Os alunos da Escola Rotary de Itabuna participaram de projetos promovidos pelo Gestar que estimularam a produção textual em diversos gêneros. Os projetos incluíram as Olimpíadas de Língua Portuguesa e TAL. Alunos do ensino fundamental e EJA produziram textos poéticos e memórias literárias sobre suas vidas e comunidades.
1. FORMAÇÃO DE ARTICULADORES LÍNGUA PORTUGUESA – GESTAR
PROJETOS REALIZADOS: OLIMPÍADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA E TAL
DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA
PÚBLICO : 5ª a 8ª SÉRIES DO ENSINO FUNDAMENTAL
E EJA IV E V
TERRITORIAL E SUPERVISORA: DANIELA NOBRE
FORMADORA : MARISETE KRUSCHEWSKY
DIREC 7
ARTICULADORA: SUZANA MENEZES REIS CRUZ
ESCOLA ROTARY DE ITABUNA
2. Estimulados pelas propostas do Gestar, em 2012
os alunos do Ensino Fundamental e EJA IV e V da Escola
Rotary de Itabuna, sob a articulação da Profa. Suzana,
participaram ativamente de projetos que estimulam a
produção textual em diversos gêneros, promovendo suas
habilidades comunicativas e de interação, estimulando seu
protagonismo e a construção de sua identidade.
Os slides a seguir apresentam alguns felizes momentos do
desenvolvimento desses projetos estruturantes.
O Gestar acontece
3. Profa Suzana (à direita) e Sara de Melo , 8ª série ( à
esquerda), finalista dos projetos FACE e TAL,
incentivando os colegas do EJA que foram finalistas
do projeto Lápis na Mão.
Texto poético
DESTINO INCERTO
Medo revela e leva e os elementos da sociedade a se calar, sinto o
sofrimento e vejo uma lágrima rolar, ouço um som solene a me encantar com
suas notas musicais. Ao lado do salão de música, vejo uma garota a chorar,
então eu me perguntei: Por que os injustos são os donos da sociedade?
Eu só queria que quem merecesse pudesse ser feliz de verdade. Será que
é assim que vai continuar? Será que ninguém sente um pouco desse pensar?
Só pensando mesmo em Deus para enxergar o amor, pois a cada esquina
que passo, há uma história de terror, eu ainda posso ouvir aqueles altos gritos,
talvez vindo de uma mãe que tanto avisou ao filho, agora passa a viver um
verdadeiro tormento e no lugar que o filho ocupava, vivem a dor e sofrimento.
Quando voltei do meu pensamento, a menina se levantou, foi atravessar a
rua quando um carro a atropelou e eu levantei assustada, muitos ali não a
conheciam, não sabiam quase nada mas todos os dias eles ouviam que ela
sempre chorava. Sim, eu tinha certeza, eram suas músicas que escutavam,
talvez ela tivesse o sonho de seguir a carreira da música, mas seu sonho foi
destruído por uma pessoa estúpida, que estava embriagada dirigindo como
um ladrão, não estava ligando pra nada, fugiu e não foi pra prisão, onde era o
seu lugar.
Vendo aquilo tudo eu só conseguia chorar, mas lembrei que ela estava em
um lugar melhor, de onde ninguém a poderia tirar.
Depois daquele dia decidi e falei para mim mesma, não vou mais sorrir
pelos medíocres, nem derramar lágrimas pelos injustos, pois só quem merece
meu sorriso é quem um dia o apresentou a mim, e minhas lágrimas merecem
somente quem já me fez feliz, ou pelo menos, por quem merecia ser
realmente feliz, como aquela garotinha.
Texto de Sara de Melo Bonfim
8ª M1 – OLP e TAL 2012
4. Profa Suzana e Ariane, 6ª série, finalista do
projeto TAL, apoiando os colegas do EJA que
foram finalistas do projeto Lápis na Mão.
MEMÓRIAS LITERÁRIAS: O LUGAR ONDE MORO
UM POUCO DA MINHA HISTÓRIA
Eu sempre morei na roça, eu sempre fui uma
menina estudiosa, mas minha mãe não tinha condições de
comprar caderno, lápis, caneta etc.
Sandália, eu tinha que esperar minhas irmãs
chegarem do colégio para me devolverem para que eu
pudesse ir ao colégio também.
Eu e minhas irmãs sempre trabalhamos duro
para ajudar minha mãe. Meu padrasto sempre rigoroso
comigo e com minhas irmãs.
Trabalhava em cozinha dos outros para
ganhar roupas usadas, sandálias e tudo mais
Naquele tempo, a gente não tinha água
encanada e tínhamos que pegar água no balde, eu pegava
para minha casa e para a casa dos outros.
Enfim, eu sofri muito mas agradeço por tudo
primeiramente a Deus e a minha mãe.
