1. O documento apresenta informações sobre um manual pedagógico para o curso técnico em nutrição e dietética, incluindo objetivos de aprendizagem e atividades propostas para a disciplina de Políticas Públicas de Saúde e Redes de Atenção à Saúde e Nutrição.
2. São propostas atividades sócio afetivas como a leitura e discussão de um cordel sobre o Sistema Único de Saúde e a música "Até Quando" para refletir sobre o papel da sociedade na
3. Governador
Cid Ferreira Gomes
Vice Governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia
Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar
Assessora Institucional do Gabinete da Seduc
Cristiane Carvalho Holanda
Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC
Andréa Araújo Rocha
4.
5. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
Políticas Públicas de Saúde
e Redes de Atenção à Saúde
1
e Nutrição
DISCIPLINA 3
MANUAL DO (A) PROFESSOR (A)
JANEIRO 2012
FORTALEZA - CEARÁ
6. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
2
Governador
Cid Ferreira Gomes
Vice-governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho
Secretária de Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia
Secretário Executivo
Antonio Idilvan de Lima Alencar
Assessora Institucional do Gabinete
Cristiane Holanda
Coordenadora da Educação Profissional
Andréa Araújo Rocha
7. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
3
EQUIPE DE ELABORAÇÃO
Anna Margarida Vicente Santiago
Fabiane da Silva Severino Lima
Luisilda Maria Dernier Pinto Martins
ELABORAÇÃO
Luisilda Maria Dernier Pinto Martins
8. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
4
Sumário
1. Apresentação ..................................................................................... 05
2. Objetivos de Aprendizagem ............................................................. 06
4. Conteúdo Programático ................................................................... 07
3. Atividades sócio afetivas ................................................................... 08
4. Atividades Cognitivas ......................................................................... 16
5. Avaliação parcial da disciplina......................................................... 38
6. Referências bibliográficas sugeridas para o(a) professor(a)......... 42
7. Referências bibliográficas do Manual ............................................. 43
9. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
5
Apresentação
Este é um Manual Pedagógico que integra uma série e aborda temas
específicos da formação do técnico de Nutrição e Dietética integrado ao Ensino Médio.
Cada Manual corresponde a uma Disciplina, sendo este referente à disciplina 3 do
modulo básico do curso – Políticas Públicas de Saúde e Redes de Atenção à Saúde e
Nutrição, com carga horária de 60 horas/aula.
Este Manual contém os objetivos de aprendizagem referentes ao tema
acompanhado do conteúdo no intuito de deixar claro à(o) professor(a) o que é esperado
do aluno ao final da disciplina. Propõe atividades pedagógicas que focam o eixo
cognitivo e sócio afetivo do processo de aprendizagem. Disponibilizamos uma
bibliografia para o(a) professor(a), subsidiando-o(a) para aprofundar os debates em sala
de aula, bem como, uma bibliografia de referência do Manual.
Elaborado no intuito de qualificar o processo de ensino-aprendizagem, este
Manual é um instrumento pedagógico que se constitui como um mediador para facilitar
o processo de ensino-aprendizagem em sala de aula embasado em um método
problematizador e dialógico que aborda os conteúdos de forma lúdica, participativa
tornando o aluno protagonista do seu aprendizado facilitando a apropriação dos
conceitos de forma crítica e responsável.
É importante que o(a) professor(a) compreenda o propósito do método do
curso, e assim, se aproprie do conteúdo e da metodologia proposta por meio das
atividades pedagógicas, fazendo um estudo cuidadoso deste Manual e buscando
aperfeiçoar sua didática para conduzir com sucesso as atividades propostas.
Esperamos contribuir para a consolidação do compromisso e envolvimento de
todos (professores e alunos) na formação desse profissional tão importante para o
quadro da saúde do Ceará.
10. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
6
Objetivos de Aprendizagem
Ao final da disciplina os alunos devem ser capazes de...
1. Descrever a história das políticas de saúde no Brasil Colônia a Constituição
1988;
2. Entender o papel da sociedade para a construção do Sistema Único de Saúde;
3. Reconhecer as ações relacionadas à Nutrição na estruturação das Políticas
Públicas do país;
4. Identificar a Rede de Atenção à Saúde no Brasil
5. Descrever os serviços de atenção nutricional na rede de atenção à saúde e os
fluxos organizacionais do cuidado nos diversos pontos de atenção;
6. Entender a importância do trabalho em equipe para o desenvolvimento do
sistema de redes de atenção
11. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
7
Conteúdo Programático
1. Políticas Públicas de Saúde no Brasil;
2. Princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde;
3. Controle Social;
4. Ações de Nutrição e sua contribuição para reestruturação das Políticas Públicas de
Saúde;
5. Rede de Atenção à Saúde no Brasil: atenção primária, secundária e terciária.
6. Serviços de Nutrição que fazem parte da Rede de Atenção à Saúde no Brasil;
7. Núcleo de Apoio à Saúde da Família: legislação e contribuição para a Atenção
Primaria à Saúde.
8. O Trabalho em equipe
12. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
8
Atividades sócio afetivas
1. CORDEL
Material necessário: som e CD ou projeção em multimídia.
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
1. Convidar a turma para ler o cordel: O dia em que o SUS visitou o Cidadão (o cordel
também está disponível em forma de vídeo no Youtube1 e cartilha no site da
internet2, podendo ser apresentado em vídeo).
2. Ao final perguntar a turma:
Que experiências vocês têm com os serviços de saúde do SUS que gostariam
de compartilhar?
Qual a principal mensagem trazida pelo autor do Cordel?
O DIA QUE O SUS VISITOU O CIDADÃO (Lincoln Macário Maia)
Esta é uma boa história
Digna de um cordel
Trata de quando o SUS
E um usuário fiel
Resolveram discutir:
Cada um o seu papel
João sempre reclamou
Da fila e do atendimento
Sempre que precisou
Sentia um ressentimento
De nunca ser recebido
Conforme o merecimento
Mas João nunca fez nada
Só sabia reclamar
Não sabia que ele mesmo
Poderia ajudar
Tinha vários elementos
Pra situação mudar
Um dia em profundo sono
O SUS lhe apareceu
Foi logo se apresentando
E explicações lhe deu
Que o SUS não é do governo
Que o SUS também era seu
E ainda disse ao dormente:
Você vai me auxiliar
A ficar mais atraente
A mais pessoas curar
1 Disponível em: <http://cap31.blogspot.com/2011/04/video-sobre-sus-contado-em-cordel.html>.
Acesso em: 01 de dezembro de 2011.
2 Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cordel2.pdf>. Acesso em: 01 de
dezembro de 2011.
13. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
9
E nas decisões que tomo
Você vai me ajudar
Mas João lhe perguntou
Por que justamente eu
Não sou doutor nem político
Dinheiro só sei do meu
E missão igual a essa
Nunca me apareceu
Mas o SUS lhe disse logo:
Melhor que você não há
Você me conhece bem
Quando precisa esta lá
Consulta ou emergência
Sabe onde o furo está
Tem um jeito muito fácil
De todo mundo ajudar
Através da Ouvidoria
Você vai me procurar
E se ela não existe
Vai pedir para criar
Mas só isso não resolve
Respondeu João na hora
É preciso muito mais
E essa solução demora
É melhor procurar outro
Vou ter que ficar de fora
Não tenha medo João
Foi o que disse o SUS
Não queira fugir agora
Da missão que lhe propus
Se você não ajudar
Solução não se produz
É no grupo de trabalho
Que você tem que entrar
E a sua opinião
Lá você vai mostrar
E quando ver um problema
A solução vai buscar
E os problemas são muitos
Emendou o SUS dizendo
Mas sei que com sua ajuda
Eles vão se resolvendo
Por que não é só você
Tem muita gente querendo
Mas antes de me ajudar
você precisa saber
São vários os seus direitos
Você deve apreender
Se alguém não respeitar
Você vai se defender
Vou lhe mostrar um exemplo:
Quando você se internar
Tem direito de escolher
Quem vai lhe acompanhar
Se parente ou se amigo
Ninguém pode reclamar
E se estiver na fila
Uma outra novidade
No atendimento do SUS
Vale a solidariedade
E quem estiver mais doente
Tem a prioridade
João então respondeu
Eu tô gostando de ver
E o SUS lhe disse: tem mais
Melhor ainda vai ser
Se equipes e usuários
Tentarem se conhecer
Pra findar essa conversa
Agora preste atenção
Todas essas mudanças
E as outras que virão
Tem um nome bem bonito
É a humanização.
Então João acordou
Meio sem acreditar
Mas estava decidido
Não custa nada tentar
Se o SUS pediu ajuda
Todo mundo tem que dar.
14. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
10
2. MUDANÇAS
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:
1. Solicitar aos alunos que peguem as suas “bagagens” (bolsas, pastas, cadernos, etc.).
Orientar para que eles observem e gravem quem é a pessoa que está à sua direita e
à esquerda;
2. Informar que ao final de uma contagem regressiva (5, 4, 3, 2, 1) todos deverão
trocar de lugar, de modo que ninguém fique ao lado de quem estava antes;
3. Realizar o fechamento conduzindo um debate com as perguntas:
O que sentimos com o exercício?
