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ESTÉTICA
Profº José Ferreira Júnior
A VIVÊNCIA ATRAVÉS DA ARTE
 Estética vem do grego aisthetiké.
 Refere-se a tudo aquilo que pode ser
  percebido pelos sentidos.
 DEFINIÇÕES DE ESTÉTICA:

 KANT  o estudo das condições da
  percepção pelos sentidos.
 ALEXANDER BAUMGARTEN  utilizou o
  termo estética pela primeira vez no sentido
  de teoria do belo e das suas manifestações
  através da arte.
A VIVÊNCIA ATRAVÉS DA ARTE
A  ESTÉTICA pretende alcançar um tipo
  específico de conhecimento: aquele que é
  captado pelos sentidos.
 A ESTÉTICA parte da experiência sensorial,
  da sensação, da percepção sensível, para
  chegar a um resultado que não apresenta a
  mesma clareza e distinção da lógica e da
  matemática.
 Seu principal objeto de investigação é o
  fenômeno artístico que se traduz na obra de
  arte.
O QUE É BELO?
O    ser humano pode fazer:
   JUÍZOS DE FATO  dizer o que são as coisas
   JUÍZOS DE VALOR  julgar se determinada
    coisa é boa, ruim, agradável, bonita, feia etc.
        JUÍZO MORAL
        JUÍZO ESTÉTICO julgamos se algum objeto,
         algum acontecimento, alguma pessoa ou algum outro
         ser é belo.
 Deuma forma geral belo é algo que nos
 agrada, que nos satisfaz os sentidos, que nos
 proporciona prazer sensível e espiritual.
O QUE É BELO?
 Osfilósofos que se dedicaram à investigação
 do que é a beleza se dividem quanto a essa
 questão:
   Para uns, a beleza é algo que está
    objetivamente nas coisas;
   Para outros, a beleza é apenas um juízo
    subjetivo, pessoal e intransferível a respeito das
    coisas.
 Onde   se encontra a beleza?
INTERPRETAÇÕES IDEALISTAS E
EMPIRISTAS
 Para  os filósofos idealistas a beleza é algo
  que existe em si mesma.
 Para Platão a beleza seria uma forma ideal
  que subsistiria por si mesma, como um
  modelo, no mundo das idéias.
 Para os filósofos materialistas-empiristas
  (Hume) a beleza não está propriamente nos
  objetos, mas depende do gosto de cada
  um, da maneira como cada pessoa vê e
  valoriza o objeto.
INTERPRETAÇÃO DE KANT
 LIVRO:  Crítica da Faculdade do Juízo.
 Buscou mostrar que, ainda que o juízo
  estético sobre as coisas seja uma
  capacidade subjetiva, pessoal, há, no
  entanto, aspectos universais na percepção
  estética dos indivíduos.
 A nossa estrutura sensível (os órgãos dos
  sentidos) e a nossa imaginação são as
  condições que tornam possível a percepção
  estética, mas essas condições são comuns a
  todos os homens.
INTERPRETAÇÃO DE KANT
 Kant  entendia que o juízo estético não é
  guiado pela razão e sim pela faculdade
  da imaginação.
 Julgamos belo aquilo que nos
  proporciona prazer, o que não é nada
  lógico ou racional e sim algo subjetivo, já
  que se relaciona ao prazer ou desprazer
  individual.
 Para Kant, “todos os juízos de gosto são
  juízos singulares”.
INTERPRETAÇÃO DE KANT
 Kant  também diz que “belo é o que
  apraz universalmente sem conceito”.
 O que isso significa?
 Kant afirma que é impossível conceituar,
  definir racionalmente o belo, pois
  “quando se julgam objetos
  simplesmente segundo conceitos, toda
  a representação da beleza é perdida”.
INTERPRETAÇÃO DE KANT
 Quando    dizemos que algo é belo,
  pretendemos que esse juízo esteja afirmando
  algo que pertence ao objeto realmente.
 Não dizemos “isto é belo para mim”, mas sim
  “isto é belo”, esperando que os outros
  concordem com esse julgamento.
 Portanto esse julgamento pretende ser voz
  universal, pois contém uma expectativa de
  que aquilo que julgamos belo seja, de fato,
  belo.
INTERPRETAÇÃO DE KANT
 Essa  expectativa se torna possível, para
  Kant, devido ao fundamento do juízo de
  gosto, que seria a vinculação universal
  entre o belo e o sentimento de prazer.
 Como determinados objetos despertam
  em grande quantidade de pessoas o
  mesmo sentimento de prazer, é possível
  supor a existência de certa
  universalidade nos juízos estéticos.
