaltação de Cristo); Testamento • Cl 1.15-20: convite ao louvor (12-14) e duas estrofes que falam da soberania de Cristo (15-20) • I Tm 3.16: trata da revelação preexistente na carne; • Ef 1.3-14, 5.14, I Pe 2.22-24 (25) e Hb 5.7-10: hinos que evidenciam o louvor a “Christo quase deo” (Plínio, o Moço, Ep. X 96,7)
  • 8. A Tradição Pré-Evangélica  Tradição Litúrgica  Textos que refletem o Tradição Litúrgica culto da comunidade cristã primitiva, • Evidências da influência da tradição revelando a existência sinagogal: I Co 14.16, Ap 19.1,3,6; • Evidências da influência dos cultos da prédica, da confissão pagãos: I Co 14, 16.22 e do canto, organizados • Liturgia da Ceia: I Co 11.16,23-25; Mc 14.22-24; livremente. • O batismo e o culto batismal: I Co 6.11, Rm 6.3, I Co 12.13, Rm 10.9, Fl 2.6-11, Cl 1.15-20, II Co 5.17; • Linguagem litúrgica presente nas doxologias do epistolário cristão: II Co 1.3, Ef 1.3, Rm 1.25, II Co 11.31, Rm 9.5)
  • 9. A Tradição Pré-Evangélica Processo de Formação da Tradição Evangélica
  • 10. A Tradição Pré-Evangélica Processo de Investigação da Tradição Evangélica Elucidação Elucidação Estágio 1 Estágio 4 Estágio 2 Estágio 3 Relação Busca das entre os Fontes dos do método da natureza e redacional do conteúdo Sinóticos Sinóticos de cada do material evangelista das fontes
  • 11.
  • 12. A Formação dos Evangelhos  Tácito afirma que a  O cristianismo do “superstitio” cristã havia primeiro século é o chegado na cidade de Roma, tendo sido perseguida por resultado: Nero (Anais, XV, 44).  do impacto da vida e do ensino de Jesus  Plínio, o moço, legado do Imperador na província do  de um movimento Ponto, na Bitínia, entre 111 e 113 d.C., relata a presença de que, a partir da cristãos e qualifica o Galiléia, rapidamente movimento como “superstição” que se irradia se ampliou e por cidades e em cada estrato social (Cartas X, 96.8-10). alcançou todo o vasto Império Romano.
  • 13. A Formação dos Evangelhos  Expansão do Cristianismo:  Teve um início humilde na Palestina;  Alcançou “Roma, Alexandria, Tiro, Éfeso e Antioquia...”, levada pelos “apóstolos de Jesus que viajavam a pé... e a bordo de galeras mercantes e navios de passageiros”.  Chegou até outros centros urbanos menores.  Enriqueceu-se através da assimilação por diferentes grupos sociais e culturas.
  • 14.
  • 15. A Formação dos Evangelhos  Primeira formação: através da  Segundo Fitzmyer: pregação e vida de Jesus;  “a multiplicidade de relatos na  Segunda formação: através da tradição primitiva revela que eles interferência dos apóstolos e líderes; não foram compostos com o simples  Adaptação: comunicação da tradição propósito de narrar fatos sobre para os novos locais de missão, com Jesus” a modificação e adaptação dessa  FITZMYER, Joseph A., Catecismo tradição para linguagens, categorias, cristológico: respostas do Novo formas e temas mais compreensíveis Testamento, p. 20. aos diferentes contextos.  Composição: tradições orais e literárias foram compostas, em que se conservam o mais antigo kérygma jesuânico e são acrescidas informações acessíveis aos novos contextos, situações e culturas dos grupos que aderiram ao cristianismo.
  • 16. A Formação dos Evangelhos  “A memória do processo de intercâmbio, adaptação, conservação e inovação pelo qual a Intercâmbio tradição jesuânica foi sendo enriquecida ainda no cristianismo primitivo está acessível à pesquisa contemporânea através da farta produção literária deixada pelos Adaptação Inovação grupos cristãos desde os primórdios do movimento.“ Processos  “Essa literatura, diversificada em forma e conteúdo, é uma forte evidência da seleção e re- significação das tradições, inclusive as orais. “  FIORENZA, Elizabeth Schüssler, Conservação Jesus e a política da interpretação, p. 12.