Que sentimentos nos mobilizam para mudanças?
3. Até Quando?
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:
1. Solicitar aos alunos que escutam e/ou assistam ao vídeo “Até Quando?”;
2. Discutir a mensagem do vídeo a partir dos questionamentos abaixo:
a) Qual a mensagem trazida pela música?
b) Como podemos relacionar a letra da música ao papel da sociedade na construção do
Sistema Único de Saúde?
Até Quando?3
Gabriel O Pensador
3 http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=M15RA-O3K9s#!
15. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
11
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto
pra fazer
E muita greve, você pode, você deve,
pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só
porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha
que sofrer!
Até quando você vai ficar usando
rédea?!
Rindo da própria tragédia
Até quando você vai ficar usando
rédea?!
Pobre, rico ou classe média
Até quando você vai levar cascudo
mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
muda que o medo é um modo de fazer
censura
Até quando você vai levando? (Porrada!
Porrada!!)
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando? (Porrada!
Porrada!!)
Até quando vai ser saco de pancada?
Você tenta ser feliz, não vê que é
deprimente
O seu filho sem escola, seu velho tá sem
dente
Cê tenta ser contente e não vê que é
revoltante
Você tá sem emprego e a sua filha tá
gestante
Você se faz de surdo, não vê que é
absurdo
Você que é inocente foi preso em
flagrante!
É tudo flagrante! É tudo flagrante!!
A polícia
Matou o estudante
Falou que era bandido
Chamou de traficante!
A justiça
Prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado
E absolveu os PMs de Vigário!
A polícia só existe pra manter você na
lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai
pro saco
A programação existe pra manter você
na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que é pra você não ver que o
programado é você!
Acordo, não tenho trabalho, procuro
trabalho, quero trabalhar
O cara me pede o diploma, não tenho
diploma, não pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu
ande arrumado, que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o
que o mundo me dá
Consigo um emprego, começa o
emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego
nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego, mas onde que eu
chego se eu fico no mesmo lugar?
Brinquedo que o filho me pede, não
tenho dinheiro pra dar!
16. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
12
Escola! Esmola!
Favela, cadeia!
Sem terra, enterra!
Sem renda, se renda! Não! Não!!
Muda que quando a gente muda o
mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da
mente
E quando a mente muda a gente anda
pra frente
E quando a gente manda ninguém
manda na gente!
Na mudança de atitude não há mal que
não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica
mais seguro
Na mudança do presente a gente molda
o futuro!
Até quando você vai ficar levando
porrada,
até quando vai ficar sem fazer nada
4. REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:
1. Entregar a cada aluno uma tarjeta previamente confeccionada contendo o nome de
um dos equipamentos sociais abaixo:
UNIDADE BÁSICA DE
SAÚDE
IGREJA SISTEMA DE VIGILÂNCIA
ALIMENTAR E
NUTRICIONAL
CRECHE ESCOLAR ABRIGO DE IDOSOS UNIDADE DE
PRONTOATENDIMENTO
ESCOLA HOSPITAL TERCIÁRIO MATERNIDADE
NUCLEO DE APOIO À
SAÚDE DA FAMÍLIA
POLICLÍNICA HOSPITAL SECUNDÁRIO
LABORATÓRIOS DE
CERTIFICAÇÃO DA
QUALIDADE DE
ALIMENTOS.
CENTRO COMUNITÁRIO RESTAURANTE
UNIVERSITÁRIO
COPA HOSPITALAR ACADEMIAS ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS
ONG
UNIVERSIDADE VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
CENTROS DE APOIO
PSICOLÓGICO E SOCIAL -
CAPS
SERVIÇO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA RESTAURANTES
17. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
13
ATENDIMENTO MÓVEL DE
URGÊNCIA
POPULARES
2. Solicitar que os alunos fiquem de pé e procurem se agrupar de mãos dadas com os
colegas que possuam instituições contidas nas tarjetas que tenham relação entre si;
3. Após formação dos grupos, questionar a turma com as seguintes indagações:
a) Quantos grupos foram formados?
b) Quais relações identificadas para a formação dos grupos?
c) Que outras relações ainda podem ser percebidas? Os grupos formados possuem
alguma relação entre si?
OBSERVAÇÃO: A atividade tem como objetivo fazer com que os alunos percebam a
relação que existe entre todos esses equipamentos sociais e de saúde colocados nas
tarjetas. Ao final da atividade, espera-se que todos formem um grande círculo de mãos
dadas, mostrando que todas as instituições e serviços apresentam relação entre si,
formando uma grande Rede de Atenção à Saúde do SUS.
5. Assumindo Responsabilidades
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:
1. Orientar que os alunos assistam ao vídeo: Trabalho em Equipe4;
2. Discutir o vídeo a partir dos questionamentos abaixo:
a) Qual a mensagem trazida pelo vídeo?
b) Qual a relação da mensagem do vídeo com a prática do trabalho em saúde?
c) Qual a nossa responsabilidade como trabalhadores da saúde?
6. A Ratoeira
Coordenar a atividade a partir de uma das sugestões abaixo:
4 http://www.youtube.com/watch?v=jgLsITgYnOU&feature=related
18. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
Sugestão 1 – convidar um dos alunos para ler a mensagem abaixo e ao final convidar
todos para refletir que lições podemos aprender a partir dela para o exercício do trabalho
nos serviços de saúde.
Sugestão 2 – Distribui uma cópia para cada aluno e solicitar que leiam a mensagem e
escrevam no papel uma reflexão para o exercício de sua profissão. Depois perguntar
quem gostaria de compartilhar sua reflexão com a turma.
14
A ratoeira5
Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa
abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali. Ao descobrir
que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos –
Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa! A galinha, então, disse:
- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para
o senhor, mas não me incomoda.
O rato foi até o porco e lhe disse:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!
- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer,
a não ser rezar. Fique tranquilo que o senhor será lembrado nas minhas preces.
O rato dirigiu-se então à vaca. Ela lhe disse:
- O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!
Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira
do fazendeiro.
Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua
vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia caído na ratoeira. No
escuro, ela não viu que a ratoeira havia prendido a cauda de uma cobra venenosa. E a
cobra picou a mulher… O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com
febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma
canja de galinha.
O fazendeiro pegou seu cutelo (pequeno facão) e foi providenciar o
ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos
vieram visitá-la. Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco.
A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o
funeral.
O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.
7. Dinâmica do Trabalho em Equipe
5 Dinâmica adaptada do endereço eletrônico: <http://www.slideshare.net/weltonmatos/trabalho-em-equipe-
1703196 >. Acessado em: 10/05/2012
19. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
Observação: Para execução dessa atividade, o professor deverá preparar previamente 06
envelopes, sendo que cada um deverá conter peças que possam formar um quadrado
perfeito. As peças devem seguir o recorte das figuras abaixo:
Os envelopes deverão seguir a seguinte orientação:
• Envelope 1: três peças que unidas formam um quadrado perfeito;
• Envelopes de 2 a 6: cada envelope com três peças aleatórias que não formam um
quadrado perfeito.
15
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
2. Dividir a turma em 6 grupos e entregar os envelopes aleatoriamente.
3. Os grupos deverão estar dispostos em círculos e suficientemente afastados dos
demais para que um grupo não possa observar a atividade do outro.
4. Informar aos grupos que o desafio é formar um quadrado perfeito com as peças
contidas no envelope. E que não podem utilizar a linguagem verbal para a comunicação.
A turma que primeiro terminar deverá levantar a mão para informar aos demais.
5. O professor, então, deverá aguardar até que sejam formados os 06 quadrados
perfeitos;
6. Ao final da dinâmica, discutir com a turma acerca das seguintes questões:
a. Qual a importância da equipe para a realização de um bom trabalho?
b. O que essa atividade pode revelar para a profissão do técnico em nutrição e
dietética?
20. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
16
Atividades Cognitivas
1. HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL
Material necessário: som e CD ou projeção em multimídia.
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
1. Dividir a turma em 5 grupos e orientar que respondam às perguntas referente ao
período indicado para seu grupo:
Grupo 1 – período 1900 a 1930
Grupo 2 – período 1930 a 1945
Grupo 3 – período 1945 a 1964
Grupo 4 – período 1964 a 1988
Grupo 5 – período 1988 a 2006
PERGUNTAS
a) Como se caracteriza esse período histórico em termos da relação Estado
Sociedade?
b) O que chamou mais atenção sobre as políticas de saúde no Brasil durante esse
período?
c) Como se deu a atuação do governo neste período?
d) Como se deu a atuação da sociedade civil neste período?
e) Quais os principais desafios e conquistas que marcaram esse período em
relação às políticas de saúde no Brasil?
