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O que é a esclerose Múltipla?<br />O corpo humano é uma máquina quase perfeita, como tal necessita de um “centro de controlo” que lhe permita regular as suas funções vitais, realizar acções e reagir a estímulos ambientais. O “centro de controlo” do corpo humano é o cérebro, que auxiliado pelo sistema nervoso consegue regular e coordenar todas as funções do corpo humano.<br />O sistema nervoso humano processa informação do ambiente e do próprio corpo. O centro do sistema é o cérebro que, juntamente com a medula espinal forma o sistema nervoso central. O cérebro contém cerca de 100 biliões de células. As células nervosas ou neurónios trocam informação através de “junções” chamadas sinapses. Uma célula nervosa é constituída por um corpo celular, extensões ramificadas e uma parte alongada, o axónio. As células nervosas podem ser estimuladas por impulsos eléctricos, estas recebem estes impulsos de outros neurónios que são recebidos nas partes ramificadas, as dendrites. <br />Fig.1 - Constituição de um neurónio<br />O axónio dos neurónios é coberto por uma camada de mielina como se fosse um fio eléctrico que facilita a transmissão de impulsos de forma rápida e eficaz. Esta camada isoladora de mielina é formada por oligodendricidos. As camadas de mielina não são contínuas ao longo do axónio, estão separadas umas das outras por nódulos. É graças à capacidade isoladora da mielina que os impulsos nervosos podem saltar de um nódulo para o seguinte. Uma célula nervosa coberta de mielina pode transmitir um impulso nervoso dez vezes mais depressa do que uma sem mielina. A complexa rede de conexões neurais é o que permite aos seres humanos pensar, sentir e agir. Para além disso é o que permite aos seus órgãos, músculos e ossos funcionarem convenientemente pois estes funcionam com base numa relação de complexas interacções. <br />No entanto, por vezes o sistema nervoso não funciona convenientemente existindo diversas doenças que afectam este sistema. Alguns exemplos dessas enfermidades são as doenças de Huntingon, Alzheimer e Parkinson. <br />Outra das doenças que afectam o sistema nervoso é a Esclerose Múltipla. Esta doença afecta cerca de 1 milhão de pessoas em todo o mundo e estima que cerca de 5000 pessoas em Portugal sofrem da enfermidade. Foi descoberta em 1868 pelo Dr. Jean-Martin Charcot embora muito antes já existissem registos de pacientes que apresentavam sintomas semelhantes aos que hoje os médicos atribuem à esclerose múltipla.<br /> A esclerose múltipla é uma doença auto-imune, ou seja, a resposta imunitária é efectuada contra alvos existentes no próprio indivíduo. <br />O desenvolvimento desta doença dá-se quando as fibras nervosas do sistema nervoso central desmienilizam ou seja as bainhas de mielina vão sendo destruídas.<br />78676515240<br />Fig.2 - Desmielinização<br /> As bainhas de mielina revestem as fibras nervosas e auxiliam a comunicação entre células, por isso ao serem destruídas, o sistema nervoso transmite mensagens podendo estas não chegar aos órgãos efectores uma vez que existe uma falha na sua transmissão devido à falta de mielina. Como resultado da perda de mielina forma-se um tecido semelhante a uma cicatriz que endurece formando uma placa nalgumas zonas da medula espinal e cérebro. É a este facto que a esclerose múltipla deve o seu nome já que esclerose deriva do grego e significa duro, múltipla pois várias áreas do cérebro e da medula são afectadas.<br />A falta de comunicação entre o sistema nervoso central e os órgãos executores faz com que seja difícil controlar e executar funções como a locomoção (sendo por isso difícil ter coordenação), o equilíbrio ou a visão. Os sintomas mais comuns são a fraqueza muscular, dores articulares, rigidez articular o que faz com que os doentes afectados tenham dificuldade em realizar movimentos com os membros, no entanto estes sintomas variam de caso para caso uma vez que dependem da área do sistema nervoso que for afectada.