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CAPITULO 01 - WANs e roteadores
Visão Geral
Uma rede de longa distância (WAN) é uma rede de comunicações de dados que abrange uma
grande área geográfica. As WANs têm várias características importantes que as diferem das
redes locais. A primeira lição deste módulo oferecerá uma visão geral das tecnologias e
protocolos utilizados em WANs. Explicará também as diferenças e semelhanças entre WANs e
redes locais.
É importante ter uma compreensão dos componentes da camada física de um roteador. Essa
compreensão cria uma base para outros conhecimentos e habilidades necessários para
configurar roteadores e gerenciar redes roteadas. Este módulo oferece um exame mais
detalhado dos componentes físicos internos e externos de um roteador. Ele também descreve
técnicas para conectar fisicamente as diversas interfaces dos roteadores.
Ao concluírem este módulo, os alunos deverão ser capazes de:
• Identificar as organizações responsáveis pelos padrões utilizados em WANs;
• Explicar a diferença entre uma WAN e uma rede local e o tipo de endereço que cada
uma delas utiliza;
• Descrever a função de um roteador em uma WAN;
• Identificar os componentes internos do roteador e descrever suas funções;
• Descrever as características físicas do roteador;
• Identificar portas comuns de um roteador;
• Conectar adequadamente portas Ethernet, WAN serial e de console
1.1 WANs
1.1.1 Introdução às WANs
Uma rede de longa distância (WAN) é uma rede de comunicações de dados que abrange uma
grande área geográfica, como um estado, região ou país. As WANs geralmente utilizam meios
de transmissão fornecidos por prestadoras de serviços de telecomunicações, como por
exemplo, as companhias telefônicas.
Estas são as principais características das WANs:
• Conectam dispositivos que estão separados por grandes áreas geográficas.
• Usam os serviços de prestadoras, como Regional Bell Operating Companies (RBOCs),
Sprint, MCI, VPM Internet Services, Inc. Alguns exemplos no Brasil são: Embratel,
Telemar, Intelig, Telefônica, Brasil Telecom, entre outras.
• Usam conexões seriais de vários tipos para acessar a largura de banda através de
grandes áreas geográficas.
Uma WAN difere de uma rede local de diversas maneiras. Por exemplo, diferentemente de
uma rede local, que conecta estações de trabalho, periféricos, terminais e outros dispositivos
em um único prédio ou outra área geográfica pequena, uma WAN estabelece conexões de
dados através de uma ampla área geográfica. As empresas usam WANs para conectar
diversas localidades, de maneira que seja possível trocar informações entre escritórios
distantes.
Uma WAN opera na camada física e na camada de enlace do modelo de referência OSI. Ela
interconecta redes locais que, geralmente, estão separadas por grandes áreas geográficas. As
WANs propiciam o intercâmbio de pacotes de dados e quadros entre roteadores e switches e
as redes locais suportadas por eles.
3
Os seguintes dispositivos são usados nas WANs:
• Roteadores, que oferecem diversos serviços, tais como portas para interconexão de
redes e portas de interface WAN.
• Modems, que incluem serviços de interface de voz, unidades de serviço de canal/digital
(CSU/DSUs) que fazem interface com serviços T1/E1, e adaptadores de terminal /
terminação de rede tipo 1 (TA/NT1s), que fazem interface com serviços ISDN
(Integrated Services Digital Network – Rede Digital de Serviços Integrados).
• Servidores de comunicação, que concentram as comunicações através de linha de
escada (dial-in e dial-out).
Os protocolos de enlace da WAN descrevem como os quadros são transportados entre os
sistemas de um único enlace de dados. Eles incluem protocolos criados para operar sobre
serviços comutados dedicados ponto a ponto, multiponto e mutiacesso, tais como Frame
Relay. Os padrões da WAN são definidos e gerenciados por diversas autoridades
reconhecidas, como as seguintes agências:
• International Telecommunication Union-Telecommunication Standardization Sector –
União Internacional de Telecomunicações-Setor de Padronização das
Telecomunicações (ITU-T), antigo Consultative Committee for International Telegraph
and Telephone – Comitê Consultivo para Telégrafo e Telefone Internacional (CCITT).
• International Organization for Standardization – Organização Internacional de
Padronização (ISO).
• Internet Engineering Task Force – Força-Tarefa de Engenharia da Internet (IETF).
• Electronic Industries Association – Associação das Indústrias Eletrônicas (EIA).
4
1.1.2 Introdução aos roteadores de uma WAN
Um roteador é um tipo especial de computador. Ele tem os mesmos componentes básicos de
um PC desktop padrão. Tem uma CPU, memória, um barramento do sistema e diversas
interfaces de entrada/saída. Entretanto, os roteadores são projetados para realizar algumas
funções muito específicas, que geralmente não são realizadas pelos computadores desktop.
Por exemplo, os roteadores conectam e permitem a comunicação entre duas redes e
determinam o melhor caminho para que os dados viajem através dessas redes conectadas.
Assim como os computadores precisam de sistemas operacionais para executar aplicativos de
software, os roteadores precisam do IOS (Internetwork Operating System – Sistema
Operacional de Interconexão de Redes) para executar as funções definidas nos arquivos de
configuração. Esses arquivos de configuração contêm as instruções e os parâmetros que
controlam o fluxo de tráfego que entra e sai dos roteadores. Especificamente, usando
protocolos de roteamento, os roteadores tomam decisões com relação ao melhor caminho para
os pacotes. O arquivo de configuração especifica todas as informações para uma configuração
e uma utilização corretas dos protocolos roteados e de roteamento, selecionados ou ativados,
no roteador.
Este curso mostrará como definir os arquivos de configuração a partir dos comandos do IOS, a
fim de fazer com que o roteador realize diversas funções essenciais de rede. O arquivo de
configuração do roteador pode parecer complexo à primeira vista, mas parecerá muito menos
complicado até o final do curso.
Os principais componentes internos do roteador são a memória de acesso aleatório (RAM), a
memória de acesso aleatório não-volátil (NVRAM), a memória flash, a memória somente de
leitura (ROM) e as interfaces.
A RAM, também chamada de RAM dinâmica (DRAM), tem as seguintes características e
funções:
• Armazena tabelas de roteamento;
• Mantém a cache do ARP;
• Mantém a cache de fast-switching (comutação rápida);
• Armazena pacotes em buffers (RAM compartilhada);
• Mantém filas para armazenamento temporário de pacotes (queues);
• Fornece memória temporária para o arquivo de configuração do roteador enquanto ele
estiver ligado;
• Perde seu conteúdo quando o roteador é desligado ou reiniciado.
A NVRAM tem as seguintes características e funções:
• Armazena o arquivo de configuração que será utilizando na inicialização (startup
configuration);
• Retém seu conteúdo quando o roteador é desligado ou reiniciado.
A memória flash tem as seguintes características e funções:
• Mantém a imagem do sistema operacional (IOS);
• Permite que o software seja atualizado sem remover nem substituir chips do
processador;
• Retém seu conteúdo quando o roteador é desligado ou reiniciado;
• Pode armazenar várias versões do software do IOS;
• É um tipo de ROM programável, apagável eletronicamente (EEPROM).
A memória somente de leitura (ROM) tem as seguintes características e funções:
5
• Mantém instruções que definem o autoteste realizado na inicialização do roteador
(Power-on self test - POST);
• Armazena o programa de bootstrap e softwares básicos do sistema operacional;
• Requer a substituição de chips plugáveis na placa-mãe para as atualizações de
software.
As interfaces têm as seguintes características e funções:
• Conectam o roteador à rede para entrada e saída de pacotes;
• Podem ficar na placa-mãe ou em um módulo separado
1.1.3 Redes locais e WANs com roteadores
Embora um roteador possa ser usado para segmentar redes locais, seu principal uso é como
dispositivo WAN. Os roteadores têm tanto interfaces de rede local como de WAN. Na verdade,
as tecnologias WAN geralmente são usadas para conectar roteadores, ou seja, os roteadores
se comunicam entre si por meio de conexões WAN. Os roteadores são os dispositivos que
compõem o backbone das grandes intranets e da Internet. Eles operam na camada 3 do
modelo OSI, tomando decisões com base nos endereços de rede. As duas principais funcões
de um roteador são a seleção do melhor caminho para chegar ao destino e a comutação de
pacotes para a interface apropriada. Os roteadores fazem isso criando tabelas de roteamento e
trocando informações de rede com outros roteadores.
Um administrador pode manter tabelas de roteamento através da configuração de rotas
estáticas, mas geralmente as tabelas de roteamento são mantidas dinamicamente por meio do
uso de um protocolo de roteamento, que troca informações sobre a topologia (caminhos) da
rede com outros roteadores.
Se, por exemplo, o computador (x) precisar se comunicar com o computador (y) de um lado do
mundo e com o computador (z) em outro local distante, é necessário um recurso que defina
como será o roteamento do fluxo de informações, assim como caminhos redundantes para haja
uma maior confiabilidade. Muitas decisões de projeto de rede e das tecnologias a utilizar
podem ser tomadas para que possa ser atingida a meta de conseguir que os computadores x,
y e z se comuniquem.
Uma interconexão de redes (internetwork) corretamente configurada oferece as seguintes
funcionalidades:
• Endereçamento fim-a-fim consistente;
• Endereços que representam topologias de rede;
• Seleção do melhor caminho;
• Roteamento dinâmico ou estático;
• Comutação
1.1.4 Função do roteador em uma WAN
Considera-se que uma WAN opera na camada física e na camada de enlace. Isso não significa
que as outras cinco camadas do modelo OSI não sejam encontradas em uma WAN. Significa
simplesmente que as características que diferenciam uma WAN de uma rede local
normalmente são encontradas na camada física e na camada de enlace. Em outras palavras,
os padrões e os protocolos usados nas camadas 1 e 2 das WANs são diferentes dos utilizados
nas mesmas camadas das redes locais.
A camada física da WAN descreve a interface entre o equipamento terminal de dados (DTE) e
o equipamento de terminação do circuito de dados (DCE). Geralmente, o DCE é o provedor do
serviço e o DTE é o dispositivo conectado. Nesse modelo, os serviços oferecidos para o DTE
são disponibilizados através de um modem ou CSU/DSU.
6
A principal função de um roteador é o roteamento. Este ocorre na camada de rede, a camada
3, mas se uma WAN opera nas camadas 1 e 2, então o roteador é um dispositivo de rede local
ou de WAN? A resposta é que ele é os dois, como geralmente ocorre na área de redes. Um
roteador pode ser exclusivamente um dispositivo de rede local, pode ser exclusivamente um
dispositivo WAN ou pode estar na fronteira entre uma rede local e uma WAN e ser um
dispositivo de rede local e de WAN ao mesmo tempo.
Uma das funções de um roteador em uma WAN é rotear pacotes na camada 3, mas essa
também é uma função de um roteador em uma rede local. Portanto, roteamento não está
estritamente relacionado à função WAN do roteador. Quando um roteador usa os padrões e os
protocolos das camadas física e de enlace que estão associados às WANs, ele opera como um
dispositivo WAN. As principais funções na WAN de um roteador, portanto, não são de
roteamento, mas de oferecer conexões entre os vários padrões físicos e de enlace de dados da
WAN. Por exemplo, um roteador pode ter uma interface ISDN, que usa encapsulamento PPP,
e uma interface serial na terminação de uma linha T1, que usa encapsulamento Frame Relay.
O roteador deve ser capaz de mover um fluxo de bits de um tipo de serviço, como ISDN, para
outro, como T1, e mudar o encapsulamento do enlace de dados de PPP para Frame Relay.
Muitos dos detalhes dos protocolos das camadas 1 e 2 da WAN serão abordados mais adiante
no curso, mas alguns dos principais protocolos e padrões WAN estão listados aqui para
referência.
Protocolos e padrões da camada física da WAN:
• EIA/TIA-232
• EIA/TIA-449
• V.24
• V.35
• X.21
• G.703
• EIA-530
• ISDN
• T1, T3, E1 e E3
• xDSL
• SONET (OC-3, OC-12, OC-48, OC-192)
Protocolos e padrões da camada de enlace da WAN:
• High-level data link control (HDLC)
• Frame Relay
• Point-to-Point Protocol (PPP)
• Synchronous Data Link Control (SDLC)
• Serial Line Internet Protocol (SLIP)
• X.25
• ATM
• LAPB
• LAPD
• LAPF
1.1.5 Abordagem da Academia para laboratórios práticos
No laboratório da Academia, todas as redes estarão conectadas com cabos seriais ou Ethernet
e os alunos poderão ver e tocar todos os equipamentos.
7
Diferentemente da configuração do laboratório da Academia, os cabos seriais no mundo real
não estão conectados back-to-back. Em uma situação do mundo real, um roteador pode estar
em Nova York, nos Estados Unidos, enquanto outro está em Sydney, na Austrália. Um
administrador em Sydney teria que se conectar ao roteador de Nova York através da nuvem da
WAN para solucionar problemas no roteador de Nova Iorque.
No laboratório da Academia, os dispositivos que formam a nuvem da WAN são simulados pela
conexão entre cabos DTE-DCE back-to-back. A conexão da interface s0/0 de um roteador para
a interface s0/1 de outro roteador simula um circuito completo na nuvem.
1.2 Roteadores
Embora a arquitetura exata dos roteadores varie de um modelo para outro, esta seção
introduzirá os principais componentes internos. As figuras e mostram os componentes internos
de alguns modelos de roteadores da Cisco. Os componentes comuns são abordados nos
parágrafos abaixo.
8
CPU: A unidade central de processamento (CPU) executa instruções do sistema operacional.
Dentre estas funções estão a inicialização do sistema, o roteamento e o controle da interface
de rede. A CPU é um microprocessador. Roteadores de maior porte podem ter várias CPUs.
RAM: A memória de acesso aleatório (RAM) é usada para manter informações da tabela de
roteamento, para cache de comutação rápida (fast-switching), para manter a configuração em
uso e para filas de pacotes. Na maioria dos roteadores, a RAM oferece espaço temporário de
armazenamento em tempo de execução para os processos do Cisco IOS e seus subsistemas.
Geralmente, a RAM é dividida logicamente em memória principal do roteador e memória
compartilhada de entrada/saída (E/S). A memória compartilhada de E/S é compartilhada entre
as interfaces para armazenamento temporário de pacotes. O conteúdo da RAM é perdido
quando a energia é desligada. Geralmente, a RAM é uma memória de acesso aleatório
dinâmico (DRAM) e pode ser aumentada adicionando-se módulos DIMM (Dual In-Line Memory
Modules – Módulos de Memória Dual em Linha).
Flash: A memória flash é usada para armazenar uma imagem completa do software Cisco IOS.
Normalmente, o roteador carrega o IOS da flash. Essas imagens podem ser atualizadas
carregando-se uma nova imagem na memória flash. O IOS pode estar na forma compactada
9
ou não compactada. Na maioria dos roteadores, uma cópia executável do IOS é transferida
para a RAM durante o processo de inicialização. Em outros roteadores, o IOS pode ser
executado diretamente da memória flash. Adicionar ou substituir módulos SIMM (Single In-Line
Memory Modules – Módulos de Memória Simples em Linha) ou cartões PCMCIA pode
aumentar a quantidade de memória flash.
NVRAM: A memória de acesso aleatório não-volátil (NVRAM) é usada para armazenar a
configuração a ser utilizada na inicialização (startup configuration). Em alguns dispositivos, a
NVRAM é implementada usando memórias somente de leitura programáveis e eletronicamente
apagáveis (EEPROMs) separadas. Em outros dispositivos, ela é implementada no mesmo
dispositivo flash a partir do qual o código de inicialização (boot code) é carregado. Nos dois
casos, esses dispositivos retêm seus conteúdos quando a energia é desligada.
Barramentos: A maioria dos roteadores contém um barramento do sistema e um barramento
da CPU. O barramento do sistema é usado para comunicação entre a CPU e as interfaces e/ou
slots de expansão. Esse barramento transfere os pacotes para as interfaces e a partir delas.
O barramento da CPU é usado pela CPU para ter acesso aos componentes de
armazenamento do roteador. Esse barramento transfere instruções e dados para endereços de
memória especificados ou a partir deles.
ROM: A memória somente de leitura (ROM) é usada para armazenar permanentemente o
código de diagnóstico de problemas na inicialização (ROM Monitor). As principais tarefas da
ROM são os testes do hardware durante a inicialização do roteador e a carga do software
Cisco IOS da flash para a RAM. Alguns roteadores também têm uma versão reduzida do IOS,
que pode ser usada como uma fonte alternativa de inicialização. As ROMs não podem ser
apagadas. Elas só podem ser atualizadas substituindo os chips da ROM instalados nos
soquetes.
