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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – CAMPUS ITABIRA
PROFESSOR VITOR G. CARNEIRO FIGUEIREDO
CURSO DE ENGENHARIA DE SAÚDE E SEGURANÇA
ESS021 – ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DO TRABALHO
Lucas Carvalho – RA: 20926
Luciana Rodrigues Lopes – RA: 22243
Luís Felipe Teles França – RA: 25418
Marciene Ferreira Coelho – RA: 21455
Thaís Braga – RA: 19554
Willian Dias da Cruz – RA: 19556
PESQUISA-AÇÃO
ITABIRA/MG
- 2015 –
INTRODUÇÃO
Os contextos de trabalho cada vez mais passam por alterações nas relações
técnicas e sociais existentes no meio produtivo, enfatizando que os profissionais adotem
perfis interdisciplinar e multidisciplinar. Nessa situação cabe aos profissionais passarem
por um processo de aprendizagem oriundas do contexto prático a fim de adotarem
competências para realização das tarefas propostas.
Na psicologia do trabalho assume-se que os processos de aprendizagem são
processos psicológicos, consequentemente inerentes ao indivíduo, e influenciado pela
experiência e contexto de trabalho.
Existem duas tradições de estudo da aprendizagem: a tradição
behaviorista ou comportamental, baseada nas teorias SR, e a tradição
cognitivista, baseada nas teorias SOR. Nas teorias comportamentais, o
estudo da aprendizagem está concentrado na mudança de
comportamento relativamente duradoura (resposta R), resultado da
interação do indivíduo com o seu ambiente (estímulo S). As teorias
cognitivistas aceitam que a mudança de comportamento depende da
interação do indivíduo com o ambiente (S), porém acrescentando a
ideia de que o indivíduo realiza processos mentais de aquisição,
manutenção, retenção e transferência de conhecimentos, habilidades e
atitudes. Esse processamento de informações por parte do indivíduo
(O) é que geraria mudança de comportamento (R). A noção de
competência tem afinidade com o modelo SOR da tradição
cognitivista (BORGES-ANDRADE, 2008 apud CARVALHO et al.,
2009, p. 41).
Dentro do ambiente organizacional torna-se necessário uma nova abordagem da
aprendizagem com objetivo de levantar as competências adquiridas pelos trabalhadores
durante a atividade de trabalho, portanto, propõe-se a inversão da lógica do processo,
incorporando o aprendizado à vida cotidiana das organizações e incentivando mudanças
nas estratégias educativas, de modo a focar a prática como fonte do conhecimento e
colocar o profissional a atuar ativamente no processo educativo (JESUS et al., 2011).
Torna-se então necessário um meio de investigação que levante as competências
dos trabalhadores inseridos em um contexto onde o sujeito tenha participação no
processo e que promova a interação entre os diversos grupos sociais existentes e os
pesquisadores, surgindo a pesquisa-ação.
Por meio da pesquisa-ação, torna-se possível a resolução de problemas
cotidianos por com o auxilio de estratégias de ação transformadora, o que nem sempre é
obtido por meio das práticas convencionais (Koerich et al., 2009).
A pesquisa-ação tem sua origem ainda incerta, porém pode-se dizer que é uma
metodologia com influências das linhas positivistas nos anos de 1946 e 1948 e é, muitas
vezes, tratada como sinônimo de pesquisa participante ou pesquisa colaborativa, porém
nem toda pesquisa participante é pesquisa-ação. É uma metodologia que tem sido
bastante utilizada no desenvolvimento de pesquisas em diversas áreas como na
educação, política, agronomia, publicidade e propaganda, assim como nas áreas
organizacional e de saúde, e foca as ações e transformações específicas que respondam
a problematização das situações enfrentadas. A pesquisa-ação objetiva,
simultaneamente, intervenção, elaboração de conhecimento e seu desenvolvimento
(VERGARA, 2005 apud TERENCE &FILHO, 2006).
PESQUISA-AÇÃO
O método de pesquisa-ação tem significativa participação popular, tornando-se
assim importante para uma construção social de conhecimento, por meio da interação e
cooperação dos atores, sendo utilizado frequentemente quando há interesses coletivos
na resolução de problemas. Explorar o potencial do método de pesquisa-ação no estudo
das organizações revela-se uma possibilidade de conciliação entre o sujeito e o objeto
da investigação na medida em que ele tem o mérito de preconizar a combinação da
qualidade formal. A intenção está em transformar aqueles que produzem o
conhecimento para que eles sejam sujeitos nos processos de transformação da realidade
investigada (LIMA, 2005).
Dubost, um dos autores citados nos estudos utilizados, define o método de
pesquisa-ação como uma “ação deliberada visando a uma mudança no mundo real,
realizada em escala restrita, inserida em um projeto mais geral e submetida a certas
disciplinas para obter efeitos de conhecimento e de sentido”. A transformação é
construída coletivamente pelos pesquisadores e atores sociais, implicados com a
realidade investigada (LIMA, 2005). Para Koerich et al. (2009) “Na pesquisa-ação o
processo de investigação, de educação e de ação acontecem concomitantemente”.
Segundo Grittem, Meier e Zagonel (2008), o planejamento do método de
pesquisa-ação é flexível, mas constitui uma série de etapas que podem ocorrer de
diversas formas e, em sua maioria, são desenvolvidas na informalidade do cotidiano das
atividades. O processo é composto por 12 etapas que estão interligadas e podem ser
sobrepostas, proporcionando um maior dinamismo ao processo. Essas etapas são:
 Fase exploratória: etapa em que os pesquisadores estabelecem os
objetivos da pesquisa;
 Tema da pesquisa: é escolhido um marco teórico para nortear a pesquisa
que interesse ao pesquisador e aos sujeitos investigados;
 Colocação dos problemas: discussão sobre a relevância do estudo;
 O lugar da teoria: articulação com um referencial teórico de acordo com
o local onde será realizada a pesquisa;
 Hipóteses: suposições formuladas pelos pesquisadores;
 Seminário: tem a função de coordenar as atividades do grupo, promover
discussões e tomadas de decisões;
 Campo de observação, amostragem e representatividade qualitativa: a
amostragem e representatividade são discutíveis e pode abranger uma
comunidade geograficamente concentrada ou dispersa;
 Coleta de dados: a coleta de dados pode ser feita através de entrevistas,
questionários, estudos de jornais e revistas e grupos de observação;
 Aprendizagem: a capacidade de aprendizagem dos participantes é
aproveitada e enriquecida, decorrente de uma aprendizagem conjunta;
 Saber formal e saber informal: há uma interação entre o saber prático e o
teórico, que se funde na construção de novos conhecimentos;
 Plano de ação: essa etapa tem o objetivo de definir os atores, a relação
entre eles, quem são os líderes, quais os objetivos e critérios de avaliação
da pesquisa e quais as estratégias a serem utilizadas;
 Divulgação externa: retorno dos resultados da pesquisa aos participantes.
