SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 7
Downloaden Sie, um offline zu lesen
˜
A REDE BRASILEIRA DE BLOGS SOB A VISAO DE
REDES COMPLEXAS COM FOCO NA BLOGOSFERA
                         William Roberto de Paiva
        Faculdade de Tecnologia, Universidade Estadual de Campinas.
 R. Paschoal Marmo, 1888, Jardim Nova It´lia, Limeira, SP, CEP 13484-332.
                                          a
                      E-mail: will.unicamp@gmail.com
                                    28 de Mar¸o de 2011
                                             c


                                            Resumo
         O objetivo de este artigo ´ fazer um estudo aprofundado sobre a rede brasileira de
                                    e
      blogs, com foco na Blogosfera, baseado em um modelo em forma de grafo com da-
      dos reais para analisar a forma¸˜o da rede e suas atuais propriedades, como topologia,
                                      ca
      dinˆmica da rede e possibilidades de entrar em colapso, concluindo com os benef´
         a                                                                             ıcios
      que esta an´lise pode trazer aos usu´rios de blogs.
                  a                       a

      Palavras-chave: redes complexas, blog, blogosfera, grafo.

                                           Abstract
           The aim of this paper is to make a deep study about the brazilian network of blogs,
      focusing in the Blogosphere, based on a model in graph form with real data to analyze
      the formation of this networks and it’s current properties, like topoogy, network dynam-
      ics and the chances to collapse, concluding with the benefits about this analysis to the
      users of blogs.

      Keywords: complex network, blog, blogosphere, graph.


1     Introdu¸˜o
             ca
De acordo com o site Dictionary.com em [5], blog ´ um di´rio online ou um registro pessoal
                                                       e      a
de pensamentos publicados em uma p´gina web em ordem cronol´gica, tamb´m chamado de
                                        a                            o           e
weblog.
    Os blogs s˜o uma forma que usu´rios de internet encontraram de divulgar opini˜es de forma
              a                      a                                              o
f´cil e r´pida. Devido a isso a ferramenta se tornou popular e blogs de diversas categorias
 a       a
surgiram, como humor, cr´ ıticas, di´rios virtuais, etc.
                                    a
    Como uma esp´cie de acordo inconsciente, os blogs come¸aram a divulgar um ao outro por
                  e                                            c
meio de cita¸˜es de links[6]. Essas cita¸˜es evolu´
             co                           co         ıram para parcerias, que s˜o links est´ticos
                                                                               a           a
adicionados em alguma parte da p´gina. Esta forma de se conectar formou uma rede interligada
                                  a
de blogs.
    Blogs come¸aram a ser levados a s´rio. Para aqueles com vis˜o empreendedora, se tornou
                c                       e                          a
um neg´cio muito lucrativo. O grande n´mero de blogs que surgiu criou uma imensa rede
         o                                   u
social. Concorrˆncia come¸ou a surgir, a rede come¸ou a se auto-organizar, a possuir comu-
               e            c                         c
nidades e hubs1 . Tornou-se uma rede complexa.
    Nas se¸˜es a seguir, ´ feita uma an´lise do crescimento desta rede, das suas propriedades e
          co             e             a
os desafios que se encontram neste ambiente, focando principalmente o cluster de blogs mais
populares, conhecido como Blogosfera.


2         Metodologia
Para visualizar e analisar as informa¸˜es com mais precis˜o, um modelo da interconex˜o
                                      co                      a                            a
existente entre v´rios blogs foi feito. Os dados para fazˆ-lo foram obtidos observando e
                  a                                           e
cadastrando manualmente os links existentes entre cento e vinte e oito blogs. A coleta dos
dados iniciou-se por um blog popular obtido em um buscador e a partir deste foram cadastradas
os blogs por ele apontados. O mesmo foi feito com cada um dos outros blogs at´ que houvesse
                                                                                e
em torno de cinquenta cadastrados. Ap´s isso foram buscados e registrados blogs de menor
                                         o
popularidade e seus blogs adjacentes.
    Com base nestes dados, um grafo direcionado foi criado, como pode ser visualizado na
Figura 1 , sendo que cada v´rtice representa um blog e cada aresta um link para um outro
                              e
blog.
    Al´m de utilizar o grafo, o comportamento dos blogs pesquisados tamb´m foi observado
      e                                                                      e
por um per´ ıodo de trinta dias para melhor identificar as intera¸˜es que entre eles.
                                                                co




                                 Figura 1: D´
                                            ıgrafo da Blogosfera brasileira


    1
        V´rtices(blogs) que possuem muitos links apontando para si a partir de outras p´ginas na internet.
         e                                                                             a
3       Forma¸˜o da Blogosfera
             ca
Os blogs come¸aram como simples di´rios onde um usu´rio relatava tudo que achasse interessante[6].
              c                        a               a
Tornaram-se populares e em 1999 j´ existiam diversos blogs, cada um com um prop´sito difer-
                                     a                                                o
ente, alguns como di´rio virtual, outros para humor, outros para opini˜o pol´
                      a                                                a      ıtica, etc.
    Analisando a rede desde o in´  ıcio, onde poucos blogs surgiram sem possuir nenhum tipo
de v´
    ınculo formal (parcerias) com outros, as preferˆncias de conex˜es entre eles se deram por
                                                    e               o
semelhan¸a de conte´do e amizade entre os autores de cada blog. Dessa forma come¸aram a
          c           u                                                                 c
surgir pequenas comunidades, voltadas a assuntos espec´  ıficos que compartilhavam informa¸˜es
                                                                                          co
entre seus membros.
    Alguns hubs que foram surgindo come¸aram a se destacar e ganhar popularidade, aumen-
                                            c
tando dessa forma sua aptid˜o e a aptid˜o dos n´s adjacentes a estes hubs. Assim surgiram
                              a            a      o
diversas comunidades em torno destes hubs. Uma destas comunidades conseguiu um destaque
not´vel e tornou-se a mais popular destas comunidades. Em algumas pesquisas de opini˜es
   a                                                                                       o
de blogueiros e leitores de blogs, esta comunidade ´ conhecida como Blogosfera.
                                                    e


