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Faculdade de Psicologia
TERAPIA FAMILIAR SISTÊMICA
Graziela F. Verhalen de Freitas.
Katury Correa Sanchez
LéurienDavoglio
7º Semestre de Psicologia
Sheila Araújo
Cuiabá/MT
2013/1
ANTIGUIDADE TARDIA
O QUE É O HOMEM
Neste período o Cristianismo lançou como novidade a ligação entre a
carne e o pecado. Então tanto a mulher como o homem (da cintura pra baixo)
eram criações do demônio.
A prática do Cristianismo se torna muito comum entre os jovens neste
período histórico. Eles passam a viver em castidade de modo a pensarem que
se aproximariam da divindade desta maneira.
Os romanos pagãos deveriam ser castos para que a vida sexual fosse
limitada ao casamento.
São Jerônimo era o mais notável expoente da virgindade. Ele persuadiu
várias mulheres que estavam na vida de imundície a viver em meio cristão,
como sendo a única maneira de viver com respeito e dignidade.
Agostinho, bispo de Hipona, produziu diversos comentários e
especulações que foram difundidos por todo o Império. Foi ele quem resumiu o
sentimento geral entre os padres da igreja de que o ato sexual é
fundamentalmente repulsivo.
Os padres possuíam uma certa autoridade moral, pois acreditava
precisar exercer controle sobre a mente das pessoas.
Os eunucos eram castrados, enquanto os monges optavam pelo prazer
contido.
Muito passou-se a ver a continência sexual. A partir de São Jerônimo, a
hierarquia da condição de cada um se impõe definitivamente: os virgens, os
continentes, os casados. Os virgens são aqueles que fazem o voto solene de
castidade. Nos continentes podem encontrar-se os clérigos, os viúvos, as
viúvas, ou os esposos que se abstém de relações sexuais. E a terceira e última
condição, a dos casados, é objeto de um enquadramento estrito.
O QUE É A MULHER
As mulheres eram voltadas para a virgindade. As virgens consagradas
vivem à parte nas casas particulares, em uma comunidade.
Alguns dirigentes da Igreja consideravam as mulheres piores do que um
ser inferior. Até mesmo os cabelos dessas “tentadoras do demônio” era temido,
considerado tão sedutor que os anjos poderiam ser distraídos por ele durante o
serviço.
As mulheres eram vistas como fracas, débeis, lerdas de raciocínio,
simples, instáveis, enganadoras, o tipo de pessoa que não se devia confiar.
Devido a questão da queda do paraíso, culpa de Eva que comerá a maça.
O cristianismo oferecia à mulher igualdade espiritual, o que era
aparentemente vantajoso para ela. Mas elas eram proibidas de executar
oblações, de batizar, de ensinar ou rezar em voz alta na igreja, de aproximar-se
do altar ou pronunciar uma benção.
O QUE É A CRIANÇA
Sabe-se que a antiguidade tardia foi do Século III ao V, e que segundo
Philip Ariès: “Até o século XII não existia crianças caracterizada por uma
expressão particular e sim homens de tamanho reduzido”.
Além disso, até aproximadamente século XII não tinha uma
representação da criança porque não havia lugar para ela no mundo, segundo
Philip Ariès. Por isso que nesse caso não se pode nem falar em infância, pois
esse conceito e papel nem existia.
O QUE É A SEXUALIDADE
Na Grécia e em Roma o prazer era valorizado, mas ai vem a chegada do
cristianismo impondo regras e condenações a respeito de seu exercício.
A mudança na história do Ocidente, que se define pela recusa da
sexualidade, se produziu dentro do paganismo, nos séculos I e II.
O Cristianismo lançou como novidade a ligação entre a carne e o
pecado, a fim de justificar a repressão a grande parte das práticas sexuais,
passou a difundir uma idéia de culpa a respeito do prazer sexual, sendo visto
como transgressão contra Deus
O ascetismo era um ataque feroz ao corpo e seus apetites sexuais. Os
banhos eram evitados, enquanto a sujeira tornava-se virtude, para não haver o
desejo sexual, por causa do toque.
Os primeiros cristãos passavam o tempo todo preocupados em reprimir
os seus impulsos biológicos. Mesmo fazendo enorme esforços, os impulsos
retornavam, colocando assim responsabilidade devisões e tentações sexuais
no demônio.
O pavor da sexualidade era tão grande que até mesmo os mortos não
eram considerados sexualmente impotentes. E então dessa forma a tentativa
de reprimir o sexo, levava à uma preocupação constante.