2. Convidar a turma para assistir ao filme: "Políticas de Saúde no Brasil: Um século
de luta pelo direito à saúde6" para responder ás perguntas referentes ao seu grupo;
Documentário: "POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: Um século de luta pelo direito à saúde"
6 Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=cSwIL_JW8X8>. Acesso em: 01 de
dezembro de 2011.
21. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
Filme realizado por iniciativa da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, do Ministério da
Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS e a Universidade Federal
Fluminense/UFF.
17
Duração: 1 hora
Sinopse
O documentário conta a história das políticas de saúde em nosso país, mostrando como ela se
articulou com a história política brasileira, destacando os mecanismos que foram criados para sua
implementação, desde as Caixas de Aposentadorias e Pensões até a implantação do SUS. Sua
narrativa central mostra como a saúde era considerada, no início do século XX, um dever da
população, com as práticas sanitárias implantadas autoritariamente pelo Estado, de modo articulado
aos interesses do capital, e como, no decorrer do século, através da luta popular, essa relação se
inverteu, passando a ser considerada, a partir da Constituição de 1988, um direito do cidadão e um
dever do Estado. Toda essa trajetória é contada através de uma narrativa ficcional, vivida por atores,
com reconstrução de época, apoiada por material de arquivo.Para tornar a narrativa mais leve e
atraente, o filme se vale da linguagem dos meios de comunicação dominantes em cada época, como
o jornal, o rádio, a TV Preto e branco, a TV colorida e, por fim, a internet.
O documentário é composto por 5 capítulos, que podem ser assistidos em sequência, com 60
minutos de duração, ou separadamente; cobrindo os seguintes períodos: 1900 a 1930; 1930 a 1945;
1945 a 1964; 1964 a 1988; e 1988 a 2006
3. Orientar aos grupos que sistematizem suas respostas por escrito para apresentação;
4. Apresentação dos grupos por ordem cronológica;
5. Conduzir um debate a partir da pergunta:
Quais as principais diferenças que percebemos no papel do governo e da
sociedade em relação às políticas de saúde em cada um dos períodos
históricos?
6. Fazer uma exposição abordando os seguintes tópicos:
Uma síntese cronológica dos principais acontecimentos históricos
relacionados às políticas de saúde no Brasil, relacionando com os debates em
sala de aula.
22. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
Sugestão de referência bibliográfica: Livro7 Capítulo 1 – O Sistema Único de Saúde, itens 1.1
a 1.3.
18
Os aspectos básicos do SUS
Sugestões de referências:
Brasil. Ministério da Saúde. O SUS de A a Z : garantindo saúde nos municípios / Ministério
da Saúde, Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde. – 3. ed. – Brasília :
Editora do Ministério da Saúde, 2009. 480 p. – (Série F. Comunicação e Educação em Saúde)
Lei 8.080/90 e a Lei 8.142/90 da Constituição Federal. Livro: Brasil. Conselho Nacional de
Secretários de Saúde. Legislação Estruturante do SUS / Conselho Nacional de Secretários de
Saúde. – Brasília: CONASS, 2011. 534 p. (Coleção Para entender a gestão do SUS 2011, 13).
2. A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA CONSTRUÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
1. Dividir a turma em 5 grupos, orienta que escolham um coordenador e um relator
que deverão assumir o seguinte papel:
Coordenador do momento: controla o tempo e não deixa o grupo fugir do
assunto;
Relator: sistematiza as respostas do grupo registrando por escrito.
2. Solicitar aos grupos que conversem e respondam as perguntas:
a) Que contribuições a participação da sociedade pode trazer para construção de
uma sociedade mais igualitária, democrática e justa?
b) Quais as formas de participação que sua comunidade tem assumido no
tocante as decisões referentes à saúde, ao ambiente, ao trabalho, à religião, à
educação, à habitação e à cultura?
c) O que vocês destacam como importante que abre espaço para participação
dos cidadãos nas políticas de saúde no Brasil?
7 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde /
Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Brasília: CONASS, 2011, 291p. (Coleção
Para Entender a Gestão do SUS, 2011. v.1.)
23. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
3. Informar aos grupos que as apresentações serão no formato de “Mesa Redonda de
Debate”. Serão convidados para Mesa os Coordenadores e Relatores dos grupos
que assumirão a seguinte tarefa:
Coordenadores: apresentam como foi o trabalho do grupo em termos de
debate, concentração dos participantes, dificuldades e facilidades em relação
ao debate do tema, adequação do tempo, novos interesses surgidos sobre o
tema;
19
Relatores: fazer a leitura das respostas do grupo;
Professor(a): coordenação da Mesa (controle do tempo e da escuta atenciosa
e respeitosa de todos)
4. Desfazer a Mesa Redonda e perguntar a turma:
Como se sentiram em participar de um debate em forma de Mesa Redonda?
5. Convidar para leitura do texto: Participando no SUS, de Lana Bleicher. Ao final
perguntar:
O que acharam do Texto?
Que dúvidas ainda existem sobre o tema?
PARTICIPANDO DO SUS8
Ao longo de nossa vida participamos dos vários âmbitos que nos constroem
enquanto seres humanos e cidadãos, na família, comunidade, escola, trabalho, espaços
institucionalizados ou não. Participar segundo Bordenave9 (1994), é o caminho natural
para o homem exprimir sua tendência inata de realizar, fazer coisas, afirmar-se a si
mesmo, dominar a natureza e o mundo. Na efetivação dessa participação, favorecemos
nossa condição de saúde ou doença e, consequentemente, de uma boa qualidade de vida.
Ações de saúde não se realizam no vazio ou em objetos inanimados: ações de
saúde sempre se realizam com e em seres humanos. Tradicionalmente, entendia-se que
a ação de saúde seria realizada pelo profissional de saúde sobre um paciente – aliás, não
8Texto adaptado do texto de:
BLEICHER, Lana. Saúde para todos já! Fortaleza: Expressão gráfica, 2004. 110p. Disponível em:
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Participasus%20%20Politica%20Nacional%20de%
20GP%20para%20o%20SUS.pdf>. Acesso em: 01 de novembro 2011.
9 BORDENAVE, J. D. O que é participação. São Paulo: editora Brasiliense,1986.
24. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
é a toa que ele é chamado paciente! Mas, por mais passiva que seja a situação do
paciente, e por mais dono do poder que queira ser o profissional de saúde, nunca se
pode retirar uma característica fundamental da ação de saúde: ela é uma relação
humana, entre seres humanos. E, exatamente, por ser humano, o paciente nunca é
inteiramente passivo: a ação de saúde também depende dele para acontecer.
A produção de ações e serviços de saúde é imprescindível à interação entre
prestadores e usuários de tais ações. Os serviços de saúde não podem ser produzidos na
ausência do “consumidor” desses, ao contrário de mesas ou sapatos, que podem ser
fabricados e estocados sem um consumidor, o qual, só passa a ser necessário ao se fazer
a comercialização destas mercadorias. Os usuários, então, são mais que meros
“consumidores” são também co-produtores destes serviços e ações. Disto resulta que a
definição de necessidades e diretrizes no setor não pode ser monopólio dos
“especialistas”, mas devem ser partilhadas com os co-produtores dos serviços: os
usuários.
Por melhor e mais competente que seja o médico, o tratamento não terá sucesso
se o paciente não cooperar em seguir as prescrições recomendadas. Ou seja, até mesmo
na situação individual é necessário existir um mínimo de “participação” por quem
“recebe” a ação de saúde.
Disso decorre que as primeiras vezes em que se começou a falar em participação
nos serviços de saúde, o que se estava querendo dizer é que a população deveria aceitar
mais docilmente as orientações que os profissionais de saúde faziam. Antônio Ivo de
Carvalho (1995) nos conta que havia um entendimento de que as pessoas ficavam
doentes por falta de informação de como tratar a água, de como escovar os dentes, de
que alimentos consumir.
Houve um tempo em que a participação assumiu um caráter bem mais
politizado, principalmente, durante a ditadura. A participação popular tinha o objetivo
de denunciar que a grave situação de saúde da população estava relacionada à forma
injusta, exploradora e nada democrática de como se organizava a sociedade. Participar
implicava em lutar por coisas bem mais amplas do que aquelas com as quais a
participação comunitária se ocupava, como liberdade de expressão, autonomia, poder
para os trabalhadores. A participação social geralmente se refere à institucionalização da
participação.
20
E a participação pode ser Institucionalizada? Como isto acontece?
É quando a participação passa a ser regulamentada pelas leis, pelas instituições,
pelos regimentos, por normas explicitadas, próprias de uma sociedade democrática.
25. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
Enquanto na visão anterior a questão era atacar o sistema, nesta, o sistema passa a
aceitar que ocorra participação dentro dele.
Usa-se muito o termo controle social como sinônimo de participação, uma vez
que esta consistiria no controle que a sociedade faz sobre o Estado e os serviços que ela
presta. Nenhum problema quanto a isso, desde que se faça uma ressalva, essa expressão
também é bastante usada querendo dizer exatamente o contrário: o controle exercido
pelo Estado sobre a sociedade, através de diversos instrumentos. Feita esta advertência,
podemos falar em controle social sem o risco de sermos mal compreendidos. Para
facilitar, usaremos o termo participação social.