Interfaces: As interfaces são as conexões do roteador com o ambiente externo. Os três tipos
de interfaces são: rede local (LAN), rede de longa distância (WAN) e Console/AUX.
Geralmente, as interfaces de rede local são de uma das variedades de Ethernet ou Token
Ring. Essas interfaces têm chips controladores, que fornecem a lógica para conectar o sistema
ao meio físico. As interfaces de rede local podem ser de configuração fixa ou modular.
As interfaces WAN incluem as seriais, as ISDN e as que têm uma CSU (Channel Service Unit)
integrada. Assim como as interfaces de rede local, as interfaces WAN também têm chips
controladores especiais para as interfaces. As interfaces WAN podem ser de configuração fixa
ou modular.
As portas de Console/AUX são portas seriais usadas principalmente para a configuração inicial
do roteador. Essas portas não são portas de rede. Elas são usadas para sessões de terminal a
partir das portas de comunicação do computador ou através de um modem.
Fonte de alimentação: A fonte de alimentação fornece a energia necessária para operar os
componentes internos. Os roteadores de maior porte podem usar fontes de alimentação
múltiplas ou modulares. Em alguns dos roteadores de monor porte, a fonte de alimentação
pode ser externa.
1.2.2 Características físicas do roteador
Não é essencial saber a localização exata dos componentes físicos dentro do roteador para
entender a maneira de utilizá-lo. Entretanto, em algumas situações, como para a instalação de
mais memória, isso pode ser muito útil.
Os componentes exatos utilizados e a sua localização variam de um modelo de roteador para
outro. A figura identifica os componentes internos de um roteador 2600.
10
A figura mostra alguns dos conectores externos de um roteador 2600.
1.2.3 Conexões externas do roteador
Os três tipos básicos de conexões possíveis em um roteador são as interfaces de rede local, as
interfaces WAN e as portas de gerenciamento. As interfaces de rede local permitem que o
roteador seja conectado ao meio físico de uma rede local. É comum neste caso, o uso de
algum tipo de Ethernet. Entretanto, podem ser utilizadas outras tecnologias de rede local, como
Token Ring ou FDDI.
11
WANs provêem conexões através de um provedor de serviços a uma localidade distante ou à
Internet. Estas conexões podem utilizar interfaces seriais ou qualquer outro tipo de interface
WAN. Com alguns tipos de interfaces WAN, é necessário um dispositivo externo, tal como uma
CSU, para conectar o roteador ao equipamento local do provedor de serviços. Com outros tipos
de conexões WAN, o roteador pode ser conectado diretamente ao provedor de serviços.
A função das portas de gerenciamento é diferente daquela exercida pelas outras conexões. As
conexões de LAN e de WAN provêem conexões de rede por onde os pacotes de dados são
encaminhados. A porta de gerenciamento fornece uma conexão baseada em texto que pode
ser utilizada para configurar e solucionar problemas do roteador. As interfaces de
gerenciamento comumente utilizadas são as portas de console e a auxiliar. Essas portas são
seriais assíncronas EIA-232 e podem ser conectadas a uma porta de comunicação (COM) de
um computador. O computador precisa executar um programa de emulação de terminal que
provê uma sessão com o roteador utilizando linha de comando baseada em texto. Através
dessa sessão, o administrador da rede pode gerenciar o dispositivo.
1.2.4 Conexões das portas de gerenciamento
A porta de console e a porta auxiliar (AUX) são portas de gerenciamento. Essas portas seriais
assíncronas não foram concebidas como portas de rede. Uma dessas duas portas é
necessária para realizar a configuração inicial do roteador. A porta de console é recomendada
para essa configuração inicial. Nem todos os roteadores têm uma porta auxiliar.
Quando o roteador entra em funcionamento pela primeira vez, nenhum parâmetro da rede está
configurado. Portanto, o roteador não pode comunicar-se com nenhuma rede. Para prepará-lo
para a inicialização e configuração iniciais, conecte um terminal ASCII RS-232, ou um
computador que emule um terminal ASCII, à porta de console do sistema. Assim, é possível
inserir os comandos de configuração do roteador.
Uma vez inserida essa configuração inicial no roteador através da porta de console ou da porta
auxiliar, o roteador poderá ser conectado à rede para fins de solução de problemas ou
monitoramento.
O roteador também pode ser configurado remotamente, através da porta de configuração
usando Telnet em uma rede IP, ou discando para um modem conectado à porta de console ou
à porta auxiliar do roteador.
Para a solução de problemas, também é preferível usar a porta de console em vez da porta
auxiliar. Isso porque ela mostra, por default, as mensagens de inicialização, depuração e de
erros do roteador. A porta de console também pode ser usada quando os serviços de rede não
tiverem sido iniciados ou tiverem alguma falha. Assim, a porta de console pode ser usada para
procedimentos de recuperação de desastres e recuperação de senhas.
12
1.2.5 Conectando as interfaces de console
A porta de console é uma porta de gerenciamento usada para fornecer acesso fora de banda
(out-of-band) ao roteador. Ela é usada para a configuração inicial do roteador, para
monitoramento e para procedimentos de recuperação de desastres.
Um cabo de console ou rollover e um adaptador RJ-45/DB-9 são usados para conectar a porta
de console a um PC. A Cisco fornece o adaptador necessário para conectar-se à porta de
console.
O PC ou terminal precisa suportar a emulação de terminal VT100. Geralmente são utilizados
softwares de emulação de terminal, tais como o HyperTerminal.
Para conectar o PC a um roteador:
1. No software de emulação de terminal do PC, configure:
• A porta COM correta;
• 9600 baud;
• 8 bits de dados;
• Sem paridade;
• 1 bit de parada;
• Sem fluxo de controle.
2. Conecte o conector RJ-45 do cabo rollover à porta de console do roteador.
3. Conecte a outra ponta do cabo rollover ao adaptador RJ-45 / DB-9.
4. Conecte o adaptador DB-9 fêmea a um PC.
1.2.6 Conectando a interfaces LAN
Na maioria dos ambientes de rede local, o roteador é conectado à rede local usando uma
interface Ethernet ou Fast Ethernet. O roteador é um host que se comunica com a rede local
através de um hub ou de um switch. Para fazer essa conexão, é usado um cabo direto. Uma
interface de roteador 10/100BaseTX requer um cabo de par trançado não blindado (UTP) de
categoria 5 ou melhor, independentemente do tipo de roteador.
Em alguns casos, a interface Ethernet do roteador é conectada diretamente ao computador ou
a outro roteador. Para esse tipo de conexão, é necessário um cabo cruzado (crossover).
Em qualquer conexão ao roteador, a interface correta deve ser utilizada. Se for usada uma
interface errada, o roteador ou os outros dispositivos de rede podem ser danificados. Muitos
tipos diferentes de conexões usam o mesmo tipo de conector. Por exemplo, interfaces
Ethernet, ISDN BRI, Console, AUX com CSU/DSU integrados e Token Ring usam o mesmo
conector de oito pinos: RJ-45, RJ-48 ou RJ-49.
Para ajudar a diferenciar as conexões do roteador e identificar a utilização dos conectores, a
Cisco usa um esquema de código de cores. A figura mostra alguns deles para um roteador
2600.
13
1.2.7 Conectando as interfaces WAN
As conexões WAN podem assumir inúmeras formas. Uma WAN estabelece conexões de dados
através de uma ampla área geográfica, usando muitos tipos diferentes de tecnologia. Esses
serviços WAN geralmente são alugados de provedores de serviços. Dentre esses tipos de
conexão WAN estão: linhas alugadas, comutadas por circuitos e comutadas por pacotes.
Para cada tipo de serviço WAN, o equipamento instalado no cliente (CPE – Customer Premises
equipment), geralmente um roteador, é o DTE (Data Terminal Equipment - Equipamento
Terminal de Dados). Eles são conectados ao provedor de serviços usando um dispositivo DCE
(Data Circuit-Terminating Equipment - Equipamento de terminação do circuito de dados),
geralmente um modem ou uma unidade de serviço de canal/dados (CSU/DSU). Esse
dispositivo é usado para converter os dados do DTE em uma forma aceitável para o provedor
de serviços de WAN.
14
Talvez as interfaces de roteador mais utilizadas para os serviços WAN sejam as interfaces
seriais. Para selecionar o cabo serial adequado, basta saber as respostas para estas quatro
perguntas:
• Qual é o tipo de conexão ao dispositivo Cisco? Os roteadores Cisco podem usar
diferentes conectores para as interfaces seriais. A interface à esquerda é uma interface
Smart Serial. A interface à direita é uma conexão DB-60. Isso torna a escolha do cabo
serial que conecta o sistema de rede aos dispositivos seriais uma parte essencial da
configuração de uma WAN.
• A rede está sendo conectada a um dispositivo DTE ou DCE? DTE e DCE são dois
tipos de interfaces seriais que os dispositivos utilizam para se comunicar. A principal
diferença entre os dois é que o dispositivo DCE fornece o sinal de clock que sincroniza
a comunicação entre os dispositivos. A documentação do dispositivo deve especificar
se é um DTE ou DCE.
• Qual é o padrão de sinais exigido pelo dispositivo? Para cada dispositivo, pode-se usar
um padrão serial diferente. Cada padrão define os sinais no cabo e especifica o
conector na ponta do cabo. A documentação do dispositivo deve sempre ser
consultada quanto ao padrão de sinais.
• O cabo requer um conector macho ou fêmea? Se o conector tiver pinos externos
visíveis, ele é macho. Se tiver encaixes para pinos externos, é fêmea.
15
Resumo
Devem ter sido compreendidos os importantes conceitos a seguir:
• Conceitos de WAN e de rede local;
• Função de um roteador em WANs e LANs;
• Protocolos WAN;
• Configuração do encapsulamento;
• Identificação e descrição dos componentes internos de um roteador;
• Características físicas de um roteador;
• Portas mais comuns em um roteador;
• Como conectar as portas de console, de LAN e de WAN do roteador.
16
CAPITULO 02 - Introdução aos roteadores
Visão Geral
A tecnologia Cisco foi concebida em torno do Cisco IOS (Internetwork Operating System –
Sistema Operacional de Interconexão de redes), que é o software que controla as funções de
roteamento e de comutação nos dispositivos de interconexão de redes. Uma compreensão
sólida do IOS é essencial para um administrador de redes. Este módulo apresentará uma
introdução aos fundamentos do IOS e oferecerá práticas que permitirão examinar os seus
recursos. Todas as tarefas de configuração da rede, das mais básicas às mais complexas,
exigem uma base sólida a respeito dos fundamentos da configuração do roteador. Este módulo
fornecerá as ferramentas e as técnicas para a configuração básica do roteador, as quais serão
usadas ao longo do curso.
Ao concluir este módulo, os alunos deverão ser capazes de:
• Descrever a finalidade do IOS;
• Descrever a operação básica do IOS;
• Identificar vários recursos do IOS;
• Identificar os métodos para estabelecer uma sessão com o roteador utilizando a
interface de linha de comando (CLI);
• Alternar entre o modo EXEC de usuário e o modo EXEC privilegiado;
• Estabelecer uma sessão HyperTerminal com um roteador;
• Efetuar login em um roteador;
• Usar o recurso de ajuda na interface de linha de comando;
• Solucionar problemas de erros no uso dos comandos.
2.1 Operando o software Cisco IOS
2.1.1 A finalidade do software Cisco IOS
Assim como um computador, um roteador ou switch não pode funcionar sem um sistema
operacional. A Cisco chama seu sistema operacional de Internetwork Operating System
(Sistema Operacional de Interconexão de Redes) ou IOS. Essa é a tecnologia de software
embutida em todos os roteadores da Cisco, sendo também o sistema operacional dos switches
da linha Catalyst. Sem um sistema operacional, o hardware não tem qualquer funcionalidade.
O Cisco IOS oferece os seguintes serviços de rede:
• Funções básicas de roteamento e comutação;
• Acesso confiável e seguro aos recursos da rede;
• Escalabilidade.
2.1.2 Interface do usuário do roteador
O software Cisco IOS usa uma interface de linha de comando (CLI) como seu ambiente de
console tradicional. O IOS é uma tecnologia central que se estende por quase toda a linha de
produtos da Cisco. Seus detalhes de operação podem variar nos diferentes dispositivos de
internetworking.
Esse ambiente pode ser acessado através de diversos métodos. Uma maneira de acessar a
CLI é através de uma sessão de console. Uma console usa uma conexão serial de baixa
velocidade diretamente de um computador ou terminal para a porta de console do roteador.
Outra maneira de acessar uma sessão da CLI é usando uma conexão discada (dial-up) através
de um modem ou de um cabo null-modem conectado à porta AUX do roteador. Nenhum
desses métodos requer que o roteador tenha qualquer serviço de rede configurado. Outro
método para acessar uma sessão CLI é conectar-se via Telnet ao roteador. Para estabelecer
17
uma sessão Telnet com o roteador, pelo menos uma interface do roteador deve estar
configurada com um endereço IP e as sessões de terminais virtuais precisam estar
configuradas para solicitar o login do usuário e devem ter uma senha associada.
2.1.3 Modos da interface do usuário do roteador
A interface de linha de comando (CLI) da Cisco usa uma estrutura hierárquica. Essa estrutura
exige a entrada em diferentes modos para realizar determinadas tarefas. Por exemplo, para
configurar a interface de um roteador, o usuário deve entrar no modo Setup de interface. A
partir desse modo, todas as configurações inseridas aplicam-se somente a essa interface
específica. Cada modo Setup é indicado por um prompt distinto e permite apenas os comandos
que sejam adequados a esse modo.
O IOS fornece um serviço de interpretação de comandos conhecido como executivo de
comandos (EXEC). Depois que cada comando é inserido, o EXEC valida e executa o comando.
Como recurso de segurança, o software Cisco IOS separa as sessões EXEC em dois níveis de
acesso. Esses níveis são o modo EXEC de usuário e o modo EXEC privilegiado. O modo
EXEC privilegiado também é conhecido como modo de ativação. Os recursos do modo EXEC
de usuário e do modo EXEC privilegiado são os seguintes:
• O modo EXEC de usuário permite somente uma quantidade limitada de comandos
básicos de monitoramento. Ele geralmente é chamado de modo "somente de
visualização". O modo EXEC de usuário não permite nenhum comando que possa
alterar a configuração do roteador. O modo EXEC de usuário pode ser identificado pelo
prompt ">".
• O modo EXEC privilegiado permite acesso a todos os comandos do roteador. Esse
modo pode ser configurado para que seja exigida uma senha do usuário antes de
acessá-lo. Para maior proteção, ele também pode ser configurado para exigir uma
identificação do usuário (user ID). Isso permite que somente os usuários autorizados
acessem o roteador. Os comandos de configuração e gerenciamento exigem que o
administrador da rede esteja no modo EXEC privilegiado. O modo Setup global e
outros modos de configuração mais específicos só podem ser alcançados a partir do
modo EXEC privilegiado. O modo EXEC privilegiado pode ser identificado pelo prompt
"#".
Para acessar o nível EXEC privilegiado a partir do nível EXEC de usuário, digite o comando
enable no prompt ">".
Se uma senha estiver configurada, o roteador pedirá essa senha. Por razões de segurança, um
dispositivo de rede da Cisco não mostra a senha digitada. Quando a senha correta for digitada,
o prompt do roteador mudará para "#", indicando que o usuário passou para o modo EXEC
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privilegiado. Inserir um ponto de interrogação (?) no modo EXEC privilegiado revela muitas
outras opções de comandos, além das disponíveis no modo EXEC de usuário.
2.1.4 Características do software Cisco IOS
A Cisco fornece imagens de IOS para atender uma grande variedade de produtos de rede de
diferentes plataformas.
Para otimizar o software Cisco IOS exigido por essas várias plataformas, a Cisco está
trabalhando no desenvolvimento de várias imagens diferentes do software Cisco IOS. Cada
imagem representa um conjunto diferente de recursos para atender às várias plataformas
existentes de dispositivos, os recursos disponíveis de memória nos equipamentos e às
necessidades dos clientes.
Embora existam muitas imagens de IOS para diferentes modelos de dispositivos e conjuntos
de recursos da Cisco, a estrutura básica dos comandos de configuração é a mesma. As
habilidades de configuração e solução de problemas adquiridas em qualquer um dos
dispositivos aplicam-se a uma ampla gama de produtos.
