A arte romana desenvolveu-se entre 700 a.C. e 500 d.C., influenciada pela arte grega e etrusca. Os romanos inovaram na arquitetura, valorizando espaços internos funcionais e proporções. Sua arquitetura refletia a vida pública romana, com construções como termas, teatros e anfiteatros para entreter o povo.
4. ARTE ROMANA 700 a.C. à 500 d.C.
Entre as civilizações do mundo antigo, a dos romanos é, sem duvida, aquela a que mais temos acesso, uma vez que
eles nos deixaram um vasto legado literário, que nos permite traçar sua história com riqueza de detalhes que
nunca nos cansamos de admirar. Paradoxalmente, no entanto, poucas questões são mais difíceis de responder do
que a que fazemos a seguir: “o que é a arte romana?”. O gênio romano, tão facilmente identificável em qualquer
outra esfera de atividade humana, torna-se estranhamente enganoso quando perguntamos se existiu um estilo
romano nas artes. Por que isso acontece? A razão mais obvia é a grande admiração que os romanos tinham pela
arte grega de todos os tipos de período. Não só importavam milhares de originais de épocas anteriores e deles
faziam um número ainda maios de copias , como também as suas próprias criações eram claramente baseadas em
fontes gregas, sendo que muitos de seus artistas eram de origem grega. Mas além da temática diferente, o fato é
que, como um todo, a arte criada sob o patrocínio romano parece nitidamente diferente da arte grega e apresenta
qualidades positivas não gregas que expressam diferentes intenções. Assim, não devemos insistir em avaliar a arte
romana segundo os padrões da arte grega, perto da qual poderia parecer, superficialmente, uma fase final e
decadente. O império Romano foi uma sociedade extraordinariamente aberta e cosmopolita, que absorveu os
traço regionais num modelo comum totalmente romano, homogêneo e diversificado ao mesmo tempo. A
“romanidade” da arte romana deve ser buscada nesse modelo complexo, e não numa única e consistente
qualidade formal.
6. ARTE ROMANA 700 a.C. à 500 d.C.
PERIODOS
Monarquia
República
Império
DATAS
De 700 a.C. à 500 a.C.
De 501 a.C. à 30 a.C.
De 30 d.C. à 500 d.C.
7. ARTE ROMANA – A origem
Um névoa impenetrável, que lendas e mitos não conseguem dissipar, envolve o surgimentode
Roma. Segundo a tradição, a cidade teria sido fundada em 753 a.C. por Rômulo e Remo, netos do
rei de Alba, a mais importante cidade da região. Antes disso, porém, um grupo de pastores e
lavradores já havia descido as colinas do Lácio para se fixar às margens do rio Tibre. Faziam parte,
talvez, dos povos itálicos, de origem indo-europeia, que ali chegaram no século XII a.C.,
possivelmenteaparentados com os invasores helênicos do Peloponeso.
Com o tempo mais dois povos ocuparam regiões diferentesda península Itálica: os etruscos ao
norte, e os gregos ao sul. Os etruscos, no decorrer do século VI a.C. impuseram sua hegemonia e
reuniram essas populações dentro de um cidadela fortificada. Esse fato permite supor que foram os
etruscosos verdadeiros fundadores de Roma.
Os primeiros soberanos de Roma eram eleitos, tendo seu poder limitado por um conselhode cem
anciãos – o senado - e por uma assembleia popular, composta de todos os cidadãos em idade
militar, mas dominada pelos patrícios, membros dos clãs romanos que detinham a posse das
terras.
8. ARTE ROMANA – A origem
A dinastia etrusca terminou com a expulsão de Tarquinio, o Soberbo, em 509 a.C., após o que a Republica ( res=
coisa; publica= do povo) iniciou seus quatro séculos de existência. A sociedade romana que começara como um
agrupamento de pequenos agricultores, gravitava então em torno da aristocracia patrícia e das massas plebeias.
Dois cônsules, anualmente eleitos pela assembleia popular, governavam Roma, auxiliados por senadores,
questores, censores, pretores e outros funcionários. A plebe chegou a ter seus representantes – os tribunos – e
desafiava constantemente os patrícios.
