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UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO - UNAERP
       CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU
GESTÃO DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E EVENTOS




              VIVIANE DE CARVALHO




QUANDO O VIRTUAL TRANSFORMA-SE EM REAL: AS REDES
 SOCIAIS COMO FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO NAS
                 ORGANIZAÇÕES




                 RIBEIRÃO PRETO
                      2011
VIVIANE DE CARVALHO




QUANDO O VIRTUAL TRANSFORMA-SE EM REAL: AS
    REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTAS DA
     COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES




                     Monografia apresentada à Universidade de
                     Ribeirão Preto – Campus Ribeirão Preto –
                     como parte dos requisitos para a conclusão do
                     curso de pós-graduação Latu Sensu em
                     Gestão da Comunicação Organizacional e
                     Eventos.

                     Orientadora: Profa. Dra. Helena Maria de
                     Andrade Capelini.




              RIBEIRÃO PRETO
                   2011
Ficha catalográfica preparada pelo Centro de
    Processamento Técnico da Biblioteca Central da UNAERP

                     - Universidade de Ribeirão Preto -




        Carvalho, Viviane de, 1983 -
C331q      Quando o virtual transforma-se em real: as redes sociais
        como ferramentas da comunicação nas organizações / Viviane
        de Carvalho. -- Ribeirão Preto, 2011.
           94 f.: il. color.

           Orientadora: Profa. Dra. Helena Maria de Andrade Capelini.

          Monografia (pós - graduação) - Universidade de Ribeirão
        Preto, UNAERP, Gestão de comunicação organizacional e
        eventos. Ribeirão Preto, 2011.

           1. Comunicação. 2. Internet. 3. Redes sociais. 4. Petrobras.
        I. Título.
                                                             CDD: 302.23
VIVIANE DE CARVALHO

   QUANDO O VIRTUAL TRANSFORMA-SE EM REAL: AS REDES
     SOCIAIS COMO FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO NAS
                             ORGANIZAÇÕES




         O presente trabalho foi examinado pela Comissão de Avaliação do
curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão de Comunicação Organizacional
e Eventos, composta pelos seguintes integrantes:




         ______________________________________________
         Profa. Orientadora Dra. Helena Maria de Andrade Capelini.




         _________________________________________________
         Prof.(a) Examinador(a)




         _________________________________________________
         Prof.(a) Examinador(a)




         Nota atribuída: _______________________




         Ribeirão Preto, ______/ ______/ _______
Dedicatória
    Dedico este trabalho aos meus pais, irmão, familiares e amigos, em agradecimento a todo
amor, dedicação, esperas, apoio, pela confiança que sempre depositaram em mim e por darem
                                                         um sentido especial a minha vida!
Agradecimentos
               Primeiramente agradeço a Deus por me proporcionar todas as oportunidades,
                                            experiências, momentos e conquistas que já vivi.
            Agradeço a minha orientadora e professora, Helena Maria de Andrade Capelini,
   pelo apoio, carinho, dedicação e constante incentivo, sempre indicando as direções certas.
             Agradeço também a professora Andressa Sirino, que me ajudou muito no início
                                        do trabalho - quando as definições são mais difíceis.
             Ao responsável pelo planejamento na gerência de Multimeios da Comunicação
  Institucional da Petrobras, Walter Romano, que concedeu a entrevista que tanto colaborou
                                                             para a realização deste trabalho.
  À memória dos meus avós maternos e do meu avô paterno que sempre são lembrados com
                                                                              carinho e amor.
    Ao meu pai Carlos, minha mãe Suzana e irmão Thiago, pelo apoio e amor incondicional
                                                           recebido durante toda minha vida.
             A toda minha família que sempre acreditou em mim e me incentivou. Obrigada
                                                pelo carinho, avó, tios, tias, primos e primas.
A todos os amigos por entenderem a minha ausência em alguns momentos, por me apoiarem,
                                me deixarem participar da vida deles e iluminarem a minha.
                                                                     Muito obrigada a todos!
RESUMO



O desenvolvimento da Internet e as possibilidades criadas pelo avanço tecnológico
propiciaram o surgimento das redes sociais on-line que estão revolucionando a tradicional
comunicação organizacional. Neste trabalho investiga-se como está sendo transformado o
relacionamento entre empresas e seus públicos por meio das interações sociais mediadas pelas
redes on-line. O objetivo é elucidar como os sites de redes sociais estão sendo utilizados pelas
empresas como ferramentas de comunicação organizacional e quais estratégias são aplicadas.
O estudo foi desenvolvido com revisão bibliográfica e análise dos dados colhidos de três
modalidades usadas pela Petrobras em sites de redes sociais: o Blog Fatos e Dados, o Twitter
e a Fan page no Facebook.

Palavras-chave: Internet, Redes Sociais, Comunicação Integrada, Imagem Organizacional,
Petrobras.
ABSTRACT



The development of the Internet and the possibilities created by technological advance made
possible the creation of online social networks that are revolutionizing the traditional
organizational communication. This research investigates how is being transformed the
relationship between companies and their audiences through social interactions mediated by
online social networks. The goal is to elucidate how social networking sites are being used by
companies as tools for organizational communication and what are the strategies applied. The
study was carried out literature review and analysis of data collected from three types of
social networking sites used by Petrobras: Blog, Twitter and Fan page (Facebook).

Keywords: Internet, Social Networking, Integrated Comunication, Organizational Image
Petrobras.
Lista de Ilustrações


Figura 1 - 1º Teorema da Teoria dos grafos (RECUERO, 2009, p.19) ..................................22
Figura 2 - Comunicação Integrada (KUNSCH, 2006, p.178) ................................................45
Figura 3 - Blog Fatos e Dados (PETROBRAS, 2011a) .........................................................59
Figura 4 - Perfil do Twitter @blogpetrobras ..........................................................................67
Figura 5 - Fan Page da Petrobras no Facebook ......................................................................72
Lista de gráficos


Gráfico 1 – Distribuição de posts entre as cinco categorias definidas na análise do Blog ....60
Gráfico 2 – Distribuição de posts entre as quatro categorias definidas na análise do perfil do
Twitter ....................................................................................................................................68
Gráfico 3 - Distribuição de posts entre as seis categorias definidas na análise da Fan Page
.................................................................................................................................................72
SUMÁRIO


INTRODUÇÃO.......................................................................................................................11


CAPÍTULO I – INTERNET E REDES SOCIAIS: FIOS DA TEIA MUNDIAL DE
COMUNICAÇÃO ..................................................................................................................15
1.1 INTERNET: OS FIOS ORIGINAIS DA TEIA .................................................................15
1.2 EVOLUÇÃO DA WEB: AMPLIAÇÃO DOS FIOS DA TEIA ........................................18
1.3 REDES SOCIAIS ..............................................................................................................21
1.3.1 Redes Sociais na Internet ................................................................................................23
1.3.2 Comunidades Virtuais .....................................................................................................24
1.3.3 Sites de Redes Sociais .....................................................................................................25
Blogs ........................................................................................................................................27
Orkut ........................................................................................................................................27
Youtube ....................................................................................................................................28
Twitter ......................................................................................................................................28
Facebook ..................................................................................................................................29
Yahoo Respostas …..................................................................................................................29
Flickr ........................................................................................................................................30
Ning ..........................................................................................................................................30
Sonico .......................................................................................................................................30
Myspace ...................................................................................................................................31
LinkedIn ...................................................................................................................................31


CAPÍTULO II - AS ORGANIZAÇÕES NO CONTEXTO DAS TRANSFORMAÇÕES
TECNOLÓGICAS .................................................................................................................34
2.1 CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO ...................................................................................34
2.2 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ........................................................................36
2.3 MODALIDADES DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ...................................38
2.3.1 Comunicação Administrativa ..........................................................................................39
2.3.2 Comunicação Interna ......................................................................................................39
2.3.3 Comunicação Mercadológica ..........................................................................................40
2.3.4 Comunicação Institucional ..............................................................................................40
Assessoria de Imprensa ............................................................................................................41
Relações Públicas .....................................................................................................................41
Jornalismo Empresarial ............................................................................................................42
Editoração Multimídia .............................................................................................................42
Imagem Corporativa ................................................................................................................42
Identidade Corporativa .............................................................................................................43
Propaganda Institucional ..........................................................................................................43
Marketing Social ......................................................................................................................43
Marketing Cultural ...................................................................................................................44
2.4 COMUNICAÇÃO INTEGRADA .....................................................................................44


3. REDES SOCIAIS NA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ................................49
3.1 INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
...................................................................................................................................................49
3.2 REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO
ORGANIZACIONAL ..............................................................................................................50
3.3 PETROBRAS .....................................................................................................................52
Breve história da empresa ........................................................................................................52
3.4 PETROBRAS E AS REDES SOCIAIS .............................................................................54
3.4.1 A Inserção da Organização nas Redes Sociais ................................................................54
3.4.2 A Comunidade de Internautas e a Petrobras: Aspectos da Navegação Digital Interativa
...................................................................................................................................................57
Análise do Blog Fatos e Dados ................................................................................................58
Análise do Twitter ....................................................................................................................67
Análise da Fan Page no Facebook ...........................................................................................71


CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................78


REFERÊNCIAS .....................................................................................................................80


ANEXOS .................................................................................................................................87
INTRODUÇÃO



                    As possibilidades criadas pelo avanço tecnológico e o aparecimento de
novas mídias estão impulsionando uma revolução na, até então, tradicional comunicação
organizacional. A Internet converteu-se em um dos mais grandiosos sistemas de comunicação
do ambiente pós-moderno, possibilitando novas formas de interação, relacionamentos,
compras, vendas, entre outros. Para pensar a comunicação organizacional na atualidade, é
imprescindível a verificação da evolução tecnológica e suas implicações.
                    A penetrabilidade da Internet na sociedade é rápida e abrangente. A União
                                                   1
Internacional de Telecomunicações (UIT)                revelou que o número estimado de usuários da
internet no mundo chegou a 2,08 bilhões no fim de 2010. Também é perceptível que o volume
de informações online geradas cresce exponencialmente. Segundo uma pesquisa do IDC2, a
quantidade de informação digital gerada por ano é três milhões de vezes maior que as
informações contidas em todos os livros já escritos. Esse impacto pode ser percebido através
dos dados e informações distribuídos diariamente pela mídia e nas alterações de
comportamento dos consumidores e públicos em geral.
                    Um fator preponderante do advento das novas tecnologias digitais é que o
público foi deixando aos poucos a característica de passividade e assumiu uma postura mais
participativa, curiosa e exigente. Segundo Torres (2009), “a atenção do consumidor agora está
centrada nas pessoas, na troca de experiências e em sua rede de relacionamentos. Os
consumidores estão gerando conteúdo, dialogando uns com os outros sobre suas vidas e
experiências, e também sobre as empresas e seus produtos”.
                    Nesse contexto, o surgimento dos sites de redes sociais (como por exemplo,
Orkut, Twitter, Facebook, Blog, Youtube, entre outros) merece destaque, pois são
considerados fenômenos que já se consolidaram no Brasil e no mundo, e possuem grande
público ativo. Essas plataformas de “redes sociais” são espaços virtuais para colocar em
prática a integração dos membros destas redes – que não são tecnológicas, mas sim humanas.
Segundo Ramalho (2010, p.6), “as mídias sociais dizem respeito a pessoas comuns que
passam a ter o poder de divulgar suas idéias coletivamente e influenciar o mundo ao seu


1
   Dado anunciado no dia 26/01/2011 pelo chefe da União Internacional de Telecomunicações (UIT – da
Organização das Nações Unidas, ONU), Hamadun Touré (ACONTECENDOAQUI, 2011).
2
  IDC (International Data Corporation) http://www.emc.com/collateral/analyst-reports/diverse-exploding-digital-
universe.pdf
                                                                                                            11
redor”. Elas estão transformando a sociedade em si, o modo de se fazer a comunicação
organizacional e também a maneira das empresas lidarem com os consumidores.
                 Para as organizações que pretendem se diferenciar no mercado atual tornou-
se fator primordial a adaptação constante ao novo meio, às novas tecnologias, às exigências
dos consumidores conscientes, à forte concorrência e à implantação de uma comunicação
cada vez mais estratégica e integrada.
                 Assim, as organizações percebem, cada vez mais, que devem participar dos
diversos canais online para favorecer a sua reputação, monitorar o que as pessoas comentam
sobre os seus produtos e serviços, estimular as opiniões positivas e neutralizar as negativas,
podendo, assim, atuar mais ativamente no posicionamento de sua imagem perante seus
stakeholders (públicos estratégicos). Para tanto, as empresas têm o desafio de planejar a
comunicação empresarial de forma integral, observando não só a mudança de foco do
consumidor, mas também a pluralidade de papéis que ele exerce neste meio.
                 A nova comunicação empresarial deve abranger as mídias sociais, e todos
os papéis que um indivíduo pode ocupar, seja o de consumidor, o de colaborador, o de
influenciador, entre outros. As organizações devem multiplicar seus canais de divulgação,
oferecendo conteúdo relevante, atual e coerente com as práticas corporativas, conquistando
multiplicadores de suas ações e, consequentemente, de sua identidade institucional.
                 Na medida em que a comunicação organizacional é utilizada de forma
eficiente, com ações que proporcionem a prática de uma comunicação integrada, que respeita
seus diversos públicos, interage bem com eles, atende bem os seus clientes, admite os seus
erros, enfim, a partir do momento em que assume uma posição de transparência e consegue
utilizar as novas tecnologias a seu favor, o resultado esperado é de uma posição de destaque
perante a sociedade e a concorrência.
                 A proposta do presente trabalho é analisar e elucidar como a comunicação
organizacional está utilizando e, ao mesmo tempo, se relacionando com as possibilidades
geradas pelos sites de redes sociais, como mais uma tentativa de conhecer e relatar as
estratégias aplicadas, provendo, assim, mais material informativo sobre o tema e também
contribuindo de forma significativa para o campo da comunicação.
                 A metodologia aplicada foi a revisão teórica fundamentada na discussão de
dados primários, método de pesquisa baseado no levantamento de bibliografia para análise
literal de textos e de conteúdos. Assim, a pesquisa contou inicialmente com o levantamento de
bibliografia a respeito da comunicação organizacional, considerando estudiosos da área como,

                                                                                           12
por exemplo, Wilson Bueno da Costa e Margarida Kunsh. Também integraram a pesquisa os
estudos sobre a sociedade em rede, as novas tecnologias, os aspectos da evolução das redes
sociais e como elas se apresentam na atualidade. Alguns autores de referência teórica sobre os
temas são Manuel Castells, Alex Primo e Raquel Recuero.
                       Paralelamente à revisão teórica, foi realizada uma pesquisa através da
efetiva observação e coleta de dados em algumas plataformas de redes sociais da Petrobras,
que foi definida como objeto empírico por ser uma empresa que tem se destacado em sua
atuação nas redes sociais na web. A empresa possui sites institucionais, agência de notícias,
jogos online, contas no Twitter, Facebook, Youtube, Flickr, Blog, Slideshare, entre outros. A
Petrobras é a oitava3 maior empresa do mundo e a terceira marca mais valiosa do país,
estando atualmente avaliada em torno de 140 bilhões de dólares. Além disso, é uma empresa
de grande porte e representatividade, com projeção nacional e internacional, o que permite
maior abrangência de estudos e possibilidades de extensão dos resultados a outros contextos
organizacionais. Sendo assim, a Petrobras se caracteriza como uma grande referência para o
estudo proposto.
                       Para a pesquisa foram coletados, organizados e analisados, dados colhidos
de três modalidades da empresa em sites de redes sociais: o Blog Fatos e Dados, o Twitter e a
Fan page no Facebook. Inicialmente foi realizado um rastreamento das postagens nesses sites
de redes sociais nos meses de maio, junho e julho de 2011. Após o rastreamento escolheu-se
um dos meses, pelo critério de aumento de postagens em relação aos demais. Com isso o mês
de junho foi o escolhido para a análise do Blog Fatos e Dados e da Fan Page do Facebook, já
em relação ao Twitter, o mês definido foi o de julho. Além disso, foram coletados os
comentários de usuários, às publicações realizadas pela organização. Uma entrevista com o
responsável pelo planejamento na gerência de Multimeios da Comunicação Institucional da
Petrobras, Walter Romano, sobre o uso dos sites de redes sociais pela empresa também foi
realizada.
                       O presente trabalho está dividido em três partes, além da introdução e das
considerações finais. O primeiro capítulo traz um breve histórico da Internet, trata da
evolução da Web, do surgimento das redes sociais on-line, a evolução da participação dos
usuários na construção do conteúdo on-line e, apresenta e descreve os 10 sites de redes sociais
mais utilizados no Brasil em número de usuários ativos, de acordo com pesquisa do Ibope
NetRatings de julho de 2010.

3
    Dados retirados do site: http://fonte.miti.com.br/blog/analise-sobre-a-repercussao-da-petrobras-no-meio-online
                                                                                                                13
No segundo capítulo é delineado o conceito de organizações, contendo
também um breve histórico e algumas concepções referentes a comunicação organizacional e
a importância de se construir uma comunicação integrada e estratégica perante aos novos
desafios lançados pelas inovações tecnológicas e pela sociedade contemporânea.
                 O terceiro capítulo aborda como as redes sociais on-line estão influenciando
e sendo utilizadas como ferramentas da comunicação organizacional. Traz também um breve
histórico da Petrobras, sua inserção no meio digital e a organização e análise dos dados
coletados para ilustrar como a empresa está se adaptando a utilização dos sites de redes
sociais on-line como ferramentas de comunicação.




                                                                                          14
1. INTERNET E REDES SOCIAIS: FIOS DA TEIA MUNDIAL DA
                                                COMUNICAÇÃO



                   As transformações tecnológicas, em especial as propiciadas pela Internet,
possuem penetrabilidade em todas as esferas da atividade humana. Castells (1999) afirma que
essas mudanças envolvem e influenciam, direta ou indiretamente, empresas, indivíduos,
meios de comunicação, instituições e sociedade em geral.
                   A criação e o desenvolvimento da Internet possibilitaram as interações entre
tecnologia e informação que não param de acontecer e se multiplicar ininterruptamente. A
Internet tornou-se um dos maiores sistemas de comunicação já desenvolvidos, redefinindo os
conceitos de tempo e espaço, criando novas possibilidades de acesso e trocas de informações,
relacionamentos, comércio, entre outros.




1.1 Internet: os fios originais da teia



                   A Internet começou a ser utilizada no fim da década de 60, nos Estados
Unidos, para fins militares. A rede era uma precaução contra possíveis ataques ao país.
Segundo Ferrari,

                        A internet foi concebida em 1969, quando o Advanced Research Projects Agency
                        (Arpa - Agência de Pesquisa e Projetos Avançados), uma organização do
                        Departamento de defesa norte-americano focada na pesquisa de informações para o
                        serviço militar, criou a ARPANET, rede nacional de computadores, que servia para
                        garantir comunicação emergencial caso os Estados Unidos fossem atacados por
                        outro país – principalmente União Soviética (FERRARI, 2008, p. 15).