4       An´lise da rede atual
          a
4.1     Topologia
Primeiramente foi analisada a sequˆncia de grau dos v´rtices do grafo da Figura 1 e foram
                                       e                 e
                                                2
encontrados alguns hubs de semigrau interior , que s˜o destacados com tamanho maior e
                                                        a
colora¸˜o mais escura. Como foi citado em [8], esta ´ uma propriedade comum das redes
        ca                                              e
sociais e era esperado encontr´-la na rede analisada, demonstrando que esta segue uma lei de
                                 a
potˆncia e ´ uma rede do tipo livre de escala[2]. Isto pode ser melhor ilustrado no gr´fico a
    e        e                                                                          a
seguir.
    Uma caracter´  ıstica curiosa ´ que o mesmo n˜o ocorre com a sequˆncia de semigrau exte-
                                  e               a                    e
rior3 . Cada v´rtice possui uma quantidade de arestas para outros v´rtices semelhante e ao que
               e                                                   e
pˆde ser observado pelo autor, esse n´mero varia de acordo com a comunidade a qual o n´
  o                                       u                                                   o
pertence. Se por exemplo considerarmos a comunidade B referenciada na Figura 1, esta possui
uma m´dia de quinze a vinte arestas externas enquanto na comunidade D cada blog aponta
         e
para em m´dia quarenta e cinco outros. Estas arestas n˜o est˜o todas vis´
            e                                           a     a            ıveis na figura, pois,
estes dados foram somente observados nos blogs visitados e n˜o est˜o presentes no modelo.
                                                               a     a
    Pensando logicamente, se cada v´rtice tem um n´mero de arestas padr˜o, na comunidade
                                        e            u                      a
a que pertencem todos deveriam ter um n´mero semelhante de semigrau interior, mas n˜o ´ o
                                            u                                            a e
que ocorre. Observando a Figura 1 nota-se que de todas as comunidades partem v´rios links
                                                                                      a
para a Blogosfera (comunidade A) mas o contr´rio n˜o ocorre. Internamente, os v´rtices que
                                                 a    a                              e
fazem parte da Blogosfera est˜o em sua maioria conectados entre si, formando um grande
                                  a
cluster de hubs[2]. Isso ´ comprovado ao separar a comunidade A das demais como mostrado
                           e
na Figura 3. Os 37 v´rtices da Blogosfera mantiveram 482 conex˜es enquanto os 91 v´rtices
                        e                                          o                     e
perif´ricos ficaram com apenas 211.
      e
    2
     Em um d´   ıgrafo, semigrau interior ´ a quantidade de arestas que partem de outros v´rtices para o v´rtice
                                          e                                                e              e
em quest˜o[3], tamb´m conhecido como grau de entrada[1].
          a             e
   3
     Em um d´  ıgrafo, semigrau exterior ´ a quantidade de arestas que partem do v´rtice em quest˜o para outros
                                          e                                       e              a
v´rtices[3], tamb´m conhecido como grau de sa´
 e                 e                               ıda[1].
Figura 2: Gr´fico de referˆncias aos blogs
                                           a            e


4.2       Dinˆmica da rede
             a
Diante do que foi colocado na subse¸˜o anterior, a pergunta que surge ´: por quˆ h´ tantas
                                     ca                                 e        e a
referˆncias para os blogs da blogosfera e o mesmo n˜o ocorre com outras comunidades?
     e                                              a
    Na concep¸˜o da rede, como j´ foi citado na introdu¸˜o, os blogs come¸aram a criar
               ca                   a                      ca                  c
parcerias baseado em amizade e em similaridade de conte´do. Os blogs pertencentes ` blo-
                                                          u                            a
gosfera, em sua maioria s˜o antigos na rede, e possuem parceria h´ muito tempo. Como j´
                          a                                        a                        a
dito anteriormente, cada blog chega a um n´mero m´ximo de parcerias e n˜o ultrapassa esse
                                            u        a                     a
limite. Desta forma, conclui-se que a blogosfera ´ um aglomerado de blogs antigos que j´
                                                  e                                         a
saturaram seu n´mero de conex˜es. Al´m deste motivo, o fato de evitar criar novas referˆncias
                u               o      e                                               e
para blogs menores ajuda a melhorar a visibilidade de todos os blogs desta comunidade em
buscadores que se baseiam no PageRank[4].
    A popularidade, amizade e similaridade de conte´do s˜o as principais qualidades que car-
                                                    u    a
                    4
acterizam a aptid˜o de um n´ na rede atual, sendo a principal delas a popularidade, que est´
                  a           o                                                             a
diretamente relacionada ao semigrau interior. Ao tentar entrar na rede, um blog novo busca
primeiramente criar conex˜es com v´rtices da Blogosfera. Como n˜o consegue retorno, passa
                          o         e                            a
a buscar conex˜es com blogs menores, seja de amigos ou blogs que tenham conte´do semel-
               o                                                                  u
hante. Como estes blogs j´ passaram pelo mesmo processo, costumam j´ possuir conex˜es
                            a                                             a              o
com blogs semelhantes em conte´do e popularidade, o que leva o novo n´ a buscar se conectar
                                 u                                     o
com todos da comunidade.
    Ainda assim, isso n˜o explica o por que os blogs da Blogosfera tem um semigrau interior
                       a
m´dio muito maior em rela¸˜o `s outras comunidades e isso ser´ melhor detalhado na pr´xima
  e                        ca a                               a                        o
subse¸˜o.
      ca
  4
      Aptid˜o ´ a habilidade que um v´rtice tem de atrair arestas.
           a e                       e
Figura 3: Cluster formado pela Blogosfera ` esquerda e os blogs externos a ela ` direita
                                            a                                    a


