2. Nasce o pensar
As planta sentem.
Os animais reagem, mas
não tem consciência
disto.
O ser humano pensa e
sabe que pensa.
3. Do pensar espontâneo ao reflexo
• Todo ser humano
pensa, mas nem
sempre de maneira
reflexa,
• Aprender a pensar:
passar de um nível
espontâneo (primeiro
e imediato) a um nível
reflexo (segundo,
mediado)
4. Qual o provocador do processo?
• Alguém aprenderá a pensar à
medida que souber fazer-se
perguntas sobre seu
pensamento.
• A capacidade de avançar na
reflexão depende de ir
fazendo-se
perguntas, respondendo-as
e, em seguida, levantando
novas perguntas a estas
respostas até esgotar a tarefa.
5. Que tipo de pergunta?
Há perguntas fundamentais:
estão em jogo a vida, o ser, os
valores transcendentes.
O solo das evidências fáceis não
resiste ao impacto que elas
provocam.
A experiência do diferente, da
alteridade, da ruptura da
mesmidade.
Emergem dúvidas, suspeitas.
Benditas incertezas!
6. A decisão de pensar!
1. É possível viver sem ter o hábito do pensamento reflexivo.
Habita-se a superfície da realidade, sem mergulhar fundo.
2. É necessário tomar a decisão de querer pensar. Dedicar
tempo ao silêncio, à tranqüilidade para tal.
3. A decisão nasce da motivação.
4. A motivação brota da percepção dos benefícios de tal
decisão.
7. A motivação...
• Pode vir de si próprio (automotivação) ou de
outro.
• Alimenta-se da utilidade ou da gratuidade.
• A motivação mais digna é a do prazer do
estudo, da leitura, do pensar.
8. Tempo e
prioridade
• A educação para o pensar
é questão de dedicar
tempo.
• O tempo se estrutura
segundo prioridades
pensadas, impostas ou
insinuadas.
9. Três momentos de articular o pensar
O que a realidade DIZ (momento
objetivo)
O que a realidade ME DIZ (momento
subjetivo)
O que EU DIGO a partir da realidade
(momento comunicativo)
10. Faça agora o exercício
• Tome um texto de narração, um vídeo ou um fato
real.
• Em um parágrafo, descreva de forma resumida o que
você viu e ouviu (momento objetivo).
• No parágrafo seguinte, manifeste o que este
fato, texto, ou vídeo impactou em você:
percepções, sentimentos e reações (momento
subjetivo).
• Por fim, escolha um público-alvo para o qual você vai
dirigir uma mensagem. A partir do fato, texto ou
vídeo, comunique algo com sentido para seus
interlocutores (momento intersubjetivo)
11. Pensar as partes no todo e o todo nas
partes
• Superespecialização fragmenta os conhecimentos.
Perde-se a noção do conjunto.
• Saber pensar é situar as realidades nos seus
contextos. E estes contextos em contextos
maiores, até chegar ao contexto planetário.
12. Superar a fragmentação do saber
• Toda unidimensionalização de um saber ou de um
problema provoca distorções perigosas.
• O pensar multidimensional permite equacionar
criticamente os problemas contemporâneos que
afetam nossa cultura e civilização.
• Procure abrir-se o máximo possível à
interdisciplinaridade.
• Crie o hábito de abordar uma questão no conjunto
em que ela se situa.
13. Saber pensar é estender varais e neles pendurar as
questões numa ordem e disposição que as tornem
inteligíveis.
14. Estruturar o pensamento
Criar o suporte
dependurar os cabides
colocar as roupas.
Informações e
conhecimentos são
organizados num
horizonte mais amplo do
saber.
15. Estruturar o pensamento com
flexibilidade
• Conhecer opõe-se ao simples armazenamento de
conhecimentos.
• Busque um saber plural, organizado, estruturado
e aberto às novidades.
• Seja capaz de refazer seu “sistema” a cada
momento que novos elementos o exijam.
16. Movimento do pensamento complexo
Do todo para as partes, localizando-
as, fazendo-as
inteligíveis, analisando-as.
Das partes para o todo, integrando-
as, organizando-as, sistematizando-
as.
17. Movimento do pensamento complexo
• Não se pára em nenhum dos dois momentos.
Nem se privilegia nenhum deles. Nem sínteses
brilhantes e superficiais. Nem análises profundas
e desintegradas.
• O pensamento se torna cada vez mais complexo
(e não complicado).
• Complexo opõe-se ao único, ao singular. É plural.
• Opõe-se também ao desintegrado, porque é
teia, é rede, é tecido (plexo) com outras coisas
(com+) numa trama articulada.
18. Aprender a pensar com sim e não
(1) Diante de um fato ou argumento, ponderar
as razões do “sim” e do “não”. Usar
dados, informações e conhecimentos.
(2) Avaliar qual deles (sim ou não) tem maior
peso e intensidade.
(3) Emitir um parecer.
É procedimento para aprender a pensar, fazer os
outros pensarem, superar a intolerância ou a
indiferença.
-> Veja os exemplos a seguir.
19. O ser humano é irracional!
• Sim: o ser humano comete atos insanos, absurdos,
violentes. Tem comportamentos anti-éticos.
• Não: o ser humano é dotado de capacidade de
distinguir o bem e o mal. Se for bem educado e
quiser optar pelo bem, conta com a luz da razão (e
da fé) para agir de maneira racional.
• O ser humano é racional, mas tem atitudes e gestos
irracionais. Maior ou menor irracionalidade depende
de fatores pessoais, comunitários e culturais.
20. A Bíblia é a palavra de Deus!
• Sim: escrita por inspiração divina. Merece
respeito e veneração. Ilumina a vida cristã.
• Não: é também palavra humana. Por
isso, deve ser interpretada. Tem gêneros
literários; e nem todas as palavras tem o
mesmo peso e valor.
• Portanto, para os cristãos, é Palavra de Deus
em linguagem humana.
21. O Brasil é um país rico e pobre
• País rico: biodiversidade, recursos
minerais, diversidade cultural e étnica, potencial
hídrico, terras férteis, clima tropical e
subtropical, economia em crescimento, mercado
interno em expansão, empresas brasileiras no
mercado internacional, grande exportador de
commodities, país emergente.
• País pobre: grande diferença de faixas
salariais, pouco investimento em
educação, concentração de riquezas, pouca
elaboração de alta tecnologia (geração de
valor), corrupção, dependência do capital
22. Faça agora um exemplo, usando a
dialética do “sim” e “não”.
23. Texto fonte
Capítulo 2: aprender a pensar
murad4@hotmail.com
www.afonsomurad.blogspot.com
*Bolsista de produtividade em
pesquisa do CNPq