                   Pouco tempo após ser criada, a ARPANET foi aberta aos centros de pesquisa
que cooperavam com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, passando a ser acessada
também por pesquisadores acadêmicos com trabalhos na área de segurança e defesa. Com
essa abertura, além de ser empregada como estratégia de defesa, começou a ser utilizada para




                                                                                                     15
todos os tipos de comunicações. Em 1972 foi criado o primeiro programa de envio de
mensagens através de correio eletrônico, por Ray Tomlinson4.
                    Com o passar dos anos, foi imprescindível que a Internet se tornasse útil
para outros grupos - além de acadêmicos e estrategistas - que necessitavam trocar
informações. Em 1979 foi criada a Usenet5, um dos primeiros serviços utilizados para
transmissão de mensagens através de computadores. Essa rede servia para transferir arquivos
e correio eletrônico, possibilitando ainda a postagem de artigos e comentários em grupos de
notícias ou fóruns de discussão.
                    A utilização da rede por diversos públicos foi crescendo tanto que, em 1983,
houve uma divisão entre a ARPANET, dedicada a objetivos científicos, e a MILNET,
diretamente voltada a aplicações militares.
                    Ainda em 1983, todas as máquinas conectadas com a ARPANET foram
obrigadas a usar o novo conjunto de protocolos TCP/IP6, que permitiu a conexão de diferentes
tipos de rede.
                    Assim, novas redes começaram a surgir além da USENET (1979). Em
meados dos anos 80, foram criadas a CSNET e a BITNET. A National Science Foundation
(Fundação Nacional da Ciência) criou a rede científica CSNET e, outra rede para estudiosos
de áreas não científicas, em cooperação com a IBM, a BITNET (Because It’s Time Network).
Entretanto, todas as redes usavam ainda a ARPANET como sistema de comunicação. Segundo
Castells (1999, p.375), “A rede das redes que se formou durante a década de 80 foi chamada
de ARPA-INTERNET, mais tarde Internet, ainda custeada pelo Departamento de Defesa e
operada pela Fundação Nacional da Ciência”.
                    A ARPANET foi formalmente encerrada em 1990, nascendo assim, a
Internet, com 1500 sub-redes e 250 mil hosts7. Ainda em 1990 o cientista do Centro Europeu
para Pesquisa Nuclear - CERN8 (Centre Européen pour Recherche Nucleaire), Tim Bernners
Lee, trabalhando em cooperação com Robert Calliau, criou um novo sistema de informação

4
  1972:     Ray     Tomlinson      inventa     programa      de    e-mail    e   escolhe     o    sinal    @.
http://www.xtimeline.com/evt/view.aspx?id=68114
5
    “Originalmente destinada para discussões, a Usenet foi criada em 1979 por uma dupla de estudantes da Duke
University. O conceito geral era criar um BBS (Bulletin Board System) ou grupo de discussão que pudesse ser
utilizado em todo o mundo. Os usuários da Usenet se inscreviam e participavam em várias discussões que
ocorriam em sua categoria escolhida, também conhecida como newsgroup” (REVISTA USENET).
6
   “Ela (ARPA) foi extremamente favorecida pela invenção, por Cerf e Kahn em 1973, do TCP/IP, o protocolo de
interconexão em rede que introduziu a tecnologia de „abertura‟, permitindo a conexão de diferentes tipos de
rede” (CASTELLS, 1999, p. 91).
7
  “Em informática, host é qualquer máquina ou computador conectado a uma rede”.
http://informaticaparadeus.blogspot.com/2009/08/host.html
8
   Informações sobre o CERN: http://www.infopedia.pt/$cern
                                                                                                          16
distribuída, baseada no hipertexto, o WWW (Worl Wide Web), que liga blocos de informação
relacionados, armazenados em diferentes computadores, escondendo endereços de rede por
trás de itens recalcados na tela do computador.


                            Um novo salto tecnológico permitiu a difusão da Internet na sociedade em geral: a
                            criação de um novo aplicativo, a teia mundial (world wide web - WWW), que
                            organizava o teor dos sítios da Internet por informações e não por localização,
                            oferecendo aos usuários um sistema fácil de pesquisa para procurar as informações
                            desejadas (CASTELLS, 1999, p. 88).


                     O crescimento da WWW foi rápido, Ferrari (2008, p.17) afirma que em
“1996, já existiam 56 milhões de usuários no mundo”. Com o tempo, o browser foi
aperfeiçoado e as interfaces das páginas foram ficando mais fáceis de serem visualizadas até
ficarem da forma que conhecemos hoje.
                     No Brasil, a comunidade acadêmica iniciou suas atividades com redes em
1988 e, o acesso à Internet era restrito a professores, estudantes e funcionários de
universidades e instituições de pesquisa. Algumas instituições governamentais e privadas
também tiveram acesso devido a colaborações acadêmicas e atividades não-comerciais.
                     O Ministério da Ciência e Tecnologia lança, em 1989, o projeto de criação
da RNP9 (Rede Nacional de Pesquisa), que começou a ser montada em 1991. O objetivo do
projeto era implantar uma infraestrutura de rede Internet com abrangência nacional para a
comunidade acadêmica. A RNP foi o primeiro backbone10 nacional.
                     A partir de 1995, outros usuários também obtiveram o acesso à Internet no
país. Segundo Debiasi (2010a, p.20), “a abertura da Internet comercial no Brasil só foi ocorrer
em maio de 1995 e, assim, a rede deixou de ser exclusiva do meio acadêmico, estendendo seu
acesso a todos os setores da sociedade”.
                     Com o aumento contínuo de acessos, em 1998, a rede necessitou de uma
infraestrutura melhor, o que acabou resultando no backbone RNP211, uma rede de alta
tecnologia, que atualmente conecta os 27 estados brasileiros e interliga mais de 300
instituições de ensino superior no país.
                     Em março de 2011, segundo uma pesquisa realizada pelo Ibope Nielsen On-
line (PUBLICIDADE DIGITAL, 2011), o Brasil atingiu 43,2 milhões de usuários ativos de

9
  Sobre a Rede Nacional de Pesquisa http://www.rnp.br/rnp/
10
   Backbone significa “espinha dorsal”, e é o termo utilizado para identificar a rede principal pela qual os dados
de todos os clientes da Internet passam. É a espinha dorsal da Internet (MARTINS, 2009).
11
   “Seguindo a tendência das redes acadêmicas no resto do mundo, a RNP iniciou, em 1998, uma nova fase de
expansão da rede acadêmica brasileira com a construção de um novo backbone de rede, o RNP2” (GUIA RNP).
                                                                                                               17
Internet, um crescimento de 13, 9 % em comparação com o ano anterior quando o país já
contava com 37,9 milhões.
                   O número mundial de usuários de internet que era de 250 milhões no ano
2000 ultrapassou a quantidade de dois bilhões de pessoas12 no fim de 2010. Com a população
mundial chegando aos 6,8 bilhões, a relação de quem está conectado à rede mundial de
computadores é de quase uma pessoa em cada três.
                   As previsões para 2015 são ainda mais profusas. De acordo com um estudo
            13
da Cisco , empresa que produz equipamentos de infraestrutura para redes, a Internet terá
mais de 15 bilhões de aparelhos conectados. O número de usuários com acesso à Internet deve
dar um salto de três bilhões e o tráfego de dados será quatro vezes maior do que o processado
em 2010 atingindo 966 exabytes14 por ano.
                   Embora a Internet tenha começado com fins militares, agora ela possui
inúmeras funções e possibilidades, além do compartilhamento de informações. Segundo
Roberto (2009, p. 24-25), “é possível a expressão de opinião, a interatividade de pessoas de
diferentes países, a comunicação entre as empresas e seus consumidores, pesquisas
acadêmicas, entre outros”.




1.2 Evolução da WEB: ampliação dos fios da teia



                   A criação da teia mundial, a World Wide Web (WWW), em 1990, permitiu
que o conteúdo da rede ficasse mais atraente para os usuários e propiciou uma ampla difusão
da Internet na sociedade em geral. A propagação da Internet foi muito rápida. De acordo com
Castells,


                          A Internet tem tido um índice de penetração mais veloz do que qualquer outro meio
                          de comunicação na história: nos Estados Unidos, o rádio levou trinta anos para
                          chegar a sessenta milhões de pessoas; a TV alcançou esse nível de difusão em 15
                          anos; a Internet o fez em apenas três anos após a criação da teia mundial
                          (CASTELLS, 1999, p. 439).


12
    Dado anunciado no dia 26/01/2011 pelo chefe da União Internacional de Telecomunicações (UIT – da
Organização das Nações Unidas, ONU), Hamadun Touré (ACONTECENDOAQUI, 2011).
13
   (CISCO THE NETWORK)
14
    Exabyte (EB), que é derivado do exa prefixo SI, é uma unidade muito grande de armazenamento de
computador ou informação que equivale a um quintilhão de bytes, onde 1 EB = 1.000.000.000.000.000.000 B.
http://tech-seeker.com/article/What-is-a-Exabyte-portuguese.html
                                                                                                        18
A Web 1.0 pode ser definida como a primeira fase da Web, que se estende,
principalmente, durante a década de 90. Ela é considerada um grande marco por ter sido o
primeiro contato de milhões de pessoas com a rede, e pela possibilidade de incorporar
imagens, sons e dados ao conteúdo.
                   Nesta fase, a Web era estática e compreendida como um local para encontrar
informações, e não para compartilhar idéias. Os dados eram estáticos, as atualizações não
aconteciam em tempo real e nenhum tipo de interação era permitido. O armazenamento de
grande quantidade de informações foi um notável diferencial da Web. Para Gonçalves,

                          Havia uma grande quantidade de informação disponível com pouco ou nenhum grau
                          de interação, o usuário não podia alterar o conteúdo, pois era apenas um espectador
                          da ação que se passava nas páginas que ele visitava. Mesmo assim, esses fatores não
                          impediram o crescimento e a popularização da rede, que aos poucos foi sendo
                          disseminada por todo o planeta (GONÇALVES, 2011).


                   Com o passar dos anos e o amadurecimento da Internet, ingressamos na
         15
Web 2.0 , que não se trata de uma atualização tecnológica, mas sim de uma mudança na
maneira de promover conteúdo através da Internet. O ambiente virtual torna-se um meio mais
participativo, que possibilita a inclusão de conteúdos e interatividade entre os usuários da
Web, que passa a ser vista como uma plataforma.


                          O termo web 2.0 foi cunhado em 2004 por Tim O‟ Reilly, consultor norte-
                          americano, em uma conferência para discutir como a web estava produzindo
                          sistemas, aplicativos e ferramentas que cada vez mais municiavam o usuário para
                          ações de comunicação e relacionamento autônomas, sem a intervenção dos
                          conhecidos veículos de mídia para a formação da opinião da sociedade (CORRÊA,
                          2009, p.164).


                   A principal característica dessa nova fase da Web é a participação do usuário
como gerador de conteúdo, derrubando os limites entre produtores e consumidores da
informação e do conhecimento, tornando a rede um meio cooperativo. “O usuário passou a
interagir de forma colaborativa, deixando a internet mais participativa entre pessoas de
qualquer lugar do mundo e possibilitando a construção coletiva do conhecimento”
(GONÇALVES, 2011).


15
   “Antes de mais, convém lembrar que tal como a “Web 2.0", o termo “Web 3.0” não é um termo oficial, não
representa nenhum protocolo específico ou padrão e não está tutelado por qualquer entidade” (SALVADOR,
2010).

                                                                                                          19
A Web 2.0 permitiu a visualização da internet como plataforma de
desenvolvimento de conhecimento e trabalho. “Entre outras, a regra mais importante (da Web
2.0) é desenvolver aplicativos que aproveitem ao máximo os efeitos de rede e da inteligência
coletiva” (GONÇALVES, 2011).
                     Inteligência coletiva é um conceito que mostra como se dá a circulação do
conhecimento no ciberespaço16. O termo surgiu a partir de debates promovidos pelo filósofo
da informação, Pierre Lévy e, para ele, “poder-se-ia definir a inteligência coletiva como uma
inteligência distribuída em toda a parte, continuamente valorizada e sinergizada em tempo
real” (LÉVY, 1999, p.96 apud GIORDANI, 2008, p.14).
                     Lévy afirma ainda que “a base e o objetivo da inteligência coletiva são o
reconhecimento e o enriquecimento mútuos das pessoas” (LÉVY, 1998, p.29 apud
GIORDANI, 2008, p.14) o que favorece a comunidade a alcançar seus objetivos, já que
proporciona a “negociação permanente da ordem estabelecida, de sua linguagem, do papel de
cada um, o discernimento e a definição de seus objetos, a reinterpretação de sua memória”
(LÉVY, 1998, p.31 apud GIORDANI, 2008, p.14).
                     Como a inteligência está distribuída por toda a parte, subentende-se que
todo o saber está na humanidade. E a Internet contribui para a construção e difusão diária do
conhecimento, principalmente ao possibilitar que o até então usuário da rede, deixasse de ser
apenas consumidor de conteúdo e pudesse também produzi-lo. A interatividade, uma das
características da Web 2.0, permitiu essa mudança no papel do receptor. Segundo Sousa
(2006, apud PRADO et all., 2008, p.5), “as novas tecnologias disponibilizam recursos às
audiências, permitindo aos receptores, além de intervir, controlar a mensagem e, também,
produzi-la conjuntamente de forma bidirecional”.
                     A interatividade pode ser entendida como uma conexão estabelecida entre
indivíduos ou grupos, que compartilham informações e experiências, influenciando-se com
reciprocidade. “Nesse sentido a interatividade, segundo Lévy (1999), acontece baseada em
dispositivos informacionais e comunicacionais, sendo a internet o espaço onde essa
interatividade poderá acontecer de forma mais ampla” (PRADO et all., 2008, p.6).
                     Com a Web 1.0 as barreiras de tempo e espaço, e as fronteiras entre emissor
e receptor já pareciam ter se desintegrado, dada a natureza flexível, dinâmica e dialógica da


16
   O ciberespaço é definido como um mundo virtual porque está presente em potência, é um espaço
desterritorializante. Esse mundo não é palpável, mas existe de outra forma, outra realidade. O ciberespaço existe
em       um       local     indefinido,   desconhecido,       cheio     de      devires      e    possibilidades.
http://departamentocienciadainformacao.blogspot.com/2010/05/o-que-e-o-ciberespaco.html
                                                                                                              20
rede. Com a chegada da Web 2.0 os usuários comuns realmente passaram a participar e
intervir mais ativamente na construção da arquitetura e do conteúdo on-line.
                  Uma terceira fase de Internet, ou a Web 3.0, vem sendo discutida desde
novembro de 2006, quando o jornalista John Markoff publicou o artigo “Empreendedores
vêem uma Internet 3.0 guiada pelo senso comum”, em uma edição do jornal New York Times.
Segundo o jornalista,


                        Pesquisadores e empreendedores dizem que apesar de ser improvável que haja
                        sistemas completos de inteligência artificial tão cedo, se é que algum dia existirão, a
                        Internet atualmente está produzindo uma cascata crescente de sistemas baseados em
                        inteligência útil a partir de esforços comerciais para estruturar e explorar a Internet.
                        Áreas específicas como sites de viagens e críticas de restaurantes e produtos são
                        candidatas óbvias para construção de tais sistemas, que prenunciariam a chegada da
                        Web 3.0 (MARKOFF, 2006 apud TEIXEIRA, 2009).


                  A Web 3.0 parte do princípio de que a internet será capaz de interpretar os
dados disponibilizados na rede, oferecendo resultados customizados de acordo com a
necessidade real de cada usuário.


                        Sua realização será resultado da associação de informações, experiências e
                        conhecimentos adquiridos por meio da Web 2.0, com a tecnologia semântica
                        (significativa) que, embora pareça novidade, é discutida há anos pelo britânico
                        Timothy John Berners-Lee (o criador da WWW) (GONÇALVES, 2011).



                  Alguns estudiosos acreditam que a terceira geração da Internet estará
disponível em poucos anos. Em virtude disso, pode-se afirmar que a Web 2.0 é a geração
atual da rede. Foi ela que permitiu, entre outras coisas, o elevado nível de interatividade
propiciado pela Internet e o surgimento dos sites de redes sociais.




1.3 Redes Sociais



                  O desenvolvimento da Internet e, principalmente, o ingresso na segunda
geração da Web - a Web 2.0, permitiu que a rede fosse acessível a usuários de todo o mundo,
que os mesmos começassem a participar mais ativamente da construção do conteúdo exposto
na Internet e que passassem a interagir, cada vez mais, entre si. Segundo Recuero (2009,
p.16), a comunicação mediada pelo computador “mais do que permitir aos indivíduos
                                                                               21
comunicar-se, amplificou a capacidade de conexão, permitindo que redes fossem criadas e
expressas nesses espaços: as redes sociais mediadas pelo computador”.
                   Na primeira geração da Web, as pessoas utilizavam as listas de discussões,
as ferramentas de mensagens instantâneas ou as salas de bate-papo para compartilhar idéias e
interesses em comum; atualmente elas empregam as redes sociais na Internet.
                   Embora os sites de redes sociais tenham atingido expressiva popularidade
no início do século XXI, o estudo das redes sociais em si não é novo. Segundo Recuero
(2009, p. 17), “O estudo da sociedade a partir do conceito de rede representa um dos focos de
mudança que permeia a ciência durante todo o século XX”. A autora afirma ainda que a
metáfora da rede foi utilizada pela primeira vez com abordagem matemática, onde sua
representação era similar a um grafo17,


                          constituído de nós e arestas que conectam esses nós. A teoria dos grafos é uma parte
                          da matemática aplicada que se dedica a estudar as propriedades dos diferentes tipos
                          de grafos. Essa representação de rede pode ser utilizada como metáfora para
                          diversos sistemas (RECUERO, 2009, p. 20).




                  Figura 1 - 1º Teorema da Teoria dos grafos (RECUERO, 2009, p.19)




                   A essa abordagem matemática da teoria dos grafos, se somaram estudos
aplicados das ciências sociais, surgindo, desse modo, o conceito estendido de rede social, em
análises que tinham como objetivo compreender a composição dos grupos sociais. Assim,
Recuero (2009, p. 24) conceitua


                          Uma rede social é definida como um conjunto de dois elementos: atores (pessoas,
                          instituições ou grupos; os nós da rede) e suas conexões (interações ou laços sociais)


17
  Em matemática, um grafo é um conjunto de pontos conectados por linhas. Grafo é uma abstração utilizada
para modelar a relação entre coisas.
                                                                                                            22
(Wasserman e Faust, 1994; Degenne e Forse,           1999). Uma rede, assim, é uma
                          metáfora para observar os padrões de conexão         de um grupo social, a partir das
                          conexões estabelecidas entre os diversos atores.    A abordagem de rede tem, assim,
                          seu foco na estrutura social, onde não é possível   isolar os atores sociais e nem suas
                          conexões.


                     Assim, as redes sociais não são uma expressão exclusiva da era da
informática, elas são, antes de tudo, a socialização, os relacionamentos entre as pessoas, os
laços que os indivíduos estabelecem entre si, “são métodos de interação que sempre visam
algum tipo de mudança concreta na vida das pessoas, no coletivo e/ou nas organizações
participantes” (AGUIAR, 2007, p.2).




1.3.1 Redes Sociais na Internet



                     Apesar do conceito de redes sociais não ser exclusivo da era tecnológica,
após o advento da Web 2.0 ele passou a ser amplamente associado à comunicação no
ciberespaço. Assim, as interações que as pessoas estabelecem entre si nas relações cotidianas
– familiares, comunitárias, em círculos de amizade, no trabalho etc - buscando apoio,
referências, informações, entre outros, caracterizando as redes sociais, foram vastamente
estendidas para o mundo on-line. Castells (1999, p. 565) aponta que, “Embora a forma de
organização social em redes tenha existido em outros tempos e espaços, o novo paradigma da
tecnologia da informação fornece a base material para a sua expansão penetrante em toda
estrutura social”.
                     A internet, então, permitiu que a socialização acontecesse de forma rápida e
em escala mundial. Várias expressões como, por exemplo, rede social na internet, mídias
sociais, redes sociais on-line e social media vem sendo usadas como sinônimos. De acordo
com Terra (2009),


                          Podemos definir a mídia social como aquela utilizada pelas pessoas por meio de
                          tecnologias e políticas na web com fins de compartilhamento de opiniões, idéias,
                          experiências e perspectivas. São consideradas mídias sociais os textos, imagens,
                          áudio e vídeo em blogs, quadro de mensagens, podcasts, wikis, vlogs e afins que
                          permitem a interação entre os usuários.


