Crédito bancário público atinge R$1,27 tri em junho
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Crédito de bancos públicos alcançou R$ 1,27 tri em junho
De maio para junho, fatia dos bancos privados domésticos recuou de 34,9% para 34,2%, e a dos
bancos estrangeiros, de 15,7% para 15,5%
27 de julho de 2013 | 2h 10
CÉLIA FROUFE, EDUARDO CUCOLO , BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Impulsionados pelo segmento imobiliário e pelos investimentos, os bancos
públicos passaram a responder, em junho, por mais da metade do crédito do
País (50,3%). Essa é a primeira vez que as instituições estatais dominam o
mercado desde 1999, em meio à onda de privatizações do setor.
A partir dos anos 2000, seis bancos estaduais passaram para a iniciativa privada:
Banestado (2000), Banespa (2000) e os bancos do Estado da Paraíba (2000), de Goiás
(2001), do Amazonas (2002) e do Maranhão (2004). Para se ter uma ideia, o maior de
todos, o paulista Banespa, contava na ocasião do leilão de venda com mais de 1,3 mil
pontos de atendimento. O espanhol Santander arrematou a instituição e hoje é o quinto
maior banco do País em ativos.
A expansão recente fez com que o estoque de créditos providos pelas instituições públicas
em junho alcançassem a marca de R$ 1,27 trilhão. Ao mesmo tempo, houve um
encolhimento dos bancos nacionais e estrangeiros nesse mercado. De maio para o mês
passado, a fatia dos domésticos cedeu de 34,9% para 34,2%, o que equivale a R$ 864
bilhões, enquanto a dos bancos externos passou de 15,7% para 15,5%, para um total de R$
394 bilhões.
Com essa expansão do segmento público em junho, ampliou-se ainda mais a diferença do
estoque de crédito entre bancos oficiais e privados.
No acumulado de 12 meses encerrados em junho, o saldo de recursos de bancos estatais
cresceu 29,3%, a maior alta desde 2009, de acordo com o analista de bancos do Grupo
Bursátil Mexicano (GBM), Andre Riva Gargiulo.
"Os bancos estatais mantiveram uma expansão agressiva no crédito e a diferença nas
taxas de crescimento de empréstimos dos bancos estatais e privados continua a
aumentar", disse Gargiulo.
Imóveis. O aumento da participação dos bancos públicos se deve, segundo o chefe do
Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, principalmente ao desempenho
dos financiamentos de casas, apartamentos e prédios. "Isso é reflexo da dinâmica do
crédito imobiliário", resumiu, acrescentando que os bancos oficiais são fortes nessa área.
Maciel lembrou que, de um ano para cá, a participação do crédito imobiliário no Produto
Interno Bruto (PIB) passou de 6% para 7,5%. "Esse financiamento foi o destaque do mês",
disse ele. De acordo com o BC, o crédito imobiliário está crescendo a uma taxa de 35% ao
ano nos últimos meses.
/Economia
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BNDES. Outro ponto que ajudou na arrancada das instituições estatais, conforme Maciel,
foi o dos investimentos, capitaneados principalmente pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De maio para junho, o banco de fomento
aumentou em 1,9% o volume de empréstimos para empresas, atingindo a marca de R$
447 bilhões. "Há, de fato, em curso a ampliação do financiamento para investimento",
constatou o técnico do Banco Central.
Nem tudo é ruim para o setor privado. A taxa de provisionamento das instituições
estrangeiras, que é a reserva para cobrir eventuais calotes, caiu de 6,3% para 6,2% de
maio para junho. Entre os bancos nacionais, a queda foi ainda mais forte no período, de
7,4% para 6,9%.
Mesmo assim, os bancos particulares estão distantes do nível de 3,7% obtido pelos públicos
no mês passado. A diminuição é importante porque o banco fica com mais recursos
disponíveis para realizar operações ou contabilizar como lucro. / COLABOROU ALINE
BRONZATI