As ideias cristãs sobre a sexualidade e o prazer persistem até hoje. Dois
mil anos se passaram, mas a maioria das pessoas ainda sofre por conta de
seus desejos, suas frustrações, seus temores, suas vergonhas e suas culpas
sexuais.
O QUE É O AMOR
Neste período o movimento do amor era posto de lado, de maneira fixar
os propósitos do Cristianismo, onde o casamento visava a proximidade com
Deus. Posteriormente o casamento foi conquistando espaço e ganhando novas
formas e o homem passa a ser monogâmico. Desta forma as relações vão se
estreitando e o afeto vai se tornando menos estranho.
Agostinho culpou a mulher como o caminho da destruição. Em confronto
com isso, o “odi et amo”de Catulo, parece quase pueril.
O amor carnal era completamente sublimado pelo amor a Deus. Os
cristãos buscaram de forma obstinada os novos princípios que visavam incutir
ainda mais profundamente no individuo e no sentimento do olhar de Deus e
medo de nossojulgamento divino
Jerônimo descreve: “ É indecoroso alguém amar a esposa de outro
home, como também o é amar sua própria esposa em secreto... Um homem
prudente deve amar sua esposa com critério, não com paixão...” .
O QUE É O CASAMENTO
O casamento continente, com a ausência total de sexo, tornou-se o ideal
de casamento cristão na Antiguidade Tardia.
A Igreja, como não tinha outro jeito aprovava o casamento e este
achava-se a caminho de tornar-se sacramento. Então, foram criadas regras
para a união sexual de modo a categorizá-la claramente como subproduto
inferior ao casamento.
Para os cristãos, a monogamia foi transformada em sério contrato por
toda a vida, sendo a única forma aceitável de casamento.
Durante séculos, enquanto o cristianismo lutava contra a carne,
casamento continente passou a ser louvado como sendo a mais elevada forma
de união entre homem e mulher.
Casamento espiritual, virgens, solteiras e viúvas jovens convidavam
clérigos ou monges a viver em suas casas, em castidade, dessa forma ela se
tornavam esposas espirituais dos religiosos. Teoricamente, isso significava
uma continência rigorosa, embora eles dividissem o mesmo aposento e, em
muitos casos, a mesma cama. Não se pode garantir, que as relações entre eles
fossem sempre castas.
O QUE É FAMÍLIA
Nessa época o cristianismo “dominou”, o que contava com a maioria da
população, como isso, eles persistiam na ideia da aproximação do fim do
mundo e a necessidade de purificação. E para isso: Os romanos pagãos
deveriam ser castos para que a vida sexual fosse limitada ao casamento, o
aborto fosse condenado, a paixão amorosa reprovada e que a bissexualidade
fosse desacreditada.
A partir disso, o casamento foi visto como a única finalidade para a
reprodução da espécie, ou seja, a formação de uma família. Além disso, o
adultério, a contracepção, o aborto (como já foi dito), a homossexualidade, o
infanticídio, a zoofilia e a masturbação, que envolve tanto a sexualidade como
práticas dos casamentos, foram abolidos pela igreja.
Com essas institucionalizações, o que temos hoje como o “ideal de
família”, sofre influencia disso, ou seja: papai, mamãe e filhinhos. Já que a
homossexualidade não pode, o adultério, o aborto, a contracepção, o
infanticídio e a zoofilia, então o único jeito “correto” de se ter uma família era
esse.
Além disso, com a monogamia dos dois sexos (o que antes era só para
as mulheres) e o “até que a morte vos separem”, as famílias não eram
desfeitas, o que se fazia manter esse ideal que até hoje “carregamos” como o
modelo certo para os padrões familiares.
Como o contato físico também era visto como desencadeador de
pecados, os casais não tinham o habito do beijo, abraço, caricias, e etc., entre
eles e com seus filhos, o que trouxe impactos até atualidade, pois algumas
mães evitam esses gestos aos sues filhos, com medo deles se tornarem
eternos dependentes delas, e os pais fazem a mesma coisa, com o medo de
seus filhos virarem homossexuais.
Como as mulheres ainda eram vistas de forma “inferior”, as casadas
ficavam em casa cuidando dos afazeres domésticos e das suas crias, enquanto
o homem trazia o sustento para casa. E os filhos, dos que sobreviviam, pois a
condição de vida era precária (além da ideia do sujo como vantajoso, e o limpo
o pecaminoso), eram vistas como miniaturas de adultos, o que já ajudavam nas
atividades desde cedo.