O método de pesquisa-ação é interessante, porém apresenta algumas limitações
assim como outros métodos. Uma das limitações é o tempo necessário para a execução
do método e efetivação das ações. Sendo assim, não é recomendado para estudos com
restrições de tempo. Outra dificuldade apontada em alguns estudos está na manutenção
da imparcialidade do pesquisador, frente às discussões do grupo (Grittem; Meier;
Zagonel, 2008).
Além disso, é um estudo pouco explorado no âmbito organizacional e apresenta
algumas outras dificuldades que podem comprometer o processo: entraves resultantes
de fatores ligados à cultura organizacional; o receio de os colaboradores
comprometerem seu futuro profissional; interferências de interesses da direção ou dos
patrocinadores da pesquisa podem colocar em dúvida os reais objetivos da investigação;
dificuldades em partilhar o projeto com equipes formadas por pessoas com traços de
personalidade, formação e responsabilidades muito diferentes; divulgação de dados e
informações considerados sigilosos pela organização; e a dificuldade de o pesquisador
divulgar os resultados da pesquisa (LIMA, 2005).
Todos os envolvidos nos espaços pesquisados têm voz ativa no processo da
pesquisa-ação. Segundo Thiollent (2005) “a participação das pessoas implicadas nos
problemas investigados é absolutamente necessária”. O método promove a participação
dos usuários na busca de soluções aos seus problemas (Grittem; Meier; Zagonel, 2008).
A pesquisa-ação tem o propósito de interpretar e explicar aspectos da realidade
para, assim, ser possível intervir sobre ela, identificando problemas por meio da
formulação de diagnósticos, concebendo planos de ação, avaliando eventuais efeitos
indesejados e, quando necessário, aperfeiçoando as alternativas de solução com o
compromisso de contribuir para processos de transformação da realidade (LIMA, 2004
apud LIMA, 2005).
Contribui para processos democráticos, efetivos e contínuos de aprendizagem e
de mudança organizacional, quando o método é aplicado. Essa aprendizagem ocorre
devido à participação ativa dos pesquisadores e dos colaboradores na condução do
processe de investigação (LIMA, 2005).
O método de pesquisa-ação tem se destacado como um
recurso metodológico capaz de equilibrar o rigor que caracteriza os
procedimentos típicos de uma investigação acadêmica (dimensão
formal) e o compromisso com a transformação da realidade (dimensão
política). Este método está fortemente associado à abordagem
qualitativa, justamente aquela mais orientada pela realização de
exercícios em que prevalecem os recursos da argumentação, da
reflexão, e da compreensão orientados para processos deliberados de
intervenção frente a situações consideradas insatisfatórias, isto é,
presta-se a alterar as condições percebidas como passíveis de
transformação (CHIZZOTTI, 2003 p.89 apud LIMA, 2005).
Este método de pesquisa compreende o ciclo de compartilhamento, subjetivação
e participação coletiva. Dessa forma, pode ser aplicado em diversas áreas que desejem
transformações obtidas com a pesquisa e a ação, uma vez que pode ser estruturado em
etapas que requerem a participação coletiva e que se iniciam na identificação do
problema e finaliza com uma transformação no contexto, como mostrado na figura
abaixo (Koerich et al., 2009).
A pesquisa-ação enquanto ferramenta metodológica realizada por
meio do agir comunicativo e participativo, favorece o
compartilhamento de saberes, além de tecer uma estrutura relacional
de confiança e comprometimento com os sujeitos que integram a
realidade a ser transformada” (Koerich et al., 2009).
Os conceitos de ato de investigação e ato substantivo auxiliam no entendimento
da pesquisa-ação, uma vez que o ato de investigação incentiva à indagação e o ato
substantivo relaciona-se a associação à promoção de alterações no meio (Koerich et al.,
2009).
RESUMO DO ARTIGO: Educação permanente em enfermagem em um hospital
universitário
Autores: Maria Cristina Pinto de Jesus
Mariangela Aparecida Gonçalves Figueiredo
Sueli Maria dos Reis Santos
Arlete Maria Moreira do Amaral
Letícia de Oliveira Rocha
Michel Jean Marie Thiollent
A atividade exercida pelos profissionais da saúde indica a necessidade do uso da
educação permanente, uma vez que essa pode ser considerada como um meio de
qualificação dos envolvidos e de atualização das competências e conhecimentos. A
educação permanente se diferencia das demais práticas por considerar que o
conhecimento advém do aprendizado adquirido na rotina das organizações e da prática,
e por focar em ações interdisciplinares. Dessa forma, esta estratégia educacional
possibilita a construção do conhecimento em diversos ambitos.
No contexto em que foi baseada a construção do estudo (Hospital Universitário
– HU), notou-se a presença de disfunções no processo de capacitação dos trabalhadores
de enfermagem (que era direcionado aos auxiliares e técnicos de enfermagem)
considerando-se a constante necessidade de mudanças impostas pelas práticas de saúde
ajustadas aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Dessa forma, a insatisfação
da direção de enfermagem deste hospital diante dos modos de capacitação adotados e da
ausência de mudanças nas práticas exercidas atuou como estímulo para a execução deste
estudo.
Diante das manifestações dos trabalhadores do hospital universitário, docentes e
estudantes da Faculdade de Enfermagem da instituição federal de ensino, o objetivo do
estudo voltou-se para a identificação das demandas e expectativas e fatores que
interferem na qualificação dos trabalhadores deste hospital. Assim, a busca por
compreender as necessidades de qualificação dos trabalhadores, os fatores que
interferem nas ações de capacitação e os meios de institucionalizar um núcleo de
educação permanente orientou o desenvolvimento do estudo.
A análise foi realizada em Minas Gerais, no período entre outubro de 2007 e
setembro de 2008, em um Hospital Universitário. A amostra foi composta por cento e
quatorze trabalhadores, sendo trinta e cinco enfermeiros, setenta técnicos e nove
auxiliares de enfermagem. Ressalta-se que a amostra possuía tanto trabalhadores
efetivos quanto contratados. A pesquisa-ação foi utilizada como fundamento teórico-
metodológico por possibilitar a edificação de conceitos por meio da participação de
todos os sujeitos envolvidos na atividade, a produção e troca de saberes, propiciando
mudanças nas concepções e nas ações realizadas. Com base nesta metodologia,
realizaram-se as seguintes etapas: levantamento participativo das necessidades de
capacitação dos trabalhadores de enfermagem no contexto do trabalho; ampla discussão
e tematização com os participantes; definição de princípios para a elaboração de uma
proposta de capacitação para diferentes categorias de enfermagem. Os dados foram
coletados por meio de oficinas educativas.
Para incentivar as verbalizações e descrições dos trabalhadores acerca da
atividade, reconhecer as demandas de capacitação, os elementos que atuam como
barreira nesse processo e as expectativas dos trabalhadores, foram utilizadas perguntas
norteadoras. Para coleta das informações fornecidas e discutidas pelos profissionais,
utilizou-se gravador digital, cartazes e fotografias. Já a analise dos dados foi realizada
em três fases: observação, classificação e conclusões. Assim, obtiveram-se os seguintes
temas: demandas e expectativas de qualificação para o trabalho de enfermagem; fatores
que interferem nas práticas de capacitação e capacitação na perspectiva da educação
permanente. Os resultados são apresentados a seguir.
