SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
GestÃo De Conflitos: Transformando Conflitos Organizacionais 
Em Oportunidades 
RESUMO O conflito é natural do ser humano e por isso tão presente no ambiente 
empresarial, que é composto por pessoas, das mais diversas opiniões e personalidades. 
Nesse artigo é abordada a gestão de conflitos, com ênfase nos seus impactos e 
resultados n 
GESTÃO DE CONFLITOS: TRANSFORMANDO CONFLITOS ORGANIZACIONAIS EM OPORTUNIDADES 
14/01/2014 
RESUMO 
O conflito é natural do ser humano e por isso tão presente no ambiente empresarial, que é composto por pessoas, das mais diversas opiniões e 
personalidades. Nesse artigo é abordada a gestão de conflitos, com ênfase nos seus impactos e resultados nas organizações. Assim serão apresentados 
conceitos, tipos, fatores causadores de conflitos, formas de administrá-los, e seus efeitos nas organizações, tudo para que se torne mais claro e compreensível 
esse assunto tão relevante na atualidade, tanto para as empresas quanto para seus gestores. Através de pesquisa bibliográfica apresentou-se os principais 
tópicos da gestão de conflitos, e se tornou evidente que se bem administrado pode torna-se um grande aliado ao crescimento e desenvolvimento, das pessoas 
e organizações. 
Palavras-chave: Gestão de conflitos. Pessoas. Crescimento. Desenvolvimento. 
1 INTRODUÇÃO 
Os conflitos são presentes em todos os ambientes, organizacionais ou não, pois sempre que houver a convivência entre um grupo de pessoas, inevitavelmente 
haverá divergências de ideias, objetivos, entre outros fatores. Os gestores geralmente veem os conflitos como sinônimo de problema, mas, é possível que as 
divergências tragam benefícios às atividades empresarias? 
Diante disso se torna instigante estudar e conhecer melhor o assunto, que é ainda pouco abordado em trabalhos científicos e nas organizações, embora seja 
de suma importância para uma boa gestão de pessoas. 
O presente artigo aborda a gestão de conflitos nas organizações, sob a ótica de que situações conflituosas, se bem administradas, podem apresentar 
oportunidades de crescimento e mudanças. Diante disso objetiva-se conceituar e analisar os conflitos, assim como seus tipos e abordagens, a fim de identificar 
seus efeitos nas organizações. 
A busca do objetivo deste trabalho realizar-se-á através de pesquisa bibliográfica, a qual será desenvolvida a partir de materiais já elaborados, 
principalmente livros e artigos bibliográficos que tratem do assunto abordado. 
2 CONCEITOS DE CONFLITO 
Conforme Berg (2012), a palavra conflito vem do latim conflictus, que significa choque entre duas coisas, embate de pessoas, ou grupos opostos que lutam 
entre si, ou seja, é um embate entre duas forças contrárias. 
Aplicando à realidade, conflito é um estado antagônico de ideias, pessoas ou interesses e não passa, basicamente, da existência de opiniões e de situações 
divergentes ou incompatíveis. (BERG, 2012) 
Berg (2012, p.18), afirma ainda que: “O conflito nos tempos atuais é inevitável e sempre evidente. Entretanto, compreendê-lo, e saber lidar com ele, é 
fundamental para o seu sucesso pessoal e profissional”. 
Burbridge e Burbridge (2012) defendem que conflitos são naturais e em muitos casos necessários. São o motor que impulsiona as mudanças. No entanto 
muitos conflitos são desnecessários e destroem valores, causando prejuízo para as empresas e pessoas que nela trabalham. O principal desafio dos gestores 
é identificar os conflitos produtivos e contra produtivos e gerenciá-los. 
Já para Chiavenato (2004), conflito ocorre pela diferença de objetivos e interesses pessoais, e é parte inevitável da natureza humana; constitui o lado oposto 
da cooperação e da colaboração, a palavra conflito está ligada a desacordo, discórdia, etc. Para que haja conflito, além da diferença dos fatores citados, deve 
haver uma interferência deliberada de uma das partes envolvidas, ou seja, quando uma das partes, seja individuo ou grupo, tenta alcançar seus próprios 
objetivos interligados com alguma outra parte, a qual interfere na sua busca de atingir os objetivos. 
Desta forma, conforme Chiavenato (2004, p. 416), “o conflito é muito mais do que um simples acordo ou divergência: constitui uma interferência ativa ou 
passiva, mas deliberada para impor um bloqueio sobre a tentativa de outra parte de alcançar os seus objetivos”. 
O conflito pode ocorrer no contexto de relacionamentos entre duas ou mais partes, podendo ser entre pessoas, grupos ou organizações, assim como pode 
ocorrer entre mais de duas partes ao mesmo tempo. Nota-se que maior parte dos autores concordam sobre a inevitabilidade do conflito, pois é da natureza 
humana, e como as pessoas integram as organizações, estas terão de aprender a lidar com essa realidade. 
3 TIPOS DE CONFLITOS 
Para melhor conhecermos os conflitos é importante que saibamos suas formas e tipos de ocorrência, de maneira que ao se deparar com uma situação de 
atrito possamos identificá-la, para assim buscar a melhor forma de resolução. 
Berg (2012) defende que existem três tipos de conflitos: pessoais, interpessoais e organizacionais, conforme veremos a seguir. Conflito pessoal: é como a 
pessoa lida com si mesma, são inquietações, dissonâncias pessoais do indivíduo, e reflete num abismo entre o que se diz e faz, ou contraste entre o que se 
pensa e como age. Esse tipo de conflito pode levar a determinados estados de estresse e atrito. Conflito interpessoal: é aquele que ocorre entre indivíduos, 
quando duas ou mais pessoas encaram uma situação de maneira diferente. Embora boa parte dos conflitos sejam causados por processos organizacionais, a 
maioria dos atritos e desavenças são, no entanto, de origem interpessoal, o que torna-as mais difíceis de se lidar. Podem existir ainda dentro dos conflitos 
interpessoais, o intragrupal (divergência numa mesma área, setor, etc.), e intergrupal (dissensão entre áreas, setores diferentes). Conflito organizacional: esse 
tipo de conflito não é fundamentado em sistema de princípios e valores pessoais, e sim do resultado das dinâmicas organizacionais em constante mudança, 
muitas delas externas à empresa. 
Já para Burbridge e Burbridge (2012), existem dois tipos de conflitos, o interno e externo. Conflito interno é o que pode ocorrer entre departamentos ou 
unidades de negócios, mas sempre tem como raiz o conflito entre pessoas. Esse tipo é de certa forma o mais complexo, pois as partes conflitantes estão 
supostamente do mesmo lado da mesa e a maior parte dos custos é oculta. O conflito externo em geral é mais facilmente identificado, e tem o custo mais fácil 
de ser medido. Nesse caso o conflito pode ocorrer com outra empresa, com o governo, outra organização ou até com um individuo. Em todos os casos onde 
há conflito há pessoas, onde há pessoas há emoções. 
Para Chiavenato (2004), existem vários tipos de conflitos: o conflito interno e o conflito externo. O interno, ou intrapessoal, envolve dilemas de ordem pessoal;
o externo envolve vários níveis, como: interpessoal, intragrupal, intergrupal, intra-organizacional e interorganizacional. 
Chiavenato (2004) afirma ainda que o conflito pode ocorrer em vários níveis de gravidade, conforme segue a seguir. Conflito percebido: é quando as partes 
percebem e compreendem que o conflito existe, pois sentem que seus objetivos são diferentes dos objetivos dos outros e que existem oportunidades de 