No periodo republicano, crescendo em poder e riqueza, Roma, subjugou paulatinamente os etruscos, os samnias,
além dos Alpes. Em 264 a.C. só restava um ameaça: as colônias fenícias do Mediterrâneo, unidas sob o poderoso
comando de Cartago. Ao fim três Guerras Púnicas, que mantiveram romanos e cartagineses em luta até 146 a.C., a
supremacia de Roma tornou se indiscutível, desde as margens do Mediterrâneo e o centro da Europa , até a Ásia
Menos e o Egito. Todos essas guerras atrasaram o desenvolvimento cultural. No tempo da Republica, a arte
romana ainda tinha um caráter nitidamente etrusco. Mas, com a progressiva conquista do território mediterrâneo,
a civilização helênica foi afluindo para a jovem metrópole às margem do Tibre, na mesma medida em que Roma
se apossava do mundo grego. Assim, desde os primórdios, a arte romana oscila entre a tradição etrusca-ítalica,
essencialmente popular, voltada para a expressão imediata da realidade, e a influencia grego-helenística, refinada
elaboração de um ideal de beleza. Da assimilação e superação dessas duas tendências nasceria no final do século I
d.C. , uma linguagem artística verdadeiramente autônoma e original, sobretudo na arquitetura.
9. ARTE ROMANA – A origem
Dos etruscos herdaram os romanos a habilidade metalúrgica, o
divertimento cruel do combate de gladiadores e a ciências do arco e da
abobada, que aprimoraram e tornaram de uso geral.
Dos gregos, os romanos derivaram seu alfabeto e muito de sua arte.
Nada lhes devem porém em matéria de senso prático. A
funcionalidade sempre ditou as regras da sua arquitetura, que
valorizou o espaço interno e sempre enfatizou o caráter civil e publico
de suas obras. A técnica da construção. Sob a pressão de inúmeros
problemas urbanos, aperfeiçoou muitos elementos que até hoje são
utilizados.
11. ARTE ROMANA - ARQUITETURA
Se a autonomia da escultura e pintura romanas tem sido questionada, a arquitetura romana é uma proeza
criativa de tal magnitude que exclui quaisquer dúvidas. Desde o primeiro instante, refletiu uma forma
especificamente romana de vida publica e provada. Os romanos aprenderam muito sobre a arte de
construir com os etruscos. De acordo com os escritores romanos, os etruscos foram mestre de engenharia
arquitetônica, de planejamento urbano e agrimensura. Muito pouco sobreviveu em pé, tanto da
arquitetura etrusca quanto da romana inicial; mas as obras que temos, mais as informações coletadas a
partir de escavações recentes, mostram que, de fato, os etruscos eram construtores altamente habilidosos.
Essa herança foi de partículas importância quando Roma ampliou seu domínio nas costas do
Mediterrâneo e em direção ao norte da Europa, menos populoso, construído novas cidades para servirem
de sedes do governo colonial. Talvez a única característica mais importante desse legado etrusco tenha
sido o arco de plenavolta, constituído por seções cuneiformes que se mantém firmemente engastadas,
Não que os etruscos tenham inventado o arco, seu uso remonta dos egípcios, mas eles, seguidos pelos
gregos, parecem tê-lo considerado apenas como uma besta de carga útil, e não como uma forma
suficientemente bela para ser usada em seus próprios méritos.
12. ARTE ROMANA - ARQUITETURA
Os edifícios gregos, apesar de belos, raramente eram construídos com o objetivo de
acomodar uma grande multidão sob o seu teto; mesmo os templos eram considerados
moradas dos deuses e não locais para agrupamento de fieis. Se os romanos transformaramse
num “povo de interiores” devido ao clima, que parece ter sido mais frio naquela época do que
é hoje ( florestas cheias de lobos e ursos estendiam se por quase toda a península), ou se o
simples tamanho da população tornava necessários os edifícios administrativos e locais de
encontro, o fato é que os modelos gregos, embora muito admirados, deixaram de ser
suficientes. Pequenos edifícios, como uma capela votiva ou um mausoléu familiar, podiam
imitar um modelo grego, mas quando se tratava de fornecer aos cidadãos tudo aquilo de que
necessitavam, da água à diversão em grande escala, novas formas radicais tiveram que ser
criada, bem como materiais mais baratos e métodos mais rápidos tiveram de ser utilizados
13. ARTE ROMANA - ARQUITETURA
Em Roma, separando a estrutura da forma, os arquitetos promoveram uma verdadeira revolução. O exemplo
grego não lhes servia pois a estrutura não se dissociava da forma: uma coluna era sempre um suporte, mesmo
quando engastada na rocha. A índole prática e econômica dos romanos, levou os a substituir a alvenaria com
argamassa por grandes blocos já preparados e unidos. Com a estrutura previamente definida, a forma final era
dada pelo acréscimo de elementos arquitetônico com função apenas decorativa. Esses elementos ( colunas,
frontões postiços, molduras), na sua maioria herdados da Grécia, seguiam o estilo jônico e , sobretudo, o
coríntio.
