1. Universidade Lusíada, Porto 16 NOV 2012, Dia do desassossego
MAKE BETTER CITIES
José Carlos Mota, Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território
Universidade de Aveiro (jcmota@ua.pt )
http://jcmworks.blogs.sapo.pt/
4. O QUE É UMA CIDADE?
OBJECTO (FÍSICO)?
PALCO (ACTIVIDADES SOCIAIS OU
ECONÓMICAS)?
CAUSA OU OBJECTIVO (CÍVICO E
POLÍTICO)?
5. DEFINIÇÃO JURÍDICA DE
CIDADE (EM PORTUGAL)
Uma vila só pode ser elevada à categoria de cidade quando conte
com um número de eleitores, em aglomerado populacional
contínuo, superior a 8.000 e possua, pelo menos, metade dos
seguintes equipamentos colectivos:
- instalações hospitalares com serviço de permanência;
- Farmácias
- corporação de bombeiros
- casa de espectáculos e centro cultural
- museu e biblioteca
- instalações de hotelaria
- estabelecimentos de ensino preparatório e secundário
- estabelecimentos de ensino pré-primário e infantários
- transportes públicos, urbanos e sub-urbanos
- parques ou jardins públicos
Lugares com mais de No entanto, "razões de ordem histórica, cultural e arquitectónica
2 500 habitantes, poderão justificar uma ponderação diferente dos requisitos
2001 enumerados“ anteriormente.
(Lei n.º 11/82 de 2 de Junho)
12. CIDADES INTELIGENTES
(territórios com capacidade de
aprender e inovar, baseadas na
criatividade dos seus habitantes,
instituições e das suas infra-
estruturas tecnológicas) –
Innovation Hubs
14. CIDADES CRIATIVAS
A abordagem sobre cidades criativas desenvolvida por Richard
Florida (2003) refere a importância de pensar o futuro das cidades
de forma diferente.
(ingredientes… 3T+1T)
… novas políticas ligadas à criatividade numa aposta que
visa a atracção e a fixação de talentos, e a capacidade de
desenvolver ou tirar partido da tecnologia
(universidades e empresas inovadoras) para estimular o
desenvolvimento das cidades, apoiada numa atitude de
tolerância que valorize a diversidade social e cultural; e
que valorize os recursos territoriais;
Com base neste conjunto de indicadores ele desenvolveu um
estudo e estabeleceu um ranking das cidades (mais) criativas (…);
15. INDÚSTRIAS
CRIATIVAS
Foram definidos os seguintes segmentos
para o sector criativo: Publicidade,
Arquitectura, Artes e Antiquários,
Artesanato, Design, Design de Moda,
Cinema e Vídeo, Software Interactivo de
Entretenimento, Música, Artes
Performativas, Edição, Software e
Serviços de Informática, Televisão e
Rádio.
Refere-se ainda que existem também
relações económicas com outros
domínios, tais como Turismo, Museus e
Galerias, Património e Desporto.
Fonte: http://www.culture.gov.uk/
Indústrias Criativas
16.
17.
18. TRÊS DESAFIOS PARA
UMA CIDADE CRIATIVA Câmara, 2007)
(António
“as cidades têm de “estas devem
explorar os factores transformar-se em
que as diferenciam” laboratórios vivos,
espaços de aventura
e
EXPERIMENTAÇÃO”
“devem apostar no desenvolvimento de estratégias
COLABORATIVAS (que mobilizem os cidadãos e que
tirem partido das tecnologias disponíveis)”.
19. TRÊS DESAFIOS PARA
UMA CIDADE CRIATIVA
Ingredientes – 3 ou 4T’s
(que ingredientes únicos oferece?)
+
Receita
(como combiná-los de forma inovadora?)
+
Saber Fazer
(quem faz?)
=
FAZER CIDADE DE FORMA CRIATIVA
21. Assegura formas de
negociação e
‘responsabilização’ na
decisão
Dar a possibilidade de dar a
voz e ouvir os cidadãos;
eventualmente dar conselhos;
não assegura que se tenha em
conta a sua opinião;
Permitir que os
detentores do poder
‘eduquem’ ou ‘curem’ os
cidadãos;
‘Ladder of citizen participation’ (ARNSTEIN, 1967)
23. CIDADES
COLABORATIVAS
Comunidades de Aprendizagem
Mobilizam diferentes saberes (científicos
e empíricos)
Respondem a problemas ou
necessidades
Desígnio comum & interesse colectivo
Organizam um quadro comum para a
acção
Co-responsabilizam pela sua
implementação
24. CIDADES COLABORATIVAS
O lugar dos movimentos cívicos urbanos
Tensões
As cidades como palco da
mobilização cívica (de Tahrir a
Madrid, de Luanda a NY)
25. CIDADES COLABORATIVAS
O lugar dos movimentos cívicos urbanos
Intenções
As cidades como palco de
mobilização cívica
26. O lugar dos movimentos cívicos urbanos na crise de
hoje e no futuro de amanhã
27. As cidades são uma das principais
heranças que recebemos da
produção colectiva… expressam
diferentes formas de vivência e
conflito estando no seu DNA a
sua gestão através da dimensão
cívica.