INTERPRETAÇÃO DE HEGEL
 Hegel  trabalhou a questão da beleza numa
  perspectiva histórica.
 Para ele, o relativo consenso acerca de quais
  são as coisas belas mostra apenas que o
  entendimento do que é belo depende do
  momento histórico e do desenvolvimento
  cultural.
 Esses dois fatores determinariam certa visão
  de mundo, a partir da qual algumas coisas
  seriam consideradas belas e outras não.
INTERPRETAÇÃO DE HEGEL
 Em  Hegel, a beleza artística não diz respeito
  apenas à sensação de prazer que
  determinada obra possa proporcionar, mas à
  capacidade que ela tem de sintetizar um
  dado conteúdo cultural de um momento
  histórico.
 A arte não é apenas fruição, mas tem como
  função mostrar, de modo sensível, a evolução
  espiritual dos homens ao longo da história.
INTERPRETAÇÃO DE HEGEL
 Para  Hegel a percepção da beleza é uma
  construção social que depende do
  alargamento da capacidade de recepção do
  indivíduo, ou seja, da sua capacidade de ver,
  ouvir, sentir.
 A capacidade estética, que é subjetiva, seria
  formada a partir das relações objetivas da
  vivência social de cada um.
 Para Hegel, tanto a definição do que é beleza
  quanto a capacidade individual de percebê-la
  são construções histórico-sociais.
ARTE
EXPRESSÃO CRIATIVA DA SENSIBILIDADE
 ARTE    conjunto de coisas que se
  distinguem por revelar talento, perícia,
  habilidade e beleza.
 OBRA DE ARTE  música, romance, pintura,
  dança, poema.
 O que é arte?
     Para Susanne K. Langer, a arte pode ser
      entendida como a prática de criar formas
      perceptíveis expressivas do sentimento
      humano.
ARTE
EXPRESSÃO CRIATIVA DA SENSIBILIDADE
 Analisemos, então o conteúdo essencial
  dos termos da definição:
 PRÁTICA DE CRIAR  a arte é produto
  do fazer humano (prática + criatividade).
 FORMAS PERCEPTÍVEIS  a arte se
  concretiza em formas capazes de serem
  percebidas por nossa mente. Essas
  formas podem ser estáticas ou
  dinâmicas.
ARTE
EXPRESSÃO CRIATIVA DA SENSIBILIDADE
 EXPRESSÃO      DO SENTIMENTO HUMANO 
  a arte é sempre manifestação dos sentimos
  humanos. Esses sentimentos podem revelar
  emoção ou revolta.
 A função primordial da arte seria “objetivar o
  sentimento de modo que possamos contemplá-
  lo e entendê-lo”.
A ARTE COMO FENÔMENO SOCIAL
 Há  estudiosos que vêem na obra de arte uma
  manifestação pura e simples da sensibilidade
  individual do artista.
 Outros a encaram como uma atividade
  plenamente lúdica, gratuita, livre de quaisquer
  preocupações utilitárias ou condicionamentos
  exteriores à sua própria criação.
 Outra característica importante: o fato de que a
  arte é um fenômeno social.
A ARTE COMO FENÔMENO SOCIAL
A      arte é fenômeno social porque:
     O ARTISTA É UM SER SOCIAL  como ser social, o
      artista reflete na obra de arte sua maneira própria de
      sentir o mundo em que vive, as alegrias e as angústias,
      os problemas e as esperanças de seu momento histórico.
     A OBRA DE ARTE É PERCEBIDA SOCIALMENTE PELO
      PÚBLICO  por mais íntima e subjetiva que seja a
      experiência do artista deixada em sua obra, esta será
      sempre percebida de alguma maneira pelas pessoas. A
      obra de arte será um elemento social de comunicação da
      mensagem de seu criador.
   Como fenômeno social, a arte possui, portanto,
    relações com a sociedade.
A ARTE COMO FENÔMENO SOCIAL
 Essas   relações são dinâmicas, modificando-se
    conforme o contexto histórico. E envolvem 3
    elementos fundamentais:
     A OBRA DE ARTE
     O SEU AUTOR (artista)
     E O PÚBLICO.

 No que diz respeitos ao ARTISTA, as relações da sua
  arte com a sociedade podem ser de paz e harmonia,
  de fuga e ilusão, de protestos e revolta.
 Quanto à SOCIEDADE, seu relacionamento com
  determinada arte pode ser de ajuda e incentivo ou de
  censura e limitação à atividade criadora.
A ARTE COMO FENÔMENO UNIVERSAL
 Afirmar  que a arte é um fenômeno social não
  significa reduzi-la a mero produto de
  condicionamentos históricos e ideológicos.
