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História A, 10º ano, Módulo 3 1
História A
Revisões para o
Exame Nacional de 12º ano 2015
Módulo 3 (10º ano)
Módulo 4 e 6 (11º ano)
http://divulgacaohistoria.wordpress.com/
História A, 10º ano, Módulo 3 2
Índice
Módulo 3
Módulo 4
Módulo 6
Módulo 4, Unidade 1, Vítor Santos 3
História A
Revisões para o
Exame Nacional de 12º ano de 2015
Módulo 3 (10º ano)
http://divulgacaohistoria.wordpress.com/
A Abertura Europeia ao Mundo
http://divulgacaohistoria.wordpress.com/
História A, 10º ano, Módulo 3 4
Unidade 1
A geografia cultural europeia de Quatrocentos e
Quinhentos
História A, 10º ano, Módulo 3 5
1.1. Principais centros culturais de produção e difusão de sínteses e
inovações
1.1.1 As condições da expansão cultural
Época Moderna inicia-se em meados do século XV.
Há um dinamismo económico, cultural e de mentalidades na
Europa.
As cidades reanimam-se, há uma abertura de novas rotas
transcontinentais, descobrem-se novas técnicas náuticas, a
descoberta da imprensa e a utilização de armas de fogo
revolucionam a vida.
História A, 10º ano, Módulo 3 6
1.1.2 O Renascimento – eclosão e difusão
História A, 10º ano, Módulo 3 7
O Renascimento marcou a história europeia dos séculos XV e XVI;
O Homem é visto como algo de bom, livre e responsável;
O Homem é a medida de todas as coisas;
Surge o movimento Humanista (Humanismo).
Humanismo foi um movimento intelectual desenvolvido na
Europa durante o Renascimento, entre os séculos XIV e XVI.
Inspirado pela Antiguidade Clássica. Nasceu em Itália e abrangeu
a maior parte da Europa. O humanismo renascentista propõe o
antropocentrismo.
O antropocentrismo era a ideia de "o homem ser o centro do
pensamento filosófico", ao contrário do teocentrismo, a ideia de
"Deus no centro do pensamento filosófico".
História A, 10º ano, Módulo 3 8
A Antiguidade Clássica (grega e romana) inspirou os artistas do
Renascimento;
Outro campo que se desenvolveu nesta época foi o da investigação
científica, fruto do espírito racional e crítico do Homem
renascentista.
História A, 10º ano, Módulo 3 9
O Renascimento nasceu em Itália, fruto da riqueza das suas
cidades;
No século XV (Quatrocentos) destacou-se a cidade de Florença (Pico
della Mirandola, Brunelleschi, Doanatello, Botticelli, Leonardo da
Vinci);
No século XVI (Cinquecentos), emergiu a cidade de Roma (Rafael,
Miguel Ângelo).
Veneza (Ticiano, Veronese) também teve um papel importante.
História A, 10º ano, Módulo 3 10
O Renascimento espalhou-se pela Europa, criando novas sínteses e
reinterpretações, juntando as novas ideias com as tradições locais:
Países Baixos:
Desenvolvem a pintura a óleo (Jan e Hubert van Eyck, Hugo van der
Goes, etc.);
Erasmo de Roterdão, filósofo, é considerado um dos principais
humanistas;
França:
Mecenato do rei Francisco I.
História A, 10º ano, Módulo 3 11
Alemanha:
Surgem cidades universitárias e centros de imprensa, destacam-se
os pintores Albretch Dürer e Hans Holbein;
Inglaterra:
Destacou-se Thomas Moore e as universidades de Oxford e
Cambridge;
Na Península Ibérica destacaram-se as universidades de Alcalá de
Henares e o Colégio das Artes e Humanidades (Coimbra);
Ainda se destacaram as cortes da Hungria e Polónia.
História A, 10º ano, Módulo 3 12
O alargamento do conhecimento
do Mundo
2.1. O contributo português
2.1.1 Inovação técnica
Os principais avanços das técnicas náuticas:
leme de cadaste (central);
bússola;
cartas-portulano;
astrolábio, quadrante, balestilha;
utilização de velas triangulares ou latinas;
Surge um novo tipo de barco, a caravela, que permite bolinar. Mais
tarde surgem as naus e galeões
História A, 10º ano, Mòdulo 3 14
Desenvolve-se a cartografia
História A, 10º ano, Mòdulo 3 15
Grandes avanços na determinação das coordenadas geográficas
(latitude e longitude);
Os portugueses resolveram o problema de determinar a latitude;
O problema de determinar a longitude só foi completamente
resolvido no século XVIII;
Mercator (1569) desenvolve um novo sistema de projeção cilíndrica
mais rigoroso;
Cantino publica um novo planisfério em 1502;
História A, 10º ano, Mòdulo 3 16
2.1.2 Observação e descrição da Natureza
As descobertas iniciadas pelos portugueses substituíram a visão
limitada do mundo mediterrânico por uma visão global do planeta;
Os portugueses, baseados na observação, contrariaram muitas
ideias preconcebidas sobre os mares, terras, faunas e flora de
regiões pouco conhecidas ou mesmo desconhecidas;
É uma atitude pré-científica, resulta do conhecimento empírico, de
vivências experimentadas, da realidade observada
(experiencialismo);
História A, 10º ano, Mòdulo 3 17
Contributo de alguns homens:
Duarte Pacheco Pereira (1460-1533) – é o primeiro a valorizar a
experiência no contexto da observação empírica;
Garcia de Orta (1501-1568) – registo das plantas medicinais do
Oriente;
D. João de Castro (1500-1548) – vice-rei da Índia, é autor de três
Roteiros;
Os portugueses negam e corrigem os clássicos, ajudam a construir
um saber novo saber;
Os novos conhecimentos, derivados do experiencialismo,
resumiram-se, na maior parte dos casos, a observações e descrições
da Natureza;
O saber português, (XV e XVI) contribuiu para o desenvolvimento
do espírito crítico.
História A, 10º ano, Mòdulo 3 18
2.2. O conhecimento científico da Natureza
2.2.1 A matematização do real
A conjugação da valorização da experiência e da matemática está na
origem do método experimental (método científico);
Leonardo da Vinci (1452-1519) teve um papel percursor na
afirmação de uma nova mentalidade científica;
No processo de matematização do real surge a noção de que só a
demonstração matemática das hipóteses suscitadas pela
observação permitiria a formulação de leis científicas;
História A, 10º ano, Mòdulo 3 19
Pouco a pouco vulgariza-se o uso dos números e das medidas;
Dá uma lenta transformação das estruturas mentais, e revela-se
uma mentalidade quantitativa;
A numeração romana é substituída pela árabe;
O Homem renascentista recorre aos números no decorrer das suas
atividades:
Navegador - calcula distâncias, latitudes, etc.;)
Mercador, banqueiro - avalia lucros e perdas, etc.;
Funcionários do Estado - calcula impostos, coleta rendas, etc.
História A, 10º ano, Mòdulo 3 20
2.2.2 A revolução das conceções cosmológicas
No início do Renascimento, a teoria geocêntrica, era a conceção
cosmológica dominante. Derivava dos trabalhos de Aristóteles (384-
322 a.c.) e Ptolomeu (100-165);
Já na Antiguidade houve autores que contrariaram esta teoria,
como Aristarco de Samos (320-250 a.c.), que defendeu uma
perspetiva heliocêntrica;
Nicolau Copérnico (1453-1543) retomou a perspetiva heliocêntrica.
História A, 10º ano, Mòdulo 3 21
Na obra “De Revolutionibus Orbium Coelestium”, Copérnico defende
que o Sol está no centro do universo. A Terra e os outros planetas
giram em seu redor (movimento de translação) e giram em torno do
seu próprio centro (movimento de rotação), em esferas celestes.
História A, 10º ano, Mòdulo 3 22
As repercussões das conclusões de Copérnico, publicadas nas
vésperas da sua morte, não foram sentidas de imediato;
A conceção de Copérnico não era correta;
No entanto outros vão continuar o caminho iniciado por ele;
As conceções do universo geocêntrico de Ptolomeu e a doutrina da
Igreja vão ser abaladas;
Inicia-se uma verdadeira revolução das conceções cosmológicas.
História A, 10º ano, Mòdulo 3 23
Giordano Bruno (1548-1600) – frade italiano, defendeu a teoria de
um universo infinito, com inúmeras estrelas que eram o centro de
outros sistemas planetários. A Inquisição condenou-o a morte na
fogueira.
Ticho Brahe (1546-1601) – astrónomo dinamarquês, pensou um
novo sistema planetários que conciliava a teoria heliocêntrica (os
planetas giram à volta do sol) e a geocêntrica (o Sol e a Lua
deslocam-se à volta da Terra);
Johannes Kepler (1571-1630) – astrónomo alemão, formulou as leis
do movimento dos planetas
História A, 10º ano, Mòdulo 3 24
Galileu Galilei (1564-1642) – astrónomo italiano, aperfeiçoou o
telescópio.
Estas novas descobertas foram perseguidas pela Inquisição e
muitas das obras publicadas que defendiam as teorias
heliocêntricas foram colocadas no Índex.
Inquisição – tribunal religioso criado no século XIII e restabelecido
no século XVI. Investigava, julgava e condenava todos os que
fossem suspeitos de terem ideias contrárias às definidas pela Igreja
Católica
Índex – Lista de livros publicada pela Igreja Católica, cuja leitura era
proibida aos católicos.
História A, 10º ano, Mòdulo 3 25
História A, 10º ano, Mòdulo 3 26
No entanto as novas conceções cosmológicas iam ganhando cada
vez mais adeptos;
Estava definitivamente definido que os progressos da ciência
estavam assentes na formulação de leis a partir da observação,
registo e interpretação de factos e experimentação de hipóteses.
A produção cultural
3.1 Distinção social e mecenato
As elites cortesãs e burguesas, as próprias Cortes, apostaram no
embelezamento dos palácios e no apoio aos artistas e intelectuais
como símbolo de afirmação social.
História A, 10º ano, Módulo 3 28
3.1.1 A ostentação das elites cortesãs e burguesa
Os séculos XV e XVI, foram séculos de grande crescimento económico;
Sectores (nobreza e burguesia) ligados ao comércio e à finança
enriqueceram;
Vão desenvolver formas de exteriorizar a sua riqueza e ascensão
social: luxo, conforto, festas, o apoio à cultura (mecenato);
História A, 10º ano, Módulo 3 29
As elites rodeavam-se de luxo e ostentação: belos palácios, roupas
sumptuosas, banquetes faustosos, etc.;
Praticavam o mecenato;
Mecenato: proteção da arte e da cultura.
Lourenço de Médicis
História A, 10º ano, Módulo 3 30
As cortes são um circulo privilegiado da cultura e da sociabilidade
renascentista;
Uma das cortes mais famosa foi a dos Médicis em Florença;
A festa privada torna-se o espaço privilegiado de divertimento dos
ricos (banquetes, bailes, teatro, jogo, etc.);
Surge um conjunto de regras de civilidade;
Civilidade – conjunto de regras de comportamento que o indivíduo
Deveria respeitar na sua vida pública. Surgem no século XV, com a
publicação de vários livros de cortesia e boas maneiras.
História A, 10º ano, Módulo 3 31
3.1.2 O estatuto de prestígio dos intelectuais e artistas
Nobres, burgueses, monarcas e membros do clero fizeram
encomendas aos artistas e intelectuais (projetos de arte, obras
literárias, estudos, etc.);
A prática do mecenato era uma forma de imortalizar o nome das
elites;
O estatuto social do artista e do intelectual torna-se mais
importante;
São prestigiados e considerados;
Os artistas passam a assinar as suas obras, distinguindo-se do
anonimato dos artistas medievais.
História A, 10º ano, Módulo 3 32
3.2. Os caminhos abertos pelos humanistas
Os artistas e intelectuais (Humanistas) do Renascimento abriram
novos caminhos para a arte e a cultura;
Desenvolveram e aprofundaram os ideais do antropocentrismo e
individualismo;
Pico della Mirandola (1463-1494) foi um dos primeiros humanistas.
História A, 10º ano, Módulo 3 33
Humanista – É um intelectual (letrado) dos séculos XV e XVI.
Baseia o seu saber no estudo da Antiguidade Clássica (Roma e
Grécia). Procura conciliar os valores da civilização grega e romana
com os valores do cristianismo.
Defendem uma cultura antropocentrista e os valores do
individualismo.
Dante Alighieri
História A, 10º ano, Módulo 3 34
3.2.1 Valorização da Antiguidade Clássica
Uma das características fundamentais dos humanistas é a inspiração
nos modelos clássicos (Grécia e Roma).
A ideia não é imitar os antigos mas inspirar-se na cultura clássica
para inovar, recriar e transformar;
O estudo dos clássicos não é um fim mas um instrumento para
ajudar os humanistas a desenvolverem a sua modernidade;
História A, 10º ano, Módulo 3 35
Alguns humanistas:
Petrarca (1303-1374);
Bocaccio (1313-1375);
Lourenço Valla (1407-1457);
Marsílio Ficino (1433-1499);
Maquiavel (1469-1527);
Cervantes (1547-1616);
Rabelais (1494-1553);
Montaigne (1533-1592);
Shakespeare (1564-1616);
Luís Vaz de Camões (1524-1580).
História A, 10º ano, Módulo 3 36
Os humanistas estudaram o grego e o latim para poderem estudar os
autores clássicos;
Recuperaram as Sagradas Escrituras leram o Novo Testamento e o
Antigo Testamento (hebraico), e corrigiram os erros das traduções
medievais;
O ensino fomentou o conhecimento da Antiguidade (estudo do
grego, latim, literatura, história, filosofia).
Receberam o nome de studia humanitatis, porque se consideravam
áreas de ensino fundamentais para a formação moral do ser
humano.
A imprensa contribui para a divulgação dos autores clássicos.
História A, 10º ano, Módulo 3 37
3.2.2 A afirmação das línguas nacionais e a consciência da
modernidade
Os Humanistas desenvolvem um movimento de afirmação das
línguas nacionais;
Dante Alighieri (1265-1321), foi um dos percursores, escreveu
grande parte da sua obra em italiano e não em latim;
Os humanistas escreveram grande parte da sua obra nas respetivas
línguas nacionais;
Isto permitiu que mais pessoas lessem as suas obras;
Existia a ideia de divulgar pelo maior número de pessoas as novas
ideias;
Há uma maior difusão da cultura na época do Renascimento.
História A, 10º ano, Módulo 3 38
3.2.3 Individualismo, espírito crítico, racionalidade e utopia
O individuo distinguia-se e afirmava-se pelo uso da razão;
Os homens do Renascimento adotaram um mentalidade racionalista;
O individualismo valoriza o espírito de criatividade das pessoas;
Os humanistas cultivam a ideia de um mundo perfeito;
O espírito crítico tinha-os levado a compreender os problemas da
época (corrupção, ignorância, abusos dos poderosos, etc.;
Surge a crítica social;
História A, 10º ano, Módulo 3 39
Erasmo de Roterdão (1469-1536) criticando a sociedade da época
propõe o regresso ao cristianismo primitivo e recuperar os valores
da humildade, caridade, fraternidade e tolerância.
No livro, “Elogio da Loucura”, Erasmo critica o Papa e a corrupção
do clero;
História A, 10º ano, Módulo 3 40
Nascem as utopias;
Alguns humanistas imaginam mundos perfeitos onde os homens
viviam em paz e felizes;
Uma das utopias mais conhecidas é o livro chamado “Utopia” da
autoria de Thomas More (1478-1535), onde imaginou um mundo
racional, onde existia igualdade, fraternidade e tolerância;
More critica a intolerância, o abuso de poder dos monarcas, o
luxo do clero, a corrupção da sociedade.
História A, 10º ano, Módulo 3 41
Os homens do Renascimento aliavam (…) a admiração pelo
mundo greco-romano a uma falta de respeito evidente.
Inspirar-se nos Antigos para fazer coisas novas, eis o propósito.
Nos grandes artistas do Renascimento a imitação da Antiguidade
nunca foi servil (…).
Jean Delumeau, A Civilização do renascimento
3.3 A reinvenção das formas artísticas. A imitação e superação dos
modelos da Antiguidade
História A, 10º ano, Módulo 3 42
Os artistas do Renascimento possuíam uma técnica superior à
dos Antigos (…). Os pintores da Grécia e Roma não conheciam a
pintura a óleo (…)
Os estudos dos Flamengos e, mais ainda, dos Italianos tiveram
um carácter inédito.
Jean Delumeau, A Civilização do renascimento
História A, 10º ano, Módulo 3 43
Pintura do Gótico, Giotto e do
Renascimento
História A, 10º ano, Módulo 3 44
A pintura renascentista foi um exercício intelectual;
O artista já não é o artesão medieval anónimo, mas um intelectual
reconhecido;
Procura a fama, o seu trabalho é uma obra de arte, uma obra-
prima;
A pintura do Renascimento foi o culminar de um processo iniciado
no século XIII por Giotto;
Inspirado na cultura e arte da Antiguidade Clássica (Roma e Grécia)
o artista procura uma formação humanista e científica;
O artista ainda devia estudar geometria, perspetiva, aritmética,
gramática, filosofia, história, astronomia, medicina, anatomia de
modo a poderem expressar bem a sua arte.
História A, 10º ano, Módulo 3 45
A arte deve ser imitação (mimesis) da Natureza;
A pintura renascentista é uma arte racional, científica e uma
imitação intelectualizada e tecnicista da Natureza;
Todos estes aspetos foram estudados e teorizados;
No século XVI a arte ganhou mais emoção;
A pintura do Renascimento ultrapassou a Arte da Antiguidade
Clássica, e foi a base da pintura ocidental.
História A, 10º ano, Módulo 3 46
Paolo Uccello, A caçada na Floresta
História A, 10º ano, Módulo 3 47
Perspetiva científica
História A, 10º ano, Módulo 3 48
Uma das principais descobertas técnicas do Renascimento foi a
perspetiva, rigorosa e científica;
Permite construir o espaço pictórico segundo as leis da ótica, das
proporções geométricas, da exatidão matemática e do
tratamento da luz de uma forma coerente.
História A, 10º ano, Módulo 3 49
Todas as linhas convergem para um ponto para o qual o olhar é
atraído;
Tudo é ritmado segundo valores matemáticos;
A perspetiva é o reflexo da harmonia que rege a Criação.
História A, 10º ano, Módulo 3 50
A luz é o elemento que confere materialidade (volume) à pintura;
Elaboração cuidada do claro-escuro.
História A, 10º ano, Módulo 3 51
Paolo Uccello, A batalha de San Romano,
1452, têmpera sobre madeira
História A, 10º ano, Módulo 3 52
Na Flandres, século XV, inventaram a técnica do óleo:
Seca lentamente, podia ser retocada;
Tornava possível as velaturas (transparências);
Empastes (grande espessura de tinta);
Gradações cromáticas;
Elaboração de modelados – técnica para obter, por meio de
gradações cromáticas, a ilusão de volume.
História A, 10º ano, Módulo 3 53
Mestre Flémalle, A Virgem e o Menino
História A, 10º ano, Módulo 3 54
Mestre Flémalle, A Virgem e o Menino
História A, 10º ano, Módulo 3 55
A renovação da espiritualidade e
da religiosidade
4.1 A Reforma Protestante
4.1.1 Individualismo religioso e críticas à Igreja Católica
Nesta época a radicalização de posições levou à rutura teológica de
Lutero e Calvino.
As grandes calamidades do século XIV (fomes, guerras e pestes)
desenvolveram nas pessoas um clima de pessimismo;
Divulga-se a ideia de um Deus castigador dos pecados dos homens;
História A, 10º ano, Módulo 3 57
Para agravar a situação a Igreja está dividida. Entre 1378 e 1417,
existem dois Papas. Um em Roma e outro em Avinhão (cidade
francesa). É o Cisma do Ocidente.
O fim do Cisma não significou o fim da crise da Igreja;
Os Papas renascentistas levavam uma vida pouco condizente com
os ideias cristãos;
Os maus exemplos abundavam em toda a hierarquia católica;
Na Igreja abundava o abandono espiritual dos fiéis, o absentismo
do clero e a dissolução dos costumes;
Desde o século XIV começam a surgir críticas à Igreja Católica;
História A, 10º ano, Módulo 3 58
Por um lado
Desenvolvem-se práticas de supersticiosas e fanáticas (feitiçaria,
procissões de flagelantes, etc.;
Por outro
Práticas de novas formas de piedade mais intimistas e
individualistas, como a Devotio Moderna, na Holanda que defendia
uma vida humilde, de devoção a Deus e a prática da solidariedade;
Na obra “Imitação de Cristo”, escrita em língua vulgar, o monge
alemão, Thomas Kempis (1379-1471)defende os princípios da
Devotio Moderna;
Este livro exerceu uma forte influência no individualismo religioso do
século XV.
História A, 10º ano, Módulo 3 59
Surgem as heresias;
John Wiclif, (1328-1384), professor em Oxford, põe em dúvida a
utilidade do clero e a validade dos sacramentos;
Apela ao estudo direto da Bíblia que considera a única fonte de Fé;
Associada a esta heresia esteve o movimento dos lolardos, padres
pobres que se associaram aos camponeses na sua luta contras os
senhores;
Heresia: Negação ou dúvida sobre algum ponto da Fé Católica.
História A, 10º ano, Módulo 3 60
Jan Huss (1369-1415), reitor da Universidade de Praga (Polónia),
apoiou as ideias de Wiclif;
Defendeu a criação de uma Igreja nacional, desligada da obediência
ao Papa;
Savonarola (1452-1498), monge italiano denunciou as práticas da
alta hierarquia da Igreja;
Muitas destes homens foram condenados pelo tribunal da
Inquisição e morreram na fogueira;
História A, 10º ano, Módulo 3 61
Muitos humanistas, como Erasmo de Roterdão, criticaram as
práticas da Igreja;
Todas estas polémicas e contestações abriram caminho à Reforma.
História A, 10º ano, Módulo 3 62
4.1.2 A rutura ideológica
Reforma – Cisma (divisão) na Igreja Católica desencadeada na
primeira metade do século XVI;
Foi protagonizada por Lutero, Calvino e Henrique VIII;
Surge uma nova conceção de Igreja;
Embora com diferenças o luteranismo, o calvinismo e o anglicanismo
têm como pontos comuns: a justificação pela Fé; a exclusividade da
Bíblia como fonte de Fé, o sacerdócio universal e a não aceitação da
supremacia do Papa;
Estas igrejas são conhecidas pelo nome de protestantismo.
História A, 10º ano, Módulo 3 63
Martinho Lutero (1483-1546) desencadeou a Reforma;
Alemão, monge agostinho, Mestre em Filosofia;
Lutero colocava a seguinte questão: “Como pode alguém levar uma
vida perfeita perante Deus”;
Em 1510 fez uma viagem a Roma que o desgostou perante o
espetáculo degradante dos membros do clero;
Em 1517 afixou, na porta da Catedral de Wittenberg, as 95 teses
contra as indulgências;
Indulgências – eram uma forma de redimir os pecados, em vigor
desde o século XI, concedida pelo Papa, perante a prática de boas
obras (peregrinações, prática de esmolas, mas também podia ser
comprada por uma determinada soma de dinheiro.