interferência ou bloqueio. É chamado de conflito latente. Conflito experienciado: é quando o conflito provoca sentimentos de hostilidade, raiva, medo, 
descrédito entre uma parte e outra. É chamado de conflito velado, pois não é manifestado externamente com clareza. Conflito manifestado: é quando o conflito 
é expresso através de comportamento de interferência ativa ou passiva, por ao menos uma das partes. É chamado conflito aberto. 
“O conflito é inevitável, o administrador precisa conhecer a respeito de suas possíveis soluções ou resoluções. A solução de um conflito passa quase sempre 
pelo exame das condições que o provocaram” (CHIAVENATO, 2004, p. 416). 
Conhecendo a natureza e o tipo de conflito, o gestor poderá agir com mais assertividade, aumentando suas chances de tomar uma decisão que mantenha o 
bem estar entre as pessoas ou grupos, sem conivência e injustiças. 
4 FATORES CAUSADORES DE CONFLITOS NAS ORGANIZAÇÕES 
Conforme a evolução do tema, verificamos que o conflito é inevitável e constante nas organizações, porém existem ambientes e situações que potencializam a 
ocorrência do mesmo, sendo que uma boa forma de entender e trabalhar um assunto é estudando suas causas. Por isso abordaremos a seguir alguns fatores 
causadores de conflitos nas organizações. 
As principais causas de conflito organizacional, para Berg (2012), são: Mudanças: as mudanças ocorrem principalmente por pressão do mercado, forçando a 
organização a adaptar-se às novas realidades. Essas alterações são geralmente de caráter tecnológico, estrutural ou comportamental, buscando com isso 
melhorar a eficácia na busca por resultados, aumentar ou manter lucros, enxugar custos, atualizar a organizações em todos os aspectos, crescer ou manter-se 
no mercado. Mudanças organizacionais podem trazer demissões, reestruturações e espalhar medo e resistência, por isso representam uma fértil fonte de 
conflitos. Recursos limitados: a escassez de recursos, devido a enxugamentos promovidos pelas organizações para tornarem-se competitivas, são motivo de 
muitos atritos, pois podem limitar o desempenho de colaboradores e departamentos. As limitações vão desde dinheiro até às pessoas, o que gera muitas 
vezes grandes jornadas de trabalho objetivando o alcance de metas em detrimento à interação entre gestores e subordinados, podendo ocasionar cansaço, 
estresse e descontentamento geral. Choque entre metas e objetivos: impasses entre departamentos ou diretorias são comuns atualmente nas organizações, 
em função principalmente das metas e objetivos que se chocam, por falta de comunicação e sintonia entre as áreas. A causa desse fator é geralmente o 
planejamento deficiente, que compartimentado, prioriza muitas vezes ações emergenciais e isoladas de setores distintos, sem dedicar-se a integração de 
objetivos e metas da organização como um todo. 
Chiavenato (2004) defende que, existem nas organizações certas condições inerentes à mesma, que tendem a criar percepções entre pessoas e grupos, 
predispondo ambientes de conflito. Esse cenário constitui as condições antecedentes dos conflitos, que conforme o autor dividem-se em quatro tipos, conforme 
a seguir: ambiguidade de papel: quando as expectativas são pouco claras e confusas, além de outras incertezas, aumentando a probabilidade de fazer com 
que as pessoas sintam que estão trabalhando para propósitos incompatíveis; objetivos concorrentes: como o crescimento da organização os grupos e setores 
se especializam cada vez mais na busca por seus objetivos. Desta forma cada grupo realiza tarefas diferentes, focando objetivos diferentes, relaciona-se com 
partes distintas do ambiente, ou seja, surge a diferenciação, objetivos e interesses desiguais dos demais grupos da organização; recursos compartilhados: os 
recursos organizacionais são limitados e escassos, e a quantidade disponível precisa ser distribuída e alocada entre os grupos da empresa, de forma que, se 
um grupo aumentar sua quantidade de recursos, outro grupo perderá ou terá de abrir mão de uma parcela dos seus. Isso provoca a percepção de objetivos e 
interesses diferentes e incongruentes; interdependência de atividades: as pessoas e grupos de uma organização precisam uns dos outros para desenvolver 
suas atividades e alcançar os objetivos. Isso ocorre quando um grupo não pode realizar a sua tarefa e alcançar seu objetivo a não se que outro grupo realize a 
sua ou alcance o seu. Quando os grupos são altamente interdependentes existem oportunidades de que um grupo auxilie ou prejudique o trabalho dos demais, 
o que é um potencial conflito. 
De acordo com Burbridge e Burbridge (2012), a natureza de um conflito pode ser vista em três categorias: origem docomportamento humano é a parte mais 
complexa e integral de todo o tipo de conflito, pois cada um te seu universo particular composto de uma matriz de sentimentos, reações e pensamentos; 
origem estrutural se refere a normas, politicas e procedimentos, e particularmente fluxos de informações da própria empresa, podem ser em parte 
responsáveis por boa parte dos conflitos desnecessários; origem externa onde muitos conflitos que vem do mundo externo são necessários e fazem parte do 
negócio, como tensões de mercado, e aspectos de entidades públicas e governo. 
Como verificamos são diversas as razões de um conflito, mas é imprescindível que o gestor faça um diagnóstico do acontecimento para entender sua causa e 
a partir daí resolver da forma mais adequada. Nem sempre o fato gerador do conflito poderá ser extinto, mas cabe ao administrador fazer o possível para que 
os impactos negativos sejam minimizados. 
5 ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS 
Uma vez que conhecidos e identificados os conflitos precisam ser administrados ou geridos, para que se resolvam da forma mais eficiente e eficaz. 
Quando se estiver administrando um conflito, de acordo com Neto (2005), é de suma importância que antes de tomar qualquer decisão investiguem-se os fatos 
ocorridos, assim como as pessoas envolvidas, suas condutas, desempenho, entre outros. Tudo para que injustiças não sejam cometidas e o conflito tenha um 
final satisfatório para todos. 
A respeito da administração de conflitos, Chiavenato (2004, p. 418) afirma que: “uma qualidade importante no administrador é sua qualidade de administrar 
conflitos”. 
Para isso, o gestor tem à sua disposição três abordagens para administrar conflitos, sendo elas, conforme Chiavenato (2004): 
a) Abordagem estrutural: o conflito se forma das percepções criadas pelas condições de diferenciação, recursos limitados e escassos e de interdependência. 
Se o gestor agir sobre algum desses elementos geradores, a situação conflitante poderá ser controlada mais facilmente. 
b) Abordagem de processo: essa abordagem procura reduzir conflitos através da modificação de processos, podendo ser realizada por uma parte do conflito, 
por pessoas de fora ou uma terceira parte, e pode ser conduzida de três formas: a desativação do conflito, onde uma das partes opta pela cooperação 
promovendo o acordo; reunião de confrontação entre as partes, em que são abertos os motivos do conflito de maneira mais direta entre os envolvidos; ou 
colaboração, que ocorre após passadas as etapas anteriores, com as duas partes buscando uma resolução vantajosa para todos. 