A convenção de nomes para as diferentes versões do Cisco IOS contém três partes:
• A plataforma na qual a imagem é executada;
• Os recursos especiais suportados pela imagem;
• Onde a imagem é executada e se ela foi zipada ou compactada.
Recursos específicos do IOS podem ser selecionados com auxílio do Cisco Software Advisor,
uma ferramenta interativa que fornece as informações mais atuais e permite selecionar opções
que atendam as necessidades da rede.
Uma das principais considerações ao selecionar uma nova imagem de IOS é a compatibilidade
com a memória flash e RAM disponíveis no roteador. Em geral, quanto mais nova a versão e
quanto mais recursos ela oferecer, mais memória será necessária. Use o comando show
version no dispositivo Cisco para verificar a imagem atual e a memória flash disponível. O
site de suporte da Cisco tem ferramentas disponíveis para ajudar a determinar a quantidade de
flash e RAM necessárias para cada imagem.
Antes de instalar uma nova imagem do software Cisco IOS no roteador, verifique se este
atende às exigências de memória para essa imagem. Para ver a quantidade de RAM, use o
comando show version:
...<saída omitida>... cisco 1721 (68380) processor (revision C) with
3584K/512K bytes of memory.
Essa linha mostra quanto há de memória principal e compartilhada instalada no roteador.
Algumas plataformas usam uma parcela da DRAM como memória compartilhada. A
necessidade de memória leva isso em consideração, portanto as duas quantidades devem ser
somadas para encontrar a quantidade de DRAM instalada no roteador.
Para encontrar a quantidade de memória flash, use o comando show flash.
GAD#show flash
...<saída omitida>...
15998976 bytes total (10889728 bytes free)
2.1.5 Modo de operar do software Cisco IOS
19
Os dispositivos que utilizam o IOS Cisco têm três ambientes ou modos operacionais distintos:
• ROM Monitor;
• Boot ROM;
• Cisco IOS.
Normalmente, o processo de inicialização do roteador carrega um destes ambientes
operacionais na RAM e o executa. O valor definido no configuration register (registrador de
configuração) pode ser usado pelo administrador do sistema para controlar o modo como o
roteador será inicializado.
No modo ROM Monitor é realizado o processo inicial de inicialização (bootstrap) e oferecido ao
usuário um conjunto de comandos para operação de baixo nível e para diagnóstico do
equipamento. É usado para corrigir falhas do sistema e recuperar senhas perdidas. O modo
ROM monitor não pode ser acessado através de nenhuma das interfaces de rede. Só pode ser
acessado por meio de uma conexão física direta através da porta de console.
Quando o roteador está operando no modo boot ROM, somente um subconjunto limitado dos
recursos do Cisco IOS está disponível. No modo Boot ROM são permitidas operações de
gravação na memória flash que são usadas principalmente para substituir a imagem do Cisco
IOS que está armazenada na flash. No modo Boot ROM, a imagem do Cisco IOS pode ser
modificada usando o comando copy tftp flash, que copia uma imagem do IOS
armazenada em um servidor TFTP para a memória flash do roteador.
A operação normal de um roteador requer o uso da imagem completa do Cisco IOS, conforme
armazenada na flash. Em alguns dispositivos, o IOS é executado diretamente a partir da flash.
Entretanto, a maioria dos roteadores Cisco requer que uma cópia do IOS seja carregada na
RAM e executada também a partir da RAM. Algumas imagens do IOS são armazenadas na
flash em formato compactado e precisam ser expandidas ao serem copiadas para a RAM.
Para ver a imagem e versão do IOS que está sendo executado, use o comando show
version, que também indica como o configuration register está definido. O comando show
flash é usado para verificar se o sistema tem memória suficiente para carregar uma nova
imagem do Cisco IOS
2.2 Inicializando um roteador
2.2.1 Inicializando roteadores Cisco pela primeira vez
Um roteador é inicializado com a carga do bootstrap, do sistema operacional e de um arquivo
de configuração. Se não conseguir encontrar um arquivo de configuração, ele entra no modo
Setup. Após a conclusão do modo Setup, uma cópia de backup do arquivo de configuração
pode ser salva na memória RAM não volátil.
O objetivo das rotinas de inicialização do software Cisco IOS é iniciar a operação do roteador.
Para isso, as rotinas de inicialização devem realizar as seguintes tarefas:
• Certificar-se de que o hardware do roteador foi testado e está funcional.
• Encontrar e carregar o software Cisco IOS.
• Encontrar e aplicar o arquivo de configuração armazenado (startup configuration) ou
entrar no modo Setup.
20
Quando um roteador Cisco é ligado, é realizado um autoteste (POST - Power-on Self Test).
Durante esse autoteste, o roteador executa uma série de testes a partir da ROM em todos os
módulos de hardware. Esses testes verificam a operação básica da CPU, da memória e das
portas das interfaces de rede. Após verificar as funções de hardware, o roteador passa à
inicialização do software.
Após o POST, ocorrem os seguintes eventos ocorrem durante a inicialização do roteador:
Etapa 1 O bootstrap é executado a partir da ROM. Um bootstrap é um conjunto simples de
instruções que testam o hardware e inicializam o IOS para que seja iniciada a operação do
roteador.
Etapa 2 O IOS pode ser encontrado em diversos lugares. testam o hardware e inicializam o
IOS para que seja iniciada a operação do roteador. Se o campo de boot indicar uma carga a
partir da flash ou da rede, os comandos boot system existentes no arquivo de configuração
indicam o nome exato e a localização da imagem a ser utilizada.
Etapa 3 A imagem do sistema operacional é carregada. Quando o IOS é carregado e está
operacional, uma listagem dos componentes de hardware e software disponíveis é exibida na
tela do terminal de console.
Etapa 4 O arquivo de configuração salvo na NVRAM é carregado na memória principal e
executado linha a linha. Os comandos de configuração iniciam os processos de roteamento,
fornecem endereços para as interfaces e definem outras características operacionais do
roteador.
Etapa 5 Se não existir nenhum arquivo de configuração válido na NVRAM, o sistema
operacional busca um servidor TFTP disponível. Se nenhum servidor TFTP for encontrado, o
diálogo de configuração (modo setup) é iniciado.
A configuração não é o modo para entrada de recursos complexos de protocolo no roteador. A
finalidade do modo Setup é permitir que o administrador instale uma configuração mínima para
um roteador que não seja capaz de localizar uma configuração a partir de outra fonte.
No modo Setup, as respostas padrão aparecem entre colchetes [ ] depois das perguntas.
Pressione a tecla Enter para usar esses padrões. Durante o processo de configuração, pode-
se pressionar Ctrl-C a qualquer momento para encerrar o processo. Quando a configuração é
encerrada por meio de Ctrl-C, todas as interfaces do roteador são desabilitadas (administrative
shutdown).
21
Quando o processo de configuração é concluído no modo Setup, são exibidas as seguintes
opções:
[0] Go to the IOS command prompt without saving this config. (Ir para
o prompt de comando do IOS sem salvar esta configuração.)
[1] Return back to the setup without saving this config. (Voltar à
configuração sem salvar esta configuração.)
[2] Save this configuration to nvram and exit. (Salvar esta
configuração na NVRAM e sair.)
Enter your selection [2]: (Digite a sua opção [2]:)
2.2.2 LEDs Indicadores utilizados no roteador
Os roteadores Cisco utilizam LEDs para fornecer informações sobre seu estado operacional.
Dependendo do modelo do roteador Cisco, os LEDs podem variar.
Um LED de interface indica a atividade da interface correspondente. Se um LED estiver
desligado quando a interface estiver ativa e conectada corretamente, isso pode indicar um
problema. Se uma interface estiver excessivamente ocupada, seu LED estará sempre aceso. O
LED verde de OK à direita da porta AUX estará sempre aceso depois que o sistema for
inicializado corretamente.
2.2.3 Examinando a inicialização (boot) do roteador
Os exemplos das figuras – mostram informações e mensagens exibidas durante inicialização.
Essas informações variam, dependendo das interfaces instaladas no roteador e da versão do
Cisco IOS. As telas exibidas nesse gráfico são apenas para referência e podem não refletir
exatamente o que é exibido na tela de console.
Na figura , a declaração "NVRAM invalid, possibly due to write erase" ("NVRAM inválida,
possivelmente devido a ter sido apagada pelo comando write erase"), indica ao usuário que
esse roteador ainda não foi configurado ou que a NVRAM foi apagada. Um roteador deve ser
configurado, o arquivo de configuração deve ser salvo na NVRAM e, em seguida, deve ser
configurado para usar o arquivo de configuração armazenado na NVRAM. O valor padrão de
fábrica do configuration register é 0x2102, que indica que o roteador deve tentar carregar uma
imagem do Cisco IOS a partir da memória flash.
22
Na figura , o usuário pode determinar as versões do bootstrap e do IOS que estão sendo
usadas pelo roteador, assim como o modelo do roteador, o processador e a quantidade de
memória do roteador. Outras informações listadas nesse gráfico são:
• A quantidade de interfaces;
• Os tipos de interfaces;
• A quantidade de NVRAM;
• A quantidade de memória flash.
Na figura , o usuário tem a opção de entrar no modo Setup. Lembre-se de que a finalidade
principal do modo Setup é permitir que o administrador instale uma configuração mínima em
um roteador que não seja capaz de localizar uma configuração a partir de outra fonte
2.2.4 Estabelecendo uma sessão HyperTerminal
Todos os roteadores Cisco contêm uma porta de console serial assíncrona (RJ-45) TIA/EIA-
232. Para conectar um terminal à porta de console, são necessários cabos e adaptadores. Um
terminal de console pode ser um terminal ASCII ou um PC que esteja executando um software
de emulação de terminal, como o HyperTerminal. Para conectar um PC que esteja executando
um software de emulação de terminal à porta de console, use o cabo rollover RJ-45 / RJ-45
com o adaptador fêmea RJ-45 / DB-9.
23
Os parâmetros padrão para a porta de console são 9600 baud, 8 bits de dados, sem paridade,
1 bit de parada, sem controle de fluxo. A porta de console não suporta controle de fluxo de
hardware.
Siga as etapas a seguir para conectar um terminal à porta de console no roteador:
Etapa 1 Conecte o terminal usando o cabo rollover RJ-45 / RJ-45 e um adaptador RJ-45 / DB-9
ou RJ-45 / DB-25.
Etapa 2 Configure o terminal ou o software de emulação de terminal do PC para 9600 baud, 8
bits de dados, sem paridade, 1 bit de parada, sem controle de fluxo.
A figura mostra uma lista de sistemas operacionais e os softwares de emulação de terminal
que podem ser usados.
2.2.5 Efetuando o login no roteador
Para configurar os roteadores Cisco, a interface do usuário do roteador deve ser acessada com
um terminal ou através de acesso remoto. Ao acessar um roteador, o usuário deve efetuar o
login no roteador antes de inserir qualquer outro comando.
Por razões de segurança, o roteador tem dois níveis de acesso aos comandos:
• Modo EXEC de usuário: As tarefas típicas incluem as de verificação do status do
roteador. Neste modo, não são permitidas alterações na configuração do roteador
• Modo EXEC privilegiado: As tarefas típicas incluem as de alteração da configuração
do roteador.
Após o login em um roteador, é exibido o prompt do modo EXEC de usuário. Os comandos
disponíveis neste nível do usuário são um subconjunto dos comandos disponíveis no nível
EXEC privilegiado. Em linhas gerais, esses comandos permitem que o usuário exiba
informações sem alterar as definições da configuração do roteador.
Para acessar todo o conjunto de comandos, deve-se entrar no modo EXEC privilegiado. No
prompt ">", digite enable. No prompt password:, digite a senha que foi definida com o
comando enable secret. Dois comandos podem ser usados para definir uma senha de
acesso ao modo EXEC privilegiado: enable password e enable secret. Se os dois
comandos forem usados, enable secret tem precedência. Uma vez concluídas as etapas
de login, o prompt muda para "#", indicando que se entrou no modo EXEC privilegiado. O modo
Setup global só pode ser acessado a partir do modo EXEC privilegiado. Os modos específicos
listados a seguir também podem ser acessados a partir do modo Setup global:
• Interface
• Subinterface
• Line
• Router
• Route map
24
Para voltar ao modo EXEC de usuário a partir do modo EXEC privilegiado, pode-se usar o
comando disable. Para voltar ao modo EXEC privilegiado a partir do modo Setup global,
digite exit ou Ctrl-Z. Ctrl-Z também pode ser usado para voltar diretamente ao modo EXEC
privilegiado a partir de qualquer submodo da configuração global.
2.2.6 Ajuda do teclado na CLI do roteador
Ao digitar um ponto de interrogação (?) no prompt do modo EXEC de usuário ou no prompt do
modo EXEC privilegiado é exibida uma lista útil dos comandos disponíveis. Observe o "--
More--" na parte inferior do exemplo exibido. A tela mostra várias linhas de uma única vez. O
prompt "--More--" na parte inferior da tela indica que há várias telas disponíveis como saída.
Sempre que aparecer um prompt "--More--", a próxima tela disponível pode ser visualizada
pressionando-se a barra de espaço. Para exibir apenas a linha seguinte, pressione a tecla
Enter. Pressione qualquer outra tecla para voltar ao prompt.
Para acessar o modo EXEC privilegiado, digite enable ou a abreviação ena. Isso pode fazer
com que o roteador solicite uma senha ao usuário, caso ela tenha sido definida. Se um "?"
(ponto de interrogação) for digitado no prompt do modo EXEC privilegiado, a tela exibe uma
lista com um número mairo de comandos do que os que estão disponíveis no prompt do modo
EXEC privilegiado.
A saída na tela varia de acordo com a versão do software Cisco IOS e com a configuração do
roteador.
Se um usuário quiser ajustar o clock do roteador mas não souber o comando necessário, pode
usar a função de ajuda para verificar o comando correto. O exercício a seguir ilustra um dos
muitos usos da função de ajuda.
A tarefa é ajustar o clock do roteador. Supondo que o comando não seja conhecido, siga as
seguintes etapas:
Etapa 1 Use ? para encontrar o comando de ajuste do clock. A saída da ajuda mostra que é
necessário usar o comando clock.
Etapa 2 Verifique a sintaxe para alteração do horário.
25
Etapa 3 Insira o horário atual, usando horas, minutos e segundos, conforme mostrado na figura
. O sistema indica que é necessário fornecer informações adicionais para concluir o comando.
Etapa 4 Pressione Ctrl-P (ou a seta para cima) para repetir a entrada de comando anterior
automaticamente. Em seguida, adicione um espaço e um ponto de interrogação (?) para
revelar os outros argumentos. Agora a entrada do comando pode ser concluída.
Etapa 5 O símbolo de acento circunflexo (^) e a mensagem de ajuda apresentada indicam um
erro. A posição do símbolo de acento circunflexo mostra onde está localizado o possível
problema. Para inserir a sintaxe correta, digite novamente o comando até o ponto onde está
localizado o símbolo de acento circunflexo e digite um ponto de interrogação (?).
Etapa 6 Insira o ano, usando a sintaxe correta, e pressione Enter para executar o comando.
2.2.7 Comandos avançados de edição
A interface do usuário inclui um modo de edição avançado, que oferece um conjunto de
funções de teclas de edição, que permitem que o usuário edite uma linha de comando durante
a digitação. As seqüências de teclas indicadas na figura podem ser usadas para mover o
cursor na linha de comando e fazer correções ou alterações. Embora o modo de edição
avançada esteja ativado automaticamente na versão atual do software, ele pode ser desativado
se interferir na interação com os scripts gravados. Para desativar o modo de edição avançada,
digite terminal no editing no prompt do modo EXEC privilegiado.
O conjunto de comandos de edição oferece um recurso de rolagem horizontal para comandos
que se estendem além de uma única linha da tela. Quando o cursor atinge a margem direita, a
linha de comando desloca-se dez espaços para a esquerda. Os dez primeiros caracteres da
linha não podem ser vistos, mas o usuário pode fazer a rolagem para trás e verificar a sintaxe
no início do comando. Para fazer a rolagem para trás, pressione Ctrl-B ou a seta para a
esquerda repetidamente até atingir o início da entrada do comando. Ctrl-A leva o usuário
diretamente de volta ao início da linha.
No exemplo mostrado na figura , a entrada do comando estende-se além de uma única linha.
Quando o cursor atinge o final da linha pela primeira vez, a linha é deslocada dez espaços para
a esquerda e exibida novamente. O cifrão ($) indica que a linha foi rolada para a esquerda.