Além de favorecer , dessa maneira processos mais rápidos e baratos de construção, os arquitetos romanos
trouxeram uma grande inovação. Conscientes da grandeza de sua cidade, e desejosos de exprimi-la pela arte,
não vacilaram em alterar a paisagem para obter efeitos monumentais. Enquanto o edifício tipicamente grego,
harmoniza-se com a paisagem e dela não destoa em nenhum momento, a construção romana submete a
natureza a uma nova concepção do espaço. A conquista do espaço, realizada pela arquitetura romana, serviu
de base para todas as edificações dos séculos posteriores.
14. ARTE ROMANA 700 a.C. à 500 d.C.
A planta das casas romanas era
rigorosa e invariavelmente desenhada
segundo um retângulo básico. A porta
de entrada, que ficava de um dos
lados menores do retângulo, conduzia
a um espaço central chamado átrio. O
telhado do átrio possuía uma abertura
retangular, exatamente na direção de
um tanque chamado implúvio
Interior da Casa del Tramezzo di Legno, em
Herculano, antiga cidade romana.
15. ARTE ROMANA 700 a.C. à 500 d.C.
No Império Romano, as casas dos cidadãos abastados possuíam um peristilo, especie um corredor coberto e
circundante, aberto lateralmente através de uma ou mais fiadas de colunas
Peristilo da Casa dos Vettii, em Pompéia, na Itália
16. ARTE ROMANA - ARQUITETURA
O sentido pratico e realista da sociedade romana, as exigências militares e administrativa de sua expansão
determinaram uma nova maneira de encarar a arquitetura e o urbanismo. O próprio poderio do Império fez
da urbanização um elemento essencial na extensão de seus domínios. Tradição etrusca e elementos helênicos
conjugaram se para dar a Roma os fundamentos de um novo urbanismo.
Ao lado dos grandes monumentos e das obras de engenharia, que atestam o alto nível técnico e artístico
alcançado pelos romanos durante o Império, as casas dos ricos proprietários adaptam se ao fausto e à
suntuosidade característicos da época áurea de Roma.
Em contraste com os privilégios de que dispunham os nobres romanos, a plebe vivia miseravelmente. Suas
moradis eram precárias construções, em geral de madeira, situadas nos arredores. Esses edificios, as ínsulas,
elevavam se a cinco ou seis andares com camadas externas de acesso e abrigavam inumeras famílias. Além de
sofrerem frequentes desabamentos, essas casas incendiavam se facilmente, e devido à estreiteza das ruas, o
fogo alastrava se com rapidez, tomando proporções catastróficas, como aconteceu no ano de 64 d.C., durante
o célebre episódio em que o imperador Nero, em uma de suas apresentações, cantava e tocava sua lita
enquanto Roma ardia em chamas.
17. ARTE ROMANA - ARQUITETURA
Entretanto, o povo não se voltava contra seus imperadores, pois eles garantiam alimento e
diersão. Deixando suas habitações, onde sufocavam de calor no verão e tremiam de frio no
inverno, dirigia se aos lugares públicos. Quando os teatros, os circos e anfiteatros não lhe
ofereciam nenhum espetáculo, encontravam nas termas o conforto de que necessitavam
Em Roma, o trabalho era atividade própria dos escravos. Os cidadões não precisavam lutar
pela subsistência e, consequentemente, passavam o tempo nos lugares publicos. Nas
termas, o povo romano concretizava o ideal filosófico: “mens sana in corpore sena “ (
mente sã em corpo sã). Ao mesmo tempo que purificavam o corpo nas salas de banho e de
exercícios físicos, dispunham de bibliotecas e recintos destinados a reuniões.