 Demandas e expectativas de qualificação para o trabalho de enfermagem: por
meio da identificação das demandas de qualificação, destacou-se a importância
dos conhecimentos técnico-científicos, da valorização profissional e da
autonomia, como elementos para a execução da atividade do enfermeiro. Não
obstante, foi reconhecida a importância dos fundamentos científicos no trabalho
com pacientes e da capacitação, como meio de preservar e retomar os
conhecimentos. Os trabalhadores identificaram as disfunções nos processos de
capacitação implementados no hospital, uma vez que estes não correspondiam
com a realidade. A necessidade de novas metodologias para o processo de
educação permanente também foi ressaltada.
 Fatores que interferem nas práticas de capacitação: a gestão das práticas e a
política institucional foram apontadas como fatores capazes de interferir nas
ações de capacitação. Por meio da colocação dos funcionários, notou-se que o
enfermeiro é ausente e se distancia das suas funções, como a de líder de equipe
de enfermagem; notou-se também que a estrutura física da instituição interfere
na efetividade das ações de capacitação. Ressalta-se que o hospital, segundo os
participantes do estudo, não dispõe de locais adequados para atividades básicas
como refeição, descanso e atenção à saúde dos funcionários. Assim, manifestou-
se a necessidade de estruturação das rotinas de trabalho.
 Capacitação na perspectiva da educação permanente: a ausência de condições
para a aplicação dos conhecimentos adquiridos nas capacitações e para as
mudanças na prática manifesta-se como uma dificuldade para a vivência do que
é aprendido. Os profissionais participantes do estudo manifestaram a
necessidade de mudanças nas práticas de capacitação, indicando a necessidade
de que as ações de educação permanente e os dispositivos de mudanças
caminhem lado a lado. A falta de participação dos profissionais da enfermagem
nas decisões relacionadas ao processo de capacitação também foi ressaltada.
Por meio das análises realizadas no decorrer do estudo e objetivando a
proposição de práticas de capacitação, foi sugerida a criação do Núcleo de Educação
Permanente do Hospital Universitário, o que inclui meios para o aperfeiçoamento,
difusão dos conhecimentos e melhoria das ações de capacitação, como programas de
aperfeiçoamento e especialização em serviço, estágios e vivências, dentre outros.
A aplicação da pesquisa-ação possibilitou o destaque dos conceitos de
capacitação e qualidade na atividade dos profissionais de enfermagem, sendo a
capacitação apontada também como meio de valorização do trabalhador. A construção
coletiva de conhecimentos além de proporcionar sentimento de pertencimento ao grupo
e valorização, auxiliou na proposição de melhorias e soluções de forma coletiva.
Dessa forma, a utilização da pesquisa-ação como referencial para a realização da
pesquisa ocasionou um olhar sobre a realidade do trabalho, a percepção de problemas e
a proposição de novos meios para as práticas de capacitação.
OUTRAS APLICAÇÕES DA PESQUISA-AÇÃO
Argtigo: Metodologia de pesquisa-ação na área de gestão de problemas ambientais
Autores: Michel Thiollent
Generosa de Oliveira Silva
O desenvolvimento agrícola passa por diferentes desafios sociais e ambientais, e
são necessários novos métodos e teorias são para suprir as expectativas econômicas que
se revelaram restritivas em termos socioambiental e cultural, e que levaram a problemas
de deterioração do meio ambiente, que consequentemente reflete nas condições de
saúde.
Será mostrado a metodologia participativa, com foco na metodologia de
pesquisa-ação, na questão de relacionamento intercultural que se estabelece entre
pesquisadores e atores. Por fim será descrito um estudo de caso em microbacia
hidrográfica, onde exemplificará alguns aspectos da proposta metodológica.
A pesquisa ação é um método participativo onde os conhecimentos biológicos e
ambiental estão juntos com os conhecimentos socioeconômicos e socioambientais, onde
este último requer uma visão capaz de compreender a dimensão histórica do local,
aspectos de evolução, retrato do passado e planejamento do futuro. Essa metodologia
tem o objetivo de solucionar problemas através da troca de diferentes conhecimentos
entre pesquisadores e atores e nativos, onde o principal foco é a investigação,
pesquisando e gerando soluções para os problemas detectados
Em muitos projetos a participação dos interessados é limitada, as condições,
modalidades e relação com os pesquisadores devem ser monitoradas. A participação é
mais efetiva quando: a) possibilita um significativo nível e envolvimento; b) capacita as
pessoas na realização de tarefas; c) dá apoio às pessoas para aprenderem a agir com
autonomia; d) fortalece planos e atividade que as pessoas são capazes de realizar
sozinhas; e) lida mais diretamente com pessoas do que por intermédio de representantes
ou agentes.
Nos projetos de pesquisa-ação é comum ocorrer conflitos por pessoas com uma
visão cultural diferente. Para evitar esses conflitos, é importante observar a cultura,
lnguagem e se possível, mapear os conhecimentos de todos os envolvidos, além de
verbalizar sobre os problemas da investigação, e estabelecer normas e critérios que
respeitam ou rejeitam os diferentes atores.
É importante ressaltar que no ponto de vista ético, os pesquisadores não podem
impor alguma mudança ou ideia, ela deve ser concebida e praticado pelos grupos
interessados. O papel dos pesquisadores é de apenas acompanhar e estimular certos
aspectos da mudança decidida pelos grupos interessados.
O estudo foi realizado por meio do Projeto Gestão Participativa da Sub-Bacia do
Rio São Domingos, no qual participaram equipes de pesquisadores da EMBRAPA-
Solos da UERJ e Laboratório Trabalho e Formação da COPPE/UERJ, no município de
São José de Ubá, na região noroeste fluminense entre 2003 e 2004.
Os meios utilizados para a iniciativa foram: (a) estudos de viabilidade técnica,
econômica e social da produção agrícola das comunidades; (b) conseqüente geração de
oportunidades contextualizadas e, se possível, duradouras; (c) ação de formação como
um processo contínuo de atuação voltada para a cidadania. Além do respeito a vida e ao
meio ambiente. Busca-se, para esse fim, uma nova articulação entre atores sociais que
seja autêntica e futuramente institucionalizada, e que tenha auto-organização. As
atividades tiveram a mobilização das pessoas interessadas, que criaram uma
organização autônoma para desenvolver ações de trabalho de campo e pesquisa, criando
o Grupo Gestor, que é um espaço onde agricultores assumem lugar do processo de
elaboração e implantação do trabalho a ser desenvolvido nas comunidades. A confiança
do agricultor é simultaneamente um indicador da sua participação e apresenta-se como:
(a) confiança em si próprio (autoconfiança), condição fundamental para a aquisição de
autonomia e indicadora dessa autonomia; e (b) confiança nos outros, para formar
cooperação e sinergias, é vista como um indicador de autonomia.