História A, 10º ano, Módulo 3 64
Em 1515, o Papa Leão X, porque precisava de dinheiro para obras na
Basílica de São Pedro (Vaticanos), autorizou a pregação de venda de
indulgências;
Contra isto se revoltou Lutero;
Nas “95 teses” refutou o Papa e alguns dogmas da Igreja, afirmava
que a salvação depende da Fé e não das obras;
Martinho Lutero protagonizou uma rutura teológica com a Igreja;
A igreja considerou estas novas ideias uma heresia;
Em 1521, Lutero, foi excomungado e expulso da Alemanha;
Seguiram-se tempos conturbados, do ponto de vista religioso, mas o
protestantismo foi ganhando adeptos;
História A, 10º ano, Módulo 3 65
A justificação pela Fé é a base doutrinária da reforma luterana, é
uma nova doutrina da salvação;
Para Lutero, o Homem não tem livre-arbítrio. É Deus que decide
sobre a salvação dos homens;
É Deus que predestina uns homens para a salvação outros para a
condenação;
O luteranismo abre caminho às teses da predestinação que serão
desenvolvidas por Calvino;
História A, 10º ano, Módulo 3 66
4.1.3 As igrejas reformadas
O Luteranismo
Lutero considerava a Bíblia como única fonte de Fé e autoridade
doutrinal;
Rejeitou as obras dos Padres da Igreja e as decisões dos concílios
que considerava meras palavras humanas e por isso sujeitas à crítica
e à revisão;
Negou o monopólio papal na interpretação da Bíblia, afirmou que
qualquer crente podia ler as Escrituras sem intervenção do clero;
História A, 10º ano, Módulo 3 67
A missa foi substituída por uma cerimónia na língua vulgar;
Os cultos da Virgem e dos Santos foi abandonado;
Proclamou o sacerdócio universal;
O celibato e as ordens religiosas foram abandonadas;
O chefe da Igreja reformada passa a ser o chefe de estado. Surgem
as Igrejas Nacionais Evangélicas. O bens da Igreja ficam na mão dos
príncipes alemães;
Só reconheceu dois Sacramentos: Batismo e Eucaristia;
Para Lutero a prática cristã define-se pela relação pessoal do crente
com Deus e não pelas regras, leis e ritos estabelecidos pelos
homens;
A vida religiosa é uma ação de amor a Deus.
História A, 10º ano, Módulo 3 68
O luteranismo expandiu-se rapidamente na Alemanha;
Foi apoiado pelos burgueses;
Os príncipes ficaram com os bens da Igreja Católica e por isso
aderiram à nova Igreja;
A imprensa contribuiu para a divulgação da nova Fé;
Muitos humanistas e artistas converteram-se ao luteranismo;
O Imperador Carlos V, católico, hesitou entre a liberdade religiosa e a
obrigatoriedade de obedecerem ao Papa;
Em 1555, Carlos V, aceitou a Paz de Augsburgo, e aceitou a liberdade
de culto na Alemanha.
História A, 10º ano, Módulo 3 69
O calvinismo
João Calvino (1509-1564), nasceu em França, em 1534 fugiu para
Genebra por causa das perseguições religiosas;
Publicou o livro em língua francesa “Da instituição da religião
cristã”, onde defende a sua doutrina, o calvinismo;
Calvino baseou a sua doutrina na justificação pela Fé, no
sacerdócio universal e na autoridade exclusiva da Bíblia;
Para Calvino a predestinação é absoluta, para ele um ser humano
jamais perderia a “graça da Fé”, se tivesse nascida com ela;
Lutero considerava que se a pessoa perdesse a Fé, não teria a
Salvação garantida;
História A, 10º ano, Módulo 3 70
Da predestinação absoluta nasceu uma grande intolerância para
com as outras doutrinas;
Os calvinistas faziam parte de um grupo de eleitos (os
predestinados);
Se um homem tinha, por exemplo, êxito nos negócios, era um
predestinado;
Não aceitou a ideia de Lutero da chefia da Igreja ser entregue aos
chefes de Estado, pelo contrário, defendeu a supremacia da Igreja
sobre o Estado;
Genebra transformou-se numa sociedade teocrática e perseguiu
católicos e outros protestantes;
O Calvinismo difundiu-se na França, Alemanha, Países Baixos,
Hungria, Polónia, Inglaterra e Escócia.
História A, 10º ano, Módulo 3 71
O anglicanismo. A Reforma na Inglaterra
O rei inglês, Henrique VIII pediu ao Papa para lhe conceder o divórcio
que recusou;
O monarca proclamou o Ato de Supremacia (1534) que o tornou o
chefe supremo da Igreja inglesa;
Autorizou a tradução da Bíblia e secularizou os bens das ordens
religiosas mas manteve-se fiel à doutrina católica;
No reinado do seu filho, Eduardo VI (1537-1553), a igreja inglesa
identificou-se com o calvinismo;
História A, 10º ano, Módulo 3 72
No reinado de Maria Tudor (1516-1558), a Inglaterra voltou ao
catolicismo e perseguiu os protestantes;
No reinado de Isabel I (1533-1603) consolidou-se a igreja anglicana,
num compromisso entre o catolicismo e o calvinismo;
Em 1571 publicou os “Trinta e nove artigos” que ainda hoje é a base
doutrinal da Igreja Anglicana;
Defendia a justificação pela Fé, mas não aceitavam a predestinação
absoluta;
Reconheciam a autoridade absoluta da Bíblia;
Só reconheciam como sacramentos o Batismo e a Eucaristia;
Aboliram o celibato dos padres mas mantiveram uma hierarquia
semelhante aos católicos;
História A, 10º ano, Módulo 3 73
História A, 10º ano, Módulo 3 74
A Inglaterra passou, em termos religiosos por tempos conturbados;
Os católicos levaram o Papa a excomungar Isabel I;
Os calvinistas queixava-se da Igreja anglicana que aos seus olhos era
igual a uma igreja católica. O seu rigor doutrinal valeu-lhes o nome
de puritanos;
Isabel I perseguiu católicos e puritanos. Fez da reforma religiosa uma
arma de reforço da autoridade real;
Muitos puritanos emigraram para os Países Baixos e para a América.
História A, 10º ano, Módulo 3 75
Os protestantes deram um forte impulso ao capitalismo;
A justificação do êxito nos negócios era o sinal da concordância de
Deus;
Os protestantes exaltam o valor do trabalho e renegam os valores
de pobreza dos Franciscanos;
História A, 10º ano, Módulo 3 76
As lutas religiosas
A rutura protestante desencadeou violência. Na Alemanha, Grã-
Bretanha, Suíça, Países Baixos e França sucederam-se
perseguições, lutas, execuções e massacres;
As disputas de teólogos e leigos demonstram um desejo de
renovação espiritual;
História A, 10º ano, Módulo 3 77
4.2 Contrarreforma e reforma católica
A reposta da Igreja Católica à rutura protestante chamou-se
contrarreforma e reforma católica;
Concílio de Trento, criação da Companhia de Jesus, reativação da
Inquisição e do Índex foram alguns dos instrumentos utilizados pela
Igreja Católica;
História A, 10º ano, Módulo 3 78
4.2.1 A reafirmação do dogma e do culto tradicional. A reforma
disciplinar
Em 1545 reuniu-se o Concílio de Trento, convocado pelo Papa Paulo
III. Terminou os seus trabalhos em 1563;
Condena o protestantismo;
História A, 10º ano, Módulo 3 79
Principais decisões tomadas:
Condenação dos princípios da predestinação e da justificação pela
Fé. Reafirma-se o papel das obras humanas na Salvação;
Confirma-se a existência do Purgatório;
A par da Bíblia, proclamou-se o valor sagrado da tradição como
fonte de Fé;
Mantiveram-se os Sete Sacramentos;
Reforçou-se o poder do Papa;
Manteve-se o culto dos Santos e da Virgem;
Manteve-se o latim como língua litúrgica. A língua vulgar era
reservada para sermões e pregações;
História A, 10º ano, Módulo 3 80
Sobre a reforma disciplinar o Concílio de Trento proclamou o
seguinte:
Proibição de acumulação de benefícios eclesiásticos;
A residência obrigatória dos padres e bispos nas paróquias e
dioceses;
Manutenção do celibato eclesiástico;
Proibição da ordenação de sacerdotes e bispos com idades inferiores
a 25 e 30 anos, respetivamente;
Criação de seminários para a formação dos futuros clérigos.
História A, 10º ano, Módulo 3 81
Publicou-se um Catecismo (1566) com a compilação dos princípios
doutrinais decididos em Trento;
Foram publicados um breviário (1568) e um missal para regular a
oração e o culto;
A Igreja procurava disciplinar os fiéis e é imposta uma doutrina
unânime e indiscutível.
História A, 10º ano, Módulo 3 82
4.2.2 O combate ideológico
Os fiéis católicos deveriam ser afastados das heresias e por isso
deveriam ser proibidos de ler os livros que colocavam a Fé católica
em causa;
Em 1543, foi criada a Congregação do Índex para elaborar a lista das
obras consideradas perigosas, a lista ficou conhecida pelo nome de
Índex;
Esta lista teve consequências culturais perniciosas para o
desenvolvimento cultural dos países do espaço católico, e
fomentaram o atraso em relação ao mundo protestante ;
Muitos dos livros que foram colocados no Índex diziam respeito a
publicações filosóficas e científicas, de autores como Galileu,
Descartes, Newton e Leibniz;
História A, 10º ano, Módulo 3 83
A Inquisição (Santo Ofício) tinha sido criada em 1231. Era um
tribunal religioso criado para combater as heresias;
A sua reativação foi considerada uma forma de combater o
protestantismo;
Em 1542, o Papa Paulo III, ordenou a reorganização do tribunal da
Inquisição;
Nos países católicos onde o tribunal da Inquisição se instalou moveu
uma perseguição a protestantes, cristãos-novos, filósofos, cientistas,
etc.;
Instruía processos com bases em denuncias anónimas e usava a
tortura para obter confissões;
Condenava a penas de prisão e à morte na fogueira;
Confiscava os bens dos culpados.
História A, 10º ano, Módulo 3 84
O proselitismo das novas congregações: a Companhia de Jesus
Proselitismo – atividade religiosa exercida com zelo e fervor, no
sentido de angariar adeptos.
A Companhia de Jesus destacou-se nas atividades de missionação,
ensino e pregação.
A contrarreforma levou ao nascimento de novas ordens religiosas:
Agostinhos Descalços, Capuchinhos, Carmelitas Descalços, Jesuítas;
A Companhia de Jesus (jesuítas) foi a que desempenhou um papel
mais relevante;
História A, 10º ano, Módulo 3 85
Inácio de Loyola (1491-1556) foi o fundador da Companhia de Jesus
em 1534;
O seu proselitismo contribuiu para a expansão do catolicismo;
Funcionava como uma organização militar;
Era dirigida por um general ou geral;
Os jesuítas estavam submetidos a uma rigorosa disciplina e
consideram-se os “soldados de Cristo”;
Proclamaram uma obediência incondicional ao Papa;
Preocupavam-se com a formação intelectual dos seus membros;
Viviam no meio da população;
História A, 10º ano, Módulo 3 86
Distinguiram-se como missionários na Ásia, América e África;
Fundaram uma vasta rede de colégios de qualidade que lhes
permitiu uma ascendência sobre a juventude;
Desenvolveram a arte da oratória nos seus sermões;
História A, 10º ano, Módulo 3 87
4.2.3 O impacto da reforma católica na sociedade portuguesa
Portugal integrou-se completamente no movimento da
Contrarreforma e da Reforma católica;
Membros da hierarquia clerical portuguesa participaram no Concílio
de Trento e cumpriram as decisões tomadas no concílio;
As ideias protestantes tiveram um fraco eco nas populações
portuguesas;
No reinado de D. João III, chamou a Companhia de Jesus para
Portugal;
Estes desempenharam um importante papel na missionação do
Brasil e do Oriente;
História A, 10º ano, Módulo 3 88
Entre os jesuítas destacam-se os nomes de Francisco Xavier, Manuel
da Nóbrega e António Vieira;
Criaram uma rede de colégios quer em Portugal quer nas suas
colónias;
Em 1555 ficaram com a direção do Colégio das Artes e em 1559 com
a direção da Universidade de Évora;
História A, 10º ano, Módulo 3 89
O clima de intolerância religiosa desenvolve-se em Portugal
originando o recuo das ideias humanistas e do espírito de livre
crítica;
O tribunal da Inquisição foi introduzido em Portugal em 1536 e
instituiu a censura prévia em 1540;
Em 1547 foi publicado o primeiro Índex, estabelecendo a lista dos
livros proibidos;
Foi particularmente violento: atingia obras e autores, bem como os
impressores, livreiros e possuidores das obras;
Humanistas como Damião de Góis e os professores do Colégio das
Artes foram acusados de simpatia por Erasmo (este, apesar das
críticas à Igreja, tinha permanecido católico);
História A, 10º ano, Módulo 3 90
Todos os motivos eram válidos para provocar a atenção da
Inquisição: heresia, bruxaria, bigamia, sodomia, blasfémia, etc.;
O Tribunal da Inquisição estará em vigor, em Portugal, entre 1536 e
1821;
Os cristãos-novos (judeus que se tinham convertido ao cristianismo)
foram o alvo preferido da Inquisição;
Eram vítimas da inveja do seu sucesso nos negócios;
A Inquisição portuguesa utilizou todos os métodos à sua disposição:
tortura para obter confissões, condenações à morta na fogueira, em
auto de fé, etc.;
Muitos cristãos novos abandonaram o país, levando consigo os
capitais que faziam falta ao país;
História A, 10º ano, Módulo 3 91
Portugal via-se mergulhado na inveja, denúncia e intriga;
A Inquisição deixou marcas terríveis na sociedade portuguesa,
contribuindo para o atraso do país;
Impôs severos padrões morais e doutrinais;
Modelaram as consciências e os comportamentos;
Implementaram a angústia do pecado e da culpa;
Instalaram o medo da punição (terrestre e divina).
História A, 10º ano, Módulo 3 92
História A, 10º ano, Módulo 3 93
As novas representações da
Humanidade
5.1 O encontro de culturas e a dificuldade de aceitação do princípio
de unidade do género humano
Os descobrimentos revolucionaram as conceções geográficas;
Colocaram em contacto civilizações, culturas e povos até então
desconhecidos;
Segundo o providencialismo, vigente na Idade Média, Deus
superintendia tudo. Criou Adão como um homem perfeito, e dele
descendia toda a Humanidade;
O pecado original tinha ocasionado que nem todos os homens
falavam a mesma língua e tinham a mesma religião;
Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 95
Todos eram seres humanos e merecedores de conhecerem a
palavra de Deus, tais eram as afirmações de Santo Agostinho;
O contacto com os novos povos descobertos criou um clima de
estupefação e curiosidade;
Surgem relatos antropológicos sobre os Negros, Ameríndios e
Asiáticos;
Os europeus procuravam compreender os outros povos.
Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 96
Este encontro de culturas rapidamente levou ao confronto de
culturas;
Rapidamente surge um olhar desconfiado e hostil;
Os europeus cedo se revelaram preconceituosos e racistas;
Desenvolve-se o princípio da superioridade da raça branca e da
religião cristã;
Em nome dessa superioridade facilmente se recorria às armas e se
aniquilava as raças inferiores;
Na Ásia os islâmicos eram o inimigo principal. Os budistas e hindus,
eram considerados passíveis de se converterem ao cristianismo, e
por isso mereceram alguma consideração;
Os europeus começam a duvidar da humanidade dos Negros e
Ameríndios, o que será um motivo para justificar a escravatura;
Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 97
5.1.1 A escravatura. Os antecedentes da defesa dos direitos humanos
A escravatura conheceu um amplo desenvolvimento com as
descobertas marítimas;
Vão se desenvolver enormes impérios coloniais;
A escravatura é o melhor método para a criação de grandes massas
de mão de obra necessárias para as grandes plantações e minas que
se desenvolviam no continente americano;
Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 98
O escravo africano torna-se o suporte fundamental da colonização
europeia da s Américas;
São indispensáveis nas minas, nas grandes plantações de açúcar,
algodão, tabaco, etc.;
Na Europa também se desenvolve a prática da escravatura. São
utilizados nos trabalhos domésticos, agrícolas, ofícios, etc.;
Em Lisboa e Sevilha, em meados do século XVI, representavam
cerca de 10% da população;
Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 99
Os portugueses e os espanhóis tiveram um papel pioneiro no
tráfico de escravos;
Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 100
Em 1445, a fundação da feitoria de Arguim, na costa da Mauritânia,
iniciou o tráfico negreiro organizado;
Este tráfico é uma história de violência e de desrespeito dos mais
elementares direitos humanos;
Cerca de 20 milhões de africanos foram levados de África, a maior
parte com destino à América;
Os escravos eram transportados em condições deploráveis;
Eram considerados e tratados como uma mera mercadoria;
Vendidos, marcados com ferros em brasa, separados da família, de
tudo isto forma vítimas.
Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 101
As primeiras manifestações de defesa dos direitos humanos
surgiram a propósito da escravização dos índios na América
espanhola;
Senhores de extensas terras, os encomenderos, depressa
esqueceram os seus deveres de protegerem os índios, e passaram a
escravizá-los;
Este brutal tratamento somado às doenças trazidas pelos europeus
para o continente americanos (varíola), dizimaram a população
índia;
Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 102
Os frades Francisco de Vitória e António de Montesinos
denunciaram esses abusos;
As discussões sobre o estatuto humanos dos índios chegou a Roma.
O Papa Paulo III, na bula Sublimis Deus (1537), defendeu a
humanidade dos índios e foram considerados aptos a receber as
doutrinas de Fé católica;
Bartolomeu de Las Casas (1474-1566), frade dominicano, dedicou a
sua vida à defesa dos índios;
Pelo contrário, o Dr. Juan Ginés de Sepúlveda (1480-1573)
argumentava que os índios eram inferiores aos espanhóis e por isso
era legítimo escravizá-los;
Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 103
5.1.2 O esforço de enraizamento da presença branca: missionação
e miscigenação
O encontro de povos foi sempre ambivalente: tanto se
conquistava com brutalidade e se escravizava como se missionava
e procurava converter os povos, ainda que por vezes à força;
A espada esteve sempre ao lado da Cruz;
A religião constituiu uma força impulsionadora da expansão
portuguesa e espanhola;
Em todo o impérios, português e espanhol, levou-se a cabo uma
gigantesca tarefa de missionação dos povos;
Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 104
A missionação foi uma estratégia de aculturação dos povos. Foi uma
missionação agressiva e militante;
O contacto entre as culturas orientais e europeias caracterizou-se
pelas dificuldades de entendimento mútuo;
Existiam muitas diferenças culturais, económicas, sociais e
filosóficas;
Existiam duas grandes áreas religiosas e filosóficas: o hinduísmo e o
budismo;
Na Índia a intolerância levou a que todos os indianos que não se
tivessem convertido fossem excluídos dos cargos públicos, e os
templos eram destruídos;
Na China os jesuítas foram expulsos;
No início do século XVII, também foram perseguidos no Japão;
Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 105
Na América, portuguesa e espanhola, os jesuítas, criaram as
reduções;
Reduções - as missões jesuíticas na América, (reduções), foram os
aldeamentos indígenas administrados pelos jesuítas. O objetivo
principal das missões jesuíticas foi o de criar uma sociedade com os
benefícios e qualidades da sociedade cristã europeia, mas isenta
dos seus vícios e maldades. Ensinavam aos índios a ler, escrever,
trabalhavam nos ofícios e nos campos. Tinham uma educação
religiosa.
Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 106
Quer os portugueses quer os espanhóis demoraram a desenvolver
um clero indígena;
O acesso de indígenas ao sacerdócio foi sempre dificultado, e era
mantido numa posição subalterna em relação ao clero europeu;
Inicialmente, na Ásia Portugal favoreceu a miscigenação entre
europeus e orientais;
A mesma política foi levada a cabo na América;
No entanto, os mestiços e mulatos, derivados dessas uniões, foram
sempre discriminados, nomeadamente no acesso a cargos públicos;
Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 107
Esta a apresentação foi construída tendo por base o manual, O tempo da História,
COUTO, Célia Pinto e outros, Porto Editora,2011, Porto;
O essencial da História A, Mário Sanches, Edições ASA, 2005
A América foi o continente onde a aculturação foi mais intensa;
Miscigenação – mistura de grupos étnicos diferentes.
Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 108
Módulo 4, Unidade 1, Vítor Santos 109
História A
Revisões para o
Exame Nacional de 12º ano de 2015
Módulo 4 (11º ano)
http://divulgacaohistoria.wordpress.com/
História A - Módulo 4
A Europa nos séculos XVII e XVIII – sociedade,
poder e dinâmicas coloniais
Unidade 1
A população da Europa nos séculos XVII e XVIII:
crises e crescimento
Módulo 4, Unidade 1, Vítor Santos 111
1.1 Economia e população
Módulo 4, Unidade 1, Vítor Santos 112
Quais os fatores que provocam estes ciclos de crescimento e
depressão demográficas?
Base económica agrícola;
Deficiências tecnológicas (utensílios rudimentares, falta de
fertilizantes e inseticidas);
Variações climáticas;
Os agricultores viviam à mercê daquilo que se pode chamar a
fertilidade natural da terra.
Módulo 4, Unidade 1, Vítor Santos 113
Economia pré-industrial: sistema económico caracterizado pela
prevalência da agricultura e por debilidades tecnológicas;
A produção depende sobretudo do trabalho humano;
Na Europa pré-industrial existem ciclos de crescimento demográfico
que alternam com ciclos de crise;
A Europa dos séculos XVI, XVII e XVIII caracteriza-se por ser uma
economia pré-industrial. Quais serão as principais características?
Módulo 4, Unidade 1, Vítor Santos 114
Os recursos alimentares disponíveis limitam a possibilidade de
crescimento demográfico;
O equilíbrio entre os alimentos disponíveis e a população existente
rompe-se com frequência;
O preço do cereais sobe, a fome e a morte ceifa os mais pobres;
Os picos de aumento de mortalidade são uma característica do
modelo demográfico do Antigo Regime.
Módulo 4, Unidade 1, Vítor Santos 115
Esquema in “Preparação para o Exame Nacional, História A 11, Porto Editora
História A - Módulo 4
A Europa nos séculos XVII e XVIII – sociedade,
poder e dinâmicas coloniais
Unidade 2
A Europa dos estados absolutos e a Europa dos
parlamentos
http://divulgacaohistoria.wordpress.com/
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 117
2.1 Estratificação social e poder político nas sociedades do Antigo
Regime
O Antigo Regime refere-se ao sistema social, político, económico e
demográfico que entre os séculos XVI a XVIII vigorou na maior
parte dos países europeus.
