O documento descreve as principais ideias e mudanças do século XVIII em Portugal, incluindo o Iluminismo, as reformas de Pombal e a reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755. O documento analisa como as ideias iluministas influenciaram as políticas de Pombal no ensino, economia e governação e como ele modernizou Portugal.
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Unidade 4 um século de mudanças século xviii
1. Um século de mudanças
século XVIII
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8º ano - Unidade 4
2. Um século de mudanças - século XVIII 2
15 – Conhecer e compreender os vetores fundamentais do Iluminismo
1. Relacionar as ideias iluministas com a crença na razão potenciada pelo
pensamento científico do século XVII.
2. Identificar os princípios norteadores do Iluminismo e os seus principais
representantes.
3. Identificar os meios de difusão das ideias iluministas e os estratos sociais
que mais cedo a elas aderiram.
4. Analisar as propostas do Iluminismo para um novo regime político e social
baseado na separação dos poderes, na soberania da nação e no contrato
social, na tolerância religiosa, na liberdade de pensamento, na igualdade à
nascença e perante a lei.
5. Reconhecer a aceitação por parte de alguns dos iluministas da existência
de monarcas absolutos, mas cuja governação seria feita em nome da razão
e apoiada pelos filósofos (despotismo esclarecido).
6. Reconhecer a influência das propostas iluministas nas democracias
atuais.
3. Um século de mudanças - século XVIII 3
16 – Conhecer e compreender a realidade portuguesa na
segunda metade do século XVIII.
1. Caracterizar os aspetos fundamentais da governação do
Marquês de Pombal, no âmbito económico.
2. Relacionar essas medidas com a situação económica
vivida em Portugal na segunda metade do século XVIII.
3. Analisar a influência das ideias iluministas na governação
do Marquês de Pombal, salientando a submissão de certos
grupos privilegiados, o reforço do aparelho de Estado e a
laicização e modernização do ensino.
4. Integrar o projeto urbanístico de Lisboa, após o terramoto
de 1755, no contexto da governação pombalina.
4. Um século de mudanças - século XVIII 4
A Filosofia das Luzes. O Iluminismo
No século XVIII desenvolve-se a crença no valor da razão
humana como motor do progresso, primeiro aplicada às
ciências e logo nas reflexões sobre o desenvolvimento das
sociedades humanas;
5. Um século de mudanças - século XVIII 5
O uso da Razão conduziria ao aperfeiçoamento moral do
Homem, das relações sociais e das formas do poder político,
promovendo a igualdade e a justiça;
A Razão seria a luz que guiaria a Humanidade;
Era a saídas das trevas, o século XVIII, por isso ficou
conhecido por século das Luzes;
Luzes ou Humanismo designa o conjunto das novas ideias
que marcaram a época;
6. Um século de mudanças - século XVIII 6
Iluminismo – corrente filosófica
que se desenvolveu na Europa
durante o século XVIII e que se
caracterizou pela crítica à
autoridade política e religiosa,
pela afirmação da liberdade e
pela confiança na Razão e na
ciência como meios de atingir a
felicidade humana;
7. Um século de mudanças - século XVIII 7
Emanuel Kant exalta o poder da razão;
Voltaire defendeu a tolerância religiosa;
D’Alambert e Diderot publicam a primeira enciclopédia;
8. Um século de mudanças - século XVIII 8
D’Alembert e Diderot
publicaram a primeira
Enciclopédia (1751);
A Enciclopédia pretendia ser
um sumário de todo o
conhecimento humano;
Apesar de vários percalços e
perseguições o último volume
da Enciclopédia foi publicado
em 1780;
Contribuiu para os avanços da
ciência e da técnica e para a
difusão das ideias iluministas.