c) Abordagem mista: envolve tanto os aspectos estruturais como os de processo, e pode ser feita através da adoção de regras para resolução de conflitos, ou 
criação de papéis integradores. A adoção de regras se utiliza de meios estruturais para influenciar no processo de conflito, criando regras e regulamentos que 
delimitem a ação das pessoas. Já a criação de papéis integradores consiste em criar terceiras partes dentro da organização, de forma que elas estejam 
sempre disponíveis para auxiliar na busca de soluções favoráveis dos conflitos que possam surgir. 
Para Berg (2012) existem várias maneiras de abordar e administrar conflitos, porém uma das mais eficazes é denominada de “Estilos de administração de 
Conflitos”, método criado por Kenneth Thomas e Ralph Kilmann, que propõem cinco formas de administrar conflitos, conforme a seguir: 
a) Competição: é uma atitude assertiva e não cooperativa, onde prevalece o uso do poder. Ao competir o individuo procura atingir seus próprios interesses em 
detrimento dos da outra pessoa, é um estilo agressivo onde o individuo faz uso do poder para vencer. 
b) Acomodação: é uma atitude inassertiva, cooperativa e autossacrificante, o posto da competição, onde ao acomodar-se a pessoa renuncia aos seus próprios 
interesses para satisfazer os interesses de outra parte. É identificada como um comportamento generoso, altruísta, e dócil. 
c) Afastamento: é uma atitude inassertiva e não cooperativa, pois ao afastar-se a pessoa não se empenha em satisfazer os seus interesses e nem tampouco 
coopera com a outra pessoa. O indivíduo se coloca à margem do conflito, adiando-o ou recuando perante situações de ameaça. 
d) Acordo: é uma posição intermediária entre a assertividade e cooperação, onde o individuo procura soluções mutuamente aceitáveis, que satisfaçam 
parcialmente os dois lados. O acordo significa trocar concessões, ou então procurar por uma rápida solução de meio termo.
e) Colaboração: é uma atitude tanto assertiva quanto cooperativa, onde ao colaborar o indivíduo procura trabalhar com a outra pessoa tendo em vista 
encontrar uma solução que satisfaça plenamente os interesses das duas partes. 
Berg (2012) afirma ainda que não existe estilo certo ou errado para gerir conflitos, e que cada um pode ser apropriado e efetivo dependendo da situação, do 
assunto a ser resolvido e dos personagens envolvidos. O importante é conhecer e servir-se das várias opções a nossa disposição para manejar conflitos e 
aprender a utilizar suas técnicas. 
Nem todo conflito é igual e nem todo conflito deve ser abordado da mesma forma, conforme Burbridge e Burbridge (2012), por esta razão o gestor precisa 
saber como e quando usar cada ferramenta a sua disposição, como: negociação, poder, litígio, arbitragem, ouvidoria, conciliação, e diversas ouras ferramentas 
disponíveis. Portanto o desafio está em saber o que aplicar em cada ocasião, procurando escolher e aplicar as técnicas de forma inteligente. 
Embora os estudos sobre conflitos convirjam para ideia de que estes são diferentes e devem ser analisados caso a caso, é importante que seja do 
conhecimento do gestor as diferentes formas de abordagem dos desentendimentos, para que ao identificar sua tipicidade, possa aplicar a ferramenta mais 
adequada para conclusão da situação conflitante. 
6 EFEITOS DOS CONFLITOS 
Os conflitos podem ter resultados positivos ou negativos, esse resultado depende de diversos fatores, desde o motivo do conflito até mesmo a forma como foi 
tratado. 
Chiavenato (2004) destaca alguns efeitos positivos e negativos dos conflitos, conforme a seguir: 
Efeitos positivos: o conflito desperta sentimentos e energia no grupo, fazendo com que muitas vezes busquem meios mais eficazes de realizar tarefas e 
soluções criativas e inovadoras. Também é estimulada a coesão intragrupal, e por vezes é chamada atenção para problemas existentes, que sendo tratados 
de forma eficaz evitam problemas maiores no futuro. 
Efeitos negativos: o conflito pode provocar consequências indesejáveis para o bom funcionamento da organização, como sentimentos de frustação, hostilidade 
e tensão nas pessoas, que prejudica tanto o desempenho das tarefas como o bem-estar das pessoas. Geralmente é desperdiçada muita energia na resolução 
de conflitos, o que poderia ser direcionado para o trabalho, e podem surgir comportamentos que prejudiquem a cooperação e relacionamentos entre as 
pessoas do grupo. 
De acordo com Burbridge e Burbridge (2012), os conflitos auxiliam no processo de mudanças necessárias e crescimento das organizações, mas em 
contrapartida, geram custos que passam despercebidos, mas que influenciam no funcionamento da empresa, como a alta taxa de rotatividade, absenteísmo, 
motivação reduzida, baixa produtividade, etc. 
“O que vai determinar se o conflito é construtivo ou negativo será a motivação das pessoas envolvidas, sendo que, em qualquer organização, é de 
responsabilidade do gestor ou gerente facilitar a gestão desse conflito.” (McINTYRE, 2007, p. 303). 
Evidencia-se que os conflitos interferem sim no funcionamento das organizações, resta então identificar se essa interferência é favorável ou não às atividades, 
estimulando as situações onde as discordâncias geram novas ideias e soluções diferenciadas, e mitigando aquelas onde as consequências serão restritas aos 
custos e perdas, tanto na produtividade quanto na qualidade de relacionamento entre as pessoas. 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nesse artigo foi possível conhecer e explorar o conflito desde seu conceito até os efeitos gerados por ele nas organizações, tendo em vista aprimorar práticas 
e desmistificar o assunto como sendo um problema para o gestor e as empresas. 
A administração de conflitos exige muita habilidade por parte de quem for tratá-lo, porém nem sempre é ruim, se bem analisado e com o uso das ferramentas 
corretas ele pode transformar-se em um aliado do crescimento e da mudança. 
As pessoas têm personalidades e opiniões diferentes, por isso é comum ter situações divergentes na convivência, tanto em ambientes familiares quanto 
empresariais. Mas se a razão do conflito for boa e construtiva, um simples choque de opiniões pode trazer uma mudança importante e necessária. 
Através do conteúdo apresentado foi possível ter acesso às diferentes modalidades de resolução de conflitos, e identificado que as situações conflitantes 
podem ser encaradas de diversas formas, desde a mais pacífica, até o embate entre as partes, porém sempre de forma respeitosa e digna, não deixando as 
emoções de lado, mas controlando-as para que não gerem indisposições desnecessárias e sem sentido. 
O maior desafio então é saber escolher a melhor estratégia de resolução para cada caso, levando em consideração tudo que for importante, escutando os 
envolvidos e buscando aumentar os efeitos construtivos e minimizar os destrutivos, promovendo o bem estar entre as pessoas e o desenvolvimento da 
organização. O que sempre fará a diferença serão as pessoas, suas intenções e habilidades, por isso são tão importantes nas organizações, e estudar formas 
de auxiliar na sua convivência e bem estar se faz necessário e imprescindível para todo gestor a as organizações que desejam sucesso.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Conflitos nas organizações
Conflitos nas organizaçõesConflitos nas organizações
Conflitos nas organizaçõesLukas Oliveira
 