Existem diversas formas da sociedade participar da gestão do SUS. Porém, por
serem previstas em lei, as duas mais conhecidas são: as conferências de saúde e os
conselhos de saúde. Inicialmente as disposições sobre os conselhos e conferências de
saúde deveriam fazer parte da lei 8.080/90. Entretanto, os artigos que falavam tanto da
participação social quanto do financiamento do sistema foram vetados pelo então
presidente Fernando Collor. É por isso que estes dois assuntos se encontram na lei
8.142/90, que afinal conseguiu ser aprovada alguns meses depois da lei 8.080/90.
Já ouvi falar nos Conselhos de Saúde, mas ainda não compreendi o que de fato são.
Os Conselhos de Saúde são formas de exercício da democracia participativa que
objetivam garantir os direitos de cidadania e saúde. Não substituem, mas interagem com
os poderes instituídos, ou seja, com o Executivo, Legislativo e Judiciário.
É obrigatória a existência de conselhos de saúde em cada uma das três esferas de
governo: municipal, estadual e federal. Mas nada impede que também se criem
conselhos para um conjunto de municípios (microrregião), um distrito sanitário ou para
uma unidade específica de saúde, o que seria um conselho local.
Aliás, a organização de conselhos locais de saúde pode funcionar como um bom
catalisador da participação social, porque é no debate do cotidiano de uma unidade de
saúde que se aprende e se exercita a aventura de tentar práticas mais democráticas de
organização dos serviços de saúde.
Os conselhos de saúde são órgãos em que um conjunto de representantes toma
parte na gestão do SUS. Portanto, o gestor em saúde (que é o secretário ou ministro da
Saúde, dependendo da esfera de governo considerada) não é o único a decidir sobre o
que será feito em questões de saúde. Esses representantes são de segmentos diferentes:
do governo e dos prestadores de serviço, de profissionais de saúde e de usuários. O
conselho deve ser permanente, ou seja, deve se reunir com regularidade.
21
26. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
A lei também diz que os Conselhos de Saúde devem ser paritários. Isto
significa que metade dos conselheiros deve ser de representantes dos usuários. Quanto
às demais representações, a Lei 8.142 não esclarece seus percentuais, mas existe uma
recomendação do Conselho Nacional de Saúde (resolução 33. de 23/12/92) onde
possam ser compostos em 25% de prestadores de serviços, tanto públicos (governo)
quanto privados.
Nesta mesma resolução, faz-se a sugestão de que o número de conselheiros não
seja inferior a 10 nem superior a 20 membros. Evidentemente isso se trata apenas de
uma recomendação. O fundamental – e obrigatório – é manter a paridade.
O documento ainda enumera algumas entidades, que podem ser consideradas no
22
momento de definir a composição do conselho, dentro do segmento de usuários:
Representante(s) de movimentos comunitários organizados na área da saúde;
Representante(s) de conselhos comunitários, associações de moradores ou
entidades equivalentes;
Representante(s) de associações de portadores de deficiência;
Representante(s) de associações de portadores de patologias;
Representante(s) de entidades de defesa do consumidor.
Mas é bom lembrar que essas sugestões foram dadas pelos membros do
Conselho Nacional de Saúde com base em uma certa experiência acumulada. Nada
impede que, em um dado município, existam outras entidades bem mais representativas
da sociedade ou que tenham um histórico no debate e enfrentamento das questões de
saúde.
Uma advertência feita no documento é a de que os representantes dos usuários
sejam indicados pelas suas entidades. Isto é de vital importância para que o conselho
seja representativo de verdade. Infelizmente algumas vezes isto não acontece. Há
prefeitos que “elegem” quem deve ser o representante de cada entidade de usuários. Às
vezes, os “representados” nem sabem quem é que os representa. Tudo isso compromete
a participação social.
Raquel Dodge (2003) classifica as funções do conselho de saúde em três
naturezas: deliberativa, consultiva e fiscalizatória.
O dicionário define deliberar como resolver depois de exame ou discussão,
decidir. De fato, quando a Lei 8142/90 art.1º parágrafo 2º afirma que o conselho de
saúde atua na formulação de estratégias da política de saúde, o que se está expondo é
uma função deliberativa do conselho de saúde.
Além disso, o Conselho de Saúde pode convocar uma conferência de saúde
extraordinária.
27. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
As funções consultivas de um Conselho de Saúde também são importantes,
ainda que um Conselho não deva se contentar em desempenhar apenas este papel.
Exemplos:
Propor adoção de critérios que definam qualidade e melhor resolutividade;
Propor medidas para o aperfeiçoamento da organização do funcionamento
do Sistema Único de Saúde - SUS (Resolução 33 de 23/12/92).
Quanto às funções fiscalizatórias, cabe ao conselho de saúde estar vigilante
no que se refere a:
o Recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) (Lei
23
8.080/90 art.33);
o Desenvolvimento das ações e serviços de saúde (Resolução 33 de
23/12/92).
Agora está mais claro o que é e como funciona um Conselho de Saúde. Fale mais
um pouco sobre outra instância de participação, as Conferências de Saúde!
Enquanto os conselhos são órgãos permanentes, as conferências são eventos
realizados a cada 4 anos ou, extraordinariamente, quando convocadas pelo poder
executivo ou pelo conselho de saúde. Em função da periodicidade com que acontecem,
sua finalidade é avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação
da política de saúde (Lei 8.142/90 art.1º parágrafo 1º).
As conferências, tal como os conselhos de saúde, devem ser paritárias. A
representação nas conferências costuma ser ascendente: nas municipais são eleitos os
representantes para as estaduais e nessas são tirados os delegados para a nacional. Um
município muito grande pode ter, antes da conferência municipal, conferências distritais
e locais. O fato é que as conferências permitem que um número de pessoas muito maior
que o de conselheiros possa discutir e decidir sobre saúde. Apenas para ter uma idéia: da
8ª Conferência Nacional de Saúde participaram mais de quatro mil pessoas, das quais
mil eram delegados (ou seja, com direito a voto).
Além dos dispositivos acima citados, para concretizarmos a participação na
gestão pública, fazem-se necessários à adoção de outras práticas e mecanismos
inovadores que podem ser agrupados de acordo com as instâncias, atores e segmentos
sociais envolvidos:
Mecanismos Instâncias
Atores e segmentos
sociais envolvidos
Controle social Conselhos de Saúde e Governo e sociedade.
28. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
24
Conferências de Saúde.
Escuta permanente das
opiniões e demandas
da população
Atualmente identificados,
principalmente, pelas ouvidorias
do SUS.
Opiniões de usuários e
consultas públicas.
Processos
participativos de gestão
Integrando a dinâmica de cada
instituição e órgão do SUS, nas
três esferas de governo.
Conselhos gestores,
mesas de negociação,
direção colegiada,
câmaras setoriais e
comitês técnicos, entre
outros.
Intersetorialidade
Relações entre diferentes setores
de governo, nas quais fica
caracterizado o compartilhamento
de decisões entre diferentes
instituições e setores que atuam
na produção social da saúde.
Diferentes setores de
governo.
Mobilização social
Voltada à ampliação da
consciência sanitária, do direito à
saúde e à cidadania, com impacto
sobre os poderes instituídos no
Estado.
Governo e sociedade.
Quantos espaços de participação! Mas afinal de contas se é tão fácil participar do
SUS porque escutamos tantas críticas sobre a efetivação do controle social?
Vimos como devem ser os conselhos e conferências de saúde. Criar ou não um
Conselho de Saúde não é uma opção do gestor: é uma obrigação. Recomenda-se que os
conselhos sejam criados por uma Lei própria, discutida e aprovada pelo poder
legislativo da respectiva esfera de governo. Também é desejável que o conselho se
reúna com periodicidade, que conte com uma estrutura apropriada, tais como: sala de
reunião e funcionários. Isso porque, além das reuniões gerais do conselho, existem
também comissões internas que se propõem a estudar assuntos específicos, como
orçamento e recursos humanos, por exemplo.
Gostaríamos de advertir que nem sempre o cumprimento de todas as exigências
legais garante uma participação social efetiva. Muitas vezes o conselho atende a todas
as obrigações e recomendações, mas não toma para si, de fato, as funções deliberativas
e fiscalizatórias. Não são raros os Conselhos de Saúde que se limitam a aprovar
29. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
passivamente todos os projetos que o gestor encaminha (e que só os submete à votação
quando obrigado). É comum não só conselheiros desconhecerem seu papel, como
também gestores dificultarem a ação do Conselho, não disponibilizando as informações
necessárias; não efetivando os cronogramas que permitam tempo para análise e debate
das propostas; não efetivando as deliberações tomadas pelo Conselho. Também é
comum o uso dos Conselhos somente como forma de legitimar e dar uma aparência
“democrática” à gestão.