<br /> Esta desmienilização é degenerativa o que significa que é uma doença invariavelmente progressiva não havendo possibilidade de recessão, já que as bainhas de mielina não se conseguem regenerar. As causas da esclerose múltipla ainda não foram apuradas mas por razões ainda desconhecidas o corpo produz anticorpos contra a sua própria mielina o que causa uma inflamação nas bainhas da mesma. A esclerose múltipla é por isso uma doença inflamatória crónica já que causa a inflamação das bainhas de mielina e é uma enfermidade crónica pois não é tratada num curto espaço de tempo uma vez que é uma enfermidade de evolução lenta. Julga-se que o aparecimento da esclerose múltipla esteja relacionada com causas hereditárias já que uma parte significativa dos doentes têm também um familiar com a mesma enfermidade, assim, pensa-se que a doença é transmitida de geração em geração através da herança genética que é passada de pais para filhos<br />Na realidade a esclerose múltipla não tem tratamento. Embora investigações estejam actualmente a ser desenvolvidas nessa área de forma a conseguir um fármaco que seja eficaz não só a retardar a evolução da doença mas também que consiga fazer com que a mielina descamada regenere, no entanto hoje em dia já existem fármacos que conseguem atenuar os sintomas da doença não tendo qualquer eficácia no que respeita a um tratamento permanente.<br />Os sintomas da esclerose múltipla começam a manifestar-se na maioria dos pacientes numa idade bastante precoce afectando por isso sobretudo pessoas jovens. A idade em que os sintomas se manifestam é o principal factor de previsão de um possível prognóstico pois quanto mais cedo os sintomas se manifestarem mais rápida e prematura será a deterioração, no entanto, o subtipo de esclerose que o paciente apresenta também é determinante na evolução da doença. <br />A Esclerose Múltipla não é uma doença actualmente curável, no entanto, também não é fatal mas, impõe inúmeras limitações na vida das pessoas que a têm. <br /> Mais de metade dos doentes de esclerose múltipla deixa de trabalhar devido à doença: grande parte é despedido ou obrigado a reformar-se antecipadamente, apesar de alguns ainda se considerarem capazes de trabalhar. Muitos doentes deixam de ter uma vida fisicamente activa e por causa disso alguns entram em depressão, enquanto outros se isolam socialmente. <br /> Ultrapassar as limitações que esta doença impõe não é fácil, mas é fundamental pois é a única “cura” conhecida…<br />Como cada caso é um caso…<br /> Resolvemos ir à procura de testemunhos reais de pessoas que compreendem melhor que ninguém esta doença uma vez que, infelizmente, são obrigados a conviver diariamente com ela. Tomámos esta iniciativa pois achamos que a melhor maneira de de cumprir os objectivos que nos foram solicitados (de divulgar e sensibilizar as pessoas para esta enfermidade) é mostrar a realidade de pessoas que se debatem todos os dias com esta doença, para isso entrevistamos três membros do GANG…  <br />Entrevista<br />João: 38 anos, diagnosticado em 2002<br />Maria1: 34 anos, diagnosticada em 2004<br />Sandra1: 39 anos, diagnosticada em 2003<br />Neurónios Lusitanos- Com que idade se manifestou a doença?<br />João: Agora olhando para traz reconheço que o primeiro surto que tive foi aos 16 anos mas só aos 29 foi diagnosticado. Maria: 28 anos.<br />Sandra: Aos 33 anos<br />Neurónios Lusitanos - Quais foram os primeiros sintomas?<br />J: Visão dupla, falta de força nos membros principalmente nos inferiores, dormência na mão esquerda e ante braço e falta de equilíbrio.<br />M: Dormência na perna e braço direito e falta de força.<br />S: Olhando para trás no tempo, agora sei que já em pequena, desde o ciclo, que tinha alguns problemas, nomeadamente quando fazia Educação Física. O corpo parecia não responder. Anos mais tarde fiquei com o braço esquerdo completamente dormente mas passou passados alguns dias. Não liguei até que, em 2002, estava eu a trabalhar nos Açores, adormeceu-me o corpo todo, do pescoço para baixo. Deixei de escrever e de poder pegar nas coisas mais simples. Nessa altura estava sozinha nos Açores e decidi vir-me embora passados 3 meses para o Continente.  Esses sintomas demoraram quase 1 ano a passar<br />Neurónios Lusitanos -  Preocupou-se em ir ao médico ou ignorou os sintomas?<br />J: Fui ao médico imediatamente, eles é que ignoraram os sintomas.