As atividades desenvolvidas para gestão social e organização local da equipe
social e econômica foram: a) mobilização da comunidade, com a eleição de
representantes comunitários para formação do Grupo Gestor; b) realização de um censo
socioeconômico ambiental por meio da aplicação de questionários aplicados pelos
representantes do Grupo Gestor; c) identificação dos sistemas de produção existentes na
área de estudo; d) realização de eventos (dias de campo e seminários técnicos) e)
identificação dos temas prioritários de intervenção do projeto: contaminação por
agrotóxicos, transporte, saúde, estradas e vias de transporte, atendimento médico,
comunicação, educação e lazer, ajustadas à necessidade de preservar o meio ambiente;
f) treinamento de técnicos da Prefeitura e da Universidade de Nova Iguaçu para coleta
de sangue para exame de intoxicação por agrotóxicos via análise); g) realização de
reuniões mensais com o Grupo Gestor; h) edição de quatro boletins informativos
distribuídos na região de atuação do projeto.
Foram realizadas visitas em todas as comunidades, com o objetivo de entender
os problemas enfrentados pela população. Através desses dados, foi possível obter
informações para o conhecimento da realidade local que serviriam de base para discutir
com as comunidades propostas de soluções dos problemas locais.
A pesquisa sobre os acidentes por uso de agrotóxico indica que 30,5% dos
entrevistados já tiveram acidentes pessoais ou na família, como esse percentual é
considerado alto, o uso de agrotóxico foi escolhido com prioridade. A pesquisa
identificou também problemas de salinidade na água, além de outros problemas
identificados pela pesquisa participativa.
No início da intervenção do projeto, muitos membros da comunidade não se
sentiam capaz de mudar a situação, como consequência para a comunidade, observou se
também que houve um crescimento do auto estima e de capacitação coletiva.
Por iniciativa própria, os agricultores passaram a realizar ações mais amplas, por
exemplo, o fato de terem: (a) levado suas reivindicações aos técnicos envolvidos no
Projeto; (b) formado a Associação dos Revendedores de Defensivos Agrícolas do
Noroeste Fluminense do Estado do Rio de Janeiro – ARDANF, responsável pela
construção do Galpão de Recebimentos de embalagens vazias de agrotóxicos no
município; (c) realizado duas coletas de sangue para análise de colinesterase em 60
pessoas, sendo 50 produtores rurais de tomate e dez não produtores.
Com os resultados positivos obtidos nas unidades demonstrativas, foi iniciada
uma discussão da proposta de reengenharia de produção do tomate ecologicamente
correta.
Apesar de suas limitações, o projeto de São José de Ubá mostrou que é possível
desenvolver uma pesquisa participativa, com interdisciplinaridade, com aspectos de
mobilização próprios à pesquisa-ação, revelando-se capaz de desencadear uma série de
consequências positivas em matéria de organização das comunidades de produtores.
A metodologia participativa e de pesquisa-ação possui as características de um
método flexível para o projeto com equipes interdisciplinares em contato direto com
grupos da população ou das comunidades interessadas na resolução dos problemas
detectados. Tal metodologia é objeto de experimentação tanto no conhecimento quanto
no da prática social. A metodologia participativa e a pesquisa ação oferecem
promissoras possibilidades de pesquisa e de atuação na perspectiva da gestão
agroambiental.
Com a participação efetiva de membros dessas comunidades, observou-se uma
real implicação na identificação e priorização dos problemas e na busca de soluções
mais adequadas ao contexto. A participação voltada à gestão coletiva e à tomada de
decisão foi possibilitada pela construção de um grupo gestor localmente implantado.
Isso seria o início de um processo de empoderamento, promovido pelo projeto
participativo, pelo qual as comunidades se acostumam à ideia de assumirem a gestão de
suas atividades produtivas, assegurando a sustentabilidade pela consideração e
minimização dos riscos ambientais, pela viabilização técnico-econômica da produção e
pelas transformações do meio circundante obtidas com a melhoria da educação e dos
transportes.
RESENHA CRÍTICA
Os objetivos do estudo apresentado eram apontar os elementos que interferiam
no processo de aprendizagem e capacitação dos enfermeiros do hospital universitário,
juntamente com a elaboração de propostas de melhorias. Por meio da pesquisa-ação, foi
possível compreender os elementos organizacionais que impediam uma aprendizagem
efetiva, sendo que um dos elementos apontados pelos participantes foi o distanciamento
entre as políticas e as práticas do hospital.
Não obstante, observou-se também problemas na comunicação dos funcionários
e distanciamento entre os auxiliares e técnicos de enfermagem, e os enfermeiros, que
atuavam como líderes de equipe. Ressalta-se que muitos dos problemas identificados no
decorrer do estudo possivelmente não seriam identificados se não ocorresse à interação
entre o pesquisador e os participantes, uma vez que esta propiciou não só diálogos entre
as partes, mas também a proposição de medidas coerentes com o contexto e com a
necessidade dos auxiliares e técnicos de enfermagem. Tal fato indica a viabilidade da
metodologia adotada.
Um dos fatores que incentivaram a execução do estudo foi a insatisfação por
parte da instituição em relação as capacitações realizadas e as práticas dos profissionais.
No entanto, com a interação entre os autores e os trabalhadores observou-se que parte
da incoerência entre o que é colocado nas ações de capacitação e na prática dos
trabalhadores se deve à falta de ações e elementos disponibilizados pela própria
organização.
A contribuição do trabalho apresenta-se relevante pela necessidade da constante
aprendizagem dos profissionais da saúde. As situações de trabalho que estes
profissionais lidam são variáveis e a troca de saberes entre eles possibilita maior
conhecimento aos trabalhadores, atualização destes e referências para tomadas de
decisão no decorrer das atividades executadas por eles. A proposta de estruturação de
um Núcleo de Educação Permanente acarretará na troca de experiências necessária para
um processo contínuo de capacitação, reunindo prática e teoria.
REFERENCIAS
CARVALHO, A. I. et al. Escolas de governo e gestão por competências: mesa-
redonda de pesquisa-ação. Brasília: ENAP, 2009.-109p.
JESUS, M. C. P et al. Educação permanente em enfermagem em um hospital
universitário. Rev Esc Enferm USP, 2011.
BORGES-ANDRADE, Avaliação de TD&E. In: ENAP. Mesa-redonda de Pesquisa-
Ação Escolas de Governo e Gestão por Competências. Palestra proferida na 6a reunião
da Mesa, realizada em 18 de dezembro de 2008.
PINEAL, Gaston. Emergência de um Paradigma Antropoformador de Pesquisa-Ação-
Formação Transdisciplinar. Saude soc. vol.14 no.3 São Paulo Sept./Dec. 2005.
Disponível em: http://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/7157. Acesso dia
13/04/2015
LIMA, Manolita Correia. A metodologia de pesquisa-ação em práticas de composição
no ensino de música. Gestão.Org, v. 3, n. 1, jan./abr. 2005
TRIPP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São
Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005.
FRANCO, Maria Amélia F. Pedagogia da Pesquisa-Ação. Educação e Pesquisa, São
Paulo, v. 31, n. 3, p. 483-502, set./dez. 2005.