É caracterizado pela existência de regimes centralizados e
absolutistas, em que o poder estava concentrado nas mãos do rei,
mas assiste-se ao desenvolvimento do liberalismo;
A sociedade está organizada em ordens ou estados,
politicamente está dominada pelas monarquias absolutas
e do ponto de vista económico desenvolve-se o capitalismo
comercial.
Corresponde, grosso modo, à Idade Moderna;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 118
2.1.1 Uma sociedade de ordens assente no privilégio
O que é uma ordem ou estado?
É uma categoria social definida pelo nascimento e pelas funções
sociais que os indivíduos desempenham;
A cada ordem corresponde um estatuto jurídico diferente que
confere aos seus membros determinadas honras, direitos e
deveres;
Existe uma distinção entre os grupos privilegiados (clero, nobreza) e
o povo que não tinham privilégios.
As ordens distinguem-se pelo traje e pela forma de tratamento.
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 119
Quais são as ordens existentes?
A sociedade divide-se em três ordens ou estados:
Clero ou Primeiro Estado;
Nobreza ou Segundo Estado;
E o Terceiro Estado ou o Povo.
Esta organização social é herdada da Idade Média, no entanto ao
longo dos séculos estas ordens foram-se fracionando em diversos
grupos diferentes, cada um com o seu próprio estatuto.
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 120
O clero ou o primeiro estado
É o estado mais digno porque é aquele que está mais próximo de
Deus;
Privilégios:
Isento de impostos;
Isento de prestar serviço militar;
Lei privada, “foro eclesiástico”, os seus membros regem-se por leis
inscritas no Direito Canónico, são julgados em tribunais próprios;
Privilégio de conceder asilo aos fugitivos;
Não são obrigados a alojar os soldados do rei.
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 121
O clero é uma ordem rica:
Grandes proprietários;
Recebem um imposto a dizima (décima de Deus);
Recebem muitas outras doações, prendas e heranças.
É o único estado a que não se acede por nascimentos mas por
tonsura;
Fazem parte do clero membros de todos os grupos sociais mas
ocupam cargos distintos;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 122
O Alto Clero (cardeais, arcebispos, bispos e abades dos mosteiros) é
fundamentalmente constituído pelos filhos segundos da nobreza;
Vivem luxuosamente;
Desempenham cargos na Corte e na administração central;
Muitos são professores nas Universidades;
O Baixo Clero (padres das paróquias) é, na maior parte dos casos,
constituído por pessoas oriundas do povo;
São pouco instruídos, salvo raras exceções;
Clero Regular (monges que vivem em conventos) vai perdendo,
pouco a pouco, a importância económica que tivera na Idade
Média, no entanto o seu número vai aumentando.
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 123
Nobreza ou segundo estado
A nobreza beneficiava dos cargos mais importantes quer na
administração central quer no exército;
Os seus membros ocupam os cargos mais importantes da Igreja;
Tem um regime jurídico (leis) próprio;
São grandes proprietários fundiários;
Estão isentos de impostos;
Cobram rendas e direitos senhoriais como a corveia aos camponeses;
Têm direito ao porte de espada;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 124
A nobreza também apresenta estatutos diferentes:
A nobreza de sangue ou nobreza de espada, são as velhas famílias,
constituem o topo deste grupo social (príncipes, duques, condes,
marqueses), vivem na Corte e convivem com o monarca, ocupam os
cargos principais;
Por outro lado existe pequena nobreza rural, por vezes com
dificuldades para conseguir os rendimentos necessários para manter
uma vida condizente com a sua posição;
Nesta época surge a nobreza de toga, uma nobreza que tinha
origem na burguesia letrada que foi chamada a ocupar cargos
administrativos no governo central e foram agraciados pelo rei com
um título nobiliárquico.
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 125
O Povo ou Terceiro Estado
É a ordem mais heterogénea, desde burgueses ricos e letrados que
algumas vezes forma promovidos pelo rei à nobreza até pessoas que
viviam numa misérias extrema;
No topo deste grupo estão os homens de letras (professores das
universidades, cargos administrativos, etc.) e a burguesia comercial
e financeira;
Depois surgem alguns ofícios considerados superiores como de
joalheiro, boticário, etc.;
São os burgueses, a elite do Terceiro Estado;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 126
Depois surgem os lavradores que possuem terras próprias;
A seguir aparecem aqueles que desempenham “ofícios mecânicos”,
os artesãos;
Depois todos os assalariados, aqueles que trabalham por um
salário;
Por fim surgem aqueles que não trabalham os mendigos,
vagabundos e indigentes;
Todos os membros do Terceiro Estado, ricos ou pobres, pagam
impostos;
Os camponeses representam 80%, ou mais, da população;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 127
A diversidade de comportamentos e de valores.
A mobilidade social
Cada grupo social tinha os seus comportamentos e vestuários
próprios;
A Igreja continuava a afirmar que a cada ordem correspondia uma
tarefa social (clero-rezar; nobreza-combater; povo-trabalhar), e por
isso validava a desigualdade entre pessoas e a existência de ordens
privilegiadas e outras não;
Cada um vestia-se conforme o seu estatuto: a nobreza usava
espada e roupas feitas de tecidos caros;
O clero era identificado pela tonsura (o alto da cabeça rapado);
Em locais públicos os não privilegiados tinham de se afastar e dar
passagem aos privilegiados;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 128
Os membros do povo só se podiam falar com os privilegiados se
expressamente autorizados para tal;
Aos privilegiados não eram aplicadas castigos corporais
(chicoteamento) considerados vis;
Se condenados à morte, as pessoas do povo eram enforcados a
nobreza decapitada;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 129
A mobilidade social era muito difícil devido ao facto do nascimento
marcar o grupo social de cada um;
Só o rei podia decidir a mudança de estatuto de alguém;
Geralmente, e esporadicamente, o monarca recompensava um
membro do Terceiro Estado por serviços prestados, concedendo-lhe
um título nobiliárquico;
Outra forma que a burguesia encontrou de subir na sociedade foi
através do casamento, muitos nobres arruinados casavam com
burgueses endinheirados para recuperar as suas finanças;
Por outro lado a cada vez maior complexidade de governar um país
levava a que muitos burgueses (letrados) ocupassem cargos
importantes no Estado;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 130
Esta ascensão social foi lenta, com avanços e recuos;
A nobreza permaneceu agarrada aos seus privilégios que
lentamente foi perdendo;
A burguesia foi ascendendo fruto do seu progressivo
enriquecimento através das atividades comerciais e financeiras;
Na Inglaterra e Holanda a ascensão da burguesia foi mais rápida
enquanto noutros países como a França, Portugal ou Espanha a
sociedade de ordens manteve-se durante mais tempo.
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 131
2.1.2 O absolutismo régio
No século XVII e XVIII as monarquias absolutas atingiram a sua
plenitude;
Uma definição de monarquia absoluta?
As monarquias absolutas concentram no rei todo o poder do
Estado (executivo, legislativo e judicial), tal é legitimado por ser
essa a vontade de Deus;
Não existem quaisquer impedimentos à governação do monarca
com exceção das leis de Deus;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 132
O clérigo francês Bossuet foi um dos principais teorizadores do
absolutismo, segundo ele as principais características do poder
absoluto são as seguintes:
É sagrado, provém de Deus que conferiu aos monarcas o poder para
estes governarem em seu nome, nesse sentido o seu poder é
incontestável mas o rei deve ter a obrigação de governar para o bem
da população e da Nação;
É paternal, o rei era uma espécie de pai dos seus súbditos e, na
governação, deve ter em conta o bem estar do povo;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 133
É absoluto, o rei não tem de prestar contas a ninguém das suas
ações, deve assegurar o respeito pelas leis de maneira a criar justiça
no seu reino;
Está submetido à razão, é esta inteligência que lhe permite
governar e fazer o povo feliz. Deve demonstrar certas qualidades
como bondade, firmeza, força de carácter, prudência e capacidade
de previsão.
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 134
O rei concentra todo o poder do Estado, ele governa (poder
executivo), julga (poder judicial) e faz as leis (poder legislativo);
O rei substitui o Estado, daí a célebre afirmação de Luís XIV, “O
Estado sou eu”;
Não existe qualquer organismo que controle o seu poder;
Em França os Estados Gerais (representações das três ordens,
reuniram-se pela última vez em 1614-15, em Portugal as Cortes não
reuniram uma única vez durante todo o século XVIII.
No entanto nenhum desses organismo foi realmente abolido;
O rei era o único garante da ordem social, jura-o na cerimónia da
sua coroação;
Qualquer tentativa de alterar este estado de coisas é considerado
um desrespeito e uma traição.
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 135
As cortes régias, durante o absolutismo adquirem uma grande
importância;
Tornam-se um espelho do poder;
Versalhes
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 136
O rei francês, Luís XIV, o Rei-Sol, o exemplo do monarca absoluto,
funda Versalhes;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 137
O palácio foi construído para albergar a corte, nele viviam os
principais funcionários e conselheiros régios bem como a nobreza
que procurava os favores do monarca;
Vivia-se num clima de luxo e festa permanente, a nobreza arruinava-
se para manter o seu nível de vida e passava a depender da
distribuição de dinheiro por parte do rei;
Na corte existiam uma hierarquia, normas e uma etiqueta
extremamente rígidas;
Esta sociedade de corte servia de modelo a toda a realeza europeia;
Os monarcas favoreciam a sua existência pois era uma forma de
controlarem a principal nobreza do seu país.
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 138
O quotidiano em Versalhes era uma encenação do poder e da
grandeza do rei;
O luxo do palácio e jardins, os bailes, banquetes, o complicado
cerimonial, mesmo dos atos mais simples, tudo era pensado para
teatralizar o poder do monarca, para o seu endeusamento;
Todos estavam dependentes de um sorriso ou de um cumprimento
real.
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 139
2.1.3 Sociedade e poder em Portugal
A sociedade portuguesa apresenta as características do Antigo
Regime com as suas especificidades;
Após a Restauração de 1640, Portugal torna-se novamente
independente, após 60 anos de domínio filipino (Castela);
A nobreza portuguesa revoltou-se e restaurou a monarquia na
pessoa do Duque de Bragança;
Seguiu-se um período conturbado, com uma guerra com Castela e
com a deposição do rei Afonso VI;
A nobreza portuguesa, nos finais do século XVII, detinha o poder;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 140
O Império ultramarino português nunca esteve baseado na
existência de uma burguesia mercantil;
Os cargos desse império foram preenchidos pela nobreza;
O rei usou esses cargos para recompensar a nobreza portuguesa;
Os nobres , na maior parte dos casos, viam esses cargos como se de
um feudo se tratasse, e por isso tratavam de enriquecer às custas
dos interesses do reino;
Apesar das muitas críticas, a nobreza manteve até meados do
século XVIII, praticamente em regime de exclusividade, o acesso a
esses cargos no ultramar;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 141
Em Portugal, a nobreza fundiária, para além dos rendimentos da
terra, tem acesso a outros rendimentos proporcionados pelos cargos
e pela prática do comércio;
É uma nobreza mercantilizada, no entanto, ao contrário da burguesia,
aplicava os seus lucros na compra de mais terras ou, ainda mais
frequentemente, gastava os seus lucros na ostentação e luxo;
A nobreza portuguesa nunca revelou uma mentalidade capitalista na
exploração do comércio colonial;
Fruto desse domínio da nobreza a burguesia portuguesa teve muitas
dificuldades para se afirmar
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 142
A criação do aparelho burocrático do Estado absoluto português
Após a Restauração da independência de 1640, os monarcas
portugueses reorganizaram a burocracia do Estado adaptado às
necessidades da centralização do poder;
D. João IV criou a base da administração central, as secretarias, bem
como outros órgãos administrativos (Conselhos, Mesas e Juntas);
O rei delegava nestes órgãos funções governativas;
Ao longo dos séculos XVII e XVIII a administração foi-se
aperfeiçoando;
As Cortes, reúnem-se raramente (pela última vez em 1697) e
perdem importância;
Monarquia Portuguesa Séculos XVII e XVIII
Reis Reinados Regências
D. João IV 1640-1656 D. Luísa de Gusmão
(1656-1662)
D. Afonso VI 1656-1683
D. Pedro II 1683-1706
D. João V 1706-1750
D. José 1750-1777
D. Maria I 1777-1816 D. João (1792-1816)
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos
A administração
central no século XVIII
Conselho Ultramarino
Junta dos Três
Estados
Conselho de GuerraConselho da
Fazenda
Relação da Casa do Porto
Mesa da Consciência e Ordens
Tribunal do Santo Ofício
Casa da Suplicação
Mesa do Desembargo
Do Paço
ImpérioGuerraFinançasJustiça
Estrangeiro e Guerra
Marinha e Ultramar
Negócios do Reino
Secretarias de Estado
Conselho de Estado
Rei
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos
SANCHES, Mário, História
A, Edições ASA, 2006
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 145
O absolutismo joanino
Foi D. João V, admirador de Luís XIV, que em Portugal melhor
encarnou o ideal absolutista;
Procedeu a uma reforma administrativa no sentido de melhor
controlar o governo do país;
No entanto a burocracia continuava pesada e lenta;
D. João V não reuniu as Cortes no seu reinado;
Copiando Luís XIV, afirmou-se através do luxo, da etiqueta, da
teatralização do poder, ou seja através da criação de uma
sociedade de corte;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 146
O rei é o centro do poder;
Foi favorecido pela descoberta de ouro no Brasil que vai tornar
possível a ostentação do rei que sobretudo se evidenciaram nas
cerimónias públicas e nas embaixadas enviadas ao estrangeiro;
Pratica o mecenato das artes e das letras (Fundou a Real Academia
de História, apoiou a Biblioteca da Universidade de Coimbra);
Inicia uma política de grandes construções (Construção do Palácio-
Convento de Mafra, remodelação do Paço da Ribeira. Aqueduto das
Águas Livres, etc.);
Perante os vários conflitos que nessa época se desenrolaram
promoveu a neutralidade do país;
Recebeu do Papa o título de Fidelíssimo e o arcebispo de Lisboa foi
elevado à categoria de Cardeal-patriarca;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 147
Atraiu para a corte portuguesa artistas portugueses e estrangeiros
que irão contribuir para o desenvolvimento do Barroco português,
sobretudo os italianos.
Palácio-Convento de Mafra
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 148
2.2 A Europa dos Parlamentos: sociedade e poder político
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 149
Em 1568, os Países Baixos do Norte (atual Holanda) revoltaram-se
contra o domínio Espanhol, os Países Baixos do Sul (atual Bélgica)
mantiveram-se sob a égide castelhana;
A declaração de independência originou uma guerra com Espanha;
As Províncias Unidas formaram uma república formada por 7
províncias sobre a hegemonia da Holanda;
Esta república, de maioria calvinista, demonstrou grande tolerância
religiosa e respeito pela liberdade individual e de pensamento que
criava um grande contraste com a maioria dos países europeus que
eram governados por governos absolutos;
Formaram uma República Federal (Federação de Estados), cada
província tinha alguma autonomia em relação ao governo central,
cada província tem o seu próprio governo.
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 150
Stadhouder Geral
Funções militares
Grande Pensionário
Funções executivas e políticas
Estados Gerais da República (Parlamento)
Elegem o Stadhouder e o Grande Pensionário
Conduzem a política externa
Dirigem os principais assuntos da República
Escolhem o Conselho de Estado
As diversas cidades têm as suas formas de governo
Conselhos das cidades
Organização política da República das Províncias Unidas
Estados Provinciais (Parlamentos Provinciais)
Designam o Stadhouder e o Pensionário da
Província
Aprovam os impostos
Elegem os Delegados da Província aos Estados
Gerais
Conselho de Estado
Comando do Exército
Controlo das Finanças
SANCHES, Mário, História
A, Edições ASA, 2006,
(adaptado)
Stadhouder da Província
Funções militares
Pensionário da Província
Funções executivas
RepúblicaProvíncias
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 151
A República das Províncias Unidas era uma federação de estados
com uma estrutura bastante descentralizada;
Os cargos políticos eram disputados pela nobreza e pela burguesia;
Os nobres desempenhavam, na maioria dos casos, as funções
militares, como o cargo de Stadhouder-Geral;
As famílias burguesas (com origem na burguesia comercial e
financeira) dominavam os cargos políticos das províncias e da
República;
Forma-se uma elite burguesa que assume o controlo político das
Províncias Unidas;
Muitos deles abandonam os negócios e dedicam-se em exclusivo à
política;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 152
A província da Holanda, a maior e mais rica, domina e cabe-lhe
nomear o Grande Pensionário (espécie de primeiro-ministro);
No entanto coexistiram sempre duas tendências:
Uma, mais liberal e republicana, apoiada pela burguesia,
nomeadamente os Grandes Pensionários Jan de Oldenbarnevelt
(entre 1586-1619) e Jan de Witt (entre 1653-1672);
Outra, apoiada pela nobreza (orangistas), pró-monárquica e
centralista;
A família de Orange (atuais monarcas) lideraram a revolta contra
Espanha;
Qualquer que fosse o poder, a burguesia das Províncias Unidas
manteve-se sempre ativa e próspera;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 153
Contrastando com o resto da Europa, as Províncias Unidas criaram
um modelo descentralizado de governo, dominado, no essencial,
pela burguesia;
Os interesses do estado eram os interesses do comércio;
As Províncias Unidas vão-se tornar uma grande potência marítima
e colonial;
Luís XIV, chamava-lhes de forma depreciativa “República de
mercadores”.
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 154
Grotius e a legitimação do domínio dos mares
Tratado de Tordesilhas, o que foi?
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 155
Através do Tratado de Tordesilhas (1494), Portugal e Espanha,
tinham dividido o Mundo em duas partes, fechando o mar a
outros que pretendessem neles navegar, mare clausum;
Nos finais do século XVI, vários países, sobretudo os holandeses,
procuravam ter acesso a esse mares e contestavam esta divisão
dos mares entre os reinos ibéricos;
As pretensões ibéricas baseavam-se na primazia da descoberta;
Estes direitos à muito que vinham a ser contestados por vários
países e pela atividade de corsários;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 156
Em 1608, o jurista holandês, Hugo Grotius, publicou o livro “A
liberdade dos mares”, onde defendia a liberdade de navegar nos
mares (mare liberum);
Grotius rejeitou o direito de Portugal e Espanha terem o exclusivo
de navegação nos oceanos e defendeu que os mares eram
propriedade da Humanidade;
Segundo Grotius a liberdade de navegar fazia parte dos princípios
universais do direito natural;
Em 1625, Frei Serafim de Freitas publicou o livro “Do justo império
asiático dos portugueses”, como resposta à tese de Grotius,
defendendo a primazia da descoberta e da ocupação
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 157
As teses de Grotius foram discutidas durante mais de um século e
constituíram as bases do Direito Internacional;
Com o desenvolvimento do seu poderio comercial, os Holandeses,
nem sempre defenderam e puseram em prática as ideias de
liberdade dos mares, e muitas vezes defenderam os seus interesses
económicos pela força das armas;
A polémica iniciada por Grotius ficou como símbolo da decadência
dos impérios ibéricos, ultrapassados por um pequeno país em que
a burguesia dominava o Estado.
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 158
A recusa do absolutismo na sociedade inglesa
Desde a assinatura da Magna Carta (1215) o rei inglês viu os seus
poderes limitados, este documento, entre outras determinações,
proibia o monarca de lançar impostos ou novas leis sem o
consentimento do Parlamento;
Durante o século XVI, decorreram algumas experiências
absolutistas com os reinados de Henrique VIII (1509-1547) e Isabel I
(1558-1603);
Tirando estas duas experiências o sistema político inglês só
funcionou bem quando existia acordo entre o rei e a maioria
parlamentar;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 159
O que é um Parlamento?
É uma assembleia política que na maior parte dos casos tem uma
função legislativa. Pode ter outra designação como assembleia,
cortes ou congresso.
O Parlamento inglês data da assinatura da Magna Carta em 1215;
Ainda hoje está divido em duas Câmaras, a Câmara dos Comuns
eleita por sufrágio, nos séculos XVII e XVIII era um sufrágio
censitário e a Câmara dos Lordes (nobres), nomeados pelo rei.
Sufrágio censitário -
O parlamento português é a Assembleia da República
é a concessão do direito do voto apenas
àqueles cidadãos que atendem certos
critérios normalmente de ordem económica
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 160
Quando no século XVII o absolutismo se impôs na Europa, os reis
ingleses, Jaime I (1603-1625), Carlos I (1625-1649) e Jaime II (1685-
1688), tentaram governar de forma absoluta o que desencadeou a
violência na sociedade;
Às questões políticas juntam-se as de ordem religiosa, pois os
ingleses estavam divididos entre protestantes que apoiavam o
Parlamento e os Católicos que apoiavam o rei;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 161
As diferenças entre o Rei e o Parlamento agudizaram-se no
reinado de Carlos I, face às ilegalidades cometidas pelo soberano
e perante a reação do Parlamento inglês;
Em 1628, Carlos I, é obrigado a assinar a Petição dos Direitos em
que se comprometia a respeitar as leis, e impede-o de proceder a
prisões arbitrárias bem como lançar impostos sem o
consentimento do Parlamento;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 162
Carlos I, dissolve o Parlamento e começa a governar de modo
absoluto;
Em 1642 eclode uma guerra civil entre os apoiantes do parlamento
e os do rei;
Nesta guerra, lutando pelas forças parlamentaristas, distinguiu-se
Oliver Cromwell;
A guerra termina em 1649 com a execução do rei;
É abolida a monarquia e instaurada a república governada pelo
Parlamento, a Commonwealth and Free State;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 163
As lutas e divisões no Parlamento levaram Cromwell a instaurar um
governo ditatorial a partir de 1653;
Encerra o Parlamento e, sob o título de Lord Protector, organiza um
governo pessoal e repressivo;
Cromwell morre em 1658 e a monarquia é restaurada, sobe ao trono
Carlos II, filho do Carlos I;
Retornam as lutas entre o rei e o Parlamento que obrigam o rei a
assinar o Bill of Test (excluía os católicos dos cargos políticos) e o
Habeas Corpus (garantia a liberdade individual contra o arbítrio do
poder);
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 164
A Carlos II, sucede-lhe Jaime II, católico pretende restaurar o
catolicismo e governar de modo absoluto;
Estas atitudes provocaram o desagrado de muitos ingleses que
convidaram o Sadthouder da Holanda, Guilherme de Orange que
era casado com Maria, a filha mais velha do rei e era protestante e
adepto do parlamentarismo;
Em 1688, desembarcou em Inglaterra à frente de um exército e
Jaime II, sem apoiantes, abandonou o país;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 165
Esta revolução, a Glorius Revolution, contribui para a consolidação
do regime parlamentar;
Guilherme de Orange, em 1689, assinou a Petição dos Direitos que
confirma a monarquia controlada pelo Parlamento, reafirma os
princípios das liberdades individuais, reconhece a liberdade de
culto para os protestantes, impede o rei de lançar impostos sem o
acordo do parlamento e reconhece a independência do poder
judicial;
Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 166
Em 1695 é abolida a censura e é estabelecido o direito de livre
reunião;
O poder do rei era controlado pelos seus súbditos representados no
Parlamento, este passa a ter as funções legislativas do Estado,
ficando o monarca com as funções executivas.