4.3    Informa¸˜es
              co
Ao visitar diversos blogs, o autor notou que se os blogs pertencem ` mesma categoria(como
                                                                     a
blogs de entretenimento, por exemplo) as chances de se deparar com informa¸˜es redundantes
                                                                            co
s˜o muito altas. Isso se trata de uma sincroniza¸˜o de informa¸˜es na rede e h´ dois fatores
 a                                              ca              co              a
principais que causam esta sincronia: a fonte da informa¸˜o e a relevˆncia da informa¸˜o na
                                                         ca            a              ca
internet.
    Se a fonte da informa¸˜o for um blog popular, essa informa¸˜o tende a se propagar pela
                           ca                                    ca
rede, come¸ando pelos v´rtices adjacentes e seguindo adiante pelos adjacentes aos adjacentes,
            c            e
perdendo potˆncia a cada retransmiss˜o. Este ´ um dos motivos da informa¸˜o se repetir
               e                       a         e                             ca
diversas vezes dentro de uma comunidade de blogs. Dessa forma a informa¸˜o ganha mais
                                                                             ca
importˆncia em buscadores na internet, aumentando inclusive a popularidade daqueles que
        a
a propagam. Analisando isso, podemos concluir que ´ este o maior motivo da Blogosfera
                                                       e
ter um semigrau interior m´dio alto. Por sua popularidade, a Blogosfera gera informa¸˜es
                             e                                                           co
que j´ nascem com relevˆncia maior, e outros blogs procuram utilizar as informa¸˜es desta
      a                    a                                                       co
comunidade como fonte. J´ outras comunidades n˜o possuem essa influˆncia, e os n´s n˜o
                             a                      a                    e            o a
se interessam em manter conex˜es a n˜o ser que sejam retribu´
                                o      a                       ıdos.
    J´ a relevˆncia da informa¸˜o cria um contexto que envolve a rede toda. Se por ex-
     a         a                ca
emplo existe uma crise mundial, muitos blogs v˜o falar sobre a crise, seja para dar opini˜o
                                                 a                                         a
sobre os motivos ou para satirizar os pa´ mais prejudicados. Assim, aqueles que propagam
                                         ıses
esta informa¸˜o ganham tamb´m chances de serem encontrados em buscadores, j´ que est˜o
              ca               e                                                  a        a
tratando de uma informa¸˜o muito procurada no momento.
                          ca

4.4    Imperfei¸˜es
               co
Faria alguma diferen¸a perder um n´ da gigantesca rede de blogs? Para a rede como um todo,
                     c            o
a perda de qualquer um de seus n´s nem seria notada pela maioria, mas ao se tratar de cada
                                 o
comunidade pode ser que um n´ fa¸a muita diferen¸a.
                               o c                 c
    A Blogosfera n˜o perderia sua configura¸˜o com a perda de qualquer um de seus n´s. A
                   a                       ca                                        o
sua resiliˆncia5 garante que a interconex˜o de seus componentes se manter´ caso isso ocorra.
          e                               a                                   a
Isto ´ v´lido para todas as comunidades que tem coeficiente de cluster6 elevado.
      e a
     J´ o mesmo n˜o pode ser dito de outras comunidades. Como exemplo, a comunidade 3
      a             a
na Figura 1 possui um unico n´ que tem grande popularidade perante a rede e sua robustez
                         ´      o
´ baixa. Nesse caso, a perda deste n´ central afetaria drasticamente esta comunidade, talvez
e                                     o
at´ gerando sua extin¸˜o.
   e                   ca
     Sendo assim, a Blogosfera ´ indestrut´
                                e           ıvel? Apesar de sua robustez, h´ outros fatores que
                                                                            a
poderiam prejudicar esta rede. Um exemplo ´ a informa¸˜es incorretas. Uma not´ falsa
                                                  e          co                       ıcia
seria rapidamente espalhada na rede toda, j´ que a blogosfera ´ referˆncia de diversos blogs.
                                               a                  e    e
Isso pode acarretar em perda de credibilidade se ocorrer com frequˆncia.
                                                                     e
     O surgimento de outras redes tamb´m pode ser preocupante, por´m, no momento ainda
                                         e                              e
n˜o ´. Apesar de diversas comunidades existirem, nenhuma se equipara ` blogosfera ao ponto
  a e                                                                     a
                                                                7
de conseguir referˆncias externas sem que se exija reciprocidade . Assim sendo, nos dias atuais,
                   e
a Blogosfera dificilmente entrar´ em colapso.
                                 a
     Um fator importante a ser considerado ´ a adapta¸˜o do usu´rio a mudan¸as. Mesmo
                                                e         ca         a            c
surgindo uma nova comunidade t˜o forte quanto ` blogosfera, um usu´rio pode se adaptar a
                                   a                a                    a
visitar mais blogs e assim as duas comunidades existiriam sem problema algum. Da mesma
forma, um n´ de uma comunidade ao ser retirado pode fazer com que todos os usu´rios
              o                                                                            a
abandonem a todos os blogs de uma comunidade. S˜o a¸˜es humanas imprevis´
                                                          a co                        ıveis que
podem mudar o comportamento da rede.


5       Conclus˜o
               a
Apesar de ser uma pequena amostra da rede, o modelo apresentado neste artigo foi capaz de
demonstrar com bastante efic´cia o comportamento da rede. Durante o per´
                            a                                             ıodo de observa¸˜o,
                                                                                         ca
foi poss´ notar que a dinˆmica da rede e o tr´fego de informa¸˜es s˜o bastante afetados
        ıvel               a                     a               co    a
pela topologia e tamb´m que a robustez de uma comunidade pode torn´-la muito influente
                      e                                                  a
perante a outras comunidades, como ´ o caso da Blogosfera.
                                      e
    Este estudo pode ser muito util para blogueiros que buscam ganhar mais destaque na rede
                               ´
de blogs. Analisando as intera¸˜es entre os blogs e entre as comunidades, principalmente
                               co
da Blogosfera, podem ser feitas previs˜es e criar estrat´gias se sobressair diante de blogs
                                        o                 e
concorrentes, como por exemplo criar grupos intencionais para fortalecer a imagem do blog
ou gerenciar informa¸˜es de uma comunidade visando atrair mais usu´rios.
                    co                                              a


Referˆncias
     e
[1] ANGELIS, A. F., Tutorial Redes Complexas, Universidade de S˜o Paulo, S˜o Carlos, 2005.
                                                               a          a

[2] BARABASI, A.-L., Linked: Como tudo est´ conectado a tudo e o que isso significa para
                                                 a
    os neg´cios, rela¸˜es sociais e ciˆncias. Editora Leopardo, 2009
          o          co               e

[3] BOAVENTURA, P. O.; JURKIEWICS, S.Grafos: Introdu¸˜o e Pr´tica. Editora Blucher,
                                                    ca      a
    2009
    5
     Resiliˆncia ´ a capacidade da rede em resistir ` remo¸˜o de seus v´rtices sem a perda de sua
           e     e                                     a      ca            e
funcionalidade[1].
   6
     Coefieciente de cluster indica o qu˜o conectada est´ uma rede ou comunidade[9].
                                       a               a
   7
     Probabilidade de dois v´rtices apontarem-se mutuamente, ou seja, de haver um arco partindo de um n´
                            e                                                                          o
para outro e vice-versa simultaneamente[1].
[4] BRIN, S., PAGE, L., The Anatomy of a Large-Scale Hypertextual Web Search Engine,
    Computer Science Department, Stanford University, Stanford

[5] DICTIONARY.COM,           Define    Blog     at    Dictionary.com.  Dispon´ıvel        em
    http://dictionary.reference.com/browse/blog, Acesso em: 4 de Novembro de 2010

[6] NOVAES, C., A hist´ria dos blogs. 2008, Dispon´ em: http://www.brogui.com/a-
                          o                          ıvel
    historia-dos-blogs, Acesso em 4 de Novembro de 2010

[7] RAMOS TURCI, L. F., Caracteriza¸˜o, Controle de Caos e Sincroniza¸˜o em Circuitos
                                    ca                                 ca
    Chaveados. 2009. 24f. Tese de Doutorado - Instituto Tecnol´gico de Aeron´utica, S˜o
                                                              o             a        a
    Jos´ dos Campos.
       e

[8] TOIVONEN, R., ONNELA, J.P., SARAMAKI, J., HYVONEN, J., KASKI, K., A model for
    social networks, Helsinki University of Technology, Laboratory of Computational Engineer-
    ing, 2006

[9] WATTS, D. J.,STROGATZ, S., Collective dynamics of ’small-world’ networks. Nature 393,
    1998

Weitere ähnliche Inhalte

Andere mochten auch

Ativ 73-74-75luciaarmada
Ativ 73-74-75luciaarmadaAtiv 73-74-75luciaarmada
Ativ 73-74-75luciaarmadavaldetemachado
 
Hino do município de Groaíras
Hino do município de GroaírasHino do município de Groaíras
Hino do município de Groaírasedsongroairas
 
Redes Complexas aplicadas a Redes Sociais (09/05/2012 - FMU)
Redes Complexas aplicadas a Redes Sociais (09/05/2012 - FMU)Redes Complexas aplicadas a Redes Sociais (09/05/2012 - FMU)
Redes Complexas aplicadas a Redes Sociais (09/05/2012 - FMU)Leandro Lima
 
Internet Como Uma Rede Complexa
Internet Como Uma Rede ComplexaInternet Como Uma Rede Complexa
Internet Como Uma Rede Complexarogeriominhano
 

Andere mochten auch (7)

Clustering
ClusteringClustering
Clustering
 
Ativ 73-74-75luciaarmada
Ativ 73-74-75luciaarmadaAtiv 73-74-75luciaarmada
Ativ 73-74-75luciaarmada
 
Hino do município de Groaíras
Hino do município de GroaírasHino do município de Groaíras
Hino do município de Groaíras
 
Redes Complexas aplicadas a Redes Sociais (09/05/2012 - FMU)
Redes Complexas aplicadas a Redes Sociais (09/05/2012 - FMU)Redes Complexas aplicadas a Redes Sociais (09/05/2012 - FMU)
Redes Complexas aplicadas a Redes Sociais (09/05/2012 - FMU)
 
Eniac 4 styles
Eniac 4 stylesEniac 4 styles
Eniac 4 styles
 
Internet Como Uma Rede Complexa
Internet Como Uma Rede ComplexaInternet Como Uma Rede Complexa
Internet Como Uma Rede Complexa
 
06.01.25.Databases
06.01.25.Databases06.01.25.Databases
06.01.25.Databases
 

Ähnlich wie A rede brasileira de blogs sob a visão de redes complexas com foco na blogosfera

DEFESA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: SIVUCA
DEFESA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: SIVUCADEFESA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: SIVUCA
DEFESA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: SIVUCAHélio Sassen Paz
 
Unidade3
Unidade3Unidade3
Unidade3alciny
 
Raquel requero redes sociais
Raquel requero   redes sociaisRaquel requero   redes sociais
Raquel requero redes sociaisDaniele Nunes
 
Comunidades de blogs e espaços conversacionais
Comunidades de blogs e espaços conversacionaisComunidades de blogs e espaços conversacionais
Comunidades de blogs e espaços conversacionaisAlex Primo
 
Aula3 comunidades de_blogs_espacos
Aula3 comunidades de_blogs_espacosAula3 comunidades de_blogs_espacos
Aula3 comunidades de_blogs_espacosPsaquaresma
 
Pílulas digitais - A influencia dos blogs na comunicação
Pílulas digitais - A influencia dos blogs na comunicaçãoPílulas digitais - A influencia dos blogs na comunicação
Pílulas digitais - A influencia dos blogs na comunicaçãoWagner Tamanaha
 
Blogs e seus gêneros: Avaliação estatística dos 50 blogs mais populares em lí...
Blogs e seus gêneros: Avaliação estatística dos 50 blogs mais populares em lí...Blogs e seus gêneros: Avaliação estatística dos 50 blogs mais populares em lí...
Blogs e seus gêneros: Avaliação estatística dos 50 blogs mais populares em lí...Alex Primo
 
Gênero textual
Gênero textualGênero textual
Gênero textualthiagokrek
 
Livros, Leituras e Redes Sociais
Livros, Leituras e Redes SociaisLivros, Leituras e Redes Sociais
Livros, Leituras e Redes SociaisPaulo Leitao
 
Zago gabriela-dos-blogs-aos-microblogs.pdf história do blog
Zago gabriela-dos-blogs-aos-microblogs.pdf história do blogZago gabriela-dos-blogs-aos-microblogs.pdf história do blog
Zago gabriela-dos-blogs-aos-microblogs.pdf história do blogPedro Henrique
 
Estudo Sobre Blog E EducaçãO Blogfinal
Estudo Sobre Blog E EducaçãO BlogfinalEstudo Sobre Blog E EducaçãO Blogfinal
Estudo Sobre Blog E EducaçãO BlogfinalHudson Augusto
 
Os blogs na_web_2.0_publicacao_e_organiz
Os blogs na_web_2.0_publicacao_e_organizOs blogs na_web_2.0_publicacao_e_organiz
Os blogs na_web_2.0_publicacao_e_organizaguiardf
 
Interação Mediada por Sites de Redes Sociais entre Revistas e Leitores: Um Ma...
Interação Mediada por Sites de Redes Sociais entre Revistas e Leitores: Um Ma...Interação Mediada por Sites de Redes Sociais entre Revistas e Leitores: Um Ma...
Interação Mediada por Sites de Redes Sociais entre Revistas e Leitores: Um Ma...Samuel Barros
 

Ähnlich wie A rede brasileira de blogs sob a visão de redes complexas com foco na blogosfera (20)

DEFESA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: SIVUCA
DEFESA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: SIVUCADEFESA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: SIVUCA
DEFESA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: SIVUCA
 
Unidade3
Unidade3Unidade3
Unidade3
 
Raquel requero redes sociais
Raquel requero   redes sociaisRaquel requero   redes sociais
Raquel requero redes sociais
 
Blog
BlogBlog
Blog
 
Blog
BlogBlog
Blog
 
Comunidades de blogs e espaços conversacionais
Comunidades de blogs e espaços conversacionaisComunidades de blogs e espaços conversacionais
Comunidades de blogs e espaços conversacionais
 
Aula3 comunidades de_blogs_espacos
Aula3 comunidades de_blogs_espacosAula3 comunidades de_blogs_espacos
Aula3 comunidades de_blogs_espacos
 
Blog
BlogBlog
Blog
 
Pílulas digitais - A influencia dos blogs na comunicação
Pílulas digitais - A influencia dos blogs na comunicaçãoPílulas digitais - A influencia dos blogs na comunicação
Pílulas digitais - A influencia dos blogs na comunicação
 
Blogs e seus gêneros: Avaliação estatística dos 50 blogs mais populares em lí...
Blogs e seus gêneros: Avaliação estatística dos 50 blogs mais populares em lí...Blogs e seus gêneros: Avaliação estatística dos 50 blogs mais populares em lí...
Blogs e seus gêneros: Avaliação estatística dos 50 blogs mais populares em lí...
 
Gênero textual
Gênero textualGênero textual
Gênero textual
 
Livros, Leituras e Redes Sociais
Livros, Leituras e Redes SociaisLivros, Leituras e Redes Sociais
Livros, Leituras e Redes Sociais
 
Caderno07
Caderno07Caderno07
Caderno07
 
Zago gabriela-dos-blogs-aos-microblogs.pdf história do blog
Zago gabriela-dos-blogs-aos-microblogs.pdf história do blogZago gabriela-dos-blogs-aos-microblogs.pdf história do blog
Zago gabriela-dos-blogs-aos-microblogs.pdf história do blog
 
Modulo 2
Modulo 2Modulo 2
Modulo 2
 
Modulo 2
Modulo 2Modulo 2
Modulo 2
 
O Que é Blog
O Que é  BlogO Que é  Blog
O Que é Blog
 
Estudo Sobre Blog E EducaçãO Blogfinal
Estudo Sobre Blog E EducaçãO BlogfinalEstudo Sobre Blog E EducaçãO Blogfinal
Estudo Sobre Blog E EducaçãO Blogfinal
 
Os blogs na_web_2.0_publicacao_e_organiz
Os blogs na_web_2.0_publicacao_e_organizOs blogs na_web_2.0_publicacao_e_organiz
Os blogs na_web_2.0_publicacao_e_organiz
 
Interação Mediada por Sites de Redes Sociais entre Revistas e Leitores: Um Ma...
Interação Mediada por Sites de Redes Sociais entre Revistas e Leitores: Um Ma...Interação Mediada por Sites de Redes Sociais entre Revistas e Leitores: Um Ma...
Interação Mediada por Sites de Redes Sociais entre Revistas e Leitores: Um Ma...
 

A rede brasileira de blogs sob a visão de redes complexas com foco na blogosfera

  • 1. ˜ A REDE BRASILEIRA DE BLOGS SOB A VISAO DE REDES COMPLEXAS COM FOCO NA BLOGOSFERA William Roberto de Paiva Faculdade de Tecnologia, Universidade Estadual de Campinas. R. Paschoal Marmo, 1888, Jardim Nova It´lia, Limeira, SP, CEP 13484-332. a E-mail: will.unicamp@gmail.com 28 de Mar¸o de 2011 c Resumo O objetivo de este artigo ´ fazer um estudo aprofundado sobre a rede brasileira de e blogs, com foco na Blogosfera, baseado em um modelo em forma de grafo com da- dos reais para analisar a forma¸˜o da rede e suas atuais propriedades, como topologia, ca dinˆmica da rede e possibilidades de entrar em colapso, concluindo com os benef´ a ıcios que esta an´lise pode trazer aos usu´rios de blogs. a a Palavras-chave: redes complexas, blog, blogosfera, grafo. Abstract The aim of this paper is to make a deep study about the brazilian network of blogs, focusing in the Blogosphere, based on a model in graph form with real data to analyze the formation of this networks and it’s current properties, like topoogy, network dynam- ics and the chances to collapse, concluding with the benefits about this analysis to the users of blogs. Keywords: complex network, blog, blogosphere, graph. 1 Introdu¸˜o ca De acordo com o site Dictionary.com em [5], blog ´ um di´rio online ou um registro pessoal e a de pensamentos publicados em uma p´gina web em ordem cronol´gica, tamb´m chamado de a o e weblog. Os blogs s˜o uma forma que usu´rios de internet encontraram de divulgar opini˜es de forma a a o f´cil e r´pida. Devido a isso a ferramenta se tornou popular e blogs de diversas categorias a a surgiram, como humor, cr´ ıticas, di´rios virtuais, etc. a Como uma esp´cie de acordo inconsciente, os blogs come¸aram a divulgar um ao outro por e c meio de cita¸˜es de links[6]. Essas cita¸˜es evolu´ co co ıram para parcerias, que s˜o links est´ticos a a adicionados em alguma parte da p´gina. Esta forma de se conectar formou uma rede interligada a de blogs. Blogs come¸aram a ser levados a s´rio. Para aqueles com vis˜o empreendedora, se tornou c e a um neg´cio muito lucrativo. O grande n´mero de blogs que surgiu criou uma imensa rede o u
  • 2. social. Concorrˆncia come¸ou a surgir, a rede come¸ou a se auto-organizar, a possuir comu- e c c nidades e hubs1 . Tornou-se uma rede complexa. Nas se¸˜es a seguir, ´ feita uma an´lise do crescimento desta rede, das suas propriedades e co e a os desafios que se encontram neste ambiente, focando principalmente o cluster de blogs mais populares, conhecido como Blogosfera. 2 Metodologia Para visualizar e analisar as informa¸˜es com mais precis˜o, um modelo da interconex˜o co a a existente entre v´rios blogs foi feito. Os dados para fazˆ-lo foram obtidos observando e a e cadastrando manualmente os links existentes entre cento e vinte e oito blogs. A coleta dos dados iniciou-se por um blog popular obtido em um buscador e a partir deste foram cadastradas os blogs por ele apontados. O mesmo foi feito com cada um dos outros blogs at´ que houvesse e em torno de cinquenta cadastrados. Ap´s isso foram buscados e registrados blogs de menor o popularidade e seus blogs adjacentes. Com base nestes dados, um grafo direcionado foi criado, como pode ser visualizado na Figura 1 , sendo que cada v´rtice representa um blog e cada aresta um link para um outro e blog. Al´m de utilizar o grafo, o comportamento dos blogs pesquisados tamb´m foi observado e e por um per´ ıodo de trinta dias para melhor identificar as intera¸˜es que entre eles. co Figura 1: D´ ıgrafo da Blogosfera brasileira 1 V´rtices(blogs) que possuem muitos links apontando para si a partir de outras p´ginas na internet. e a
  • 3. 3 Forma¸˜o da Blogosfera ca Os blogs come¸aram como simples di´rios onde um usu´rio relatava tudo que achasse interessante[6]. c a a Tornaram-se populares e em 1999 j´ existiam diversos blogs, cada um com um prop´sito difer- a o ente, alguns como di´rio virtual, outros para humor, outros para opini˜o pol´ a a ıtica, etc. Analisando a rede desde o in´ ıcio, onde poucos blogs surgiram sem possuir nenhum tipo de v´ ınculo formal (parcerias) com outros, as preferˆncias de conex˜es entre eles se deram por e o semelhan¸a de conte´do e amizade entre os autores de cada blog. Dessa forma come¸aram a c u c surgir pequenas comunidades, voltadas a assuntos espec´ ıficos que compartilhavam informa¸˜es co entre seus membros. Alguns hubs que foram surgindo come¸aram a se destacar e ganhar popularidade, aumen- c tando dessa forma sua aptid˜o e a aptid˜o dos n´s adjacentes a estes hubs. Assim surgiram a a o diversas comunidades em torno destes hubs. Uma destas comunidades conseguiu um destaque not´vel e tornou-se a mais popular destas comunidades. Em algumas pesquisas de opini˜es a o de blogueiros e leitores de blogs, esta comunidade ´ conhecida como Blogosfera. e 4 An´lise da rede atual a 4.1 Topologia Primeiramente foi analisada a sequˆncia de grau dos v´rtices do grafo da Figura 1 e foram e e 2 encontrados alguns hubs de semigrau interior , que s˜o destacados com tamanho maior e a colora¸˜o mais escura. Como foi citado em [8], esta ´ uma propriedade comum das redes ca e sociais e era esperado encontr´-la na rede analisada, demonstrando que esta segue uma lei de a potˆncia e ´ uma rede do tipo livre de escala[2]. Isto pode ser melhor ilustrado no gr´fico a e e a seguir. Uma caracter´ ıstica curiosa ´ que o mesmo n˜o ocorre com a sequˆncia de semigrau exte- e a e rior3 . Cada v´rtice possui uma quantidade de arestas para outros v´rtices semelhante e ao que e e pˆde ser observado pelo autor, esse n´mero varia de acordo com a comunidade a qual o n´ o u o pertence. Se por exemplo considerarmos a comunidade B referenciada na Figura 1, esta possui uma m´dia de quinze a vinte arestas externas enquanto na comunidade D cada blog aponta e para em m´dia quarenta e cinco outros. Estas arestas n˜o est˜o todas vis´ e a a ıveis na figura, pois, estes dados foram somente observados nos blogs visitados e n˜o est˜o presentes no modelo. a a Pensando logicamente, se cada v´rtice tem um n´mero de arestas padr˜o, na comunidade e u a a que pertencem todos deveriam ter um n´mero semelhante de semigrau interior, mas n˜o ´ o u a e que ocorre. Observando a Figura 1 nota-se que de todas as comunidades partem v´rios links a para a Blogosfera (comunidade A) mas o contr´rio n˜o ocorre. Internamente, os v´rtices que a a e fazem parte da Blogosfera est˜o em sua maioria conectados entre si, formando um grande a cluster de hubs[2]. Isso ´ comprovado ao separar a comunidade A das demais como mostrado e na Figura 3. Os 37 v´rtices da Blogosfera mantiveram 482 conex˜es enquanto os 91 v´rtices e o e perif´ricos ficaram com apenas 211. e 2 Em um d´ ıgrafo, semigrau interior ´ a quantidade de arestas que partem de outros v´rtices para o v´rtice e e e em quest˜o[3], tamb´m conhecido como grau de entrada[1]. a e 3 Em um d´ ıgrafo, semigrau exterior ´ a quantidade de arestas que partem do v´rtice em quest˜o para outros e e a v´rtices[3], tamb´m conhecido como grau de sa´ e e ıda[1].
  • 4. Figura 2: Gr´fico de referˆncias aos blogs a e 4.2 Dinˆmica da rede a Diante do que foi colocado na subse¸˜o anterior, a pergunta que surge ´: por quˆ h´ tantas ca e e a referˆncias para os blogs da blogosfera e o mesmo n˜o ocorre com outras comunidades? e a Na concep¸˜o da rede, como j´ foi citado na introdu¸˜o, os blogs come¸aram a criar ca a ca c parcerias baseado em amizade e em similaridade de conte´do. Os blogs pertencentes ` blo- u a gosfera, em sua maioria s˜o antigos na rede, e possuem parceria h´ muito tempo. Como j´ a a a dito anteriormente, cada blog chega a um n´mero m´ximo de parcerias e n˜o ultrapassa esse u a a limite. Desta forma, conclui-se que a blogosfera ´ um aglomerado de blogs antigos que j´ e a saturaram seu n´mero de conex˜es. Al´m deste motivo, o fato de evitar criar novas referˆncias u o e e para blogs menores ajuda a melhorar a visibilidade de todos os blogs desta comunidade em buscadores que se baseiam no PageRank[4]. A popularidade, amizade e similaridade de conte´do s˜o as principais qualidades que car- u a 4 acterizam a aptid˜o de um n´ na rede atual, sendo a principal delas a popularidade, que est´ a o a diretamente relacionada ao semigrau interior. Ao tentar entrar na rede, um blog novo busca primeiramente criar conex˜es com v´rtices da Blogosfera. Como n˜o consegue retorno, passa o e a a buscar conex˜es com blogs menores, seja de amigos ou blogs que tenham conte´do semel- o u hante. Como estes blogs j´ passaram pelo mesmo processo, costumam j´ possuir conex˜es a a o com blogs semelhantes em conte´do e popularidade, o que leva o novo n´ a buscar se conectar u o com todos da comunidade. Ainda assim, isso n˜o explica o por que os blogs da Blogosfera tem um semigrau interior a m´dio muito maior em rela¸˜o `s outras comunidades e isso ser´ melhor detalhado na pr´xima e ca a a o subse¸˜o. ca 4 Aptid˜o ´ a habilidade que um v´rtice tem de atrair arestas. a e e
  • 5. Figura 3: Cluster formado pela Blogosfera ` esquerda e os blogs externos a ela ` direita a a 4.3 Informa¸˜es co Ao visitar diversos blogs, o autor notou que se os blogs pertencem ` mesma categoria(como a blogs de entretenimento, por exemplo) as chances de se deparar com informa¸˜es redundantes co s˜o muito altas. Isso se trata de uma sincroniza¸˜o de informa¸˜es na rede e h´ dois fatores a ca co a principais que causam esta sincronia: a fonte da informa¸˜o e a relevˆncia da informa¸˜o na ca a ca internet. Se a fonte da informa¸˜o for um blog popular, essa informa¸˜o tende a se propagar pela ca ca rede, come¸ando pelos v´rtices adjacentes e seguindo adiante pelos adjacentes aos adjacentes, c e perdendo potˆncia a cada retransmiss˜o. Este ´ um dos motivos da informa¸˜o se repetir e a e ca diversas vezes dentro de uma comunidade de blogs. Dessa forma a informa¸˜o ganha mais ca importˆncia em buscadores na internet, aumentando inclusive a popularidade daqueles que a a propagam. Analisando isso, podemos concluir que ´ este o maior motivo da Blogosfera e ter um semigrau interior m´dio alto. Por sua popularidade, a Blogosfera gera informa¸˜es e co que j´ nascem com relevˆncia maior, e outros blogs procuram utilizar as informa¸˜es desta a a co comunidade como fonte. J´ outras comunidades n˜o possuem essa influˆncia, e os n´s n˜o a a e o a se interessam em manter conex˜es a n˜o ser que sejam retribu´ o a ıdos. J´ a relevˆncia da informa¸˜o cria um contexto que envolve a rede toda. Se por ex- a a ca emplo existe uma crise mundial, muitos blogs v˜o falar sobre a crise, seja para dar opini˜o a a sobre os motivos ou para satirizar os pa´ mais prejudicados. Assim, aqueles que propagam ıses esta informa¸˜o ganham tamb´m chances de serem encontrados em buscadores, j´ que est˜o ca e a a tratando de uma informa¸˜o muito procurada no momento. ca 4.4 Imperfei¸˜es co Faria alguma diferen¸a perder um n´ da gigantesca rede de blogs? Para a rede como um todo, c o a perda de qualquer um de seus n´s nem seria notada pela maioria, mas ao se tratar de cada o comunidade pode ser que um n´ fa¸a muita diferen¸a. o c c A Blogosfera n˜o perderia sua configura¸˜o com a perda de qualquer um de seus n´s. A a ca o
  • 6. sua resiliˆncia5 garante que a interconex˜o de seus componentes se manter´ caso isso ocorra. e a a Isto ´ v´lido para todas as comunidades que tem coeficiente de cluster6 elevado. e a J´ o mesmo n˜o pode ser dito de outras comunidades. Como exemplo, a comunidade 3 a a na Figura 1 possui um unico n´ que tem grande popularidade perante a rede e sua robustez ´ o ´ baixa. Nesse caso, a perda deste n´ central afetaria drasticamente esta comunidade, talvez e o at´ gerando sua extin¸˜o. e ca Sendo assim, a Blogosfera ´ indestrut´ e ıvel? Apesar de sua robustez, h´ outros fatores que a poderiam prejudicar esta rede. Um exemplo ´ a informa¸˜es incorretas. Uma not´ falsa e co ıcia seria rapidamente espalhada na rede toda, j´ que a blogosfera ´ referˆncia de diversos blogs. a e e Isso pode acarretar em perda de credibilidade se ocorrer com frequˆncia. e O surgimento de outras redes tamb´m pode ser preocupante, por´m, no momento ainda e e n˜o ´. Apesar de diversas comunidades existirem, nenhuma se equipara ` blogosfera ao ponto a e a 7 de conseguir referˆncias externas sem que se exija reciprocidade . Assim sendo, nos dias atuais, e a Blogosfera dificilmente entrar´ em colapso. a Um fator importante a ser considerado ´ a adapta¸˜o do usu´rio a mudan¸as. Mesmo e ca a c surgindo uma nova comunidade t˜o forte quanto ` blogosfera, um usu´rio pode se adaptar a a a a visitar mais blogs e assim as duas comunidades existiriam sem problema algum. Da mesma forma, um n´ de uma comunidade ao ser retirado pode fazer com que todos os usu´rios o a abandonem a todos os blogs de uma comunidade. S˜o a¸˜es humanas imprevis´ a co ıveis que podem mudar o comportamento da rede. 5 Conclus˜o a Apesar de ser uma pequena amostra da rede, o modelo apresentado neste artigo foi capaz de demonstrar com bastante efic´cia o comportamento da rede. Durante o per´ a ıodo de observa¸˜o, ca foi poss´ notar que a dinˆmica da rede e o tr´fego de informa¸˜es s˜o bastante afetados ıvel a a co a pela topologia e tamb´m que a robustez de uma comunidade pode torn´-la muito influente e a perante a outras comunidades, como ´ o caso da Blogosfera. e Este estudo pode ser muito util para blogueiros que buscam ganhar mais destaque na rede ´ de blogs. Analisando as intera¸˜es entre os blogs e entre as comunidades, principalmente co da Blogosfera, podem ser feitas previs˜es e criar estrat´gias se sobressair diante de blogs o e concorrentes, como por exemplo criar grupos intencionais para fortalecer a imagem do blog ou gerenciar informa¸˜es de uma comunidade visando atrair mais usu´rios. co a Referˆncias e [1] ANGELIS, A. F., Tutorial Redes Complexas, Universidade de S˜o Paulo, S˜o Carlos, 2005. a a [2] BARABASI, A.-L., Linked: Como tudo est´ conectado a tudo e o que isso significa para a os neg´cios, rela¸˜es sociais e ciˆncias. Editora Leopardo, 2009 o co e [3] BOAVENTURA, P. O.; JURKIEWICS, S.Grafos: Introdu¸˜o e Pr´tica. Editora Blucher, ca a 2009 5 Resiliˆncia ´ a capacidade da rede em resistir ` remo¸˜o de seus v´rtices sem a perda de sua e e a ca e funcionalidade[1]. 6 Coefieciente de cluster indica o qu˜o conectada est´ uma rede ou comunidade[9]. a a 7 Probabilidade de dois v´rtices apontarem-se mutuamente, ou seja, de haver um arco partindo de um n´ e o para outro e vice-versa simultaneamente[1].
  • 7. [4] BRIN, S., PAGE, L., The Anatomy of a Large-Scale Hypertextual Web Search Engine, Computer Science Department, Stanford University, Stanford [5] DICTIONARY.COM, Define Blog at Dictionary.com. Dispon´ıvel em http://dictionary.reference.com/browse/blog, Acesso em: 4 de Novembro de 2010 [6] NOVAES, C., A hist´ria dos blogs. 2008, Dispon´ em: http://www.brogui.com/a- o ıvel historia-dos-blogs, Acesso em 4 de Novembro de 2010 [7] RAMOS TURCI, L. F., Caracteriza¸˜o, Controle de Caos e Sincroniza¸˜o em Circuitos ca ca Chaveados. 2009. 24f. Tese de Doutorado - Instituto Tecnol´gico de Aeron´utica, S˜o o a a Jos´ dos Campos. e [8] TOIVONEN, R., ONNELA, J.P., SARAMAKI, J., HYVONEN, J., KASKI, K., A model for social networks, Helsinki University of Technology, Laboratory of Computational Engineer- ing, 2006 [9] WATTS, D. J.,STROGATZ, S., Collective dynamics of ’small-world’ networks. Nature 393, 1998