MIRANDA, Marilia G; Resende, Anita C. A. Sobre a pesquisa-ação na educação e as
armadilhas do praticismo. Revista Brasileira de Educação v. 11 n. 33 set./dez. 2006
PIMENTA, Selma G. Pesquisa-ação crítico-colaborativa: construindo seu significado a
partir de experiências com a formação docente. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31,
n. 3, p. 521-539, set./dez. 2005
Mello, Michele T. S. S. A PESQUISA-AÇÃO NO COTIDIANO DE PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS: experiências multiculturais e possibilidades institucionais. 2009
Pesquisa de mestrado disponível em:
http://www.fe.ufrj.br/ppge/dissertacoes/dissertacao_michele_thereza_dos_santos.pdf
acesso 13/04/2015

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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ – CAMPUS ITABIRA PROFESSOR VITOR G. CARNEIRO FIGUEIREDO CURSO DE ENGENHARIA DE SAÚDE E SEGURANÇA ESS021 – ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DO TRABALHO Lucas Carvalho – RA: 20926 Luciana Rodrigues Lopes – RA: 22243 Luís Felipe Teles França – RA: 25418 Marciene Ferreira Coelho – RA: 21455 Thaís Braga – RA: 19554 Willian Dias da Cruz – RA: 19556 PESQUISA-AÇÃO ITABIRA/MG - 2015 –
  • 2. INTRODUÇÃO Os contextos de trabalho cada vez mais passam por alterações nas relações técnicas e sociais existentes no meio produtivo, enfatizando que os profissionais adotem perfis interdisciplinar e multidisciplinar. Nessa situação cabe aos profissionais passarem por um processo de aprendizagem oriundas do contexto prático a fim de adotarem competências para realização das tarefas propostas. Na psicologia do trabalho assume-se que os processos de aprendizagem são processos psicológicos, consequentemente inerentes ao indivíduo, e influenciado pela experiência e contexto de trabalho. Existem duas tradições de estudo da aprendizagem: a tradição behaviorista ou comportamental, baseada nas teorias SR, e a tradição cognitivista, baseada nas teorias SOR. Nas teorias comportamentais, o estudo da aprendizagem está concentrado na mudança de comportamento relativamente duradoura (resposta R), resultado da interação do indivíduo com o seu ambiente (estímulo S). As teorias cognitivistas aceitam que a mudança de comportamento depende da interação do indivíduo com o ambiente (S), porém acrescentando a ideia de que o indivíduo realiza processos mentais de aquisição, manutenção, retenção e transferência de conhecimentos, habilidades e atitudes. Esse processamento de informações por parte do indivíduo (O) é que geraria mudança de comportamento (R). A noção de competência tem afinidade com o modelo SOR da tradição cognitivista (BORGES-ANDRADE, 2008 apud CARVALHO et al., 2009, p. 41). Dentro do ambiente organizacional torna-se necessário uma nova abordagem da aprendizagem com objetivo de levantar as competências adquiridas pelos trabalhadores durante a atividade de trabalho, portanto, propõe-se a inversão da lógica do processo, incorporando o aprendizado à vida cotidiana das organizações e incentivando mudanças nas estratégias educativas, de modo a focar a prática como fonte do conhecimento e colocar o profissional a atuar ativamente no processo educativo (JESUS et al., 2011). Torna-se então necessário um meio de investigação que levante as competências dos trabalhadores inseridos em um contexto onde o sujeito tenha participação no
  • 3. processo e que promova a interação entre os diversos grupos sociais existentes e os pesquisadores, surgindo a pesquisa-ação. Por meio da pesquisa-ação, torna-se possível a resolução de problemas cotidianos por com o auxilio de estratégias de ação transformadora, o que nem sempre é obtido por meio das práticas convencionais (Koerich et al., 2009). A pesquisa-ação tem sua origem ainda incerta, porém pode-se dizer que é uma metodologia com influências das linhas positivistas nos anos de 1946 e 1948 e é, muitas vezes, tratada como sinônimo de pesquisa participante ou pesquisa colaborativa, porém nem toda pesquisa participante é pesquisa-ação. É uma metodologia que tem sido bastante utilizada no desenvolvimento de pesquisas em diversas áreas como na educação, política, agronomia, publicidade e propaganda, assim como nas áreas organizacional e de saúde, e foca as ações e transformações específicas que respondam a problematização das situações enfrentadas. A pesquisa-ação objetiva, simultaneamente, intervenção, elaboração de conhecimento e seu desenvolvimento (VERGARA, 2005 apud TERENCE &FILHO, 2006). PESQUISA-AÇÃO O método de pesquisa-ação tem significativa participação popular, tornando-se assim importante para uma construção social de conhecimento, por meio da interação e cooperação dos atores, sendo utilizado frequentemente quando há interesses coletivos na resolução de problemas. Explorar o potencial do método de pesquisa-ação no estudo das organizações revela-se uma possibilidade de conciliação entre o sujeito e o objeto da investigação na medida em que ele tem o mérito de preconizar a combinação da qualidade formal. A intenção está em transformar aqueles que produzem o conhecimento para que eles sejam sujeitos nos processos de transformação da realidade investigada (LIMA, 2005). Dubost, um dos autores citados nos estudos utilizados, define o método de pesquisa-ação como uma “ação deliberada visando a uma mudança no mundo real, realizada em escala restrita, inserida em um projeto mais geral e submetida a certas disciplinas para obter efeitos de conhecimento e de sentido”. A transformação é
  • 4. construída coletivamente pelos pesquisadores e atores sociais, implicados com a realidade investigada (LIMA, 2005). Para Koerich et al. (2009) “Na pesquisa-ação o processo de investigação, de educação e de ação acontecem concomitantemente”. Segundo Grittem, Meier e Zagonel (2008), o planejamento do método de pesquisa-ação é flexível, mas constitui uma série de etapas que podem ocorrer de diversas formas e, em sua maioria, são desenvolvidas na informalidade do cotidiano das atividades. O processo é composto por 12 etapas que estão interligadas e podem ser sobrepostas, proporcionando um maior dinamismo ao processo. Essas etapas são:  Fase exploratória: etapa em que os pesquisadores estabelecem os objetivos da pesquisa;  Tema da pesquisa: é escolhido um marco teórico para nortear a pesquisa que interesse ao pesquisador e aos sujeitos investigados;  Colocação dos problemas: discussão sobre a relevância do estudo;  O lugar da teoria: articulação com um referencial teórico de acordo com o local onde será realizada a pesquisa;  Hipóteses: suposições formuladas pelos pesquisadores;  Seminário: tem a função de coordenar as atividades do grupo, promover discussões e tomadas de decisões;  Campo de observação, amostragem e representatividade qualitativa: a amostragem e representatividade são discutíveis e pode abranger uma comunidade geograficamente concentrada ou dispersa;  Coleta de dados: a coleta de dados pode ser feita através de entrevistas, questionários, estudos de jornais e revistas e grupos de observação;  Aprendizagem: a capacidade de aprendizagem dos participantes é aproveitada e enriquecida, decorrente de uma aprendizagem conjunta;  Saber formal e saber informal: há uma interação entre o saber prático e o teórico, que se funde na construção de novos conhecimentos;  Plano de ação: essa etapa tem o objetivo de definir os atores, a relação entre eles, quem são os líderes, quais os objetivos e critérios de avaliação da pesquisa e quais as estratégias a serem utilizadas;  Divulgação externa: retorno dos resultados da pesquisa aos participantes.
