2. SANTO AMBRÓSIO, “ESTADISTA” DA
IGREJA
Precursor e orientador de Santo
Agostinho.
Santo Ambrósio descendia de
uma influente família romana
convertida ao cristianismo.
Nascido na Gália, estudou
filosofia, retórica e filosofia.
Transferiu-se para Milão, onde
viveu os anos mais importantes
de sua carreira.
3. SANTO AMBRÓSIO, “ESTADISTA” DA
IGREJA
O bispo de Milão havia morrido em
374 e houve polêmica para a escolha
de seu sucessor.
Sto. Ambrósio já se destacava como
um influente membro da Igreja: seu
nome foi sugerido como alternativa
conciliadora, com grande
receptividade, sendo nomeado bispo
no mesmo ano.
4. SANTO AMBRÓSIO, “ESTADISTA” DA
IGREJA
Sua principal contribuição para o
pensamento cristão da Idade Média foi
estabelecer com firmeza as relações
entre o Estado (o Império) e a Igreja.
Tornou-se necessário determinar como
as duas instituições deviam se
relacionar, pois o cristianismo já exercia,
no início da Idade Média, uma influência
significativa na política.
5. SANTO AMBRÓSIO, “ESTADISTA” DA
IGREJA
Isso aconteceu porque os cristãos formavam
um grupo numeroso na sociedade, que se
comportava conforme as orientações morais
dos sacerdotes da Igreja.
No Império Romano os cristãos constituíam a
maioria da população; mesmo entre os
governantes, havia muitos seguidores do
cristianismo.
Sto. Ambrósio foi talentoso em sua atuação
como líder da Igreja e hábil político.
6. SANTO AMBRÓSIO, “ESTADISTA” DA
IGREJA
Escreveu várias cartas para os diferentes
governantes que administravam o Império,
nas quais dava conselhos, fazia
reivindicações para a Igreja e os cristãos, e
os advertia para que eles se portassem
segundo a moral cristã.
A justificativa usada por Sto. Ambrósio para
exercer sua autoridade e intervir nos
assuntos de Estado provinha de sua
condição de representante da Igreja fundada
por Cristo e, portanto, de mediador entre
Deus e os assuntos humanos.
7. SANTO AMBRÓSIO, “ESTADISTA” DA
IGREJA
Como bispo, ele era o instrumento
por meio do qual as bênçãos ou
as condenações divinas eram
aplicadas.
Segundo ele, todo cidadão devia
prestar serviço militar ao Império,
o imperador devia se submeter à
verdade revelada por Deus.
9. SANTO AGOSTINHO
No processo de desenvolvimento do
cristianismo, tornou-se necessário
explicar seus preceitos às autoridades
romanas e ao povo em geral.
A Igreja Católica sabia que esses preceitos
não podiam simplesmente ser impostos
pela força. Tinham de ser apresentados de
maneira convincente, mediante um trabalho
de pregação e conquista espiritual.
10. SANTO AGOSTINHO
Foi assim que os primeiros padres da Igreja
se empenharam na elaboração de diversos
textos sobre a fé e a revelação cristã.
O conjunto desses textos ficou conhecido
como PATRÍSTICA, por terem sido escritos
principalmente por esses grandes padres
da Igreja.
Uma das principais correntes da filosofia
patrística, inspirada na filosofia grego-
romana, tentou munir a fé de argumentos
racionais.
11. SANTO AGOSTINHO: VIDA
Nome: Aureliano Agostinho;
Nasceu em Tagaste (África), no ano de
354;
Morreu em Hipona (Argélia), no ano de
430. Onde foi bispo da Igreja Católica.
Até completar 32 anos não era cristão.
Havia tido até uma vida voltada aos
prazeres do mundo e, de uma ligação
amorosa ilícita para a época, nascera-lhe
Adeodato.
Foi professor de retórica em escolas
romanas.
12. SANTO AGOSTINHO:
FORMAÇÃO INTELECTUAL
Despertou 1ª para a filosofia com a leitura de
CÍCERO.
Posteriormente, deixou-se influenciar pelo
MANIQUEÍSMO (doutrina persa que afirmava
ser o universo dominado por dois grandes
princípios opostos, o BEM e o MAL, mantendo-
se uma incessante luta entre si).
Mais tarde, insatisfeito com o maniqueísmo,
viajou para Roma e Milão, entrando em contato
com o CETICISMO e, depois com o
NEOPLATONISMO.
13. SANTO AGOSTINHO: CONVERSÃO
AO CRISTIANISMO
Cresceu e se aprofundou, então, em
Agostinho uma grande crise existencial,
uma inquietação quase desesperada em
busca de sentido para a vida.
Foi nesse período crítico que ele se
encontrou com Santo Ambrósio, bispo de
Milão, sentindo-se extremamente atraído
por suas pregações.
Pouco tempo depois, converteu-se ao
cristianismo, tornando-se seu grande
defensor pelo resto da vida.
14. SANTO AGOSTINHO:
A SUPERIORIDADE DA ALMA SOBRE O CORPO
Em sua obra, argumenta sobre a
SUPREMACIA DO ESPÍRITO SOBRE O
CORPO.
Para ele, a alma teria sido criada por Deus
para reinar sobre o corpo, para dirigi-lo à
prática do bem.