 Na realização da obra de arte, todos os
  elementos que a envolvem precisam ser
  resolvidos artisticamente, isto é, precisam ser
  traduzidos em termos de criação estética.
 Nessa criação é que reside o valor essencial de
  toda grande obra de arte.
 Ocorre nela uma espécie de rompimento com o
  tempo imediato e um encontro do homem com
  a eternidade.
A ARTE COMO FENÔMENO UNIVERSAL
 Ascircunstâncias particulares que estão
 presentes na criação artística se unem,
 harmoniosamente, a elementos de
 universalidade, que penetram profundamente
 no espírito humano, gerando um sentido de
 permanente fascínio.
A ARTE E EDUCAÇÃO
 Muitas  especulações tomaram o rumo de
  associar o belo ao bom, entrelaçando os
  campos filosóficos da estética e da ética.
 Sócrates e Platão já diziam que o que é bom é
  belo, e o que é belo é bom.
 Também se verifica um entrelaçamento entre
  estética e ética quando se constata que o belo
  pode despertar o bom no indivíduo e que por
  isso, deve fazer parte de sua educação.
 Friedrich von Schiller propôs a educação
  estética, além da educação ética, como forma
  de harmonizar e aperfeiçoar o mundo e de o
  indivíduo alcançar a sua liberdade.
ARTE E CULTURA DE MASSA
 Schiller considera que exista uma arte ideal, cuja
  função seria servir à necessidade do espírito humano
  e não ao “mercado do século”, ou seja, aos
  interesses econômicos que determinam o que pode e
  deve ser feito para atender à demanda de mercado.
 De acordo com Adorno, a arte e os bens culturais
  estão submetidos aos interesses do mercado e,
  dessa forma, não passam de negócios, como
  qualquer outro produto.
 A indústria de lazer e divertimento investe em
  determinados produtos culturais que agradam às
  massas de forma imediata.
ARTE E CULTURA DE MASSA
 A indústria cultural lucra mais com investimentos
  baratos e com produções artísticas de pouca
  qualidade e de entretenimento fácil, que não trazem
  para o público nenhum enriquecimento pessoal e
  nenhuma contribuição ao questionamento das coisas,
  à reflexão.
 É a indústria do simples divertimento, da distração e,
  por isso mesmo, da perpetuação das atuais
  condições de existência.
 Indústria que pela difusão de suas “mercadorias
  culturais” vendem os valores dominantes do
  capitalismo, promovendo uma “colonização do
  capitalismo” dos consumidores desses produtos.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

   COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia:
    história e grandes temas. 16 ed. reform. e ampl. São
    Paulo: Saraiva, 2006.

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Cap 15 Filosofia Estética

  • 2. A VIVÊNCIA ATRAVÉS DA ARTE  Estética vem do grego aisthetiké.  Refere-se a tudo aquilo que pode ser percebido pelos sentidos.  DEFINIÇÕES DE ESTÉTICA:  KANT  o estudo das condições da percepção pelos sentidos.  ALEXANDER BAUMGARTEN  utilizou o termo estética pela primeira vez no sentido de teoria do belo e das suas manifestações através da arte.
  • 3. A VIVÊNCIA ATRAVÉS DA ARTE A ESTÉTICA pretende alcançar um tipo específico de conhecimento: aquele que é captado pelos sentidos.  A ESTÉTICA parte da experiência sensorial, da sensação, da percepção sensível, para chegar a um resultado que não apresenta a mesma clareza e distinção da lógica e da matemática.  Seu principal objeto de investigação é o fenômeno artístico que se traduz na obra de arte.
  • 4. O QUE É BELO? O ser humano pode fazer:  JUÍZOS DE FATO  dizer o que são as coisas  JUÍZOS DE VALOR  julgar se determinada coisa é boa, ruim, agradável, bonita, feia etc.  JUÍZO MORAL  JUÍZO ESTÉTICO julgamos se algum objeto, algum acontecimento, alguma pessoa ou algum outro ser é belo.  Deuma forma geral belo é algo que nos agrada, que nos satisfaz os sentidos, que nos proporciona prazer sensível e espiritual.
  • 5. O QUE É BELO?  Osfilósofos que se dedicaram à investigação do que é a beleza se dividem quanto a essa questão:  Para uns, a beleza é algo que está objetivamente nas coisas;  Para outros, a beleza é apenas um juízo subjetivo, pessoal e intransferível a respeito das coisas.  Onde se encontra a beleza?