Gestão de conflitos gerenciamento de conflitos -gestão de pessoas
Gestão de conflitos gerenciamento de conflitos  -gestão de pessoasGestão de conflitos gerenciamento de conflitos  -gestão de pessoas
Gestão de conflitos gerenciamento de conflitos -gestão de pessoasAntonio Bezerra ON
 
Administração de conflitos
Administração de conflitosAdministração de conflitos
Administração de conflitosRenata Cherubin
 
Administracao De Conflitos Aula 03
Administracao De Conflitos Aula 03Administracao De Conflitos Aula 03
Administracao De Conflitos Aula 03guestad3bf0
 
Formacao gestao de_conflitos_16h_ar
Formacao gestao de_conflitos_16h_arFormacao gestao de_conflitos_16h_ar
Formacao gestao de_conflitos_16h_arAlcino Rodrigues
 
Conflito No Trabalho
Conflito No TrabalhoConflito No Trabalho
Conflito No Trabalhocarinalves
 
1206986086 Gestao De Conflito[1]
1206986086 Gestao De Conflito[1]1206986086 Gestao De Conflito[1]
1206986086 Gestao De Conflito[1]guest8ccdef9c
 
Administração de Conflitos
Administração de ConflitosAdministração de Conflitos
Administração de ConflitosAraguaci Andrade
 
357013 O%20 Conflit 461e6a14b7336
357013 O%20 Conflit 461e6a14b7336357013 O%20 Conflit 461e6a14b7336
357013 O%20 Conflit 461e6a14b7336guest520833
 

Mais procurados (17)

O conflito
O conflitoO conflito
O conflito
 
Conflitos nas organizações
Conflitos nas organizaçõesConflitos nas organizações
Conflitos nas organizações
 
Gestão de conflitos gerenciamento de conflitos -gestão de pessoas
Gestão de conflitos gerenciamento de conflitos  -gestão de pessoasGestão de conflitos gerenciamento de conflitos  -gestão de pessoas
Gestão de conflitos gerenciamento de conflitos -gestão de pessoas
 
Administração de conflitos
Administração de conflitosAdministração de conflitos
Administração de conflitos
 
Administracao De Conflitos Aula 03
Administracao De Conflitos Aula 03Administracao De Conflitos Aula 03
Administracao De Conflitos Aula 03
 
Formacao gestao de_conflitos_16h_ar
Formacao gestao de_conflitos_16h_arFormacao gestao de_conflitos_16h_ar
Formacao gestao de_conflitos_16h_ar
 
Conflito No Trabalho
Conflito No TrabalhoConflito No Trabalho
Conflito No Trabalho
 
Palestra gestão de conflitos março 2013
Palestra gestão de conflitos   março 2013Palestra gestão de conflitos   março 2013
Palestra gestão de conflitos março 2013
 
Gestão conflitos
Gestão conflitosGestão conflitos
Gestão conflitos
 
Estilos Gestao Conflitos
Estilos Gestao ConflitosEstilos Gestao Conflitos
Estilos Gestao Conflitos
 
Conflitos e resoluções
Conflitos e resoluçõesConflitos e resoluções
Conflitos e resoluções
 
1206986086 Gestao De Conflito[1]
1206986086 Gestao De Conflito[1]1206986086 Gestao De Conflito[1]
1206986086 Gestao De Conflito[1]
 
Gestão de conflitos
Gestão de conflitosGestão de conflitos
Gestão de conflitos
 
Administração de Conflitos
Administração de ConflitosAdministração de Conflitos
Administração de Conflitos
 
357013 O%20 Conflit 461e6a14b7336
357013 O%20 Conflit 461e6a14b7336357013 O%20 Conflit 461e6a14b7336
357013 O%20 Conflit 461e6a14b7336
 
Conflitos
ConflitosConflitos
Conflitos
 
Conflito 01
Conflito 01Conflito 01
Conflito 01
 

Destaque

Conflito: uma oportunidade de crescimento
Conflito: uma oportunidade de crescimentoConflito: uma oportunidade de crescimento
Conflito: uma oportunidade de crescimentoBárbara Delpretto
 
Dois irmãos, de milton hatoum
Dois irmãos, de milton hatoumDois irmãos, de milton hatoum
Dois irmãos, de milton hatoumma.no.el.ne.ves
 
Brincando a rimar com os colegas de trabalho
Brincando a rimar com os colegas de trabalhoBrincando a rimar com os colegas de trabalho
Brincando a rimar com os colegas de trabalhomargaridamota
 
Conflitos no trabalho
Conflitos no trabalhoConflitos no trabalho
Conflitos no trabalhoMarta
 
Dois irmãos - Milton Hatoum
Dois irmãos - Milton HatoumDois irmãos - Milton Hatoum
Dois irmãos - Milton HatoumVIVIAN TROMBINI
 
Capacitação e desenvolvimento de pessoas
Capacitação e desenvolvimento de pessoasCapacitação e desenvolvimento de pessoas
Capacitação e desenvolvimento de pessoasMarcos Alves
 
As RelaçõEs De Amor CiúMe E Inveja No Ambiente AcadêMico E Laboral
As RelaçõEs De Amor CiúMe E Inveja No Ambiente AcadêMico E LaboralAs RelaçõEs De Amor CiúMe E Inveja No Ambiente AcadêMico E Laboral
As RelaçõEs De Amor CiúMe E Inveja No Ambiente AcadêMico E LaboralThiago de Almeida
 
A importância do treinamento e desenvolvimento de pessoas na reestruturação d...
A importância do treinamento e desenvolvimento de pessoas na reestruturação d...A importância do treinamento e desenvolvimento de pessoas na reestruturação d...
A importância do treinamento e desenvolvimento de pessoas na reestruturação d...Karinie Figueiredo
 
A inveja
A invejaA inveja
A invejahome
 
Administração de Recursos Humanos - Gestão de Pessoas
Administração de Recursos Humanos - Gestão de PessoasAdministração de Recursos Humanos - Gestão de Pessoas
Administração de Recursos Humanos - Gestão de PessoasMeme Maria Souza
 
(Transformar) Gestão de Pessoas
(Transformar) Gestão de Pessoas(Transformar) Gestão de Pessoas
(Transformar) Gestão de PessoasInk_conteudos
 
Apresentação adm gestão de conflitos
Apresentação adm gestão de conflitosApresentação adm gestão de conflitos
Apresentação adm gestão de conflitosDenisia Teixeira
 
Trabalho em Equipe e Gestão de Conflitos
Trabalho em Equipe e Gestão de ConflitosTrabalho em Equipe e Gestão de Conflitos
Trabalho em Equipe e Gestão de ConflitosThiago Villaça
 
Complexidade e mudança
Complexidade e mudançaComplexidade e mudança
Complexidade e mudançaCristina Costa
 

Destaque (18)

Conflito: uma oportunidade de crescimento
Conflito: uma oportunidade de crescimentoConflito: uma oportunidade de crescimento
Conflito: uma oportunidade de crescimento
 
Gestao de conflitos
Gestao de conflitosGestao de conflitos
Gestao de conflitos
 
Dois irmaos
Dois irmaosDois irmaos
Dois irmaos
 
Dois irmãos, de milton hatoum
Dois irmãos, de milton hatoumDois irmãos, de milton hatoum
Dois irmãos, de milton hatoum
 