<br />M: Fui ao medico pois as dormências não passavam e diziam que era da coluna.<br />S: Ainda nos Açores fui a um médico que me disse que “eram saudades do Continente e inadaptação às ilhas” e receitou-me apenas Xanax.<br />Quando regressei ao Continente, os sintomas acabaram por passar muito lentamente e nessa altura não fui a mais médicos até porque a minha médica de família dizia que era depressão.<br />Só quando, passado um ano, a minha mão direita ficou dormente e, no dia seguinte, também a esquerda, e depois de comentar com a minha mãe, é que fui a um neurologista particular.<br />Neurónios Lusitanos: Como foi feito o diagnóstico;<br />J:<br />M: Ressonância magnética; Potenciais Evocados e Punção Lombar<br />S: Essa neurologista mandou-me fazer imediatamente uns exames que são à base de choques eléctricos que estimulam os nervos dos membros superiores e inferiores (Patenciais Evocados) e uma Ressonância Magnética.  Quando viu o resultado da RM encaminhou-me imediatamente para o hospital para que fosse internada porque “precisava de fazer um tratamento muito específico).<br />No hospital, repeti todos esses exames e fizeram-me uma Punção Lombar.<br />Neurónios Lusitanos -o tempo que demorou;<br />J: Depois de estar internado cerca de 2 semanas.<br />M:  2 meses<br />S: No médico particular, menos de um mês e no hospital, cerca de um mês para obter confirmação do diagnóstico (o tempo que fiquei internada).<br />Neurónios Lusitanos - Se foi diagnosticado logo com os primeiros exames;<br />J: Não foi necessário o cruzamento de 3 exames para chegarem a conclusão (Ressonância Magnética, Potenciais Evocados, Punção Lombar)<br />M: Sim, pois 1 ano antes já havia suspeitas mas não havia certezas pois não tinha os sintomas todos.<br />S: Todos os exames foram conclusivos, desde a primeira altura, mas o facto de estarmos sempre sujeitos a estes exames é porque não existe um que é peremptório em diagnosticar a EM…  Nem a RM faz isso!  Só com a confirmação da Punção Lombar é que os médicos dão o diagnóstico<br />Neurónios Lusitanos -Quais as reacções ao diagnóstico;<br />J: Curiosidade, tristeza.<br />M: Quando me deram a noticia, vi os meus pais chorar e percebi que não era uma doença muito boa e fui pesquisar na net e só me apetecia fugir.<br />S: Aqui, o engraçado +e que podia ter sabido do diagnóstico muito à priori porque tive o resultado da 1ª RM comigo desde sempre mas nunca a abri.  O médico particular também não me disse mas claro que conversou com a minha mãe, que a via sempre muito preocupada.<br />Só no hospital, e muitos exames depois, é que o meu médico é que me falou no assunto mas mantive-me muito tranquila.  Já tinha ouvido falar mas queria saber das coisas como deve ser e ele explicou-me.<br />Neurónios Lusitanos: Como tem sido a evolução da doença;<br />J: RápidaM: Graças a Deus, estável<br />S: Tem estado estável, apenas com altos e baixos próprios do dia-a-dia.<br />Neurónios Lusitanos: Como foi a aceitação;<br />J: Calma <br />M: Encarei e enfrentei bem e procurei pessoas com Esclerose Múltipla.<br />S: Embora a curiosidade fosse muita evitei ir à Internet saber mais da doença, só lendo o que o médico me aconselhou. Como tive uma “apresentação” à Esclerose Múltipla <br /> muito cuidada por mim própria não tive uma reacção de negação. Para além disso, quase logo de seguida encontrei um grupo de pessoas com a mesma patologia que me ajudaram e muito a encarar a doença.<br />Hoje posso dizer mil vezes que “eu tenho a doença mas a doença não me tem a mim!”.<br />Neurónios Lusitanos: Qual o impacto na vida profissional, familiar e social;<br />J: Profissional - 1º consegui manter mas com o avançar da doença tive de me afastar visto que era um trabalho efectuado basicamente sempre em movimento.<br />Familiar - Fui muito apoiado e ainda sou.<br />Social - Tive de me adaptar a minha realidade mas fui sempre o mesmo não noto diferenças no meio comportamental.<br />M: Só o facto de abrandar um pouco o ritmo de trabalho<br />S: Nesta altura passa tudo pela fadiga extrema que me acompanha e que é uma constante da EM, desde não conseguir ir trabalhar certos dias, a ter de desmarcar reuniões ou encontros com amigos e familiares.