As cidades podem afirmar-se
como um laboratório vivo de
gestão de conflitos, um teste à
mobilização colectiva para
resolver problemas (ambiente
propício para a criação de
inovação social pertinente,
profunda e criativa)
29. O momento actual
Estranho
• ‘A maior crise da
mundo
Europa desde a II
onde GG’
• Jean-Claude Trichet, BCE, Reuters,
4Out2011
vivemos • ‘Corretor diz que
quem manda no
mundo é a
Goldman Sachs’
• Alessio Rastani, BBC 27.09.2011
30. Estranho Economia Mundial
•Só 2% dos
mundo
fluxos
onde mundiais de
vivemos
capitais estão
relacionados
com
economia real
• Boaventura Sousa Santos, ‘Portugal,
ensaio contra a auto-flagelação’ 2011
31. O ‘problema português’
Estranho
• Forte correlação entre a a
‘desigualdade de rendimentos’ e a
mundo ‘confiança interpessoal’;
• Maiores diferenças de rendimentos e
a maior desconfiança interpessoal;
onde
• Desigualdade de rendimentos
• -> os 'interesses instalados e as
capelinhas’;
vivemos
• Desconfiança
• -> dificuldade de desenvolver um
projecto colectivo (substituído pela
‘vontade do líder’);
• -> a troca 'da confiança pela lealdade' To tal
• André Barata, 31.03.2011, SEDES citando 40,0
Wilkinson and Pickett 2009 Outro s inac tivos
20,0
0,0
Empregado s
Por tugal
Espanha
Elevada taxa de risco de pobreza, após
Reformado s Desempregado s
•
transferências sociais (% do total da Total
população respectiva, Dezembro 2010) Fam. c/crianças
40,0
20,0 Homem só
Portugal
0,0
Espanha
Fam. s/crianças Mulher só
Fam. monoparentais
32. O ‘problema português’
Estranho • A dificuldade de pensar
global (por razões várias,
políticas, culturais,…) e de
mundo agir local;
• Portugal o segundo país não-
onde micro da EU com menor
despesa local e regional
(pior é a Grécia, depois
Irlanda)
vivemos • Regiões: 4,45%; Municípios:
10,11%; Freguesias: 0,14%
DEXIA / CEMR Fev 2011, Council of
European Municipalities and Regions,
Despesa Pública Sub-Nacional, dados 2008
33. Políticas públicas desajustadas
A
• ‘O investimento público fez o
contrário do que devia; deu
crise! orientações de rentabilidade ao
investimento em não
transaccionáveis (obras públicas),
desqualificando a mão de obra’;
em • ‘Acreditou-se que a revolução
tecnológica ia mudar o paradigma
de produtividade e de modernização
Portugal da sociedade portuguesa’;
• ‘Orientações ‘bipolares’ da Comissão
Europeia: Keynesianas (fomentar
intervenção e investimento público)
logo seguidas de forte austeridade
(contenção de investimento
público)’;
• Prof. António Figueiredo [Economia com futuro,
30.09.2011]
34. O momento actual
A
• ‘Vivemos o fim de uma das
crise! maiores narrativas do 25 de
Abril e que alimentámos
durante anos que era a
esperança na melhoria da
qualidade de vida dos
em portugueses’
• ‘o presente momento vai
trazer uma série de
Portugal modificações (na maneira de
viver, no consumismo, como
se olha para a política, nas
relações entre as pessoas)’[no
fundo, nas diferentes formas
de organização colectiva]
• José Gil, filósofo
35. A
crise!
• Como ir para além
do debate sobre a
em culpa?
• Que novos
Portugal
caminhos temos de
trilhar?
36. Respostas Cortes, correcções e
ajustamentos [resposta
à imediata]
crise! • Redução da dívida
pública;
• Cortes no Investimento
Público;
em • Aumento de impostos
(contribuintes &
Portugal empresas);
• Cortes nos salários;
• Redução do número de
funcionários públicos;
37. Novas
respostas E quanto ao crescimento?