18. Os anfiteatros e construções públicas
Nos teatros, circos e anfiteatros, a multidão ia satisfazer seu gosto pelos divertimentos e
competições de todas as espécies. No teatro realizavam se espetáculos que compreendiam
desde as representações com música e dança até imponentes desfiles de cavaleiros e de
carros. Essas representações com musica e dança até imponentes desfiles de cavaleiros e
de carros. Essas apresentações exigiam um palco amplo, o que tornou os teatros romanos
diferentes dos modelos gregos, apesar de conservarem a mesma forma semicircular na
disposição da serie de degraus onde ficavam os espectadores. Muitos teatros foram
construídos sobre os flancos das colinas, porém foi ergues essas construções em terreno
plano, com apoio em poderosos alicerces.
19. Os anfiteatros e construções públicas
As grande atrações do povo eram os circos e anfiteatros. Nos primeiros, assistiam
entusiasticamente as corridas de carros, apostando nos diferentes grupos de competidores
que se distinguiam pelas cores das vestimentas. Os circos possuíam a forma de longos
retângulos, rodeada por enormes arquibancadas onde se instalavam milhares de pessoas.
Nos anfiteatros, os espetáculos esportivos transformavam se em combates cruéis e
sangrentos de homens contra animais selvagens ou entre gladiadores. Nessas enormes
arenas, em forma de elipse, desenrolavam se cenas de grande violência, que o povo
aplaudia das arquibancadas. A arena era rodeada por um fosso, onde ficavam as feras que
deveriam ser soltas para os combates. Dessas construções a mais conhecida é o anfiteatro
Flavio, ou Coliseu, uma das construções mais extraordinárias que os romanos criaram.
20. Os anfiteatros e construções públicas
Do grego amphi (dois) e
téathron (teatro), significa
"teatro com assentos dos dois
lados do palco". Na Roma
antiga, era destinado a
espetáculos públicos, combates
de feras ou de gladiadores,
jogos e representações teatrais.
21. ARTE ROMANA – O COLISEU
O Coliseu, um enorme anfiteatro no centro da velha cidade, que podia acomodar
cinquenta mil espectadores, continua sendo uma das maiores construções do mundo. Sua
estrutura principal é construída com uma espécie de concreto, e trata-se de uma obra
prima de engenharia e planejamento eficiente, com quilômetros de galerias abobadas para
asseguraro fluxo regular do tráfego em toda a volta da arena. O exterior , monumental e
cheio de dignidade, reflete as subdivisões do interior mas é revestido e enfatizado por
pedra lapidada. Já um equilíbrio evidente entre as partes integrantes verticais e
horizontais que compõem a interminável serie de arcos. A reverencia para com a
arquitetura grega é ainda visível no uso de meias- colunas e pilastras que refletem as
ordens gregas; estruturalmente, estas se tornaram meros espectros- edifício continuaria
em pé caso fossem removidas- mas esteticamente são importantes, pois através delas a
enorme fachada adquire sua relação com a escala humana.
23. Destinados a abrigar muitos
espectadores, os anfiteatros
alteraramsignificativamente a
planta do teatro grego. Assim,
usando ordens de arcos
sobrepostas, os construtores
romanos obtiveram apoio para
construir o local destinado ao
público - o auditório.
24. Destinados a abrigar muitos
espectadores, os anfiteatros
alteraramsignificativamente a
planta do teatro grego. Assim,
usando ordens de arcos
sobrepostas, os construtores
romanos obtiveram apoio para
construir o local destinado ao
público - o auditório.
25. ARTE ROMANA – O PANTEÃO
As mesmas inovações em engenharia e materiais permitiram que os romanos também
criassem enormes espaços cobertos. Dentre eles, o mais bem preservado é o Panteão, um
templo circular e enorme, dedicado, como o próprio nome diz, a todos os deuses. A
entrada parece comum, semelhante aos de outros templos romanos ( derivadas das
fachadas dos templos gregos, com colunas segundo a ordem coríntia) mas o mais
empolgante é a vista que temos ao passar pelos majestosos portais, quando o grande
espaço abobadado abre-se diante de nós num repente dramático.A partir da pesada
sobriedade da parede externa, pode se deduzir, que não foi fácil para o arquiteto resolver
os problemas de engenharia ligados à sustentação do imenso hemisfério de um domo.
Embora difícil de se acreditar, as características essências desse templo espantoso já
haviam sido descritas ( embora em menor escala) um século antes, pelo arquiteto
Vitrúvio. Para a construção de salas de vapor para banhos públicos.