Brincando a rimar com os colegas de trabalho
Brincando a rimar com os colegas de trabalhoBrincando a rimar com os colegas de trabalho
Brincando a rimar com os colegas de trabalho
 
Conflitos no trabalho
Conflitos no trabalhoConflitos no trabalho
Conflitos no trabalho
 
Dois irmãos - Milton Hatoum
Dois irmãos - Milton HatoumDois irmãos - Milton Hatoum
Dois irmãos - Milton Hatoum
 
Capacitação e desenvolvimento de pessoas
Capacitação e desenvolvimento de pessoasCapacitação e desenvolvimento de pessoas
Capacitação e desenvolvimento de pessoas
 
As RelaçõEs De Amor CiúMe E Inveja No Ambiente AcadêMico E Laboral
As RelaçõEs De Amor CiúMe E Inveja No Ambiente AcadêMico E LaboralAs RelaçõEs De Amor CiúMe E Inveja No Ambiente AcadêMico E Laboral
As RelaçõEs De Amor CiúMe E Inveja No Ambiente AcadêMico E Laboral
 
Ciumes
CiumesCiumes
Ciumes
 
Lição 9 - Inveja, um veneno mortífero para a vida
Lição 9 - Inveja, um veneno mortífero para a vidaLição 9 - Inveja, um veneno mortífero para a vida
Lição 9 - Inveja, um veneno mortífero para a vida
 
A importância do treinamento e desenvolvimento de pessoas na reestruturação d...
A importância do treinamento e desenvolvimento de pessoas na reestruturação d...A importância do treinamento e desenvolvimento de pessoas na reestruturação d...
A importância do treinamento e desenvolvimento de pessoas na reestruturação d...
 
A inveja
A invejaA inveja
A inveja
 
Administração de Recursos Humanos - Gestão de Pessoas
Administração de Recursos Humanos - Gestão de PessoasAdministração de Recursos Humanos - Gestão de Pessoas
Administração de Recursos Humanos - Gestão de Pessoas
 
(Transformar) Gestão de Pessoas
(Transformar) Gestão de Pessoas(Transformar) Gestão de Pessoas
(Transformar) Gestão de Pessoas
 
Apresentação adm gestão de conflitos
Apresentação adm gestão de conflitosApresentação adm gestão de conflitos
Apresentação adm gestão de conflitos
 
Trabalho em Equipe e Gestão de Conflitos
Trabalho em Equipe e Gestão de ConflitosTrabalho em Equipe e Gestão de Conflitos
Trabalho em Equipe e Gestão de Conflitos
 
Complexidade e mudança
Complexidade e mudançaComplexidade e mudança
Complexidade e mudança
 

Semelhante a Gestão de Conflitos: Transformando em Oportunidades

A importância da Gestão dos Conflitos.pdf
A importância da Gestão dos Conflitos.pdfA importância da Gestão dos Conflitos.pdf
A importância da Gestão dos Conflitos.pdfssuser64df3a
 
Microsoft word trabalho co-revisto
Microsoft word   trabalho co-revistoMicrosoft word   trabalho co-revisto
Microsoft word trabalho co-revistojanicleia lima
 
Curso de gestão de conflitos parte 1/2
Curso de gestão de conflitos   parte 1/2Curso de gestão de conflitos   parte 1/2
Curso de gestão de conflitos parte 1/2ABCursos OnLine
 
Rpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte i
Rpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte iRpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte i
Rpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte iIsabel Rodrigues
 
Manual gestão de conflitos
Manual gestão de conflitosManual gestão de conflitos
Manual gestão de conflitosIsabel Rodrigues
 
Collaborative book-5 apoena20130809
Collaborative book-5 apoena20130809Collaborative book-5 apoena20130809
Collaborative book-5 apoena20130809Adriano Rosanelli
 
Collaborative book-5 apoena20130809
Collaborative book-5 apoena20130809Collaborative book-5 apoena20130809
Collaborative book-5 apoena20130809Adriano Rosanelli
 
Administração eficaz de conflitos
Administração eficaz de conflitosAdministração eficaz de conflitos
Administração eficaz de conflitosAsguardgms
 
V25n2a09 gerenciando conflitos nas organizações
V25n2a09 gerenciando conflitos nas organizaçõesV25n2a09 gerenciando conflitos nas organizações
V25n2a09 gerenciando conflitos nas organizaçõesCelio Oliveira
 
1206986086gestaodeconflito1 100308161913-phpapp02
1206986086gestaodeconflito1 100308161913-phpapp021206986086gestaodeconflito1 100308161913-phpapp02
1206986086gestaodeconflito1 100308161913-phpapp02Ana A. Costa
 
12698686_gestao_de_conflito.pdf
12698686_gestao_de_conflito.pdf12698686_gestao_de_conflito.pdf
12698686_gestao_de_conflito.pdfssuserb7e16a
 
Rpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte i (1)
Rpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte i (1)Rpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte i (1)
Rpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte i (1)Isabel Rodrigues
 
Conflito olga martins
Conflito olga martinsConflito olga martins
Conflito olga martinsmim imi
 

Semelhante a Gestão de Conflitos: Transformando em Oportunidades (20)

A importância da Gestão dos Conflitos.pdf
A importância da Gestão dos Conflitos.pdfA importância da Gestão dos Conflitos.pdf
A importância da Gestão dos Conflitos.pdf
 
Microsoft word trabalho co-revisto
Microsoft word   trabalho co-revistoMicrosoft word   trabalho co-revisto
Microsoft word trabalho co-revisto
 
Trabalho justiça e mediação
Trabalho justiça e mediaçãoTrabalho justiça e mediação
Trabalho justiça e mediação
 
Curso de gestão de conflitos parte 1/2
Curso de gestão de conflitos   parte 1/2Curso de gestão de conflitos   parte 1/2
Curso de gestão de conflitos parte 1/2
 
O Clima Organizacional e Seus Conflitos
O Clima Organizacional e Seus ConflitosO Clima Organizacional e Seus Conflitos
O Clima Organizacional e Seus Conflitos
 
Rpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte i
Rpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte iRpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte i
Rpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte i
 
Manual gestão de conflitos
Manual gestão de conflitosManual gestão de conflitos
Manual gestão de conflitos
 
Conflito
ConflitoConflito
Conflito
 
Conflito e Negociação
Conflito e NegociaçãoConflito e Negociação
Conflito e Negociação
 
Collaborative book-5 apoena20130809
Collaborative book-5 apoena20130809Collaborative book-5 apoena20130809
Collaborative book-5 apoena20130809
 
Collaborative book-5 apoena20130809
Collaborative book-5 apoena20130809Collaborative book-5 apoena20130809
Collaborative book-5 apoena20130809
 
Administração eficaz de conflitos
Administração eficaz de conflitosAdministração eficaz de conflitos
Administração eficaz de conflitos
 
V25n2a09 gerenciando conflitos nas organizações
V25n2a09 gerenciando conflitos nas organizaçõesV25n2a09 gerenciando conflitos nas organizações
V25n2a09 gerenciando conflitos nas organizações
 
1206986086gestaodeconflito1 100308161913-phpapp02
1206986086gestaodeconflito1 100308161913-phpapp021206986086gestaodeconflito1 100308161913-phpapp02
1206986086gestaodeconflito1 100308161913-phpapp02
 