                     Portanto, muitas experiências proporcionadas pelas redes sociais na vida
cotidiana começam a ter reflexos na Internet, que passa a ser usada como mais um ambiente
                                                                                      23
de interação e/ou um espaço complementar para a socialização. Para Castells (1999, p. 446),
as redes sociais


                        Reforçam a tendência da “privatização da sociabilidade” - isto é, a reconstrução das
                        redes sociais ao redor do indivíduo, o desenvolvimento de comunidades pessoais,
                        tanto fisicamente quanto on-line. Os vínculos cibernéticos oferecem a oportunidade
                        de vínculos sociais para pessoas que, caso contrário, viveriam vidas sociais mais
                        limitadas, pois seus vínculos estão cada vez mais espacialmente dispersos.


                   As novas tecnologias, principalmente, as redes sociais on-line, propiciaram
um espaço de voz ativa aos indivíduos através das novas formas de expressão e interação.
Lemos (2009, p.3) afirma que


                        As tecnologias da comunicação e da interação digitais, e as redes que lhe dão vida e
                        suporte, provocam e potencializam a conversação e reconduzem a comunicação para
                        uma dinâmica na qual indivíduos e instituições podem agir de forma
                        descentralizada, colaborativa e participativa.


                   Assim, a comunicação assimétrica e de mão única perde seu lugar para uma
comunicação cada vez mais bilateral, possibilitando a constante troca de papéis entre
emissores e receptores, e também os diálogos, conversações e colaborações.




1.3.2 Comunidades Virtuais



                   Muitos autores afirmam que as interações através do computador estão
possibilitando o surgimento de grupos sociais com características comunitárias na Internet.
Essa nova forma de sociabilidade é uma decorrência da sociedade atual.


                        Através da comunicação mediada pelo computador e sua influência na sociedade e
                        na vida cotidiana, as pessoas estariam buscando novas formas de conectar-se,
                        estabelecer relações e formar comunidades já que, por conta da violência e do ritmo
                        de vida, não conseguem encontrar espaços de interação social (RECUERO, 2009,
                        p.136).


                   Assim, estão surgindo as comunidades virtuais, que podem ser definidas,
“como agregados sociais que surgem da Rede (Internet), quando uma quantidade suficiente de
gente leva adiante essas discussões públicas durante um tempo suficiente, com suficientes

                                                                                                         24
sentimentos humanos, para formar redes de relações pessoais no ciberespaço” (RHEINGOLD
1995, p.20 apud RECUERO, 2009, p.137). Para Recuero, esse conceito


                          [...] é uma tentativa de explicar os agrupamentos sociais surgidos no ciberespaço.
                          Trata-se de uma forma de tentar entender a mudança da sociabilidade, caracterizada
                          pela existência de um grupo social que interage, através da comunicação mediada
                          pelo computador (RECUERO, 2009, p.146).


                     Novas relações são criadas nas comunidades virtuais e um elemento
fundamental para sua existência é o sentimento de “pertencimento”, o que significa que é
preciso que seus membros sintam-se responsáveis e parte dela. A maioria dos sites de redes
sociais possui como característica intrínseca a formação de comunidades virtuais.
                     As redes sociais na Internet encontram sua expressão máxima através dos
sites de redes sociais.




1.3.3 Sites de Redes Sociais


                     Os sites de redes sociais são associados aos ambientes virtuais de
relacionamentos interpessoais através da Internet. Recuero (2009, p. 104) os conceitua como
sites “cujo foco principal está na exposição pública das redes conectadas aos atores, ou seja,
cuja finalidade está relacionada a publicização dessas redes”. A autora faz uma definição
ainda mais detalhada ao citar outros autores,


                          Sites de redes sociais foram definidos por Boyd & Ellison (2007) como aqueles
                          sistemas que permitem i) a construção de uma persona através de um perfil ou
                          página pessoal; ii) a interação através de comentários; e iii) a exposição pública da
                          rede social de cada ator (RECUERO, 2009, p.102).


                     Os primeiros sites desse tipo foram lançados nos Estados Unidos em
meados da década de 9018, com o intuito de conectar amigos do colégio ou da faculdade. Eles
permitiam a criação de perfis, a listagem de amigos e, a partir de 1998, navegar através das
listas de amigos. Em 2002 uma nova geração desses sites emergiu

                          [...] com o lançamento do Friendster, baseado no modelo de “Círculo de Amigos”
                          (desenvolvido pelo cientista da computação britânico Jonathan Bishop), no qual os
                          usuários constroem um perfil público (ou semipúblico) a partir de dados

18
     (DEBIASI, 2010b).
                                                                                                            25
estruturados em um formulário e o associam aos perfis de amigos, amigos de amigos
                        e conhecidos com os quais possuem algum tipo de proximidade e de identidade na
                        vida real, mediante uma rede de hiperlinks que conectam as páginas individuais
                        (AGUIAR, 2007, p.10).

                   Atualmente existem centenas de sites de redes sociais, com diversas
funcionalidades tecnológicas. A maioria desses sites dá sequência a redes sociais pré-
existentes, enquanto outros ajudam desconhecidos a se aproximarem em função de interesses
e opiniões compartilhados, pontos de vistas ou atividades.
                   Recuero classifica os sites de redes sociais em dois tipos, os estruturados e
os apropriados. Os primeiros podem ser exemplificados pelo Orkut, Facebook, Linkedin, entre
outros, e são caracterizados pelos “sistemas focados em expor e publicar as redes sociais dos
atores. São sites cujo foco principal está na exposição pública das redes conectadas aos atores,
ou seja, cuja finalidade está relacionada à publicização dessas redes” (RECUERO, 2009,
p.104).
                   Já os apropriados “são aqueles sistemas que não eram, originalmente,
voltados para mostrar redes sociais, mas que são apropriados pelos atores com este fim”
(RECUERO, 2009, p.104), como exemplos podemos citar o Twitter, os Weblogs e o Fotolog.
                   O avanço tecnológico possibilitou que as pessoas pudessem trocar e/ou
divulgar informações de forma mais interativa e rápida, o que proporcionou a criação de
novos canais e, ao mesmo tempo, a proliferação e ampliação de novas informações circulando
nos grupos sociais. Nesse contexto, aconteceu a difusão dos sites de redes sociais.
                   Para fins de ilustração, nesta pesquisa, são apresentados e descritos alguns
exemplos de sites de redes sociais na internet. Serão apontados os Weblogs – ou apenas Blogs
- e os 10 sites de redes sociais mais utilizados no Brasil em número de usuários ativos, de
acordo com pesquisa do Ibope NetRatings19 e observações publicadas no site Binder20 em
julho de 2010. O ranking das redes sociais ficou da seguinte forma: 1º Orkut (26 milhões de
usuários ativos), 2º Youtube (20 milhões), 3º Twitter (9,8 milhões), 4º Facebook (9,6
milhões), 5º Yahoo Respostas (5,5 milhões), 6º Flickr (3,5 milhões), 7º Ning (três milhões), 8º
Sonico (dois milhões), 9º Myspace (1,5 milhão) e 10º Linkedin (1,5 milhão). A seleção
realizada não visa esgotar nem explorar de forma densa o assunto, trata-se de apontamentos
gerais de uma pequena amostra dos sites de redes sociais disponíveis na atualidade.




19
     (FERRARI, 2010)
20
     (BINDER, 2010)
                                                                                                      26
Blogs



                    Os Blogs, ou diários virtuais, são páginas da Web nas quais os usuários
publicam textos de conteúdo variado - desde assuntos relacionados a vida pessoal do
blogueiro (blogger21em inglês), até notícias gerais, denúncias, opiniões, entre outros – com
espaços disponíveis para comentários de outros usuários. De acordo com Zago (2008, p.2),


                           Blogs são um formato típico de produção e disponibilização de conteúdo na web
                           caracterizados pela apresentação de informações em ordem cronológica inversa
                           (Blood, 2000). (...) se caracterizam (também) pela publicação de microconteúdo
                           (Dash, 2002), ou seja, conteúdo voltado para as especificidades da leitura na tela de
                           um computador (diferentemente de outros formatos como portal, a unidade de
                           conteúdo do formato blog é o post, e não a página); pela informalidade, traduzida
                           pelo fato de que, em geral, não há regras rígidas para a produção de conteúdo, o que
                           faz com que se sobressaia o papel do autor de um blog (Recuero, 2003); pela
                           interatividade, possibilitada por recursos próprios dos sistemas de publicação de
                           blogs, como blogroll, comentários e trackback (Recuero, 2003); e pela possibilidade
                           de atualização contínua, cujas novas atualizações podem ser acompanhadas a partir
                           de feeds RSS22 (Gill, 2005).


                    O surgimento de ferramentas que hospedam essas páginas como, por
exemplo, o Blogger (www.blogger.com.br) e o Wordpress (www.wordpress.com), tornaram o
Blog mais popular, visto que, disponibilizam os recursos necessários para construir e manter a
página no ar, sem exigir do usuário conhecimento técnico para tanto. Segundo Ramalho
(2010, p. 77) atualmente “Não dá pra pensar em mídias sociais sem falar em blogs. Os diários
pessoais ganharam uma nova dimensão na internet e alcançaram as empresas”.




Orkut



                    Em primeiro lugar na pesquisa, o Orkut (www.orkut.com) é um site de
relacionamento criado pelo estudante Orkut Buyukkpkten, em janeiro de 2004, enquanto ele
era aluno da Universidade de Stanford e funcionário do Google23. No Orkut, os usuários

21
   Nome dado às pessoas que possuem blogs na internet.
22
   “RSS é uma abreviatura de Really Simple Sindication. (...) O leitor de RSS é um site ou programa que busca
continuamente em todos os sites que você se cadastrou se foi publicada alguma novidade. Em caso positivo ele
trás um pequeno resumo e um link para o site.” (RAMALHO, 2010, p.95-96)
23
   Site de sistema de busca. www.google.com
                                                                                                             27
criam seus perfis informando dados pessoais e interesses gerais. O site permite a postagem de
fotos, de vídeos, a criação de listas e grupos de amigos, à interação de uns usuários com
outros através de recados (scraps) e comunidades de assuntos específicos. As comunidades
são criadas pelos usuários e agregam pessoas, funcionando como fóruns de discussões,
permitindo também a realização de enquetes e a divulgação de eventos. O Orkut se tornou tão
popular no Brasil que, em 2005, ganhou uma versão em português.




Youtube



                       O segundo lugar da pesquisa ficou para o Youtube (www.youtube.com), um
site de compartilhamento de vídeos, no qual os usuários criam uma conta e podem postar e
divulgar seus vídeos, além de permitir avaliações e comentários sobre os mesmos. Ele foi
fundado em 200524 por Steve Chen, Chad Hurley e Jawed Karin que o criaram para facilitar a
troca de vídeos pela internet. Em 2006 o site foi vendido para a empresa Google. Ao
completar seis anos de sua fundação (em maio de 2011), o Youtube divulgou25 que 48 horas
de vídeos são carregadas no site a cada minuto e que já atingiu a marca de três bilhões de
visualizações em um único dia.




Twitter



                       O Twitter (www.twitter.com) ficou em terceiro lugar na pesquisa e é
considerado um microblog. Segundo Zago (2008, p.3)


                              Microblogs podem ser considerados como espécies de “blogs simplificados”, na
                              medida em que possuem os recursos inerentes ao formato blog (como publicação de
                              conteúdo em ordem cronológica inversa, e as demais características dos blogs), mas
                              de forma simplificada. A principal diferença diz respeito ao fato de que as
                              atualizações possuem limitações de tamanho, como no caso da ferramenta Twitter,
                              na qual cada atualização não pode ultrapassar o limite máximo de 140 caracteres
                              (que é também o tamanho máximo permitido em uma mensagem de celular).


24
     Dados retirados da página: http://pt.wikipedia.org/wiki/YouTube
25
     http://iabbrasil.ning.com/profiles/blogs/youtube-recebe-48h-de-videos-a
                                                                                                             28
O Twitter foi fundado26 em 2006 por Jack Dorsey, Biz Stone e Evan
Williams como um projeto da empresa Odeo. Nele as pessoas são convidadas a dizerem o que
estão fazendo naquele momento por meio de 140 caracteres. Ele é baseado em seguidores e
pessoas a seguir, assim, cada usuário pode escolher quem deseja seguir e ser seguido por
outros. Os usuários criam seus perfis, podem personalizar suas páginas, acompanhar
atualizações de outros usuários, acompanhar e participar dos Trending Topics (tópicos mais
usados), reproduzir (retweet) ou responder (reply) um post (tweet) e mandar mensagens
privadas (direct messages).




Facebook



                       Em quarto lugar na pesquisa, o Facebook (www.facebook.com) é uma rede
na qual os usuários criam um perfil e podem interagir através de comunidades, recados,
vídeos, chats e outros aplicativos (como, por exemplo, jogos e ferramentas). Foi criado pelo
americano Mark Zuckerberg – enquanto este era aluno de Harvard - em 2004, com o objetivo
de conectar os estudantes que estavam saindo do ensino médio e ingressando na universidade.
A participação era restrita para alunos de instituições cadastradas, mas, em 2006 o site passou
a aceitar a participação de qualquer usuário com e-mail e acesso a internet. Um dos destaques
do Facebook é o fato de permitir que as pessoas criem aplicativos para o sistema.




Yahoo Respostas



                       Com o quinto lugar, o Yahoo Respostas27 (http://br.answers.yahoo.com/) é
um serviço oferecido pelo portal Yahoo! desde 2005. As pessoas cadastradas no portal podem
realizar perguntas ou responder àquelas feitas por outros usuários, sobre qualquer tema,
compartilhando fatos, opiniões e experiências. Cada questão é encerrada pelo autor da


26
     http://en.wikipedia.org/wiki/Twitter
27
     http://br.answers.yahoo.com/ e http://pt.wikipedia.org/wiki/Yahoo!_Respostas
                                                                                            29
pergunta, que escolhe a melhor resposta, ou então, por uma votação feita pelos outros
usuários.




Flickr



                        O sexto lugar ficou para o Flickr28 (http://www.flickr.com/) que é um site
para compartilhamento de fotografias e, mais recentemente, de vídeos. Foi desenvolvido em
2004 pela companhia canadense Ludicorp e comprado pelo Yahoo! em 2005. Ao criar uma
conta o usuário pode fazer álbuns, realizar a publicação de imagens, postar textos e/ou
legendas, vídeos, pode receber comentários, participar de comunidades ou grupos e etiquetar
as imagens (por categorias e palavras -chave). Segundo Recuero (2009, p.171), “muitos
autores classificam o Flickr como um sistema de photosharing, ou seja, focado na publicação
de imagens, em um espaço de expressão pessoal (COHEN, 2005) e de construção de
narrativas (MCDONALD, 2007) e emoções (VRONAY, FARNHAM & DAVIS, 2001)”.




Ning



                        Em sétimo lugar ficou o Ning29 (http://www.ning.com/), uma ferramenta
que permite a criação de sites sociais, ou seja, cada usuário pode inventar seus próprios sites
sociais, customizados e temáticos. Foi fundado em 2005 por Marc Andreesen e Gina
Bianchini. Por meio dele é possível personalizar os seguintes recursos: alertas, bate-papo,
caixa de entrada para envio de mensagens, eventos, fórum, fotos, grupos e vídeos. O Criador
da Rede é quem administra os recursos e a entrada de outros participantes.




Sonico


28
     http://pt.wikipedia.org/wiki/Flickr
29
     http://pt.wikipedia.org/wiki/Ning
                                                                                               30
O Sonico30 (http://br-pt.sonico.com/) ficou em oitavo lugar e, é uma rede de
conteúdo que possibilita aos usuários o compartilhamento de fotos, vídeos, notícias e recados.
Foi criado em 2007, na Argentina, por Rodrigo Teijeiro, Tomas O‟Farrel e Alvaro Teijeiro,
com o objetivo de unificar estudantes e usuários de países latino-americanos. O site permite
também a integração com outros serviços como o Flickr e o Twitter.




Myspace



                    Em nono lugar, o Myspace31 (http://br.myspace.com/) é um serviço que foi
criado em 2003, permitindo a mostra de redes sociais e a interação de usuários por meio da
construção de perfis, Blogs, grupos e fotos, música e vídeos. Já foi o site de rede social mais
popular do mundo, mas nos últimos anos acabou perdendo espaço para outros, como, por
exemplo, Facebook e Orkut. Segundo Recuero (2009, p. 173), “uma das apropriações mais
notáveis do sistema, foi seu uso por bandas para divulgar gravações e composições e sua
simbiose com os fãs” (BOYD & ELLISON, 2007). Por causa disso, o Myspace passou a ser
muito associado com a produção musical, inclusive no Brasil.




LinkedIn



                    O LinkedIn32 (http://br.linkedin.com/) ficou com o décimo lugar da
pesquisa. Fundado em 2003, é um serviço que conecta pessoas em um ambiente profissional,
de negócios. Nele o usuário monta o perfil baseado em histórico escolar, especializações,
trabalhos, habilidades, entre outros. Fundado em 2003, o principal foco do LinkedIn é o
relacionamento profissional para pessoas que procuram emprego, querem fazer contato com
possíveis parceiros de negócios, anunciar vagas, e outras opções.


30
   http://www.aprendaefaca.net/2008/04/o-que-e-o-sonico-e-como-usa-lo-basta-se-cadastrar.html
31
   http://pt.wikipedia.org/wiki/Myspace
32
   http://interneteiro.com/o-que-e-linkedin/
                                                                                                31
O universo dos sites de redes sociais e a participação neles não para de
crescer. Entretanto, convêm destacar, que esses sites não são redes sociais em si, eles atuam
como suporte para as interações que constituem as redes sociais. Segundo Recuero (2009, p.
103) “Eles podem apresentá-las (redes sociais), auxiliar a percebê-las, mas é importante
salientar que são, em si, apenas sistemas”.
                  A interatividade encontrou seu maior potencial na Internet por meio das
redes sociais e acabou refletindo em alterações de comportamentos na sociedade,
influenciando inclusive a relação organizações/consumidores. “Através de ferramentas
simples e sem custo, como blogs e sites de relacionamento, pessoas comuns estão falando
sobre sua empresa, marca ou serviço para uma audiência global” (RAMALHO, 2010, p.6).
                  Portanto, os consumidores passam a ficar cada vez mais conectados,
buscando na rede tanto informações oficiais, como visitando fóruns de discussão, Blogs e
redes de relacionamento, à procura de outras opiniões. Abrem-se, assim, perspectivas
promissoras de comunicação entre empresas e consumidores, exigindo das organizações uma
atenção especial à potencialidade do mercado, vivificado pelo volume e fluxo de informação,
que podem ser enxergados e empregados como mais uma oportunidade de crescimento.


                        [...] esse novo ambiente representa uma rica oportunidade de aproximação da
                        organização com seus interlocutores, que pode (e deve) culminar em uma nova
                        relação, fundamentada na tolerância ao diverso e à crítica, no exercício da escuta
                        como alternativa para se buscar melhorias dos processos. Enfim, em uma relação
                        baseada, de fato, em uma perspectiva menos unilateral e linear (MOL, 2011).


                  Em vista disso, um número crescente de organizações vem desenvolvendo
meios para acompanhar tais alterações comportamentais e sociais como uma chance de criar
diálogos permanentes com os consumidores, aproveitando para identificar tendências e
adotando novas estratégias de mercado.


                        A sacerdotisa das redes sociais, como Danah Boyd foi chamada pelo jornal New
                        York Times, afirma que estamos vivendo a economia da atenção digital, exigindo
                        das organizações diálogo, interação e criatividade e, da comunicação, mais
                        relevância. Devido às redes sociais on-line, as marcas que aproveitarem estes
                        espaços, conseguirão gerar ressonâncias e lealdades duradouras (SOARES, A. T. et
                        all, 2010, 136).