  • 17. A Formação dos Evangelhos  Fatores que moldaram a formação dos Evangelhos  Entre os fatores enumerados por Fitzmyer que influenciaram as mudanças na tradição cristã estão:  os ecos de preocupações religiosas tardias;  as controvérsias entre grupos religiosos;  as necessidades missionárias;  a perseguição.
  • 18.
  • 19.
  • 20.
  • 21. O Evangelho como Gênero Literário  O Uso do Antigo Testamento na Pregação Neotestamentária  “A profissão de fé e pregação cristã  Diante da ressurreição, a começam e se fundam, comunidade primitiva outrora como hoje, na entendeu que a morte ressurreição de Jesus.” tinha um sentido e significado, e nisto a ressurreição era uma prova inconfundível.
  • 22. O Evangelho como Gênero Literário  A Via de Jesus “segundo as Escrituras”  Para a comunidade  “A consciência da primitiva, o destino de conformidade da morte Jesus deve corresponder à Sagrada Escritura do Senhor com a  A pregação apostólica Escritura reclamava: assumiu o princípio de  uma explicitação ser expositora da  um desenvolvimento Escritura, pois a paixão,  evidência: a história da morte de ressurreição de paixão Jesus estavam nela
  • 23. O Evangelho como Gênero Literário  Relações entre Antigo Testamento e o Cristianismo  A Igreja exprime o que aconteceu com Jesus com palavras do Antigo Testamento.  Exemplos na narrativa da  Expressões da Igreja para paixão: exprimir conceitos teológicos é do Antigo Testamento:  divisão de vestes (Jo  Deus, salvação, juízo, justiça, 19.24 / Sl 22.18) graça, crer, escolher, verdade  Escárnio e  convite do Salvador (Mt zombarias(Lc 18.31-32 / 11.28-30) Is 53.3)  agradecimentos (Lc 1.46-55; 68-79)  o grito de Jesus (Mt 27.46 / Sl 22.1)
  • 24. • Mc 8.2 Cristo • Mt 11.2 “Filho de Davi” (Sl 2) • Mc 1.11,9.7 “Filho do Homem” • Mc 8.28, 13.26 (Dn 7.13) • Jo 3.13
  • 25.
  • 26.  O encômio (louvor, elogio,  Segundo Cícero (106-43 a.C.), panegírico) é uma apresentação um encômio deve conter: laudatória de uma pessoa, sendo  o nome semelhante à biografia, ainda  a origem que não faça referência à  o modo de vida totalidade da vida do  a fortuna personagem narrado;  os hábitos  O primeiro a fazer em prosa tal  os sentimentos apresentação elogiosa foi  os interesses Isócrates (436-338 a.C.), nas obras Nicócles, Os Ciprianos e  as propostas Evágoras.  as realizações  os acidentes  A estrutura dos encômios foi desenvolvida no período  uma fala sobre os feitos. helenístico, principalmente entre os oradores romanos.  CÍCERO, De Inventione, I, xxiv, 34.
  • 27.  Ordem cronológica do encômio Encômios do Novo Testamento (narrativum) segundo K. Berger:  Proêmio  indicação de origem 1 Tm 3.16: Cl 2.9-15 Referências  formação e profissão Hb 7.1-10 ao gênero  Atos – virtudes, vícios e -escrito no I Tm 2.5-6 oposto ao atitudes habituais). passivum Tt 2.11-15: encômio, a  As fontes mais abundantes dos divinum zombaria: encômios: - próximo - textos em Mc 15.29-  inscrições aos que são 32,36  literatura judaico-helenista encômios citadas as Mt 27.40-44  modelo simplificado: mais principais Lc 23.35-  Natureza antigos obras 37,39  Origem - enumera dignas de Mc 15.18  Atos a origem – louvor, Mt 27.49  Fama. “revelado primeiro as Lc 22.64 na carne” da graça, Jo 11.37, 19.3 - enumera depois as de Lc 4.23. as ações Jesus Cristo.
  • 28.  As biografias greco-  Um paradigma para a romanas análise da biografia grego-  apresentam grande romana da época da flexibilidade e redação dos Evangelhos é a variabilidade no período obra do Plutarco (45-125? compreendido entre o d.C.), autor grego de quem século I a.C. e I d.C. pelo menos cinqüenta  conservam relações mais ‘Vidas’ foram preservadas e próximas com o gênero são conhecidas hoje. ‘evangelho’.  desde a sua origem, foram chamadas de ‘Vidas’ (em grego, bíoi; em latim, vitae).