à • Como vamos criar
empregos e riqueza, que
crise? nos permita pagar a dívida
e evitar a crise social?
• Será um desafio para as
empresas, para o Estado
ou para a sociedade
portuguesa?
em • E como vamos mobilizar a
sociedade para responder
Portugal a este desafio? Como
podemos aprender com
outras mobilizações?
• E o papel da cidades?
39. CIDADES E A CRISE
Plano B para Portugal
Precisamos [plano de ajuda interna]
de um • Uma nova forma de
pensar o futuro
Plano B colectivo e o
desenvolvimento
económico e social,
construído a partir da
escala local - das
cidades (num momento
em que se discute o
futuro do Poder Local)
40. CIDADES E A CRISE
Precisamos Inspiração - Plano B
de um
Relevância do local
(proximidade,
Plano B cidadania/inovação social,
cosmopolitismo/multicult
uralismo, bem Carta Estratégica de Lisboa
estar/placemaking,
accountability; ‘economia
das cidades’), mas com
estratégia e planeamento
(visão global para o local;
inserção em redes);
‘Das 20 propostas para
saída da crise, oito são
claramente locais!’
New Economic Foundation, 2008
41. Não estamos sozinhos
[âmbito nacional]
• US Urban Policy –
American Jobs Act &
American Recovery
and Reinvestment Act
• Europa 2020 - Smart,
Sustainable and
Inclusive Economy &
Territorial Cohesion
42. Não estamos sozinhos
[âmbito local]
• Agenda for Prosperity - Toronto
(Canada);
• Ten Steps to Save the Cities (UK);
• New economy: Growth and prosperity
for Manchester (UK);
• City Relationships: Economic linkages
in Northern city regions (UK)
• Urbact Cities Facing the crisis;
• Driving economic recovery: The Core
Cities – A new partnership with
government
• Portugal, futuro(s) das cidades e do
território: competitividade e
sustentabilidade exercícios de
cenarização para discussão
(DPP/ANEOP, 2011)
• Cidades e Desenvolvimento (CGD, 2011)
• Low-Cost & High-Value Ideas for Cities;
• Rede Iberoamericana Comunidades,
Territórios & Economia Cultural e
Criativa;
43. 2. promovidos por cidadãos ou de grupos
de cidadãos (bairro/rua), para a comunidade
3. sustentados
1. Ideias de em passos
pequena escala, experimentais
ligeiros, rápida e incrementais
execução,
efeito visível e
baratos 4. apoio low-
profile das
instituições e
comunidades
6. com RF locais e
regionais 5. com talentos e RH
locais e regionais
45. Inspirações
Residências Artísticas em lojas devolutas (1/3/6 meses); Oferecer a montra vazia para a valorização
de um talento ou competência local; com troca de pequenas obras/limpezas;
47. Inspirações
Habitação Low-Cost (Porto) – estimular mercado de arrendamento nas zonas
antigas das cidades; Co-work (espaços de trabalho colaborativo);
48. Inspirações
Manobras no Porto
Animação do centro!
49. Inspirações
http://www.guerrillagardening.org/
Jardinagem de Guerrilha
57. Movimento ‘Cidades pela Retoma’ 2011 - https://www.facebook.com/CidadespelaRetoma & http://noeconomicrecoverywithoutcities.blogs.sapo.pt/
MIGUEL BARBOT | RODRIGO CARDOSO | FRANCISCO FLORIDO | VÍTOR SILVA |
JOSÉ CARLOS MOTA | FERNANDO NOGUEIRA | GONÇALO SANTINHA |
SUSANA LOUREIRO | CATARINA RODRIGUES | GIL RIBEIRO | FREDERICO
LUCAS | RUI MATOSO |JOÃO SEIXAS | MÁRIO ALVES | BRUNO LAGE | JORGE
REIS | PATRÍCIA ROMEIRO | MIGUEL TORRES | DANIELA AMBRÓSIO |
JOAQUIM PAVÃO | GIL MOREIRA
Contexto
Movimento
• Iniciativa cívica colectiva dedicada a discutir o
papel das cidades e das suas comunidades em
momentos de transição social e económica, e a
Cidades reflectir sobre práticas urbanas e o futuro da
cidadania.