Cada vez que o cursor alcança o final da linha, ela é deslocada novamente dez espaços para a
esquerda.
A saída na tela varia de acordo com o nível do software Cisco IOS e com a configuração do
roteador.
Ctrl-Z é um comando usado para sair do modo Setup, levando o usuário de volta ao prompt do
modo EXEC privilegiado.
26
2.2.8 Histórico de comandos do roteador
A interface do usuário oferece um histórico ou registro dos comandos que foram inseridos.
Esse recurso é particularmente útil para relembrar comandos longos ou complexos. Com o
recurso de histórico de comandos, é possível realizar as seguintes tarefas:
• Definir o tamanho do buffer do histórico de comandos;
• Relembrar comandos;
• Desativar o recurso de histórico de comandos.
O histórico de comandos é ativado por padrão e o sistema registra dez linhas de comandos em
seu buffer de histórico. Para alterar a quantidade de linhas de comandos registradas pelo
sistema durante uma sessão do terminal, use o comando terminal history size ou
history size. A quantidade máxima de comandos é 256.
Para relembrar os comandos do buffer do histórico a partir do mais recente, pressione Ctrl-P
ou a tecla de seta para cima. Pressione-as repetidamente para relembrar os comandos mais
antigos sucessivamente. Após relembrar os comandos com as teclas Ctrl-P ou seta para cima,
pressione Ctrl-N ou a tecla para baixo repetidamente para voltar aos comandos mais recentes
no buffer histórico.
Para encurtar a digitação de um comando, é possível usar a quantidade mínima de caracteres
exclusiva desse comando. Pressione a tecla Tab e a interface completará a entrada. Quando
as letras digitadas identificarem o comando de maneira exclusiva, a tecla Tab simplesmente
confirmará visualmente que o roteador entendeu o comando específico desejado.
Na maioria dos computadores, também estão disponíveis funções adicionais de seleção e
cópia de textos. Uma parte de um comando anterior pode então ser copiada e colada ou
inserida como entrada do comando atual.
2.2.9 Solucionando erros de linha de comando
Os erros de linha de comando ocorrem principalmente devido a erros de digitação. Se a
palavra-chave de um comando for digitada de maneira incorreta, a interface do usuário
proporciona o isolamento do erro, na forma de um indicador de erro (^). O símbolo "^" aparece
no ponto da linha de comando onde foi inserido um comando, palavra-chave ou argumento
incorreto. O indicador de localização do erro e o sistema interativo de ajuda permitem que o
usuário encontre e corrija facilmente os erros de sintaxe.
27
Router#clock set 13:32:00 23 February
99
^
% Entrada inválida detectada no marcador "^".
O acento circunflexo (^) e a mensagem da ajuda indicam um erro onde aparece o 99. Para
listar a sintaxe correta, digite o comando até o ponto em que ocorreu o erro, seguido de um
ponto de interrogação (?):
Router#clock set 13:32:00 23 February ?
<1993-2035> Year
Router#clock set 13:32:00 23 February
Insira o ano usando a sintaxe correta e pressione Enter para executar o comando.
Router#clock set 13:32:00 23 February 1999
Se uma linha de comando for inserida incorretamente e a tecla Enter for pressionada, a tecla
de seta para cima pode ser pressionada para repetir o último comando. Use as teclas de seta
para a direita ou esquerda para mover o cursor para o local onde o erro foi cometido. Em
seguida, digite a correção que precisa ser feita. Se algo precisar ser excluído, use a tecla
<backspace>.
2.2.10 O comando show version
O comando show version exibe informações sobre a versão do software Cisco IOS que está
em execução no momento no roteador. Isso inclui os valores definidos do configuration register
(registrador de configuração) e do boot field (campo de inicialização).
A figura mostra as seguintes informações do comando show version:
• Versão e informações descritivas do IOS em uso;
• Versão da Bootstrap ROM;
• Versão da Boot ROM;
28
• Tempo decorrido desde a inicialização do roteador;
• Método utilizado na última reinicialização do roteador;
• Arquivo da imagem do sistema em uso e sua localização;
• Plataforma de hardware do roteador;
• Valor do configuration register.
Use o comando show version para identificar a imagem do IOS em uso no roteador e de
onde foi obtida.
Resumo
Devem ter sido compreendidos os importantes conceitos a seguir:
• A finalidade do IOS;
• A operação básica do IOS;
• Identificação das várias funcionalidades do IOS;
• Identificação dos métodos para estabelecer uma sessão CLI com o roteador;
• As diferenças entre os modos EXEC de usuário e privilegiado;
• Estabelecimento de uma sessão HyperTerminal;
• Login no roteador;
• Utilização do recurso de ajuda na interface de linha de comando;
• Utilização dos comandos avançados de edição;
• Utilização do histórico de comandos;
• Solução de erros de linha de comando;
• Utilização do comando show version
CAPITULO 03 - Configurando um roteador
29
Visão Geral
Configurar um roteador para realizar tarefas complexas entre redes pode ser um grande
desafio. Entretanto, os procedimentos iniciais para configurar um roteador não são nada
difíceis. Se esses procedimentos e as etapas para alternar entre os vários modos do roteador
forem seguidos, as configurações mais complexas ficarão muito menos assustadoras. Este
módulo introduz os modos básicos de configuração do roteador e oferece oportunidades para
praticar configurações simples.
Uma configuração de roteador que seja clara, fácil de entender e com backups regulares deve
ser um objetivo de todos os administradores de rede. O Cisco IOS oferece ao administrador
diversas ferramentas para adicionar informações ao arquivo de configuração para fins de
documentação. Assim como um programador competente fornece documentação para cada
passo de programação, um administrador de rede deve fornecer o máximo possível de
informação, para a eventualidade de outra pessoa precisar assumir a responsabilidade sobre a
rede.
Ao concluírem este módulo, os alunos deverão ser capazes de:
• Dar nome a um roteador;
• Definir senhas;
• Examinar comandos show;
• Configurar uma interface serial;
• Configurar uma interface Ethernet;
• Executar alterações em um roteador;
• Salvar alterações em um roteador;
• Configurar a descrição de uma interface;
• Configurar um banner com a mensagem do dia;
• Configurar tabelas de hosts;
• Entender a importância dos backups e da documentação.
3.1 Configurando um roteador
3.1.1 Modos de comando da CLI
Todas as alterações de configuração de um roteador Cisco através da interface da linha de
comando (CLI) são feitas a partir do modo de configuração global. É possível entrar em outros
modos mais específicos, dependendo da alteração de configuração que for necessária, mas
todos esses modos específicos são subconjuntos do modo de configuração global.
30
Os comandos do modo de configuração global são usados em um roteador para aplicar
instruções de configuração que afetem o sistema como um todo. O comando a seguir muda o
roteador para o modo de configuração global e permite inserir comandos a partir do terminal:
OBSERVAÇÃO:
O prompt muda para indicar que agora o roteador está no modo de configuração global.
Router#configure terminal
Router(config)#
O modo de configuração global, muitas vezes apelidado config global, é o principal modo de
configuração. Estes são apenas alguns dos modos em que se pode entrar a partir do modo de
configuração global:
• Modo de interface;
• Modo de linha;
• Modo de roteador;
• Modo de subinterface;
• Modo de controlador.
Quando se entra nesses modos específicos, o prompt do roteador muda para indicar o modo
de configuração atual. Quaisquer alterações de configuração que forem feitas aplicam-se
somente às interfaces ou aos processos cobertos por esse modo específico.
Digitar exit a partir de um desses modos de configuração específicos leva o roteador de volta
ao modo de configuração global. Pressionar Ctrl-Z faz com que o roteador saia completamente
dos modos de configuração e o leva de volta ao modo EXEC privilegiado.
3.1.2 Configurando o nome de um roteador
31
Uma das primeiras tarefas de configuração é dar um nome exclusivo ao roteador. Essa tarefa é
realizada no modo de configuração global usando os seguintes comandos:
Router(config)#hostname Tokyo
Tokyo(config)#
Assim que a tecla Enter é pressionada, o prompt muda, passando do nome do host padrão
(Router) para o nome do host recém-configurado, que, neste exemplo, é Tokyo.
3.1.3 Configurando senhas de roteador
As senhas restringem o acesso aos roteadores. Sempre se deve configurar senhas para as
linhas do terminal virtual e para a linha do console. As senhas também são usadas para
controlar o acesso ao modo EXEC privilegiado, para que apenas usuários autorizados possam
fazer alterações no arquivo de configuração.
Os comandos a seguir são usados para definir uma senha opcional, mas recomendável, na
linha do console:
Router(config)#line console 0
Router(config-line)#password <senha>
Router(config-line)#login
Deve-se definir uma senha em uma ou mais linhas de terminal virtual (VTY), para que os
usuários tenham acesso remoto ao roteador usando Telnet. Geralmente, os roteadores Cisco
suportam cinco linhas VTY numeradas de 0 a 4, embora diferentes plataformas de hardware
suportem quantidades diferentes de conexões VTY. Freqüentemente, usa-se a mesma senha
para todas as linhas, mas às vezes uma linha é definida de maneira exclusiva para oferecer
uma entrada de fall-back (respaldo) ao roteador se as outras quatro conexões estiverem
ocupadas. São usados os seguintes comandos para definir a senha nas linhas VTY:
Router(config)#line vty 0 4
Router(config-line)#password <senha>
Router(config-line)#login
A senha de ativação e o segredo de ativação são usados para restringir o acesso ao modo
EXEC privilegiado. A senha de ativação só é usada se o segredo de ativação não tiver sido
definido. É recomendável que o segredo de ativação esteja sempre ativado e seja sempre
usado, já que ele é criptografado e a senha de ativação não é. Estes são os comandos usados
para definir as senhas de ativação:
Router(config)#enable password <senha>
Router(config)#enable secret <senha>
Às vezes não é desejável que as senhas sejam mostradas em texto claro na saída dos
comandos show running-config ou show startup-config. Este comando é usado para
criptografar as senhas na saída da configuração:
Router(config)#service password-encryption
O comando service password-encryption aplica criptografia fraca a todas as senhas
não criptografadas. O comando enable secret <senha> usa um algoritmo MD5 forte para
a criptografia.
3.1.4 Examinando os comandos show
Há muitos comandos show que podem ser usados para examinar o conteúdo de arquivos do
roteador e para a solução de problemas. Tanto no modo EXEC privilegiado quanto no modo
32
EXEC do usuário, o comando show ? fornece uma lista dos comandos show disponíveis. A
lista é consideravelmente maior no modo EXEC privilegiado do que no modo EXEC do usuário.
• show interfaces: Exibe todas as estatísticas para todas as interfaces do roteador.
Para ver as estatísticas de uma interface específica, insira o comando show
interfaces seguido da interface específica e do número da porta. Por exemplo:
Router#show interfaces serial 0/1
• show controllers serial: Exibe informações específicas da inteface de
hardware. Este comando deve incluir também o número de porta ou slot/porta da
interface serial. Por exemplo:
Router#show controllers serial 0/1
• show clock: Mostra o horário definido no roteador
• show hosts: Mostra uma lista em cache dos nomes e endereços dos hosts
• show users: Exibe todos os usuários que estão conectados ao roteador
• show history: Exibe um histórico dos comandos que foram inseridos
• show flash: Exibe informações sobre a memória flash e quais arquivos do IOS
estão armazenados nela
• show version: Exibe informações sobre a versão do software carregado no
momento, além de informações de hardware e dispositivo
• show ARP: Exibe a tabela ARP do roteador
• show protocol: Exibe o status global e o status específico da interface de quaisquer
protocolos de camada 3 configurados
• show startup-config: Exibe o conteúdo da NVRAM, se presente e válido, ou
exibe o arquivo de configuração apontado pela variável de ambiente CONFIG_FILE
• show running-config: Exibe o conteúdo do arquivo de configuração em execução
ou o arquivo de configuração para uma interface específica, ou informação de mapa de
classes
3.1.5 Configurando uma interface serial
Uma interface serial pode ser configurada a partir do console ou através de uma linha de
terminal virtual. Para configurar uma interface serial, siga estas etapas:
1. Entre no modo de configuração global;
2. Entre no modo de interface;
3. Especifique o endereço da interface e a máscara de sub-rede;
4. Se houver um cabo DCE conectado, defina a taxa do clock; pule esta etapa se houver
um cabo DTE conectado;
5. Ligue a interface.
Cada interface serial conectada precisa ter um endereço IP e uma máscara de sub-rede se for
esperado que a interface roteie pacotes IP. Configure o endereço IP usando os seguintes
comandos:
Router(config)#interface serial 0/0
Router(config-if)#ip address <endereço IP> <máscara de rede>
As interfaces seriais necessitam de um sinal de clock para controlar a temporização das
comunicações. Na maioria dos ambientes, um dispositivo DCE (por exemplo, um CSU) fornece
o clock. Por padrão, os roteadores Cisco são dispositivos DTE, mas podem ser configurados
como dispositivos DCE.
33
Em links seriais que estão diretamente interconectados, como em um ambiente de laboratório,
um lado deve ser considerado um DCE e fornecer um sinal de clock. O clock é ativado e a
velocidade é especificada com o comando clock rate. As taxas de clock disponíveis, em bits
por segundo, são: 1200, 2400, 9600, 19200, 38400, 56000, 64000, 72000, 125000, 148000,
500000, 800000, 1000000, 1300000, 2000000 ou 4000000. Entretanto, algumas taxas de bits
podem não estar disponíveis em certas interfaces seriais, dependendo de sua capacidade.
Por padrão, as interfaces ficam desligadas, ou desativadas. Para ligar ou ativar uma interface,
use o comando no shutdown. Se uma interface precisar ser desativada administrativamente
para manutenção ou solução de problemas, use o comando shutdown para desligá-la.
No ambiente do laboratório, a configuração da taxa de clock que será usada é de 56000. Os
comandos para definir uma taxa de clock e ativar uma interface serial são os seguintes:
Router(config)#interface serial 0/0
Router(config-if)#clock rate 56000
Router(config-if)#no shutdown
3.1.6 Alterando Configurações
Se uma configuração exigir modificação, vá para o modo apropriado e insira o comando
adequado. Por exemplo, se for necessário ativar uma interface, entre no modo de configuração
global, entre no modo de interface e emita o comando no shutdown.
Para verificar as alterações, use o comando show running-config. Esse comando exibe a
configuração atual. Se as variáveis exibidas não forem as esperadas, o ambiente pode ser
corrigido através de uma ou mais das seguintes ações:
• Emita a forma no de um comando de configuração.
• Recarregue o sistema para voltar ao arquivo de configuração original da NVRAM.
• Copie um arquivo de configuração armazenado a partir de um servidor TFTP.
• Remova o arquivo de configuração de inicialização com erase startup-config e,
em seguida, reinicie o roteador e entre no modo de configuração.
Para salvar as variáveis de configuração no arquivo de configuração de inicialização na
NVRAM, insira o seguinte comando no prompt EXEC privilegiado:
34
Router#copy running-config startup-config
3.1.7 Configurando uma interface Ethernet
Uma interface Ethernet pode ser configurada a partir do console ou de uma linha de terminal
virtual.
Cada interface Ethernet precisa ter um endereço IP e uma máscara de sub-rede se for
esperado que a interface roteie pacotes IP.
Para configurar uma interface Ethernet, siga estas etapas:
1. Entre no modo de configuração global;
2. Entre no modo de configuração da interface;
3. Especifique o endereço da interface e a máscara de sub-rede;
4. Ative a interface.
Por padrão, as interfaces ficam desligadas, ou desativadas. Para ligar ou ativar uma interface,
use o comando no shutdown. Se uma interface precisar ser desativada administrativamente
para manutenção ou solução de problemas, use o comando shutdown para desligá-la.
3.2 Terminando a configuração
3.2.1 Importância dos padrões de configuração
É importante desenvolver padrões para os arquivos de configuração dentro de uma
organização. Isso permite controlar a quantidade de arquivos de configuração que devem ser
mantidos, e como e onde esses arquivos são armazenados.
Um padrão é um conjunto de regras ou procedimentos que são amplamente utilizados ou são
especificados oficialmente. Sem padrões em uma organização, uma rede pode ficar caótica
caso ocorra uma interrupção do serviço.
Para gerenciar uma rede, deve haver um padrão de suporte centralizado. Configuração,
segurança, desempenho e outras questões devem ser tratados adequadamente para que a
rede funcione sem problemas. Criar padrões para a consistência da rede ajuda a reduzir a sua
complexidade, o tempo de inatividade não planejado e a exposição a incidentes que podem ter
impacto no desempenho da rede.