12698686_gestao_de_conflito.pdf
12698686_gestao_de_conflito.pdf12698686_gestao_de_conflito.pdf
12698686_gestao_de_conflito.pdf
 
Rpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte i (1)
Rpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte i (1)Rpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte i (1)
Rpa apresentacoes egrh1_1_08_gc parte i (1)
 
Curso Gestão de Conflitos
Curso Gestão de ConflitosCurso Gestão de Conflitos
Curso Gestão de Conflitos
 
Conflito olga martins
Conflito olga martinsConflito olga martins
Conflito olga martins
 
Gestao de conflitos
Gestao de conflitosGestao de conflitos
Gestao de conflitos
 
Negociacao 1
Negociacao 1Negociacao 1
Negociacao 1
 

Último

Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptxpamelacastro71
 
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarCaixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarIedaGoethe
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxIsabelaRafael2
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfPastor Robson Colaço
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfIedaGoethe
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 

Último (20)

Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
 
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarCaixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 

Gestão de Conflitos: Transformando em Oportunidades

  • 1. GestÃo De Conflitos: Transformando Conflitos Organizacionais Em Oportunidades RESUMO O conflito é natural do ser humano e por isso tão presente no ambiente empresarial, que é composto por pessoas, das mais diversas opiniões e personalidades. Nesse artigo é abordada a gestão de conflitos, com ênfase nos seus impactos e resultados n GESTÃO DE CONFLITOS: TRANSFORMANDO CONFLITOS ORGANIZACIONAIS EM OPORTUNIDADES 14/01/2014 RESUMO O conflito é natural do ser humano e por isso tão presente no ambiente empresarial, que é composto por pessoas, das mais diversas opiniões e personalidades. Nesse artigo é abordada a gestão de conflitos, com ênfase nos seus impactos e resultados nas organizações. Assim serão apresentados conceitos, tipos, fatores causadores de conflitos, formas de administrá-los, e seus efeitos nas organizações, tudo para que se torne mais claro e compreensível esse assunto tão relevante na atualidade, tanto para as empresas quanto para seus gestores. Através de pesquisa bibliográfica apresentou-se os principais tópicos da gestão de conflitos, e se tornou evidente que se bem administrado pode torna-se um grande aliado ao crescimento e desenvolvimento, das pessoas e organizações. Palavras-chave: Gestão de conflitos. Pessoas. Crescimento. Desenvolvimento. 1 INTRODUÇÃO Os conflitos são presentes em todos os ambientes, organizacionais ou não, pois sempre que houver a convivência entre um grupo de pessoas, inevitavelmente haverá divergências de ideias, objetivos, entre outros fatores. Os gestores geralmente veem os conflitos como sinônimo de problema, mas, é possível que as divergências tragam benefícios às atividades empresarias? Diante disso se torna instigante estudar e conhecer melhor o assunto, que é ainda pouco abordado em trabalhos científicos e nas organizações, embora seja de suma importância para uma boa gestão de pessoas. O presente artigo aborda a gestão de conflitos nas organizações, sob a ótica de que situações conflituosas, se bem administradas, podem apresentar oportunidades de crescimento e mudanças. Diante disso objetiva-se conceituar e analisar os conflitos, assim como seus tipos e abordagens, a fim de identificar seus efeitos nas organizações. A busca do objetivo deste trabalho realizar-se-á através de pesquisa bibliográfica, a qual será desenvolvida a partir de materiais já elaborados, principalmente livros e artigos bibliográficos que tratem do assunto abordado. 2 CONCEITOS DE CONFLITO Conforme Berg (2012), a palavra conflito vem do latim conflictus, que significa choque entre duas coisas, embate de pessoas, ou grupos opostos que lutam entre si, ou seja, é um embate entre duas forças contrárias. Aplicando à realidade, conflito é um estado antagônico de ideias, pessoas ou interesses e não passa, basicamente, da existência de opiniões e de situações divergentes ou incompatíveis. (BERG, 2012) Berg (2012, p.18), afirma ainda que: “O conflito nos tempos atuais é inevitável e sempre evidente. Entretanto, compreendê-lo, e saber lidar com ele, é fundamental para o seu sucesso pessoal e profissional”. Burbridge e Burbridge (2012) defendem que conflitos são naturais e em muitos casos necessários. São o motor que impulsiona as mudanças. No entanto muitos conflitos são desnecessários e destroem valores, causando prejuízo para as empresas e pessoas que nela trabalham. O principal desafio dos gestores é identificar os conflitos produtivos e contra produtivos e gerenciá-los. Já para Chiavenato (2004), conflito ocorre pela diferença de objetivos e interesses pessoais, e é parte inevitável da natureza humana; constitui o lado oposto da cooperação e da colaboração, a palavra conflito está ligada a desacordo, discórdia, etc. Para que haja conflito, além da diferença dos fatores citados, deve haver uma interferência deliberada de uma das partes envolvidas, ou seja, quando uma das partes, seja individuo ou grupo, tenta alcançar seus próprios objetivos interligados com alguma outra parte, a qual interfere na sua busca de atingir os objetivos. Desta forma, conforme Chiavenato (2004, p. 416), “o conflito é muito mais do que um simples acordo ou divergência: constitui uma interferência ativa ou passiva, mas deliberada para impor um bloqueio sobre a tentativa de outra parte de alcançar os seus objetivos”. O conflito pode ocorrer no contexto de relacionamentos entre duas ou mais partes, podendo ser entre pessoas, grupos ou organizações, assim como pode ocorrer entre mais de duas partes ao mesmo tempo. Nota-se que maior parte dos autores concordam sobre a inevitabilidade do conflito, pois é da natureza humana, e como as pessoas integram as organizações, estas terão de aprender a lidar com essa realidade. 3 TIPOS DE CONFLITOS Para melhor conhecermos os conflitos é importante que saibamos suas formas e tipos de ocorrência, de maneira que ao se deparar com uma situação de atrito possamos identificá-la, para assim buscar a melhor forma de resolução. Berg (2012) defende que existem três tipos de conflitos: pessoais, interpessoais e organizacionais, conforme veremos a seguir. Conflito pessoal: é como a pessoa lida com si mesma, são inquietações, dissonâncias pessoais do indivíduo, e reflete num abismo entre o que se diz e faz, ou contraste entre o que se pensa e como age. Esse tipo de conflito pode levar a determinados estados de estresse e atrito. Conflito interpessoal: é aquele que ocorre entre indivíduos, quando duas ou mais pessoas encaram uma situação de maneira diferente. Embora boa parte dos conflitos sejam causados por processos organizacionais, a maioria dos atritos e desavenças são, no entanto, de origem interpessoal, o que torna-as mais difíceis de se lidar. Podem existir ainda dentro dos conflitos interpessoais, o intragrupal (divergência numa mesma área, setor, etc.), e intergrupal (dissensão entre áreas, setores diferentes). Conflito organizacional: esse tipo de conflito não é fundamentado em sistema de princípios e valores pessoais, e sim do resultado das dinâmicas organizacionais em constante mudança, muitas delas externas à empresa. Já para Burbridge e Burbridge (2012), existem dois tipos de conflitos, o interno e externo. Conflito interno é o que pode ocorrer entre departamentos ou unidades de negócios, mas sempre tem como raiz o conflito entre pessoas. Esse tipo é de certa forma o mais complexo, pois as partes conflitantes estão supostamente do mesmo lado da mesa e a maior parte dos custos é oculta. O conflito externo em geral é mais facilmente identificado, e tem o custo mais fácil de ser medido. Nesse caso o conflito pode ocorrer com outra empresa, com o governo, outra organização ou até com um individuo. Em todos os casos onde há conflito há pessoas, onde há pessoas há emoções. Para Chiavenato (2004), existem vários tipos de conflitos: o conflito interno e o conflito externo. O interno, ou intrapessoal, envolve dilemas de ordem pessoal;