9. Um século de mudanças - século XVIII 9
Na segunda metade do século XVIII, alguns monarcas
absolutos europeus levaram a cabo reformas para aplicar
estas ideias iluministas, para promoverem o desenvolvimento
económico e cultural dos seus países. São os déspotas
iluminados ou déspotas esclarecidos;
É o caso de D. José I, em Portugal;
No entanto, os déspotas iluminados, não satisfazem
totalmente os ideais iluministas;
10. Um século de mudanças - século XVIII 10
O movimento iluminista era dinamizado pela burguesia;
A burguesia queria mudanças, tinha dinheiro e cultura mas
não tinham o poder político;
Muitos burgueses ambicionavam governar os seus países;
Montesquieu (1689-1755) formula a teoria da divisão dos
poderes: poder legislativo (formular leis); poder executivo
(executar essas leis) e poder judicial (julgar quem desrespeita
as leis);
Segundo Montesquieu só a separação destes poderes
garantia a liberdade dos cidadãos;
Esta ideia foi adotada em quase todas as constituições saídas
das revoluções liberais;
11. Um século de mudanças - século XVIII 11
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), defende a liberdade e
a igualdade de direitos de todos os cidadãos;
No seu livro “O Contrato Social” defende a ideia que a
soberania (o poder de dirigir a sociedade) está no povo que
delega esse poder nos governantes;
São estas as bases do liberalismo político;
12. Um século de mudanças - século XVIII 12
A difusão do pensamento das luzes
Os iluministas defendiam ideais que eram opostos à
sociedade em que viviam, as suas críticas à sociedade, ao
absolutismo, à Igreja suscitaram, nos setores mais
retrógradas da sociedade críticas e perseguições;
Muitos iluministas foram perseguidos, exilados e presos;
As ideias iluministas tornaram o centro da discussão
intelectual da época, eram discutidas em salões
aristocráticos, cafés, clubes privados, etc.;
Influenciaram as Academias e tiveram eco na imprensa;
13. Um século de mudanças - século XVIII 13
Portugal, na segunda metade do século XVIII, era um país
onde as ideias iluministas ainda não tinham chegado;
A Inquisição perseguia todos aqueles que defendiam as
novas ideias;
O ensino continuava dominado pela Companhia de Jesus que
recusava integrar as novas ideias, o ensino experimental e
descobertas cientificas nas escolas;
14. Um século de mudanças - século XVIII 14
Os estrangeirados
A filosofia iluminista colocava o ensino no centro da política
pois considerava a ignorância como o grande travão da
evolução dos povos;
Os estrangeirados foram os grandes divulgadores das ideias
iluministas em Portugal;
Estas, conscientes do atraso do país, publicam vários livros e
outras publicações que influenciaram as decisões políticas;
Os estrangeirados eram portugueses que tendo vivido no
estrangeiro tomaram contacto com o progresso e pretendiam
implementá-lo em Portugal;
15. Um século de mudanças - século XVIII 15
Principais estrangeirados e a sua obra:
Martinho Mendonça, “Apontamentos para a Educação de um
Menino Nobre” (1734);
Ribeiro Sanches, “Cartas sobre a Educação da Mocidade”
(1759);
Luís António Verney, “O Verdadeiro Método de Estudar”
(1746);
16. Um século de mudanças - século XVIII 16
O Marquês de Pombal iniciou um vasto programa de
reestruturação do ensino;
A expulsão da Ordem de Jesus, que se dedicava ao ensino,
tinha criado um vazio em muitas escolas do país;
Foram criados quase 500 postos para “mestres de escrever e
ler”, para promover o ensino das primeiras letras, aquilo que
hoje chamamos o ensino básico;
Foram fomentados os estudos para alunos que queriam
ingressar na Universidade para as disciplinas de Latim,
Grego, Retórica, Filosofia, etc., cerca de 360, o equivalente
ao atual ensino secundário;
17. Um século de mudanças - século XVIII 17
A Universidade de Évora, dirigida pelos jesuítas foi
encerrada;
A Universidade de Coimbra estava dominada por um ensino
muito antiquado e tradicional;
Em 1768 é criada a Junta da Previdência Literária para
estudar a reforma da Universidade;
Em 1772, a Universidade de Coimbra passa a ter novos
estatutos;
Estes vão no sentido de criar uma universidade moderna e
com métodos de ensino baseados no experiencialismo e
racionalismo;
18. Um século de mudanças - século XVIII 18
São criadas novas