<br />Um outro obstáculo é não poder cuidar da casa como fazia porque exige muito cansaço.<br />Neurónios Lusitanos: Quais os obstáculos diários que têm de ser ultrapassados;<br />J: Muitos, mas os principais são sem duvida a higiene, o comer e o deslocar<br />M: Até á data, nenhum<br />S: Posso dizer que o meu grande obstáculo é a fadiga, mas tento fazer ao máximo com que consiga desempenhar as minhas funções.<br />Neurónios Lusitanos: Quais os fármacos que podem apaziguar a doença.<br />J: O interferão que, no meu caso, é administrado todos os dias (copaxone), mas há vários, tais como Avonex (1 vez por semana), Rebiff 22 e tb Rebiff 44, Betaferom estes 3 a aplicação é efectuada  dia sim dia não.<br />Existe também o Tisabry que é administrado de 4 em 4 semanas (nota que quem toma este não toma interferão)<br />Existe tb uma quimioterapia para a EM, a Mitoxantrona, e este é um tratamento que é é efectuado normalmente em 6 meses, sendo administrado da seguinte forma: no primeiro mês a quimioterapia no segundo corticóides e depois repete-se mais 2 vezes este ciclo.<br />Os corticoides são outro fármaco utilizado na doença e utilizados quando os doentes tem surtos, 5 dias seguidos (chamado pelos doentes mega dose) e é intravenoso.<br />Existe tb o Botox que é administrado de 4 em 4 meses para tentar controlar a espasticidade ( no meu caso, nem todos os doentes com e.m. fazem este tratamento).  Note-se que este fármaco não é específico ara a EM mas é mais um complemento de ajuda ao doente que tenha muita espasticidade, como é o meu caso.<br />Existem outros fármacos, mas estes foi os que fiz e dos quais vos posso falar mais aprofundadamente.<br />M: Insterferons, como o Rebif, Avonex e Betaferon, acetato de glatirâmero como o Copaxone, existindo ainda o Tysabri.  Mas, no meu caso, o Rebif 44, o que equivale a uma injecção auto administrada dia sim, dia não.<br />S: Os Interferons, como o Rebif 22 e Rebiff 44 (injecções subcutâneas auto-administradas 3 vezes por semana), Avonex (injecção subcutânea semanal intramuscular) e Betaferon (injecção subcutânea auto-administrada dia sim dia não).  Temos ainda umas outras injecções subcutâneas, auto-administradas todos os dias, o Copaxone, que consiste noutro composto, o Acetato de Glatirâmero.<br />Para além disso, para os casos um pouco mais graves e que tenham mais surtos, temos ainda o Tysabri e a Mitoxantrona (um género de quimioterapia para a EM).<br />Quando os portadores de esclerose múltipla estão com surtos exacerbados (quando a lesão está activa) então o tratamento dito de choque faz-se com os Corticoides, à base de cortizona.<br />Bibliografia<br />Para a realização deste trabalho consultámos várias páginas Web e alguns livros:<br />Pesquisa para a realização do texto:<br />Links:<br />http://pt.wikipedia.org/wiki/Esclerose_m%C3%BAltipla<br />http://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_cr%C3%B4nica<br />http://pt.wikipedia.org/wiki/Autoimunidade<br />http://www.jornaldascaldas.com/index.php/2009/08/26/esclerose-multipla/<br />http://www.dmsg.de/ms-verstehen/flash/<br />http://www.sitedasclinicas.com/2010/05/hoje-o-dia-mundial-da-esclerose-mltipla/<br />http://pt.euronews.net/2010/05/20/esperanca-no-tratamento-da-esclerose-multipla/<br />http://www.ms-in-europe.org/news/<br />http://www.ms-research.dk/<br />http://www.msvereniging.nl/<br />http://www.rebicare.pt/pt/ms_news/testimonials/testimonials.html<br />http://www.rebicare.pt/pt/what_is_ms/symptoms/symptoms.html<br />http://www.rebicare.pt/pt/what_is_ms/types_of_ms/opcoes_de_tratamentos_e_possiveis_sintomas/opcoes_de_tratamentos_e_possiveis_sintomas.html<br />Livros:<br />Harrison Medicina Interna 12º Edição, Doenças Desmielinizantes; Jack P. Antel e Barry G. W. Arnason; Guanabara Koogan<br />Dicionário Médico; L.Manuila, A. Manuila, P.Lewalle e M. Nicoulin; Climepsi Editores<br />Pesquisa de Imagens:<br />Links:<br />http://amora2008cerebro.pbworks.com/f/1227873014/esquemaNeuronio.gif <br />http://4.bp.blogspot.com/_m_8c8n2mpkA/S93zHC2IeQI/AAAAAAAAABg/eDYJDzcYYpo/S700/em2.jpg<br />http://w3.ualg.pt/~lnunes/Pessoal/Disciplinas/imagens_modela%C3%A7%C3%A3o/Modela15.jpg<br />