3.2.2 Descrições de interface
Uma descrição de interface deve ser usada para identificar informações importantes, tais como
um roteador distante, um número de circuito ou um segmento de rede específico. Uma
descrição de uma interface pode ajudar um usuário da rede a lembrar-se de informações
específicas sobre a interface, tais como qual rede a interface atende.
35
O objetivo da descrição é ser simplesmente um comentário sobre a interface. Embora a
descrição apareça nos arquivos de configuração que existem na memória do roteador, ela não
afeta a operação do roteador. As descrições são criadas seguindo um formato padrão que se
aplica a cada interface. A descrição pode incluir a finalidade e a localização da interface, outros
dispositivos ou locais conectados à interface e identificadores de circuitos. As descrições
permitem que o pessoal de suporte entenda melhor o escopo dos problemas relacionados a
uma interface e permitem uma solução mais rápida dos problemas.
3.2.3 Configurando a descrição da interface
Para configurar a descrição de uma interface, entre no modo de configuração global. A partir
daí, entre no modo de configuração de interface. Use o comando description seguido da
informação.
Etapas do procedimento:
1. Entre no modo de configuração global, inserindo o comando configure terminal.
2. Entre no modo da interface específica (por exemplo, interface Ethernet 0) interface
ethernet 0.
3. Insira a descrição do comando seguida da informação que deve ser exibida. Por
exemplo, Rede XYZ, Prédio 18.
4. Saia do modo de interface, voltando para o modo EXEC privilegiado, usando o
comando ctrl-Z.
5. Salve as alterações da configuração na NVRAM, usando o comando copy running-
config startup-config.
Eis dois exemplos de descrições de interface:
interface Ethernet 0
description LAN Engenharia, Prédio 2
interface serial 0
description ABC rede 1, Circuito 1
3.2.4 Banners de login
Um banner de login é uma mensagem que é exibida no login e que é útil para transmitir
mensagens que afetam todos os usuário da rede, tais como avisos de paradas iminentes do
sistema.
Os banners de login podem ser vistos por qualquer pessoa. Portanto, deve-se tomar cuidado
com as palavras da mensagem do banner. "Bem-vindo" é um convite para que qualquer
pessoa entre em um roteador e, provavelmente, não é uma mensagem adequada.
Um banner de login deve ser um aviso para que não se tente o login a menos que se tenha
autorização. Uma mensagem tal como "Este sistema é protegido. Só é permitido acesso
autorizado!" instrui os visitantes indesejáveis que qualquer intrusão além daquele ponto é
indesejada e ilegal.
3.2.5 Configurando a mensagem do dia (MOTD)
Um banner com a mensagem do dia pode ser exibido em todos os terminais conectados.
36
Entre no modo de configuração global para configurar um banner com a mensagem do dia
(MOTD). Use o comando banner motd, seguido de um espaço e um caractere delimitador, tal
como o sinal de sustenido (#). Adicione uma mensagem do dia seguida de um espaço e de um
caractere delimitador novamente.
Siga estas etapas para criar e exibir uma mensagem do dia:
1. Entre no modo de configuração global, inserindo o comando configure terminal.
2. Insira o comando banner motd # <Aqui vai a mensagem do dia> #.
3. Salve as alterações, emitindo o comando copy running-config startup-
config.
3.2.6 Resolução de nomes de hosts
A resolução de nomes de hosts é o processo usado por um sistema computacional para
associar um nome de host a um endereço IP.
A fim de usar os nomes de hosts para se comunicar com outros dispositivos IP, os dispositivos
de rede, tais como os roteadores, devem ser capazes de associar os nomes dos hosts a
endereços IP. Uma lista de nomes de hosts e seus respectivos endereços IP é chamada de
tabela de hosts.
Uma tabela de hosts pode incluir todos os dispositivos da organização de uma rede. Cada
endereço IP exclusivo pode ter um nome de host associado a ele. O software Cisco IOS
mantém em cache mapeamentos entre nomes de hosts e endereços, para serem usados pelos
comandos EXEC. Essa cache acelera o processo de conversão de nomes em endereços.
Os nomes de hosts, diferentemente dos nomes DNS, têm significado somente no roteador no
qual estão configurados. A tabela de hosts permite que o administrador da rede digite o nome
do host (por exemplo, Auckland) ou o endereço IP para fazer Telnet para um host remoto.
3.2.7 Configurando tabelas de hosts
Para atribuir nomes de hosts a endereços, primeiro entre no modo de configuração global.
Emita o comando ip host seguido do nome do destino e todos os endereços IP onde o
dispositivo puder ser encontrado. Isso mapeia o nome do host a cada um dos endereços IP da
sua interface. Para alcançar o host, use um comando telnet ou ping com o nome do
roteador ou um endereço IP que esteja associado ao nome do roteador.
Este é o procedimento para configurar a tabela de hosts:
37
1. Entre no modo de configuração global do roteador.
2. Insira o comando ip host seguido do nome do roteador e todos os endereços IP
associados às interfaces em cada roteador.
3. Continue inserindo até que todos os roteadores da rede tenham sido inseridos.
4. Salve a configuração na NVRAM.
3.2.8 Backup e documentação da configuração
A configuração dos dispositivos de rede determina a maneira como a rede se comportará. O
gerenciamento da configuração dos dispositivos inclui as seguintes tarefas:
• Listar e comparar arquivos de configuração em dispositivos em funcionamento;
• Armazenar arquivos de configuração em servidores de rede;
• Realizar instalações e atualizações de software.
Os arquivos de configuração devem ser armazenados em backup para a eventualidade de
algum problema. Os arquivos de configuração podem ser armazenados em um servidor de
rede, em um servidor TFTP ou em um disco guardado em local seguro. A documentação deve
ser incluída com essa informação off-line.
3.2.9 Fazendo backups de arquivos de configuração
Uma cópia atual da configuração pode ser armazenada em um servidor TFTP. O comando
copy running-config tftp, conforme mostrado na figura:
Pode ser usado para armazenar a configuração atual em um servidor TFTP de rede. Para
isso, realize as seguintes tarefas:
Etapa 1 Insira o comando copy running-config tftp.
Etapa 2 Insira o endereço IP do host em que o arquivo de configuração será armazenado.
Etapa 3 Insira o nome a ser atribuído ao arquivo de configuração.
Etapa 4 Confirme as opções, respondendo sim todas as vezes.
38
Um arquivo de configuração armazenado em um dos servidores da rede pode ser usado para
configurar um roteador. Para isso, realize as seguintes tarefas:
1. Entre no modo de configuração, inserindo o comando copy tftp running-config,
conforme mostrado na figura .
2. No prompt do sistema, selecione um arquivo de configuração de hosts ou de rede. O
arquivo de configuração de rede contém comandos que se aplicam a todos os
roteadores e servidores de terminal da rede. O arquivo de configuração de hosts
contém comandos que se aplicam a um roteador em particular. No prompt do sistema,
insira o endereço IP do host remoto onde o servidor TFTP está localizado. Neste
exemplo, o roteador está configurado a partir do servidor TFTP no endereço IP
131.108.2.155.
3. No prompt do sistema, insira o nome do arquivo de configuração ou aceite o nome
padrão. A convenção dos nomes de arquivos é baseada no UNIX. O nome de arquivo
padrão é hostname-config para o arquivo de hosts e network-config para o
arquivo de configuração da rede. No ambiente DOS, os nomes de arquivos são
limitados a oito caracteres, mais uma extensão de três caracteres (por exemplo:
roteador.cfg ). Confirme o nome do arquivo de configuração e o endereço do
servidor tftp fornecido pelo sistema. Observe na figura que o prompt do roteador muda
imediatamente para tokyo. Isso é uma evidência de que a reconfiguração acontece
assim que o novo arquivo é descarregado.
A configuração do roteador também pode ser salva em um disco, capturando o texto no
roteador e salvando-o no disco. Se o arquivo precisar ser copiado de volta para o roteador, use
os recursos padrão de edição de um programa emulador de terminal para colar o arquivo de
comandos no roteador.
Resumo
Esta seção resume os pontos principais da configuração de um roteador.
O roteador tem diversos modos:
• Modo EXEC do usuário;
• Modo EXEC privilegiado;
• Modo de configuração global;
• Outros modos de configuração.
39
A interface da linha de comando pode ser usada para fazer alterações na configuração:
• Definir o nome do host;
• Definir senhas;
• Configurar interfaces;
• Modificar configurações;
• Mostrar configurações.
Devem ter sido compreendidos os importantes conceitos a seguir:
• Os padrões de configuração são elementos essenciais para o êxito na manutenção de
uma rede eficiente por qualquer organização.
• As descrições de interfaces podem conter informações importantes para ajudar os
administradores de rede a compreender e solucionar problemas em suas redes.
• Os banners de login e as mensagens do dia oferecem informações aos usuário no
momento de efetuar login no roteador.
• A resolução de nomes de hosts converte nomes em endereços IP, que serão utilizados
pelo roteador.
• O backup e a documentação da configuração são extremamente importantes para
manter uma rede funcionando sem problemas.
CAPITULO 04 - Aprendendo sobre outros dispositivos
Visão Geral
Às vezes, os administradores de rede deparam-se com situações em que a documentação
sobre a rede está incompleta ou imprecisa. O Cisco Discovery Protocol (CDP) pode ser uma
ferramenta útil nessas situações, porque ajuda a dar uma idéia básica sobre a rede. O CDP é
um protocolo de propriedade da Cisco, independente de meio físico e protocolos, usado para
descoberta de vizinhos. O CDP mostra somente informações sobre vizinhos conectados
diretamente, mas é uma ferramenta poderosa.
40
Em muitos casos, após a configuração inicial de um roteador, é difícil ou inconveniente para um
administrador de rede conectar-se diretamente ao roteador para efetuar alterações de
configuração ou outras atividades. Telnet é um aplicativo baseado em TCP/IP que permite
conexão remota à interface de linha de comando (CLI) do roteador para fins de configuração,
monitoramento e solução de problemas. É uma ferramenta essencial para o profissional de
redes.
Ao concluírem este módulo, os alunos deverão ser capazes de:
• Ativar e desativar o CDP;
• Usar o comando show cdp neighbors;
• Determinar quais dispositivos vizinhos estão conectados a quais interfaces locais;
• Reunir informações de endereços de rede sobre dispositivos vizinhos usando o CDP;
• Estabelecer uma conexão Telnet;
• Verificar uma conexão Telnet;
• Desconectar-se de uma sessão Telnet;
• Suspender uma sessão Telnet;
• Realizar testes alternativos de conectividade;
• Solucionar problemas de conexões de terminais remotos.
4.1 Descobrindo e conectando-se a vizinhos
4.1.1 Introdução ao CDP
O Cisco Discovery Protocol (CDP) é um protocolo de camada 2 que conecta os protocolos
inferiores de meio físico e os protocolos superiores de camadas de rede, como mostrado na
figura .
O CDP é usado para obter informações sobre dispositivos vizinhos, tais como os tipos de
dispositivos conectados, as interfaces dos roteadores às quais eles estão conectados, as
interfaces usadas para fazer as conexões e os números dos modelos dos dispositivos. O CDP
é independente de meio físico e de protocolo, e funciona em todos os equipamentos da Cisco
através do SNAP (Subnetwork Access Protocol – Protocolo de Acesso à Sub-rede).
O lançamento mais recente desse protocolo é o CDP versão 2 (CDPv2). O Cisco IOS (versão
12.0(3)T ou posterior) suporta o CDPv2. O CDP versão 1 (CDPv1) está ativado por padrão no
Cisco IOS (versões 10.3 a 12.0(3)T).
Quando um dispositivo Cisco é inicializado, o CDP é iniciado automaticamente, permitindo que
esse dispositivo detecte os dispositivos vizinhos que também estiverem executando o CDP. Ele
41
opera através da camada de enlace e permite que dois sistemas aprendam um sobre o outro,
mesmo que estejam usando diferentes protocolos de camadas de rede.
Cada dispositivo configurado com CDP envia mensagens periódicas, conhecidas como
anúncios (advertisements), para os dispositivos diretamente conectados. Cada dispositivo
anuncia pelo menos um endereço no qual pode receber as mensagens de SNMP (Simple
Network Management Protocol – Protocolo de Gerenciamento de Redes Simples). Os anúncios
contêm também informações sobre o "tempo de vida restante" (time-to-live) ou tempo de
espera, indicando o tempo durante o qual os dispositivos receptores devem manter as
informações de CDP antes de descartá-las. Além disso, cada dispositivo fica atento às
mensagens CDP periódicas enviadas pelos outros, a fim de aprender sobre os dispositivos
vizinhos.
4.1.2 Informações obtidas com o CDP
A principal utilização do CDP é descobrir todos os dispositivos Cisco que estão conectados
diretamente a um dispositivo local. Use o comando show cdp neighbors para exibir as
atualizações do CDP no dispositivo local.
A figura mostra um exemplo de como o CDP fornece as informações coletadas ao
administrador da rede. Cada roteador que executa o CDP troca informações de protocolo com
seus vizinhos. O administrador da rede pode exibir os resultados dessa troca de informações
de CDP em um console conectado a um roteador local.
O administrador usa o comando show cdp neighbors para exibir informações sobre as
redes conectadas diretamente ao roteador. O CDP fornece informações sobre cada dispositivo
CDP vizinho, transmitindo valores de comprimento de tipo (TLVs), que são blocos de
informações embutidos nos anúncios CDP.
Os TLVs dos dispositivos exibidos pelo comando show cdp neighbors contêm o seguinte:
• ID do dispositivo
• Interface local
• Tempo de espera
• Capacidade
• Plataforma
• ID da porta
42
Os seguintes TLVs são incluídos somente no CDPv2:
• Nome de domínio de gerenciamento VTP
• VLAN nativa
• Full/Half duplex
Observe que o roteador inferior da figura não está conectado diretamente ao roteador do
console do administrador. Para obter informações de CDP sobre esse dispositivo, o
administrador precisaria se conectar por Telnet a um roteador conectado diretamente a esse
dispositivo.
4.1.3 Implementação, monitoramento e manutenção do CDP
Os comandos a seguir são usados para implementar, monitorar e manter as informações de
CDP.
43
• cdp run
• cdp enable
• show cdp traffic
• clear cdp counters
• show cdp
• show cdp entry {*|nome-do-dispositivo[*][protocolo | versão]}
• show cdp interface [número-do-tipo]
• show cdp neighbors [número-do-tipo] [detalhe]
O comando cdp run é usado para ativar globalmente o CDP no roteador. Por padrão, o CDP
está globalmente ativado. O comando cdp enable é usado para ativar o CDP em uma
interface específica. No Cisco IOS versão 10.3 ou superior, o CDP é ativado por padrão em
todas as interfaces suportadas para enviar e receber informações de CDP. O CDP poderia ser
ativado em cada uma das interfaces de dispositivos, usando o comando cdp enable.
4.1.4 Criando um mapa de rede do ambiente
O CDP foi projetado e implementado para ser um protocolo simples e de baixo custo. Embora
um quadro CDP possa ser pequeno, ele é capaz de recuperar uma grande quantidade de
informações úteis sobre os dispositivos Cisco, vizinhos e conectados.
Essas informações podem ser usadas para criar um mapa de rede dos dispositivos
conectados. Os dispositivos conectados aos dispositivos vizinhos podem ser descobertos
usando Telnet para se conectar aos vizinhos, e usando o comando show cdp neighbors
para descobrir quais dispositivos estão conectados a esses vizinhos.
4.1.5 Desativando o CDP
Para desativar o CDP globalmente, use o comando no CDP run no modo de configuração
global. Se o CDP estiver desativado globalmente, não é possível ativar interfaces individuais
para o CDP.
No Cisco IOS versão 10.3 ou superior, o CDP é ativado por padrão em todas as interfaces
suportadas, para enviar e receber informações de CDP. Entretanto, em algumas interfaces,
como as interfaces assíncronas, o CDP está desativado por padrão. Se o CDP estiver
desativado, use o comando CDP enable no modo de configuração de interface. Para
desativar o CDP em uma determinada interface depois de ter sido ativado, use o comando no
CDP enable no modo de configuração de interface.
4.1.6 Solucionando problemas do CDP
Os comandos a seguir podem ser usados para mostrar a versão, informações de atualização,
tabelas e tráfego:
44
4.2 Obtendo informações sobre dispositivos remotos
4.2.1 Telnet
Telnet é um protocolo de terminal virtual que faz parte do conjunto de protocolos TCP/IP. Ele
permite fazer conexões para hosts remotos, oferecendo um recurso de terminal de rede ou
login remoto. Telnet é um comando EXEC do IOS, usado para verificar o software da camada
de aplicação entre a origem e o destino. Este é o mecanismo de teste mais completo que
existe.