26. Panteão, construído em Roma
durante o reinado do imperador
Adriano em 27 a.C. para servir
como templo dedicado a todos os
deuses do panteão romano (daí o
seu nome). e, desde o século VII,
como templo cristão. É famoso pela
sua cúpula.
Enquanto a concepção
arquitetônica grega criava
edifícios para serem vistos
do exterior, a romana
procurava criar espaços
interiores
27. Planejado para reunir a grande
diversidade de deuses existentes
em todo o Império, o Panteão,
com sua planta circular fechada
por uma cúpula, cria um local
isolado do exterior, onde o povo
se reunia para o culto.
29. ARTE ROMANA – OS AQUEDUTOS
Os aquedutos, com amplo uso de arcos, formam outro capítulo importante da arquitetura
romana, smpre marcada pelo carater civil e pela preocupação de conforto urbano. Em 312
a.C., foi construida a Acqua Appia, conduto subterraneo em quase todo a sua extensão ( 16
km) , mas sustentado por arcos num trecho de 90 m para transpor uma depressão
pantanosa. Quarenta anos depois, um novo aqueduto exigiu 300 m de arcada. Com o
aumento da população cresceram também as necessidades de abastacimento, originando
obras cada vez mais grandiosas, como a Acqua Marcia, construido de 144 a 140 a.C. e que
tinha 92 km de extensão, dos quais 11 km sobre arcada.
Se a ideia dos arquedutos, que e muito antiga, vinha dos gregos, seu aperfeiçoamento e
ampla utilização decorrem da tenacidade dos romanos em resolver seus problemas
práticos.
30. A arte romana revela-nos um povo de
grande espírito prático: por onde
passou, estabeleceu colônias e
construiu casas, templos, termas,
aquedutos, mercados e edifícios
governamentais. O aqueduto
conhecido como Le Pont du Gard
foi erguido no século I a.C. É um
exeplo da arquitetura romana. Possui
50 quilômetros de extensão e sua
função era conduzir água até Nimes,
cidade que hoje pertence à França.
Le Pont du Gard
33. Escultura romana
O fim do período republicano coincide aproximadamente com o término da influencia
etrusca. Nessa época, a cultura helenística começa a se impor aos romanos vitoriosos. A lente
e progressiva conquista do mundo mediterrâneo, a partir do século II a.C., abre caminho para
a penetração de uma forma de arte até então negligenciada: a escultura. Esta não merecia em
Roma a mesma atenção devotada à arquitetura, mais adequada ao espírito pratico de seu povo.
Diante das estatuas gregas, porém, os generais se rendem, maravilhados. Da simples
pilhagem, passam à encomenda de cópias e, destas, á importação de artistas.
Esse afluxo da arte grego –oriental não sufocou as tendências inatas do temperamento
romano. Quanto à técnica, sobrevive a herança etrusca do trabalho em argila. Quanto aos
motivo, o estudo do nu não entusiasma o escultor romano, mais atraído pelos feitos
decorativos que consegue tirar das dobras das vestimentas. Se a imitação da arte grega e a
adoção de deuses estrangeiros desenvolveram a estatuaria religiosa, esta nunca teve grande
importância. O espírito marcadamente realista dos romanos expressava-se melhor nos baixos
relevos e nos retratos esculpidos.
34. Escultura romana
Como fonte de inspiração, a história era tão valiosa para a arte romana quanto a mitologia para os gregos. E
seus baixos relevos, de conteúdo narrativo e documental, são os primeiros que atingem maturidade
artística. Entretanto, foi ainda um costume etrusco, conservar dentro de casa os retratos em cera dos
antepassados, que alimentou o ramo predileto da escultura romana. Desses retratos nascem belíssimas
efígies, principalmente na época republicana. É quando os escultores tentam, e conseguem, de forma
sintética, alcançar um máximo de expressividade nas suas obras.
A reprodução dos rostos , uma constante da arte romana, torna-se o melhor sinal de seus realismo,
marcando de modo preciso uma personalidade ou um temperamento. A beleza de caráter, mais que a
beleza formal, sobressai nessas figuras esculpidas segunda uma concepção bem humana, em contrate com
o idealismo sobre-humano da escultura grega.