Eu, Ariane Ramos Oliveira, escrevi este texto
baseado na história da minha mãe.
Escrever é ser autor da própria história.
Texto de Ariane Ramos
6ª M1 – OLP e TAL 2012
5. Profa Suzana entre Núbia, EJA Ve Maria
Cristina, EJA IV, classificadas do projeto FACE
e finalistas do projeto Lápis na Mão.
MEMÓRIAS LITERÁRIAS
INÍCIO DE VIDA
O lugar em que nasci foi fundado pela minha tia,
lugar no qual índios deixaram seus vestígios, lugar
calmo e tranquilo, muito distante deste viver, lugar
de muito silencio, só tinha barulho do mar, a noite
mais parecia um cemitério, as luzes se apagavam
às dez horas da noite.
Nós tínhamos que fazer o dever da escola com a
luz do candeeiro e as narinas amanheciam cheias
de fumaça. Só quando amanhecia acabava o medo
de lobisomem e mula-sem-cabeça. Ao amanhecer,
tínhamos que ir à roça para plantar ou colher, mas
eu e meus irmãos aproveitávamos um pouco e
tomávamos banho de riacho, subíamos nas
árvores, mas bom mesmo era na hora da boia.
Só que tínhamos também que estudar, eu gostava
do recreio ao ar livre, onde eu brincava de roda, de
triscou colou e sentia o cheiro de natureza, tomava
água pura, lugar de fartura, obra da natureza.
Lugar onde nasci, Serra Grande, Bahia, lugar
bonito ainda e onde ainda tem coisas da natureza.
Texto de Maria Cristina Santos Andrade
EJA IV – OLP e TAL 2012
6. Profa Suzana entre Núbia, EJA V e Maria Cristina, EJA IV,
participantes da OLP, classificadas do projeto TAL e finalistas
do projeto Lápis na Mão.
MEMÓRIAS LITERÁRIAS
SEU BENÉ DA BODEGA.
Na rua Marquês de Pombal, a rua onde fui criada nos
ano 80, as meninas da minha idade eram muitas. Nos
juntávamos para brincar, pular corda ou bandeirinha, entre
outras brincadeiras mas o que me chamava atenção era o
senhor Benedito. Ele era muito sisudo e apesar de ser dono
de uma bodega, não fazia questão de agradar ninguém.
Ele tinha pavor dos meninos, se os meninos jogassem
bola ou gude, ele ficava em tempo de enfartar. Ele passava
para lá e para cá, colocava as mãos pra trás e, de repente,
dava o bote. Pegava as gudes, jogava fora e ainda dizia: -
Vai jogar no inferno.
As bolas ele cortava e jogava nos pés dos meninos mas
os meninos, que eram muito levados, faziam a festa e o
provocavam até que ele corresse atrás deles.
Seu Bené ficava furioso e eu ficava com dó do seu Bené
que, às vezes, ia parar no hospital.
Aluna: Núbia Barreto dos Santos Alves
EJA V N2 – OLP e TAL 2012
7. POEMA
O LUGAR ONDE MORO
Na fazenda onde moro
É um lugar engraçado
Tem gente pra todo lado
Só tem uma coisa
Os meninos são todos perturbados
Se eu fico triste
Sempre tem alguém pra me alegrar
Junto com as meninas
Eu vou brincar
Lá tem rio, represa e lago
Só que meu pai
É muito enjoado
Eu estudo, trabalho e congrego na igreja
Eu sou muito feliz
não importa o que os outros falam
É o que eu sempre quis...
Ser feliz!
Aluna: Ana Caroline Silva Souza
5ªM1 – OLP
MEMORIAS LITERÁRIAS
LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA
As lembranças da minha infância eram boas, mas as melhores delas
era quando pulava nas pedras dos rios, brincava de pega-pega com
minhas amigas e também quando pisava descalça na terra molhada,
o que dava a sensação de voando entre as nuvens, minha mãe dizia
que nada na vida é fácil e que tinha que lutar para conquistar algo,
mas eu era criança, nem dava tanta importância ao que ela falava.
Fui crescendo amadureci e fiquei adulta, foi quando percebi que
tudo que ela falava era verdade, até então queria voltar a ser aquela
menina que abraça as árvores e ouvindo os pássaros cantando.
Com o passar do tempo me distancie do lugar que quando criança
brinquei. Triste voltei ao meu cantinho que me deixava alegre, e ao
piscar dos olhos percebi que mais nada ali existia. O verde daquela
mata praticamente foi extinta para dar espaços a grandes
construções.
Hoje vivo das lembranças daquele lugar ,que me faz lembrar da
minha infância feliz.
Eu sou Ana Carolina Fraife, aluna da 7° série da escola Rotary de
Itabuna e escrevi este texto baseado nas minhas memórias.
Aluna: Ana Carolina Fraife,7°M1 - OLP