faculdades e os cursos
tradicionais são reformados;
Pombal criou um imposto,
Subsídio Literário, para
subsidiar as reformas no
ensino (1772);
Pombal fundou a Aula do
Comércio (1759) para
preparar os comerciantes
para a sua atividade;
19. Um século de mudanças - século XVIII 19
A reforma pombalina do ensino insere-se na ideia, do estado
absoluto, de submeter, através da educação, os grupos
privilegiados e instruir a nova burguesia, sem qualquer
atenção à educação do povo;
Abolida a Inquisição foram criados outros órgãos incumbidos
da repressão e da censura de todos aqueles que se
opunham ao estado absoluto;
20. Um século de mudanças - século XVIII 20
O Marquês de Pombal
O rei D. José I (1714-1777, rei desde 1750), nomeou ministro
Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782) que mais
tarde será nomeado Marquês de Pombal;
21. Um século de mudanças - século XVIII 21
Em 1755, Lisboa foi quase completamente destruída por um
terramoto, nessa altura destacou-se a personalidade do
Marquês de Pombal que tomou medidas para socorrer as
vítimas e iniciar a reconstrução da cidade;
Depois desse episódio, o rei deu-lhe plenos poderes;
22. Um século de mudanças - século XVIII 22
O Marquês de Pombal era um defensor do despotismo
iluminado;
O despotismo iluminado era uma teoria política que
afirmava que o monarca poderia exercer o poder absoluto
mas orientado (esclarecido) pela razão e tendo em conta o
bem e os interesses do povo;
Baixa pombalina
23. Um século de mudanças - século XVIII 23
Os principais objetivos do Marquês eram a modernização do
país e o fortalecimento dos poderes do Estado;
Esta política teve a oposição da Alta Nobreza e de alguns
setores de Igreja, nomeadamente a Companhia de Jesus;
Em 1758, após um atentado contra D. José I, o Marquês de
Pombal perseguiu várias famílias nobres, nomeadamente os
Távoras, que foram executados;
A Companhia de Jesus foi expulsa de Portugal;
24. Um século de mudanças - século XVIII 24
O Marquês procurou garantir a subordinação de todos os
súbditos ao poder do rei;
Protegeu a burguesia e a nobreza que permaneceu fiel ao
rei;
Criou organismos para auxiliarem a governação do país:
Erário Régio (finanças públicas), Junta do Comércio
(atividades económicas), Real Mesa Censória (censurar as
publicações);
Fundou o Colégio dos Nobres (formar os jovens da nobreza
para servir o Estado);
Limitou o poder da Inquisição;
25. Um século de mudanças - século XVIII 25
No plano económico, o
Marquês, aplicou medidas
mercantilistas;
Criou grandes companhias
monopolistas:
Para o comércio com o
Brasil: (Companhia do Grão-
Pará e Maranhão e
Companhia de Pernambuco e
Paraíba);
Para controlar o comércio do
vinho do Porto: Companhia
das Vinhas do Alto Douro;
26. Um século de mudanças - século XVIII 26
A quebra da produção do ouro, após 1763, levou o Marquês
a iniciar um programa de industrialização do país;
Concedeu monopólios, privilégios (isenção de impostos) e
subsídios;
Foram criadas várias indústrias: Real Fábrica das Sedas,
Real Fábrica de Vidros, na Marinha Grande, favoreceu a
criação de manufaturas de têxteis, porcelana, papel, etc.;
27. Um século de mudanças - século XVIII 27
Esta política económica conduziu à promoção social e
económica da burguesia;
Limitou o poder da Inquisição;
Acabou com a perseguição aos cristãos-novos;
Fomentou o desenvolvimento de uma classe burguesa ativa e
próspera;
Cristão-novo ou converso era a designação
dada aos judeus e muçulmanos convertidos ao catolicismo,
em contraposição aos cristãos-velhos.
28. Um século de mudanças - século XVIII 28
A cidade de Lisboa foi reedificada segundo um projeto
arquitetónico moderno, criando aquilo que hoje se chama a
baixa pombalina;
29. Um século de mudanças - século XVIII 29
Foram criadas ruas largas e retilíneas, uma praça
monumental, Praça do Comércio;
30. Um século de mudanças - século XVIII 30
Os blocos de prédios
eram idênticos, de
linhas simples e de
construção robusta;
Esta construção
urbanística é uma
afirmação do
despotismo iluminado.
32. Um século de mudanças - século XVIII 32
Bibliografia:
Apresentação construída com base nos livros
Diniz, Maria Emília, Tavares, Adérito, Caldeira, Arlindo M.,
História 8, Raiz Editora, 2012
Neto, Helena e outros, História 8, Santillana,2014