Assim, embora evoluindo dentro da esfera helênica, a escultura romana adquire características
inconfundíveis. Modeladas inicialmente em cera, as mascaras dos ancestrais eram transportadas nos
cortejos fúnebres e em seguida guardadas no átrio das residências, para evocar a presença eterna do morto.
Logo se fez sentir a necessidade de uma reprodução mais durável. Daí o uso do bronze e depois, no fim da
época republicana o emprego do mármore. Os retrato em cera recebiam pintura, enquanto os de metal e de
mármores dispensavam esse tipo de acabamento.
35. Escultura romana
O costume do retrato esculpido difundiu-
se de tal maneira que toda a pessoa de
destaque, ainda em vida, fazia questão de
ter sua efígie Por volta do século II a.C. , o
abuso suscitou uma lei, Jus imaginum,
que definia quais pessoas podiam ser
retratadas: somente os homens públicos
tinham esse direito. E as famílias dos
patrícios reservavam, em suas mansões,
um local, apropriado para abrigar o
retrato, verdadeiro símbolo de prestígio
social.
39. ARTE ROMANA – OS ARCOS
Um dos monumentos mais característicos da arte romana são os arcos do
triunfo, que eram erigidos em Roma e nas províncias do Império para
comemorar as vitórias das legiões e outros episódios gloriosos. Os baixos
relevos que decoram as paredes internas e externas dos arcos celebram a
vitória dos romanos sobre outros povos. A arte romana alcança nessa época
plena maturidade , através dos baixos-relevos, nos quais o artista consegue
captar o movimento das personagens, que oferecem uma notável impressão
de profundidade.
40. Antes da invenção do arco, o vão
entre uma coluna e outra era
limitado pelo tamanho do
entablamento horizontal. Esse
tamanho não podia ser muito
grande, pois, quanto maior a viga,
maior a tensão sobre ela, e a pedra -
material mais resistente usado nas
construções da época - não suporta
grandes tensões. Daí os templos
gregos serem repletos de colunas, o
que acarretava a redução do espaço
de circulação
Arco de Constantino monumento
criado em Roma entre 99 e 117 d.C.
42. ARTE ROMANA – OS COLUNAS
Monumentotipicamentecomemorativo são também as colunas. Entre elas destava se a Coluna de
Trajano, imperador da casa dos Antoninos. Construído em 113 a.C., esse monumento majestoso
celebra as gloriosas campanhas do imperador na Dacia, narrando episodios heroisocs através de um
longo friso em espiral. A figura de Trajano mantem a unidade da composição dos relevos, pois aparece
inumeras vezes no decorrer das cenas representadas. As divindades quase não estão presentes e são
raras as cenas alegóricas. Toda a obra destina-sea homenagear os exércitos romanos e o vasto império
que seu líder ampliara à máxima extensão. A precisão de detalhes, na decoração do monumento, torna
o um precioso documento histórico e a harmonia da composição garante seu valor artistico. Com
grandes expressividade, são representadas cenas violentas e brutais, que relatam as misérias da guerra
e revelam compaixão pelo sofrimentodos feridos, mesmo quando são inimigos de Roma. As mesmas
caracteristicas dessa obra encontram se na coluna dedicada a Marco Aurélio na Praça Colona. A
estátua dos imperadora cavalo, que encima a coluna, é a mais antiga escultura equestre de que se tem
conhecimento. Em 1538 foi transferidaa Praça do Capitólio, onde se encontra até hoje.
43. Erguida no século I da era cristã, a
Coluna de Trajano narra as lutas do
imperador e dos exércitos romanos na
Dácia. O imenso número de figuras
esculpidas em relevo faz da obra um
importante documento histórico em
pedra.
Coluna de Trajano
44. Erguida no século I da era cristã, a
Coluna de Trajano narra as lutas do
imperador e dos exércitos romanos na
Dácia. O imenso número de figuras
esculpidas em relevo faz da obra um
importante documento histórico em
pedra.
Coluna de Trajano
45. Erguida pelo menos um século depois da
Coluna de Trajano, a Coluna de Marco Aurélio
celebra o êxito dos romanos contra um dos
povos bárbaros. Como seu trabalho em relevo
é mais profundo que o da Coluna de Trajano,
nele é possível observar melhor as figuras que
representam os romanos e os bárbaros.