Inúmeros Conselhos de Saúde cumprem apenas a formalidade da aprovação
automática de planos de saúde, relatórios de gestão e projetos que se destinem à
captação de verbas federais. Não é rara a indicação de conselheiros, que deveriam
representar usuários, ser feita por prefeitos. São abundantes os casos em que gestores e
profissionais de saúde monopolizam o controle da pauta. Tudo isso porque a mera
institucionalização de mecanismos de participação social – conselhos e conferências de
saúde – não garantem por si só a existência de uma participação social efetiva. O
desafio, portanto, é muito maior que o de cumprir ou o de fazer cumprir a lei: trata-se de
tirá-la da frieza dos compêndios jurídicos e insuflá-la de vida, trazendo-a para o meio
das pessoas.
25
Sinto-me desafiada! Como tornar isso realidade?
Para tal não existe receita, mas alguns princípios podem ser levados em conta.
Um deles poderia ser resumido da seguinte forma: se você quer que as pessoas
participem, valorize o que elas têm a dizer. É muito comum os profissionais de saúde,
do alto de seus conhecimentos técnico-científicos, desqualificarem as falas, as
preocupações, as proposições dos usuários, perdendo assim a oportunidade de
estabelecer um diálogo entre saberes que são diferentes, mas que se complementam.
Também é extremamente fácil a acusação de que as pessoas são desinteressadas,
que não participam das reuniões. Minha pouca experiência na área me leva a pensar que
as pessoas que tendem a abandonar espaços de “participação” tão cedo percebem que
suas decisões não são encaminhadas; que as informações necessárias à tomada de
decisão não se encontram disponíveis; que a participação se restringe a dizer sim ou não
a propostas que chegam prontas. Outro ponto a salientar, é a necessidade de que exista
um efetivo vínculo entre o “representante” e os “representados”, e que as posições
defendidas no conselho por aquele sejam discutidas com estes, a fim de que seja
garantida a legitimidade da representação.
Por outro lado, há experiências riquíssimas de participação social verdadeira e
com resultados. Há também gestores comprometidos com a qualidade do serviço, aos
quais interessa que a população seja co-autora do processo.
30. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
E você? Conhece ou já ouviu falar do Conselho Municipal de Saúde de sua
cidade? Pense nas unidades de saúde que você já conheceu e na que você trabalha: elas
têm conselho local de saúde? Quem são os conselheiros? Que tal tentar conhecê-los?
26
3. PESQUISA EM CAMPO
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:
1. Dividir a turma e orientar uma atividade:
Pesquisa em campo (em trios):
a) Fazer um levantamento sobre os espaços de participação que existem em seu
bairro/comunidade nos diversos setores: educação, saúde, esporte e lazer,
geração de renda, meio ambiente, etc.
b) Escolher um dos movimentos sociais e entrevistar algum membro que
participa desse movimento social:
- Qual a sua representação nesse movimento?
- O que lhe motiva a participar?
- Em sua opinião, quais as questões mais importantes que são debatidas nas
reuniões?
- Quem pode participar desse movimento?
c) Fazer um Relatório da entrevista.
4. MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE NO MUNDO
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
31. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
1. Convidar a turma para assistir ao filme: "Sicko: SOS Saúde" de Michael Moore10.
Orientar para que os alunos assistam ao filme anotando as principais características
dos sistemas de saúde dos países apresentados no filme;
Título original: Sicko
Lançamento: 2007 (EUA)
Direção: Michael Moore
Duração: 113 min
Documentário: Um painel do deficiente sistema de saúde americano. A partir do perfil de cidadãos
comuns, somos levados a entender como milhões de vidas são destruídas por um sistema que, no fim
das contas, só beneficia a poucos endinheirados. Ali vale a lógica de que, se você quer permanecer
saudável nos Estados Unidos, é bom não ficar doente. E, depois de examinar como o país chegou a
esse estado, o filme visita uma série de países com sistema de saúde público e eficiente, como Cuba e
Canadá.
27
2. Conduzir um debate a partir das perguntas:
Quais os sentimentos e impressões provocadas pelo filme?
A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde dos
Estados Unidos?
A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde do
Canadá?
A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde da
Inglaterra?
A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde da
França?
A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde de
Cuba?
Que semelhanças e diferenças existem entre os sistemas de saúde desses
países e o Sistema Único de Saúde do Brasil?
5. MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE NO BRASIL
10 Disponível em: <http://filmescomlegenda.net/fcl/filmes/sicko-s-o-s-saude-sicko-2007-
dvd-r-dvd-rip/>. Acesso em: 01 de novembro 2011.
32. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
28
Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:
1. Fazer uma exposição do tema Modelo de Atenção à Saúde do Brasil, abordando os
itens:
O papel da Atenção Primária no SUS
- Sugestão de referência – Livro: Atenção Primária e Promoção de Saúde11, Capítulo
1, itens 1.1 a 1.3.
A relação entre APS e a média e alta complexidade
- Sugestão de referência: Livro: Assistência de Média e alta complexidade no SUS12.
Capítulo 1, itens 1.1 a 1.2 e Capítulo 3, item 3.9.1 a 3.9.3.
2. Pergunta a turma:
Que dúvidas a exposição suscitou sobre o tema?
6. HISTÓRIAS DA VIDA COTIDIANA
Material necessário: barbantes e tarjetas.
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:
1. Dividir a turma em 5 grupos, e solicitar que cada grupo escolha uma cor;
2. Distribuir os casos e orientar a seguinte tarefa:
Ler o caso com atenção identificando os pontos de atenção a saúde que o
protagonista da história percorreu devido o seu problema de saúde;
Escrever em tarjetas todos os pontos de atenção à saúde;
11 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Atenção Primária e Promoção da Saúde /
Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2011. 197 p. (Coleção Para
Entender a Gestão do SUS 2011, 3).
12 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Assistência de Média e Alta Complexidade
no SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2011. 223 p. (Coleção
Para Entender a Gestão do SUS 2011, 4).
33. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
Cada grupo deve construir um mapa vivo representativo dos pontos de
atenção identificado na rede;
29
3. Solicitar aos grupos que apresentem seus mapas;
4. Coordenar um debate com as seguintes perguntas:
O que cada mapa trouxe de diferente em relação aos pontos de atenção?
O que os mapas trazem em comum em relação aos pontos de atenção?
5. Coordenar um trabalho coletivo desafiando a turma a retratar toda a rede de atenção
à saúde por meio de um mapa vivo único que represente todos os pontos de atenção
que todos os protagonistas das histórias percorreram;
6. Após finalizar a construção do mapa vivo esclarecer para turma os principais
aspectos da organização e funcionamento de todos pontos representados no mapa;
7. Realizar uma exposição com o tema: “Redes de Atenção à Saúde”, abordando os
seguintes tópicos:
* Conceito e elementos constitutivos das Redes de Atenção à Saúde;
* Modelo de Atenção à Saúde para condições agudas e crônicas;
SUGESTÃO DE REFERÊNCIA:
Livro: As Redes de Atenção à Saúde. Autor: Eugênio Vilaça Mendes. Disponível online no site
da Organização Panamericana de Saúde (OPAS).
Caso1 – Daniel e Tiago
Daniel e Tiago foram convidados para passar um fim de semana em uma casa de
praia dos pais de uma amiga. Então, resolveram pedir a moto do tio Valdir emprestada
para viajar. O tio Valdir conversou com os pais dos garotos e resolveu emprestar porque
considera seus sobrinhos rapazes responsáveis, sendo que Tiago o mais velho com 19
anos já tem carteira e dirige moto a 2 anos.
Tiago e Daniel curtiram o fim de semana e no retorno para casa, dirigindo na
estrada, um carro fez uma ultrapassagem em local perigoso e colidiu com a moto que
Tiago dirigia. Os dois garotos ficaram muito mal. Em seguida, pessoas próximas
socorreram chamando o SAMU que chegou depois de algum tempo levando os rapazes
para o hospital terciário mais próximo.
34. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
30
Caso 2 – Rui
Rui tem 52 anos, casado pai de 5 filhos e trabalha como Vigia Noturno torcedor
do time Palmeiras. Por conta do seu trabalho Rui foi se afastando dos amigos porque se
sentia cansado e dormir durante o dia. Aos finais de semana sempre saía com os amigos
para beber e falar de futebol. Com o passar dos anos, Rui foi apresentando problemas de
saúde e não conseguia parar de beber. A ACS Joana marcou uma consulta na Unidade
de Saúde da Família onde começou a ser acompanhado por conta do alcoolismo. Após,
várias consultas sempre com a mesma queixa como falta de apetite, perda de peso,
tremor, o médico resolveu encaminhá-lo para o CAPS, mas Rui não compareceu à
consulta.
Após um episódio que ficou muito violento em casa, bateu na sua esposa e
quebrou muitos objetos, Rui recebeu a visita do psicólogo que atua no Núcleo de Apoio
ao Saúde da família (NASF) para fazer uma visita e ajudar a convencer a família a
continuar o tratamento no CAPS.