                  A “navegação” pela internet amplia-se intensamente: do âmbito militar –
seu ciberespaço original – estende-se para o âmbito privado, individual e coletivo, definindo



                                                                                                       32
contornos cada vez mais ágeis e lucrativos para a comunicação organizacional própria da
sociedade tecnológica, de mercado.
                 Interessante observar-se que os empreendimentos comerciais no início da
modernidade, nos séculos XVI e XVII, dependeram das navegações pelos oceanos reais para
promover as ligações entre os diferentes territórios. Hoje, a expressão “navegar” pela internet
registra um novo sentido, o de comunicação e trânsito em seu espaço desterritorializado,
indefinido, em um agilíssimo tempo virtual.




                                                                                            33
2. AS ORGANIZAÇÕES NO CONTEXTO DAS TRANSFORMAÇÕES
                                         TECNOLÓGICAS



2.1 Conceito de Organização



                 As organizações fundamentam-se na natureza humana, visto que, como ser
social, o homem necessita de seu semelhante para satisfazer as suas necessidades e interagir.
Segundo Marcovitch,

                       Quando o homem junta esforços com outros homens, surge a organização. [...] O
                       homem é mais do que um ser vivo. Através das organizações ele consegue ampliar
                       suas aptidões, aproveitar melhor as habilidades e os conhecimentos de cada um, a
                       fim de satisfazer suas necessidades básicas, emocionais e espirituais. O homem é um
                       ser que produz e para isso se associa. A organização corresponde a uma associação
                       de homens e uma coordenação de esforços (MARCOVITCH, 1972, p.5 apud
                       KUNSCH, 2003, p.21).


                 A associação de homens e a coordenação de seus esforços visando suprir as
necessidades básicas, espirituais e emocionais, geraram um conjunto diversificado de
organizações que viabilizam o funcionamento da sociedade. O termo organizações pode ser
entendido, então, como “[...] as mais diversas modalidades de agrupamentos de pessoas que
se associam intencionalmente para trabalhar, desempenhar funções e atingir objetivos
comuns, com vistas em satisfazer alguma necessidade da sociedade” (KUNSCH, 2003, p.25).
                 Um dos aspectos intrínsecos às organizações é a comunicação, uma vez que
estas são constituídas de pessoas que interagem visando a satisfação de necessidades
socialmente definidas. Kunsch (2006, p.167) aponta que


                       A comunicação, em primeiro lugar, tem que ser entendida como parte inerente à
                       natureza das organizações. Essas são formadas por pessoas que se comunicam entre
                       si e que, por meio de processos interativos, viabilizam o sistema funcional para
                       sobrevivência e consecução dos objetivos organizacionais num contexto de
                       diversidades e de transações complexas. Portanto, sem comunicação as organizações
                       não existiriam. A organização é um fenômeno comunicacional contínuo.


                 As organizações, entendidas como componentes inerentes da sociedade,
estão sujeitas às transformações e incorporações que ocorrem no contexto ao qual estão
inseridas. Segundo Kunsch (2003, p.30), “Temos de considerá-la (a organização) vinculada ao

                                                                                                       34
ambiente em que ela vive, incluindo os aspectos sociais, econômicos, políticos, tecnológicos,
ecológicos e culturais, variáveis que interferem enormemente na vida organizacional”.
                 As organizações podem ser de natureza social ou econômica. Ambas são
criadas para satisfazer as necessidades humanas, mas distinguem-se pelos objetivos que
almejam. As de natureza social são voltadas às ações comuns ou utilidade pública, sem
finalidade lucrativa. Já as de natureza econômica fundamentam-se na busca pelo lucro na
produção e/ou comercialização de bens e serviços. No contexto globalizado as últimas
assumem aspectos relevantes ao viabilizar as transações econômicas em um mercado
altamente competitivo.
                 As mudanças e transformações culturais e sociais são características
constantes da sociedade, por isso, as organizações econômicas devem ser capazes de se
adaptar ao ambiente e inovar para que sejam bem-sucedidas no mercado. Castells aponta que,


                         [...] organizações bem-sucedidas são aquelas capazes de gerar conhecimentos e
                         processar informações com eficiência; adaptar-se a geometria variável da economia
                         global; ser flexível o suficiente para transformar seus meios tão rapidamente quanto
                         mudam os objetivos sob o impacto da rápida transformação cultural, tecnológica e
                         institucional; e inovar, já que a inovação torna-se a principal arma competitiva
                         (CASTELLS, 1999, p. 233).


                 As alterações provocadas pela globalização, mundialização da economia,
evolução do uso da internet, avanço da tecnologia, entre outros, propiciaram um cenário atual
que concebe a sociedade, principalmente, através de suas ferramentas tecnológicas e das
possibilidades de comunicação e interconexões. Isso afeta diversas áreas do conhecimento e
da vida em sociedade, nesse contexto, a organização é reconfigurada para uma lógica de redes
de relacionamentos (SANTOS, 2008).


                         Em razão da convergência da evolução histórica e da transformação tecnológica,
                         entramos em um modelo genuinamente cultural de interação e organização social.
                         Por isso é que a informação representa o principal ingrediente de nossa organização
                         social, e os fluxos de mensagens e imagens entre as redes constituem o
                         encadeamento básico de nossa estrutura social (CASTELLS, 1999, p. 573).


                 A revolução tecnológica e as mídias digitais possibilitam novas formas de
interação que independem da questão espaço-temporal. Assim, as redes de relacionamentos
são multiplicadas e dinamizadas como, por exemplo, entre as organizações e seus
colaboradores, consumidores, fornecedores, concorrentes, entre outros. A comunicação,



                                                                                                          35
principalmente, a organizacional, se destaca como um setor estratégico de forma a agregar
valor e facilitar os processos interativos e as mediações.




2.2 Comunicação Organizacional



                  Como objeto de pesquisa, a comunicação organizacional é a disciplina que
estuda como se realiza a comunicação dentro das organizações no âmbito global, analisando o
processo de comunicação entre a organização e seus diversos públicos (KUNSCH, 2003,
p.149).
                  Os    termos    comunicação        empresarial,     institucional,     corporativa     e
organizacional, são usados no Brasil indistintamente, mas, segundo Kunsch (2003, p.150), “o
termo comunicação „organizacional‟, [...] apresenta maior amplitude, aplicando-se a qualquer
tipo de organização – pública, privada, sem fins lucrativos, ONGs, fundações etc., não se
restringindo ao âmbito do que se denomina „empresa‟.”
                  A história da comunicação organizacional começa em meio à Revolução
Industrial, a partir do século XIX , quando o mundo todo passou por rápidas transformações
que levaram a novas configurações das relações de trabalho, da produção, da comercialização
e da sociedade em si.


                        As mudanças provocadas com o processo de industrialização obrigaram as empresas
                        a buscar novas formas de comunicação com o público interno, por meio de
                        publicações dirigidas especialmente aos empregados, e com o público externo, por
                        meio de publicações centradas nos produtos, para fazer frente à concorrência e a um
                        novo processo de comercialização (KUNSCH, 2006, p.170).


                  As práticas da publicidade/propaganda, do jornalismo empresarial, das
relações públicas e da comunicação organizacional como um todo, começaram a ser
difundidas nesse contexto.
                  No Brasil, a história da comunicação organizacional teve início na década
de 1950, como conseqüência da aceleração do processo de industrialização iniciada por
Getúlio Vargas e implementada de forma mais concreta por Juscelino Kubitschek de Oliveira.
                  Em 1960, a abertura do mercado interno para grandes empresas
multinacionais, trouxe para o país, relevante contribuição para a evolução dos meios de

                                                                                                        36
comunicação nas organizações. Essas empresas trouxeram suas experiências dos países de
origem e “[...] iniciaram todo um processo de uma cultura de valorização da comunicação,
sobretudo das áreas de relações públicas, propaganda/publicidade e jornalismo empresarial,
cujo paradigma dominante foi marcadamente o do modelo norte-americano” (KUNSCH,
2006, p.172).
                  Neste contexto, em 1967, é criada a Aberje - Associação Brasileira dos
Editores de Revistas e Jornais de Empresa que, desde 1989, é conhecida como Associação
Brasileira de Comunicação Empresarial. “A criação da Aberje foi fruto de toda uma parceria
entre os profissionais de jornalismo, relações públicas e recursos humanos que atuavam em grandes
empresas multinacionais e perceberam a necessidade de uma maior sistematização das publicações
empresariais” (KUNSCH, 2006, p.172).
                  A partir de 1985, as organizações passam a lidar com a necessidade de
transparência e relações democráticas com a sociedade. Para Bueno (2003, p. 7), “O case da
Rhodia, amplamente festejado pela mídia e pelo mercado, influenciou outras organizações e,
explicitamente, posicionou a Comunicação Empresarial como fundamental no processo de
tomada de decisões, situação que iria se consolidar na década seguinte”.
                  O trabalho desenvolvido pela Rhodia, entre 1982 e 1988, foi o “Plano de
Comunicação Social”. Criado pela equipe de comunicação da Rhodia,


                        a iniciativa provocaria mudanças no comportamento institucional da empresa, que
                        antes era fechada e não se preocupava com a transparência e o diálogo aberto com a
                        comunidade, a imprensa, o consumidor etc. Este fato constitui um marco de certo
                        destaque na história da comunicação organizacional no Brasil, tendo servido de
                        paradigma para outras organizações que perceberam que precisavam redimensionar
                        sua comunicação para uma perspectiva mais pró-ativa e democrática (KUNSCH,
                        2006, p.173).


                  Na década de 90, a comunicação organizacional foi assumindo novas
características, sendo mais produzida, tecnicamente e profissionalmente. Bueno (2003, p.7)
afirma que a comunicação organizacional, “principalmente a partir dos anos noventa, deixou
de ser um mero conjunto de atividades desenvolvidas de maneira fragmentada, para
constituir-se em um processo integrado que orienta o relacionamento da empresa ou entidade
com todos os seus públicos de interesse”.
                  Com o novo cenário mundial dominado pelos mercados globais, economia
competitiva e o avanço da tecnologia da informação, as organizações passam a ser
pressionadas pelos seus públicos não só por qualidade e preço, mas também pela abertura ao

                                                                                                       37
diálogo com a sociedade. Assim, a comunicação das organizações deixa de ter apenas funções
técnicas e instrumentais e passa a ser utilizada de maneira estratégica.


                        As ações isoladas de comunicação de marketing são insuficientes para fazer frente
                        aos novos mercados competitivos e para se relacionar com os stakeholders ou
                        públicos estratégicos. Estes são cada vez mais exigentes e cobram das organizações
                        responsabilidade social, atitudes transparentes, comportamentos éticos, graças a uma
                        sociedade mais consciente e uma opinião pública sempre mais vigilante. E, neste
                        contexto, a comunicação passa a ser estratégica e a sua gestão tem que ser
                        profissionalizada e dirigida com competência (KUNSCH, 2006, p.170-171).


                  A necessidade de adaptação da comunicação organizacional ao contexto na
qual está inserida implica na adoção e no ajustamento às novas tecnologias de informação e
comunicação contemporâneas. O advento da Internet, mais precisamente da Web 2.0, em
2004, permitiu que o usuário deixasse o papel de leitor passivo e começasse de fato a
participar, dando sua opinião e desejando ser ouvido.


                        A comunicação digital alterou em grande parte a maneira como as organizações se
                        comunicam e se relacionam com seus públicos de interesse. Com ela, os padrões de
                        bidirecionalidade, instantaneidade e desintermediação foram atingidos. Este novo
                        modelo de comunicação empoderou os usuários, mostrando a vulnerabilidade das
                        organizações frente à participação, colaboração e interação das comunidades da web
                        (TERRA, 2009).


                  Assim, as equipes de comunicação das organizações começam a se atentar
para o relacionamento com cada um dos seus públicos, com as especificidades da sociedade
atual e o uso das novas tecnologias da informação como mais uma de suas ferramentas, afinal,
perceberam que só assim conseguirão contribuir realmente para os resultados positivos das
organizações.




2.3 Modalidades da Comunicação Organizacional



                  O conceito de comunicação organizacional engloba diferentes modalidades
comunicacionais que permitem estabelecer relações com os mais diversos públicos, são elas: a
comunicação administrativa, a interna, a mercadológica e a institucional.




                                                                                                         38
2.3.1 Comunicação Administrativa



                   A comunicação administrativa é a responsável pela transmissão de toda
informação correspondente a gestão da organização, “pode ser definida como o „intercâmbio‟
de informações dentro de uma empresa ou repartição, tendo em vista sua maior eficiência e o
melhor atendimento ao público” (ANDRADE, 1996, P.34 apud KUNSCH, 2003, p.153).
                   Ela “se relaciona com o sistema expresso de normas que regem o
comportamento, os objetivos, as estratégias e conduzem as responsabilidades dos integrantes
das organizações” (KUNSCH, 2003, p.84). Seu conteúdo engloba informações sobre
programas, instruções em geral, objetivos, resultados, campanhas, normas, projetos, entre
outros, que são viabilizados por vários meios como, por exemplo, circulares, memorandos,
ofícios, editais, murais etc.




2.3.2 Comunicação Interna



                   A comunicação interna representa as interações, os processos de troca e os
relacionamentos de uma organização com seus funcionários. Pode ser considerada “uma
ferramenta estratégica para a compatibilização dos interesses dos empregados e da empresa,
através do estímulo ao diálogo, à troca de informações e experiências e à participação de
todos os níveis” (RHODIA, 1985 apud KUNSCH, 2003, p. 154).
                   Esta modalidade envolve o funcionário nos assuntos da organização e, até
mesmo nos fatos que acontecem no país e no mundo, por meio de instrumentos como, por
exemplo, jornais murais, murais, caixa de sugestões, boletins, house organs33, intranet e
outros.


                          A partir disso, a comunicação interna consegue envolvê-los (os funcionários) com a
                          empresa, para que esses funcionários incorporem a missão e objetivos
                          organizacionais. Os diferentes públicos internos são ainda os principais porta-vozes


33
   De acordo com Bueno (2003, p.247) são “as publicações de uma organização, sobretudo as que endereçam ao
público interno, desempenham papel importante como canais de relacionamento com os diversos públicos de
interesse da empresa”.

                                                                                                           39
da empresa, ou seja, eles funcionam como parâmetro sobre a autenticidade dos
                           valores da organização. Daí a necessidade de uma comunicação voltada para os
                           empregados, objetivando criar um clima organizacional positivo, favorável ao
                           alcance dos objetivos da empresa (CABRAL et all, 2009, p.5).




2.3.3 Comunicação Mercadológica



                    A comunicação mercadológica é voltada para o mercado com a finalidade
de divulgar produtos, serviços e idéias.               Ela é a encarregada das manifestações de
comunicação persuasiva para conquistar o consumidor e os públicos-alvo pré-definidos.


                           [...] a comunicação mercadológica seria a produção simbólica resultante do plano
                           mercadológico de uma empresa, constituindo-se em uma mensagem persuasiva
                           elaborada a partir do quadro sociocultural do consumidor-alvo e dos canais que lhes
                           servem de acesso, utilizando-se das mais variadas formas para tingir os objetivos
                           sistematizados no plano (GALINDO, 1986, p. 37 apud KUNSCH, 2003, p. 162).


                    Entre as formas mais empregadas por essa modalidade de comunicação
podemos citar as publicidades, spots de rádio, banners na internet, anúncios impressos,
comerciais televisivos, promoções, embalagens, entre outros.




2.3.4 Comunicação Institucional



                    A principal função da comunicação institucional é divulgar os valores, a
missão, a visão, a filosofia, as práticas, os objetivos e as políticas da organização para seus
diversos públicos. Ela é a responsável pela formatação da imagem34 e da identidade
corporativas35 de uma organização.

                           É por meio dela que se forma a construção da imagem, ou seja, todas as idéias
                           associadas diretamente à organização. Dessa forma, é essa comunicação responsável
                           por demonstrar a credibilidade e a estabilidade da instituição, que podem ser
                           decisivas para que os indivíduos formem a sua visão em relação à empresa
                           (CABRAL et all, 2009, p.6-7).

34
   “Imagem tem a ver com o imaginário das pessoas, com as percepções. É uma visão intangível, abstrata das
coisas, uma visão subjetiva de determinada realidade (KUNSCH, 2003, p. 170).”
35
   “A identidade corporativa reflete e projeta a real personalidade da organização (KUNSCH, 2003, p. 172)”
                                                                                                             40
Nessa modalidade, os instrumentos são produzidos por algumas áreas que
constituem a comunicação institucional, são elas: as ações de assessoria de imprensa, relações
públicas, jornalismo empresarial, publicidade/propaganda institucional, a imagem e a
identidade corporativa, o marketing social, o marketing cultural e a editoração multimídia.
Cabe aqui discorrer brevemente sobre essas áreas, visto que elas convergem para tentar
garantir a influência da empresa na sociedade na qual está inserida.




Assessoria de Imprensa



                    A assessoria de imprensa “é uma das ferramentas essenciais nas mediações
das organizações com o grande público, a opinião pública e a sociedade, via mídia impressa,
eletrônica e internet. Seu processo e sua aplicação se dão por meios de estratégias”
(KUNSCH, 2003, p.169). Entre as estratégias vale citar os releases36, coordenação de
entrevistas, press kit37, organização de eventos, elaboração de produtos jornalísticos,
organização e atualização de mailing-list,38 entre outros. “Além disso, juntamente com o
departamento de marketing, é responsável pela construção da imagem institucional perante
seu público externo” (ROBERTO, 2009, p.15).




Relações Públicas



                    Kunsch afirma que “No tocante à comunicação institucional, é evidente que,
por sua natureza, as relações públicas são responsáveis, em conjunto com as demais áreas,




36
   Texto jornalístico para divulgação de assunto de interesse da organização para imprensa. Tem o objetivo de
estimular os profissionais da imprensa a investigar e divulgar a informação repassada.
37
   Conjunto de textos, fotos, material para divulgação de determinadas atividades da organização, visando
complementar e facilitar o trabalho do jornalista. Geralmente é distribuído em entrevistas coletivas e outros
eventos.
38
   Relação contendo os contatos (nome, endereço, telefone, e-mail, site, etc) de veículos de comunicação, de
jornalistas, pauteiros, produtores, repórteres, colunistas, apresentadores, etc.
                                                                                                          41
pela construção da credibilidade e pela fixação de um posicionamento institucional coerente e
duradouro das organizações” (2003, p. 166).
                 O objetivo das relações públicas é administrar estrategicamente a
comunicação das organizações com seus stakeholders, ou públicos de interesse. “É
responsável pelas pesquisas de mercado e pelo planejamento estratégico de comunicação na
empresa” (ROBERTO, 2009, p.15).




Jornalismo Empresarial



                 São as ações jornalísticas aplicadas na comunicação organizacional.
Engloba o relacionamento com a mídia e, até mesmo, a confecção de veículos para
comunicação, tanto com público interno quanto externo da organização. “O jornalismo
empresarial é um subsistema do sistema jornalístico, que se insere no macrosistema da
comunicação social. Deve, pois, ser visto como proposta especializada da atividade
jornalística, e não função menor e sem importância da grande imprensa” (KUNSCH, 2003,
p.168).




Editoração Multimídia



                 A editoração multimídia é a responsável pelos produtos comunicacionais,
desde impressos até os digitais. Todos esses produtos “têm de receber um tratamento técnico-
profissional que esta área propicia. Isso vale, concretamente, para livros impressos e
eletrônicos, revistas, encartes especiais institucionais, CD-ROMS, manuais, sites” (KUNSCH,
2003, p.169).




Imagem Corporativa



                                                                                          42
A imagem, resumidamente, é a visão, a percepção que os diversos públicos
têm sobre determinada organização. “A imagem de empresa é a representação mental, no
imaginário coletivo, de um conjunto de atributos e valores que funcionam como um
estereótipo e determinam a conduta e opiniões desta coletividade” (COSTA, 2001, p. 58 apud
KUNSCH, 2003, p.171). É imprescindível para uma organização conhecer e administrar a sua
imagem corporativa.