167Esquema in “Preparação para o Exame Nacional, História A 11, Porto Editora
História A - Módulo 4
A Europa nos séculos XVII e XVIII – sociedade,
poder e dinâmicas coloniais
Unidade 3
Triunfo dos estados e das dinâmicas económicas
nos séculos XVII e XVIII http://divulgacaohistoria.wordpress.com/
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 169
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 170
Durante os séculos XVII e XVIII, um grupo restrito de países
europeus, detinham a quase totalidade das colónias ultramarinas e
dominavam o comércio intercontinental que gerava lucros fabulosos;
Surge a época do capitalismo comercial, criam-se grandes
companhias comerciais, investe-se no comércio e surgem novos
mecanismos financeiros;
Uma definição de capitalismo comercial?
Capitalismo comercial é o sistema económico que vigorou entre os
séculos XVI a XVIII, caracteriza-se pelo papel determinante do
comércio no desenvolvimento económico. Assiste-se ao
desenvolvimento da burguesia comercial e financeira. A procura do
lucro é uma das ideias determinantes deste sistema.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 171
Esta dinâmica económica provocou a colonização do continente
americano onde se desenvolvem grandes plantações de açúcar, café,
tabaco e algodão. Propagam-se as explorações onde se cria gado e
surgem grandes minas, sobretudo de ouro e prata;
Todos estes produtos são enviados para os mercados europeus, em
contrapartida recebem produtos industriais e agrícolas e sobretudo
a mão de obra escrava, oriunda de África, necessária para o
desenvolvimento das novas explorações;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 172
Existem duas rotas fundamentais no comércio internacional:
A rota do Cabo, que se dirigia para a Ásia;
E a rota atlântica, ou comércio triangular (Europa-África-América-
Europa);
A grande base deste comércio era o tráfico negreiro.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 173
Definição de comércio triangular
Comércio realizado entre a Europa  África (escravos)  América
 (açúcar, tabaco, café, ouro, etc.) Europa;
Este comércio gerava lucros fabulosos e desenvolveu-se ao longo
dos séculos XVII e XVIII, tinha por base as grandes necessidades de
mão de obra das explorações americanas agrícolas e mineiras.
Definição de tráfico negreiro
Comércio de escravos que levou milhões de africanos para a
América, entre 1710 e 1810, foram transportados 6 milhões de
pessoas. Entre os séculos XVI a XVIII foram levados para a América
mais de 10 milhões de africanos.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 174
O reforço das economias nacionais: o mercantilismo
Mercantilismo
A riqueza do estado depende dos metais preciosos entesourados
Aumento das exportações
Apoio do Estado
Redução das importações
Criação e desenvolvimento
de manufaturas
Balança comercial favorável
Taxas alfandegárias e
proibição de importações
Contratação de técnicos SANCHES, Mário, História
A, Edições ASA, 2006,
(adaptado)
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 175
Balança comercial, o que é?
É a relação entre o volume (em dinheiro) das importações e as
exportações.
Se o volume das exportações é maior a balança é positiva.
Se o volume das importações é maior a balança é negativa.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 176
O que é o Mercantilismo?
É uma teoria económica enunciada nos séculos XVI a XVIII, que
defende a ideia que a principal riqueza de um Estado é a quantidade
de metais preciosos acumulados, isso era conseguido através de uma
balança comercial favorável, isto é, o valor das exportações tem de
ultrapassar o valor das importações.
Para isso o governo deve proteger as manufaturas nacionais, criando
incentivos e dando-lhes o monopólio de determinados produtos,
bem como contratando técnicos estrangeiros para desenvolver a
indústria.
Por outro lado as importações devem ser desincentivadas
aumentando as taxas alfandegárias ou proibindo determinados
produtos estrangeiros.
Muitos países europeus, nos séculos XVII e XVIII, implementaram
políticas mercantilistas embora com objetivos e medidas diferentes.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 177
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 178
Protecionismo, o que é?
Política económica que procura impedir a livre iniciativa e a livre
circulação de produtos.
São criados impostos alfandegários sobre os produtos estrangeiros
ou criam-se leis que impedem a sua importação.
Para desenvolver a produção interna o Estado cria leis favoráveis,
subsídios e cria monopólios.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 179
Para desenvolver estas políticas mercantilistas os governos deviam
exercer um apertado controlo sobre todas as atividades
económicas;
Deviam fomentar a produção industrial interna;
Criar companhias monopolistas;
Aumentar as taxas alfandegárias;
Obrigar as suas colónias a um comércio exclusivo com a metrópole,
com o objetivo de criar uma mercado para escoar os produtos e um
local onde conseguir as matérias-primas;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 180
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 181
O mercantilismo em França
O mercantilismo foi introduzido em França por Colbert (1619-1683),
ministro de Luís XIV;
O colbertismo consistiu numa política fortemente protecionista das
manufaturas francesas;
Colbert introduziu novas indústrias recorrendo à importação de
técnicos estrangeiros;
Desenvolveu a criação de grandes manufaturas, desenvolvendo uma
política de subsídios, monopólios e outros incentivos;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 182
Colbert criou as manufaturas reais que se dedicavam sobretudo à
produção de produtos de luxo destinados a fornecer a corte de
Versalhes;
Toda a atividade manufatureira era regulamentada: qualidade,
horas de trabalho, preços, etc.;
Colbert investiu no incremento da marinha mercante para
desenvolver o comércio e da marinha de guerra;
Criou companhias monopolistas para as quais criou o exclusivo de
comércio com determinadas zonas;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 183
O colbertismo foi fortemente dirigista e estatal e fracassou na
tentativa de criar uma balança comercial positiva pois esqueceu a
agricultura, não criou condições para o desenvolvimento de um
mercado interno, dificultou em demasia a iniciativa privada e
incrementou os gastos com a corte, a defesa e os apoios à indústria;
Colbert foi objeto de contestação em França, mas as suas ideias
foram o modelo mercantilista mais adotado pelos países europeus.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 184
O sistema mercantil em Inglaterra
O mercantilismo inglês foi mais flexível, conseguiu adaptar-se às
novas circunstâncias e por isso mesmo conseguiu um elevado grau
de eficácia;
O mercantilismo inglês procurou, em especial, desenvolver a
marinha e o setor comercial;
O poder comercial holandês motivou a tomada de medidas
protecionistas;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 185
Entre 1651 e 1663, foram promulgadas uma séria de leis, os
Atos de Navegação;
O objetivo fundamental destas leis era banir os Holandeses
das áreas do comércio inglês;
Determinavam que todas as mercadorias que entrassem em
Inglaterra seriam obrigatoriamente transportadas em barcos
ingleses ou do país de origem dessas mercadorias;
A Inglaterra ficou com o exclusivo do transporte dos produtos
coloniais;
Estas medidas afetaram os holandeses;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 186
A marinha inglesa começou a desenvolver-se fortemente;
Iniciaram uma política de expansão colonial, sobretudo na América
do Norte;
Criaram grandes companhias de comércio, a mais importante foi a
Companhia da Índias Orientais, uma sociedade por ações que
detinha os direitos exclusivos sobre todo o comércio oriental;
Protegeram a indústria das lãs, proibindo a exportação de matéria-
prima inglesa e aumentaram as taxas alfandegárias sobre os
produtos estrangeiros;
Protegeram a agricultura criando taxas alfandegárias para os cereais
estrangeiros;
Estas políticas criaram as condições para a Inglaterra se tornar a
principal potência marítima na segunda metade do século XVII.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 187
O equilíbrio europeu e a disputa das áreas coloniais
Durante o Antigo Regime o equilíbrio entre os diversos estados
europeus foi afetado por diversos conflitos e guerras provocados por
questões religiosas (Guerra dos Trinta anos), sucessões dinásticas
(Guerra da Restauração, entre Portugal e Espanha) ou disputas
territoriais ou económicas, como a guerra entre a Holanda e a
Espanha;
O equilíbrio europeu foi muito frágil e sucederam-se numerosos
conflitos;
A partir da segunda metade do século XVII, os motivos económicos
foram o principal motor desses conflitos;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 188
Até à segunda metade do século XVII, os Holandeses dominaram o
comércio internacional;
Especializaram-se no transporte de produtos a baixo custo;
Criaram empresas que funcionavam por ações,
Desenvolveram técnicas comerciais inovadoras como a divulgação
das letras de câmbio, criação do Banco de Amesterdão e da Bolsa de
Valores;
O Banco de Amesterdão funcionava como se um banco nacional se
tratasse;
A Bolsa de Valores era o local onde se transacionavam as ações;
Em 1650, Amesterdão era o principal centro de comércio europeu;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 189
O comércio, sobretudo o comércio intercontinental, era o grande
motor das economias;
Dominar os mercados foi uma das prioridades dos principais países
europeus;
Em 1648, o Tratado de Vestefália, parecia ter conseguido encontrar
um equilíbrio europeu;
Mas as políticas mercantilistas acirraram, de novo, as rivalidades;
A generalização de medidas protecionistas levou ao aparecimento
de muitos entraves à circulação de mercadorias;
Os países procuram nos mercados coloniais um lugar onde vender
os seus produtos;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 190
As colónias tornar-se-ão num motivo de rivalidades entre os
principais estados europeus;
As colónias eram um mercado para a metrópole escoar os seus
excedentes de produção bem como forneciam matérias-primas;
A maior parte da colónias estava sujeita ao exclusivo colonial;
Estavam obrigados a vender os seus produtos à metrópole que
tabelava os preços, com óbvios lucros para os comerciantes das
metrópoles;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 191
A publicação dos Atos de navegação pelos ingleses originou várias
guerras com os holandeses entre 1652 e 1674;
Estas guerras terminaram com a vitória inglesa;
A Holanda teve de ceder à Inglaterra as suas colónias americanas e
parte das colónias asiáticas e marca o fim do domínio holandês;
O próprio Stadhouder, Guilherme de Orange, tornou-se rei da
Inglaterra, abandonando a Holanda;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 192
A política mercantilista de Colbert levou à criação do Império
colonial francês que originou os conflitos com Inglaterra;
Entre 1702 e 1763, desencadearam-se dois conflitos que
envolveram os dois países:
A Guerra a Sucessão Espanhola (1702-1713) e a Guerra dos Sete
Anos (1756-1763), como consequência a França teve de ceder à
Inglaterra numerosas colónias, nomeadamente o Canadá e outras
possessões americanas, colónias nas Índias, etc.;
Depois de um século de conflitos emerge a Inglaterra como a
grande potência marítima e colonial;
A sua hegemonia durará até aos princípios do século XX.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 193
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 194
A hegemonia económica britânica
O sucesso inglês nas diversas guerras travadas nos séculos XVII e
XVIII que lhe permitiu o domínio dos mares em consonância com as
inovações tecnológicas que se deram na agricultura, comércio e
sobretudo indústria, criaram as condições para a hegemonia
britânica no século XVIII e seguintes, até ao início do século XX;
No início do século XVIII, cerca de 80%, da população vivia da
agricultura, que em virtude disso era o setor principal da economia;
O mercantilismo esqueceu-se da agricultura preocupado com o
desenvolvimento da indústria;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 195
No século XVIII, surgiu uma nova teoria económica, o Fisiocratismo,
que dava importância à agricultura, era a base económica de uma
país;
Em Inglaterra surge um clima de acalmia política após 1688 e o
regime parlamentar consolida-se;
Um grupo de grandes proprietários agrícolas (landlords), inicia um
processo de transformações agrícolas profundo, dão início a uma
revolução agrícola;
O principal problema a resolver era o do esgotamento dos solos que
obrigava a deixar de pousio cerca de um terço da terra cultivável;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 196
Desenvolveu-se um novo sistema de rotações de culturas que
alternava as culturas de cereais com as leguminosas (feijão, nabo) e
as de plantas forrageiras (trevo, luzerna, que eram alimento de gado)
que tornam possível a renovação do solo;
Esta técnica não só melhorava a percentagem de terra cultivada
como criava uma articulação perfeita entre a agricultura e a criação
de gado;
O aumento da criação de gado permitiu uma melhor adubação das
terras (mais estrume);
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 197
Aumentam as propriedades vedadas (enclosures) que se opõem à
tradição do campo aberto (open field), este processo é liderado
pelos grandes proprietários que muitas vezes anexaram
propriedades comunais e mesmo de pequenos agricultores;
Entre 1730 e 1820 o parlamento autorizou mais de 5000 processos
de enclosures;
Os pequenos agricultores incapazes de acompanhar este
movimento venderam os seus campos e foram procurar trabalho na
cidade, serão a mão de obra necessária para o desenvolvimento
industrial;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 198
A vedação dos campos foi um elemento importante da revolução
agrícola;
Surgem os primeiros projetos de mecanização da agricultura,
selecionam-se sementes, melhoram-se raças de animais, a
atividade agrícola torna-se produtiva e lucrativa;
A Inglaterra torna-se a vanguarda da agricultura europeia;
O aumento de produtividade agrícola permitiu aumentar os
recursos alimentares disponíveis que irá impulsionar um grande
crescimento demográfico
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 199
O crescimento demográfico, consequência do desenvolvimento
económico, deriva do aumento de casamentos e números de
nascimento e recuo da mortalidade;
O crescimento da população gera um mercado maior que vai
estimular o aumento da produção;
Crescimento económico e crescimento demográfico estão
interligados e influenciam-se mutuamente;
Nesta época houve uma grande emigração para os centros
urbanos;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 200
Entre 1750 e 1850, o número de habitantes das cidades inglesas
triplicou;
Londres torna-se na maior cidade da Europa, no final do século
XVIII atinge o milhão de habitantes, por comparação, Paris, a
segunda maior cidade tem meio milhão de habitantes.
Em Londres vive um décimo da população inglesa e um terço do
poder de compra;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 201
O mercado interno inglês continua a expandir-se em todo o século
XVIII;
Existe um número crescente de consumidores e não existem
alfandegas internas que eram comuns em muitos países europeus;
Surge um mercado nacional unificado onde os produtos e a mão de
obra circulam livremente;
A Inglaterra iniciou o melhoramento dos transportes criando uma
ampla rede de canais e desenvolveram as estradas;
Este desenvolvimento das vias de comunicação favoreceu a criação
de um mercado nacional bem como proporcionou a ligação entre o
interior e os portos do litoral favorecendo a ligação entre o mercado
nacional e o mercado colonial inglês.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 202
Os produtos ingleses, apesar das medidas protecionista, ganhavam
mercado no continente europeu pela qualidade e baixo preço;
Os grandes lucros do comércio inglês residiam no comércio
ultramarino;
Mais de metade da frota britânica negociava com a América,
sobretudo através do comércio triangular;
Os barcos saiam de Inglaterra carregados com armas de fogo, panos
grosseiros, rum e quinquilharia, dirigiam-se a África onde se
abasteciam de escravos que vendiam na América, aí carregavam os
barcos com açúcar, café, algodão, tabaco e outros produtos tropicais
e vendiam-nos nas Europa;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 203
No Oriente o comércio inglês era executado pela Companhia das
Índias Orientais (East India Company);
Dominavam o comércio das especiarias, chã, sedas, porcelanas e os
panos de algodão indianos;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 204
Os ingleses controlavam a produção de açúcar, especiarias, seda e
algodão na Índia;
Para além de dominarem o comércio entre a Ásia e a Europa
dominaram o comércio local, sobretudo na Índia;
Comerciaram com a China, dominavam o porto de Cantão que era o
único local aberto pelos chineses aos europeus;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 205
A Inglaterra dispunha de um sistema financeiro avançado que
facilitava o desenvolvimento económico;
Londres, tinha desde os finais do século XVI, uma Bolsa de
Comércio;
Criada como instituição privada, foi reconhecida pelo Estado que
lhe reconheceu a condição de Royal Exchange;
Iria dar origem à Bolsa de Valores;
Em 1691 apareceram os primeiros títulos (ações) de indústrias;
O Banco de Inglaterra (1694)que, para além dos negócios realizados
pelos outros bancos, emitia papel-moeda;
As notas emitidas ultrapassaram a quantidade de ouro disponível
pelo banco, criando as condições para financiar os negócios;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 206
A atividade bolsista e financeira permitiu canalizar as poupanças
particulares para o financiamento de empresas criando condições
para o desenvolvimento agrícola, comercial e industrial da
Inglaterra;
Para além do Banco de Inglaterra surgiram outros mais pequenos,
os country banks, que numa escala mais reduzida realizavam o
mesmo tipo de operações, salvo a emissão de moeda;
A gestão capitalista da agricultura, os lucros comerciais e as
estruturas financeiras constituíram a base económica da Revolução
Industrial.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 207
A hegemonia económica britânica (conclusão):
Mercantilismo flexível;
Progressos agrícolas;
Progressos nos transportes;
Crescimento demográfico e urbanização;
Criação de um mercado nacional;
Alargamento do mercado externo;
Desenvolvimento do sistema financeiro.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 208
O processo de
industrialização iniciou-se
em Inglaterra, na segunda
metade do século XVIII;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 209
A Revolução Industrial foi impulsionada por diversos fatores:
O desenvolvimento agrícola;
O crescimento demográfico;
O desenvolvimento comercial;
O alargamento dos mercados internos e externos;
Os avanços tecnológicos;
A capacidade empreendedora dos ingleses.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 210
No século XVIII iniciaram-se uma série de avanços tecnológicos que
vão começar na indústria têxtil que liderou a Revolução Industrial
inglesa;
O aumento da procura, tanto interna com externa, e a abundância
de matérias-primas (colónias) impulsionaram os progressos
tecnológicos no setor algodoeiro;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 211
John Kay inventou a lançadeira volante que multiplicava a
produtividade por 10, e fez escassear o fio;
J. Hargreaves inventou uma nova máquina de fiar (Jenny) em 1765,
permitia a uma fiadeira trabalhar com 8 fios ao mesmo tempo, mais
tarde passou para 80, o que desequilibrou a produção e forçou a
procura de novas lançadeiras que tornassem possível o aumento da
produção de tecidos;
Estava assim iniciada uma dinâmica de melhoramentos;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 212
Foram realizados novos inventos que permitiram um brutal
aumento da produção de tecidos de algodão, de um milhão de
libras em 1689 passou-se para cem milhões em 1820, este aumento
foi muito acentuado nos finais do século XVIII, onde a produção
duplicava a cada dez anos;
Foi o arranque industrial, o chamado take off;
Surgiram novas empresas produtoras de panos.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 213
O desenvolvimento do setor têxtil foi acompanhado, de perto, pelo
da metalurgia que fornecia as máquinas e outros equipamentos;
Vários inventos tornaram possível produzir, em grandes
quantidades, ferro de boa qualidade e resistente;
A ponte de ferro de Coalbrookdale foi inaugurada no século XVIII;
A partir de 1830, a indústria metalúrgica tornou-se no principal
setor industrial;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 214
James Watt inventou uma nova força motriz, a máquina a vapor
em 1765, estava criado o primeiro motor artificial da História;
Este invento foi aplicado para mover teares, locomotivas, etc.;
Em meados do século XIX, as máquinas a vapor efetuavam um
volume de trabalho que teria exigido cerca de 40 milhões de
homens;
A maquinofatura substituiu a manufatura;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 215
A Revolução Industrial vai provocar profundas transformações na
sociedade e vida das pessoas:
Camponeses migraram para as cidades à procura de trabalho;
As cidades cresceram, surgem bairros operários e fábricas;
Surge uma classe média;
A burguesia industrial domina económica e politicamente, impõe
os seus valores, cultura e forma de viver;
Os transportes aceleram, encurtam distância e tornam possível a
circulação de enormes quantidades de pessoas e mercadorias;
As notícias e ideias viajam rapidamente;
A Inglaterra foi a nação pioneira da Revolução Industrial e iniciou
uma nova época, a do capitalismo industrial.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 216
Portugal – dificuldades e crescimento económico
Portugal viveu durante o século XVIII da exportação de produtos
coloniais como o açúcar, o tabaco e as especiarias;
Em meados do século holandeses, ingleses e franceses começaram
a produzir esses produtos e a fazer concorrências aos produtos
coloniais portugueses;
Fruto dessa concorrências, da aplicação das políticas
mercantilistas, desencadeou-se uma grave crise comercial em
Portugal;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 217
Entre 1670 e 1692 os produtos portugueses não eram vendidos e
acumulavam-se nos armazéns em Lisboa;
Fruto da concorrência e da diminuição da procura os preços
baixavam constantemente;
A perda de receita vai ocasionar um desequilíbrio na nossa balança
comercial, passamos a importar muito mais do que exportamos;
O país continuava muito dependente das importações de produtos
manufaturados;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 218
Duarte Ribeiro de Macedo, embaixador de Portugal em Paris, publica
o livro “Discurso sobre a Introdução das Artes no Reyno”, onde
defende as políticas de Colbert e a necessidade de as implementar
no nosso país;
Os ministros de D. Pedro II, o marquês da Fronteira e, sobretudo, o
conde da Ericeira procuram desenvolver em Portugal uma política
mercantilista e procuraram equilibrar a balança de pagamentos
portuguesa;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 219
Principais medidas tomadas pelo Conde de Ericeira:
Contratação de artesãos estrangeiros especializados;
Criação de indústrias (vidro, ferro e têxteis)às quais concedeu
subsídios e outros privilégios;
Promulgou as Leis Pragmáticas que proibiam o uso de
determinados produtos de luxo importados, para proteger a
indústria nacional;
Criação de várias companhias monopolistas: Companhia do Cachéu
(escravos); Companhia do Maranhão (comércio brasileiro) e outras;
Desvalorizou a moeda nacional para tornar os produtos
portugueses mais competitivos internacionalmente.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 220
A partir de 1692, a crise comercial parecia estar em vias de ser
solucionada, os produtos coloniais aumentaram as suas vendas e os
preços subiram, as receitas do Estado subiram;
Nessa altura descobre-se ouro no Brasil, fruto da ação dos
bandeirantes;
Os bandeirantes foram expedições realizadas pelo interior do Brasil
quase sempre por iniciativa de particulares;
Descobrem grandes jazidas de ouro em Minas Gerais, Mato Grosso
e Goiás.