  • 2. o externo envolve vários níveis, como: interpessoal, intragrupal, intergrupal, intra-organizacional e interorganizacional. Chiavenato (2004) afirma ainda que o conflito pode ocorrer em vários níveis de gravidade, conforme segue a seguir. Conflito percebido: é quando as partes percebem e compreendem que o conflito existe, pois sentem que seus objetivos são diferentes dos objetivos dos outros e que existem oportunidades de interferência ou bloqueio. É chamado de conflito latente. Conflito experienciado: é quando o conflito provoca sentimentos de hostilidade, raiva, medo, descrédito entre uma parte e outra. É chamado de conflito velado, pois não é manifestado externamente com clareza. Conflito manifestado: é quando o conflito é expresso através de comportamento de interferência ativa ou passiva, por ao menos uma das partes. É chamado conflito aberto. “O conflito é inevitável, o administrador precisa conhecer a respeito de suas possíveis soluções ou resoluções. A solução de um conflito passa quase sempre pelo exame das condições que o provocaram” (CHIAVENATO, 2004, p. 416). Conhecendo a natureza e o tipo de conflito, o gestor poderá agir com mais assertividade, aumentando suas chances de tomar uma decisão que mantenha o bem estar entre as pessoas ou grupos, sem conivência e injustiças. 4 FATORES CAUSADORES DE CONFLITOS NAS ORGANIZAÇÕES Conforme a evolução do tema, verificamos que o conflito é inevitável e constante nas organizações, porém existem ambientes e situações que potencializam a ocorrência do mesmo, sendo que uma boa forma de entender e trabalhar um assunto é estudando suas causas. Por isso abordaremos a seguir alguns fatores causadores de conflitos nas organizações. As principais causas de conflito organizacional, para Berg (2012), são: Mudanças: as mudanças ocorrem principalmente por pressão do mercado, forçando a organização a adaptar-se às novas realidades. Essas alterações são geralmente de caráter tecnológico, estrutural ou comportamental, buscando com isso melhorar a eficácia na busca por resultados, aumentar ou manter lucros, enxugar custos, atualizar a organizações em todos os aspectos, crescer ou manter-se no mercado. Mudanças organizacionais podem trazer demissões, reestruturações e espalhar medo e resistência, por isso representam uma fértil fonte de conflitos. Recursos limitados: a escassez de recursos, devido a enxugamentos promovidos pelas organizações para tornarem-se competitivas, são motivo de muitos atritos, pois podem limitar o desempenho de colaboradores e departamentos. As limitações vão desde dinheiro até às pessoas, o que gera muitas vezes grandes jornadas de trabalho objetivando o alcance de metas em detrimento à interação entre gestores e subordinados, podendo ocasionar cansaço, estresse e descontentamento geral. Choque entre metas e objetivos: impasses entre departamentos ou diretorias são comuns atualmente nas organizações, em função principalmente das metas e objetivos que se chocam, por falta de comunicação e sintonia entre as áreas. A causa desse fator é geralmente o planejamento deficiente, que compartimentado, prioriza muitas vezes ações emergenciais e isoladas de setores distintos, sem dedicar-se a integração de objetivos e metas da organização como um todo. Chiavenato (2004) defende que, existem nas organizações certas condições inerentes à mesma, que tendem a criar percepções entre pessoas e grupos, predispondo ambientes de conflito. Esse cenário constitui as condições antecedentes dos conflitos, que conforme o autor dividem-se em quatro tipos, conforme a seguir: ambiguidade de papel: quando as expectativas são pouco claras e confusas, além de outras incertezas, aumentando a probabilidade de fazer com que as pessoas sintam que estão trabalhando para propósitos incompatíveis; objetivos concorrentes: como o crescimento da organização os grupos e setores se especializam cada vez mais na busca por seus objetivos. Desta forma cada grupo realiza tarefas diferentes, focando objetivos diferentes, relaciona-se com partes distintas do ambiente, ou seja, surge a diferenciação, objetivos e interesses desiguais dos demais grupos da organização; recursos compartilhados: os recursos organizacionais são limitados e escassos, e a quantidade disponível precisa ser distribuída e alocada entre os grupos da empresa, de forma que, se um grupo aumentar sua quantidade de recursos, outro grupo perderá ou terá de abrir mão de uma parcela dos seus. Isso provoca a percepção de objetivos e interesses diferentes e incongruentes; interdependência de atividades: as pessoas e grupos de uma organização precisam uns dos outros para desenvolver suas atividades e alcançar os objetivos. Isso ocorre quando um grupo não pode realizar a sua tarefa e alcançar seu objetivo a não se que outro grupo realize a sua ou alcance o seu. Quando os grupos são altamente interdependentes existem oportunidades de que um grupo auxilie ou prejudique o trabalho dos demais, o que é um potencial conflito. De acordo com Burbridge e Burbridge (2012), a natureza de um conflito pode ser vista em três categorias: origem docomportamento humano é a parte mais complexa e integral de todo o tipo de conflito, pois cada um te seu universo particular composto de uma matriz de sentimentos, reações e pensamentos; origem estrutural se refere a normas, politicas e procedimentos, e particularmente fluxos de informações da própria empresa, podem ser em parte responsáveis por boa parte dos conflitos desnecessários; origem externa onde muitos conflitos que vem do mundo externo são necessários e fazem parte do negócio, como tensões de mercado, e aspectos de entidades públicas e governo. Como verificamos são diversas as razões de um conflito, mas é imprescindível que o gestor faça um diagnóstico do acontecimento para entender sua causa e a partir daí resolver da forma mais adequada. Nem sempre o fato gerador do conflito poderá ser extinto, mas cabe ao administrador fazer o possível para que os impactos negativos sejam minimizados. 