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Esclerose multipla - escrito

  • 1. O que é a esclerose Múltipla?<br />O corpo humano é uma máquina quase perfeita, como tal necessita de um “centro de controlo” que lhe permita regular as suas funções vitais, realizar acções e reagir a estímulos ambientais. O “centro de controlo” do corpo humano é o cérebro, que auxiliado pelo sistema nervoso consegue regular e coordenar todas as funções do corpo humano.<br />O sistema nervoso humano processa informação do ambiente e do próprio corpo. O centro do sistema é o cérebro que, juntamente com a medula espinal forma o sistema nervoso central. O cérebro contém cerca de 100 biliões de células. As células nervosas ou neurónios trocam informação através de “junções” chamadas sinapses. Uma célula nervosa é constituída por um corpo celular, extensões ramificadas e uma parte alongada, o axónio. As células nervosas podem ser estimuladas por impulsos eléctricos, estas recebem estes impulsos de outros neurónios que são recebidos nas partes ramificadas, as dendrites. <br />Fig.1 - Constituição de um neurónio<br />O axónio dos neurónios é coberto por uma camada de mielina como se fosse um fio eléctrico que facilita a transmissão de impulsos de forma rápida e eficaz. Esta camada isoladora de mielina é formada por oligodendricidos. As camadas de mielina não são contínuas ao longo do axónio, estão separadas umas das outras por nódulos. É graças à capacidade isoladora da mielina que os impulsos nervosos podem saltar de um nódulo para o seguinte. Uma célula nervosa coberta de mielina pode transmitir um impulso nervoso dez vezes mais depressa do que uma sem mielina. A complexa rede de conexões neurais é o que permite aos seres humanos pensar, sentir e agir. Para além disso é o que permite aos seus órgãos, músculos e ossos funcionarem convenientemente pois estes funcionam com base numa relação de complexas interacções. <br />No entanto, por vezes o sistema nervoso não funciona convenientemente existindo diversas doenças que afectam este sistema. Alguns exemplos dessas enfermidades são as doenças de Huntingon, Alzheimer e Parkinson. <br />Outra das doenças que afectam o sistema nervoso é a Esclerose Múltipla. Esta doença afecta cerca de 1 milhão de pessoas em todo o mundo e estima que cerca de 5000 pessoas em Portugal sofrem da enfermidade. Foi descoberta em 1868 pelo Dr. Jean-Martin Charcot embora muito antes já existissem registos de pacientes que apresentavam sintomas semelhantes aos que hoje os médicos atribuem à esclerose múltipla.<br /> A esclerose múltipla é uma doença auto-imune, ou seja, a resposta imunitária é efectuada contra alvos existentes no próprio indivíduo. <br />O desenvolvimento desta doença dá-se quando as fibras nervosas do sistema nervoso central desmienilizam ou seja as bainhas de mielina vão sendo destruídas.<br />78676515240<br />Fig.2 - Desmielinização<br /> As bainhas de mielina revestem as fibras nervosas e auxiliam a comunicação entre células, por isso ao serem destruídas, o sistema nervoso transmite mensagens podendo estas não chegar aos órgãos efectores uma vez que existe uma falha na sua transmissão devido à falta de mielina. Como resultado da perda de mielina forma-se um tecido semelhante a uma cicatriz que endurece formando uma placa nalgumas zonas da medula espinal e cérebro. É a este facto que a esclerose múltipla deve o seu nome já que esclerose deriva do grego e significa duro, múltipla pois várias áreas do cérebro e da medula são afectadas.<br />A falta de comunicação entre o sistema nervoso central e os órgãos executores faz com que seja difícil controlar e executar funções como a locomoção (sendo por isso difícil ter coordenação), o equilíbrio ou a visão. Os sintomas mais comuns são a fraqueza muscular, dores articulares, rigidez articular o que faz com que os doentes afectados tenham dificuldade em realizar movimentos com os membros, no entanto estes sintomas variam de caso para caso uma vez que dependem da área do sistema nervoso que for afectada.