  • 5. O método de pesquisa-ação é interessante, porém apresenta algumas limitações assim como outros métodos. Uma das limitações é o tempo necessário para a execução do método e efetivação das ações. Sendo assim, não é recomendado para estudos com restrições de tempo. Outra dificuldade apontada em alguns estudos está na manutenção da imparcialidade do pesquisador, frente às discussões do grupo (Grittem; Meier; Zagonel, 2008). Além disso, é um estudo pouco explorado no âmbito organizacional e apresenta algumas outras dificuldades que podem comprometer o processo: entraves resultantes de fatores ligados à cultura organizacional; o receio de os colaboradores comprometerem seu futuro profissional; interferências de interesses da direção ou dos patrocinadores da pesquisa podem colocar em dúvida os reais objetivos da investigação; dificuldades em partilhar o projeto com equipes formadas por pessoas com traços de personalidade, formação e responsabilidades muito diferentes; divulgação de dados e informações considerados sigilosos pela organização; e a dificuldade de o pesquisador divulgar os resultados da pesquisa (LIMA, 2005). Todos os envolvidos nos espaços pesquisados têm voz ativa no processo da pesquisa-ação. Segundo Thiollent (2005) “a participação das pessoas implicadas nos problemas investigados é absolutamente necessária”. O método promove a participação dos usuários na busca de soluções aos seus problemas (Grittem; Meier; Zagonel, 2008). A pesquisa-ação tem o propósito de interpretar e explicar aspectos da realidade para, assim, ser possível intervir sobre ela, identificando problemas por meio da formulação de diagnósticos, concebendo planos de ação, avaliando eventuais efeitos indesejados e, quando necessário, aperfeiçoando as alternativas de solução com o compromisso de contribuir para processos de transformação da realidade (LIMA, 2004 apud LIMA, 2005). Contribui para processos democráticos, efetivos e contínuos de aprendizagem e de mudança organizacional, quando o método é aplicado. Essa aprendizagem ocorre devido à participação ativa dos pesquisadores e dos colaboradores na condução do processe de investigação (LIMA, 2005). O método de pesquisa-ação tem se destacado como um recurso metodológico capaz de equilibrar o rigor que caracteriza os procedimentos típicos de uma investigação acadêmica (dimensão
  • 6. formal) e o compromisso com a transformação da realidade (dimensão política). Este método está fortemente associado à abordagem qualitativa, justamente aquela mais orientada pela realização de exercícios em que prevalecem os recursos da argumentação, da reflexão, e da compreensão orientados para processos deliberados de intervenção frente a situações consideradas insatisfatórias, isto é, presta-se a alterar as condições percebidas como passíveis de transformação (CHIZZOTTI, 2003 p.89 apud LIMA, 2005). Este método de pesquisa compreende o ciclo de compartilhamento, subjetivação e participação coletiva. Dessa forma, pode ser aplicado em diversas áreas que desejem transformações obtidas com a pesquisa e a ação, uma vez que pode ser estruturado em etapas que requerem a participação coletiva e que se iniciam na identificação do problema e finaliza com uma transformação no contexto, como mostrado na figura abaixo (Koerich et al., 2009). A pesquisa-ação enquanto ferramenta metodológica realizada por meio do agir comunicativo e participativo, favorece o compartilhamento de saberes, além de tecer uma estrutura relacional de confiança e comprometimento com os sujeitos que integram a realidade a ser transformada” (Koerich et al., 2009). Os conceitos de ato de investigação e ato substantivo auxiliam no entendimento da pesquisa-ação, uma vez que o ato de investigação incentiva à indagação e o ato
  • 7. substantivo relaciona-se a associação à promoção de alterações no meio (Koerich et al., 2009). RESUMO DO ARTIGO: Educação permanente em enfermagem em um hospital universitário Autores: Maria Cristina Pinto de Jesus Mariangela Aparecida Gonçalves Figueiredo Sueli Maria dos Reis Santos Arlete Maria Moreira do Amaral Letícia de Oliveira Rocha Michel Jean Marie Thiollent A atividade exercida pelos profissionais da saúde indica a necessidade do uso da educação permanente, uma vez que essa pode ser considerada como um meio de qualificação dos envolvidos e de atualização das competências e conhecimentos. A educação permanente se diferencia das demais práticas por considerar que o conhecimento advém do aprendizado adquirido na rotina das organizações e da prática, e por focar em ações interdisciplinares. Dessa forma, esta estratégia educacional possibilita a construção do conhecimento em diversos ambitos. No contexto em que foi baseada a construção do estudo (Hospital Universitário – HU), notou-se a presença de disfunções no processo de capacitação dos trabalhadores de enfermagem (que era direcionado aos auxiliares e técnicos de enfermagem) considerando-se a constante necessidade de mudanças impostas pelas práticas de saúde ajustadas aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Dessa forma, a insatisfação da direção de enfermagem deste hospital diante dos modos de capacitação adotados e da ausência de mudanças nas práticas exercidas atuou como estímulo para a execução deste estudo.