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 221
Esta descoberta vai disponibilizar dinheiro para o país pagar as
importações e abandona as políticas mercantilistas;
Só na primeira metade do século XVIII, entraram em Portugal mais
de 500 toneladas de ouro;
Este ouro vai suportar o esplendor da corte de D. João V;
Ou seja o ouro é gasto em luxos e para importar produtos
manufaturados;
Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 222
Em 1703, Portugal e a Inglaterra, assinam o Tratado de Methuen;
Estipula que os tecidos ingleses não pagarão impostos
alfandegários, em troca os vinhos portuguese pagariam na entrada
em Inglaterra apenas dois terços dos direitos exigidos aos vinhos
franceses;
Este tratado foi responsabilizado pela destruição da
industrialização portuguesa mas na realidade apenas acelerou um
processo que já estava a decorrer (abrandamento da
industrialização);
A Inglaterra apoiou a causa portuguesa na guerra da Restauração e
os portugueses pagavam à Inglaterra em benefícios económicos;
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  • 1. História A, 10º ano, Módulo 3 1 História A Revisões para o Exame Nacional de 12º ano 2015 Módulo 3 (10º ano) Módulo 4 e 6 (11º ano) http://divulgacaohistoria.wordpress.com/
  • 2. História A, 10º ano, Módulo 3 2 Índice Módulo 3 Módulo 4 Módulo 6
  • 3. Módulo 4, Unidade 1, Vítor Santos 3 História A Revisões para o Exame Nacional de 12º ano de 2015 Módulo 3 (10º ano) http://divulgacaohistoria.wordpress.com/
  • 4. A Abertura Europeia ao Mundo http://divulgacaohistoria.wordpress.com/ História A, 10º ano, Módulo 3 4
  • 5. Unidade 1 A geografia cultural europeia de Quatrocentos e Quinhentos História A, 10º ano, Módulo 3 5
  • 6. 1.1. Principais centros culturais de produção e difusão de sínteses e inovações 1.1.1 As condições da expansão cultural Época Moderna inicia-se em meados do século XV. Há um dinamismo económico, cultural e de mentalidades na Europa. As cidades reanimam-se, há uma abertura de novas rotas transcontinentais, descobrem-se novas técnicas náuticas, a descoberta da imprensa e a utilização de armas de fogo revolucionam a vida. História A, 10º ano, Módulo 3 6
  • 7. 1.1.2 O Renascimento – eclosão e difusão História A, 10º ano, Módulo 3 7
  • 8. O Renascimento marcou a história europeia dos séculos XV e XVI; O Homem é visto como algo de bom, livre e responsável; O Homem é a medida de todas as coisas; Surge o movimento Humanista (Humanismo). Humanismo foi um movimento intelectual desenvolvido na Europa durante o Renascimento, entre os séculos XIV e XVI. Inspirado pela Antiguidade Clássica. Nasceu em Itália e abrangeu a maior parte da Europa. O humanismo renascentista propõe o antropocentrismo. O antropocentrismo era a ideia de "o homem ser o centro do pensamento filosófico", ao contrário do teocentrismo, a ideia de "Deus no centro do pensamento filosófico". História A, 10º ano, Módulo 3 8
  • 9. A Antiguidade Clássica (grega e romana) inspirou os artistas do Renascimento; Outro campo que se desenvolveu nesta época foi o da investigação científica, fruto do espírito racional e crítico do Homem renascentista. História A, 10º ano, Módulo 3 9
  • 10. O Renascimento nasceu em Itália, fruto da riqueza das suas cidades; No século XV (Quatrocentos) destacou-se a cidade de Florença (Pico della Mirandola, Brunelleschi, Doanatello, Botticelli, Leonardo da Vinci); No século XVI (Cinquecentos), emergiu a cidade de Roma (Rafael, Miguel Ângelo). Veneza (Ticiano, Veronese) também teve um papel importante. História A, 10º ano, Módulo 3 10
  • 11. O Renascimento espalhou-se pela Europa, criando novas sínteses e reinterpretações, juntando as novas ideias com as tradições locais: Países Baixos: Desenvolvem a pintura a óleo (Jan e Hubert van Eyck, Hugo van der Goes, etc.); Erasmo de Roterdão, filósofo, é considerado um dos principais humanistas; França: Mecenato do rei Francisco I. História A, 10º ano, Módulo 3 11
  • 12. Alemanha: Surgem cidades universitárias e centros de imprensa, destacam-se os pintores Albretch Dürer e Hans Holbein; Inglaterra: Destacou-se Thomas Moore e as universidades de Oxford e Cambridge; Na Península Ibérica destacaram-se as universidades de Alcalá de Henares e o Colégio das Artes e Humanidades (Coimbra); Ainda se destacaram as cortes da Hungria e Polónia. História A, 10º ano, Módulo 3 12
  • 13. O alargamento do conhecimento do Mundo
  • 14. 2.1. O contributo português 2.1.1 Inovação técnica Os principais avanços das técnicas náuticas: leme de cadaste (central); bússola; cartas-portulano; astrolábio, quadrante, balestilha; utilização de velas triangulares ou latinas; Surge um novo tipo de barco, a caravela, que permite bolinar. Mais tarde surgem as naus e galeões História A, 10º ano, Mòdulo 3 14
  • 15. Desenvolve-se a cartografia História A, 10º ano, Mòdulo 3 15
  • 16. Grandes avanços na determinação das coordenadas geográficas (latitude e longitude); Os portugueses resolveram o problema de determinar a latitude; O problema de determinar a longitude só foi completamente resolvido no século XVIII; Mercator (1569) desenvolve um novo sistema de projeção cilíndrica mais rigoroso; Cantino publica um novo planisfério em 1502; História A, 10º ano, Mòdulo 3 16
  • 17. 2.1.2 Observação e descrição da Natureza As descobertas iniciadas pelos portugueses substituíram a visão limitada do mundo mediterrânico por uma visão global do planeta; Os portugueses, baseados na observação, contrariaram muitas ideias preconcebidas sobre os mares, terras, faunas e flora de regiões pouco conhecidas ou mesmo desconhecidas; É uma atitude pré-científica, resulta do conhecimento empírico, de vivências experimentadas, da realidade observada (experiencialismo); História A, 10º ano, Mòdulo 3 17
  • 18. Contributo de alguns homens: Duarte Pacheco Pereira (1460-1533) – é o primeiro a valorizar a experiência no contexto da observação empírica; Garcia de Orta (1501-1568) – registo das plantas medicinais do Oriente; D. João de Castro (1500-1548) – vice-rei da Índia, é autor de três Roteiros; Os portugueses negam e corrigem os clássicos, ajudam a construir um saber novo saber; Os novos conhecimentos, derivados do experiencialismo, resumiram-se, na maior parte dos casos, a observações e descrições da Natureza; O saber português, (XV e XVI) contribuiu para o desenvolvimento do espírito crítico. História A, 10º ano, Mòdulo 3 18
  • 19. 2.2. O conhecimento científico da Natureza 2.2.1 A matematização do real A conjugação da valorização da experiência e da matemática está na origem do método experimental (método científico); Leonardo da Vinci (1452-1519) teve um papel percursor na afirmação de uma nova mentalidade científica; No processo de matematização do real surge a noção de que só a demonstração matemática das hipóteses suscitadas pela observação permitiria a formulação de leis científicas; História A, 10º ano, Mòdulo 3 19
  • 20. Pouco a pouco vulgariza-se o uso dos números e das medidas; Dá uma lenta transformação das estruturas mentais, e revela-se uma mentalidade quantitativa; A numeração romana é substituída pela árabe; O Homem renascentista recorre aos números no decorrer das suas atividades: Navegador - calcula distâncias, latitudes, etc.;) Mercador, banqueiro - avalia lucros e perdas, etc.; Funcionários do Estado - calcula impostos, coleta rendas, etc. História A, 10º ano, Mòdulo 3 20
  • 21. 2.2.2 A revolução das conceções cosmológicas No início do Renascimento, a teoria geocêntrica, era a conceção cosmológica dominante. Derivava dos trabalhos de Aristóteles (384- 322 a.c.) e Ptolomeu (100-165); Já na Antiguidade houve autores que contrariaram esta teoria, como Aristarco de Samos (320-250 a.c.), que defendeu uma perspetiva heliocêntrica; Nicolau Copérnico (1453-1543) retomou a perspetiva heliocêntrica. História A, 10º ano, Mòdulo 3 21
  • 22. Na obra “De Revolutionibus Orbium Coelestium”, Copérnico defende que o Sol está no centro do universo. A Terra e os outros planetas giram em seu redor (movimento de translação) e giram em torno do seu próprio centro (movimento de rotação), em esferas celestes. História A, 10º ano, Mòdulo 3 22
  • 23. As repercussões das conclusões de Copérnico, publicadas nas vésperas da sua morte, não foram sentidas de imediato; A conceção de Copérnico não era correta; No entanto outros vão continuar o caminho iniciado por ele; As conceções do universo geocêntrico de Ptolomeu e a doutrina da Igreja vão ser abaladas; Inicia-se uma verdadeira revolução das conceções cosmológicas. História A, 10º ano, Mòdulo 3 23
  • 24. Giordano Bruno (1548-1600) – frade italiano, defendeu a teoria de um universo infinito, com inúmeras estrelas que eram o centro de outros sistemas planetários. A Inquisição condenou-o a morte na fogueira. Ticho Brahe (1546-1601) – astrónomo dinamarquês, pensou um novo sistema planetários que conciliava a teoria heliocêntrica (os planetas giram à volta do sol) e a geocêntrica (o Sol e a Lua deslocam-se à volta da Terra); Johannes Kepler (1571-1630) – astrónomo alemão, formulou as leis do movimento dos planetas História A, 10º ano, Mòdulo 3 24
  • 25. Galileu Galilei (1564-1642) – astrónomo italiano, aperfeiçoou o telescópio. Estas novas descobertas foram perseguidas pela Inquisição e muitas das obras publicadas que defendiam as teorias heliocêntricas foram colocadas no Índex. Inquisição – tribunal religioso criado no século XIII e restabelecido no século XVI. Investigava, julgava e condenava todos os que fossem suspeitos de terem ideias contrárias às definidas pela Igreja Católica Índex – Lista de livros publicada pela Igreja Católica, cuja leitura era proibida aos católicos. História A, 10º ano, Mòdulo 3 25
  • 26. História A, 10º ano, Mòdulo 3 26 No entanto as novas conceções cosmológicas iam ganhando cada vez mais adeptos; Estava definitivamente definido que os progressos da ciência estavam assentes na formulação de leis a partir da observação, registo e interpretação de factos e experimentação de hipóteses.
  • 28. 3.1 Distinção social e mecenato As elites cortesãs e burguesas, as próprias Cortes, apostaram no embelezamento dos palácios e no apoio aos artistas e intelectuais como símbolo de afirmação social. História A, 10º ano, Módulo 3 28
  • 29. 3.1.1 A ostentação das elites cortesãs e burguesa Os séculos XV e XVI, foram séculos de grande crescimento económico; Sectores (nobreza e burguesia) ligados ao comércio e à finança enriqueceram; Vão desenvolver formas de exteriorizar a sua riqueza e ascensão social: luxo, conforto, festas, o apoio à cultura (mecenato); História A, 10º ano, Módulo 3 29
  • 30. As elites rodeavam-se de luxo e ostentação: belos palácios, roupas sumptuosas, banquetes faustosos, etc.; Praticavam o mecenato; Mecenato: proteção da arte e da cultura. Lourenço de Médicis História A, 10º ano, Módulo 3 30
  • 31. As cortes são um circulo privilegiado da cultura e da sociabilidade renascentista; Uma das cortes mais famosa foi a dos Médicis em Florença; A festa privada torna-se o espaço privilegiado de divertimento dos ricos (banquetes, bailes, teatro, jogo, etc.); Surge um conjunto de regras de civilidade; Civilidade – conjunto de regras de comportamento que o indivíduo Deveria respeitar na sua vida pública. Surgem no século XV, com a publicação de vários livros de cortesia e boas maneiras. História A, 10º ano, Módulo 3 31
  • 32. 3.1.2 O estatuto de prestígio dos intelectuais e artistas Nobres, burgueses, monarcas e membros do clero fizeram encomendas aos artistas e intelectuais (projetos de arte, obras literárias, estudos, etc.); A prática do mecenato era uma forma de imortalizar o nome das elites; O estatuto social do artista e do intelectual torna-se mais importante; São prestigiados e considerados; Os artistas passam a assinar as suas obras, distinguindo-se do anonimato dos artistas medievais. História A, 10º ano, Módulo 3 32
  • 33. 3.2. Os caminhos abertos pelos humanistas Os artistas e intelectuais (Humanistas) do Renascimento abriram novos caminhos para a arte e a cultura; Desenvolveram e aprofundaram os ideais do antropocentrismo e individualismo; Pico della Mirandola (1463-1494) foi um dos primeiros humanistas. História A, 10º ano, Módulo 3 33
  • 34. Humanista – É um intelectual (letrado) dos séculos XV e XVI. Baseia o seu saber no estudo da Antiguidade Clássica (Roma e Grécia). Procura conciliar os valores da civilização grega e romana com os valores do cristianismo. Defendem uma cultura antropocentrista e os valores do individualismo. Dante Alighieri História A, 10º ano, Módulo 3 34
  • 35. 3.2.1 Valorização da Antiguidade Clássica Uma das características fundamentais dos humanistas é a inspiração nos modelos clássicos (Grécia e Roma). A ideia não é imitar os antigos mas inspirar-se na cultura clássica para inovar, recriar e transformar; O estudo dos clássicos não é um fim mas um instrumento para ajudar os humanistas a desenvolverem a sua modernidade; História A, 10º ano, Módulo 3 35
  • 36. Alguns humanistas: Petrarca (1303-1374); Bocaccio (1313-1375); Lourenço Valla (1407-1457); Marsílio Ficino (1433-1499); Maquiavel (1469-1527); Cervantes (1547-1616); Rabelais (1494-1553); Montaigne (1533-1592); Shakespeare (1564-1616); Luís Vaz de Camões (1524-1580). História A, 10º ano, Módulo 3 36
  • 37. Os humanistas estudaram o grego e o latim para poderem estudar os autores clássicos; Recuperaram as Sagradas Escrituras leram o Novo Testamento e o Antigo Testamento (hebraico), e corrigiram os erros das traduções medievais; O ensino fomentou o conhecimento da Antiguidade (estudo do grego, latim, literatura, história, filosofia). Receberam o nome de studia humanitatis, porque se consideravam áreas de ensino fundamentais para a formação moral do ser humano. A imprensa contribui para a divulgação dos autores clássicos. História A, 10º ano, Módulo 3 37
  • 38. 3.2.2 A afirmação das línguas nacionais e a consciência da modernidade Os Humanistas desenvolvem um movimento de afirmação das línguas nacionais; Dante Alighieri (1265-1321), foi um dos percursores, escreveu grande parte da sua obra em italiano e não em latim; Os humanistas escreveram grande parte da sua obra nas respetivas línguas nacionais; Isto permitiu que mais pessoas lessem as suas obras; Existia a ideia de divulgar pelo maior número de pessoas as novas ideias; Há uma maior difusão da cultura na época do Renascimento. História A, 10º ano, Módulo 3 38
  • 39. 3.2.3 Individualismo, espírito crítico, racionalidade e utopia O individuo distinguia-se e afirmava-se pelo uso da razão; Os homens do Renascimento adotaram um mentalidade racionalista; O individualismo valoriza o espírito de criatividade das pessoas; Os humanistas cultivam a ideia de um mundo perfeito; O espírito crítico tinha-os levado a compreender os problemas da época (corrupção, ignorância, abusos dos poderosos, etc.; Surge a crítica social; História A, 10º ano, Módulo 3 39
  • 40. Erasmo de Roterdão (1469-1536) criticando a sociedade da época propõe o regresso ao cristianismo primitivo e recuperar os valores da humildade, caridade, fraternidade e tolerância. No livro, “Elogio da Loucura”, Erasmo critica o Papa e a corrupção do clero; História A, 10º ano, Módulo 3 40
  • 41. Nascem as utopias; Alguns humanistas imaginam mundos perfeitos onde os homens viviam em paz e felizes; Uma das utopias mais conhecidas é o livro chamado “Utopia” da autoria de Thomas More (1478-1535), onde imaginou um mundo racional, onde existia igualdade, fraternidade e tolerância; More critica a intolerância, o abuso de poder dos monarcas, o luxo do clero, a corrupção da sociedade. História A, 10º ano, Módulo 3 41
  • 42. Os homens do Renascimento aliavam (…) a admiração pelo mundo greco-romano a uma falta de respeito evidente. Inspirar-se nos Antigos para fazer coisas novas, eis o propósito. Nos grandes artistas do Renascimento a imitação da Antiguidade nunca foi servil (…). Jean Delumeau, A Civilização do renascimento 3.3 A reinvenção das formas artísticas. A imitação e superação dos modelos da Antiguidade História A, 10º ano, Módulo 3 42
  • 43. Os artistas do Renascimento possuíam uma técnica superior à dos Antigos (…). Os pintores da Grécia e Roma não conheciam a pintura a óleo (…) Os estudos dos Flamengos e, mais ainda, dos Italianos tiveram um carácter inédito. Jean Delumeau, A Civilização do renascimento História A, 10º ano, Módulo 3 43
  • 44. Pintura do Gótico, Giotto e do Renascimento História A, 10º ano, Módulo 3 44
  • 45. A pintura renascentista foi um exercício intelectual; O artista já não é o artesão medieval anónimo, mas um intelectual reconhecido; Procura a fama, o seu trabalho é uma obra de arte, uma obra- prima; A pintura do Renascimento foi o culminar de um processo iniciado no século XIII por Giotto; Inspirado na cultura e arte da Antiguidade Clássica (Roma e Grécia) o artista procura uma formação humanista e científica; O artista ainda devia estudar geometria, perspetiva, aritmética, gramática, filosofia, história, astronomia, medicina, anatomia de modo a poderem expressar bem a sua arte. História A, 10º ano, Módulo 3 45
  • 46. A arte deve ser imitação (mimesis) da Natureza; A pintura renascentista é uma arte racional, científica e uma imitação intelectualizada e tecnicista da Natureza; Todos estes aspetos foram estudados e teorizados; No século XVI a arte ganhou mais emoção; A pintura do Renascimento ultrapassou a Arte da Antiguidade Clássica, e foi a base da pintura ocidental. História A, 10º ano, Módulo 3 46
  • 47. Paolo Uccello, A caçada na Floresta História A, 10º ano, Módulo 3 47
  • 48. Perspetiva científica História A, 10º ano, Módulo 3 48
  • 49. Uma das principais descobertas técnicas do Renascimento foi a perspetiva, rigorosa e científica; Permite construir o espaço pictórico segundo as leis da ótica, das proporções geométricas, da exatidão matemática e do tratamento da luz de uma forma coerente. História A, 10º ano, Módulo 3 49
  • 50. Todas as linhas convergem para um ponto para o qual o olhar é atraído; Tudo é ritmado segundo valores matemáticos; A perspetiva é o reflexo da harmonia que rege a Criação. História A, 10º ano, Módulo 3 50
  • 51. A luz é o elemento que confere materialidade (volume) à pintura; Elaboração cuidada do claro-escuro. História A, 10º ano, Módulo 3 51
  • 52. Paolo Uccello, A batalha de San Romano, 1452, têmpera sobre madeira História A, 10º ano, Módulo 3 52
  • 53. Na Flandres, século XV, inventaram a técnica do óleo: Seca lentamente, podia ser retocada; Tornava possível as velaturas (transparências); Empastes (grande espessura de tinta); Gradações cromáticas; Elaboração de modelados – técnica para obter, por meio de gradações cromáticas, a ilusão de volume. História A, 10º ano, Módulo 3 53
  • 54. Mestre Flémalle, A Virgem e o Menino História A, 10º ano, Módulo 3 54
  • 55. Mestre Flémalle, A Virgem e o Menino História A, 10º ano, Módulo 3 55
  • 56. A renovação da espiritualidade e da religiosidade
  • 57. 4.1 A Reforma Protestante 4.1.1 Individualismo religioso e críticas à Igreja Católica Nesta época a radicalização de posições levou à rutura teológica de Lutero e Calvino. As grandes calamidades do século XIV (fomes, guerras e pestes) desenvolveram nas pessoas um clima de pessimismo; Divulga-se a ideia de um Deus castigador dos pecados dos homens; História A, 10º ano, Módulo 3 57
  • 58. Para agravar a situação a Igreja está dividida. Entre 1378 e 1417, existem dois Papas. Um em Roma e outro em Avinhão (cidade francesa). É o Cisma do Ocidente. O fim do Cisma não significou o fim da crise da Igreja; Os Papas renascentistas levavam uma vida pouco condizente com os ideias cristãos; Os maus exemplos abundavam em toda a hierarquia católica; Na Igreja abundava o abandono espiritual dos fiéis, o absentismo do clero e a dissolução dos costumes; Desde o século XIV começam a surgir críticas à Igreja Católica; História A, 10º ano, Módulo 3 58
  • 59. Por um lado Desenvolvem-se práticas de supersticiosas e fanáticas (feitiçaria, procissões de flagelantes, etc.; Por outro Práticas de novas formas de piedade mais intimistas e individualistas, como a Devotio Moderna, na Holanda que defendia uma vida humilde, de devoção a Deus e a prática da solidariedade; Na obra “Imitação de Cristo”, escrita em língua vulgar, o monge alemão, Thomas Kempis (1379-1471)defende os princípios da Devotio Moderna; Este livro exerceu uma forte influência no individualismo religioso do século XV. História A, 10º ano, Módulo 3 59
  • 60. Surgem as heresias; John Wiclif, (1328-1384), professor em Oxford, põe em dúvida a utilidade do clero e a validade dos sacramentos; Apela ao estudo direto da Bíblia que considera a única fonte de Fé; Associada a esta heresia esteve o movimento dos lolardos, padres pobres que se associaram aos camponeses na sua luta contras os senhores; Heresia: Negação ou dúvida sobre algum ponto da Fé Católica. História A, 10º ano, Módulo 3 60
  • 61. Jan Huss (1369-1415), reitor da Universidade de Praga (Polónia), apoiou as ideias de Wiclif; Defendeu a criação de uma Igreja nacional, desligada da obediência ao Papa; Savonarola (1452-1498), monge italiano denunciou as práticas da alta hierarquia da Igreja; Muitas destes homens foram condenados pelo tribunal da Inquisição e morreram na fogueira; História A, 10º ano, Módulo 3 61
  • 62. Muitos humanistas, como Erasmo de Roterdão, criticaram as práticas da Igreja; Todas estas polémicas e contestações abriram caminho à Reforma. História A, 10º ano, Módulo 3 62
  • 63. 4.1.2 A rutura ideológica Reforma – Cisma (divisão) na Igreja Católica desencadeada na primeira metade do século XVI; Foi protagonizada por Lutero, Calvino e Henrique VIII; Surge uma nova conceção de Igreja; Embora com diferenças o luteranismo, o calvinismo e o anglicanismo têm como pontos comuns: a justificação pela Fé; a exclusividade da Bíblia como fonte de Fé, o sacerdócio universal e a não aceitação da supremacia do Papa; Estas igrejas são conhecidas pelo nome de protestantismo. História A, 10º ano, Módulo 3 63