  • 6. INTERPRETAÇÕES IDEALISTAS E EMPIRISTAS  Para os filósofos idealistas a beleza é algo que existe em si mesma.  Para Platão a beleza seria uma forma ideal que subsistiria por si mesma, como um modelo, no mundo das idéias.  Para os filósofos materialistas-empiristas (Hume) a beleza não está propriamente nos objetos, mas depende do gosto de cada um, da maneira como cada pessoa vê e valoriza o objeto.
  • 7. INTERPRETAÇÃO DE KANT  LIVRO: Crítica da Faculdade do Juízo.  Buscou mostrar que, ainda que o juízo estético sobre as coisas seja uma capacidade subjetiva, pessoal, há, no entanto, aspectos universais na percepção estética dos indivíduos.  A nossa estrutura sensível (os órgãos dos sentidos) e a nossa imaginação são as condições que tornam possível a percepção estética, mas essas condições são comuns a todos os homens.
  • 8. INTERPRETAÇÃO DE KANT  Kant entendia que o juízo estético não é guiado pela razão e sim pela faculdade da imaginação.  Julgamos belo aquilo que nos proporciona prazer, o que não é nada lógico ou racional e sim algo subjetivo, já que se relaciona ao prazer ou desprazer individual.  Para Kant, “todos os juízos de gosto são juízos singulares”.
  • 9. INTERPRETAÇÃO DE KANT  Kant também diz que “belo é o que apraz universalmente sem conceito”.  O que isso significa?  Kant afirma que é impossível conceituar, definir racionalmente o belo, pois “quando se julgam objetos simplesmente segundo conceitos, toda a representação da beleza é perdida”.
  • 10. INTERPRETAÇÃO DE KANT  Quando dizemos que algo é belo, pretendemos que esse juízo esteja afirmando algo que pertence ao objeto realmente.  Não dizemos “isto é belo para mim”, mas sim “isto é belo”, esperando que os outros concordem com esse julgamento.  Portanto esse julgamento pretende ser voz universal, pois contém uma expectativa de que aquilo que julgamos belo seja, de fato, belo.
  • 11. INTERPRETAÇÃO DE KANT  Essa expectativa se torna possível, para Kant, devido ao fundamento do juízo de gosto, que seria a vinculação universal entre o belo e o sentimento de prazer.  Como determinados objetos despertam em grande quantidade de pessoas o mesmo sentimento de prazer, é possível supor a existência de certa universalidade nos juízos estéticos.
  • 12. INTERPRETAÇÃO DE HEGEL  Hegel trabalhou a questão da beleza numa perspectiva histórica.  Para ele, o relativo consenso acerca de quais são as coisas belas mostra apenas que o entendimento do que é belo depende do momento histórico e do desenvolvimento cultural.  Esses dois fatores determinariam certa visão de mundo, a partir da qual algumas coisas seriam consideradas belas e outras não.
  • 13. INTERPRETAÇÃO DE HEGEL  Em Hegel, a beleza artística não diz respeito apenas à sensação de prazer que determinada obra possa proporcionar, mas à capacidade que ela tem de sintetizar um dado conteúdo cultural de um momento histórico.  A arte não é apenas fruição, mas tem como função mostrar, de modo sensível, a evolução espiritual dos homens ao longo da história.
  • 14. INTERPRETAÇÃO DE HEGEL  Para Hegel a percepção da beleza é uma construção social que depende do alargamento da capacidade de recepção do indivíduo, ou seja, da sua capacidade de ver, ouvir, sentir.  A capacidade estética, que é subjetiva, seria formada a partir das relações objetivas da vivência social de cada um.  Para Hegel, tanto a definição do que é beleza quanto a capacidade individual de percebê-la são construções histórico-sociais.
  • 15. ARTE EXPRESSÃO CRIATIVA DA SENSIBILIDADE  ARTE  conjunto de coisas que se distinguem por revelar talento, perícia, habilidade e beleza.  OBRA DE ARTE  música, romance, pintura, dança, poema.  O que é arte?  Para Susanne K. Langer, a arte pode ser entendida como a prática de criar formas perceptíveis expressivas do sentimento humano.
  • 16. ARTE EXPRESSÃO CRIATIVA DA SENSIBILIDADE  Analisemos, então o conteúdo essencial dos termos da definição:  PRÁTICA DE CRIAR  a arte é produto do fazer humano (prática + criatividade).  FORMAS PERCEPTÍVEIS  a arte se concretiza em formas capazes de serem percebidas por nossa mente. Essas formas podem ser estáticas ou dinâmicas.