<br /> Esta desmienilização é degenerativa o que significa que é uma doença invariavelmente progressiva não havendo possibilidade de recessão, já que as bainhas de mielina não se conseguem regenerar. As causas da esclerose múltipla ainda não foram apuradas mas por razões ainda desconhecidas o corpo produz anticorpos contra a sua própria mielina o que causa uma inflamação nas bainhas da mesma. A esclerose múltipla é por isso uma doença inflamatória crónica já que causa a inflamação das bainhas de mielina e é uma enfermidade crónica pois não é tratada num curto espaço de tempo uma vez que é uma enfermidade de evolução lenta. Julga-se que o aparecimento da esclerose múltipla esteja relacionada com causas hereditárias já que uma parte significativa dos doentes têm também um familiar com a mesma enfermidade, assim, pensa-se que a doença é transmitida de geração em geração através da herança genética que é passada de pais para filhos<br />Na realidade a esclerose múltipla não tem tratamento. Embora investigações estejam actualmente a ser desenvolvidas nessa área de forma a conseguir um fármaco que seja eficaz não só a retardar a evolução da doença mas também que consiga fazer com que a mielina descamada regenere, no entanto hoje em dia já existem fármacos que conseguem atenuar os sintomas da doença não tendo qualquer eficácia no que respeita a um tratamento permanente.<br />Os sintomas da esclerose múltipla começam a manifestar-se na maioria dos pacientes numa idade bastante precoce afectando por isso sobretudo pessoas jovens. A idade em que os sintomas se manifestam é o principal factor de previsão de um possível prognóstico pois quanto mais cedo os sintomas se manifestarem mais rápida e prematura será a deterioração, no entanto, o subtipo de esclerose que o paciente apresenta também é determinante na evolução da doença. <br />A Esclerose Múltipla não é uma doença actualmente curável, no entanto, também não é fatal mas, impõe inúmeras limitações na vida das pessoas que a têm. <br /> Mais de metade dos doentes de esclerose múltipla deixa de trabalhar devido à doença: grande parte é despedido ou obrigado a reformar-se antecipadamente, apesar de alguns ainda se considerarem capazes de trabalhar. Muitos doentes deixam de ter uma vida fisicamente activa e por causa disso alguns entram em depressão, enquanto outros se isolam socialmente. <br /> Ultrapassar as limitações que esta doença impõe não é fácil, mas é fundamental pois é a única “cura” conhecida…<br />Como cada caso é um caso…<br /> Resolvemos ir à procura de testemunhos reais de pessoas que compreendem melhor que ninguém esta doença uma vez que, infelizmente, são obrigados a conviver diariamente com ela. Tomámos esta iniciativa pois achamos que a melhor maneira de de cumprir os objectivos que nos foram solicitados (de divulgar e sensibilizar as pessoas para esta enfermidade) é mostrar a realidade de pessoas que se debatem todos os dias com esta doença, para isso entrevistamos três membros do GANG… <br />Entrevista<br />João: 38 anos, diagnosticado em 2002<br />Maria1: 34 anos, diagnosticada em 2004<br />Sandra1: 39 anos, diagnosticada em 2003<br />Neurónios Lusitanos- Com que idade se manifestou a doença?<br />João: Agora olhando para traz reconheço que o primeiro surto que tive foi aos 16 anos mas só aos 29 foi diagnosticado. Maria: 28 anos.<br />Sandra: Aos 33 anos<br />Neurónios Lusitanos - Quais foram os primeiros sintomas?<br />J: Visão dupla, falta de força nos membros principalmente nos inferiores, dormência na mão esquerda e ante braço e falta de equilíbrio.<br />M: Dormência na perna e braço direito e falta de força.<br />S: Olhando para trás no tempo, agora sei que já em pequena, desde o ciclo, que tinha alguns problemas, nomeadamente quando fazia Educação Física. O corpo parecia não responder. Anos mais tarde fiquei com o braço esquerdo completamente dormente mas passou passados alguns dias. Não liguei até que, em 2002, estava eu a trabalhar nos Açores, adormeceu-me o corpo todo, do pescoço para baixo. Deixei de escrever e de poder pegar nas coisas mais simples. Nessa altura estava sozinha nos Açores e decidi vir-me embora passados 3 meses para o Continente. Esses sintomas demoraram quase 1 ano a passar<br />Neurónios Lusitanos - Preocupou-se em ir ao médico ou ignorou os sintomas?<br />J: Fui ao médico imediatamente, eles é que ignoraram os sintomas.