  • 8. Diante das manifestações dos trabalhadores do hospital universitário, docentes e estudantes da Faculdade de Enfermagem da instituição federal de ensino, o objetivo do estudo voltou-se para a identificação das demandas e expectativas e fatores que interferem na qualificação dos trabalhadores deste hospital. Assim, a busca por compreender as necessidades de qualificação dos trabalhadores, os fatores que interferem nas ações de capacitação e os meios de institucionalizar um núcleo de educação permanente orientou o desenvolvimento do estudo. A análise foi realizada em Minas Gerais, no período entre outubro de 2007 e setembro de 2008, em um Hospital Universitário. A amostra foi composta por cento e quatorze trabalhadores, sendo trinta e cinco enfermeiros, setenta técnicos e nove auxiliares de enfermagem. Ressalta-se que a amostra possuía tanto trabalhadores efetivos quanto contratados. A pesquisa-ação foi utilizada como fundamento teórico- metodológico por possibilitar a edificação de conceitos por meio da participação de todos os sujeitos envolvidos na atividade, a produção e troca de saberes, propiciando mudanças nas concepções e nas ações realizadas. Com base nesta metodologia, realizaram-se as seguintes etapas: levantamento participativo das necessidades de capacitação dos trabalhadores de enfermagem no contexto do trabalho; ampla discussão e tematização com os participantes; definição de princípios para a elaboração de uma proposta de capacitação para diferentes categorias de enfermagem. Os dados foram coletados por meio de oficinas educativas. Para incentivar as verbalizações e descrições dos trabalhadores acerca da atividade, reconhecer as demandas de capacitação, os elementos que atuam como barreira nesse processo e as expectativas dos trabalhadores, foram utilizadas perguntas norteadoras. Para coleta das informações fornecidas e discutidas pelos profissionais, utilizou-se gravador digital, cartazes e fotografias. Já a analise dos dados foi realizada em três fases: observação, classificação e conclusões. Assim, obtiveram-se os seguintes temas: demandas e expectativas de qualificação para o trabalho de enfermagem; fatores que interferem nas práticas de capacitação e capacitação na perspectiva da educação permanente. Os resultados são apresentados a seguir.  Demandas e expectativas de qualificação para o trabalho de enfermagem: por meio da identificação das demandas de qualificação, destacou-se a importância dos conhecimentos técnico-científicos, da valorização profissional e da
  • 9. autonomia, como elementos para a execução da atividade do enfermeiro. Não obstante, foi reconhecida a importância dos fundamentos científicos no trabalho com pacientes e da capacitação, como meio de preservar e retomar os conhecimentos. Os trabalhadores identificaram as disfunções nos processos de capacitação implementados no hospital, uma vez que estes não correspondiam com a realidade. A necessidade de novas metodologias para o processo de educação permanente também foi ressaltada.  Fatores que interferem nas práticas de capacitação: a gestão das práticas e a política institucional foram apontadas como fatores capazes de interferir nas ações de capacitação. Por meio da colocação dos funcionários, notou-se que o enfermeiro é ausente e se distancia das suas funções, como a de líder de equipe de enfermagem; notou-se também que a estrutura física da instituição interfere na efetividade das ações de capacitação. Ressalta-se que o hospital, segundo os participantes do estudo, não dispõe de locais adequados para atividades básicas como refeição, descanso e atenção à saúde dos funcionários. Assim, manifestou- se a necessidade de estruturação das rotinas de trabalho.  Capacitação na perspectiva da educação permanente: a ausência de condições para a aplicação dos conhecimentos adquiridos nas capacitações e para as mudanças na prática manifesta-se como uma dificuldade para a vivência do que é aprendido. Os profissionais participantes do estudo manifestaram a necessidade de mudanças nas práticas de capacitação, indicando a necessidade de que as ações de educação permanente e os dispositivos de mudanças caminhem lado a lado. A falta de participação dos profissionais da enfermagem nas decisões relacionadas ao processo de capacitação também foi ressaltada. Por meio das análises realizadas no decorrer do estudo e objetivando a proposição de práticas de capacitação, foi sugerida a criação do Núcleo de Educação Permanente do Hospital Universitário, o que inclui meios para o aperfeiçoamento, difusão dos conhecimentos e melhoria das ações de capacitação, como programas de aperfeiçoamento e especialização em serviço, estágios e vivências, dentre outros. A aplicação da pesquisa-ação possibilitou o destaque dos conceitos de capacitação e qualidade na atividade dos profissionais de enfermagem, sendo a capacitação apontada também como meio de valorização do trabalhador. A construção
  • 10. coletiva de conhecimentos além de proporcionar sentimento de pertencimento ao grupo e valorização, auxiliou na proposição de melhorias e soluções de forma coletiva. Dessa forma, a utilização da pesquisa-ação como referencial para a realização da pesquisa ocasionou um olhar sobre a realidade do trabalho, a percepção de problemas e a proposição de novos meios para as práticas de capacitação. OUTRAS APLICAÇÕES DA PESQUISA-AÇÃO Argtigo: Metodologia de pesquisa-ação na área de gestão de problemas ambientais Autores: Michel Thiollent Generosa de Oliveira Silva O desenvolvimento agrícola passa por diferentes desafios sociais e ambientais, e são necessários novos métodos e teorias são para suprir as expectativas econômicas que se revelaram restritivas em termos socioambiental e cultural, e que levaram a problemas de deterioração do meio ambiente, que consequentemente reflete nas condições de saúde. Será mostrado a metodologia participativa, com foco na metodologia de pesquisa-ação, na questão de relacionamento intercultural que se estabelece entre pesquisadores e atores. Por fim será descrito um estudo de caso em microbacia hidrográfica, onde exemplificará alguns aspectos da proposta metodológica. A pesquisa ação é um método participativo onde os conhecimentos biológicos e ambiental estão juntos com os conhecimentos socioeconômicos e socioambientais, onde este último requer uma visão capaz de compreender a dimensão histórica do local, aspectos de evolução, retrato do passado e planejamento do futuro. Essa metodologia tem o objetivo de solucionar problemas através da troca de diferentes conhecimentos entre pesquisadores e atores e nativos, onde o principal foco é a investigação, pesquisando e gerando soluções para os problemas detectados
  • 11. Em muitos projetos a participação dos interessados é limitada, as condições, modalidades e relação com os pesquisadores devem ser monitoradas. A participação é mais efetiva quando: a) possibilita um significativo nível e envolvimento; b) capacita as pessoas na realização de tarefas; c) dá apoio às pessoas para aprenderem a agir com autonomia; d) fortalece planos e atividade que as pessoas são capazes de realizar sozinhas; e) lida mais diretamente com pessoas do que por intermédio de representantes ou agentes. Nos projetos de pesquisa-ação é comum ocorrer conflitos por pessoas com uma visão cultural diferente. Para evitar esses conflitos, é importante observar a cultura, lnguagem e se possível, mapear os conhecimentos de todos os envolvidos, além de verbalizar sobre os problemas da investigação, e estabelecer normas e critérios que respeitam ou rejeitam os diferentes atores. É importante ressaltar que no ponto de vista ético, os pesquisadores não podem impor alguma mudança ou ideia, ela deve ser concebida e praticado pelos grupos interessados. O papel dos pesquisadores é de apenas acompanhar e estimular certos aspectos da mudança decidida pelos grupos interessados. O estudo foi realizado por meio do Projeto Gestão Participativa da Sub-Bacia do Rio São Domingos, no qual participaram equipes de pesquisadores da EMBRAPA- Solos da UERJ e Laboratório Trabalho e Formação da COPPE/UERJ, no município de São José de Ubá, na região noroeste fluminense entre 2003 e 2004. Os meios utilizados para a iniciativa foram: (a) estudos de viabilidade técnica, econômica e social da produção agrícola das comunidades; (b) conseqüente geração de oportunidades contextualizadas e, se possível, duradouras; (c) ação de formação como um processo contínuo de atuação voltada para a cidadania. Além do respeito a vida e ao meio ambiente. Busca-se, para esse fim, uma nova articulação entre atores sociais que seja autêntica e futuramente institucionalizada, e que tenha auto-organização. As atividades tiveram a mobilização das pessoas interessadas, que criaram uma organização autônoma para desenvolver ações de trabalho de campo e pesquisa, criando o Grupo Gestor, que é um espaço onde agricultores assumem lugar do processo de elaboração e implantação do trabalho a ser desenvolvido nas comunidades. A confiança do agricultor é simultaneamente um indicador da sua participação e apresenta-se como: (a) confiança em si próprio (autoconfiança), condição fundamental para a aquisição de