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  • 1. Faculdade de Psicologia TERAPIA FAMILIAR SISTÊMICA Graziela F. Verhalen de Freitas. Katury Correa Sanchez LéurienDavoglio 7º Semestre de Psicologia Sheila Araújo Cuiabá/MT 2013/1
  • 2. ANTIGUIDADE TARDIA O QUE É O HOMEM Neste período o Cristianismo lançou como novidade a ligação entre a carne e o pecado. Então tanto a mulher como o homem (da cintura pra baixo) eram criações do demônio. A prática do Cristianismo se torna muito comum entre os jovens neste período histórico. Eles passam a viver em castidade de modo a pensarem que se aproximariam da divindade desta maneira. Os romanos pagãos deveriam ser castos para que a vida sexual fosse limitada ao casamento. São Jerônimo era o mais notável expoente da virgindade. Ele persuadiu várias mulheres que estavam na vida de imundície a viver em meio cristão, como sendo a única maneira de viver com respeito e dignidade. Agostinho, bispo de Hipona, produziu diversos comentários e especulações que foram difundidos por todo o Império. Foi ele quem resumiu o sentimento geral entre os padres da igreja de que o ato sexual é fundamentalmente repulsivo. Os padres possuíam uma certa autoridade moral, pois acreditava precisar exercer controle sobre a mente das pessoas. Os eunucos eram castrados, enquanto os monges optavam pelo prazer contido. Muito passou-se a ver a continência sexual. A partir de São Jerônimo, a hierarquia da condição de cada um se impõe definitivamente: os virgens, os continentes, os casados. Os virgens são aqueles que fazem o voto solene de castidade. Nos continentes podem encontrar-se os clérigos, os viúvos, as viúvas, ou os esposos que se abstém de relações sexuais. E a terceira e última condição, a dos casados, é objeto de um enquadramento estrito.
  • 3. O QUE É A MULHER As mulheres eram voltadas para a virgindade. As virgens consagradas vivem à parte nas casas particulares, em uma comunidade. Alguns dirigentes da Igreja consideravam as mulheres piores do que um ser inferior. Até mesmo os cabelos dessas “tentadoras do demônio” era temido, considerado tão sedutor que os anjos poderiam ser distraídos por ele durante o serviço. As mulheres eram vistas como fracas, débeis, lerdas de raciocínio, simples, instáveis, enganadoras, o tipo de pessoa que não se devia confiar. Devido a questão da queda do paraíso, culpa de Eva que comerá a maça. O cristianismo oferecia à mulher igualdade espiritual, o que era aparentemente vantajoso para ela. Mas elas eram proibidas de executar oblações, de batizar, de ensinar ou rezar em voz alta na igreja, de aproximar-se do altar ou pronunciar uma benção. O QUE É A CRIANÇA Sabe-se que a antiguidade tardia foi do Século III ao V, e que segundo Philip Ariès: “Até o século XII não existia crianças caracterizada por uma expressão particular e sim homens de tamanho reduzido”. Além disso, até aproximadamente século XII não tinha uma representação da criança porque não havia lugar para ela no mundo, segundo Philip Ariès. Por isso que nesse caso não se pode nem falar em infância, pois esse conceito e papel nem existia. O QUE É A SEXUALIDADE
  • 4. Na Grécia e em Roma o prazer era valorizado, mas ai vem a chegada do cristianismo impondo regras e condenações a respeito de seu exercício. A mudança na história do Ocidente, que se define pela recusa da sexualidade, se produziu dentro do paganismo, nos séculos I e II. O Cristianismo lançou como novidade a ligação entre a carne e o pecado, a fim de justificar a repressão a grande parte das práticas sexuais, passou a difundir uma idéia de culpa a respeito do prazer sexual, sendo visto como transgressão contra Deus O ascetismo era um ataque feroz ao corpo e seus apetites sexuais. Os banhos eram evitados, enquanto a sujeira tornava-se virtude, para não haver o desejo sexual, por causa do toque. Os primeiros cristãos passavam o tempo todo preocupados em reprimir os seus impulsos biológicos. Mesmo fazendo enorme esforços, os impulsos retornavam, colocando assim responsabilidade devisões e tentações sexuais no demônio. O pavor da sexualidade era tão grande que até mesmo os mortos não eram considerados sexualmente impotentes. E então dessa forma a tentativa de reprimir o sexo, levava à uma preocupação constante. As ideias cristãs sobre a sexualidade e o prazer persistem até hoje. Dois mil anos se passaram, mas a maioria das pessoas ainda sofre por conta de seus desejos, suas frustrações, seus temores, suas vergonhas e suas culpas sexuais. O QUE É O AMOR Neste período o movimento do amor era posto de lado, de maneira fixar os propósitos do Cristianismo, onde o casamento visava a proximidade com Deus. Posteriormente o casamento foi conquistando espaço e ganhando novas formas e o homem passa a ser monogâmico. Desta forma as relações vão se estreitando e o afeto vai se tornando menos estranho.