<br />M: Fui ao medico pois as dormências não passavam e diziam que era da coluna.<br />S: Ainda nos Açores fui a um médico que me disse que “eram saudades do Continente e inadaptação às ilhas” e receitou-me apenas Xanax.<br />Quando regressei ao Continente, os sintomas acabaram por passar muito lentamente e nessa altura não fui a mais médicos até porque a minha médica de família dizia que era depressão.<br />Só quando, passado um ano, a minha mão direita ficou dormente e, no dia seguinte, também a esquerda, e depois de comentar com a minha mãe, é que fui a um neurologista particular.<br />Neurónios Lusitanos: Como foi feito o diagnóstico;<br />J:<br />M: Ressonância magnética; Potenciais Evocados e Punção Lombar<br />S: Essa neurologista mandou-me fazer imediatamente uns exames que são à base de choques eléctricos que estimulam os nervos dos membros superiores e inferiores (Patenciais Evocados) e uma Ressonância Magnética. Quando viu o resultado da RM encaminhou-me imediatamente para o hospital para que fosse internada porque “precisava de fazer um tratamento muito específico).<br />No hospital, repeti todos esses exames e fizeram-me uma Punção Lombar.<br />Neurónios Lusitanos -o tempo que demorou;<br />J: Depois de estar internado cerca de 2 semanas.<br />M:  2 meses<br />S: No médico particular, menos de um mês e no hospital, cerca de um mês para obter confirmação do diagnóstico (o tempo que fiquei internada).<br />Neurónios Lusitanos - Se foi diagnosticado logo com os primeiros exames;<br />J: Não foi necessário o cruzamento de 3 exames para chegarem a conclusão (Ressonância Magnética, Potenciais Evocados, Punção Lombar)<br />M: Sim, pois 1 ano antes já havia suspeitas mas não havia certezas pois não tinha os sintomas todos.<br />S: Todos os exames foram conclusivos, desde a primeira altura, mas o facto de estarmos sempre sujeitos a estes exames é porque não existe um que é peremptório em diagnosticar a EM… Nem a RM faz isso! Só com a confirmação da Punção Lombar é que os médicos dão o diagnóstico<br />Neurónios Lusitanos -Quais as reacções ao diagnóstico;<br />J: Curiosidade, tristeza.<br />M: Quando me deram a noticia, vi os meus pais chorar e percebi que não era uma doença muito boa e fui pesquisar na net e só me apetecia fugir.<br />S: Aqui, o engraçado +e que podia ter sabido do diagnóstico muito à priori porque tive o resultado da 1ª RM comigo desde sempre mas nunca a abri. O médico particular também não me disse mas claro que conversou com a minha mãe, que a via sempre muito preocupada.<br />Só no hospital, e muitos exames depois, é que o meu médico é que me falou no assunto mas mantive-me muito tranquila. Já tinha ouvido falar mas queria saber das coisas como deve ser e ele explicou-me.<br />Neurónios Lusitanos: Como tem sido a evolução da doença;<br />J: RápidaM: Graças a Deus, estável<br />S: Tem estado estável, apenas com altos e baixos próprios do dia-a-dia.<br />Neurónios Lusitanos: Como foi a aceitação;<br />J: Calma <br />M: Encarei e enfrentei bem e procurei pessoas com Esclerose Múltipla.<br />S: Embora a curiosidade fosse muita evitei ir à Internet saber mais da doença, só lendo o que o médico me aconselhou. Como tive uma “apresentação” à Esclerose Múltipla <br /> muito cuidada por mim própria não tive uma reacção de negação. Para além disso, quase logo de seguida encontrei um grupo de pessoas com a mesma patologia que me ajudaram e muito a encarar a doença.<br />Hoje posso dizer mil vezes que “eu tenho a doença mas a doença não me tem a mim!”.<br />Neurónios Lusitanos: Qual o impacto na vida profissional, familiar e social;<br />J: Profissional - 1º consegui manter mas com o avançar da doença tive de me afastar visto que era um trabalho efectuado basicamente sempre em movimento.<br />Familiar - Fui muito apoiado e ainda sou.<br />Social - Tive de me adaptar a minha realidade mas fui sempre o mesmo não noto diferenças no meio comportamental.<br />M: Só o facto de abrandar um pouco o ritmo de trabalho<br />S: Nesta altura passa tudo pela fadiga extrema que me acompanha e que é uma constante da EM, desde não conseguir ir trabalhar certos dias, a ter de desmarcar reuniões ou encontros com amigos e familiares.