  • 64. Martinho Lutero (1483-1546) desencadeou a Reforma; Alemão, monge agostinho, Mestre em Filosofia; Lutero colocava a seguinte questão: “Como pode alguém levar uma vida perfeita perante Deus”; Em 1510 fez uma viagem a Roma que o desgostou perante o espetáculo degradante dos membros do clero; Em 1517 afixou, na porta da Catedral de Wittenberg, as 95 teses contra as indulgências; Indulgências – eram uma forma de redimir os pecados, em vigor desde o século XI, concedida pelo Papa, perante a prática de boas obras (peregrinações, prática de esmolas, mas também podia ser comprada por uma determinada soma de dinheiro. História A, 10º ano, Módulo 3 64
  • 65. Em 1515, o Papa Leão X, porque precisava de dinheiro para obras na Basílica de São Pedro (Vaticanos), autorizou a pregação de venda de indulgências; Contra isto se revoltou Lutero; Nas “95 teses” refutou o Papa e alguns dogmas da Igreja, afirmava que a salvação depende da Fé e não das obras; Martinho Lutero protagonizou uma rutura teológica com a Igreja; A igreja considerou estas novas ideias uma heresia; Em 1521, Lutero, foi excomungado e expulso da Alemanha; Seguiram-se tempos conturbados, do ponto de vista religioso, mas o protestantismo foi ganhando adeptos; História A, 10º ano, Módulo 3 65
  • 66. A justificação pela Fé é a base doutrinária da reforma luterana, é uma nova doutrina da salvação; Para Lutero, o Homem não tem livre-arbítrio. É Deus que decide sobre a salvação dos homens; É Deus que predestina uns homens para a salvação outros para a condenação; O luteranismo abre caminho às teses da predestinação que serão desenvolvidas por Calvino; História A, 10º ano, Módulo 3 66
  • 67. 4.1.3 As igrejas reformadas O Luteranismo Lutero considerava a Bíblia como única fonte de Fé e autoridade doutrinal; Rejeitou as obras dos Padres da Igreja e as decisões dos concílios que considerava meras palavras humanas e por isso sujeitas à crítica e à revisão; Negou o monopólio papal na interpretação da Bíblia, afirmou que qualquer crente podia ler as Escrituras sem intervenção do clero; História A, 10º ano, Módulo 3 67
  • 68. A missa foi substituída por uma cerimónia na língua vulgar; Os cultos da Virgem e dos Santos foi abandonado; Proclamou o sacerdócio universal; O celibato e as ordens religiosas foram abandonadas; O chefe da Igreja reformada passa a ser o chefe de estado. Surgem as Igrejas Nacionais Evangélicas. O bens da Igreja ficam na mão dos príncipes alemães; Só reconheceu dois Sacramentos: Batismo e Eucaristia; Para Lutero a prática cristã define-se pela relação pessoal do crente com Deus e não pelas regras, leis e ritos estabelecidos pelos homens; A vida religiosa é uma ação de amor a Deus. História A, 10º ano, Módulo 3 68
  • 69. O luteranismo expandiu-se rapidamente na Alemanha; Foi apoiado pelos burgueses; Os príncipes ficaram com os bens da Igreja Católica e por isso aderiram à nova Igreja; A imprensa contribuiu para a divulgação da nova Fé; Muitos humanistas e artistas converteram-se ao luteranismo; O Imperador Carlos V, católico, hesitou entre a liberdade religiosa e a obrigatoriedade de obedecerem ao Papa; Em 1555, Carlos V, aceitou a Paz de Augsburgo, e aceitou a liberdade de culto na Alemanha. História A, 10º ano, Módulo 3 69
  • 70. O calvinismo João Calvino (1509-1564), nasceu em França, em 1534 fugiu para Genebra por causa das perseguições religiosas; Publicou o livro em língua francesa “Da instituição da religião cristã”, onde defende a sua doutrina, o calvinismo; Calvino baseou a sua doutrina na justificação pela Fé, no sacerdócio universal e na autoridade exclusiva da Bíblia; Para Calvino a predestinação é absoluta, para ele um ser humano jamais perderia a “graça da Fé”, se tivesse nascida com ela; Lutero considerava que se a pessoa perdesse a Fé, não teria a Salvação garantida; História A, 10º ano, Módulo 3 70
  • 71. Da predestinação absoluta nasceu uma grande intolerância para com as outras doutrinas; Os calvinistas faziam parte de um grupo de eleitos (os predestinados); Se um homem tinha, por exemplo, êxito nos negócios, era um predestinado; Não aceitou a ideia de Lutero da chefia da Igreja ser entregue aos chefes de Estado, pelo contrário, defendeu a supremacia da Igreja sobre o Estado; Genebra transformou-se numa sociedade teocrática e perseguiu católicos e outros protestantes; O Calvinismo difundiu-se na França, Alemanha, Países Baixos, Hungria, Polónia, Inglaterra e Escócia. História A, 10º ano, Módulo 3 71
  • 72. O anglicanismo. A Reforma na Inglaterra O rei inglês, Henrique VIII pediu ao Papa para lhe conceder o divórcio que recusou; O monarca proclamou o Ato de Supremacia (1534) que o tornou o chefe supremo da Igreja inglesa; Autorizou a tradução da Bíblia e secularizou os bens das ordens religiosas mas manteve-se fiel à doutrina católica; No reinado do seu filho, Eduardo VI (1537-1553), a igreja inglesa identificou-se com o calvinismo; História A, 10º ano, Módulo 3 72
  • 73. No reinado de Maria Tudor (1516-1558), a Inglaterra voltou ao catolicismo e perseguiu os protestantes; No reinado de Isabel I (1533-1603) consolidou-se a igreja anglicana, num compromisso entre o catolicismo e o calvinismo; Em 1571 publicou os “Trinta e nove artigos” que ainda hoje é a base doutrinal da Igreja Anglicana; Defendia a justificação pela Fé, mas não aceitavam a predestinação absoluta; Reconheciam a autoridade absoluta da Bíblia; Só reconheciam como sacramentos o Batismo e a Eucaristia; Aboliram o celibato dos padres mas mantiveram uma hierarquia semelhante aos católicos; História A, 10º ano, Módulo 3 73
  • 74. História A, 10º ano, Módulo 3 74
  • 75. A Inglaterra passou, em termos religiosos por tempos conturbados; Os católicos levaram o Papa a excomungar Isabel I; Os calvinistas queixava-se da Igreja anglicana que aos seus olhos era igual a uma igreja católica. O seu rigor doutrinal valeu-lhes o nome de puritanos; Isabel I perseguiu católicos e puritanos. Fez da reforma religiosa uma arma de reforço da autoridade real; Muitos puritanos emigraram para os Países Baixos e para a América. História A, 10º ano, Módulo 3 75
  • 76. Os protestantes deram um forte impulso ao capitalismo; A justificação do êxito nos negócios era o sinal da concordância de Deus; Os protestantes exaltam o valor do trabalho e renegam os valores de pobreza dos Franciscanos; História A, 10º ano, Módulo 3 76
  • 77. As lutas religiosas A rutura protestante desencadeou violência. Na Alemanha, Grã- Bretanha, Suíça, Países Baixos e França sucederam-se perseguições, lutas, execuções e massacres; As disputas de teólogos e leigos demonstram um desejo de renovação espiritual; História A, 10º ano, Módulo 3 77
  • 78. 4.2 Contrarreforma e reforma católica A reposta da Igreja Católica à rutura protestante chamou-se contrarreforma e reforma católica; Concílio de Trento, criação da Companhia de Jesus, reativação da Inquisição e do Índex foram alguns dos instrumentos utilizados pela Igreja Católica; História A, 10º ano, Módulo 3 78
  • 79. 4.2.1 A reafirmação do dogma e do culto tradicional. A reforma disciplinar Em 1545 reuniu-se o Concílio de Trento, convocado pelo Papa Paulo III. Terminou os seus trabalhos em 1563; Condena o protestantismo; História A, 10º ano, Módulo 3 79
  • 80. Principais decisões tomadas: Condenação dos princípios da predestinação e da justificação pela Fé. Reafirma-se o papel das obras humanas na Salvação; Confirma-se a existência do Purgatório; A par da Bíblia, proclamou-se o valor sagrado da tradição como fonte de Fé; Mantiveram-se os Sete Sacramentos; Reforçou-se o poder do Papa; Manteve-se o culto dos Santos e da Virgem; Manteve-se o latim como língua litúrgica. A língua vulgar era reservada para sermões e pregações; História A, 10º ano, Módulo 3 80
  • 81. Sobre a reforma disciplinar o Concílio de Trento proclamou o seguinte: Proibição de acumulação de benefícios eclesiásticos; A residência obrigatória dos padres e bispos nas paróquias e dioceses; Manutenção do celibato eclesiástico; Proibição da ordenação de sacerdotes e bispos com idades inferiores a 25 e 30 anos, respetivamente; Criação de seminários para a formação dos futuros clérigos. História A, 10º ano, Módulo 3 81
  • 82. Publicou-se um Catecismo (1566) com a compilação dos princípios doutrinais decididos em Trento; Foram publicados um breviário (1568) e um missal para regular a oração e o culto; A Igreja procurava disciplinar os fiéis e é imposta uma doutrina unânime e indiscutível. História A, 10º ano, Módulo 3 82
  • 83. 4.2.2 O combate ideológico Os fiéis católicos deveriam ser afastados das heresias e por isso deveriam ser proibidos de ler os livros que colocavam a Fé católica em causa; Em 1543, foi criada a Congregação do Índex para elaborar a lista das obras consideradas perigosas, a lista ficou conhecida pelo nome de Índex; Esta lista teve consequências culturais perniciosas para o desenvolvimento cultural dos países do espaço católico, e fomentaram o atraso em relação ao mundo protestante ; Muitos dos livros que foram colocados no Índex diziam respeito a publicações filosóficas e científicas, de autores como Galileu, Descartes, Newton e Leibniz; História A, 10º ano, Módulo 3 83
  • 84. A Inquisição (Santo Ofício) tinha sido criada em 1231. Era um tribunal religioso criado para combater as heresias; A sua reativação foi considerada uma forma de combater o protestantismo; Em 1542, o Papa Paulo III, ordenou a reorganização do tribunal da Inquisição; Nos países católicos onde o tribunal da Inquisição se instalou moveu uma perseguição a protestantes, cristãos-novos, filósofos, cientistas, etc.; Instruía processos com bases em denuncias anónimas e usava a tortura para obter confissões; Condenava a penas de prisão e à morte na fogueira; Confiscava os bens dos culpados. História A, 10º ano, Módulo 3 84
  • 85. O proselitismo das novas congregações: a Companhia de Jesus Proselitismo – atividade religiosa exercida com zelo e fervor, no sentido de angariar adeptos. A Companhia de Jesus destacou-se nas atividades de missionação, ensino e pregação. A contrarreforma levou ao nascimento de novas ordens religiosas: Agostinhos Descalços, Capuchinhos, Carmelitas Descalços, Jesuítas; A Companhia de Jesus (jesuítas) foi a que desempenhou um papel mais relevante; História A, 10º ano, Módulo 3 85
  • 86. Inácio de Loyola (1491-1556) foi o fundador da Companhia de Jesus em 1534; O seu proselitismo contribuiu para a expansão do catolicismo; Funcionava como uma organização militar; Era dirigida por um general ou geral; Os jesuítas estavam submetidos a uma rigorosa disciplina e consideram-se os “soldados de Cristo”; Proclamaram uma obediência incondicional ao Papa; Preocupavam-se com a formação intelectual dos seus membros; Viviam no meio da população; História A, 10º ano, Módulo 3 86
  • 87. Distinguiram-se como missionários na Ásia, América e África; Fundaram uma vasta rede de colégios de qualidade que lhes permitiu uma ascendência sobre a juventude; Desenvolveram a arte da oratória nos seus sermões; História A, 10º ano, Módulo 3 87
  • 88. 4.2.3 O impacto da reforma católica na sociedade portuguesa Portugal integrou-se completamente no movimento da Contrarreforma e da Reforma católica; Membros da hierarquia clerical portuguesa participaram no Concílio de Trento e cumpriram as decisões tomadas no concílio; As ideias protestantes tiveram um fraco eco nas populações portuguesas; No reinado de D. João III, chamou a Companhia de Jesus para Portugal; Estes desempenharam um importante papel na missionação do Brasil e do Oriente; História A, 10º ano, Módulo 3 88
  • 89. Entre os jesuítas destacam-se os nomes de Francisco Xavier, Manuel da Nóbrega e António Vieira; Criaram uma rede de colégios quer em Portugal quer nas suas colónias; Em 1555 ficaram com a direção do Colégio das Artes e em 1559 com a direção da Universidade de Évora; História A, 10º ano, Módulo 3 89
  • 90. O clima de intolerância religiosa desenvolve-se em Portugal originando o recuo das ideias humanistas e do espírito de livre crítica; O tribunal da Inquisição foi introduzido em Portugal em 1536 e instituiu a censura prévia em 1540; Em 1547 foi publicado o primeiro Índex, estabelecendo a lista dos livros proibidos; Foi particularmente violento: atingia obras e autores, bem como os impressores, livreiros e possuidores das obras; Humanistas como Damião de Góis e os professores do Colégio das Artes foram acusados de simpatia por Erasmo (este, apesar das críticas à Igreja, tinha permanecido católico); História A, 10º ano, Módulo 3 90
  • 91. Todos os motivos eram válidos para provocar a atenção da Inquisição: heresia, bruxaria, bigamia, sodomia, blasfémia, etc.; O Tribunal da Inquisição estará em vigor, em Portugal, entre 1536 e 1821; Os cristãos-novos (judeus que se tinham convertido ao cristianismo) foram o alvo preferido da Inquisição; Eram vítimas da inveja do seu sucesso nos negócios; A Inquisição portuguesa utilizou todos os métodos à sua disposição: tortura para obter confissões, condenações à morta na fogueira, em auto de fé, etc.; Muitos cristãos novos abandonaram o país, levando consigo os capitais que faziam falta ao país; História A, 10º ano, Módulo 3 91
  • 92. Portugal via-se mergulhado na inveja, denúncia e intriga; A Inquisição deixou marcas terríveis na sociedade portuguesa, contribuindo para o atraso do país; Impôs severos padrões morais e doutrinais; Modelaram as consciências e os comportamentos; Implementaram a angústia do pecado e da culpa; Instalaram o medo da punição (terrestre e divina). História A, 10º ano, Módulo 3 92
  • 93. História A, 10º ano, Módulo 3 93
  • 94. As novas representações da Humanidade
  • 95. 5.1 O encontro de culturas e a dificuldade de aceitação do princípio de unidade do género humano Os descobrimentos revolucionaram as conceções geográficas; Colocaram em contacto civilizações, culturas e povos até então desconhecidos; Segundo o providencialismo, vigente na Idade Média, Deus superintendia tudo. Criou Adão como um homem perfeito, e dele descendia toda a Humanidade; O pecado original tinha ocasionado que nem todos os homens falavam a mesma língua e tinham a mesma religião; Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 95
  • 96. Todos eram seres humanos e merecedores de conhecerem a palavra de Deus, tais eram as afirmações de Santo Agostinho; O contacto com os novos povos descobertos criou um clima de estupefação e curiosidade; Surgem relatos antropológicos sobre os Negros, Ameríndios e Asiáticos; Os europeus procuravam compreender os outros povos. Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 96
  • 97. Este encontro de culturas rapidamente levou ao confronto de culturas; Rapidamente surge um olhar desconfiado e hostil; Os europeus cedo se revelaram preconceituosos e racistas; Desenvolve-se o princípio da superioridade da raça branca e da religião cristã; Em nome dessa superioridade facilmente se recorria às armas e se aniquilava as raças inferiores; Na Ásia os islâmicos eram o inimigo principal. Os budistas e hindus, eram considerados passíveis de se converterem ao cristianismo, e por isso mereceram alguma consideração; Os europeus começam a duvidar da humanidade dos Negros e Ameríndios, o que será um motivo para justificar a escravatura; Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 97
  • 98. 5.1.1 A escravatura. Os antecedentes da defesa dos direitos humanos A escravatura conheceu um amplo desenvolvimento com as descobertas marítimas; Vão se desenvolver enormes impérios coloniais; A escravatura é o melhor método para a criação de grandes massas de mão de obra necessárias para as grandes plantações e minas que se desenvolviam no continente americano; Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 98
  • 99. O escravo africano torna-se o suporte fundamental da colonização europeia da s Américas; São indispensáveis nas minas, nas grandes plantações de açúcar, algodão, tabaco, etc.; Na Europa também se desenvolve a prática da escravatura. São utilizados nos trabalhos domésticos, agrícolas, ofícios, etc.; Em Lisboa e Sevilha, em meados do século XVI, representavam cerca de 10% da população; Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 99
  • 100. Os portugueses e os espanhóis tiveram um papel pioneiro no tráfico de escravos; Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 100
  • 101. Em 1445, a fundação da feitoria de Arguim, na costa da Mauritânia, iniciou o tráfico negreiro organizado; Este tráfico é uma história de violência e de desrespeito dos mais elementares direitos humanos; Cerca de 20 milhões de africanos foram levados de África, a maior parte com destino à América; Os escravos eram transportados em condições deploráveis; Eram considerados e tratados como uma mera mercadoria; Vendidos, marcados com ferros em brasa, separados da família, de tudo isto forma vítimas. Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 101
  • 102. As primeiras manifestações de defesa dos direitos humanos surgiram a propósito da escravização dos índios na América espanhola; Senhores de extensas terras, os encomenderos, depressa esqueceram os seus deveres de protegerem os índios, e passaram a escravizá-los; Este brutal tratamento somado às doenças trazidas pelos europeus para o continente americanos (varíola), dizimaram a população índia; Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 102
  • 103. Os frades Francisco de Vitória e António de Montesinos denunciaram esses abusos; As discussões sobre o estatuto humanos dos índios chegou a Roma. O Papa Paulo III, na bula Sublimis Deus (1537), defendeu a humanidade dos índios e foram considerados aptos a receber as doutrinas de Fé católica; Bartolomeu de Las Casas (1474-1566), frade dominicano, dedicou a sua vida à defesa dos índios; Pelo contrário, o Dr. Juan Ginés de Sepúlveda (1480-1573) argumentava que os índios eram inferiores aos espanhóis e por isso era legítimo escravizá-los; Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 103
  • 104. 5.1.2 O esforço de enraizamento da presença branca: missionação e miscigenação O encontro de povos foi sempre ambivalente: tanto se conquistava com brutalidade e se escravizava como se missionava e procurava converter os povos, ainda que por vezes à força; A espada esteve sempre ao lado da Cruz; A religião constituiu uma força impulsionadora da expansão portuguesa e espanhola; Em todo o impérios, português e espanhol, levou-se a cabo uma gigantesca tarefa de missionação dos povos; Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 104
  • 105. A missionação foi uma estratégia de aculturação dos povos. Foi uma missionação agressiva e militante; O contacto entre as culturas orientais e europeias caracterizou-se pelas dificuldades de entendimento mútuo; Existiam muitas diferenças culturais, económicas, sociais e filosóficas; Existiam duas grandes áreas religiosas e filosóficas: o hinduísmo e o budismo; Na Índia a intolerância levou a que todos os indianos que não se tivessem convertido fossem excluídos dos cargos públicos, e os templos eram destruídos; Na China os jesuítas foram expulsos; No início do século XVII, também foram perseguidos no Japão; Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 105
  • 106. Na América, portuguesa e espanhola, os jesuítas, criaram as reduções; Reduções - as missões jesuíticas na América, (reduções), foram os aldeamentos indígenas administrados pelos jesuítas. O objetivo principal das missões jesuíticas foi o de criar uma sociedade com os benefícios e qualidades da sociedade cristã europeia, mas isenta dos seus vícios e maldades. Ensinavam aos índios a ler, escrever, trabalhavam nos ofícios e nos campos. Tinham uma educação religiosa. Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 106
  • 107. Quer os portugueses quer os espanhóis demoraram a desenvolver um clero indígena; O acesso de indígenas ao sacerdócio foi sempre dificultado, e era mantido numa posição subalterna em relação ao clero europeu; Inicialmente, na Ásia Portugal favoreceu a miscigenação entre europeus e orientais; A mesma política foi levada a cabo na América; No entanto, os mestiços e mulatos, derivados dessas uniões, foram sempre discriminados, nomeadamente no acesso a cargos públicos; Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 107
  • 108. Esta a apresentação foi construída tendo por base o manual, O tempo da História, COUTO, Célia Pinto e outros, Porto Editora,2011, Porto; O essencial da História A, Mário Sanches, Edições ASA, 2005 A América foi o continente onde a aculturação foi mais intensa; Miscigenação – mistura de grupos étnicos diferentes. Apresentação História A 10º ano, Módulo 3 108
  • 109. Módulo 4, Unidade 1, Vítor Santos 109 História A Revisões para o Exame Nacional de 12º ano de 2015 Módulo 4 (11º ano) http://divulgacaohistoria.wordpress.com/
  • 110. História A - Módulo 4 A Europa nos séculos XVII e XVIII – sociedade, poder e dinâmicas coloniais Unidade 1 A população da Europa nos séculos XVII e XVIII: crises e crescimento
  • 111. Módulo 4, Unidade 1, Vítor Santos 111 1.1 Economia e população
  • 112. Módulo 4, Unidade 1, Vítor Santos 112 Quais os fatores que provocam estes ciclos de crescimento e depressão demográficas? Base económica agrícola; Deficiências tecnológicas (utensílios rudimentares, falta de fertilizantes e inseticidas); Variações climáticas; Os agricultores viviam à mercê daquilo que se pode chamar a fertilidade natural da terra.
  • 113. Módulo 4, Unidade 1, Vítor Santos 113 Economia pré-industrial: sistema económico caracterizado pela prevalência da agricultura e por debilidades tecnológicas; A produção depende sobretudo do trabalho humano; Na Europa pré-industrial existem ciclos de crescimento demográfico que alternam com ciclos de crise; A Europa dos séculos XVI, XVII e XVIII caracteriza-se por ser uma economia pré-industrial. Quais serão as principais características?
  • 114. Módulo 4, Unidade 1, Vítor Santos 114 Os recursos alimentares disponíveis limitam a possibilidade de crescimento demográfico; O equilíbrio entre os alimentos disponíveis e a população existente rompe-se com frequência; O preço do cereais sobe, a fome e a morte ceifa os mais pobres; Os picos de aumento de mortalidade são uma característica do modelo demográfico do Antigo Regime.