Identidade Corporativa



                 A identidade corporativa transmite a personalidade real da organização,
aquilo que ela é realmente. “É a manifestação tangível, o auto-retrato da organização ou a
soma total de seus atributos, sua comunicação, suas expressões etc.” (KUNSCH, 2003,
p.172). Deve ser elaborada, formatada e mantida de maneira estratégica, visando a construção
de uma identidade positiva para os seus variados públicos.




Propaganda Institucional



                 É um instrumento estratégico que deve ser planejado e visa divulgar as
realizações das organizações. “A propaganda institucional consiste na divulgação de
mensagens pagas e assinadas pelo patrocinador, em veículos de comunicação de massa, com o
objetivo de criar, mudar ou reforçar imagens a atitudes mentais, tornando-as favoráveis à
empresa patrocinadora” (GRACIOSO, 1995, p. 23-24 apud KUNSCH, 2003, p.175).




Marketing social



                 O marketing social são as ações do marketing voltadas para as questões
sociais. “Vale-se do conceito de marketing propriamente dito para trabalhar com o produto
                                                                                         43
social. [...] que tem como alvo a sociedade em vez do mercado, e como interesse, não o
particular, mas o público. Visa a mudanças de uma prática social” (KUNSCH, 2003, p.175).




Marketing cultural


                 O marketing cultural são as ações do marketing voltadas para projetos
culturais. “O termo marketing cultural está relacionado com a produção e o patrocínio da
cultura. É uma estratégia de comunicação institucional que visa promover, defender, valorizar
a cultura e os bens simbólicos de uma sociedade, que se materializam na produção de obras de
literatura, artes, ciências, etc.” (KUNSCH, 2003, p.178).




2.4 Comunicação Integrada



                 A comunicação integrada pressupõe a atuação conjunta das modalidades
que formam o composto de comunicação organizacional: a comunicação administrativa, a
interna, a mercadológica e a institucional. Kunsch (2003, p.150) afirma que “A convergência
de todas as atividades, com base numa política global, claramente definida, e nos objetivos
gerais da organização, possibilitará ações estratégicas e táticas de comunicação mais pensadas
e trabalhadas com vistas na eficácia”.
                 A figura abaixo mostra todas as modalidades que compõem a comunicação
integrada e suas respectivas funções, praticadas em prol da organização:




                                                                                           44
Quando o virtual transforma-se em real: as Redes Sociais como Ferramentas da Comunicação nas Organizações
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  • 1. UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO - UNAERP CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU GESTÃO DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E EVENTOS VIVIANE DE CARVALHO QUANDO O VIRTUAL TRANSFORMA-SE EM REAL: AS REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES RIBEIRÃO PRETO 2011
  • 2. VIVIANE DE CARVALHO QUANDO O VIRTUAL TRANSFORMA-SE EM REAL: AS REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES Monografia apresentada à Universidade de Ribeirão Preto – Campus Ribeirão Preto – como parte dos requisitos para a conclusão do curso de pós-graduação Latu Sensu em Gestão da Comunicação Organizacional e Eventos. Orientadora: Profa. Dra. Helena Maria de Andrade Capelini. RIBEIRÃO PRETO 2011
  • 3. Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Processamento Técnico da Biblioteca Central da UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto - Carvalho, Viviane de, 1983 - C331q Quando o virtual transforma-se em real: as redes sociais como ferramentas da comunicação nas organizações / Viviane de Carvalho. -- Ribeirão Preto, 2011. 94 f.: il. color. Orientadora: Profa. Dra. Helena Maria de Andrade Capelini. Monografia (pós - graduação) - Universidade de Ribeirão Preto, UNAERP, Gestão de comunicação organizacional e eventos. Ribeirão Preto, 2011. 1. Comunicação. 2. Internet. 3. Redes sociais. 4. Petrobras. I. Título. CDD: 302.23
  • 4. VIVIANE DE CARVALHO QUANDO O VIRTUAL TRANSFORMA-SE EM REAL: AS REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES O presente trabalho foi examinado pela Comissão de Avaliação do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão de Comunicação Organizacional e Eventos, composta pelos seguintes integrantes: ______________________________________________ Profa. Orientadora Dra. Helena Maria de Andrade Capelini. _________________________________________________ Prof.(a) Examinador(a) _________________________________________________ Prof.(a) Examinador(a) Nota atribuída: _______________________ Ribeirão Preto, ______/ ______/ _______
  • 5. Dedicatória Dedico este trabalho aos meus pais, irmão, familiares e amigos, em agradecimento a todo amor, dedicação, esperas, apoio, pela confiança que sempre depositaram em mim e por darem um sentido especial a minha vida!
  • 6. Agradecimentos Primeiramente agradeço a Deus por me proporcionar todas as oportunidades, experiências, momentos e conquistas que já vivi. Agradeço a minha orientadora e professora, Helena Maria de Andrade Capelini, pelo apoio, carinho, dedicação e constante incentivo, sempre indicando as direções certas. Agradeço também a professora Andressa Sirino, que me ajudou muito no início do trabalho - quando as definições são mais difíceis. Ao responsável pelo planejamento na gerência de Multimeios da Comunicação Institucional da Petrobras, Walter Romano, que concedeu a entrevista que tanto colaborou para a realização deste trabalho. À memória dos meus avós maternos e do meu avô paterno que sempre são lembrados com carinho e amor. Ao meu pai Carlos, minha mãe Suzana e irmão Thiago, pelo apoio e amor incondicional recebido durante toda minha vida. A toda minha família que sempre acreditou em mim e me incentivou. Obrigada pelo carinho, avó, tios, tias, primos e primas. A todos os amigos por entenderem a minha ausência em alguns momentos, por me apoiarem, me deixarem participar da vida deles e iluminarem a minha. Muito obrigada a todos!
  • 7. RESUMO O desenvolvimento da Internet e as possibilidades criadas pelo avanço tecnológico propiciaram o surgimento das redes sociais on-line que estão revolucionando a tradicional comunicação organizacional. Neste trabalho investiga-se como está sendo transformado o relacionamento entre empresas e seus públicos por meio das interações sociais mediadas pelas redes on-line. O objetivo é elucidar como os sites de redes sociais estão sendo utilizados pelas empresas como ferramentas de comunicação organizacional e quais estratégias são aplicadas. O estudo foi desenvolvido com revisão bibliográfica e análise dos dados colhidos de três modalidades usadas pela Petrobras em sites de redes sociais: o Blog Fatos e Dados, o Twitter e a Fan page no Facebook. Palavras-chave: Internet, Redes Sociais, Comunicação Integrada, Imagem Organizacional, Petrobras.
  • 8. ABSTRACT The development of the Internet and the possibilities created by technological advance made possible the creation of online social networks that are revolutionizing the traditional organizational communication. This research investigates how is being transformed the relationship between companies and their audiences through social interactions mediated by online social networks. The goal is to elucidate how social networking sites are being used by companies as tools for organizational communication and what are the strategies applied. The study was carried out literature review and analysis of data collected from three types of social networking sites used by Petrobras: Blog, Twitter and Fan page (Facebook). Keywords: Internet, Social Networking, Integrated Comunication, Organizational Image Petrobras.
  • 9. Lista de Ilustrações Figura 1 - 1º Teorema da Teoria dos grafos (RECUERO, 2009, p.19) ..................................22 Figura 2 - Comunicação Integrada (KUNSCH, 2006, p.178) ................................................45 Figura 3 - Blog Fatos e Dados (PETROBRAS, 2011a) .........................................................59 Figura 4 - Perfil do Twitter @blogpetrobras ..........................................................................67 Figura 5 - Fan Page da Petrobras no Facebook ......................................................................72
  • 10. Lista de gráficos Gráfico 1 – Distribuição de posts entre as cinco categorias definidas na análise do Blog ....60 Gráfico 2 – Distribuição de posts entre as quatro categorias definidas na análise do perfil do Twitter ....................................................................................................................................68 Gráfico 3 - Distribuição de posts entre as seis categorias definidas na análise da Fan Page .................................................................................................................................................72
  • 11. SUMÁRIO INTRODUÇÃO.......................................................................................................................11 CAPÍTULO I – INTERNET E REDES SOCIAIS: FIOS DA TEIA MUNDIAL DE COMUNICAÇÃO ..................................................................................................................15 1.1 INTERNET: OS FIOS ORIGINAIS DA TEIA .................................................................15 1.2 EVOLUÇÃO DA WEB: AMPLIAÇÃO DOS FIOS DA TEIA ........................................18 1.3 REDES SOCIAIS ..............................................................................................................21 1.3.1 Redes Sociais na Internet ................................................................................................23 1.3.2 Comunidades Virtuais .....................................................................................................24 1.3.3 Sites de Redes Sociais .....................................................................................................25 Blogs ........................................................................................................................................27 Orkut ........................................................................................................................................27 Youtube ....................................................................................................................................28 Twitter ......................................................................................................................................28 Facebook ..................................................................................................................................29 Yahoo Respostas …..................................................................................................................29 Flickr ........................................................................................................................................30 Ning ..........................................................................................................................................30 Sonico .......................................................................................................................................30 Myspace ...................................................................................................................................31 LinkedIn ...................................................................................................................................31 CAPÍTULO II - AS ORGANIZAÇÕES NO CONTEXTO DAS TRANSFORMAÇÕES TECNOLÓGICAS .................................................................................................................34 2.1 CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO ...................................................................................34 2.2 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ........................................................................36 2.3 MODALIDADES DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ...................................38 2.3.1 Comunicação Administrativa ..........................................................................................39 2.3.2 Comunicação Interna ......................................................................................................39 2.3.3 Comunicação Mercadológica ..........................................................................................40 2.3.4 Comunicação Institucional ..............................................................................................40
  • 12. Assessoria de Imprensa ............................................................................................................41 Relações Públicas .....................................................................................................................41 Jornalismo Empresarial ............................................................................................................42 Editoração Multimídia .............................................................................................................42 Imagem Corporativa ................................................................................................................42 Identidade Corporativa .............................................................................................................43 Propaganda Institucional ..........................................................................................................43 Marketing Social ......................................................................................................................43 Marketing Cultural ...................................................................................................................44 2.4 COMUNICAÇÃO INTEGRADA .....................................................................................44 3. REDES SOCIAIS NA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ................................49 3.1 INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ...................................................................................................................................................49 3.2 REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTAS DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ..............................................................................................................50 3.3 PETROBRAS .....................................................................................................................52 Breve história da empresa ........................................................................................................52 3.4 PETROBRAS E AS REDES SOCIAIS .............................................................................54 3.4.1 A Inserção da Organização nas Redes Sociais ................................................................54 3.4.2 A Comunidade de Internautas e a Petrobras: Aspectos da Navegação Digital Interativa ...................................................................................................................................................57 Análise do Blog Fatos e Dados ................................................................................................58 Análise do Twitter ....................................................................................................................67 Análise da Fan Page no Facebook ...........................................................................................71 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................78 REFERÊNCIAS .....................................................................................................................80 ANEXOS .................................................................................................................................87
  • 13. INTRODUÇÃO As possibilidades criadas pelo avanço tecnológico e o aparecimento de novas mídias estão impulsionando uma revolução na, até então, tradicional comunicação organizacional. A Internet converteu-se em um dos mais grandiosos sistemas de comunicação do ambiente pós-moderno, possibilitando novas formas de interação, relacionamentos, compras, vendas, entre outros. Para pensar a comunicação organizacional na atualidade, é imprescindível a verificação da evolução tecnológica e suas implicações. A penetrabilidade da Internet na sociedade é rápida e abrangente. A União 1 Internacional de Telecomunicações (UIT) revelou que o número estimado de usuários da internet no mundo chegou a 2,08 bilhões no fim de 2010. Também é perceptível que o volume de informações online geradas cresce exponencialmente. Segundo uma pesquisa do IDC2, a quantidade de informação digital gerada por ano é três milhões de vezes maior que as informações contidas em todos os livros já escritos. Esse impacto pode ser percebido através dos dados e informações distribuídos diariamente pela mídia e nas alterações de comportamento dos consumidores e públicos em geral. Um fator preponderante do advento das novas tecnologias digitais é que o público foi deixando aos poucos a característica de passividade e assumiu uma postura mais participativa, curiosa e exigente. Segundo Torres (2009), “a atenção do consumidor agora está centrada nas pessoas, na troca de experiências e em sua rede de relacionamentos. Os consumidores estão gerando conteúdo, dialogando uns com os outros sobre suas vidas e experiências, e também sobre as empresas e seus produtos”. Nesse contexto, o surgimento dos sites de redes sociais (como por exemplo, Orkut, Twitter, Facebook, Blog, Youtube, entre outros) merece destaque, pois são considerados fenômenos que já se consolidaram no Brasil e no mundo, e possuem grande público ativo. Essas plataformas de “redes sociais” são espaços virtuais para colocar em prática a integração dos membros destas redes – que não são tecnológicas, mas sim humanas. Segundo Ramalho (2010, p.6), “as mídias sociais dizem respeito a pessoas comuns que passam a ter o poder de divulgar suas idéias coletivamente e influenciar o mundo ao seu 1 Dado anunciado no dia 26/01/2011 pelo chefe da União Internacional de Telecomunicações (UIT – da Organização das Nações Unidas, ONU), Hamadun Touré (ACONTECENDOAQUI, 2011). 2 IDC (International Data Corporation) http://www.emc.com/collateral/analyst-reports/diverse-exploding-digital- universe.pdf 11
  • 14. redor”. Elas estão transformando a sociedade em si, o modo de se fazer a comunicação organizacional e também a maneira das empresas lidarem com os consumidores. Para as organizações que pretendem se diferenciar no mercado atual tornou- se fator primordial a adaptação constante ao novo meio, às novas tecnologias, às exigências dos consumidores conscientes, à forte concorrência e à implantação de uma comunicação cada vez mais estratégica e integrada. Assim, as organizações percebem, cada vez mais, que devem participar dos diversos canais online para favorecer a sua reputação, monitorar o que as pessoas comentam sobre os seus produtos e serviços, estimular as opiniões positivas e neutralizar as negativas, podendo, assim, atuar mais ativamente no posicionamento de sua imagem perante seus stakeholders (públicos estratégicos). Para tanto, as empresas têm o desafio de planejar a comunicação empresarial de forma integral, observando não só a mudança de foco do consumidor, mas também a pluralidade de papéis que ele exerce neste meio. A nova comunicação empresarial deve abranger as mídias sociais, e todos os papéis que um indivíduo pode ocupar, seja o de consumidor, o de colaborador, o de influenciador, entre outros. As organizações devem multiplicar seus canais de divulgação, oferecendo conteúdo relevante, atual e coerente com as práticas corporativas, conquistando multiplicadores de suas ações e, consequentemente, de sua identidade institucional. Na medida em que a comunicação organizacional é utilizada de forma eficiente, com ações que proporcionem a prática de uma comunicação integrada, que respeita seus diversos públicos, interage bem com eles, atende bem os seus clientes, admite os seus erros, enfim, a partir do momento em que assume uma posição de transparência e consegue utilizar as novas tecnologias a seu favor, o resultado esperado é de uma posição de destaque perante a sociedade e a concorrência. A proposta do presente trabalho é analisar e elucidar como a comunicação organizacional está utilizando e, ao mesmo tempo, se relacionando com as possibilidades geradas pelos sites de redes sociais, como mais uma tentativa de conhecer e relatar as estratégias aplicadas, provendo, assim, mais material informativo sobre o tema e também contribuindo de forma significativa para o campo da comunicação. A metodologia aplicada foi a revisão teórica fundamentada na discussão de dados primários, método de pesquisa baseado no levantamento de bibliografia para análise literal de textos e de conteúdos. Assim, a pesquisa contou inicialmente com o levantamento de bibliografia a respeito da comunicação organizacional, considerando estudiosos da área como, 12
  • 15. por exemplo, Wilson Bueno da Costa e Margarida Kunsh. Também integraram a pesquisa os estudos sobre a sociedade em rede, as novas tecnologias, os aspectos da evolução das redes sociais e como elas se apresentam na atualidade. Alguns autores de referência teórica sobre os temas são Manuel Castells, Alex Primo e Raquel Recuero. Paralelamente à revisão teórica, foi realizada uma pesquisa através da efetiva observação e coleta de dados em algumas plataformas de redes sociais da Petrobras, que foi definida como objeto empírico por ser uma empresa que tem se destacado em sua atuação nas redes sociais na web. A empresa possui sites institucionais, agência de notícias, jogos online, contas no Twitter, Facebook, Youtube, Flickr, Blog, Slideshare, entre outros. A Petrobras é a oitava3 maior empresa do mundo e a terceira marca mais valiosa do país, estando atualmente avaliada em torno de 140 bilhões de dólares. Além disso, é uma empresa de grande porte e representatividade, com projeção nacional e internacional, o que permite maior abrangência de estudos e possibilidades de extensão dos resultados a outros contextos organizacionais. Sendo assim, a Petrobras se caracteriza como uma grande referência para o estudo proposto. Para a pesquisa foram coletados, organizados e analisados, dados colhidos de três modalidades da empresa em sites de redes sociais: o Blog Fatos e Dados, o Twitter e a Fan page no Facebook. Inicialmente foi realizado um rastreamento das postagens nesses sites de redes sociais nos meses de maio, junho e julho de 2011. Após o rastreamento escolheu-se um dos meses, pelo critério de aumento de postagens em relação aos demais. Com isso o mês de junho foi o escolhido para a análise do Blog Fatos e Dados e da Fan Page do Facebook, já em relação ao Twitter, o mês definido foi o de julho. Além disso, foram coletados os comentários de usuários, às publicações realizadas pela organização. Uma entrevista com o responsável pelo planejamento na gerência de Multimeios da Comunicação Institucional da Petrobras, Walter Romano, sobre o uso dos sites de redes sociais pela empresa também foi realizada. O presente trabalho está dividido em três partes, além da introdução e das considerações finais. O primeiro capítulo traz um breve histórico da Internet, trata da evolução da Web, do surgimento das redes sociais on-line, a evolução da participação dos usuários na construção do conteúdo on-line e, apresenta e descreve os 10 sites de redes sociais mais utilizados no Brasil em número de usuários ativos, de acordo com pesquisa do Ibope NetRatings de julho de 2010. 3 Dados retirados do site: http://fonte.miti.com.br/blog/analise-sobre-a-repercussao-da-petrobras-no-meio-online 13
  • 16. No segundo capítulo é delineado o conceito de organizações, contendo também um breve histórico e algumas concepções referentes a comunicação organizacional e a importância de se construir uma comunicação integrada e estratégica perante aos novos desafios lançados pelas inovações tecnológicas e pela sociedade contemporânea. O terceiro capítulo aborda como as redes sociais on-line estão influenciando e sendo utilizadas como ferramentas da comunicação organizacional. Traz também um breve histórico da Petrobras, sua inserção no meio digital e a organização e análise dos dados coletados para ilustrar como a empresa está se adaptando a utilização dos sites de redes sociais on-line como ferramentas de comunicação. 14
  • 17. 1. INTERNET E REDES SOCIAIS: FIOS DA TEIA MUNDIAL DA COMUNICAÇÃO As transformações tecnológicas, em especial as propiciadas pela Internet, possuem penetrabilidade em todas as esferas da atividade humana. Castells (1999) afirma que essas mudanças envolvem e influenciam, direta ou indiretamente, empresas, indivíduos, meios de comunicação, instituições e sociedade em geral. A criação e o desenvolvimento da Internet possibilitaram as interações entre tecnologia e informação que não param de acontecer e se multiplicar ininterruptamente. A Internet tornou-se um dos maiores sistemas de comunicação já desenvolvidos, redefinindo os conceitos de tempo e espaço, criando novas possibilidades de acesso e trocas de informações, relacionamentos, comércio, entre outros. 1.1 Internet: os fios originais da teia A Internet começou a ser utilizada no fim da década de 60, nos Estados Unidos, para fins militares. A rede era uma precaução contra possíveis ataques ao país. Segundo Ferrari, A internet foi concebida em 1969, quando o Advanced Research Projects Agency (Arpa - Agência de Pesquisa e Projetos Avançados), uma organização do Departamento de defesa norte-americano focada na pesquisa de informações para o serviço militar, criou a ARPANET, rede nacional de computadores, que servia para garantir comunicação emergencial caso os Estados Unidos fossem atacados por outro país – principalmente União Soviética (FERRARI, 2008, p. 15). Pouco tempo após ser criada, a ARPANET foi aberta aos centros de pesquisa que cooperavam com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, passando a ser acessada também por pesquisadores acadêmicos com trabalhos na área de segurança e defesa. Com essa abertura, além de ser empregada como estratégia de defesa, começou a ser utilizada para 15
  • 18. todos os tipos de comunicações. Em 1972 foi criado o primeiro programa de envio de mensagens através de correio eletrônico, por Ray Tomlinson4. Com o passar dos anos, foi imprescindível que a Internet se tornasse útil para outros grupos - além de acadêmicos e estrategistas - que necessitavam trocar informações. Em 1979 foi criada a Usenet5, um dos primeiros serviços utilizados para transmissão de mensagens através de computadores. Essa rede servia para transferir arquivos e correio eletrônico, possibilitando ainda a postagem de artigos e comentários em grupos de notícias ou fóruns de discussão. A utilização da rede por diversos públicos foi crescendo tanto que, em 1983, houve uma divisão entre a ARPANET, dedicada a objetivos científicos, e a MILNET, diretamente voltada a aplicações militares. Ainda em 1983, todas as máquinas conectadas com a ARPANET foram obrigadas a usar o novo conjunto de protocolos TCP/IP6, que permitiu a conexão de diferentes tipos de rede. Assim, novas redes começaram a surgir além da USENET (1979). Em meados dos anos 80, foram criadas a CSNET e a BITNET. A National Science Foundation (Fundação Nacional da Ciência) criou a rede científica CSNET e, outra rede para estudiosos de áreas não científicas, em cooperação com a IBM, a BITNET (Because It’s Time Network). Entretanto, todas as redes usavam ainda a ARPANET como sistema de comunicação. Segundo Castells (1999, p.375), “A rede das redes que se formou durante a década de 80 foi chamada de ARPA-INTERNET, mais tarde Internet, ainda custeada pelo Departamento de Defesa e operada pela Fundação Nacional da Ciência”. A ARPANET foi formalmente encerrada em 1990, nascendo assim, a Internet, com 1500 sub-redes e 250 mil hosts7. Ainda em 1990 o cientista do Centro Europeu para Pesquisa Nuclear - CERN8 (Centre Européen pour Recherche Nucleaire), Tim Bernners Lee, trabalhando em cooperação com Robert Calliau, criou um novo sistema de informação 4 1972: Ray Tomlinson inventa programa de e-mail e escolhe o sinal @. http://www.xtimeline.com/evt/view.aspx?id=68114 5 “Originalmente destinada para discussões, a Usenet foi criada em 1979 por uma dupla de estudantes da Duke University. O conceito geral era criar um BBS (Bulletin Board System) ou grupo de discussão que pudesse ser utilizado em todo o mundo. Os usuários da Usenet se inscreviam e participavam em várias discussões que ocorriam em sua categoria escolhida, também conhecida como newsgroup” (REVISTA USENET). 6 “Ela (ARPA) foi extremamente favorecida pela invenção, por Cerf e Kahn em 1973, do TCP/IP, o protocolo de interconexão em rede que introduziu a tecnologia de „abertura‟, permitindo a conexão de diferentes tipos de rede” (CASTELLS, 1999, p. 91). 7 “Em informática, host é qualquer máquina ou computador conectado a uma rede”. http://informaticaparadeus.blogspot.com/2009/08/host.html 8 Informações sobre o CERN: http://www.infopedia.pt/$cern 16