  • 17. ARTE EXPRESSÃO CRIATIVA DA SENSIBILIDADE  EXPRESSÃO DO SENTIMENTO HUMANO  a arte é sempre manifestação dos sentimos humanos. Esses sentimentos podem revelar emoção ou revolta.  A função primordial da arte seria “objetivar o sentimento de modo que possamos contemplá- lo e entendê-lo”.
  • 18. A ARTE COMO FENÔMENO SOCIAL  Há estudiosos que vêem na obra de arte uma manifestação pura e simples da sensibilidade individual do artista.  Outros a encaram como uma atividade plenamente lúdica, gratuita, livre de quaisquer preocupações utilitárias ou condicionamentos exteriores à sua própria criação.  Outra característica importante: o fato de que a arte é um fenômeno social.
  • 19. A ARTE COMO FENÔMENO SOCIAL A arte é fenômeno social porque:  O ARTISTA É UM SER SOCIAL  como ser social, o artista reflete na obra de arte sua maneira própria de sentir o mundo em que vive, as alegrias e as angústias, os problemas e as esperanças de seu momento histórico.  A OBRA DE ARTE É PERCEBIDA SOCIALMENTE PELO PÚBLICO  por mais íntima e subjetiva que seja a experiência do artista deixada em sua obra, esta será sempre percebida de alguma maneira pelas pessoas. A obra de arte será um elemento social de comunicação da mensagem de seu criador.  Como fenômeno social, a arte possui, portanto, relações com a sociedade.
  • 20. A ARTE COMO FENÔMENO SOCIAL  Essas relações são dinâmicas, modificando-se conforme o contexto histórico. E envolvem 3 elementos fundamentais:  A OBRA DE ARTE  O SEU AUTOR (artista)  E O PÚBLICO.  No que diz respeitos ao ARTISTA, as relações da sua arte com a sociedade podem ser de paz e harmonia, de fuga e ilusão, de protestos e revolta.  Quanto à SOCIEDADE, seu relacionamento com determinada arte pode ser de ajuda e incentivo ou de censura e limitação à atividade criadora.
  • 21. A ARTE COMO FENÔMENO UNIVERSAL  Afirmar que a arte é um fenômeno social não significa reduzi-la a mero produto de condicionamentos históricos e ideológicos.  Na realização da obra de arte, todos os elementos que a envolvem precisam ser resolvidos artisticamente, isto é, precisam ser traduzidos em termos de criação estética.  Nessa criação é que reside o valor essencial de toda grande obra de arte.  Ocorre nela uma espécie de rompimento com o tempo imediato e um encontro do homem com a eternidade.
  • 22. A ARTE COMO FENÔMENO UNIVERSAL  Ascircunstâncias particulares que estão presentes na criação artística se unem, harmoniosamente, a elementos de universalidade, que penetram profundamente no espírito humano, gerando um sentido de permanente fascínio.
  • 23. A ARTE E EDUCAÇÃO  Muitas especulações tomaram o rumo de associar o belo ao bom, entrelaçando os campos filosóficos da estética e da ética.  Sócrates e Platão já diziam que o que é bom é belo, e o que é belo é bom.  Também se verifica um entrelaçamento entre estética e ética quando se constata que o belo pode despertar o bom no indivíduo e que por isso, deve fazer parte de sua educação.  Friedrich von Schiller propôs a educação estética, além da educação ética, como forma de harmonizar e aperfeiçoar o mundo e de o indivíduo alcançar a sua liberdade.
  • 24. ARTE E CULTURA DE MASSA  Schiller considera que exista uma arte ideal, cuja função seria servir à necessidade do espírito humano e não ao “mercado do século”, ou seja, aos interesses econômicos que determinam o que pode e deve ser feito para atender à demanda de mercado.  De acordo com Adorno, a arte e os bens culturais estão submetidos aos interesses do mercado e, dessa forma, não passam de negócios, como qualquer outro produto.  A indústria de lazer e divertimento investe em determinados produtos culturais que agradam às massas de forma imediata.
  • 25. ARTE E CULTURA DE MASSA  A indústria cultural lucra mais com investimentos baratos e com produções artísticas de pouca qualidade e de entretenimento fácil, que não trazem para o público nenhum enriquecimento pessoal e nenhuma contribuição ao questionamento das coisas, à reflexão.  É a indústria do simples divertimento, da distração e, por isso mesmo, da perpetuação das atuais condições de existência.  Indústria que pela difusão de suas “mercadorias culturais” vendem os valores dominantes do capitalismo, promovendo uma “colonização do capitalismo” dos consumidores desses produtos.
  • 26. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA  COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. 16 ed. reform. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2006.