  • 29. concentravam- continham se nos uma narrativa detalhes do histórica caráter do seu apenas protagonista abreviada apresentavam grande tinham caráter diversidade de moral padrões literários
  • 30. prodígios pessoais relatos da Genetlíaco Lc 2.25-38 sabedoria Mt 2.1-12, Mc Mt 1.20-21 14.3-8 Lc 2.41-52 Lc 1.1,13b origem ultima história de nobre do verba infância herói relatos de políticas Lc 23.46 sofrimento Mt 1.18-25 Mt 2.16-18 Jo 19.30 e morte Lc 2.1-5
  • 31.
  • 32.  Em um sentido geral, a palavra ‘evangelho’ é proveniente do grego Conceito euangélion, que Conceito Judaico Pagão significa:  “recompensa pela Conceito do NT transmissão de boas- novas”  as próprias “boas-novas”. Conceito da Igreja Antiga
  • 33. • bāśar Hebraico • Is 40.9; 52.7; 61.1; Sl 96.2 • euangelízesthai LXX • Is 40.9; 52.7; 61.1; Sl 96.2 • Sempre no plural Inscrições
  • 34. • euangélion Batalha de Maratona • Inscrição do calendário de Priene • “o aniversário do deus [Augusto] marca Culto ao para o mundo o começo das boas novas” Imperador
  • 35. • Paulo é o autor neotestamentário que mais utiliza a palavra ‘evangelho’. • Das 66 ocorrências no Novo Testamento do vocábulo, 60 estão nas epístolas paulinas. • Paulo geralmente utiliza a palavra no singular, contrariando o uso corrente na LXX. • Evangelho é um termo técnico utilizado por Paulo para se referir à sua própria proclamação através e a respeito de Jesus. Paulo • Em Paulo, “evangelho” significa a proclamação a respeito de Cristo e da salvação trazida por ele (Rm 1.1ss; ICo 15.1ss etc.). • Em Jesus (Mt 11.5), o evangelho é “boa nova” da salvação. • “euangélion” é sempre a palavra viva da pregação, uma alusão à pregação oral sobre Jesus. • O termo “evangelista” é usado para designar o pregador itinerante (At 21.8; Ef 4.11; II Tm 4.5). Evangelhos • O único texto que faz referência ao seu próprio escrito chamando-o de evangelho no Novo Testamento é Marcos (Mc 1.1), o que indica ser seu relato uma pregação salvífica.
  • 36. • boa nova escrita da salvação • Didaquê (Did 15.3) e em 2 Clemente (2 Clem 8.5), ambos Didaquê e datados por volta do começo do século II. Clemente • Papias, bispo de Hierápolis do início do segundo século já havia caracterizado o Evangelho de Marcos como apomnemoneúmata de Pedro • os evangelhos eram considerados escritos pertencentes a Papias um tipo específico de literatura
  • 37. • Justino, apologista cristão da segunda metade do século II, afirmou que os evangelhos são “as memórias dos apóstolos” (Apologia, LXVII) • Memórias (apomnemoneúmata ) são coleções de anedotas mais ou menos artísticas, que formam um texto único (não necessariamente uma mesma narrativa) a respeito de uma pessoa em particular Justino • Justino é o primeiro autor cristão a chamar os escritos sobre Jesus de evangelhos (no plural) • os livros que tratavam de Jesus passaram a ser chamados de “evangelho segundo” • essa também é uma evidência importante de que os livros passam a ser chamados pelo nome dos seus autores, antecedidos da expressão: “Evangelho segundo” que até hoje é utilizada. p66 e Irineu
  • 38. • No Cânon Muratori, o evangelho de Lucas é chamado de tertium evangelii librum secundo lucan [o terceiro livro do evangelho é segundo Lucas] • É comum o aparecimento em versões latinas da palavra katá sem tradução – Cânon por exemplo, Cata Mateo [segundo Mateus]. Muratori • O primeiro a chamar o autor de um evangelho de evangelista foi Taciano, e por entender serem os evangelhos uma unidade • Taciano compôs o Diatessaron em aproximadamente 170 d.C., sendo essa obra uma harmonia dos evangelhos • O Diatessaron foi o primeiro escrito sobre a vida de Jesus em latim, siríaco, Taciano armênio, georgiano e arábico.