O Telnet atua na camada de aplicação do modelo OSI. Ele depende do TCP para garantir a
entrega correta e organizada dos dados entre o cliente e o servidor.
45
Um roteador pode ter várias sessões Telnet entrantes simultâneas. O intervalo de 0 a 4 é
usado para especificar cinco linhas Telnet ou VTY. Essas cinco sessões Telnet entrantes
poderiam ocorrer ao mesmo tempo.
Deve-se observar que a verificação da conectividade da camada de aplicação é um subproduto
do Telnet. O uso principal do Telnet é a conexão remota a dispositivos da rede. O Telnet é um
programa aplicativo simples e universal.
4.2.2 Estabelecendo e verificando uma conexão Telnet
O comando Telnet do EXEC IOS permite que um usuário conecte-se de um dispositivo Cisco
para outro. Com a implementação do TCP/IP da Cisco, não é necessário inserir os comandos
connect ou telnet para estabelecer uma conexão Telnet. Pode-se inserir o nome do host ou
o endereço IP do roteador remoto. Para terminar uma sessão Telnet , use os comandos EXEC
exit ou logout.
Para iniciar uma sessão Telnet, pode-se usar qualquer uma das seguintes alternativas:
Denver>connect paris
Denver>paris
Denver>131.108.100.152
Denver>telnet paris
Para que um nome funcione, deve haver uma tabela de nomes de hosts ou acesso a DNS para
Telnet. Caso contrário, é necessário inserir o endereço IP do roteador remoto.
O Telnet pode ser usado para fazer um teste para determinar se um roteador remoto pode ou
não ser acessado. Conforme mostrado na figura , se o Telnet for usado com êxito para
46
conectar o roteador York ao roteador Paris, então um teste básico da conexão da rede é bem
sucedido. Essa operação pode ser realizada tanto no nível EXEC do usuário quanto
privilegiado.
Se o acesso remoto puder se obtido através de outro roteador, pelo menos um aplicativo
TCP/IP pode alcançar o roteador remoto. Uma conexão Telnet bem sucedida indica que o
aplicativo de camada superior funciona adequadamente.
Se o Telnet funcionar para um roteador mas falhar para outro, é possível que essa falha tenha
sido causada por problemas específicos de endereçamento, nomes ou permissão de acesso.
Pode ser que o problema esteja neste roteador ou no roteador que falhou como destino do
Telnet. Neste caso, o passo seguinte é tentar usar o ping, que é abordado mais adiante nesta
lição. O ping permite testar as conexões ponta a ponta na camada de rede.
Quando o Telnet estiver concluído, efetue o logoff do host. A conexão Telnet será encerrada
por padrão após dez minutos de inatividade ou quando o comando exit for inserido no prompt
EXEC.
4.2.3 Desconectando e suspendendo sessões Telnet
Um recurso importante do comando Telnet é a suspensão. Entretanto, existe um problema
potencial quando uma sessão Telnet está suspensa e a tecla Enter é pressionada. O software
Cisco IOS reinicia a conexão até a conexão Telnet suspensa mais recentemente. A tecla Enter
é usada freqüentemente. Com uma sessão Telnet suspensa, é possível reconectar-se a outro
roteador. Isso é perigoso quando são feitas alterações na configuração ou ao usar comandos
EXEC. Preste sempre atenção especial a qual roteador está sendo usado ao utilizar o recurso
Telnet de suspensão.
Uma sessão é suspensa durante um tempo limitado; para reiniciar uma sessão Telnet que foi
suspensa, basta pressionar Enter. O comando show sessions mostra quais sessões Telnet
estão ocorrendo.
O procedimento para desconectar uma sessão Telnet é o seguinte:
47
• Digite o comando disconnect.
• Após o comando, coloque o nome ou o endereço IP do roteador. Exemplo:
Denver>disconnect paris
O procedimento para suspender uma sessão Telnet é o seguinte:
• Pressione Ctrl-Shift-6 e, em seguida, x.
• Insira o nome ou o endereço IP do roteador.
4.2.4 Operação Telnet avançada
Pode haver várias sessões Telnet abertas concomitantemente. Um usuário pode alternar
livremente entre essas sessões. A quantidade permitida de sessões abertas ao mesmo tempo
é definida pelo comando session limit.
Para alternar entre sessões, saindo de uma sessão e retomando outra aberta anteriormente,
use os comandos mostrados na figura .
Uma nova conexão pode ser feita enquanto se está no prompt EXEC. Os roteadores da série
2500 são limitados a cinco sessões. Os roteadores da série 2600 e 1700 tem um limite padrão
de X sessões.
É possível usar e suspender várias sessões Telnet usando a seqüência Ctrl-Shift-6 e, em
seguida, x. A sessão pode ser retomada usando a tecla Enter. Se a tecla Enter for
pressionada, o software Cisco IOS retoma a conexão até a conexão Telnet suspensa mais
recentemente. A utilização do comando resume requer um ID de conexão. O ID de conexão é
exibido por meio do comando show sessions.
4.2.5 Testes alternativos de conectividade
Como forma de auxiliar o diagnóstico da conectividade básica da rede, muitos protocolos de
rede suportam um protocolo de eco. Os protocolos de eco são usados para testar se os
pacotes do protocolo estão sendo roteados. O comando ping envia um pacote para o host de
destino e espera um pacote de resposta desse host. Os resultados desse protocolo de eco
podem ajudar a avaliar a confiabilidade do caminho até o host, os atrasos ao longo desse
caminho e se o host pode ser alcançado ou se está funcionando. Esse é um mecanismo básico
48
de teste. Essa operação pode ser realizada tanto no modo EXEC do usuário quanto
privilegiado.
O destino 172.16.1.5 do ping na figura respondeu com êxito a todos os cinco datagramas
enviados. Os pontos de exclamação (!) indicam cada eco bem sucedido. Se forem recebidos
um ou mais pontos (.) em vez de exclamações, o aplicativo do roteador excedeu o tempo-limite
esperando um determinado eco de pacote do destino do ping. O comando ping do EXEC do
usuário pode ser usado para diagnosticar a conectividade básica da rede. O comando ping
usa o ICMP (Internet Control Message Protocol – Protocolo de Mensagens de Controle da
Internet).
O comando traceroute é uma ferramenta ideal para descobrir para onde estão sendo
enviados os dados em uma rede. O comando traceroute é semelhante ao comando ping,
exceto que, em vez de testar a conectividade ponta a ponta, o traceroute testa cada etapa
ao longo do caminho. Essa operação pode ser realizada tanto no nível EXEC do usuário
quanto privilegiado.
Neste exemplo, está sendo rastreado o caminho de York para Rome. Ao longo do caminho,
deve-se passar por London e Paris. Se um desses roteadores não puder ser alcançado, serão
retornados três asteriscos (*) em vez do nome do roteador. O comando traceroute
continuará tentando alcançar a próxima etapa até que seja usada a seqüência de escape Ctrl-
Shift-6.
Um teste básico de verificação também enfoca a camada de rede. Use o comando show ip
route para determinar se existe uma entrada para a rede de destino na tabela de roteamento.
Esse comando será discutido em maior profundidade em outro módulo deste curso.
O procedimento para utilização do comando ping é o seguinte:
• ping endereço IP ou nome do destino;
• pressionar a tecla Enter.
O procedimento para utilização do comando traceroute é o seguinte:
• traceroute endereço IP ou nome do destino;
• pressionar a tecla Enter.
49
4.2.6 Solucionando problemas de endereçamento IP
Os problemas de endereçamento são os problemas mais comuns que ocorrem em redes IP.
Os três comandos a seguir são usados para solucionar problemas relacionados aos endereços:
• ping usa o protocolo ICMP para verificar a conexão de hardware e o endereço IP da
camada de rede. Esse é um mecanismo básico de teste.
• telnet verifica o software da camada de aplicação entre a origem e o destino. Este é
o mecanismo de teste mais completo que existe.
• traceroute permite a localização de falhas no caminho entre a origem e o destino. O
rastreamento usa valores de tempo de vida restante para gerar mensagens de cada
roteador ao longo do caminho.
Resumo
Devem ter sido compreendidos os importantes conceitos a seguir:
• Ativação e desativação do CDP;
• Utilização do comando show cdp neighbors;
• Determinação de quais dispositivos vizinhos estão conectados a quais interfaces
locais;
• Obtenção de informações de endereços de rede sobre dispositivos vizinhos usando o
CDP;
• Estabelecimento de uma conexão Telnet;
• Verificação de uma conexão Telnet;
• Desconexão de uma sessão Telnet;
• Suspensão de uma sessão Telnet;
• Realização de testes alternativos de conectividade;
• Resolução de problemas de conexões de terminais remotos.
50
CAPITULO 05 - Gerenciamento do Software Cisco IOS
Visão Geral
Um roteador Cisco não pode operar sem o Cisco Internetworking Operating System (IOS).
Cada roteador Cisco tem uma seqüência de inicialização predeterminada para localizar e
carregar o IOS. Este módulo descreverá os estágios e a importância desse procedimento de
inicialização.
Os dispositivos de interconexão de redes Cisco operam com o uso de vários arquivos
diferentes, incluindo arquivos de imagens do Cisco Internetwork Operating System (IOS) e
arquivos de configuração. Um administrador de redes que deseje manter a rede funcionando
sem problemas e de forma confiável deve gerenciar atentamente esses arquivos para garantir
o uso das versões corretas e a execução dos backups necessários. Este módulo também
descreve o sistema de arquivos utilizado pela Cisco e fornece as ferramentas para gerenciá-lo
com eficiência.
Ao concluírem este módulo, os alunos deverão ser capazes de:
• Identificar os estágios da seqüência de inicialização do roteador
• Determinar como um dispositivo Cisco localiza e carrega o Cisco IOS
• Usar o comando boot system
• Identificar os valores do configuration-register
• Descrever resumidamente os arquivos usados pelo Cisco IOS e suas funções
• Listar a localização no roteador para os diferentes tipos de arquivo
• Descrever resumidamente as partes que compõem o nome do IOS
• Salvar e restaurar arquivos de configuração usando o TFTP e o recurso de cópia e
colagem de textos (copy-and-paste)
51
• Carregar uma imagem do IOS usando o TFTP
• Carregar uma imagem do IOS usando o XModem
• Verificar o sistema de arquivos usando os comandos show
5.1 Seqüência de Inicialização e Verificação do Roteador
5.1.1 Inicialização iniciada ao ligar o roteador (Power-on boot sequence)
O objetivo das rotinas de inicialização do software Cisco IOS é iniciar a operação do roteador.
O roteador deve proporcionar desempenho confiável no seu trabalho de conectar quaisquer
redes configuradas. Para isso, as rotinas de inicialização devem:
• Testar o hardware do roteador.
• Encontrar e carregar o software Cisco IOS.
• Localizar e aplicar as instruções de configuração, inclusive as que determinam as
funções dos protocolos e os endereços das interfaces.
A Figura ilustra a seqüência e os serviços usados para inicializar o roteador.
5.1.2 Como um dispositivo Cisco localiza e carrega o IOS
A origem padrão para o software Cisco IOS depende da plataforma de hardware, porém o mais
comum é que o roteador verifique os comandos boot system salvos na NVRAM. O software
Cisco IOS permite o uso de várias alternativas para este comando. Outras origens podem ser
especificadas para carregar o software, ou o roteador pode usar sua própria seqüência
(fallback sequence) para localizar e carregar o software, caso não encontre uma que tenha sido
especificada antes.
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Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
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Cisco ccna modulo 02

  • 1.
  • 2. 2 CAPITULO 01 - WANs e roteadores Visão Geral Uma rede de longa distância (WAN) é uma rede de comunicações de dados que abrange uma grande área geográfica. As WANs têm várias características importantes que as diferem das redes locais. A primeira lição deste módulo oferecerá uma visão geral das tecnologias e protocolos utilizados em WANs. Explicará também as diferenças e semelhanças entre WANs e redes locais. É importante ter uma compreensão dos componentes da camada física de um roteador. Essa compreensão cria uma base para outros conhecimentos e habilidades necessários para configurar roteadores e gerenciar redes roteadas. Este módulo oferece um exame mais detalhado dos componentes físicos internos e externos de um roteador. Ele também descreve técnicas para conectar fisicamente as diversas interfaces dos roteadores. Ao concluírem este módulo, os alunos deverão ser capazes de: • Identificar as organizações responsáveis pelos padrões utilizados em WANs; • Explicar a diferença entre uma WAN e uma rede local e o tipo de endereço que cada uma delas utiliza; • Descrever a função de um roteador em uma WAN; • Identificar os componentes internos do roteador e descrever suas funções; • Descrever as características físicas do roteador; • Identificar portas comuns de um roteador; • Conectar adequadamente portas Ethernet, WAN serial e de console 1.1 WANs 1.1.1 Introdução às WANs Uma rede de longa distância (WAN) é uma rede de comunicações de dados que abrange uma grande área geográfica, como um estado, região ou país. As WANs geralmente utilizam meios de transmissão fornecidos por prestadoras de serviços de telecomunicações, como por exemplo, as companhias telefônicas. Estas são as principais características das WANs: • Conectam dispositivos que estão separados por grandes áreas geográficas. • Usam os serviços de prestadoras, como Regional Bell Operating Companies (RBOCs), Sprint, MCI, VPM Internet Services, Inc. Alguns exemplos no Brasil são: Embratel, Telemar, Intelig, Telefônica, Brasil Telecom, entre outras. • Usam conexões seriais de vários tipos para acessar a largura de banda através de grandes áreas geográficas. Uma WAN difere de uma rede local de diversas maneiras. Por exemplo, diferentemente de uma rede local, que conecta estações de trabalho, periféricos, terminais e outros dispositivos em um único prédio ou outra área geográfica pequena, uma WAN estabelece conexões de dados através de uma ampla área geográfica. As empresas usam WANs para conectar diversas localidades, de maneira que seja possível trocar informações entre escritórios distantes. Uma WAN opera na camada física e na camada de enlace do modelo de referência OSI. Ela interconecta redes locais que, geralmente, estão separadas por grandes áreas geográficas. As WANs propiciam o intercâmbio de pacotes de dados e quadros entre roteadores e switches e as redes locais suportadas por eles.
  • 3. 3 Os seguintes dispositivos são usados nas WANs: • Roteadores, que oferecem diversos serviços, tais como portas para interconexão de redes e portas de interface WAN. • Modems, que incluem serviços de interface de voz, unidades de serviço de canal/digital (CSU/DSUs) que fazem interface com serviços T1/E1, e adaptadores de terminal / terminação de rede tipo 1 (TA/NT1s), que fazem interface com serviços ISDN (Integrated Services Digital Network – Rede Digital de Serviços Integrados). • Servidores de comunicação, que concentram as comunicações através de linha de escada (dial-in e dial-out). Os protocolos de enlace da WAN descrevem como os quadros são transportados entre os sistemas de um único enlace de dados. Eles incluem protocolos criados para operar sobre serviços comutados dedicados ponto a ponto, multiponto e mutiacesso, tais como Frame Relay. Os padrões da WAN são definidos e gerenciados por diversas autoridades reconhecidas, como as seguintes agências: • International Telecommunication Union-Telecommunication Standardization Sector – União Internacional de Telecomunicações-Setor de Padronização das Telecomunicações (ITU-T), antigo Consultative Committee for International Telegraph and Telephone – Comitê Consultivo para Telégrafo e Telefone Internacional (CCITT). • International Organization for Standardization – Organização Internacional de Padronização (ISO). • Internet Engineering Task Force – Força-Tarefa de Engenharia da Internet (IETF). • Electronic Industries Association – Associação das Indústrias Eletrônicas (EIA).
  • 4. 4 1.1.2 Introdução aos roteadores de uma WAN Um roteador é um tipo especial de computador. Ele tem os mesmos componentes básicos de um PC desktop padrão. Tem uma CPU, memória, um barramento do sistema e diversas interfaces de entrada/saída. Entretanto, os roteadores são projetados para realizar algumas funções muito específicas, que geralmente não são realizadas pelos computadores desktop. Por exemplo, os roteadores conectam e permitem a comunicação entre duas redes e determinam o melhor caminho para que os dados viajem através dessas redes conectadas. Assim como os computadores precisam de sistemas operacionais para executar aplicativos de software, os roteadores precisam do IOS (Internetwork Operating System – Sistema Operacional de Interconexão de Redes) para executar as funções definidas nos arquivos de configuração. Esses arquivos de configuração contêm as instruções e os parâmetros que controlam o fluxo de tráfego que entra e sai dos roteadores. Especificamente, usando protocolos de roteamento, os roteadores tomam decisões com relação ao melhor caminho para os pacotes. O arquivo de configuração especifica todas as informações para uma configuração e uma utilização corretas dos protocolos roteados e de roteamento, selecionados ou ativados, no roteador. Este curso mostrará como definir os arquivos de configuração a partir dos comandos do IOS, a fim de fazer com que o roteador realize diversas funções essenciais de rede. O arquivo de configuração do roteador pode parecer complexo à primeira vista, mas parecerá muito menos complicado até o final do curso. Os principais componentes internos do roteador são a memória de acesso aleatório (RAM), a memória de acesso aleatório não-volátil (NVRAM), a memória flash, a memória somente de leitura (ROM) e as interfaces. A RAM, também chamada de RAM dinâmica (DRAM), tem as seguintes características e funções: • Armazena tabelas de roteamento; • Mantém a cache do ARP; • Mantém a cache de fast-switching (comutação rápida); • Armazena pacotes em buffers (RAM compartilhada); • Mantém filas para armazenamento temporário de pacotes (queues); • Fornece memória temporária para o arquivo de configuração do roteador enquanto ele estiver ligado; • Perde seu conteúdo quando o roteador é desligado ou reiniciado. A NVRAM tem as seguintes características e funções: • Armazena o arquivo de configuração que será utilizando na inicialização (startup configuration); • Retém seu conteúdo quando o roteador é desligado ou reiniciado. A memória flash tem as seguintes características e funções: • Mantém a imagem do sistema operacional (IOS); • Permite que o software seja atualizado sem remover nem substituir chips do processador; • Retém seu conteúdo quando o roteador é desligado ou reiniciado; • Pode armazenar várias versões do software do IOS; • É um tipo de ROM programável, apagável eletronicamente (EEPROM). A memória somente de leitura (ROM) tem as seguintes características e funções:
  • 5. 5 • Mantém instruções que definem o autoteste realizado na inicialização do roteador (Power-on self test - POST); • Armazena o programa de bootstrap e softwares básicos do sistema operacional; • Requer a substituição de chips plugáveis na placa-mãe para as atualizações de software. As interfaces têm as seguintes características e funções: • Conectam o roteador à rede para entrada e saída de pacotes; • Podem ficar na placa-mãe ou em um módulo separado 1.1.3 Redes locais e WANs com roteadores Embora um roteador possa ser usado para segmentar redes locais, seu principal uso é como dispositivo WAN. Os roteadores têm tanto interfaces de rede local como de WAN. Na verdade, as tecnologias WAN geralmente são usadas para conectar roteadores, ou seja, os roteadores se comunicam entre si por meio de conexões WAN. Os roteadores são os dispositivos que compõem o backbone das grandes intranets e da Internet. Eles operam na camada 3 do modelo OSI, tomando decisões com base nos endereços de rede. As duas principais funcões de um roteador são a seleção do melhor caminho para chegar ao destino e a comutação de pacotes para a interface apropriada. Os roteadores fazem isso criando tabelas de roteamento e trocando informações de rede com outros roteadores. Um administrador pode manter tabelas de roteamento através da configuração de rotas estáticas, mas geralmente as tabelas de roteamento são mantidas dinamicamente por meio do uso de um protocolo de roteamento, que troca informações sobre a topologia (caminhos) da rede com outros roteadores. Se, por exemplo, o computador (x) precisar se comunicar com o computador (y) de um lado do mundo e com o computador (z) em outro local distante, é necessário um recurso que defina como será o roteamento do fluxo de informações, assim como caminhos redundantes para haja uma maior confiabilidade. Muitas decisões de projeto de rede e das tecnologias a utilizar podem ser tomadas para que possa ser atingida a meta de conseguir que os computadores x, y e z se comuniquem. Uma interconexão de redes (internetwork) corretamente configurada oferece as seguintes funcionalidades: • Endereçamento fim-a-fim consistente; • Endereços que representam topologias de rede; • Seleção do melhor caminho; • Roteamento dinâmico ou estático; • Comutação 1.1.4 Função do roteador em uma WAN Considera-se que uma WAN opera na camada física e na camada de enlace. Isso não significa que as outras cinco camadas do modelo OSI não sejam encontradas em uma WAN. Significa simplesmente que as características que diferenciam uma WAN de uma rede local normalmente são encontradas na camada física e na camada de enlace. Em outras palavras, os padrões e os protocolos usados nas camadas 1 e 2 das WANs são diferentes dos utilizados nas mesmas camadas das redes locais. A camada física da WAN descreve a interface entre o equipamento terminal de dados (DTE) e o equipamento de terminação do circuito de dados (DCE). Geralmente, o DCE é o provedor do serviço e o DTE é o dispositivo conectado. Nesse modelo, os serviços oferecidos para o DTE são disponibilizados através de um modem ou CSU/DSU.
  • 6. 6 A principal função de um roteador é o roteamento. Este ocorre na camada de rede, a camada 3, mas se uma WAN opera nas camadas 1 e 2, então o roteador é um dispositivo de rede local ou de WAN? A resposta é que ele é os dois, como geralmente ocorre na área de redes. Um roteador pode ser exclusivamente um dispositivo de rede local, pode ser exclusivamente um dispositivo WAN ou pode estar na fronteira entre uma rede local e uma WAN e ser um dispositivo de rede local e de WAN ao mesmo tempo. Uma das funções de um roteador em uma WAN é rotear pacotes na camada 3, mas essa também é uma função de um roteador em uma rede local. Portanto, roteamento não está estritamente relacionado à função WAN do roteador. Quando um roteador usa os padrões e os protocolos das camadas física e de enlace que estão associados às WANs, ele opera como um dispositivo WAN. As principais funções na WAN de um roteador, portanto, não são de roteamento, mas de oferecer conexões entre os vários padrões físicos e de enlace de dados da WAN. Por exemplo, um roteador pode ter uma interface ISDN, que usa encapsulamento PPP, e uma interface serial na terminação de uma linha T1, que usa encapsulamento Frame Relay. O roteador deve ser capaz de mover um fluxo de bits de um tipo de serviço, como ISDN, para outro, como T1, e mudar o encapsulamento do enlace de dados de PPP para Frame Relay. Muitos dos detalhes dos protocolos das camadas 1 e 2 da WAN serão abordados mais adiante no curso, mas alguns dos principais protocolos e padrões WAN estão listados aqui para referência. Protocolos e padrões da camada física da WAN: • EIA/TIA-232 • EIA/TIA-449 • V.24 • V.35 • X.21 • G.703 • EIA-530 • ISDN • T1, T3, E1 e E3 • xDSL • SONET (OC-3, OC-12, OC-48, OC-192) Protocolos e padrões da camada de enlace da WAN: • High-level data link control (HDLC) • Frame Relay • Point-to-Point Protocol (PPP) • Synchronous Data Link Control (SDLC) • Serial Line Internet Protocol (SLIP) • X.25 • ATM • LAPB • LAPD • LAPF 1.1.5 Abordagem da Academia para laboratórios práticos No laboratório da Academia, todas as redes estarão conectadas com cabos seriais ou Ethernet e os alunos poderão ver e tocar todos os equipamentos.
  • 7. 7 Diferentemente da configuração do laboratório da Academia, os cabos seriais no mundo real não estão conectados back-to-back. Em uma situação do mundo real, um roteador pode estar em Nova York, nos Estados Unidos, enquanto outro está em Sydney, na Austrália. Um administrador em Sydney teria que se conectar ao roteador de Nova York através da nuvem da WAN para solucionar problemas no roteador de Nova Iorque. No laboratório da Academia, os dispositivos que formam a nuvem da WAN são simulados pela conexão entre cabos DTE-DCE back-to-back. A conexão da interface s0/0 de um roteador para a interface s0/1 de outro roteador simula um circuito completo na nuvem. 1.2 Roteadores Embora a arquitetura exata dos roteadores varie de um modelo para outro, esta seção introduzirá os principais componentes internos. As figuras e mostram os componentes internos de alguns modelos de roteadores da Cisco. Os componentes comuns são abordados nos parágrafos abaixo.
  • 8. 8 CPU: A unidade central de processamento (CPU) executa instruções do sistema operacional. Dentre estas funções estão a inicialização do sistema, o roteamento e o controle da interface de rede. A CPU é um microprocessador. Roteadores de maior porte podem ter várias CPUs. RAM: A memória de acesso aleatório (RAM) é usada para manter informações da tabela de roteamento, para cache de comutação rápida (fast-switching), para manter a configuração em uso e para filas de pacotes. Na maioria dos roteadores, a RAM oferece espaço temporário de armazenamento em tempo de execução para os processos do Cisco IOS e seus subsistemas. Geralmente, a RAM é dividida logicamente em memória principal do roteador e memória compartilhada de entrada/saída (E/S). A memória compartilhada de E/S é compartilhada entre as interfaces para armazenamento temporário de pacotes. O conteúdo da RAM é perdido quando a energia é desligada. Geralmente, a RAM é uma memória de acesso aleatório dinâmico (DRAM) e pode ser aumentada adicionando-se módulos DIMM (Dual In-Line Memory Modules – Módulos de Memória Dual em Linha). Flash: A memória flash é usada para armazenar uma imagem completa do software Cisco IOS. Normalmente, o roteador carrega o IOS da flash. Essas imagens podem ser atualizadas carregando-se uma nova imagem na memória flash. O IOS pode estar na forma compactada
  • 9. 9 ou não compactada. Na maioria dos roteadores, uma cópia executável do IOS é transferida para a RAM durante o processo de inicialização. Em outros roteadores, o IOS pode ser executado diretamente da memória flash. Adicionar ou substituir módulos SIMM (Single In-Line Memory Modules – Módulos de Memória Simples em Linha) ou cartões PCMCIA pode aumentar a quantidade de memória flash. NVRAM: A memória de acesso aleatório não-volátil (NVRAM) é usada para armazenar a configuração a ser utilizada na inicialização (startup configuration). Em alguns dispositivos, a NVRAM é implementada usando memórias somente de leitura programáveis e eletronicamente apagáveis (EEPROMs) separadas. Em outros dispositivos, ela é implementada no mesmo dispositivo flash a partir do qual o código de inicialização (boot code) é carregado. Nos dois casos, esses dispositivos retêm seus conteúdos quando a energia é desligada. Barramentos: A maioria dos roteadores contém um barramento do sistema e um barramento da CPU. O barramento do sistema é usado para comunicação entre a CPU e as interfaces e/ou slots de expansão. Esse barramento transfere os pacotes para as interfaces e a partir delas. O barramento da CPU é usado pela CPU para ter acesso aos componentes de armazenamento do roteador. Esse barramento transfere instruções e dados para endereços de memória especificados ou a partir deles. ROM: A memória somente de leitura (ROM) é usada para armazenar permanentemente o código de diagnóstico de problemas na inicialização (ROM Monitor). As principais tarefas da ROM são os testes do hardware durante a inicialização do roteador e a carga do software Cisco IOS da flash para a RAM. Alguns roteadores também têm uma versão reduzida do IOS, que pode ser usada como uma fonte alternativa de inicialização. As ROMs não podem ser apagadas. Elas só podem ser atualizadas substituindo os chips da ROM instalados nos soquetes. Interfaces: As interfaces são as conexões do roteador com o ambiente externo. Os três tipos de interfaces são: rede local (LAN), rede de longa distância (WAN) e Console/AUX. Geralmente, as interfaces de rede local são de uma das variedades de Ethernet ou Token Ring. Essas interfaces têm chips controladores, que fornecem a lógica para conectar o sistema ao meio físico. As interfaces de rede local podem ser de configuração fixa ou modular. As interfaces WAN incluem as seriais, as ISDN e as que têm uma CSU (Channel Service Unit) integrada. Assim como as interfaces de rede local, as interfaces WAN também têm chips controladores especiais para as interfaces. As interfaces WAN podem ser de configuração fixa ou modular. As portas de Console/AUX são portas seriais usadas principalmente para a configuração inicial do roteador. Essas portas não são portas de rede. Elas são usadas para sessões de terminal a partir das portas de comunicação do computador ou através de um modem. Fonte de alimentação: A fonte de alimentação fornece a energia necessária para operar os componentes internos. Os roteadores de maior porte podem usar fontes de alimentação múltiplas ou modulares. Em alguns dos roteadores de monor porte, a fonte de alimentação pode ser externa. 1.2.2 Características físicas do roteador Não é essencial saber a localização exata dos componentes físicos dentro do roteador para entender a maneira de utilizá-lo. Entretanto, em algumas situações, como para a instalação de mais memória, isso pode ser muito útil. Os componentes exatos utilizados e a sua localização variam de um modelo de roteador para outro. A figura identifica os componentes internos de um roteador 2600.
  • 10. 10 A figura mostra alguns dos conectores externos de um roteador 2600. 1.2.3 Conexões externas do roteador Os três tipos básicos de conexões possíveis em um roteador são as interfaces de rede local, as interfaces WAN e as portas de gerenciamento. As interfaces de rede local permitem que o roteador seja conectado ao meio físico de uma rede local. É comum neste caso, o uso de algum tipo de Ethernet. Entretanto, podem ser utilizadas outras tecnologias de rede local, como Token Ring ou FDDI.
  • 11. 11 WANs provêem conexões através de um provedor de serviços a uma localidade distante ou à Internet. Estas conexões podem utilizar interfaces seriais ou qualquer outro tipo de interface WAN. Com alguns tipos de interfaces WAN, é necessário um dispositivo externo, tal como uma CSU, para conectar o roteador ao equipamento local do provedor de serviços. Com outros tipos de conexões WAN, o roteador pode ser conectado diretamente ao provedor de serviços. A função das portas de gerenciamento é diferente daquela exercida pelas outras conexões. As conexões de LAN e de WAN provêem conexões de rede por onde os pacotes de dados são encaminhados. A porta de gerenciamento fornece uma conexão baseada em texto que pode ser utilizada para configurar e solucionar problemas do roteador. As interfaces de gerenciamento comumente utilizadas são as portas de console e a auxiliar. Essas portas são seriais assíncronas EIA-232 e podem ser conectadas a uma porta de comunicação (COM) de um computador. O computador precisa executar um programa de emulação de terminal que provê uma sessão com o roteador utilizando linha de comando baseada em texto. Através dessa sessão, o administrador da rede pode gerenciar o dispositivo. 1.2.4 Conexões das portas de gerenciamento A porta de console e a porta auxiliar (AUX) são portas de gerenciamento. Essas portas seriais assíncronas não foram concebidas como portas de rede. Uma dessas duas portas é necessária para realizar a configuração inicial do roteador. A porta de console é recomendada para essa configuração inicial. Nem todos os roteadores têm uma porta auxiliar. Quando o roteador entra em funcionamento pela primeira vez, nenhum parâmetro da rede está configurado. Portanto, o roteador não pode comunicar-se com nenhuma rede. Para prepará-lo para a inicialização e configuração iniciais, conecte um terminal ASCII RS-232, ou um computador que emule um terminal ASCII, à porta de console do sistema. Assim, é possível inserir os comandos de configuração do roteador. Uma vez inserida essa configuração inicial no roteador através da porta de console ou da porta auxiliar, o roteador poderá ser conectado à rede para fins de solução de problemas ou monitoramento. O roteador também pode ser configurado remotamente, através da porta de configuração usando Telnet em uma rede IP, ou discando para um modem conectado à porta de console ou à porta auxiliar do roteador. Para a solução de problemas, também é preferível usar a porta de console em vez da porta auxiliar. Isso porque ela mostra, por default, as mensagens de inicialização, depuração e de erros do roteador. A porta de console também pode ser usada quando os serviços de rede não tiverem sido iniciados ou tiverem alguma falha. Assim, a porta de console pode ser usada para procedimentos de recuperação de desastres e recuperação de senhas.
