1) A dor é um fenômeno complexo que envolve componentes sensoriais e emocionais e é influenciada por diversos fatores individuais e contextuais.
2) Os enfermeiros devem realizar uma avaliação holística da dor utilizando escalas validadas e intervir com medidas farmacológicas e não farmacológicas como relaxamento e terapia cognitivo-comportamental.
3) O controle adequado da dor é um direito do paciente e um dever dos profissionais de saúde.
Fisioterapia na Saúde do Trabalhador - Síndrome do Túnel do Carpo - Ergonomia
Dor OpçãO
1. A Dor como Foco dos Cuidados de Enfermagem ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE COIMBRA Março, 2010 Opção em Enfermagem Clínica Enfermagem em Cuidados Intensivos Trabalho elaborado por: Pedro Almeida Nº - 6730 Vítor Oliveira Nº - 2601030
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5. FISIOLOGIA DA DOR Processo de Dor SNC SNP - células nervosas especializadas (ramos terminais das fibras sensitivas) Nociceptores Distribuídos pela pele, músculos, vísceras e tecido conjuntivo, são capazes de responder a um estímulo desencadeado por lesão térmica, mecânica ou química, dando início ao processo doloroso. Estímulo actua com intensidade ou duração suficientes para provocar a lesão dos tecidos envolventes ao receptor. FISIOLOGIA DA DOR
6. Nociceptores neurónios de 1ª ordem sistema límbico percepção da sensação de Dor Estímulo FISIOLOGIA DA DOR
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20. Instrumentos de Avaliação Unidimensional ESCALAS PARA AVALIAÇÃO DA DOR (Direcção-Geral da Saúde, 2003)
21. Instrumentos de Avaliação Unidimensional ESCALAS PARA AVALIAÇÃO DA DOR (Direcção-Geral da Saúde, 2003)
23. Para além de administrar analgesia Recorrer a técnicas não farmacológicas Funcionam como adjuvantes no processo de alívio da dor (Morais e Moura, 2002) INTERVENÇÕES NÃO FARMACOLÓGICAS
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25. Intervenções Não Farmacológicas Intervenção Definição Objectivos COGNITIVO‑COMPORTAMENTAIS Terapia C ognitiva / Comportamental (TCC) Combinação de técnicas terapêuticas cognitivas (ex: diversão, atenção) com técnicas comportamentais (ex: relaxamento, treino da assertividade), reestruturação cognitiva e o treino de estratégias de coping. Ajudar a pessoa a alterar as suas percepções ou padrões de dor (ex: diminuição de pensamentos negativos, emoções, e crenças), a aumentar a sensação de controlo e diminuir comportamentos não adaptativos. Reestruturação cognitiva Tipo de TCC na qual a pessoa é instruída a monitorizar e avaliar pensamentos negativos. Gerar pensamentos adaptativos. Treino de habilidades de coping Tipo de TCC que ajuda a pessoa a desenvolver estratégias de coping , que incluem relaxamento e técnicas de imaginação, auto‑estadiamento de coping adaptativo e psicoterapia de grupo. Ajudar a pessoa no desenvolvimento de habilidades para controlar /gerir a dor e o stress. Relaxamento com imaginação Diminuição da tensão muscular através da imaginação, visualização e meditação. Aumentar o foco nas sensações de bem‑estar, assim como na diminuição da tensão, ansiedade, depressão e dor relacionada com a inactividade. Distracção Estratégias para desviar a atenção da dor. Diminuir a atenção prestada à dor. FÍSICAS Aplicação de frio e aplicação de calor Aplicação de frio; aplicação de calor. Diminuir a inflamação. Promover o relaxamento muscular. Intervenção Definição Objectivos
26. Continuação (DGS, 2003) Intervenção Definição Objectivos FÍSICAS Exercício Movimentos que promovem o alongamento e a resistência, o combate à rigidez e à debilidade associada com a dor e inactividade. Promover a recuperação muscular e o alongamento dos tendões, a amplitude de movimentos, a resistência, o conforto e a função. Minimizar a atrofia, desmineralização. Alívio da dor com restabelecimento da postura e profilaxia de futuras dores. Imobilização Restrição e limitação de movimentos. Manter o alinhamento apropriado para a reparação pós‑lesão. Massagem Acto de massajar e pressionar partes do corpo. Facilitar o relaxamento e diminuir a tensão muscular. Estimulação eléctrica transcutânea – TENS Aplicação de corrente de baixa‑intensidade através da colocação de eléctrodos na pele, provocando estimulação selectiva dos receptores sensitivos cutâneos a um estímulo mecânico. Libertar substâncias analgésicas endógenas de alívio da dor. Promover a mobilidade física, pela interferência na transmissão de impulsos nociceptivos das fibras nervosas. SUPORTE EMOCIONAL Toque Terapêutico Processo intencional de repadronização do campo energético durante o qual o terapeuta usa as mãos para dirigir ou modular o campo energético com fins terapêuticos. Promover o apoio e a segurança através do contacto pele a pele. Promover relaxamento, reduzir a ansiedade e controlar a dor, entre outros sintomas que trazem desconforto. Conforto Sensação de tranquilidade física e bem‑estar corporal.
O processo doloroso é um fenómeno bastante complexo, devendo ser encarado e analisado atendendo a todas as dimensões que caracterizam o indivíduo enquanto ser biopsicossocial.
Independentemente da forma como se descreve a dor, a interpretação que cada pessoa faz da mesma é tão individual como o seu carácter, sendo que cada episódio doloroso constitui uma experiência única e intransmissível, influenciada por uma multiplicidade de factores.
Significado da dor - a natureza da lesão responsável pela dor condiciona-a, na medida em que para o sujeito o seu significado será diferente consoante se trate de uma afecção de evolução aguda ou curável ou de uma afecção grave de evolução inevitável.
Alterações no ambiente: isolamento, a escuridão ou outras situações em que se encontra presente o elemento de privação sensorial.
Salientar que não nos devemos limitar a estas situações. Sempre que necessário (sempre q apresente dor...).
O enfermeiro perante a pessoa com dor, para além de gerir e administrar analgesia, deve também ser capaz de recorrer a outras técnicas que, não sendo farmacológicas, produzem efeitos positivos no alívio da sensação dolorosa. Embora os métodos não farmacológicos possam não eliminar, por si só, a dor, funcionam como adjuvantes no processo de alívio (Morais e Moura, 2002).
No âmbito da prestação de cuidados é imprescindível um processo interactivo onde o enfermeiro possa aplicar, além da sua habilidade técnica e conhecimentos, uma relação empática e de ajuda. O estabelecimento de uma relação baseada numa comunicação eficaz representa o primeiro passo para que qualquer medida implementada tenha sucesso ( idem ). De acordo com Luna (1993), o facto de se fornecerem informações oportunas ao doente relativas ao processo doloroso e eventuais medidas de alívio, concede-lhe a vantagem da predictibilidade e do controlo, reduz o medo e permite que sejam planeadas e discutidas estratégias para enfrentar a dor. É importante que, de algum modo, o doente se sinta capaz de controlar a sua dor, uma vez que isso reduz a sua ansiedade e sentimento de dependência. É ainda fundamental aconselhar a pessoa a verbalizar a sua dor logo que esta surja, informando que o controlo será mais eficaz se as medidas de alívio forem aplicadas antes que a experiência se torne insuportável.