  • 115. Módulo 4, Unidade 1, Vítor Santos 115 Esquema in “Preparação para o Exame Nacional, História A 11, Porto Editora
  • 116. História A - Módulo 4 A Europa nos séculos XVII e XVIII – sociedade, poder e dinâmicas coloniais Unidade 2 A Europa dos estados absolutos e a Europa dos parlamentos http://divulgacaohistoria.wordpress.com/
  • 117. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 117 2.1 Estratificação social e poder político nas sociedades do Antigo Regime O Antigo Regime refere-se ao sistema social, político, económico e demográfico que entre os séculos XVI a XVIII vigorou na maior parte dos países europeus. É caracterizado pela existência de regimes centralizados e absolutistas, em que o poder estava concentrado nas mãos do rei, mas assiste-se ao desenvolvimento do liberalismo; A sociedade está organizada em ordens ou estados, politicamente está dominada pelas monarquias absolutas e do ponto de vista económico desenvolve-se o capitalismo comercial. Corresponde, grosso modo, à Idade Moderna;
  • 118. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 118 2.1.1 Uma sociedade de ordens assente no privilégio O que é uma ordem ou estado? É uma categoria social definida pelo nascimento e pelas funções sociais que os indivíduos desempenham; A cada ordem corresponde um estatuto jurídico diferente que confere aos seus membros determinadas honras, direitos e deveres; Existe uma distinção entre os grupos privilegiados (clero, nobreza) e o povo que não tinham privilégios. As ordens distinguem-se pelo traje e pela forma de tratamento.
  • 119. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 119 Quais são as ordens existentes? A sociedade divide-se em três ordens ou estados: Clero ou Primeiro Estado; Nobreza ou Segundo Estado; E o Terceiro Estado ou o Povo. Esta organização social é herdada da Idade Média, no entanto ao longo dos séculos estas ordens foram-se fracionando em diversos grupos diferentes, cada um com o seu próprio estatuto.
  • 120. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 120 O clero ou o primeiro estado É o estado mais digno porque é aquele que está mais próximo de Deus; Privilégios: Isento de impostos; Isento de prestar serviço militar; Lei privada, “foro eclesiástico”, os seus membros regem-se por leis inscritas no Direito Canónico, são julgados em tribunais próprios; Privilégio de conceder asilo aos fugitivos; Não são obrigados a alojar os soldados do rei.
  • 121. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 121 O clero é uma ordem rica: Grandes proprietários; Recebem um imposto a dizima (décima de Deus); Recebem muitas outras doações, prendas e heranças. É o único estado a que não se acede por nascimentos mas por tonsura; Fazem parte do clero membros de todos os grupos sociais mas ocupam cargos distintos;
  • 122. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 122 O Alto Clero (cardeais, arcebispos, bispos e abades dos mosteiros) é fundamentalmente constituído pelos filhos segundos da nobreza; Vivem luxuosamente; Desempenham cargos na Corte e na administração central; Muitos são professores nas Universidades; O Baixo Clero (padres das paróquias) é, na maior parte dos casos, constituído por pessoas oriundas do povo; São pouco instruídos, salvo raras exceções; Clero Regular (monges que vivem em conventos) vai perdendo, pouco a pouco, a importância económica que tivera na Idade Média, no entanto o seu número vai aumentando.
  • 123. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 123 Nobreza ou segundo estado A nobreza beneficiava dos cargos mais importantes quer na administração central quer no exército; Os seus membros ocupam os cargos mais importantes da Igreja; Tem um regime jurídico (leis) próprio; São grandes proprietários fundiários; Estão isentos de impostos; Cobram rendas e direitos senhoriais como a corveia aos camponeses; Têm direito ao porte de espada;
  • 124. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 124 A nobreza também apresenta estatutos diferentes: A nobreza de sangue ou nobreza de espada, são as velhas famílias, constituem o topo deste grupo social (príncipes, duques, condes, marqueses), vivem na Corte e convivem com o monarca, ocupam os cargos principais; Por outro lado existe pequena nobreza rural, por vezes com dificuldades para conseguir os rendimentos necessários para manter uma vida condizente com a sua posição; Nesta época surge a nobreza de toga, uma nobreza que tinha origem na burguesia letrada que foi chamada a ocupar cargos administrativos no governo central e foram agraciados pelo rei com um título nobiliárquico.
  • 125. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 125 O Povo ou Terceiro Estado É a ordem mais heterogénea, desde burgueses ricos e letrados que algumas vezes forma promovidos pelo rei à nobreza até pessoas que viviam numa misérias extrema; No topo deste grupo estão os homens de letras (professores das universidades, cargos administrativos, etc.) e a burguesia comercial e financeira; Depois surgem alguns ofícios considerados superiores como de joalheiro, boticário, etc.; São os burgueses, a elite do Terceiro Estado;
  • 126. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 126 Depois surgem os lavradores que possuem terras próprias; A seguir aparecem aqueles que desempenham “ofícios mecânicos”, os artesãos; Depois todos os assalariados, aqueles que trabalham por um salário; Por fim surgem aqueles que não trabalham os mendigos, vagabundos e indigentes; Todos os membros do Terceiro Estado, ricos ou pobres, pagam impostos; Os camponeses representam 80%, ou mais, da população;
  • 127. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 127 A diversidade de comportamentos e de valores. A mobilidade social Cada grupo social tinha os seus comportamentos e vestuários próprios; A Igreja continuava a afirmar que a cada ordem correspondia uma tarefa social (clero-rezar; nobreza-combater; povo-trabalhar), e por isso validava a desigualdade entre pessoas e a existência de ordens privilegiadas e outras não; Cada um vestia-se conforme o seu estatuto: a nobreza usava espada e roupas feitas de tecidos caros; O clero era identificado pela tonsura (o alto da cabeça rapado); Em locais públicos os não privilegiados tinham de se afastar e dar passagem aos privilegiados;
  • 128. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 128 Os membros do povo só se podiam falar com os privilegiados se expressamente autorizados para tal; Aos privilegiados não eram aplicadas castigos corporais (chicoteamento) considerados vis; Se condenados à morte, as pessoas do povo eram enforcados a nobreza decapitada;
  • 129. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 129 A mobilidade social era muito difícil devido ao facto do nascimento marcar o grupo social de cada um; Só o rei podia decidir a mudança de estatuto de alguém; Geralmente, e esporadicamente, o monarca recompensava um membro do Terceiro Estado por serviços prestados, concedendo-lhe um título nobiliárquico; Outra forma que a burguesia encontrou de subir na sociedade foi através do casamento, muitos nobres arruinados casavam com burgueses endinheirados para recuperar as suas finanças; Por outro lado a cada vez maior complexidade de governar um país levava a que muitos burgueses (letrados) ocupassem cargos importantes no Estado;
  • 130. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 130 Esta ascensão social foi lenta, com avanços e recuos; A nobreza permaneceu agarrada aos seus privilégios que lentamente foi perdendo; A burguesia foi ascendendo fruto do seu progressivo enriquecimento através das atividades comerciais e financeiras; Na Inglaterra e Holanda a ascensão da burguesia foi mais rápida enquanto noutros países como a França, Portugal ou Espanha a sociedade de ordens manteve-se durante mais tempo.
  • 131. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 131 2.1.2 O absolutismo régio No século XVII e XVIII as monarquias absolutas atingiram a sua plenitude; Uma definição de monarquia absoluta? As monarquias absolutas concentram no rei todo o poder do Estado (executivo, legislativo e judicial), tal é legitimado por ser essa a vontade de Deus; Não existem quaisquer impedimentos à governação do monarca com exceção das leis de Deus;
  • 132. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 132 O clérigo francês Bossuet foi um dos principais teorizadores do absolutismo, segundo ele as principais características do poder absoluto são as seguintes: É sagrado, provém de Deus que conferiu aos monarcas o poder para estes governarem em seu nome, nesse sentido o seu poder é incontestável mas o rei deve ter a obrigação de governar para o bem da população e da Nação; É paternal, o rei era uma espécie de pai dos seus súbditos e, na governação, deve ter em conta o bem estar do povo;
  • 133. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 133 É absoluto, o rei não tem de prestar contas a ninguém das suas ações, deve assegurar o respeito pelas leis de maneira a criar justiça no seu reino; Está submetido à razão, é esta inteligência que lhe permite governar e fazer o povo feliz. Deve demonstrar certas qualidades como bondade, firmeza, força de carácter, prudência e capacidade de previsão.
  • 134. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 134 O rei concentra todo o poder do Estado, ele governa (poder executivo), julga (poder judicial) e faz as leis (poder legislativo); O rei substitui o Estado, daí a célebre afirmação de Luís XIV, “O Estado sou eu”; Não existe qualquer organismo que controle o seu poder; Em França os Estados Gerais (representações das três ordens, reuniram-se pela última vez em 1614-15, em Portugal as Cortes não reuniram uma única vez durante todo o século XVIII. No entanto nenhum desses organismo foi realmente abolido; O rei era o único garante da ordem social, jura-o na cerimónia da sua coroação; Qualquer tentativa de alterar este estado de coisas é considerado um desrespeito e uma traição.
  • 135. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 135 As cortes régias, durante o absolutismo adquirem uma grande importância; Tornam-se um espelho do poder; Versalhes
  • 136. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 136 O rei francês, Luís XIV, o Rei-Sol, o exemplo do monarca absoluto, funda Versalhes;
  • 137. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 137 O palácio foi construído para albergar a corte, nele viviam os principais funcionários e conselheiros régios bem como a nobreza que procurava os favores do monarca; Vivia-se num clima de luxo e festa permanente, a nobreza arruinava- se para manter o seu nível de vida e passava a depender da distribuição de dinheiro por parte do rei; Na corte existiam uma hierarquia, normas e uma etiqueta extremamente rígidas; Esta sociedade de corte servia de modelo a toda a realeza europeia; Os monarcas favoreciam a sua existência pois era uma forma de controlarem a principal nobreza do seu país.
  • 138. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 138 O quotidiano em Versalhes era uma encenação do poder e da grandeza do rei; O luxo do palácio e jardins, os bailes, banquetes, o complicado cerimonial, mesmo dos atos mais simples, tudo era pensado para teatralizar o poder do monarca, para o seu endeusamento; Todos estavam dependentes de um sorriso ou de um cumprimento real.
  • 139. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 139 2.1.3 Sociedade e poder em Portugal A sociedade portuguesa apresenta as características do Antigo Regime com as suas especificidades; Após a Restauração de 1640, Portugal torna-se novamente independente, após 60 anos de domínio filipino (Castela); A nobreza portuguesa revoltou-se e restaurou a monarquia na pessoa do Duque de Bragança; Seguiu-se um período conturbado, com uma guerra com Castela e com a deposição do rei Afonso VI; A nobreza portuguesa, nos finais do século XVII, detinha o poder;
  • 140. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 140 O Império ultramarino português nunca esteve baseado na existência de uma burguesia mercantil; Os cargos desse império foram preenchidos pela nobreza; O rei usou esses cargos para recompensar a nobreza portuguesa; Os nobres , na maior parte dos casos, viam esses cargos como se de um feudo se tratasse, e por isso tratavam de enriquecer às custas dos interesses do reino; Apesar das muitas críticas, a nobreza manteve até meados do século XVIII, praticamente em regime de exclusividade, o acesso a esses cargos no ultramar;
  • 141. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 141 Em Portugal, a nobreza fundiária, para além dos rendimentos da terra, tem acesso a outros rendimentos proporcionados pelos cargos e pela prática do comércio; É uma nobreza mercantilizada, no entanto, ao contrário da burguesia, aplicava os seus lucros na compra de mais terras ou, ainda mais frequentemente, gastava os seus lucros na ostentação e luxo; A nobreza portuguesa nunca revelou uma mentalidade capitalista na exploração do comércio colonial; Fruto desse domínio da nobreza a burguesia portuguesa teve muitas dificuldades para se afirmar
  • 142. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 142 A criação do aparelho burocrático do Estado absoluto português Após a Restauração da independência de 1640, os monarcas portugueses reorganizaram a burocracia do Estado adaptado às necessidades da centralização do poder; D. João IV criou a base da administração central, as secretarias, bem como outros órgãos administrativos (Conselhos, Mesas e Juntas); O rei delegava nestes órgãos funções governativas; Ao longo dos séculos XVII e XVIII a administração foi-se aperfeiçoando; As Cortes, reúnem-se raramente (pela última vez em 1697) e perdem importância;
  • 143. Monarquia Portuguesa Séculos XVII e XVIII Reis Reinados Regências D. João IV 1640-1656 D. Luísa de Gusmão (1656-1662) D. Afonso VI 1656-1683 D. Pedro II 1683-1706 D. João V 1706-1750 D. José 1750-1777 D. Maria I 1777-1816 D. João (1792-1816) Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos
  • 144. A administração central no século XVIII Conselho Ultramarino Junta dos Três Estados Conselho de GuerraConselho da Fazenda Relação da Casa do Porto Mesa da Consciência e Ordens Tribunal do Santo Ofício Casa da Suplicação Mesa do Desembargo Do Paço ImpérioGuerraFinançasJustiça Estrangeiro e Guerra Marinha e Ultramar Negócios do Reino Secretarias de Estado Conselho de Estado Rei Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos SANCHES, Mário, História A, Edições ASA, 2006
  • 145. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 145 O absolutismo joanino Foi D. João V, admirador de Luís XIV, que em Portugal melhor encarnou o ideal absolutista; Procedeu a uma reforma administrativa no sentido de melhor controlar o governo do país; No entanto a burocracia continuava pesada e lenta; D. João V não reuniu as Cortes no seu reinado; Copiando Luís XIV, afirmou-se através do luxo, da etiqueta, da teatralização do poder, ou seja através da criação de uma sociedade de corte;
  • 146. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 146 O rei é o centro do poder; Foi favorecido pela descoberta de ouro no Brasil que vai tornar possível a ostentação do rei que sobretudo se evidenciaram nas cerimónias públicas e nas embaixadas enviadas ao estrangeiro; Pratica o mecenato das artes e das letras (Fundou a Real Academia de História, apoiou a Biblioteca da Universidade de Coimbra); Inicia uma política de grandes construções (Construção do Palácio- Convento de Mafra, remodelação do Paço da Ribeira. Aqueduto das Águas Livres, etc.); Perante os vários conflitos que nessa época se desenrolaram promoveu a neutralidade do país; Recebeu do Papa o título de Fidelíssimo e o arcebispo de Lisboa foi elevado à categoria de Cardeal-patriarca;
  • 147. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 147 Atraiu para a corte portuguesa artistas portugueses e estrangeiros que irão contribuir para o desenvolvimento do Barroco português, sobretudo os italianos. Palácio-Convento de Mafra
  • 148. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 148 2.2 A Europa dos Parlamentos: sociedade e poder político
  • 149. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 149 Em 1568, os Países Baixos do Norte (atual Holanda) revoltaram-se contra o domínio Espanhol, os Países Baixos do Sul (atual Bélgica) mantiveram-se sob a égide castelhana; A declaração de independência originou uma guerra com Espanha; As Províncias Unidas formaram uma república formada por 7 províncias sobre a hegemonia da Holanda; Esta república, de maioria calvinista, demonstrou grande tolerância religiosa e respeito pela liberdade individual e de pensamento que criava um grande contraste com a maioria dos países europeus que eram governados por governos absolutos; Formaram uma República Federal (Federação de Estados), cada província tinha alguma autonomia em relação ao governo central, cada província tem o seu próprio governo.
  • 150. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 150 Stadhouder Geral Funções militares Grande Pensionário Funções executivas e políticas Estados Gerais da República (Parlamento) Elegem o Stadhouder e o Grande Pensionário Conduzem a política externa Dirigem os principais assuntos da República Escolhem o Conselho de Estado As diversas cidades têm as suas formas de governo Conselhos das cidades Organização política da República das Províncias Unidas Estados Provinciais (Parlamentos Provinciais) Designam o Stadhouder e o Pensionário da Província Aprovam os impostos Elegem os Delegados da Província aos Estados Gerais Conselho de Estado Comando do Exército Controlo das Finanças SANCHES, Mário, História A, Edições ASA, 2006, (adaptado) Stadhouder da Província Funções militares Pensionário da Província Funções executivas RepúblicaProvíncias
  • 151. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 151 A República das Províncias Unidas era uma federação de estados com uma estrutura bastante descentralizada; Os cargos políticos eram disputados pela nobreza e pela burguesia; Os nobres desempenhavam, na maioria dos casos, as funções militares, como o cargo de Stadhouder-Geral; As famílias burguesas (com origem na burguesia comercial e financeira) dominavam os cargos políticos das províncias e da República; Forma-se uma elite burguesa que assume o controlo político das Províncias Unidas; Muitos deles abandonam os negócios e dedicam-se em exclusivo à política;
  • 152. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 152 A província da Holanda, a maior e mais rica, domina e cabe-lhe nomear o Grande Pensionário (espécie de primeiro-ministro); No entanto coexistiram sempre duas tendências: Uma, mais liberal e republicana, apoiada pela burguesia, nomeadamente os Grandes Pensionários Jan de Oldenbarnevelt (entre 1586-1619) e Jan de Witt (entre 1653-1672); Outra, apoiada pela nobreza (orangistas), pró-monárquica e centralista; A família de Orange (atuais monarcas) lideraram a revolta contra Espanha; Qualquer que fosse o poder, a burguesia das Províncias Unidas manteve-se sempre ativa e próspera;
  • 153. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 153 Contrastando com o resto da Europa, as Províncias Unidas criaram um modelo descentralizado de governo, dominado, no essencial, pela burguesia; Os interesses do estado eram os interesses do comércio; As Províncias Unidas vão-se tornar uma grande potência marítima e colonial; Luís XIV, chamava-lhes de forma depreciativa “República de mercadores”.
  • 154. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 154 Grotius e a legitimação do domínio dos mares Tratado de Tordesilhas, o que foi?
  • 155. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 155 Através do Tratado de Tordesilhas (1494), Portugal e Espanha, tinham dividido o Mundo em duas partes, fechando o mar a outros que pretendessem neles navegar, mare clausum; Nos finais do século XVI, vários países, sobretudo os holandeses, procuravam ter acesso a esse mares e contestavam esta divisão dos mares entre os reinos ibéricos; As pretensões ibéricas baseavam-se na primazia da descoberta; Estes direitos à muito que vinham a ser contestados por vários países e pela atividade de corsários;
  • 156. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 156 Em 1608, o jurista holandês, Hugo Grotius, publicou o livro “A liberdade dos mares”, onde defendia a liberdade de navegar nos mares (mare liberum); Grotius rejeitou o direito de Portugal e Espanha terem o exclusivo de navegação nos oceanos e defendeu que os mares eram propriedade da Humanidade; Segundo Grotius a liberdade de navegar fazia parte dos princípios universais do direito natural; Em 1625, Frei Serafim de Freitas publicou o livro “Do justo império asiático dos portugueses”, como resposta à tese de Grotius, defendendo a primazia da descoberta e da ocupação
  • 157. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 157 As teses de Grotius foram discutidas durante mais de um século e constituíram as bases do Direito Internacional; Com o desenvolvimento do seu poderio comercial, os Holandeses, nem sempre defenderam e puseram em prática as ideias de liberdade dos mares, e muitas vezes defenderam os seus interesses económicos pela força das armas; A polémica iniciada por Grotius ficou como símbolo da decadência dos impérios ibéricos, ultrapassados por um pequeno país em que a burguesia dominava o Estado.
  • 158. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 158 A recusa do absolutismo na sociedade inglesa Desde a assinatura da Magna Carta (1215) o rei inglês viu os seus poderes limitados, este documento, entre outras determinações, proibia o monarca de lançar impostos ou novas leis sem o consentimento do Parlamento; Durante o século XVI, decorreram algumas experiências absolutistas com os reinados de Henrique VIII (1509-1547) e Isabel I (1558-1603); Tirando estas duas experiências o sistema político inglês só funcionou bem quando existia acordo entre o rei e a maioria parlamentar;
  • 159. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 159 O que é um Parlamento? É uma assembleia política que na maior parte dos casos tem uma função legislativa. Pode ter outra designação como assembleia, cortes ou congresso. O Parlamento inglês data da assinatura da Magna Carta em 1215; Ainda hoje está divido em duas Câmaras, a Câmara dos Comuns eleita por sufrágio, nos séculos XVII e XVIII era um sufrágio censitário e a Câmara dos Lordes (nobres), nomeados pelo rei. Sufrágio censitário - O parlamento português é a Assembleia da República é a concessão do direito do voto apenas àqueles cidadãos que atendem certos critérios normalmente de ordem económica
  • 160. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 160 Quando no século XVII o absolutismo se impôs na Europa, os reis ingleses, Jaime I (1603-1625), Carlos I (1625-1649) e Jaime II (1685- 1688), tentaram governar de forma absoluta o que desencadeou a violência na sociedade; Às questões políticas juntam-se as de ordem religiosa, pois os ingleses estavam divididos entre protestantes que apoiavam o Parlamento e os Católicos que apoiavam o rei;
  • 161. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 161 As diferenças entre o Rei e o Parlamento agudizaram-se no reinado de Carlos I, face às ilegalidades cometidas pelo soberano e perante a reação do Parlamento inglês; Em 1628, Carlos I, é obrigado a assinar a Petição dos Direitos em que se comprometia a respeitar as leis, e impede-o de proceder a prisões arbitrárias bem como lançar impostos sem o consentimento do Parlamento;
  • 162. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 162 Carlos I, dissolve o Parlamento e começa a governar de modo absoluto; Em 1642 eclode uma guerra civil entre os apoiantes do parlamento e os do rei; Nesta guerra, lutando pelas forças parlamentaristas, distinguiu-se Oliver Cromwell; A guerra termina em 1649 com a execução do rei; É abolida a monarquia e instaurada a república governada pelo Parlamento, a Commonwealth and Free State;
  • 163. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 163 As lutas e divisões no Parlamento levaram Cromwell a instaurar um governo ditatorial a partir de 1653; Encerra o Parlamento e, sob o título de Lord Protector, organiza um governo pessoal e repressivo; Cromwell morre em 1658 e a monarquia é restaurada, sobe ao trono Carlos II, filho do Carlos I; Retornam as lutas entre o rei e o Parlamento que obrigam o rei a assinar o Bill of Test (excluía os católicos dos cargos políticos) e o Habeas Corpus (garantia a liberdade individual contra o arbítrio do poder);
  • 164. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 164 A Carlos II, sucede-lhe Jaime II, católico pretende restaurar o catolicismo e governar de modo absoluto; Estas atitudes provocaram o desagrado de muitos ingleses que convidaram o Sadthouder da Holanda, Guilherme de Orange que era casado com Maria, a filha mais velha do rei e era protestante e adepto do parlamentarismo; Em 1688, desembarcou em Inglaterra à frente de um exército e Jaime II, sem apoiantes, abandonou o país;
  • 165. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 165 Esta revolução, a Glorius Revolution, contribui para a consolidação do regime parlamentar; Guilherme de Orange, em 1689, assinou a Petição dos Direitos que confirma a monarquia controlada pelo Parlamento, reafirma os princípios das liberdades individuais, reconhece a liberdade de culto para os protestantes, impede o rei de lançar impostos sem o acordo do parlamento e reconhece a independência do poder judicial;
  • 166. Módulo 4, Unidade 2, Vítor Santos 166 Em 1695 é abolida a censura e é estabelecido o direito de livre reunião; O poder do rei era controlado pelos seus súbditos representados no Parlamento, este passa a ter as funções legislativas do Estado, ficando o monarca com as funções executivas.