  • 12. autonomia e indicadora dessa autonomia; e (b) confiança nos outros, para formar cooperação e sinergias, é vista como um indicador de autonomia. As atividades desenvolvidas para gestão social e organização local da equipe social e econômica foram: a) mobilização da comunidade, com a eleição de representantes comunitários para formação do Grupo Gestor; b) realização de um censo socioeconômico ambiental por meio da aplicação de questionários aplicados pelos representantes do Grupo Gestor; c) identificação dos sistemas de produção existentes na área de estudo; d) realização de eventos (dias de campo e seminários técnicos) e) identificação dos temas prioritários de intervenção do projeto: contaminação por agrotóxicos, transporte, saúde, estradas e vias de transporte, atendimento médico, comunicação, educação e lazer, ajustadas à necessidade de preservar o meio ambiente; f) treinamento de técnicos da Prefeitura e da Universidade de Nova Iguaçu para coleta de sangue para exame de intoxicação por agrotóxicos via análise); g) realização de reuniões mensais com o Grupo Gestor; h) edição de quatro boletins informativos distribuídos na região de atuação do projeto. Foram realizadas visitas em todas as comunidades, com o objetivo de entender os problemas enfrentados pela população. Através desses dados, foi possível obter informações para o conhecimento da realidade local que serviriam de base para discutir com as comunidades propostas de soluções dos problemas locais. A pesquisa sobre os acidentes por uso de agrotóxico indica que 30,5% dos entrevistados já tiveram acidentes pessoais ou na família, como esse percentual é considerado alto, o uso de agrotóxico foi escolhido com prioridade. A pesquisa identificou também problemas de salinidade na água, além de outros problemas identificados pela pesquisa participativa. No início da intervenção do projeto, muitos membros da comunidade não se sentiam capaz de mudar a situação, como consequência para a comunidade, observou se também que houve um crescimento do auto estima e de capacitação coletiva. Por iniciativa própria, os agricultores passaram a realizar ações mais amplas, por exemplo, o fato de terem: (a) levado suas reivindicações aos técnicos envolvidos no Projeto; (b) formado a Associação dos Revendedores de Defensivos Agrícolas do Noroeste Fluminense do Estado do Rio de Janeiro – ARDANF, responsável pela construção do Galpão de Recebimentos de embalagens vazias de agrotóxicos no
  • 13. município; (c) realizado duas coletas de sangue para análise de colinesterase em 60 pessoas, sendo 50 produtores rurais de tomate e dez não produtores. Com os resultados positivos obtidos nas unidades demonstrativas, foi iniciada uma discussão da proposta de reengenharia de produção do tomate ecologicamente correta. Apesar de suas limitações, o projeto de São José de Ubá mostrou que é possível desenvolver uma pesquisa participativa, com interdisciplinaridade, com aspectos de mobilização próprios à pesquisa-ação, revelando-se capaz de desencadear uma série de consequências positivas em matéria de organização das comunidades de produtores. A metodologia participativa e de pesquisa-ação possui as características de um método flexível para o projeto com equipes interdisciplinares em contato direto com grupos da população ou das comunidades interessadas na resolução dos problemas detectados. Tal metodologia é objeto de experimentação tanto no conhecimento quanto no da prática social. A metodologia participativa e a pesquisa ação oferecem promissoras possibilidades de pesquisa e de atuação na perspectiva da gestão agroambiental. Com a participação efetiva de membros dessas comunidades, observou-se uma real implicação na identificação e priorização dos problemas e na busca de soluções mais adequadas ao contexto. A participação voltada à gestão coletiva e à tomada de decisão foi possibilitada pela construção de um grupo gestor localmente implantado. Isso seria o início de um processo de empoderamento, promovido pelo projeto participativo, pelo qual as comunidades se acostumam à ideia de assumirem a gestão de suas atividades produtivas, assegurando a sustentabilidade pela consideração e minimização dos riscos ambientais, pela viabilização técnico-econômica da produção e pelas transformações do meio circundante obtidas com a melhoria da educação e dos transportes. RESENHA CRÍTICA Os objetivos do estudo apresentado eram apontar os elementos que interferiam no processo de aprendizagem e capacitação dos enfermeiros do hospital universitário,
  • 14. juntamente com a elaboração de propostas de melhorias. Por meio da pesquisa-ação, foi possível compreender os elementos organizacionais que impediam uma aprendizagem efetiva, sendo que um dos elementos apontados pelos participantes foi o distanciamento entre as políticas e as práticas do hospital. Não obstante, observou-se também problemas na comunicação dos funcionários e distanciamento entre os auxiliares e técnicos de enfermagem, e os enfermeiros, que atuavam como líderes de equipe. Ressalta-se que muitos dos problemas identificados no decorrer do estudo possivelmente não seriam identificados se não ocorresse à interação entre o pesquisador e os participantes, uma vez que esta propiciou não só diálogos entre as partes, mas também a proposição de medidas coerentes com o contexto e com a necessidade dos auxiliares e técnicos de enfermagem. Tal fato indica a viabilidade da metodologia adotada. Um dos fatores que incentivaram a execução do estudo foi a insatisfação por parte da instituição em relação as capacitações realizadas e as práticas dos profissionais. No entanto, com a interação entre os autores e os trabalhadores observou-se que parte da incoerência entre o que é colocado nas ações de capacitação e na prática dos trabalhadores se deve à falta de ações e elementos disponibilizados pela própria organização. A contribuição do trabalho apresenta-se relevante pela necessidade da constante aprendizagem dos profissionais da saúde. As situações de trabalho que estes profissionais lidam são variáveis e a troca de saberes entre eles possibilita maior conhecimento aos trabalhadores, atualização destes e referências para tomadas de decisão no decorrer das atividades executadas por eles. A proposta de estruturação de um Núcleo de Educação Permanente acarretará na troca de experiências necessária para um processo contínuo de capacitação, reunindo prática e teoria.
  • 15. REFERENCIAS CARVALHO, A. I. et al. Escolas de governo e gestão por competências: mesa- redonda de pesquisa-ação. Brasília: ENAP, 2009.-109p. JESUS, M. C. P et al. Educação permanente em enfermagem em um hospital universitário. Rev Esc Enferm USP, 2011. BORGES-ANDRADE, Avaliação de TD&E. In: ENAP. Mesa-redonda de Pesquisa- Ação Escolas de Governo e Gestão por Competências. Palestra proferida na 6a reunião da Mesa, realizada em 18 de dezembro de 2008. PINEAL, Gaston. Emergência de um Paradigma Antropoformador de Pesquisa-Ação- Formação Transdisciplinar. Saude soc. vol.14 no.3 São Paulo Sept./Dec. 2005. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/7157. Acesso dia 13/04/2015 LIMA, Manolita Correia. A metodologia de pesquisa-ação em práticas de composição no ensino de música. Gestão.Org, v. 3, n. 1, jan./abr. 2005 TRIPP, David. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005. FRANCO, Maria Amélia F. Pedagogia da Pesquisa-Ação. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 483-502, set./dez. 2005. MIRANDA, Marilia G; Resende, Anita C. A. Sobre a pesquisa-ação na educação e as armadilhas do praticismo. Revista Brasileira de Educação v. 11 n. 33 set./dez. 2006 PIMENTA, Selma G. Pesquisa-ação crítico-colaborativa: construindo seu significado a partir de experiências com a formação docente. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 521-539, set./dez. 2005 Mello, Michele T. S. S. A PESQUISA-AÇÃO NO COTIDIANO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: experiências multiculturais e possibilidades institucionais. 2009 Pesquisa de mestrado disponível em: