1. Resenha
PENSAMENTO E LINGUAGEM
Vigotski
(by estudante washington)
A teoria de Stern sobre o desenvolvimento da linguagem
Willian Stern apresenta um concepção intelectualista do desenvolvimento da fala na
criança tendo como ponto de vista a “genética-personalista” que para Vigotski essa
concepção revela as limitações e incoerências do personalismo filosófio e psicológico
de Stern, os seus fundamentos idealistas e a sua falta de validade científica. […] É
uma teoria antidesenvolvimentista.
Stern distingue tres raízes da fala: a tendência expressiva, a social e a “intencional”.
Ele define intensionalidade como uma meta voltada para um determinado conteúdo ou
significado. Segundo Stern “Eum um determinado estágio de seu desenvolvimento
psíquico o homem adquire a capacidade de referir-se a algo objetivo por meio da
emissão de sons”. Esses atos intencionais já são atos de pensamento.
Stern enfatiza o fator lógico no desenvolvimento da linguagem. (p. 32) […] A fala
humana desenvolvida possui um significado objetivo, pressupondo, assim, um certo
nível no desenvolvimento do pensameto, e é necessário levar em conta a íntima
relação existente entre a linguagem e o pensamento, afirma Vigotski.
2. (by estudante washington)
Segundo Vigotski, o problema é que Stern considera a intensionalidade como uma das
raízes do desenvolvimento da fala […] genéticamente equiparado à tend nciaễ
expressiva e comunicativa. Ao ver a intensionalidade dessa forma substitui um
explicação genética por uma explicação intelectualista. Esse método de “explicar” uma
coisa pela própria coisa é uma falha na teoria de Stern.
Para Stern a criança de um ano e meio a dois cada coisa tem um nome. No entanto,
todos os estudos realizados sobre esse problema, sugem uma resposta negativa,
segundo Vigotski. São operações intelectuais complexas. […] Tanto a observação
quanto os estudos experimentais indicam que só muito maistarde a criança apreende a
relação entre o signo e o significado, ou o uso funcional dos signos; isso está muito
além do alcance de uma criança de dois anos e nunca resulta de uma descoberta ou
invençao instantanea por parte da criança. Stern acredica que a criança descobre o
significado da linguagem de uma fez por todas. No entanto, na verdade se trata de um
processo que tem sua “história natural”, assim como sua “história cultural”. (p. 34).
Stern ignora os caminhos intrincados que levam ao amadurecimento da função do
signo. De igual modo a teoria da invenção deliberada da linguagem, a teoria
racionalista do contrato social e outras teorias intelectuais famosas, segundo Vigotski,
negligenciam as realidades genéica e não exlicam nada realmente.
3. (by estudante washington)
Segundo Vigotski, fatualmente, também, a teoria de Stern não se sustenta. Wallo,
Kofika, Piaget, Delacrix e muitos outros, nos seus estudos de crianças normais, e K.
Buehler, em seu estudo de criaças surdas-mudas constataram outra realidade. (p. 43)
De fato, há um momento de descoberta, que para uma observação mais grosseira,
parece repentino. […] O momento crítico decisivo no desenvolvimento linguístico,
cultural e intelectual da criança, descoberto por Stern, realmente existe – embora ele
estivesse errado ao dar-lhe uma interpretação intelectualista. Nesse momento há o
aparecimento de perguntas sobre os nomes dos objetos e o consequente aumento,
acentuado e aos saltos, do vocabulário da criança, ambos de importância fundamental
para o desenvolvimento da fala.
A busca ativa de palavras por parte da criança indica uma nova fase em sua evolução
linguística. E por essa que o “grandioso sistema de sinais da fala” (no dizer de Pavlov)
surge para a criança, a partir da profusão de todos os outros sinais, e assume uma
função especifica no comportamento. Esta foi uma grande realização de Stern, que no
entanto, falha na sua explicação.
Stern comete erro, também, à medida que atribui ao intelecto uma posição de primazia,
quase metafísica, de origem e causa primeira, não analisável, da fala com significado.
(p. 35)
4. (by estudante washington)
Segundo Vigotski, a abordagem apontada por Stern, ao estabelecer um intelecto já
formado, bloqueia uma investigação das interações dialéticas entre o pensamento e a
fala. O tratamento dado por Stern a esse aspecto fundamental do problema da
linguagem é cheio de incoerencias, e éa parte mais vulnerável de seu livro.
Tópicos tão importantes como a fala interior, seu surgimento e sua conexão com o
pensamento são apenas mencionados por Stern e ignora as funções, a estrutura e o
significado evolutivo desse tipo de fala, a interior.
A interpretação dada às primeiras palavras da criança é a pedra de toque de todas as
teorias da fala infantil; é o ponto de convergência onde todas as principais tendências
das modernas eorias da fala se encontram e se cruzam. […] toda a estrutura de uma
teoria é determinada pela tradução das primeiras palavras da criança.
Stern reconhece o grande mérito de Meumann, segundo a qual as primeiras palavras
de uma criança designam, na verdade, os objetos como tais. No entanto, não
compartilha o pressuposto de Meumann, de que as primeiras palavras nada mais são
que a expressão das emoções e dos desejos da criança. Conclui, ainda, que essas
palavras contêm uma determinada orientação em direção a um objeto, e que essa
“referência objetiva”, ou função designativa, em geral “predomina sobre o tom
moderadamente emocional”. […] De início, a palavra é um substituo convencional do
gesto; aparece muito antes da crucial “descoberta da linguagem” por parte da criança,
e antes que ela seja capaz de operações lógicas. […] Stern recusa a traçar a história
genética dessa tendencia. (p. 38).
5. (by estudante washington)
Segundo Vigotski, para Stern a tendencia intencional nao se desenvove a partir de uma
orientação afetiva em relação ao objeto que se aponta (gesto ou rimeiras palavras) –
aparece do nada e determina o surgimento do significado.
Stern apresenta uma abordagem antigenética. […] Nem poderia ser de outra forma:
essa abordagem é uma consequ ncia direta das premissas filosicas do personalismo,ẽ
que é o sistema desenvolvido por Stern.
[…] Stern contrapõe sua visão pessoal do desenvolvimento da fala, à visão de Wundt,
segundo a qual a fala infantil é produto do meio ambiente […] Stern tem o cuidado de
não negligenciar o papel da imitação no desenvolimento da fala, ou o papel da
atividade espontânea da criança, ao ampliar a essas questões o seu conceito de
“convergência”: a conquista da fala pela criança ocorre por meio de uma interação
constante de disposições internas, que levam a criança à fala, e condições externas –
isto é, a fala das pessoas ao seu redor -, que propiciam o estímulo e o material para a
realização dessas disposições.
Para Stern, a convergência é um princípio geral a ser aplicado à explicação de todo o
comportamento humano. […] Stern superestiou os fatores orgânicos internos.
Para Stern, a “pessoa” é uma entidade sicofisicamente neutra […] Essa concepção
idealista, monadista, da pessoa individual, leva naturalmente a uma teoria que vê a
linguagem como algo enraizada na teleologia – daí o intelectualismo e a tendência
antigenética da abordagem de Stern aos problemas do desenvolvimento linguístico.
6. (by estudante washington)
Segundo Vigotski, o personalismo de Ster, aplicado ao mecanismo eminentemente
social do comportamento da fala, ignorando, como faz, o aspecto social da
personalidade, leva a absurdos evidentes. A concepção metafísica da personalidade,
que deriva todos os processo evolutivos de uma teleologia pessoa, inverte
radicalmente as relações genéticas reais entre a personalidade e a linguagem. Em vez
de uma história evolutiva da personalidade em si, em que a linguagem desempenha
um papel que está muito longe de ser secundário, temos a teoria metafísica, segundo
qual a personalidade gera a linguagem a partir da busca de objetivos, característica de
sua própria natureza essencial. (p. 39).