  • 167. 167Esquema in “Preparação para o Exame Nacional, História A 11, Porto Editora
  • 168. História A - Módulo 4 A Europa nos séculos XVII e XVIII – sociedade, poder e dinâmicas coloniais Unidade 3 Triunfo dos estados e das dinâmicas económicas nos séculos XVII e XVIII http://divulgacaohistoria.wordpress.com/
  • 169. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 169
  • 170. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 170 Durante os séculos XVII e XVIII, um grupo restrito de países europeus, detinham a quase totalidade das colónias ultramarinas e dominavam o comércio intercontinental que gerava lucros fabulosos; Surge a época do capitalismo comercial, criam-se grandes companhias comerciais, investe-se no comércio e surgem novos mecanismos financeiros; Uma definição de capitalismo comercial? Capitalismo comercial é o sistema económico que vigorou entre os séculos XVI a XVIII, caracteriza-se pelo papel determinante do comércio no desenvolvimento económico. Assiste-se ao desenvolvimento da burguesia comercial e financeira. A procura do lucro é uma das ideias determinantes deste sistema.
  • 171. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 171 Esta dinâmica económica provocou a colonização do continente americano onde se desenvolvem grandes plantações de açúcar, café, tabaco e algodão. Propagam-se as explorações onde se cria gado e surgem grandes minas, sobretudo de ouro e prata; Todos estes produtos são enviados para os mercados europeus, em contrapartida recebem produtos industriais e agrícolas e sobretudo a mão de obra escrava, oriunda de África, necessária para o desenvolvimento das novas explorações;
  • 172. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 172 Existem duas rotas fundamentais no comércio internacional: A rota do Cabo, que se dirigia para a Ásia; E a rota atlântica, ou comércio triangular (Europa-África-América- Europa); A grande base deste comércio era o tráfico negreiro.
  • 173. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 173 Definição de comércio triangular Comércio realizado entre a Europa  África (escravos)  América  (açúcar, tabaco, café, ouro, etc.) Europa; Este comércio gerava lucros fabulosos e desenvolveu-se ao longo dos séculos XVII e XVIII, tinha por base as grandes necessidades de mão de obra das explorações americanas agrícolas e mineiras. Definição de tráfico negreiro Comércio de escravos que levou milhões de africanos para a América, entre 1710 e 1810, foram transportados 6 milhões de pessoas. Entre os séculos XVI a XVIII foram levados para a América mais de 10 milhões de africanos.
  • 174. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 174 O reforço das economias nacionais: o mercantilismo Mercantilismo A riqueza do estado depende dos metais preciosos entesourados Aumento das exportações Apoio do Estado Redução das importações Criação e desenvolvimento de manufaturas Balança comercial favorável Taxas alfandegárias e proibição de importações Contratação de técnicos SANCHES, Mário, História A, Edições ASA, 2006, (adaptado)
  • 175. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 175 Balança comercial, o que é? É a relação entre o volume (em dinheiro) das importações e as exportações. Se o volume das exportações é maior a balança é positiva. Se o volume das importações é maior a balança é negativa.
  • 176. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 176 O que é o Mercantilismo? É uma teoria económica enunciada nos séculos XVI a XVIII, que defende a ideia que a principal riqueza de um Estado é a quantidade de metais preciosos acumulados, isso era conseguido através de uma balança comercial favorável, isto é, o valor das exportações tem de ultrapassar o valor das importações. Para isso o governo deve proteger as manufaturas nacionais, criando incentivos e dando-lhes o monopólio de determinados produtos, bem como contratando técnicos estrangeiros para desenvolver a indústria. Por outro lado as importações devem ser desincentivadas aumentando as taxas alfandegárias ou proibindo determinados produtos estrangeiros. Muitos países europeus, nos séculos XVII e XVIII, implementaram políticas mercantilistas embora com objetivos e medidas diferentes.
  • 177. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 177
  • 178. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 178 Protecionismo, o que é? Política económica que procura impedir a livre iniciativa e a livre circulação de produtos. São criados impostos alfandegários sobre os produtos estrangeiros ou criam-se leis que impedem a sua importação. Para desenvolver a produção interna o Estado cria leis favoráveis, subsídios e cria monopólios.
  • 179. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 179 Para desenvolver estas políticas mercantilistas os governos deviam exercer um apertado controlo sobre todas as atividades económicas; Deviam fomentar a produção industrial interna; Criar companhias monopolistas; Aumentar as taxas alfandegárias; Obrigar as suas colónias a um comércio exclusivo com a metrópole, com o objetivo de criar uma mercado para escoar os produtos e um local onde conseguir as matérias-primas;
  • 180. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 180
  • 181. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 181 O mercantilismo em França O mercantilismo foi introduzido em França por Colbert (1619-1683), ministro de Luís XIV; O colbertismo consistiu numa política fortemente protecionista das manufaturas francesas; Colbert introduziu novas indústrias recorrendo à importação de técnicos estrangeiros; Desenvolveu a criação de grandes manufaturas, desenvolvendo uma política de subsídios, monopólios e outros incentivos;
  • 182. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 182 Colbert criou as manufaturas reais que se dedicavam sobretudo à produção de produtos de luxo destinados a fornecer a corte de Versalhes; Toda a atividade manufatureira era regulamentada: qualidade, horas de trabalho, preços, etc.; Colbert investiu no incremento da marinha mercante para desenvolver o comércio e da marinha de guerra; Criou companhias monopolistas para as quais criou o exclusivo de comércio com determinadas zonas;
  • 183. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 183 O colbertismo foi fortemente dirigista e estatal e fracassou na tentativa de criar uma balança comercial positiva pois esqueceu a agricultura, não criou condições para o desenvolvimento de um mercado interno, dificultou em demasia a iniciativa privada e incrementou os gastos com a corte, a defesa e os apoios à indústria; Colbert foi objeto de contestação em França, mas as suas ideias foram o modelo mercantilista mais adotado pelos países europeus.
  • 184. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 184 O sistema mercantil em Inglaterra O mercantilismo inglês foi mais flexível, conseguiu adaptar-se às novas circunstâncias e por isso mesmo conseguiu um elevado grau de eficácia; O mercantilismo inglês procurou, em especial, desenvolver a marinha e o setor comercial; O poder comercial holandês motivou a tomada de medidas protecionistas;
  • 185. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 185 Entre 1651 e 1663, foram promulgadas uma séria de leis, os Atos de Navegação; O objetivo fundamental destas leis era banir os Holandeses das áreas do comércio inglês; Determinavam que todas as mercadorias que entrassem em Inglaterra seriam obrigatoriamente transportadas em barcos ingleses ou do país de origem dessas mercadorias; A Inglaterra ficou com o exclusivo do transporte dos produtos coloniais; Estas medidas afetaram os holandeses;
  • 186. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 186 A marinha inglesa começou a desenvolver-se fortemente; Iniciaram uma política de expansão colonial, sobretudo na América do Norte; Criaram grandes companhias de comércio, a mais importante foi a Companhia da Índias Orientais, uma sociedade por ações que detinha os direitos exclusivos sobre todo o comércio oriental; Protegeram a indústria das lãs, proibindo a exportação de matéria- prima inglesa e aumentaram as taxas alfandegárias sobre os produtos estrangeiros; Protegeram a agricultura criando taxas alfandegárias para os cereais estrangeiros; Estas políticas criaram as condições para a Inglaterra se tornar a principal potência marítima na segunda metade do século XVII.
  • 187. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 187 O equilíbrio europeu e a disputa das áreas coloniais Durante o Antigo Regime o equilíbrio entre os diversos estados europeus foi afetado por diversos conflitos e guerras provocados por questões religiosas (Guerra dos Trinta anos), sucessões dinásticas (Guerra da Restauração, entre Portugal e Espanha) ou disputas territoriais ou económicas, como a guerra entre a Holanda e a Espanha; O equilíbrio europeu foi muito frágil e sucederam-se numerosos conflitos; A partir da segunda metade do século XVII, os motivos económicos foram o principal motor desses conflitos;
  • 188. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 188 Até à segunda metade do século XVII, os Holandeses dominaram o comércio internacional; Especializaram-se no transporte de produtos a baixo custo; Criaram empresas que funcionavam por ações, Desenvolveram técnicas comerciais inovadoras como a divulgação das letras de câmbio, criação do Banco de Amesterdão e da Bolsa de Valores; O Banco de Amesterdão funcionava como se um banco nacional se tratasse; A Bolsa de Valores era o local onde se transacionavam as ações; Em 1650, Amesterdão era o principal centro de comércio europeu;
  • 189. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 189 O comércio, sobretudo o comércio intercontinental, era o grande motor das economias; Dominar os mercados foi uma das prioridades dos principais países europeus; Em 1648, o Tratado de Vestefália, parecia ter conseguido encontrar um equilíbrio europeu; Mas as políticas mercantilistas acirraram, de novo, as rivalidades; A generalização de medidas protecionistas levou ao aparecimento de muitos entraves à circulação de mercadorias; Os países procuram nos mercados coloniais um lugar onde vender os seus produtos;
  • 190. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 190 As colónias tornar-se-ão num motivo de rivalidades entre os principais estados europeus; As colónias eram um mercado para a metrópole escoar os seus excedentes de produção bem como forneciam matérias-primas; A maior parte da colónias estava sujeita ao exclusivo colonial; Estavam obrigados a vender os seus produtos à metrópole que tabelava os preços, com óbvios lucros para os comerciantes das metrópoles;
  • 191. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 191 A publicação dos Atos de navegação pelos ingleses originou várias guerras com os holandeses entre 1652 e 1674; Estas guerras terminaram com a vitória inglesa; A Holanda teve de ceder à Inglaterra as suas colónias americanas e parte das colónias asiáticas e marca o fim do domínio holandês; O próprio Stadhouder, Guilherme de Orange, tornou-se rei da Inglaterra, abandonando a Holanda;
  • 192. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 192 A política mercantilista de Colbert levou à criação do Império colonial francês que originou os conflitos com Inglaterra; Entre 1702 e 1763, desencadearam-se dois conflitos que envolveram os dois países: A Guerra a Sucessão Espanhola (1702-1713) e a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), como consequência a França teve de ceder à Inglaterra numerosas colónias, nomeadamente o Canadá e outras possessões americanas, colónias nas Índias, etc.; Depois de um século de conflitos emerge a Inglaterra como a grande potência marítima e colonial; A sua hegemonia durará até aos princípios do século XX.
  • 193. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 193
  • 194. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 194 A hegemonia económica britânica O sucesso inglês nas diversas guerras travadas nos séculos XVII e XVIII que lhe permitiu o domínio dos mares em consonância com as inovações tecnológicas que se deram na agricultura, comércio e sobretudo indústria, criaram as condições para a hegemonia britânica no século XVIII e seguintes, até ao início do século XX; No início do século XVIII, cerca de 80%, da população vivia da agricultura, que em virtude disso era o setor principal da economia; O mercantilismo esqueceu-se da agricultura preocupado com o desenvolvimento da indústria;
  • 195. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 195 No século XVIII, surgiu uma nova teoria económica, o Fisiocratismo, que dava importância à agricultura, era a base económica de uma país; Em Inglaterra surge um clima de acalmia política após 1688 e o regime parlamentar consolida-se; Um grupo de grandes proprietários agrícolas (landlords), inicia um processo de transformações agrícolas profundo, dão início a uma revolução agrícola; O principal problema a resolver era o do esgotamento dos solos que obrigava a deixar de pousio cerca de um terço da terra cultivável;
  • 196. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 196 Desenvolveu-se um novo sistema de rotações de culturas que alternava as culturas de cereais com as leguminosas (feijão, nabo) e as de plantas forrageiras (trevo, luzerna, que eram alimento de gado) que tornam possível a renovação do solo; Esta técnica não só melhorava a percentagem de terra cultivada como criava uma articulação perfeita entre a agricultura e a criação de gado; O aumento da criação de gado permitiu uma melhor adubação das terras (mais estrume);
  • 197. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 197 Aumentam as propriedades vedadas (enclosures) que se opõem à tradição do campo aberto (open field), este processo é liderado pelos grandes proprietários que muitas vezes anexaram propriedades comunais e mesmo de pequenos agricultores; Entre 1730 e 1820 o parlamento autorizou mais de 5000 processos de enclosures; Os pequenos agricultores incapazes de acompanhar este movimento venderam os seus campos e foram procurar trabalho na cidade, serão a mão de obra necessária para o desenvolvimento industrial;
  • 198. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 198 A vedação dos campos foi um elemento importante da revolução agrícola; Surgem os primeiros projetos de mecanização da agricultura, selecionam-se sementes, melhoram-se raças de animais, a atividade agrícola torna-se produtiva e lucrativa; A Inglaterra torna-se a vanguarda da agricultura europeia; O aumento de produtividade agrícola permitiu aumentar os recursos alimentares disponíveis que irá impulsionar um grande crescimento demográfico
  • 199. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 199 O crescimento demográfico, consequência do desenvolvimento económico, deriva do aumento de casamentos e números de nascimento e recuo da mortalidade; O crescimento da população gera um mercado maior que vai estimular o aumento da produção; Crescimento económico e crescimento demográfico estão interligados e influenciam-se mutuamente; Nesta época houve uma grande emigração para os centros urbanos;
  • 200. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 200 Entre 1750 e 1850, o número de habitantes das cidades inglesas triplicou; Londres torna-se na maior cidade da Europa, no final do século XVIII atinge o milhão de habitantes, por comparação, Paris, a segunda maior cidade tem meio milhão de habitantes. Em Londres vive um décimo da população inglesa e um terço do poder de compra;
  • 201. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 201 O mercado interno inglês continua a expandir-se em todo o século XVIII; Existe um número crescente de consumidores e não existem alfandegas internas que eram comuns em muitos países europeus; Surge um mercado nacional unificado onde os produtos e a mão de obra circulam livremente; A Inglaterra iniciou o melhoramento dos transportes criando uma ampla rede de canais e desenvolveram as estradas; Este desenvolvimento das vias de comunicação favoreceu a criação de um mercado nacional bem como proporcionou a ligação entre o interior e os portos do litoral favorecendo a ligação entre o mercado nacional e o mercado colonial inglês.
  • 202. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 202 Os produtos ingleses, apesar das medidas protecionista, ganhavam mercado no continente europeu pela qualidade e baixo preço; Os grandes lucros do comércio inglês residiam no comércio ultramarino; Mais de metade da frota britânica negociava com a América, sobretudo através do comércio triangular; Os barcos saiam de Inglaterra carregados com armas de fogo, panos grosseiros, rum e quinquilharia, dirigiam-se a África onde se abasteciam de escravos que vendiam na América, aí carregavam os barcos com açúcar, café, algodão, tabaco e outros produtos tropicais e vendiam-nos nas Europa;
  • 203. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 203 No Oriente o comércio inglês era executado pela Companhia das Índias Orientais (East India Company); Dominavam o comércio das especiarias, chã, sedas, porcelanas e os panos de algodão indianos;
  • 204. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 204 Os ingleses controlavam a produção de açúcar, especiarias, seda e algodão na Índia; Para além de dominarem o comércio entre a Ásia e a Europa dominaram o comércio local, sobretudo na Índia; Comerciaram com a China, dominavam o porto de Cantão que era o único local aberto pelos chineses aos europeus;
  • 205. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 205 A Inglaterra dispunha de um sistema financeiro avançado que facilitava o desenvolvimento económico; Londres, tinha desde os finais do século XVI, uma Bolsa de Comércio; Criada como instituição privada, foi reconhecida pelo Estado que lhe reconheceu a condição de Royal Exchange; Iria dar origem à Bolsa de Valores; Em 1691 apareceram os primeiros títulos (ações) de indústrias; O Banco de Inglaterra (1694)que, para além dos negócios realizados pelos outros bancos, emitia papel-moeda; As notas emitidas ultrapassaram a quantidade de ouro disponível pelo banco, criando as condições para financiar os negócios;
  • 206. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 206 A atividade bolsista e financeira permitiu canalizar as poupanças particulares para o financiamento de empresas criando condições para o desenvolvimento agrícola, comercial e industrial da Inglaterra; Para além do Banco de Inglaterra surgiram outros mais pequenos, os country banks, que numa escala mais reduzida realizavam o mesmo tipo de operações, salvo a emissão de moeda; A gestão capitalista da agricultura, os lucros comerciais e as estruturas financeiras constituíram a base económica da Revolução Industrial.
  • 207. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 207 A hegemonia económica britânica (conclusão): Mercantilismo flexível; Progressos agrícolas; Progressos nos transportes; Crescimento demográfico e urbanização; Criação de um mercado nacional; Alargamento do mercado externo; Desenvolvimento do sistema financeiro.
  • 208. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 208 O processo de industrialização iniciou-se em Inglaterra, na segunda metade do século XVIII;
  • 209. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 209 A Revolução Industrial foi impulsionada por diversos fatores: O desenvolvimento agrícola; O crescimento demográfico; O desenvolvimento comercial; O alargamento dos mercados internos e externos; Os avanços tecnológicos; A capacidade empreendedora dos ingleses.
  • 210. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 210 No século XVIII iniciaram-se uma série de avanços tecnológicos que vão começar na indústria têxtil que liderou a Revolução Industrial inglesa; O aumento da procura, tanto interna com externa, e a abundância de matérias-primas (colónias) impulsionaram os progressos tecnológicos no setor algodoeiro;
  • 211. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 211 John Kay inventou a lançadeira volante que multiplicava a produtividade por 10, e fez escassear o fio; J. Hargreaves inventou uma nova máquina de fiar (Jenny) em 1765, permitia a uma fiadeira trabalhar com 8 fios ao mesmo tempo, mais tarde passou para 80, o que desequilibrou a produção e forçou a procura de novas lançadeiras que tornassem possível o aumento da produção de tecidos; Estava assim iniciada uma dinâmica de melhoramentos;
  • 212. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 212 Foram realizados novos inventos que permitiram um brutal aumento da produção de tecidos de algodão, de um milhão de libras em 1689 passou-se para cem milhões em 1820, este aumento foi muito acentuado nos finais do século XVIII, onde a produção duplicava a cada dez anos; Foi o arranque industrial, o chamado take off; Surgiram novas empresas produtoras de panos.
  • 213. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 213 O desenvolvimento do setor têxtil foi acompanhado, de perto, pelo da metalurgia que fornecia as máquinas e outros equipamentos; Vários inventos tornaram possível produzir, em grandes quantidades, ferro de boa qualidade e resistente; A ponte de ferro de Coalbrookdale foi inaugurada no século XVIII; A partir de 1830, a indústria metalúrgica tornou-se no principal setor industrial;
  • 214. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 214 James Watt inventou uma nova força motriz, a máquina a vapor em 1765, estava criado o primeiro motor artificial da História; Este invento foi aplicado para mover teares, locomotivas, etc.; Em meados do século XIX, as máquinas a vapor efetuavam um volume de trabalho que teria exigido cerca de 40 milhões de homens; A maquinofatura substituiu a manufatura;
  • 215. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 215 A Revolução Industrial vai provocar profundas transformações na sociedade e vida das pessoas: Camponeses migraram para as cidades à procura de trabalho; As cidades cresceram, surgem bairros operários e fábricas; Surge uma classe média; A burguesia industrial domina económica e politicamente, impõe os seus valores, cultura e forma de viver; Os transportes aceleram, encurtam distância e tornam possível a circulação de enormes quantidades de pessoas e mercadorias; As notícias e ideias viajam rapidamente; A Inglaterra foi a nação pioneira da Revolução Industrial e iniciou uma nova época, a do capitalismo industrial.
  • 216. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 216 Portugal – dificuldades e crescimento económico Portugal viveu durante o século XVIII da exportação de produtos coloniais como o açúcar, o tabaco e as especiarias; Em meados do século holandeses, ingleses e franceses começaram a produzir esses produtos e a fazer concorrências aos produtos coloniais portugueses; Fruto dessa concorrências, da aplicação das políticas mercantilistas, desencadeou-se uma grave crise comercial em Portugal;
  • 217. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 217 Entre 1670 e 1692 os produtos portugueses não eram vendidos e acumulavam-se nos armazéns em Lisboa; Fruto da concorrência e da diminuição da procura os preços baixavam constantemente; A perda de receita vai ocasionar um desequilíbrio na nossa balança comercial, passamos a importar muito mais do que exportamos; O país continuava muito dependente das importações de produtos manufaturados;
  • 218. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 218 Duarte Ribeiro de Macedo, embaixador de Portugal em Paris, publica o livro “Discurso sobre a Introdução das Artes no Reyno”, onde defende as políticas de Colbert e a necessidade de as implementar no nosso país; Os ministros de D. Pedro II, o marquês da Fronteira e, sobretudo, o conde da Ericeira procuram desenvolver em Portugal uma política mercantilista e procuraram equilibrar a balança de pagamentos portuguesa;
  • 219. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 219 Principais medidas tomadas pelo Conde de Ericeira: Contratação de artesãos estrangeiros especializados; Criação de indústrias (vidro, ferro e têxteis)às quais concedeu subsídios e outros privilégios; Promulgou as Leis Pragmáticas que proibiam o uso de determinados produtos de luxo importados, para proteger a indústria nacional; Criação de várias companhias monopolistas: Companhia do Cachéu (escravos); Companhia do Maranhão (comércio brasileiro) e outras; Desvalorizou a moeda nacional para tornar os produtos portugueses mais competitivos internacionalmente.
  • 220. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 220 A partir de 1692, a crise comercial parecia estar em vias de ser solucionada, os produtos coloniais aumentaram as suas vendas e os preços subiram, as receitas do Estado subiram; Nessa altura descobre-se ouro no Brasil, fruto da ação dos bandeirantes; Os bandeirantes foram expedições realizadas pelo interior do Brasil quase sempre por iniciativa de particulares; Descobrem grandes jazidas de ouro em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
  • 221. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 221 Esta descoberta vai disponibilizar dinheiro para o país pagar as importações e abandona as políticas mercantilistas; Só na primeira metade do século XVIII, entraram em Portugal mais de 500 toneladas de ouro; Este ouro vai suportar o esplendor da corte de D. João V; Ou seja o ouro é gasto em luxos e para importar produtos manufaturados;
  • 222. Módulo 4, Unidade 3, Vítor Santos 222 Em 1703, Portugal e a Inglaterra, assinam o Tratado de Methuen; Estipula que os tecidos ingleses não pagarão impostos alfandegários, em troca os vinhos portuguese pagariam na entrada em Inglaterra apenas dois terços dos direitos exigidos aos vinhos franceses; Este tratado foi responsabilizado pela destruição da industrialização portuguesa mas na realidade apenas acelerou um processo que já estava a decorrer (abrandamento da industrialização); A Inglaterra apoiou a causa portuguesa na guerra da Restauração e os portugueses pagavam à Inglaterra em benefícios económicos;