Após alguns meses, novamente Rui começa a beber e continua a ser violento com
a mulher que resolve ir embora com os filhos para casa da mãe. Rui passa muitos meses
entregue a bebida até que precisa ser internado com urgência. Após receber alta do
hospital, Rui vai para uma residência Terapêutica, pois não tinha para onde ir.
Caso 3 – Mariana
Na comunidade Barra Funda mora Mariana que tem 09 meses, seus pais e seus
dois irmãos de 3 anos e outro de 10. Durante uma visita de um Agente Comunitário de
Saúde, a mãe relatou que a filha há dias estava percebendo que a filha estava perdendo
peso, bastante sonolenta. O ACS suspeitou que não somente Marianna, mas as demais
crianças também estavam abaixo do peso e comunicou à enfermeira responsável pela
área onde morava Mariana e sua família.
O ACS orientou que a mãe marcasse uma consulta com a enfermeira para
avaliação das crianças. Durante a consulta, a enfermeira confirmou o baixo peso das
criança, a alimentação inadequada que estava interferindo no crescimento e
desenvolvimento das crianças e, então, conversou com o médico e a nutricionista do
Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para que pudessem planejar uma
intervenção de apoio àquela família.
Caso 4 - Sr Baltazar
Sr Baltazar tem 54 anos, casado pai de 8 filhos, trabalha como agricultor na
comunidade de Lagoa Funda. Durante uns festejos na comunidade, a equipe da Saúde
da Família estava verificando a pressão dos moradores. Sr Baltazar resolveu verificar a
sua pressão e descobriu que estava muito alta e foi orientado a procurar a unidade de
saúde que iniciou um acompanhamento.
O médico solicitou exames de sangue, urina e fezes e ainda encaminhou Sr
Baltazar ao cardiologista. Na unidade, Sr Baltazar foi orientado para ir ao laboratório
35. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
público fazer seus exames. Para marcar a consulta com o especialista, foi enviado
solicitação à Central de Marcação de Consulta. Sr Baltazar recebeu medicação para
pressão alta na Unidade de saúde. Durante a consulta com o cardiologista na Policlínica,
o médico passou remédios que não é disponibilizado na rede básica, solicitou mais
exames, orientou-o que procurasse um serviço nutricional no NASF e recomendou
repouso e afastamento do trabalho na roça.
Sr Baltazar ficou muito triste, pois o trabalho na roça é tudo que sabe e gosta de
fazer. Sr Baltazar já disse que queria morrer mesmo, pois não servia mais para nada e
está muito triste em casa. A agente de saúde que acompanha o caso conversou com a
enfermeira que resolveu entrar em contato com a equipe do Centro de Referência em
Saúde do Trabalhador (CEREST) para colaborar com o caso do Sr Baltazar.
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Caso 5 – Sra. Helena
Dona Helena, que possui três filhos estudando na mesma escola, notou certo dia
que eles se apresentaram com sintomas parecidos de febre, vômitos e dor de barriga. Os
meninos começaram a sentir estes sintomas após chegar da escola. Ela imediatamente
os levou ao posto de saúde do bairro e pôde constatar que vários colegas da escola
estavam lá também com os mesmo sintomas, inclusive com casos graves que
precisaram ser internados no hospital mais próximo.
Ela não hesitou e ligou para a Vigilância sanitária para fazer uma denúncia de
contaminação de alimentos, tendo em vista que não apenas seus filhos, mas várias
crianças e professores sentiram sintomas parecidos após se alimentarem na escola. Os
fiscais foram à escola e recolheram amostras da merenda escolar e entrevistaram alguns
alunos que adoeceram.
De acordo com o Lacen, os exames no alimento misturado, ou seja, na amostra da
merenda escolar, apontaram a presença da bactéria estafilococos, o que confirmou a
hipótese de que a contaminação do alimento ocorreu num intervalo entre o preparo e o
momento em que foi servido. Ele ainda ressaltou que se o alimento tivesse sido
contaminado após preparo e fosse armazenado em refrigeração e manuseado
corretamente, a formação de toxina, resultante da alta reprodução bacteriana não teria
ocorrido. A toxina produzida pelo estafilococos resultante de sua reprodução provoca
vômitos e diarreia entre uma a seis horas. Quanto maior a sua concentração, menor o de
período de incubação.
Graças a denúncia da Sra. Helena a Vigilância sanitária conseguiu realizar todo o
processo de estudo e determinação da contaminação alimentar, ou seja, vários casos de
contaminações de alimentos podem não ser notificados, pois várias pessoas ainda não
tem consciência da importância da higiene do alimento para a manutenção da saúde e
prevenção de doenças de origem alimentar.
36. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
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7. REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE E A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:
1. Convidar os alunos para completar a seguinte frase com sua opinião escrevendo em
seu caderno:
Eu acho que a Unidade de Saúde serve para: ________________
Eu acho que na Unidade de Saúde cuida de: ________________
Eu acho que a Equipe de Saúde da Família da minha área serve
para:________
2. Solicitar que os alunos leiam suas respostas para os colegas;
3. Realizar uma exposição com o tema: “Atenção à Saúde e Atenção Primária no
SUS” com base na Política de Atenção Básica;
4. Perguntar a turma:
Que perguntas podem ser feitas sobre o tema apresentado para esclarecer
dúvidas?
8. REDES DE ASSISTÊNCIA À ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO SUS
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:
1. Os alunos irão conhecer a Rede de Nutrição do SUS - REDENUTRI, site:
http://ecos-redenutri.bvs.br/tiki-view_articles.php com os objetivos:
Analisar seus subtópicos (apresentações, notícias, artigos)
Assistir aos vídeos disponíveis no site
Vídeo 1: Falando de direitos - Alimentação e Saúde no SUS
O vídeo é resultado da parceria entre a Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos
Humanos (ABRANDH) e a Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição
(CGAN/DAB/SAS/MS) com apoio da Organização Panamericana da Saúde (OPAS) e
tem o objetivo de motivar a discussão sobre a agenda de nutrição no SUS; o papel das
ações de nutrição na atenção básica, a importância de fortalecer esta agenda nas
37. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
discussões do controle social e gestores locais. Experiências concretas de atenção
nutricional são apresentadas e comentadas com o olhar de especialistas, pesquisadores e
conselheiros, no contexto da Política Nacional de Alimentação e Nutrição e da
Segurança Alimentar e Nutricional.
33
Vídeo 2: O veneno está nas mesas
Documentário do produzido pelo cineasta Sílvio Tendler, mostra como o país facilita o
consumo dos agrotóxicos e como movimentos sociais e setores do próprio governo
como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) têm tentado, de formas distintas,
alertar sobre o problema. Com entrevistas de trabalhadores rurais, pesquisadores da área
da saúde e diversos dados e informações inéditas, o documentário denuncia casos de
contaminação pelo uso de agrotóxicos, inclusive com a morte de um trabalhador, e
mostra como é possível estabelecer outro modelo de produção sem o uso de venenos,
baseado na agroecologia.
Vídeo 3: Peraí, é nosso direito!
Vídeo produzido pela Ação Brasileira para a Nutrição e Direitos Humanos
(ABRANDH), com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação - FAO,
dirigido por Renato Barbieri e produzido pela Videografia. Trata da história de duas
comunidades que se organizaram para lutar por seus direitos. Entre 2004 e 2006 a
Abrandh, com o apoio da FA, desenvolveu dois projetos-piloto junto às comunidades de
Sururu de Capote (Maceió-AL) e Vila Santo Afonso (Teresina-PI). O objetivo foi
contribuir com o apoderamento das comunidades e apoiar ações para exigir e monitoras
a realização de seus Direitos Humanos, em especial o Direito Humano à Alimentação
Adequada – DHAA.
9. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NA REDE DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE DO
SUS
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:
1. Leitura do Protocolo do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional –
SISVAN – na assistência à saúde
2. Debate sobre o texto abordando os seguintes tópicos:
38. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
Quais os marcos legais (arcabouços teóricos) da vigilância nutricional e
alimentar?
Quais portarias e decretos são referentes à Alimentação e Nutrição no país?
Qual o objetivo dos protocolos do SISVAN?
Quais as fases de vida que possuem protocolos?
34
10. NUCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:
1. Indagar aos alunos o que conhecem acerca do NASF e/ou se já foram assistidos por
algum profissional da equipe;
2. Discutir com base nas respostas dos alunos;
3. Realizar uma explanação dialógica acerca do Núcleo de Apoio à Saúde da Família:
missão, objetivos, aspectos normativos, como foi criado, princípios e diretrizes,
processo de trabalho, contribuição para a Atenção Primária e atribuições;
4. Dividir a turma em 05 grupos, ficando cada um responsável pela leitura de um tópico
contido no capítulo Alimentação e Nutrição no NASF contido no documento “Diretrizes
do NASF” do Ministério da Saúde:
GRUPO 1: Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e Segurança alimentar
e nutricional e direito humano à alimentação adequada;
GRUPO 2: Perfil epidemiológico e nutricional da população brasileira;
Grupo 3: Ações de alimentação e nutrição na atenção primária à saúde;
Grupo 4: Indicadores Básicos da Nutrição.