  • 19. distribuída, baseada no hipertexto, o WWW (Worl Wide Web), que liga blocos de informação relacionados, armazenados em diferentes computadores, escondendo endereços de rede por trás de itens recalcados na tela do computador. Um novo salto tecnológico permitiu a difusão da Internet na sociedade em geral: a criação de um novo aplicativo, a teia mundial (world wide web - WWW), que organizava o teor dos sítios da Internet por informações e não por localização, oferecendo aos usuários um sistema fácil de pesquisa para procurar as informações desejadas (CASTELLS, 1999, p. 88). O crescimento da WWW foi rápido, Ferrari (2008, p.17) afirma que em “1996, já existiam 56 milhões de usuários no mundo”. Com o tempo, o browser foi aperfeiçoado e as interfaces das páginas foram ficando mais fáceis de serem visualizadas até ficarem da forma que conhecemos hoje. No Brasil, a comunidade acadêmica iniciou suas atividades com redes em 1988 e, o acesso à Internet era restrito a professores, estudantes e funcionários de universidades e instituições de pesquisa. Algumas instituições governamentais e privadas também tiveram acesso devido a colaborações acadêmicas e atividades não-comerciais. O Ministério da Ciência e Tecnologia lança, em 1989, o projeto de criação da RNP9 (Rede Nacional de Pesquisa), que começou a ser montada em 1991. O objetivo do projeto era implantar uma infraestrutura de rede Internet com abrangência nacional para a comunidade acadêmica. A RNP foi o primeiro backbone10 nacional. A partir de 1995, outros usuários também obtiveram o acesso à Internet no país. Segundo Debiasi (2010a, p.20), “a abertura da Internet comercial no Brasil só foi ocorrer em maio de 1995 e, assim, a rede deixou de ser exclusiva do meio acadêmico, estendendo seu acesso a todos os setores da sociedade”. Com o aumento contínuo de acessos, em 1998, a rede necessitou de uma infraestrutura melhor, o que acabou resultando no backbone RNP211, uma rede de alta tecnologia, que atualmente conecta os 27 estados brasileiros e interliga mais de 300 instituições de ensino superior no país. Em março de 2011, segundo uma pesquisa realizada pelo Ibope Nielsen On- line (PUBLICIDADE DIGITAL, 2011), o Brasil atingiu 43,2 milhões de usuários ativos de 9 Sobre a Rede Nacional de Pesquisa http://www.rnp.br/rnp/ 10 Backbone significa “espinha dorsal”, e é o termo utilizado para identificar a rede principal pela qual os dados de todos os clientes da Internet passam. É a espinha dorsal da Internet (MARTINS, 2009). 11 “Seguindo a tendência das redes acadêmicas no resto do mundo, a RNP iniciou, em 1998, uma nova fase de expansão da rede acadêmica brasileira com a construção de um novo backbone de rede, o RNP2” (GUIA RNP). 17
  • 20. Internet, um crescimento de 13, 9 % em comparação com o ano anterior quando o país já contava com 37,9 milhões. O número mundial de usuários de internet que era de 250 milhões no ano 2000 ultrapassou a quantidade de dois bilhões de pessoas12 no fim de 2010. Com a população mundial chegando aos 6,8 bilhões, a relação de quem está conectado à rede mundial de computadores é de quase uma pessoa em cada três. As previsões para 2015 são ainda mais profusas. De acordo com um estudo 13 da Cisco , empresa que produz equipamentos de infraestrutura para redes, a Internet terá mais de 15 bilhões de aparelhos conectados. O número de usuários com acesso à Internet deve dar um salto de três bilhões e o tráfego de dados será quatro vezes maior do que o processado em 2010 atingindo 966 exabytes14 por ano. Embora a Internet tenha começado com fins militares, agora ela possui inúmeras funções e possibilidades, além do compartilhamento de informações. Segundo Roberto (2009, p. 24-25), “é possível a expressão de opinião, a interatividade de pessoas de diferentes países, a comunicação entre as empresas e seus consumidores, pesquisas acadêmicas, entre outros”. 1.2 Evolução da WEB: ampliação dos fios da teia A criação da teia mundial, a World Wide Web (WWW), em 1990, permitiu que o conteúdo da rede ficasse mais atraente para os usuários e propiciou uma ampla difusão da Internet na sociedade em geral. A propagação da Internet foi muito rápida. De acordo com Castells, A Internet tem tido um índice de penetração mais veloz do que qualquer outro meio de comunicação na história: nos Estados Unidos, o rádio levou trinta anos para chegar a sessenta milhões de pessoas; a TV alcançou esse nível de difusão em 15 anos; a Internet o fez em apenas três anos após a criação da teia mundial (CASTELLS, 1999, p. 439). 12 Dado anunciado no dia 26/01/2011 pelo chefe da União Internacional de Telecomunicações (UIT – da Organização das Nações Unidas, ONU), Hamadun Touré (ACONTECENDOAQUI, 2011). 13 (CISCO THE NETWORK) 14 Exabyte (EB), que é derivado do exa prefixo SI, é uma unidade muito grande de armazenamento de computador ou informação que equivale a um quintilhão de bytes, onde 1 EB = 1.000.000.000.000.000.000 B. http://tech-seeker.com/article/What-is-a-Exabyte-portuguese.html 18
  • 21. A Web 1.0 pode ser definida como a primeira fase da Web, que se estende, principalmente, durante a década de 90. Ela é considerada um grande marco por ter sido o primeiro contato de milhões de pessoas com a rede, e pela possibilidade de incorporar imagens, sons e dados ao conteúdo. Nesta fase, a Web era estática e compreendida como um local para encontrar informações, e não para compartilhar idéias. Os dados eram estáticos, as atualizações não aconteciam em tempo real e nenhum tipo de interação era permitido. O armazenamento de grande quantidade de informações foi um notável diferencial da Web. Para Gonçalves, Havia uma grande quantidade de informação disponível com pouco ou nenhum grau de interação, o usuário não podia alterar o conteúdo, pois era apenas um espectador da ação que se passava nas páginas que ele visitava. Mesmo assim, esses fatores não impediram o crescimento e a popularização da rede, que aos poucos foi sendo disseminada por todo o planeta (GONÇALVES, 2011). Com o passar dos anos e o amadurecimento da Internet, ingressamos na 15 Web 2.0 , que não se trata de uma atualização tecnológica, mas sim de uma mudança na maneira de promover conteúdo através da Internet. O ambiente virtual torna-se um meio mais participativo, que possibilita a inclusão de conteúdos e interatividade entre os usuários da Web, que passa a ser vista como uma plataforma. O termo web 2.0 foi cunhado em 2004 por Tim O‟ Reilly, consultor norte- americano, em uma conferência para discutir como a web estava produzindo sistemas, aplicativos e ferramentas que cada vez mais municiavam o usuário para ações de comunicação e relacionamento autônomas, sem a intervenção dos conhecidos veículos de mídia para a formação da opinião da sociedade (CORRÊA, 2009, p.164). A principal característica dessa nova fase da Web é a participação do usuário como gerador de conteúdo, derrubando os limites entre produtores e consumidores da informação e do conhecimento, tornando a rede um meio cooperativo. “O usuário passou a interagir de forma colaborativa, deixando a internet mais participativa entre pessoas de qualquer lugar do mundo e possibilitando a construção coletiva do conhecimento” (GONÇALVES, 2011). 15 “Antes de mais, convém lembrar que tal como a “Web 2.0", o termo “Web 3.0” não é um termo oficial, não representa nenhum protocolo específico ou padrão e não está tutelado por qualquer entidade” (SALVADOR, 2010). 19
  • 22. A Web 2.0 permitiu a visualização da internet como plataforma de desenvolvimento de conhecimento e trabalho. “Entre outras, a regra mais importante (da Web 2.0) é desenvolver aplicativos que aproveitem ao máximo os efeitos de rede e da inteligência coletiva” (GONÇALVES, 2011). Inteligência coletiva é um conceito que mostra como se dá a circulação do conhecimento no ciberespaço16. O termo surgiu a partir de debates promovidos pelo filósofo da informação, Pierre Lévy e, para ele, “poder-se-ia definir a inteligência coletiva como uma inteligência distribuída em toda a parte, continuamente valorizada e sinergizada em tempo real” (LÉVY, 1999, p.96 apud GIORDANI, 2008, p.14). Lévy afirma ainda que “a base e o objetivo da inteligência coletiva são o reconhecimento e o enriquecimento mútuos das pessoas” (LÉVY, 1998, p.29 apud GIORDANI, 2008, p.14) o que favorece a comunidade a alcançar seus objetivos, já que proporciona a “negociação permanente da ordem estabelecida, de sua linguagem, do papel de cada um, o discernimento e a definição de seus objetos, a reinterpretação de sua memória” (LÉVY, 1998, p.31 apud GIORDANI, 2008, p.14). Como a inteligência está distribuída por toda a parte, subentende-se que todo o saber está na humanidade. E a Internet contribui para a construção e difusão diária do conhecimento, principalmente ao possibilitar que o até então usuário da rede, deixasse de ser apenas consumidor de conteúdo e pudesse também produzi-lo. A interatividade, uma das características da Web 2.0, permitiu essa mudança no papel do receptor. Segundo Sousa (2006, apud PRADO et all., 2008, p.5), “as novas tecnologias disponibilizam recursos às audiências, permitindo aos receptores, além de intervir, controlar a mensagem e, também, produzi-la conjuntamente de forma bidirecional”. A interatividade pode ser entendida como uma conexão estabelecida entre indivíduos ou grupos, que compartilham informações e experiências, influenciando-se com reciprocidade. “Nesse sentido a interatividade, segundo Lévy (1999), acontece baseada em dispositivos informacionais e comunicacionais, sendo a internet o espaço onde essa interatividade poderá acontecer de forma mais ampla” (PRADO et all., 2008, p.6). Com a Web 1.0 as barreiras de tempo e espaço, e as fronteiras entre emissor e receptor já pareciam ter se desintegrado, dada a natureza flexível, dinâmica e dialógica da 16 O ciberespaço é definido como um mundo virtual porque está presente em potência, é um espaço desterritorializante. Esse mundo não é palpável, mas existe de outra forma, outra realidade. O ciberespaço existe em um local indefinido, desconhecido, cheio de devires e possibilidades. http://departamentocienciadainformacao.blogspot.com/2010/05/o-que-e-o-ciberespaco.html 20
  • 23. rede. Com a chegada da Web 2.0 os usuários comuns realmente passaram a participar e intervir mais ativamente na construção da arquitetura e do conteúdo on-line. Uma terceira fase de Internet, ou a Web 3.0, vem sendo discutida desde novembro de 2006, quando o jornalista John Markoff publicou o artigo “Empreendedores vêem uma Internet 3.0 guiada pelo senso comum”, em uma edição do jornal New York Times. Segundo o jornalista, Pesquisadores e empreendedores dizem que apesar de ser improvável que haja sistemas completos de inteligência artificial tão cedo, se é que algum dia existirão, a Internet atualmente está produzindo uma cascata crescente de sistemas baseados em inteligência útil a partir de esforços comerciais para estruturar e explorar a Internet. Áreas específicas como sites de viagens e críticas de restaurantes e produtos são candidatas óbvias para construção de tais sistemas, que prenunciariam a chegada da Web 3.0 (MARKOFF, 2006 apud TEIXEIRA, 2009). A Web 3.0 parte do princípio de que a internet será capaz de interpretar os dados disponibilizados na rede, oferecendo resultados customizados de acordo com a necessidade real de cada usuário. Sua realização será resultado da associação de informações, experiências e conhecimentos adquiridos por meio da Web 2.0, com a tecnologia semântica (significativa) que, embora pareça novidade, é discutida há anos pelo britânico Timothy John Berners-Lee (o criador da WWW) (GONÇALVES, 2011). Alguns estudiosos acreditam que a terceira geração da Internet estará disponível em poucos anos. Em virtude disso, pode-se afirmar que a Web 2.0 é a geração atual da rede. Foi ela que permitiu, entre outras coisas, o elevado nível de interatividade propiciado pela Internet e o surgimento dos sites de redes sociais. 1.3 Redes Sociais O desenvolvimento da Internet e, principalmente, o ingresso na segunda geração da Web - a Web 2.0, permitiu que a rede fosse acessível a usuários de todo o mundo, que os mesmos começassem a participar mais ativamente da construção do conteúdo exposto na Internet e que passassem a interagir, cada vez mais, entre si. Segundo Recuero (2009, p.16), a comunicação mediada pelo computador “mais do que permitir aos indivíduos 21
  • 24. comunicar-se, amplificou a capacidade de conexão, permitindo que redes fossem criadas e expressas nesses espaços: as redes sociais mediadas pelo computador”. Na primeira geração da Web, as pessoas utilizavam as listas de discussões, as ferramentas de mensagens instantâneas ou as salas de bate-papo para compartilhar idéias e interesses em comum; atualmente elas empregam as redes sociais na Internet. Embora os sites de redes sociais tenham atingido expressiva popularidade no início do século XXI, o estudo das redes sociais em si não é novo. Segundo Recuero (2009, p. 17), “O estudo da sociedade a partir do conceito de rede representa um dos focos de mudança que permeia a ciência durante todo o século XX”. A autora afirma ainda que a metáfora da rede foi utilizada pela primeira vez com abordagem matemática, onde sua representação era similar a um grafo17, constituído de nós e arestas que conectam esses nós. A teoria dos grafos é uma parte da matemática aplicada que se dedica a estudar as propriedades dos diferentes tipos de grafos. Essa representação de rede pode ser utilizada como metáfora para diversos sistemas (RECUERO, 2009, p. 20). Figura 1 - 1º Teorema da Teoria dos grafos (RECUERO, 2009, p.19) A essa abordagem matemática da teoria dos grafos, se somaram estudos aplicados das ciências sociais, surgindo, desse modo, o conceito estendido de rede social, em análises que tinham como objetivo compreender a composição dos grupos sociais. Assim, Recuero (2009, p. 24) conceitua Uma rede social é definida como um conjunto de dois elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos; os nós da rede) e suas conexões (interações ou laços sociais) 17 Em matemática, um grafo é um conjunto de pontos conectados por linhas. Grafo é uma abstração utilizada para modelar a relação entre coisas. 22
  • 25. (Wasserman e Faust, 1994; Degenne e Forse, 1999). Uma rede, assim, é uma metáfora para observar os padrões de conexão de um grupo social, a partir das conexões estabelecidas entre os diversos atores. A abordagem de rede tem, assim, seu foco na estrutura social, onde não é possível isolar os atores sociais e nem suas conexões. Assim, as redes sociais não são uma expressão exclusiva da era da informática, elas são, antes de tudo, a socialização, os relacionamentos entre as pessoas, os laços que os indivíduos estabelecem entre si, “são métodos de interação que sempre visam algum tipo de mudança concreta na vida das pessoas, no coletivo e/ou nas organizações participantes” (AGUIAR, 2007, p.2). 1.3.1 Redes Sociais na Internet Apesar do conceito de redes sociais não ser exclusivo da era tecnológica, após o advento da Web 2.0 ele passou a ser amplamente associado à comunicação no ciberespaço. Assim, as interações que as pessoas estabelecem entre si nas relações cotidianas – familiares, comunitárias, em círculos de amizade, no trabalho etc - buscando apoio, referências, informações, entre outros, caracterizando as redes sociais, foram vastamente estendidas para o mundo on-line. Castells (1999, p. 565) aponta que, “Embora a forma de organização social em redes tenha existido em outros tempos e espaços, o novo paradigma da tecnologia da informação fornece a base material para a sua expansão penetrante em toda estrutura social”. A internet, então, permitiu que a socialização acontecesse de forma rápida e em escala mundial. Várias expressões como, por exemplo, rede social na internet, mídias sociais, redes sociais on-line e social media vem sendo usadas como sinônimos. De acordo com Terra (2009), Podemos definir a mídia social como aquela utilizada pelas pessoas por meio de tecnologias e políticas na web com fins de compartilhamento de opiniões, idéias, experiências e perspectivas. São consideradas mídias sociais os textos, imagens, áudio e vídeo em blogs, quadro de mensagens, podcasts, wikis, vlogs e afins que permitem a interação entre os usuários. Portanto, muitas experiências proporcionadas pelas redes sociais na vida cotidiana começam a ter reflexos na Internet, que passa a ser usada como mais um ambiente 23
  • 26. de interação e/ou um espaço complementar para a socialização. Para Castells (1999, p. 446), as redes sociais Reforçam a tendência da “privatização da sociabilidade” - isto é, a reconstrução das redes sociais ao redor do indivíduo, o desenvolvimento de comunidades pessoais, tanto fisicamente quanto on-line. Os vínculos cibernéticos oferecem a oportunidade de vínculos sociais para pessoas que, caso contrário, viveriam vidas sociais mais limitadas, pois seus vínculos estão cada vez mais espacialmente dispersos. As novas tecnologias, principalmente, as redes sociais on-line, propiciaram um espaço de voz ativa aos indivíduos através das novas formas de expressão e interação. Lemos (2009, p.3) afirma que As tecnologias da comunicação e da interação digitais, e as redes que lhe dão vida e suporte, provocam e potencializam a conversação e reconduzem a comunicação para uma dinâmica na qual indivíduos e instituições podem agir de forma descentralizada, colaborativa e participativa. Assim, a comunicação assimétrica e de mão única perde seu lugar para uma comunicação cada vez mais bilateral, possibilitando a constante troca de papéis entre emissores e receptores, e também os diálogos, conversações e colaborações. 1.3.2 Comunidades Virtuais Muitos autores afirmam que as interações através do computador estão possibilitando o surgimento de grupos sociais com características comunitárias na Internet. Essa nova forma de sociabilidade é uma decorrência da sociedade atual. Através da comunicação mediada pelo computador e sua influência na sociedade e na vida cotidiana, as pessoas estariam buscando novas formas de conectar-se, estabelecer relações e formar comunidades já que, por conta da violência e do ritmo de vida, não conseguem encontrar espaços de interação social (RECUERO, 2009, p.136). Assim, estão surgindo as comunidades virtuais, que podem ser definidas, “como agregados sociais que surgem da Rede (Internet), quando uma quantidade suficiente de gente leva adiante essas discussões públicas durante um tempo suficiente, com suficientes 24
  • 27. sentimentos humanos, para formar redes de relações pessoais no ciberespaço” (RHEINGOLD 1995, p.20 apud RECUERO, 2009, p.137). Para Recuero, esse conceito [...] é uma tentativa de explicar os agrupamentos sociais surgidos no ciberespaço. Trata-se de uma forma de tentar entender a mudança da sociabilidade, caracterizada pela existência de um grupo social que interage, através da comunicação mediada pelo computador (RECUERO, 2009, p.146). Novas relações são criadas nas comunidades virtuais e um elemento fundamental para sua existência é o sentimento de “pertencimento”, o que significa que é preciso que seus membros sintam-se responsáveis e parte dela. A maioria dos sites de redes sociais possui como característica intrínseca a formação de comunidades virtuais. As redes sociais na Internet encontram sua expressão máxima através dos sites de redes sociais. 1.3.3 Sites de Redes Sociais Os sites de redes sociais são associados aos ambientes virtuais de relacionamentos interpessoais através da Internet. Recuero (2009, p. 104) os conceitua como sites “cujo foco principal está na exposição pública das redes conectadas aos atores, ou seja, cuja finalidade está relacionada a publicização dessas redes”. A autora faz uma definição ainda mais detalhada ao citar outros autores, Sites de redes sociais foram definidos por Boyd & Ellison (2007) como aqueles sistemas que permitem i) a construção de uma persona através de um perfil ou página pessoal; ii) a interação através de comentários; e iii) a exposição pública da rede social de cada ator (RECUERO, 2009, p.102). Os primeiros sites desse tipo foram lançados nos Estados Unidos em meados da década de 9018, com o intuito de conectar amigos do colégio ou da faculdade. Eles permitiam a criação de perfis, a listagem de amigos e, a partir de 1998, navegar através das listas de amigos. Em 2002 uma nova geração desses sites emergiu [...] com o lançamento do Friendster, baseado no modelo de “Círculo de Amigos” (desenvolvido pelo cientista da computação britânico Jonathan Bishop), no qual os usuários constroem um perfil público (ou semipúblico) a partir de dados 18 (DEBIASI, 2010b). 25
  • 28. estruturados em um formulário e o associam aos perfis de amigos, amigos de amigos e conhecidos com os quais possuem algum tipo de proximidade e de identidade na vida real, mediante uma rede de hiperlinks que conectam as páginas individuais (AGUIAR, 2007, p.10). Atualmente existem centenas de sites de redes sociais, com diversas funcionalidades tecnológicas. A maioria desses sites dá sequência a redes sociais pré- existentes, enquanto outros ajudam desconhecidos a se aproximarem em função de interesses e opiniões compartilhados, pontos de vistas ou atividades. Recuero classifica os sites de redes sociais em dois tipos, os estruturados e os apropriados. Os primeiros podem ser exemplificados pelo Orkut, Facebook, Linkedin, entre outros, e são caracterizados pelos “sistemas focados em expor e publicar as redes sociais dos atores. São sites cujo foco principal está na exposição pública das redes conectadas aos atores, ou seja, cuja finalidade está relacionada à publicização dessas redes” (RECUERO, 2009, p.104). Já os apropriados “são aqueles sistemas que não eram, originalmente, voltados para mostrar redes sociais, mas que são apropriados pelos atores com este fim” (RECUERO, 2009, p.104), como exemplos podemos citar o Twitter, os Weblogs e o Fotolog. O avanço tecnológico possibilitou que as pessoas pudessem trocar e/ou divulgar informações de forma mais interativa e rápida, o que proporcionou a criação de novos canais e, ao mesmo tempo, a proliferação e ampliação de novas informações circulando nos grupos sociais. Nesse contexto, aconteceu a difusão dos sites de redes sociais. Para fins de ilustração, nesta pesquisa, são apresentados e descritos alguns exemplos de sites de redes sociais na internet. Serão apontados os Weblogs – ou apenas Blogs - e os 10 sites de redes sociais mais utilizados no Brasil em número de usuários ativos, de acordo com pesquisa do Ibope NetRatings19 e observações publicadas no site Binder20 em julho de 2010. O ranking das redes sociais ficou da seguinte forma: 1º Orkut (26 milhões de usuários ativos), 2º Youtube (20 milhões), 3º Twitter (9,8 milhões), 4º Facebook (9,6 milhões), 5º Yahoo Respostas (5,5 milhões), 6º Flickr (3,5 milhões), 7º Ning (três milhões), 8º Sonico (dois milhões), 9º Myspace (1,5 milhão) e 10º Linkedin (1,5 milhão). A seleção realizada não visa esgotar nem explorar de forma densa o assunto, trata-se de apontamentos gerais de uma pequena amostra dos sites de redes sociais disponíveis na atualidade. 19 (FERRARI, 2010) 20 (BINDER, 2010) 26
  • 29. Blogs Os Blogs, ou diários virtuais, são páginas da Web nas quais os usuários publicam textos de conteúdo variado - desde assuntos relacionados a vida pessoal do blogueiro (blogger21em inglês), até notícias gerais, denúncias, opiniões, entre outros – com espaços disponíveis para comentários de outros usuários. De acordo com Zago (2008, p.2), Blogs são um formato típico de produção e disponibilização de conteúdo na web caracterizados pela apresentação de informações em ordem cronológica inversa (Blood, 2000). (...) se caracterizam (também) pela publicação de microconteúdo (Dash, 2002), ou seja, conteúdo voltado para as especificidades da leitura na tela de um computador (diferentemente de outros formatos como portal, a unidade de conteúdo do formato blog é o post, e não a página); pela informalidade, traduzida pelo fato de que, em geral, não há regras rígidas para a produção de conteúdo, o que faz com que se sobressaia o papel do autor de um blog (Recuero, 2003); pela interatividade, possibilitada por recursos próprios dos sistemas de publicação de blogs, como blogroll, comentários e trackback (Recuero, 2003); e pela possibilidade de atualização contínua, cujas novas atualizações podem ser acompanhadas a partir de feeds RSS22 (Gill, 2005). O surgimento de ferramentas que hospedam essas páginas como, por exemplo, o Blogger (www.blogger.com.br) e o Wordpress (www.wordpress.com), tornaram o Blog mais popular, visto que, disponibilizam os recursos necessários para construir e manter a página no ar, sem exigir do usuário conhecimento técnico para tanto. Segundo Ramalho (2010, p. 77) atualmente “Não dá pra pensar em mídias sociais sem falar em blogs. Os diários pessoais ganharam uma nova dimensão na internet e alcançaram as empresas”. Orkut Em primeiro lugar na pesquisa, o Orkut (www.orkut.com) é um site de relacionamento criado pelo estudante Orkut Buyukkpkten, em janeiro de 2004, enquanto ele era aluno da Universidade de Stanford e funcionário do Google23. No Orkut, os usuários 21 Nome dado às pessoas que possuem blogs na internet. 22 “RSS é uma abreviatura de Really Simple Sindication. (...) O leitor de RSS é um site ou programa que busca continuamente em todos os sites que você se cadastrou se foi publicada alguma novidade. Em caso positivo ele trás um pequeno resumo e um link para o site.” (RAMALHO, 2010, p.95-96) 23 Site de sistema de busca. www.google.com 27
  • 30. criam seus perfis informando dados pessoais e interesses gerais. O site permite a postagem de fotos, de vídeos, a criação de listas e grupos de amigos, à interação de uns usuários com outros através de recados (scraps) e comunidades de assuntos específicos. As comunidades são criadas pelos usuários e agregam pessoas, funcionando como fóruns de discussões, permitindo também a realização de enquetes e a divulgação de eventos. O Orkut se tornou tão popular no Brasil que, em 2005, ganhou uma versão em português. Youtube O segundo lugar da pesquisa ficou para o Youtube (www.youtube.com), um site de compartilhamento de vídeos, no qual os usuários criam uma conta e podem postar e divulgar seus vídeos, além de permitir avaliações e comentários sobre os mesmos. Ele foi fundado em 200524 por Steve Chen, Chad Hurley e Jawed Karin que o criaram para facilitar a troca de vídeos pela internet. Em 2006 o site foi vendido para a empresa Google. Ao completar seis anos de sua fundação (em maio de 2011), o Youtube divulgou25 que 48 horas de vídeos são carregadas no site a cada minuto e que já atingiu a marca de três bilhões de visualizações em um único dia. Twitter O Twitter (www.twitter.com) ficou em terceiro lugar na pesquisa e é considerado um microblog. Segundo Zago (2008, p.3) Microblogs podem ser considerados como espécies de “blogs simplificados”, na medida em que possuem os recursos inerentes ao formato blog (como publicação de conteúdo em ordem cronológica inversa, e as demais características dos blogs), mas de forma simplificada. A principal diferença diz respeito ao fato de que as atualizações possuem limitações de tamanho, como no caso da ferramenta Twitter, na qual cada atualização não pode ultrapassar o limite máximo de 140 caracteres (que é também o tamanho máximo permitido em uma mensagem de celular). 24 Dados retirados da página: http://pt.wikipedia.org/wiki/YouTube 25 http://iabbrasil.ning.com/profiles/blogs/youtube-recebe-48h-de-videos-a 28
  • 31. O Twitter foi fundado26 em 2006 por Jack Dorsey, Biz Stone e Evan Williams como um projeto da empresa Odeo. Nele as pessoas são convidadas a dizerem o que estão fazendo naquele momento por meio de 140 caracteres. Ele é baseado em seguidores e pessoas a seguir, assim, cada usuário pode escolher quem deseja seguir e ser seguido por outros. Os usuários criam seus perfis, podem personalizar suas páginas, acompanhar atualizações de outros usuários, acompanhar e participar dos Trending Topics (tópicos mais usados), reproduzir (retweet) ou responder (reply) um post (tweet) e mandar mensagens privadas (direct messages). Facebook Em quarto lugar na pesquisa, o Facebook (www.facebook.com) é uma rede na qual os usuários criam um perfil e podem interagir através de comunidades, recados, vídeos, chats e outros aplicativos (como, por exemplo, jogos e ferramentas). Foi criado pelo americano Mark Zuckerberg – enquanto este era aluno de Harvard - em 2004, com o objetivo de conectar os estudantes que estavam saindo do ensino médio e ingressando na universidade. A participação era restrita para alunos de instituições cadastradas, mas, em 2006 o site passou a aceitar a participação de qualquer usuário com e-mail e acesso a internet. Um dos destaques do Facebook é o fato de permitir que as pessoas criem aplicativos para o sistema. Yahoo Respostas Com o quinto lugar, o Yahoo Respostas27 (http://br.answers.yahoo.com/) é um serviço oferecido pelo portal Yahoo! desde 2005. As pessoas cadastradas no portal podem realizar perguntas ou responder àquelas feitas por outros usuários, sobre qualquer tema, compartilhando fatos, opiniões e experiências. Cada questão é encerrada pelo autor da 26 http://en.wikipedia.org/wiki/Twitter 27 http://br.answers.yahoo.com/ e http://pt.wikipedia.org/wiki/Yahoo!_Respostas 29