• Núcleo duro de 20 pessoas (Porto, Aveiro,
pela Coimbra, Guarda, Covilhã, Torres Vedras,
Lisboa e Faro);
• Organiza debates/conferências (Porto, Faro e
Retoma em Lisboa) e tem vindo a produzir reflexão;
• Desenvolve o projecto Global City 2.0 – uma
rede de movimentos cívicos de cidade à escala
mundial, com parceiros internacionais (Brasil,
Espanha, Argentina, Itália, Reino Unido, EUA,
Austrália e Estónia) e uma rede de
especialistas/interessados;
• Lançamento público em 18 de Abril 2011, com
colóquio de Saskia Sassen e João Ferrão;
• Site www.globalcitynetwork.org/ oferecido
pela empresa Ponto-C, de Aveiro (no âmbito
do Ano Europeu Voluntariado);
• Mailing-list
(https://groups.google.com/group/cidadespela
retoma), Facebook
(https://www.facebook.com/CidadespelaReto
ma) e blogue
(http://noeconomicrecoverywithoutcities.blog
s.sapo.pt/)
58. partir das comunidades e dos cooperação; capacitação;
poderes locais (‘do futuro’); experimentação e
enfoque em acções cirúrgicas; aprendizagem;
ideias para
transformar
LOCAL COLABORATIVA
gerar riqueza,
emprego;
as cidades; contribuir para
valorizem a coesão
recursos e social; iniciar a
saberes ‘transição’;
(científicos e
locais) em
diferentes AGENDA ALIANÇA
domínios:
economia
cultural e
RETOMA
criativa,
construção
sustentável,
envelhecime
nto activo,
mobilidade alinhar
sustentável, movimentos e
alimentação; instituições
com interesses
comuns
59. PODER LOCAL
(DO FUTURO)
ASSOCIAÇÕES E
ORGANIZAÇÕES
CIDADES,
CIDADÃOS
ALIANÇA
pelas
ARTE/CULTURA, CIÊNCIA,
DESENVOLVIMENTO E
VIZINHOS CIDADANIA
BAIRRO, RUA,
CIDADE CIDADES
ACTORES
ECONÓMICOS DAS
UNIVERSIDADES E CIDADES
INVESTIGADORES
Quem pode participar na aliança?
Quantas alianças se podem criar?
60. 1.º
2.º
COMUNIDADE E/OU GRUPO
PODERES LOCAIS DINAMIZADOR E REFLEXÃO
COORDENADOR ESTRATÉGICA
5.º
MOBILIZAR 3.º 4.º IDENTIFICAR TEMAS
CONHECIMENTO DEBATE LOCAL CHAVE/CRIAR GRUPOS
CIENTÍFICO E PELA RETOMA TEMÁTICOS:
EMPÍRICO economia da cultura;
(TEMAS CHAVE) regeneração e construção
sustentável; economia
6.º social; envelhecimento
activo; mobilidade
GERAR IDEIAS sustentável; alimentação
BAIXO-CUSTO & local; relação
ALTO-IMPACTO cidade/campo;
SOBRE TEMAS
CHAVE DA CIDADE
7.º 8.º
COMUNICAR
CRIAR ESPAÇO GERAÇÃO DE
COLABORATIVO IDEIAS/PROPOSTAS
PELA RETOMA - COMUNIDADE
LOCAL E PAÍS
AGENDA LOCAL
COLABORATIVA
PELA RETOMA 9.º
Mas é difícil de
organizar?
61.
62. Estimular o envolvimento dos cidadãos, actores locais e
responsáveis na reflexão conjunta sobre o futuro do
seus bairro, freguesia e concelho e na identificação de
micro-propostas de acção (baixo-custo e alto impacto).
http://roteiroitinerantedeparticipacao.blogs.sapo.pt/
https://www.facebook.com/EscoladaParticipacao
63. Roteiro
Itinerante
de Participação
[DIALOGAR]
palco colaborativo de reflexão e acção sobre os problemas e
potencialidades de um bairro ou freguesia do concelho
[PARTILHAR & CONSTRUIR]
mobilizar saberes de diferentes áreas, desde o urbanismo,
arquitectura, paisagismo, design, artes, cultura, turismo, gestão,
tecnologias e ciência para identificar com a comunidade (dos
mais jovens aos mais idosos) um conjunto de propostas de
acção de baixo-custo e alto-impacto
[EXPERIMENTAR]
ensaiar (conjunto restrito) de acções com a participação dos
membros da comunidade do bairro/freguesia e demais cidadãos
de Aveiro que se associem ao projecto
64. José Carlos Mota, Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território
Universidade de Aveiro (jcmota@ua.pt )