  • 5. Agostinho culpou a mulher como o caminho da destruição. Em confronto com isso, o “odi et amo”de Catulo, parece quase pueril. O amor carnal era completamente sublimado pelo amor a Deus. Os cristãos buscaram de forma obstinada os novos princípios que visavam incutir ainda mais profundamente no individuo e no sentimento do olhar de Deus e medo de nossojulgamento divino Jerônimo descreve: “ É indecoroso alguém amar a esposa de outro home, como também o é amar sua própria esposa em secreto... Um homem prudente deve amar sua esposa com critério, não com paixão...” . O QUE É O CASAMENTO O casamento continente, com a ausência total de sexo, tornou-se o ideal de casamento cristão na Antiguidade Tardia. A Igreja, como não tinha outro jeito aprovava o casamento e este achava-se a caminho de tornar-se sacramento. Então, foram criadas regras para a união sexual de modo a categorizá-la claramente como subproduto inferior ao casamento. Para os cristãos, a monogamia foi transformada em sério contrato por toda a vida, sendo a única forma aceitável de casamento. Durante séculos, enquanto o cristianismo lutava contra a carne, casamento continente passou a ser louvado como sendo a mais elevada forma de união entre homem e mulher. Casamento espiritual, virgens, solteiras e viúvas jovens convidavam clérigos ou monges a viver em suas casas, em castidade, dessa forma ela se tornavam esposas espirituais dos religiosos. Teoricamente, isso significava uma continência rigorosa, embora eles dividissem o mesmo aposento e, em muitos casos, a mesma cama. Não se pode garantir, que as relações entre eles fossem sempre castas.
  • 6. O QUE É FAMÍLIA Nessa época o cristianismo “dominou”, o que contava com a maioria da população, como isso, eles persistiam na ideia da aproximação do fim do mundo e a necessidade de purificação. E para isso: Os romanos pagãos deveriam ser castos para que a vida sexual fosse limitada ao casamento, o aborto fosse condenado, a paixão amorosa reprovada e que a bissexualidade fosse desacreditada. A partir disso, o casamento foi visto como a única finalidade para a reprodução da espécie, ou seja, a formação de uma família. Além disso, o adultério, a contracepção, o aborto (como já foi dito), a homossexualidade, o infanticídio, a zoofilia e a masturbação, que envolve tanto a sexualidade como práticas dos casamentos, foram abolidos pela igreja. Com essas institucionalizações, o que temos hoje como o “ideal de família”, sofre influencia disso, ou seja: papai, mamãe e filhinhos. Já que a homossexualidade não pode, o adultério, o aborto, a contracepção, o infanticídio e a zoofilia, então o único jeito “correto” de se ter uma família era esse. Além disso, com a monogamia dos dois sexos (o que antes era só para as mulheres) e o “até que a morte vos separem”, as famílias não eram desfeitas, o que se fazia manter esse ideal que até hoje “carregamos” como o modelo certo para os padrões familiares. Como o contato físico também era visto como desencadeador de pecados, os casais não tinham o habito do beijo, abraço, caricias, e etc., entre eles e com seus filhos, o que trouxe impactos até atualidade, pois algumas mães evitam esses gestos aos sues filhos, com medo deles se tornarem eternos dependentes delas, e os pais fazem a mesma coisa, com o medo de seus filhos virarem homossexuais. Como as mulheres ainda eram vistas de forma “inferior”, as casadas ficavam em casa cuidando dos afazeres domésticos e das suas crias, enquanto o homem trazia o sustento para casa. E os filhos, dos que sobreviviam, pois a condição de vida era precária (além da ideia do sujo como vantajoso, e o limpo
  • 7. o pecaminoso), eram vistas como miniaturas de adultos, o que já ajudavam nas atividades desde cedo.