A verdadeira liberdade estaria na
harmonia das ações humanas com a
vontade de Deus.
Ser livre é servir a Deus, pois o prazer de
pecar é a escravidão.
15. SANTO AGOSTINHO:
BOAS OBRAS OU GRAÇA DIVINA?
Segundo o filósofo, o homem que trilha a
via do pecado só consegue retornar aos
caminhos de Deus e da salvação mediante
a combinação de seu esforço pessoal de
vontade e a concessão, imprescindível, da
graça divina.
Sem a graça de Deus, o homem nada pode
conseguir.
Mas nem todas as pessoas deverão
receber essa graça, mas somente os
PREDESTINADOS à salvação.
16. SANTO AGOSTINHO:
BOAS OBRAS OU GRAÇA DIVINA?
A doutrina da predestinação à salvação foi,
posteriormente, adotada por alguns ramos
da teologia protestante.
Pelágio, afirmava que a boa vontade e as
boas obras humanas seriam suficientes
para a salvação individual. Era a doutrina
do PELAGIANISMO.
Agostinho colocou-se contra essa doutrina
e, no concílio de Cartago do ano de 417, o
papa Zózimo condenou o pelagianismo
como heresia.
17. SANTO AGOSTINHO:
BOAS OBRAS OU GRAÇA DIVINA?
A condenação do pelagianismo se
explica pelo fato de que conservava a
noção grega de autonomia da vida moral
humana, isto é, a noção de que o
homem pode salvar-se por si só, sendo
bom e fazendo boas obras, sem a
necessidade da ajuda divina.
Essa noção chocava com a idéia de
submissão total do homem ao Deus
cristão, defendida pela Igreja.
18. SANTO AGOSTINHO:
BOAS OBRAS OU GRAÇA DIVINA?
Enquanto na filosofia grega o
indivíduo se identificava com o
cidadão, a filosofia cristã agostiniana
enfatiza no indivíduo sua vinculação
pessoal com Deus, a
responsabilidade de cada indivíduo
pelos seus atos e exalta a salvação
individual.
19. SANTO AGOSTINHO:
LIBERDADE HUMANA E PECADO
Vontade é uma força que
determina a vida e não uma
função específica ligada ao
intelecto.
Agostinho contrapõe-se, dessa
forma, ao intelectualismo moral,
que teve sua expressão máxima
em Sócrates.
20. SANTO AGOSTINHO:
LIBERDADE HUMANA E PECADO
Isso significa que a LIBERDADE
HUMANA é própria da vontade, e
não da razão.
E é nisso que reside a fonte do
pecado. O indivíduo peca porque
usa de seu livre-arbítrio para
satisfazer uma vontade má,
mesmo sabendo que tal atitude é
pecaminosa.
21. SANTO AGOSTINHO:
PRECEDÊNCIA DA FÉ SOBRE A RAZÃO
Agostinho discutiu a diferença
existente entre fé cristã e razão,
afirmando que a fé nos faz crer em
coisas que nem sempre
entendemos pela razão.
“Creio tudo o que entendo, mas
nem tudo que creio também
entendo. Tudo o que compreendo
conheço, mas nem tudo que creio
conheço.”
22. SANTO AGOSTINHO:
PRECEDÊNCIA DA FÉ SOBRE A RAZÃO
Baseando-se no profeta bíblico
Isaias, dizia ser necessário CRER
PARA COMPREENDER, pois a fé
ilumina os caminhos da razão, e
que a COMPREENSÃO NOS
CONFIRMA A CRENÇA
posteriormente.
23. SANTO AGOSTINHO:
A HERANÇA DO HELENISMO
O pensamento agostiniano reflete
os principais passos de sua
trajetória intelectual anterior à
conversão ao catolicismo, que
teve a influência do helenismo.
Vejamos:
24. SANTO AGOSTINHO:
A HERANÇA DO HELENISMO
Do MANIQUEISMO
ficou uma concepção dualista no
âmbito moral, simbolizada pela luta
entre o bem e o mal, a luz e as
trevas, a alma e o corpo. Insistia em
que já nascemos pecadores e
somente um esforço consciente
pode nos fazer superar essa
deficiência natural.
25. SANTO AGOSTINHO:
A HERANÇA DO HELENISMO
Do CETICISMO
ficou a permanente
desconfiança nos dados dos
sentidos, isto é, no
conhecimento sensorial,
conhecimento que nos
apresenta uma multidão de
seres mutáveis, flutuantes e
transitórios.
26. SANTO AGOSTINHO:
A HERANÇA DO HELENISMO
Do PLATONISMO
assimilou a concepção de que a verdade,
como conhecimento eterno, deveria ser
buscada intelectualmente no “mundo das
idéias”.
Defendeu a via do autoconhecimento, o
caminho da interioridade, como
instrumento legítimo para a busca da
verdade. Somente o íntimo de nossa
alma, iluminada por Deus, poderia atingir
a verdade das coisas.
27. BIBLIOGRAFIA
CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. 4 ed. São
Paulo: Ática, 2012.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria
Helena Pires. Filosofando: introdução à Filosofia.
São Paulo; Ática, 1993.
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia:
história e grandes temas. 16 ed. reform. e ampl.
São Paulo: Saraiva, 2006.