5 ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS Uma vez que conhecidos e identificados os conflitos precisam ser administrados ou geridos, para que se resolvam da forma mais eficiente e eficaz. Quando se estiver administrando um conflito, de acordo com Neto (2005), é de suma importância que antes de tomar qualquer decisão investiguem-se os fatos ocorridos, assim como as pessoas envolvidas, suas condutas, desempenho, entre outros. Tudo para que injustiças não sejam cometidas e o conflito tenha um final satisfatório para todos. A respeito da administração de conflitos, Chiavenato (2004, p. 418) afirma que: “uma qualidade importante no administrador é sua qualidade de administrar conflitos”. Para isso, o gestor tem à sua disposição três abordagens para administrar conflitos, sendo elas, conforme Chiavenato (2004): a) Abordagem estrutural: o conflito se forma das percepções criadas pelas condições de diferenciação, recursos limitados e escassos e de interdependência. Se o gestor agir sobre algum desses elementos geradores, a situação conflitante poderá ser controlada mais facilmente. b) Abordagem de processo: essa abordagem procura reduzir conflitos através da modificação de processos, podendo ser realizada por uma parte do conflito, por pessoas de fora ou uma terceira parte, e pode ser conduzida de três formas: a desativação do conflito, onde uma das partes opta pela cooperação promovendo o acordo; reunião de confrontação entre as partes, em que são abertos os motivos do conflito de maneira mais direta entre os envolvidos; ou colaboração, que ocorre após passadas as etapas anteriores, com as duas partes buscando uma resolução vantajosa para todos. c) Abordagem mista: envolve tanto os aspectos estruturais como os de processo, e pode ser feita através da adoção de regras para resolução de conflitos, ou criação de papéis integradores. A adoção de regras se utiliza de meios estruturais para influenciar no processo de conflito, criando regras e regulamentos que delimitem a ação das pessoas. Já a criação de papéis integradores consiste em criar terceiras partes dentro da organização, de forma que elas estejam sempre disponíveis para auxiliar na busca de soluções favoráveis dos conflitos que possam surgir. Para Berg (2012) existem várias maneiras de abordar e administrar conflitos, porém uma das mais eficazes é denominada de “Estilos de administração de Conflitos”, método criado por Kenneth Thomas e Ralph Kilmann, que propõem cinco formas de administrar conflitos, conforme a seguir: a) Competição: é uma atitude assertiva e não cooperativa, onde prevalece o uso do poder. Ao competir o individuo procura atingir seus próprios interesses em detrimento dos da outra pessoa, é um estilo agressivo onde o individuo faz uso do poder para vencer. b) Acomodação: é uma atitude inassertiva, cooperativa e autossacrificante, o posto da competição, onde ao acomodar-se a pessoa renuncia aos seus próprios interesses para satisfazer os interesses de outra parte. É identificada como um comportamento generoso, altruísta, e dócil. c) Afastamento: é uma atitude inassertiva e não cooperativa, pois ao afastar-se a pessoa não se empenha em satisfazer os seus interesses e nem tampouco coopera com a outra pessoa. O indivíduo se coloca à margem do conflito, adiando-o ou recuando perante situações de ameaça. d) Acordo: é uma posição intermediária entre a assertividade e cooperação, onde o individuo procura soluções mutuamente aceitáveis, que satisfaçam parcialmente os dois lados. O acordo significa trocar concessões, ou então procurar por uma rápida solução de meio termo.
  • 3. e) Colaboração: é uma atitude tanto assertiva quanto cooperativa, onde ao colaborar o indivíduo procura trabalhar com a outra pessoa tendo em vista encontrar uma solução que satisfaça plenamente os interesses das duas partes. Berg (2012) afirma ainda que não existe estilo certo ou errado para gerir conflitos, e que cada um pode ser apropriado e efetivo dependendo da situação, do assunto a ser resolvido e dos personagens envolvidos. O importante é conhecer e servir-se das várias opções a nossa disposição para manejar conflitos e aprender a utilizar suas técnicas. Nem todo conflito é igual e nem todo conflito deve ser abordado da mesma forma, conforme Burbridge e Burbridge (2012), por esta razão o gestor precisa saber como e quando usar cada ferramenta a sua disposição, como: negociação, poder, litígio, arbitragem, ouvidoria, conciliação, e diversas ouras ferramentas disponíveis. Portanto o desafio está em saber o que aplicar em cada ocasião, procurando escolher e aplicar as técnicas de forma inteligente. Embora os estudos sobre conflitos convirjam para ideia de que estes são diferentes e devem ser analisados caso a caso, é importante que seja do conhecimento do gestor as diferentes formas de abordagem dos desentendimentos, para que ao identificar sua tipicidade, possa aplicar a ferramenta mais adequada para conclusão da situação conflitante. 6 EFEITOS DOS CONFLITOS Os conflitos podem ter resultados positivos ou negativos, esse resultado depende de diversos fatores, desde o motivo do conflito até mesmo a forma como foi tratado. Chiavenato (2004) destaca alguns efeitos positivos e negativos dos conflitos, conforme a seguir: Efeitos positivos: o conflito desperta sentimentos e energia no grupo, fazendo com que muitas vezes busquem meios mais eficazes de realizar tarefas e soluções criativas e inovadoras. Também é estimulada a coesão intragrupal, e por vezes é chamada atenção para problemas existentes, que sendo tratados de forma eficaz evitam problemas maiores no futuro. Efeitos negativos: o conflito pode provocar consequências indesejáveis para o bom funcionamento da organização, como sentimentos de frustação, hostilidade e tensão nas pessoas, que prejudica tanto o desempenho das tarefas como o bem-estar das pessoas. Geralmente é desperdiçada muita energia na resolução de conflitos, o que poderia ser direcionado para o trabalho, e podem surgir comportamentos que prejudiquem a cooperação e relacionamentos entre as pessoas do grupo. De acordo com Burbridge e Burbridge (2012), os conflitos auxiliam no processo de mudanças necessárias e crescimento das organizações, mas em contrapartida, geram custos que passam despercebidos, mas que influenciam no funcionamento da empresa, como a alta taxa de rotatividade, absenteísmo, motivação reduzida, baixa produtividade, etc. “O que vai determinar se o conflito é construtivo ou negativo será a motivação das pessoas envolvidas, sendo que, em qualquer organização, é de responsabilidade do gestor ou gerente facilitar a gestão desse conflito.” (McINTYRE, 2007, p. 303). Evidencia-se que os conflitos interferem sim no funcionamento das organizações, resta então identificar se essa interferência é favorável ou não às atividades, estimulando as situações onde as discordâncias geram novas ideias e soluções diferenciadas, e mitigando aquelas onde as consequências serão restritas aos custos e perdas, tanto na produtividade quanto na qualidade de relacionamento entre as pessoas. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesse artigo foi possível conhecer e explorar o conflito desde seu conceito até os efeitos gerados por ele nas organizações, tendo em vista aprimorar práticas e desmistificar o assunto como sendo um problema para o gestor e as empresas. A administração de conflitos exige muita habilidade por parte de quem for tratá-lo, porém nem sempre é ruim, se bem analisado e com o uso das ferramentas corretas ele pode transformar-se em um aliado do crescimento e da mudança. As pessoas têm personalidades e opiniões diferentes, por isso é comum ter situações divergentes na convivência, tanto em ambientes familiares quanto empresariais. Mas se a razão do conflito for boa e construtiva, um simples choque de opiniões pode trazer uma mudança importante e necessária. Através do conteúdo apresentado foi possível ter acesso às diferentes modalidades de resolução de conflitos, e identificado que as situações conflitantes podem ser encaradas de diversas formas, desde a mais pacífica, até o embate entre as partes, porém sempre de forma respeitosa e digna, não deixando as emoções de lado, mas controlando-as para que não gerem indisposições desnecessárias e sem sentido. O maior desafio então é saber escolher a melhor estratégia de resolução para cada caso, levando em consideração tudo que for importante, escutando os envolvidos e buscando aumentar os efeitos construtivos e minimizar os destrutivos, promovendo o bem estar entre as pessoas e o desenvolvimento da organização. O que sempre fará a diferença serão as pessoas, suas intenções e habilidades, por isso são tão importantes nas organizações, e estudar formas de auxiliar na sua convivência e bem estar se faz necessário e imprescindível para todo gestor a as organizações que desejam sucesso.