Coluna de Marco Aurélio
47. ARTE ROMANA – OS SARCÓFAGOS
Os sarcófagos representam temas históricos e episódios mitológicos ligados
à morte. Neles encontramos cenas relativas à vida quotidiana e às atividades
do defunto. As cenas em relevo ornamentavam os sarcófagos trazendo
expressividade as catacumbas. Os temas cotidianos por vezes mesclavam se
aos motivos pagãos. Seguindo normalmente a orientação hierárquica de
acontecimentos, momentos importantes para o defunto teriam maior
destaque e em muitos casos, tomavam grande parte do tumulo.
48. Alto-relevo do sarcófago Ludovisi representando uma batalha entre romanos e germanos. A obra
encontra-se no Museu Nacional Romano, em Roma, Itália
51. OS AFRESCOS
O hábito de construir templos m madeira, revestida de terracota para
melhor conservação, acabou por difundir entre os romanos o gosto pelas
pinturas murais. Isso porque a terracota, depois de aplicada sobre a madeira,
prestava-se muito à decoração em afresco, largamente praticada no interior
dos templos, nas paredes dos hipogeus, e esmo nos muros dos edifícios.
Os assuntos confirmam já naquela época , a preferência da arte romana pela
representação de fatos reais, capazes de glorificar a cidade, seus deuses e
deus dirigentes: combates, desfiles triunfais, cerimônias publicas.
52. OS AFRESCOS
Mas foi sem duvida nas casas da Roma imperial que a pintura mural atingiu
um pleno desenvolvimento. O interesse provem da estreita ligação entre a
pintura e a arquitetura, e das múltiplas combinações decorrentes. É possível
reconhecer diferentes estilos e reconstituir os momentos de evolução,
provavelmente validos para o conjunto da pintura romana.
O desenvolvimento das cenas num espaço delimitado por elementos
arquitetônicos pintados traz a marca romana, assim como o realismo e a
individualidade de alguns personagens. A ilusão de amplidão é ainda maios
quando se pintam janelas fictícias sobre paisagens cheias de animação.
53. Afrescos na parede de uma casa na
Vila dos Mistérios, em Pompéia
(meados do século I a.C.). As figuras
têm aproximadamente 1,50m.
A maior parte das pinturas romanas
que conhecemos hoje provém das
cidades de Pompéia e Herculano,
soterradas pela erupção do Vesúvio,
em 79 d.C., e cujas ruínas foram
descobertas no século XVIII.
OS AFRESCOS E OS MOSAICOS
54. Nos painéis, podiam criar-se, por
exemplo, a ilusão de janelas abertas, por
onde se viam paisagens como animais,
aves e pessoas; barrados sobre os quais
aparecem figuras de pessoas sentadas
ou em pé, formando grandes pinturas
murais; ou, ainda, conjuntos que
valorizavam a delicadeza dos pequenos
detalhes.
Casa de los Vettii ,Pompeia
OS AFRESCOS E OS MOSAICOS
55. As pinturas e os mosaicos
Cena da vida de Íxion, Casa dos
Vettii, Pompéia.
56.
57. OS MOSAICOS
Os mosaicos, especialmente abundantes nas fontes de Pompeia e
Herculano, revelam uma arte bastante ligada à pintura. Dela retiram a
riqueza de colorido, em variações de azuis e amarelos e os jogos de luz e
sombra dos drapeados que cobre Venus, que são suas mais frequentes
personagens.
Os romanos herdaram essa técnica dos artesãos helenísticos e a aplicaram
com bastante frequência, atingindo uma notável qualidade de execução. A
principio o uso do mosaico era limitado aos pavimentos. Mais tarde,
transferiu se para as paredes, em painéis de grandes proporções, muitos
deles até hoje conservados em melhores condições que as pinturas.
58. OS MOSAICOS
Esses compostos de pequenos fragmentos de mármore ou pedras análogas -
as tessarae- brancas ou em cores e de cacos de vidro colorido, fixados com
argamassa. A qualidade do desenho dependia do corte das tessarae; quanto
menores fossem os pedaços, mais elaborados podiam ser os detalhes. Os
motivos eram frequentemente episódios mitológicos, cenas de caça, jogos,
cenas de gênero, ou seja, do cotidiano e muitas vezes passagens
humorísticas. Apesar de terem sido encontrados mosaicos do período
republicano, pelos exemplos que se tem hoje, parece que em Roma, sua
técnica atingiu seu plenos desenvolvimentos no decorrer do século IV d.C.