  • 32. pergunta, que escolhe a melhor resposta, ou então, por uma votação feita pelos outros usuários. Flickr O sexto lugar ficou para o Flickr28 (http://www.flickr.com/) que é um site para compartilhamento de fotografias e, mais recentemente, de vídeos. Foi desenvolvido em 2004 pela companhia canadense Ludicorp e comprado pelo Yahoo! em 2005. Ao criar uma conta o usuário pode fazer álbuns, realizar a publicação de imagens, postar textos e/ou legendas, vídeos, pode receber comentários, participar de comunidades ou grupos e etiquetar as imagens (por categorias e palavras -chave). Segundo Recuero (2009, p.171), “muitos autores classificam o Flickr como um sistema de photosharing, ou seja, focado na publicação de imagens, em um espaço de expressão pessoal (COHEN, 2005) e de construção de narrativas (MCDONALD, 2007) e emoções (VRONAY, FARNHAM & DAVIS, 2001)”. Ning Em sétimo lugar ficou o Ning29 (http://www.ning.com/), uma ferramenta que permite a criação de sites sociais, ou seja, cada usuário pode inventar seus próprios sites sociais, customizados e temáticos. Foi fundado em 2005 por Marc Andreesen e Gina Bianchini. Por meio dele é possível personalizar os seguintes recursos: alertas, bate-papo, caixa de entrada para envio de mensagens, eventos, fórum, fotos, grupos e vídeos. O Criador da Rede é quem administra os recursos e a entrada de outros participantes. Sonico 28 http://pt.wikipedia.org/wiki/Flickr 29 http://pt.wikipedia.org/wiki/Ning 30
  • 33. O Sonico30 (http://br-pt.sonico.com/) ficou em oitavo lugar e, é uma rede de conteúdo que possibilita aos usuários o compartilhamento de fotos, vídeos, notícias e recados. Foi criado em 2007, na Argentina, por Rodrigo Teijeiro, Tomas O‟Farrel e Alvaro Teijeiro, com o objetivo de unificar estudantes e usuários de países latino-americanos. O site permite também a integração com outros serviços como o Flickr e o Twitter. Myspace Em nono lugar, o Myspace31 (http://br.myspace.com/) é um serviço que foi criado em 2003, permitindo a mostra de redes sociais e a interação de usuários por meio da construção de perfis, Blogs, grupos e fotos, música e vídeos. Já foi o site de rede social mais popular do mundo, mas nos últimos anos acabou perdendo espaço para outros, como, por exemplo, Facebook e Orkut. Segundo Recuero (2009, p. 173), “uma das apropriações mais notáveis do sistema, foi seu uso por bandas para divulgar gravações e composições e sua simbiose com os fãs” (BOYD & ELLISON, 2007). Por causa disso, o Myspace passou a ser muito associado com a produção musical, inclusive no Brasil. LinkedIn O LinkedIn32 (http://br.linkedin.com/) ficou com o décimo lugar da pesquisa. Fundado em 2003, é um serviço que conecta pessoas em um ambiente profissional, de negócios. Nele o usuário monta o perfil baseado em histórico escolar, especializações, trabalhos, habilidades, entre outros. Fundado em 2003, o principal foco do LinkedIn é o relacionamento profissional para pessoas que procuram emprego, querem fazer contato com possíveis parceiros de negócios, anunciar vagas, e outras opções. 30 http://www.aprendaefaca.net/2008/04/o-que-e-o-sonico-e-como-usa-lo-basta-se-cadastrar.html 31 http://pt.wikipedia.org/wiki/Myspace 32 http://interneteiro.com/o-que-e-linkedin/ 31
  • 34. O universo dos sites de redes sociais e a participação neles não para de crescer. Entretanto, convêm destacar, que esses sites não são redes sociais em si, eles atuam como suporte para as interações que constituem as redes sociais. Segundo Recuero (2009, p. 103) “Eles podem apresentá-las (redes sociais), auxiliar a percebê-las, mas é importante salientar que são, em si, apenas sistemas”. A interatividade encontrou seu maior potencial na Internet por meio das redes sociais e acabou refletindo em alterações de comportamentos na sociedade, influenciando inclusive a relação organizações/consumidores. “Através de ferramentas simples e sem custo, como blogs e sites de relacionamento, pessoas comuns estão falando sobre sua empresa, marca ou serviço para uma audiência global” (RAMALHO, 2010, p.6). Portanto, os consumidores passam a ficar cada vez mais conectados, buscando na rede tanto informações oficiais, como visitando fóruns de discussão, Blogs e redes de relacionamento, à procura de outras opiniões. Abrem-se, assim, perspectivas promissoras de comunicação entre empresas e consumidores, exigindo das organizações uma atenção especial à potencialidade do mercado, vivificado pelo volume e fluxo de informação, que podem ser enxergados e empregados como mais uma oportunidade de crescimento. [...] esse novo ambiente representa uma rica oportunidade de aproximação da organização com seus interlocutores, que pode (e deve) culminar em uma nova relação, fundamentada na tolerância ao diverso e à crítica, no exercício da escuta como alternativa para se buscar melhorias dos processos. Enfim, em uma relação baseada, de fato, em uma perspectiva menos unilateral e linear (MOL, 2011). Em vista disso, um número crescente de organizações vem desenvolvendo meios para acompanhar tais alterações comportamentais e sociais como uma chance de criar diálogos permanentes com os consumidores, aproveitando para identificar tendências e adotando novas estratégias de mercado. A sacerdotisa das redes sociais, como Danah Boyd foi chamada pelo jornal New York Times, afirma que estamos vivendo a economia da atenção digital, exigindo das organizações diálogo, interação e criatividade e, da comunicação, mais relevância. Devido às redes sociais on-line, as marcas que aproveitarem estes espaços, conseguirão gerar ressonâncias e lealdades duradouras (SOARES, A. T. et all, 2010, 136). A “navegação” pela internet amplia-se intensamente: do âmbito militar – seu ciberespaço original – estende-se para o âmbito privado, individual e coletivo, definindo 32
  • 35. contornos cada vez mais ágeis e lucrativos para a comunicação organizacional própria da sociedade tecnológica, de mercado. Interessante observar-se que os empreendimentos comerciais no início da modernidade, nos séculos XVI e XVII, dependeram das navegações pelos oceanos reais para promover as ligações entre os diferentes territórios. Hoje, a expressão “navegar” pela internet registra um novo sentido, o de comunicação e trânsito em seu espaço desterritorializado, indefinido, em um agilíssimo tempo virtual. 33
  • 36. 2. AS ORGANIZAÇÕES NO CONTEXTO DAS TRANSFORMAÇÕES TECNOLÓGICAS 2.1 Conceito de Organização As organizações fundamentam-se na natureza humana, visto que, como ser social, o homem necessita de seu semelhante para satisfazer as suas necessidades e interagir. Segundo Marcovitch, Quando o homem junta esforços com outros homens, surge a organização. [...] O homem é mais do que um ser vivo. Através das organizações ele consegue ampliar suas aptidões, aproveitar melhor as habilidades e os conhecimentos de cada um, a fim de satisfazer suas necessidades básicas, emocionais e espirituais. O homem é um ser que produz e para isso se associa. A organização corresponde a uma associação de homens e uma coordenação de esforços (MARCOVITCH, 1972, p.5 apud KUNSCH, 2003, p.21). A associação de homens e a coordenação de seus esforços visando suprir as necessidades básicas, espirituais e emocionais, geraram um conjunto diversificado de organizações que viabilizam o funcionamento da sociedade. O termo organizações pode ser entendido, então, como “[...] as mais diversas modalidades de agrupamentos de pessoas que se associam intencionalmente para trabalhar, desempenhar funções e atingir objetivos comuns, com vistas em satisfazer alguma necessidade da sociedade” (KUNSCH, 2003, p.25). Um dos aspectos intrínsecos às organizações é a comunicação, uma vez que estas são constituídas de pessoas que interagem visando a satisfação de necessidades socialmente definidas. Kunsch (2006, p.167) aponta que A comunicação, em primeiro lugar, tem que ser entendida como parte inerente à natureza das organizações. Essas são formadas por pessoas que se comunicam entre si e que, por meio de processos interativos, viabilizam o sistema funcional para sobrevivência e consecução dos objetivos organizacionais num contexto de diversidades e de transações complexas. Portanto, sem comunicação as organizações não existiriam. A organização é um fenômeno comunicacional contínuo. As organizações, entendidas como componentes inerentes da sociedade, estão sujeitas às transformações e incorporações que ocorrem no contexto ao qual estão inseridas. Segundo Kunsch (2003, p.30), “Temos de considerá-la (a organização) vinculada ao 34
  • 37. ambiente em que ela vive, incluindo os aspectos sociais, econômicos, políticos, tecnológicos, ecológicos e culturais, variáveis que interferem enormemente na vida organizacional”. As organizações podem ser de natureza social ou econômica. Ambas são criadas para satisfazer as necessidades humanas, mas distinguem-se pelos objetivos que almejam. As de natureza social são voltadas às ações comuns ou utilidade pública, sem finalidade lucrativa. Já as de natureza econômica fundamentam-se na busca pelo lucro na produção e/ou comercialização de bens e serviços. No contexto globalizado as últimas assumem aspectos relevantes ao viabilizar as transações econômicas em um mercado altamente competitivo. As mudanças e transformações culturais e sociais são características constantes da sociedade, por isso, as organizações econômicas devem ser capazes de se adaptar ao ambiente e inovar para que sejam bem-sucedidas no mercado. Castells aponta que, [...] organizações bem-sucedidas são aquelas capazes de gerar conhecimentos e processar informações com eficiência; adaptar-se a geometria variável da economia global; ser flexível o suficiente para transformar seus meios tão rapidamente quanto mudam os objetivos sob o impacto da rápida transformação cultural, tecnológica e institucional; e inovar, já que a inovação torna-se a principal arma competitiva (CASTELLS, 1999, p. 233). As alterações provocadas pela globalização, mundialização da economia, evolução do uso da internet, avanço da tecnologia, entre outros, propiciaram um cenário atual que concebe a sociedade, principalmente, através de suas ferramentas tecnológicas e das possibilidades de comunicação e interconexões. Isso afeta diversas áreas do conhecimento e da vida em sociedade, nesse contexto, a organização é reconfigurada para uma lógica de redes de relacionamentos (SANTOS, 2008). Em razão da convergência da evolução histórica e da transformação tecnológica, entramos em um modelo genuinamente cultural de interação e organização social. Por isso é que a informação representa o principal ingrediente de nossa organização social, e os fluxos de mensagens e imagens entre as redes constituem o encadeamento básico de nossa estrutura social (CASTELLS, 1999, p. 573). A revolução tecnológica e as mídias digitais possibilitam novas formas de interação que independem da questão espaço-temporal. Assim, as redes de relacionamentos são multiplicadas e dinamizadas como, por exemplo, entre as organizações e seus colaboradores, consumidores, fornecedores, concorrentes, entre outros. A comunicação, 35
  • 38. principalmente, a organizacional, se destaca como um setor estratégico de forma a agregar valor e facilitar os processos interativos e as mediações. 2.2 Comunicação Organizacional Como objeto de pesquisa, a comunicação organizacional é a disciplina que estuda como se realiza a comunicação dentro das organizações no âmbito global, analisando o processo de comunicação entre a organização e seus diversos públicos (KUNSCH, 2003, p.149). Os termos comunicação empresarial, institucional, corporativa e organizacional, são usados no Brasil indistintamente, mas, segundo Kunsch (2003, p.150), “o termo comunicação „organizacional‟, [...] apresenta maior amplitude, aplicando-se a qualquer tipo de organização – pública, privada, sem fins lucrativos, ONGs, fundações etc., não se restringindo ao âmbito do que se denomina „empresa‟.” A história da comunicação organizacional começa em meio à Revolução Industrial, a partir do século XIX , quando o mundo todo passou por rápidas transformações que levaram a novas configurações das relações de trabalho, da produção, da comercialização e da sociedade em si. As mudanças provocadas com o processo de industrialização obrigaram as empresas a buscar novas formas de comunicação com o público interno, por meio de publicações dirigidas especialmente aos empregados, e com o público externo, por meio de publicações centradas nos produtos, para fazer frente à concorrência e a um novo processo de comercialização (KUNSCH, 2006, p.170). As práticas da publicidade/propaganda, do jornalismo empresarial, das relações públicas e da comunicação organizacional como um todo, começaram a ser difundidas nesse contexto. No Brasil, a história da comunicação organizacional teve início na década de 1950, como conseqüência da aceleração do processo de industrialização iniciada por Getúlio Vargas e implementada de forma mais concreta por Juscelino Kubitschek de Oliveira. Em 1960, a abertura do mercado interno para grandes empresas multinacionais, trouxe para o país, relevante contribuição para a evolução dos meios de 36
  • 39. comunicação nas organizações. Essas empresas trouxeram suas experiências dos países de origem e “[...] iniciaram todo um processo de uma cultura de valorização da comunicação, sobretudo das áreas de relações públicas, propaganda/publicidade e jornalismo empresarial, cujo paradigma dominante foi marcadamente o do modelo norte-americano” (KUNSCH, 2006, p.172). Neste contexto, em 1967, é criada a Aberje - Associação Brasileira dos Editores de Revistas e Jornais de Empresa que, desde 1989, é conhecida como Associação Brasileira de Comunicação Empresarial. “A criação da Aberje foi fruto de toda uma parceria entre os profissionais de jornalismo, relações públicas e recursos humanos que atuavam em grandes empresas multinacionais e perceberam a necessidade de uma maior sistematização das publicações empresariais” (KUNSCH, 2006, p.172). A partir de 1985, as organizações passam a lidar com a necessidade de transparência e relações democráticas com a sociedade. Para Bueno (2003, p. 7), “O case da Rhodia, amplamente festejado pela mídia e pelo mercado, influenciou outras organizações e, explicitamente, posicionou a Comunicação Empresarial como fundamental no processo de tomada de decisões, situação que iria se consolidar na década seguinte”. O trabalho desenvolvido pela Rhodia, entre 1982 e 1988, foi o “Plano de Comunicação Social”. Criado pela equipe de comunicação da Rhodia, a iniciativa provocaria mudanças no comportamento institucional da empresa, que antes era fechada e não se preocupava com a transparência e o diálogo aberto com a comunidade, a imprensa, o consumidor etc. Este fato constitui um marco de certo destaque na história da comunicação organizacional no Brasil, tendo servido de paradigma para outras organizações que perceberam que precisavam redimensionar sua comunicação para uma perspectiva mais pró-ativa e democrática (KUNSCH, 2006, p.173). Na década de 90, a comunicação organizacional foi assumindo novas características, sendo mais produzida, tecnicamente e profissionalmente. Bueno (2003, p.7) afirma que a comunicação organizacional, “principalmente a partir dos anos noventa, deixou de ser um mero conjunto de atividades desenvolvidas de maneira fragmentada, para constituir-se em um processo integrado que orienta o relacionamento da empresa ou entidade com todos os seus públicos de interesse”. Com o novo cenário mundial dominado pelos mercados globais, economia competitiva e o avanço da tecnologia da informação, as organizações passam a ser pressionadas pelos seus públicos não só por qualidade e preço, mas também pela abertura ao 37
  • 40. diálogo com a sociedade. Assim, a comunicação das organizações deixa de ter apenas funções técnicas e instrumentais e passa a ser utilizada de maneira estratégica. As ações isoladas de comunicação de marketing são insuficientes para fazer frente aos novos mercados competitivos e para se relacionar com os stakeholders ou públicos estratégicos. Estes são cada vez mais exigentes e cobram das organizações responsabilidade social, atitudes transparentes, comportamentos éticos, graças a uma sociedade mais consciente e uma opinião pública sempre mais vigilante. E, neste contexto, a comunicação passa a ser estratégica e a sua gestão tem que ser profissionalizada e dirigida com competência (KUNSCH, 2006, p.170-171). A necessidade de adaptação da comunicação organizacional ao contexto na qual está inserida implica na adoção e no ajustamento às novas tecnologias de informação e comunicação contemporâneas. O advento da Internet, mais precisamente da Web 2.0, em 2004, permitiu que o usuário deixasse o papel de leitor passivo e começasse de fato a participar, dando sua opinião e desejando ser ouvido. A comunicação digital alterou em grande parte a maneira como as organizações se comunicam e se relacionam com seus públicos de interesse. Com ela, os padrões de bidirecionalidade, instantaneidade e desintermediação foram atingidos. Este novo modelo de comunicação empoderou os usuários, mostrando a vulnerabilidade das organizações frente à participação, colaboração e interação das comunidades da web (TERRA, 2009). Assim, as equipes de comunicação das organizações começam a se atentar para o relacionamento com cada um dos seus públicos, com as especificidades da sociedade atual e o uso das novas tecnologias da informação como mais uma de suas ferramentas, afinal, perceberam que só assim conseguirão contribuir realmente para os resultados positivos das organizações. 2.3 Modalidades da Comunicação Organizacional O conceito de comunicação organizacional engloba diferentes modalidades comunicacionais que permitem estabelecer relações com os mais diversos públicos, são elas: a comunicação administrativa, a interna, a mercadológica e a institucional. 38
  • 41. 2.3.1 Comunicação Administrativa A comunicação administrativa é a responsável pela transmissão de toda informação correspondente a gestão da organização, “pode ser definida como o „intercâmbio‟ de informações dentro de uma empresa ou repartição, tendo em vista sua maior eficiência e o melhor atendimento ao público” (ANDRADE, 1996, P.34 apud KUNSCH, 2003, p.153). Ela “se relaciona com o sistema expresso de normas que regem o comportamento, os objetivos, as estratégias e conduzem as responsabilidades dos integrantes das organizações” (KUNSCH, 2003, p.84). Seu conteúdo engloba informações sobre programas, instruções em geral, objetivos, resultados, campanhas, normas, projetos, entre outros, que são viabilizados por vários meios como, por exemplo, circulares, memorandos, ofícios, editais, murais etc. 2.3.2 Comunicação Interna A comunicação interna representa as interações, os processos de troca e os relacionamentos de uma organização com seus funcionários. Pode ser considerada “uma ferramenta estratégica para a compatibilização dos interesses dos empregados e da empresa, através do estímulo ao diálogo, à troca de informações e experiências e à participação de todos os níveis” (RHODIA, 1985 apud KUNSCH, 2003, p. 154). Esta modalidade envolve o funcionário nos assuntos da organização e, até mesmo nos fatos que acontecem no país e no mundo, por meio de instrumentos como, por exemplo, jornais murais, murais, caixa de sugestões, boletins, house organs33, intranet e outros. A partir disso, a comunicação interna consegue envolvê-los (os funcionários) com a empresa, para que esses funcionários incorporem a missão e objetivos organizacionais. Os diferentes públicos internos são ainda os principais porta-vozes 33 De acordo com Bueno (2003, p.247) são “as publicações de uma organização, sobretudo as que endereçam ao público interno, desempenham papel importante como canais de relacionamento com os diversos públicos de interesse da empresa”. 39
  • 42. da empresa, ou seja, eles funcionam como parâmetro sobre a autenticidade dos valores da organização. Daí a necessidade de uma comunicação voltada para os empregados, objetivando criar um clima organizacional positivo, favorável ao alcance dos objetivos da empresa (CABRAL et all, 2009, p.5). 2.3.3 Comunicação Mercadológica A comunicação mercadológica é voltada para o mercado com a finalidade de divulgar produtos, serviços e idéias. Ela é a encarregada das manifestações de comunicação persuasiva para conquistar o consumidor e os públicos-alvo pré-definidos. [...] a comunicação mercadológica seria a produção simbólica resultante do plano mercadológico de uma empresa, constituindo-se em uma mensagem persuasiva elaborada a partir do quadro sociocultural do consumidor-alvo e dos canais que lhes servem de acesso, utilizando-se das mais variadas formas para tingir os objetivos sistematizados no plano (GALINDO, 1986, p. 37 apud KUNSCH, 2003, p. 162). Entre as formas mais empregadas por essa modalidade de comunicação podemos citar as publicidades, spots de rádio, banners na internet, anúncios impressos, comerciais televisivos, promoções, embalagens, entre outros. 2.3.4 Comunicação Institucional A principal função da comunicação institucional é divulgar os valores, a missão, a visão, a filosofia, as práticas, os objetivos e as políticas da organização para seus diversos públicos. Ela é a responsável pela formatação da imagem34 e da identidade corporativas35 de uma organização. É por meio dela que se forma a construção da imagem, ou seja, todas as idéias associadas diretamente à organização. Dessa forma, é essa comunicação responsável por demonstrar a credibilidade e a estabilidade da instituição, que podem ser decisivas para que os indivíduos formem a sua visão em relação à empresa (CABRAL et all, 2009, p.6-7). 34 “Imagem tem a ver com o imaginário das pessoas, com as percepções. É uma visão intangível, abstrata das coisas, uma visão subjetiva de determinada realidade (KUNSCH, 2003, p. 170).” 35 “A identidade corporativa reflete e projeta a real personalidade da organização (KUNSCH, 2003, p. 172)” 40
  • 43. Nessa modalidade, os instrumentos são produzidos por algumas áreas que constituem a comunicação institucional, são elas: as ações de assessoria de imprensa, relações públicas, jornalismo empresarial, publicidade/propaganda institucional, a imagem e a identidade corporativa, o marketing social, o marketing cultural e a editoração multimídia. Cabe aqui discorrer brevemente sobre essas áreas, visto que elas convergem para tentar garantir a influência da empresa na sociedade na qual está inserida. Assessoria de Imprensa A assessoria de imprensa “é uma das ferramentas essenciais nas mediações das organizações com o grande público, a opinião pública e a sociedade, via mídia impressa, eletrônica e internet. Seu processo e sua aplicação se dão por meios de estratégias” (KUNSCH, 2003, p.169). Entre as estratégias vale citar os releases36, coordenação de entrevistas, press kit37, organização de eventos, elaboração de produtos jornalísticos, organização e atualização de mailing-list,38 entre outros. “Além disso, juntamente com o departamento de marketing, é responsável pela construção da imagem institucional perante seu público externo” (ROBERTO, 2009, p.15). Relações Públicas Kunsch afirma que “No tocante à comunicação institucional, é evidente que, por sua natureza, as relações públicas são responsáveis, em conjunto com as demais áreas, 36 Texto jornalístico para divulgação de assunto de interesse da organização para imprensa. Tem o objetivo de estimular os profissionais da imprensa a investigar e divulgar a informação repassada. 37 Conjunto de textos, fotos, material para divulgação de determinadas atividades da organização, visando complementar e facilitar o trabalho do jornalista. Geralmente é distribuído em entrevistas coletivas e outros eventos. 38 Relação contendo os contatos (nome, endereço, telefone, e-mail, site, etc) de veículos de comunicação, de jornalistas, pauteiros, produtores, repórteres, colunistas, apresentadores, etc. 41
  • 44. pela construção da credibilidade e pela fixação de um posicionamento institucional coerente e duradouro das organizações” (2003, p. 166). O objetivo das relações públicas é administrar estrategicamente a comunicação das organizações com seus stakeholders, ou públicos de interesse. “É responsável pelas pesquisas de mercado e pelo planejamento estratégico de comunicação na empresa” (ROBERTO, 2009, p.15). Jornalismo Empresarial São as ações jornalísticas aplicadas na comunicação organizacional. Engloba o relacionamento com a mídia e, até mesmo, a confecção de veículos para comunicação, tanto com público interno quanto externo da organização. “O jornalismo empresarial é um subsistema do sistema jornalístico, que se insere no macrosistema da comunicação social. Deve, pois, ser visto como proposta especializada da atividade jornalística, e não função menor e sem importância da grande imprensa” (KUNSCH, 2003, p.168). Editoração Multimídia A editoração multimídia é a responsável pelos produtos comunicacionais, desde impressos até os digitais. Todos esses produtos “têm de receber um tratamento técnico- profissional que esta área propicia. Isso vale, concretamente, para livros impressos e eletrônicos, revistas, encartes especiais institucionais, CD-ROMS, manuais, sites” (KUNSCH, 2003, p.169). Imagem Corporativa 42
  • 45. A imagem, resumidamente, é a visão, a percepção que os diversos públicos têm sobre determinada organização. “A imagem de empresa é a representação mental, no imaginário coletivo, de um conjunto de atributos e valores que funcionam como um estereótipo e determinam a conduta e opiniões desta coletividade” (COSTA, 2001, p. 58 apud KUNSCH, 2003, p.171). É imprescindível para uma organização conhecer e administrar a sua imagem corporativa. Identidade Corporativa A identidade corporativa transmite a personalidade real da organização, aquilo que ela é realmente. “É a manifestação tangível, o auto-retrato da organização ou a soma total de seus atributos, sua comunicação, suas expressões etc.” (KUNSCH, 2003, p.172). Deve ser elaborada, formatada e mantida de maneira estratégica, visando a construção de uma identidade positiva para os seus variados públicos. Propaganda Institucional É um instrumento estratégico que deve ser planejado e visa divulgar as realizações das organizações. “A propaganda institucional consiste na divulgação de mensagens pagas e assinadas pelo patrocinador, em veículos de comunicação de massa, com o objetivo de criar, mudar ou reforçar imagens a atitudes mentais, tornando-as favoráveis à empresa patrocinadora” (GRACIOSO, 1995, p. 23-24 apud KUNSCH, 2003, p.175). Marketing social O marketing social são as ações do marketing voltadas para as questões sociais. “Vale-se do conceito de marketing propriamente dito para trabalhar com o produto 43
  • 46. social. [...] que tem como alvo a sociedade em vez do mercado, e como interesse, não o particular, mas o público. Visa a mudanças de uma prática social” (KUNSCH, 2003, p.175). Marketing cultural O marketing cultural são as ações do marketing voltadas para projetos culturais. “O termo marketing cultural está relacionado com a produção e o patrocínio da cultura. É uma estratégia de comunicação institucional que visa promover, defender, valorizar a cultura e os bens simbólicos de uma sociedade, que se materializam na produção de obras de literatura, artes, ciências, etc.” (KUNSCH, 2003, p.178). 2.4 Comunicação Integrada A comunicação integrada pressupõe a atuação conjunta das modalidades que formam o composto de comunicação organizacional: a comunicação administrativa, a interna, a mercadológica e a institucional. Kunsch (2003, p.150) afirma que “A convergência de todas as atividades, com base numa política global, claramente definida, e nos objetivos gerais da organização, possibilitará ações estratégicas e táticas de comunicação mais pensadas e trabalhadas com vistas na eficácia”. A figura abaixo mostra todas as modalidades que compõem a comunicação integrada e suas respectivas funções, praticadas em prol da organização: 44