Grupo 5: Possibilidades de atuação do nutricionista da equipe do NASF
4. Solicitar que cada equipe realize uma explanação sobre o seu tema para a turma e
escreva duas perguntas sobre seu tema para que possa ser utilizado na atividade
seguinte;
5. Juntar todas as perguntas feitas pelas equipes e fazê-las para a turma, tendo o cuidado
para que as respostas não sejam dadas pelos membros do grupo responsável por aquela
temática;
39. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
6. Realizar uma discussão final acerca do tema, respondendo aos questionamentos que
forem surgindo ao longo da atividade.
Para direcionamento da atividade, é recomendável que o professor faça a leitura do
material abaixo:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Cadernos de Atenção
Básica. Brasília: Ministério da Saúde, n.27, 2009.160 p.
35
11. O NASF NA MINHA COMUNIDADE
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:
1. Solicitar que os alunos se agrupem de acordo a Unidade de Saúde ou equipe de Saúde
da Família responsável por sua área;
2. Orientar que os grupos façam uma visita à unidade e realizem os questionamentos
abaixo a algum profissional de saúde da unidade:
a. Sua Unidade possui uma equipe do NASF?
b. Se sim, quais profissionais compreendidos e quais atividades são desenvolvidas?
3. Orientar que se a unidade de sua área não possuir uma equipe do NASF, realizar a
atividade em uma outra unidade que possua;
4. Organizar uma roda de discussão acerca das experiências observadas pelos grupos
durante a visita à unidade e as atividades desenvolvidas pelo NASF na área, segundo
informação recebida.
12. O TRABALHO EM EQUIPE DE SAÚDE
Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:
1. Dividir a turma em 5 grupos e orientar o estudo do texto: “O Trabalho em Equipe”
e responder as seguintes perguntas:
Que características diferenciam grupo de equipe?
Que atitudes devem assumir os profissionais de saúde para funcionar em
equipe?
40. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
36
Que elementos devem ser considerados para a organização de uma equipe
de saúde?
2. Coordenar uma Plenária de discussão do texto com base nas perguntas e esclarecer
dúvidas sobre a leitura;
3. Orientar aos grupos o seguinte trabalho em equipe a partir da seguinte orientação:
Na comunidade de Barra Funda foi implantada uma unidade de saúde há um mês. A
equipe tem uma médica, uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, 5 Agentes
Comunitários de Saúde (ACS), uma nutricionista, um educador físico e uma assistente
social do NASF, recepcionista e o vigia. A comunidade tem 1500 famílias, sendo que
400 ainda não tem a visita do ACS em sua área.
Durante esse primeiro mês a equipe funcionou somente atendendo a demanda e houve
muita reclamação da demora no atendimento. A técnica de enfermagem não conseguiu
aferir a pressão das pessoas porque estava o tempo inteiro na sala de vacina para atender
a demanda. A médica afirmou que não iria ver a pressão dos pacientes, pois a demanda
é grande e a recepcionista só sabe ver o peso. A enfermeira reclamou que ela atendeu
todas as crianças menores de 5 anos, distribuiu a medicação e ainda fez os curativos e
aerosol que seria função da técnica de enfermagem. A técnica de nutrição informou que
os ACS estavam fazendo visitas e mandando todos para ser atendidos na unidade e que
não poderia ajudar a nutricionista.
Os profissionais do NASF realizavam atividades isoladas numa praça da comunidade,
sem interligação com a unidade básica de saúde. O vigia e a recepcionista ficaram
penalizados com a situação porque profissionais não tinham tempo para almoçar
tentando dar conta de atender a demanda e ainda estavam sendo xingados pela
população que estavam dizendo que iriam denunciar os profissionais.
Além disso, a equipe ainda estava sendo chamada atenção por parte da secretaria porque
não havia enviado as fichas e protocolos dos atendimentos.
Após esse mês a equipe concluiu que precisava organizar o serviço e gostaria de iniciar
implantando o Acolhimento.
a) Com base nessa situação o grupo deve sistematizar uma lista de conselhos e dicas
para a equipe de saúde da comunidade de Barra Funda considerando o trabalho em
equipe, a necessidade de planejamento das ações contextualizadas a realidade da equipe
e da comunidade, e a demanda da população.
b) Elaborar Cartazes com seus Conselhos e dicas para Equipe de Saúde
4. Plenária com apresentação dos grupos;
5. Após as apresentações convidar os grupos para análise sobre a adequação dos
conselhos com base nas seguintes perguntas:
41. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
37
Que dificuldades precisam ser superadas pela equipe para seguir esse
conselho?
Que mudanças nos profissionais, no funcionamento da equipe e na
comunidade precisa acontecer para haver sucesso no acolhimento?
Dentre todos os conselhos das equipes existe algum que não seria
aplicável a realidade vivenciada pela equipe de Barra Funda?
O TRABALHO EM EQUIPE13
Este texto tem como objetivo discutir o conceito de trabalho em equipe e
apresentar alguns elementos fundamentais para a consolidação de uma equipe de
trabalho.
A concepção de equipe está vinculada à de processo de trabalho e sujeita-se às
transformações pelas quais este vem passando ao longo do tempo. Neste sentido, sem
querermos apontar todos os motivos que justificam a existência desta forma de exercer
o trabalho, diríamos que a ideia de equipe advém:
Da necessidade histórica do homem de somar esforços para alcançar
objetivos que, isoladamente, não seriam alcançados ou seriam de forma
mais trabalhosa ou inadequada;
Da imposição que o desenvolvimento e a complexidade do mundo
moderno têm imposto ao processo de produção, gerando relações.
O trabalho em equipe, portanto, pode ser entendido como uma estratégia,
concebida pelo homem, para melhorar a afetividade do trabalho e elevar o grau de
satisfação do trabalhador.
Hoje, mais do que nunca, o trabalho em equipe tem sido incentivado em
praticamente todas as áreas da atividade humana. Vários autores têm destacado
vantagens do trabalho em equipe sobre o trabalho individual. Apesar deste
reconhecimento, constatamos, na prática, muitas dificuldades em realizar o trabalho em
equipe. Em parte, isto se deve às diferentes percepções do que seja uma equipe de
trabalho. Vejamos algumas definições de equipe:
a) "Conjunto ou grupo de pessoas que se aplicam a uma tarefa ou trabalho."
13 BRASIL, OPAS. O trabalho em equipe. In: BRASIL. Organização do Cuidado a partir de
Problemas: Uma Alternativa Metodológica para a Atuação da Equipe de Saúde da Família.
Brasília, DF, p.45 – 49, 2000.
42. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
De acordo com esse conceito, para ser uma equipe basta que as pessoas
trabalhem numa mesma tarefa. Não importa, neste caso, o significado/objetivo que o
trabalho tem para cada um, nem como as pessoas se relacionam neste trabalho. Na
medida em que os componentes do grupo não compartilham dos mesmos objetivos,
podendo até ter objetivos conflitantes, pode-se encontrar situações nas quais o
"fracasso" de membro do grupo seja intencional - o "boicote".
38
b) "Conjunto ou grupo de pessoas que partilham de um mesmo objetivo."
Nesse conceito, o fundamental é que as pessoas tenham o mesmo objetivo, não
importando como cada um pretende alcançá-lo. É como uma equipe de futebol amador
em que os jogadores têm o mesmo objetivo (ganhar o jogo), mas não têm um "esquema
tático" para vencê-lo.
c) "Conjunto ou grupo de pessoas que ao desenvolver uma tarefa ou trabalho,
almejam um objetivo único, obtido pelo consenso/negociação."
Esse conceito amplia o anterior na medida em que o objetivo do trabalho não é
definido externamente ao grupo ou por parte dos seus componentes. O objetivo é
resultante da discussão/negociação entre todos os membros da equipe.
d) "Conjunto ou grupo de pessoas que tem objetivos comuns e está engajado em
alcançá-los de forma compartilhada."
Esse conceito avança um pouco mais, na medida em que as pessoas têm o mesmo
objetivo e querem alcançá-lo de forma compartilhada. Provavelmente, neste caso, a
equipe tem um plano para atingir o seu objetivo.
e) "Conjunto ou grupo de pessoas com habilidades complementares,
comprometidas umas com as outras pela missão e objetivos comuns (obtidos pela
negociação entre os atores sociais envolvidos) e um plano de trabalho bem
definido"
Nesse conceito, reconhece-se a diversidade de' conhecimentos e habilidades entre
os membros da equipe, que se complementam e enriquecem o trabalho como um todo,
contribuindo desta maneira para que a equipe tenha mais chances de atingir seu
objetivo. E mais, o grupo tem um projeto de como alcançá-lo.
Atualmente, tem-se agregado, ainda, a ideia de que, no desenvolvimento do
processo de trabalho e na busca de seus objetivos, os componentes da equipe deverão
criar as condições necessárias ao crescimento individual e do grupo.
43. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
39
O funcionamento da equipe
Quando nos referimos a um determinado tipo de trabalho como sendo de equipe,
é necessário que tenhamos claro que não há como conceber equipe como algo que se
passa à margem do processo de trabalho.