<br />Um outro obstáculo é não poder cuidar da casa como fazia porque exige muito cansaço.<br />Neurónios Lusitanos: Quais os obstáculos diários que têm de ser ultrapassados;<br />J: Muitos, mas os principais são sem duvida a higiene, o comer e o deslocar<br />M: Até á data, nenhum<br />S: Posso dizer que o meu grande obstáculo é a fadiga, mas tento fazer ao máximo com que consiga desempenhar as minhas funções.<br />Neurónios Lusitanos: Quais os fármacos que podem apaziguar a doença.<br />J: O interferão que, no meu caso, é administrado todos os dias (copaxone), mas há vários, tais como Avonex (1 vez por semana), Rebiff 22 e tb Rebiff 44, Betaferom estes 3 a aplicação é efectuada  dia sim dia não.<br />Existe também o Tisabry que é administrado de 4 em 4 semanas (nota que quem toma este não toma interferão)<br />Existe tb uma quimioterapia para a EM, a Mitoxantrona, e este é um tratamento que é é efectuado normalmente em 6 meses, sendo administrado da seguinte forma: no primeiro mês a quimioterapia no segundo corticóides e depois repete-se mais 2 vezes este ciclo.<br />Os corticoides são outro fármaco utilizado na doença e utilizados quando os doentes tem surtos, 5 dias seguidos (chamado pelos doentes mega dose) e é intravenoso.<br />Existe tb o Botox que é administrado de 4 em 4 meses para tentar controlar a espasticidade ( no meu caso, nem todos os doentes com e.m. fazem este tratamento).  Note-se que este fármaco não é específico ara a EM mas é mais um complemento de ajuda ao doente que tenha muita espasticidade, como é o meu caso.<br />Existem outros fármacos, mas estes foi os que fiz e dos quais vos posso falar mais aprofundadamente.<br />M: Insterferons, como o Rebif, Avonex e Betaferon, acetato de glatirâmero como o Copaxone, existindo ainda o Tysabri. Mas, no meu caso, o Rebif 44, o que equivale a uma injecção auto administrada dia sim, dia não.<br />S: Os Interferons, como o Rebif 22 e Rebiff 44 (injecções subcutâneas auto-administradas 3 vezes por semana), Avonex (injecção subcutânea semanal intramuscular) e Betaferon (injecção subcutânea auto-administrada dia sim dia não). Temos ainda umas outras injecções subcutâneas, auto-administradas todos os dias, o Copaxone, que consiste noutro composto, o Acetato de Glatirâmero.<br />Para além disso, para os casos um pouco mais graves e que tenham mais surtos, temos ainda o Tysabri e a Mitoxantrona (um género de quimioterapia para a EM).<br />Quando os portadores de esclerose múltipla estão com surtos exacerbados (quando a lesão está activa) então o tratamento dito de choque faz-se com os Corticoides, à base de cortizona.<br />Bibliografia<br />Para a realização deste trabalho consultámos várias páginas Web e alguns livros:<br />Pesquisa para a realização do texto:<br />Links:<br />http://pt.wikipedia.org/wiki/Esclerose_m%C3%BAltipla<br />http://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_cr%C3%B4nica<br />http://pt.wikipedia.org/wiki/Autoimunidade<br />http://www.jornaldascaldas.com/index.php/2009/08/26/esclerose-multipla/<br />http://www.dmsg.de/ms-verstehen/flash/<br />http://www.sitedasclinicas.com/2010/05/hoje-o-dia-mundial-da-esclerose-mltipla/<br />http://pt.euronews.net/2010/05/20/esperanca-no-tratamento-da-esclerose-multipla/<br />http://www.ms-in-europe.org/news/<br />http://www.ms-research.dk/<br />http://www.msvereniging.nl/<br />http://www.rebicare.pt/pt/ms_news/testimonials/testimonials.html<br />http://www.rebicare.pt/pt/what_is_ms/symptoms/symptoms.html<br />http://www.rebicare.pt/pt/what_is_ms/types_of_ms/opcoes_de_tratamentos_e_possiveis_sintomas/opcoes_de_tratamentos_e_possiveis_sintomas.html<br />Livros:<br />Harrison Medicina Interna 12º Edição, Doenças Desmielinizantes; Jack P. Antel e Barry G. W. Arnason; Guanabara Koogan<br />Dicionário Médico; L.Manuila, A. Manuila, P.Lewalle e M. Nicoulin; Climepsi Editores<br />Pesquisa de Imagens:<br />Links:<br />http://amora2008cerebro.pbworks.com/f/1227873014/esquemaNeuronio.gif <br />http://4.bp.blogspot.com/_m_8c8n2mpkA/S93zHC2IeQI/AAAAAAAAABg/eDYJDzcYYpo/S700/em2.jpg<br />http://w3.ualg.pt/~lnunes/Pessoal/Disciplinas/imagens_modela%C3%A7%C3%A3o/Modela15.jpg<br />