O funcionamento das equipes pode apresentar diferenças significativas em função
do tipo de trabalho que está sendo executado. Este, por sua vez, determina os
conhecimentos e habilidades essenciais para o seu desenvolvimento, e a necessidade de
uma coordenação e de um plano de trabalho ora mais, ora menos flexíveis. Tomemos, a
título de exemplo, dois tipos de equipe: o time de futebol e uma orquestra sinfônica.
O time de futebol: os componentes desta equipe têm objetivos comuns - marcar gols,
vencer jogos e ganhar campeonatos - habilidades diferentes (o goleiro, o beque, o
atacante), uma coordenação (o técnico) e um plano de trabalho (o esquema tático).
Quando observamos atentamente o seu funcionamento, percebemos alguns detalhes que
a fazem um tipo de equipe bastante singular, senão vejamos:
Embora as habilidades e até as características físicas de um beque sejam
diferentes, se comparadas às de um, atacante, nada impede que o beque marque
gols, nem que o atacante ajude no trabalho de defesa, ou que ambos substituam
o goleiro. Podemos dizer que existe certa inespecificidade no trabalho dos
jogadores.
A atuação do técnico (coordenação), no momento de uma partida, pode ser
prescindido, sem que isto signifique necessariamente o fracasso da equipe.
Temos vários exemplos nos quais o técnico não estava presente (tinha sido
expulso) e o time ganhou a partida. Observamos ainda que, no decorrer de uma
partida, alguns jogadores podem assumir a coordenação da equipe na execução
de uma tarefa específica, por exemplo: organizar a defesa quando' o time está
sendo atacado, comandar o ataque, preparar uma jogada etc.
Plano de trabalho é bastante flexível e pode mudar de acordo com as
circunstâncias, sem que isto implique na derrota da equipe. Aliás, é justamente
esta flexibilidade que permite ao time adaptar-se a uma nova realidade, no
transcorrer de uma partida, como por exemplo, quando da expulsão de um dos
seus jogadores ou quando se faz necessário assegurar um resultado que seja
considerado satisfatório.
A orquestra sinfônica: os componentes desta equipe têm um objetivo comum -
executar uma sinfonia -, conhecimentos e habilidades diferentes (o pianista, o
44. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
violinista, o clarinetista), uma coordenação (o maestro) e um plano de trabalho (as
partituras).
Diferentemente do time de futebol, na execução de uma sinfonia, o pianista
jamais fará o trabalho do violinista ou vice-versa. Podemos dizer que existe uma alta
especificidade no trabalho dos músicos, ou seja, o pianista sempre tocará piano e o
violinista sempre tocará violino.
O trabalho do maestro é fundamental. Por mais competentes que sejam os
músicos, individualmente, sem a coordenação do maestro a equipe não conseguirá
alcançar o objetivo de executar uma sinfonia.
O plano de trabalho é rígido. Um músico jamais poderá substituir sua partitura
40
durante a execução de uma sinfonia. '
Estes quatro elementos - objetivos, conhecimentos e habilidades dos membros da
equipe, coordenação do trabalho e plano de trabalho - sempre estarão presentes e
determinarão o funcionamento de uma equipe.
Como um grupo se torna uma equipe?
Uma das mudanças mais significativas de nossa época é a passagem da ação
individual para o trabalho em grupo. No mundo de hoje podemos identificar vários
tipos de grupos trabalhando nas mais diferentes situações. Alguns conseguem
tornarem-se equipes e outros permanecem apenas como grupos. Uma questão surge
desta constatação: quais são os elementos fundamentais que marcam esta diferença e o
que devemos considerar para construirmos uma equipe de trabalho?
Podemos identificar alguns elementos para a transformação de um grupo de
trabalhadores em equipe de trabalho:
O Grupo consegue vislumbrar vantagens do trabalho em equipe
complementaridade, interdependência e sinergismo das ações - em relação ao
trabalho isolado, individual;
A disposição de compartilhar objetivos, decisões, responsabilidades e também
resultados;
A necessidade de definir com clareza os objetivos e resultados - individuais e
do grupo - a serem alcançados;
A importância de construir, em conjunto, um plano de trabalho e definir a
responsabilização de cada membro do grupo, para alcançar os objetivos;
A necessidade da avaliação constante dos processos e dos resultados;
A percepção de que o fracasso de um pode significar o fracasso de todos e que
45. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
41
o sucesso de um é fundamental para o sucesso da equipe;
A importância de se garantir a educação permanente de todos os membros da
equipe;
A necessidade de aprimorar as relações interpessoais e de valorizar a
comunicação entre os membros da equipe;
A disposição das pessoas em ouvir e considerar as experiências e saberes de
cada membro do grupo. O trabalho em equipe não implica em eliminar as
diferenças existentes entre seus membros (sociais, culturais, etc.) e sim trabalhar
estas diferenças - os conflitos; e,'
Finalmente, é fundamental que os objetivos e resultados definidos se
constituam em desafios constantes para o grupo, algo que instigue cada
integrante.
Como pode ser percebido, fazer de um grupo de trabalhadores uma equipe de
trabalho é realmente um grande desafio. Desafio que passa pelo aprendizado coletivo
da necessidade de uma comunicação aberta, de uma prática democrática que permita o
exercício pleno das capacidades individuais e uma atuação mais criativa e saudável de
cada sujeito; evitando, assim, a cristalização de posições, a rotulação e a deterioração
das relações interpessoais. Desta forma, o grupo poderá buscar seus objetivos,
responsabilizando-se, solidariamente, pelos sucessos e fracassos.
46. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
Referências bibliográficas sugeridas
para o professor
42
BRASIL. Ministério da Saúde. Lei 8.080/ 19-09-1990. Brasília- Brasil D.O.U 1990.
BRASIL. Ministério da Saúde. Lei 8.142/ 28-12-1990. Brasília- Brasil D.O.U 1990.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Cadernos
de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, n.27, 2009.160 p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional –
SISVAN na assistência à saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Atenção Básica.– Brasília : Ministério da Saúde, 2008. 61 p.
: il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde)
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Manual operacional para profissionais de saúde e educação: promoção da
alimentação saudável nas escolas / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2008. 152 p.
: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)
FAUSTO, M.C.R.; MATTA, G. C. . Atenção Primária à Saúde: Histórico e
perspectivas. In: Marcia Valeria G. C. Morosini; Anamaria D'Andrea Corbo. (Org.).
Modelos de Atenção e a Saúde da Família. Rio de Janeiro: ESPJV/FIOCRUZ, 2007,
v. 4, p. 43-67.
FIGUEIREDO,N. M. A. Ensinado a Cuidar em Saúde Pública 1ª Ed. São Paulo:
Yendis 2005.
GARCIA, M. et al. Política e Gestão em Saúde 1ªed. Rio de Janeiro:Esc 2000.
47. CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3
43
Referências bibliográficas do
manual
MATTA, G. C. Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde In: Políticas de
Saúde: Organização e operacionalização do Sistema Único de Saúde.1 ed.Rio de
Janeiro: EPSJV/FIOCRUZ, 2007, v.3, p. 61-80.
MERHY, Emerson Elias. Um dos grandes desafios para os gestores do SUS: apostar
em novos modos de fabricar os modelos de atenção. In: O trabalho em saúde:
olhando e experienciando o SUS no cotidiano. Emerson Elias Merhy et al. São
Paulo: Hucitec, 2003.
MINAYO, M. C. S. et al. Tratado de Saúde Coletiva 2ª ed. São Paulo: Hucitec
2009.
PAIM, J. S. e ALMEIDA FILHO N. Novos Sujeitos, Novos Paradigmas. In: Paim,
J.S. e Almeida Filho N. A crise da Saúde Pública e a utopia da Saúde Coletiva.
Salvador: Casa da Qualidade, 2000.
SILVA JÚNIOR, A G. Modelos tecnoassistenciais em saúde: o debate no campo
da saúde coletiva. São Paulo: Hucitec, 1998, p.19-70.
48.
49. Hino do Estado do Ceará
Poesia de Thomaz Lopes
Música de Alberto Nepomuceno
Terra do sol, do amor, terra da luz!
Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Em clarão que seduz!
Nome que brilha esplêndido luzeiro
Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Chuvas de prata rolem das estrelas...
E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Rubros o sangue ardente dos escravos.
Seja teu verbo a voz do coração,
Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Peito que deu alívio a quem sofria
E foi o sol iluminando o dia!
Tua jangada afoita enfune o pano!
Vento feliz conduza a vela ousada!
Que importa que no seu barco seja um nada
Na vastidão do oceano,
Se à proa vão heróis e marinheiros
E vão no peito corações guerreiros?
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Há de florar em meses, nos estios
E bosques, pelas águas!
Selvas e rios, serras e florestas
Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Sobre as revoltas águas dos teus mares!
E desfraldado diga aos céus e aos mares
A vitória imortal!
Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Hino Nacional
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,Brasil!
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!