  • 12. 12 1.2.5 Conectando as interfaces de console A porta de console é uma porta de gerenciamento usada para fornecer acesso fora de banda (out-of-band) ao roteador. Ela é usada para a configuração inicial do roteador, para monitoramento e para procedimentos de recuperação de desastres. Um cabo de console ou rollover e um adaptador RJ-45/DB-9 são usados para conectar a porta de console a um PC. A Cisco fornece o adaptador necessário para conectar-se à porta de console. O PC ou terminal precisa suportar a emulação de terminal VT100. Geralmente são utilizados softwares de emulação de terminal, tais como o HyperTerminal. Para conectar o PC a um roteador: 1. No software de emulação de terminal do PC, configure: • A porta COM correta; • 9600 baud; • 8 bits de dados; • Sem paridade; • 1 bit de parada; • Sem fluxo de controle. 2. Conecte o conector RJ-45 do cabo rollover à porta de console do roteador. 3. Conecte a outra ponta do cabo rollover ao adaptador RJ-45 / DB-9. 4. Conecte o adaptador DB-9 fêmea a um PC. 1.2.6 Conectando a interfaces LAN Na maioria dos ambientes de rede local, o roteador é conectado à rede local usando uma interface Ethernet ou Fast Ethernet. O roteador é um host que se comunica com a rede local através de um hub ou de um switch. Para fazer essa conexão, é usado um cabo direto. Uma interface de roteador 10/100BaseTX requer um cabo de par trançado não blindado (UTP) de categoria 5 ou melhor, independentemente do tipo de roteador. Em alguns casos, a interface Ethernet do roteador é conectada diretamente ao computador ou a outro roteador. Para esse tipo de conexão, é necessário um cabo cruzado (crossover). Em qualquer conexão ao roteador, a interface correta deve ser utilizada. Se for usada uma interface errada, o roteador ou os outros dispositivos de rede podem ser danificados. Muitos tipos diferentes de conexões usam o mesmo tipo de conector. Por exemplo, interfaces Ethernet, ISDN BRI, Console, AUX com CSU/DSU integrados e Token Ring usam o mesmo conector de oito pinos: RJ-45, RJ-48 ou RJ-49. Para ajudar a diferenciar as conexões do roteador e identificar a utilização dos conectores, a Cisco usa um esquema de código de cores. A figura mostra alguns deles para um roteador 2600.
  • 13. 13 1.2.7 Conectando as interfaces WAN As conexões WAN podem assumir inúmeras formas. Uma WAN estabelece conexões de dados através de uma ampla área geográfica, usando muitos tipos diferentes de tecnologia. Esses serviços WAN geralmente são alugados de provedores de serviços. Dentre esses tipos de conexão WAN estão: linhas alugadas, comutadas por circuitos e comutadas por pacotes. Para cada tipo de serviço WAN, o equipamento instalado no cliente (CPE – Customer Premises equipment), geralmente um roteador, é o DTE (Data Terminal Equipment - Equipamento Terminal de Dados). Eles são conectados ao provedor de serviços usando um dispositivo DCE (Data Circuit-Terminating Equipment - Equipamento de terminação do circuito de dados), geralmente um modem ou uma unidade de serviço de canal/dados (CSU/DSU). Esse dispositivo é usado para converter os dados do DTE em uma forma aceitável para o provedor de serviços de WAN.
  • 14. 14 Talvez as interfaces de roteador mais utilizadas para os serviços WAN sejam as interfaces seriais. Para selecionar o cabo serial adequado, basta saber as respostas para estas quatro perguntas: • Qual é o tipo de conexão ao dispositivo Cisco? Os roteadores Cisco podem usar diferentes conectores para as interfaces seriais. A interface à esquerda é uma interface Smart Serial. A interface à direita é uma conexão DB-60. Isso torna a escolha do cabo serial que conecta o sistema de rede aos dispositivos seriais uma parte essencial da configuração de uma WAN. • A rede está sendo conectada a um dispositivo DTE ou DCE? DTE e DCE são dois tipos de interfaces seriais que os dispositivos utilizam para se comunicar. A principal diferença entre os dois é que o dispositivo DCE fornece o sinal de clock que sincroniza a comunicação entre os dispositivos. A documentação do dispositivo deve especificar se é um DTE ou DCE. • Qual é o padrão de sinais exigido pelo dispositivo? Para cada dispositivo, pode-se usar um padrão serial diferente. Cada padrão define os sinais no cabo e especifica o conector na ponta do cabo. A documentação do dispositivo deve sempre ser consultada quanto ao padrão de sinais. • O cabo requer um conector macho ou fêmea? Se o conector tiver pinos externos visíveis, ele é macho. Se tiver encaixes para pinos externos, é fêmea.
  • 15. 15 Resumo Devem ter sido compreendidos os importantes conceitos a seguir: • Conceitos de WAN e de rede local; • Função de um roteador em WANs e LANs; • Protocolos WAN; • Configuração do encapsulamento; • Identificação e descrição dos componentes internos de um roteador; • Características físicas de um roteador; • Portas mais comuns em um roteador; • Como conectar as portas de console, de LAN e de WAN do roteador.
  • 16. 16 CAPITULO 02 - Introdução aos roteadores Visão Geral A tecnologia Cisco foi concebida em torno do Cisco IOS (Internetwork Operating System – Sistema Operacional de Interconexão de redes), que é o software que controla as funções de roteamento e de comutação nos dispositivos de interconexão de redes. Uma compreensão sólida do IOS é essencial para um administrador de redes. Este módulo apresentará uma introdução aos fundamentos do IOS e oferecerá práticas que permitirão examinar os seus recursos. Todas as tarefas de configuração da rede, das mais básicas às mais complexas, exigem uma base sólida a respeito dos fundamentos da configuração do roteador. Este módulo fornecerá as ferramentas e as técnicas para a configuração básica do roteador, as quais serão usadas ao longo do curso. Ao concluir este módulo, os alunos deverão ser capazes de: • Descrever a finalidade do IOS; • Descrever a operação básica do IOS; • Identificar vários recursos do IOS; • Identificar os métodos para estabelecer uma sessão com o roteador utilizando a interface de linha de comando (CLI); • Alternar entre o modo EXEC de usuário e o modo EXEC privilegiado; • Estabelecer uma sessão HyperTerminal com um roteador; • Efetuar login em um roteador; • Usar o recurso de ajuda na interface de linha de comando; • Solucionar problemas de erros no uso dos comandos. 2.1 Operando o software Cisco IOS 2.1.1 A finalidade do software Cisco IOS Assim como um computador, um roteador ou switch não pode funcionar sem um sistema operacional. A Cisco chama seu sistema operacional de Internetwork Operating System (Sistema Operacional de Interconexão de Redes) ou IOS. Essa é a tecnologia de software embutida em todos os roteadores da Cisco, sendo também o sistema operacional dos switches da linha Catalyst. Sem um sistema operacional, o hardware não tem qualquer funcionalidade. O Cisco IOS oferece os seguintes serviços de rede: • Funções básicas de roteamento e comutação; • Acesso confiável e seguro aos recursos da rede; • Escalabilidade. 2.1.2 Interface do usuário do roteador O software Cisco IOS usa uma interface de linha de comando (CLI) como seu ambiente de console tradicional. O IOS é uma tecnologia central que se estende por quase toda a linha de produtos da Cisco. Seus detalhes de operação podem variar nos diferentes dispositivos de internetworking. Esse ambiente pode ser acessado através de diversos métodos. Uma maneira de acessar a CLI é através de uma sessão de console. Uma console usa uma conexão serial de baixa velocidade diretamente de um computador ou terminal para a porta de console do roteador. Outra maneira de acessar uma sessão da CLI é usando uma conexão discada (dial-up) através de um modem ou de um cabo null-modem conectado à porta AUX do roteador. Nenhum desses métodos requer que o roteador tenha qualquer serviço de rede configurado. Outro método para acessar uma sessão CLI é conectar-se via Telnet ao roteador. Para estabelecer
  • 17. 17 uma sessão Telnet com o roteador, pelo menos uma interface do roteador deve estar configurada com um endereço IP e as sessões de terminais virtuais precisam estar configuradas para solicitar o login do usuário e devem ter uma senha associada. 2.1.3 Modos da interface do usuário do roteador A interface de linha de comando (CLI) da Cisco usa uma estrutura hierárquica. Essa estrutura exige a entrada em diferentes modos para realizar determinadas tarefas. Por exemplo, para configurar a interface de um roteador, o usuário deve entrar no modo Setup de interface. A partir desse modo, todas as configurações inseridas aplicam-se somente a essa interface específica. Cada modo Setup é indicado por um prompt distinto e permite apenas os comandos que sejam adequados a esse modo. O IOS fornece um serviço de interpretação de comandos conhecido como executivo de comandos (EXEC). Depois que cada comando é inserido, o EXEC valida e executa o comando. Como recurso de segurança, o software Cisco IOS separa as sessões EXEC em dois níveis de acesso. Esses níveis são o modo EXEC de usuário e o modo EXEC privilegiado. O modo EXEC privilegiado também é conhecido como modo de ativação. Os recursos do modo EXEC de usuário e do modo EXEC privilegiado são os seguintes: • O modo EXEC de usuário permite somente uma quantidade limitada de comandos básicos de monitoramento. Ele geralmente é chamado de modo "somente de visualização". O modo EXEC de usuário não permite nenhum comando que possa alterar a configuração do roteador. O modo EXEC de usuário pode ser identificado pelo prompt ">". • O modo EXEC privilegiado permite acesso a todos os comandos do roteador. Esse modo pode ser configurado para que seja exigida uma senha do usuário antes de acessá-lo. Para maior proteção, ele também pode ser configurado para exigir uma identificação do usuário (user ID). Isso permite que somente os usuários autorizados acessem o roteador. Os comandos de configuração e gerenciamento exigem que o administrador da rede esteja no modo EXEC privilegiado. O modo Setup global e outros modos de configuração mais específicos só podem ser alcançados a partir do modo EXEC privilegiado. O modo EXEC privilegiado pode ser identificado pelo prompt "#". Para acessar o nível EXEC privilegiado a partir do nível EXEC de usuário, digite o comando enable no prompt ">". Se uma senha estiver configurada, o roteador pedirá essa senha. Por razões de segurança, um dispositivo de rede da Cisco não mostra a senha digitada. Quando a senha correta for digitada, o prompt do roteador mudará para "#", indicando que o usuário passou para o modo EXEC
  • 18. 18 privilegiado. Inserir um ponto de interrogação (?) no modo EXEC privilegiado revela muitas outras opções de comandos, além das disponíveis no modo EXEC de usuário. 2.1.4 Características do software Cisco IOS A Cisco fornece imagens de IOS para atender uma grande variedade de produtos de rede de diferentes plataformas. Para otimizar o software Cisco IOS exigido por essas várias plataformas, a Cisco está trabalhando no desenvolvimento de várias imagens diferentes do software Cisco IOS. Cada imagem representa um conjunto diferente de recursos para atender às várias plataformas existentes de dispositivos, os recursos disponíveis de memória nos equipamentos e às necessidades dos clientes. Embora existam muitas imagens de IOS para diferentes modelos de dispositivos e conjuntos de recursos da Cisco, a estrutura básica dos comandos de configuração é a mesma. As habilidades de configuração e solução de problemas adquiridas em qualquer um dos dispositivos aplicam-se a uma ampla gama de produtos. A convenção de nomes para as diferentes versões do Cisco IOS contém três partes: • A plataforma na qual a imagem é executada; • Os recursos especiais suportados pela imagem; • Onde a imagem é executada e se ela foi zipada ou compactada. Recursos específicos do IOS podem ser selecionados com auxílio do Cisco Software Advisor, uma ferramenta interativa que fornece as informações mais atuais e permite selecionar opções que atendam as necessidades da rede. Uma das principais considerações ao selecionar uma nova imagem de IOS é a compatibilidade com a memória flash e RAM disponíveis no roteador. Em geral, quanto mais nova a versão e quanto mais recursos ela oferecer, mais memória será necessária. Use o comando show version no dispositivo Cisco para verificar a imagem atual e a memória flash disponível. O site de suporte da Cisco tem ferramentas disponíveis para ajudar a determinar a quantidade de flash e RAM necessárias para cada imagem. Antes de instalar uma nova imagem do software Cisco IOS no roteador, verifique se este atende às exigências de memória para essa imagem. Para ver a quantidade de RAM, use o comando show version: ...<saída omitida>... cisco 1721 (68380) processor (revision C) with 3584K/512K bytes of memory. Essa linha mostra quanto há de memória principal e compartilhada instalada no roteador. Algumas plataformas usam uma parcela da DRAM como memória compartilhada. A necessidade de memória leva isso em consideração, portanto as duas quantidades devem ser somadas para encontrar a quantidade de DRAM instalada no roteador. Para encontrar a quantidade de memória flash, use o comando show flash. GAD#show flash ...<saída omitida>... 15998976 bytes total (10889728 bytes free) 2.1.5 Modo de operar do software Cisco IOS
  • 19. 19 Os dispositivos que utilizam o IOS Cisco têm três ambientes ou modos operacionais distintos: • ROM Monitor; • Boot ROM; • Cisco IOS. Normalmente, o processo de inicialização do roteador carrega um destes ambientes operacionais na RAM e o executa. O valor definido no configuration register (registrador de configuração) pode ser usado pelo administrador do sistema para controlar o modo como o roteador será inicializado. No modo ROM Monitor é realizado o processo inicial de inicialização (bootstrap) e oferecido ao usuário um conjunto de comandos para operação de baixo nível e para diagnóstico do equipamento. É usado para corrigir falhas do sistema e recuperar senhas perdidas. O modo ROM monitor não pode ser acessado através de nenhuma das interfaces de rede. Só pode ser acessado por meio de uma conexão física direta através da porta de console. Quando o roteador está operando no modo boot ROM, somente um subconjunto limitado dos recursos do Cisco IOS está disponível. No modo Boot ROM são permitidas operações de gravação na memória flash que são usadas principalmente para substituir a imagem do Cisco IOS que está armazenada na flash. No modo Boot ROM, a imagem do Cisco IOS pode ser modificada usando o comando copy tftp flash, que copia uma imagem do IOS armazenada em um servidor TFTP para a memória flash do roteador. A operação normal de um roteador requer o uso da imagem completa do Cisco IOS, conforme armazenada na flash. Em alguns dispositivos, o IOS é executado diretamente a partir da flash. Entretanto, a maioria dos roteadores Cisco requer que uma cópia do IOS seja carregada na RAM e executada também a partir da RAM. Algumas imagens do IOS são armazenadas na flash em formato compactado e precisam ser expandidas ao serem copiadas para a RAM. Para ver a imagem e versão do IOS que está sendo executado, use o comando show version, que também indica como o configuration register está definido. O comando show flash é usado para verificar se o sistema tem memória suficiente para carregar uma nova imagem do Cisco IOS 2.2 Inicializando um roteador 2.2.1 Inicializando roteadores Cisco pela primeira vez Um roteador é inicializado com a carga do bootstrap, do sistema operacional e de um arquivo de configuração. Se não conseguir encontrar um arquivo de configuração, ele entra no modo Setup. Após a conclusão do modo Setup, uma cópia de backup do arquivo de configuração pode ser salva na memória RAM não volátil. O objetivo das rotinas de inicialização do software Cisco IOS é iniciar a operação do roteador. Para isso, as rotinas de inicialização devem realizar as seguintes tarefas: • Certificar-se de que o hardware do roteador foi testado e está funcional. • Encontrar e carregar o software Cisco IOS. • Encontrar e aplicar o arquivo de configuração armazenado (startup configuration) ou entrar no modo Setup.
  • 20. 20 Quando um roteador Cisco é ligado, é realizado um autoteste (POST - Power-on Self Test). Durante esse autoteste, o roteador executa uma série de testes a partir da ROM em todos os módulos de hardware. Esses testes verificam a operação básica da CPU, da memória e das portas das interfaces de rede. Após verificar as funções de hardware, o roteador passa à inicialização do software. Após o POST, ocorrem os seguintes eventos ocorrem durante a inicialização do roteador: Etapa 1 O bootstrap é executado a partir da ROM. Um bootstrap é um conjunto simples de instruções que testam o hardware e inicializam o IOS para que seja iniciada a operação do roteador. Etapa 2 O IOS pode ser encontrado em diversos lugares. testam o hardware e inicializam o IOS para que seja iniciada a operação do roteador. Se o campo de boot indicar uma carga a partir da flash ou da rede, os comandos boot system existentes no arquivo de configuração indicam o nome exato e a localização da imagem a ser utilizada. Etapa 3 A imagem do sistema operacional é carregada. Quando o IOS é carregado e está operacional, uma listagem dos componentes de hardware e software disponíveis é exibida na tela do terminal de console. Etapa 4 O arquivo de configuração salvo na NVRAM é carregado na memória principal e executado linha a linha. Os comandos de configuração iniciam os processos de roteamento, fornecem endereços para as interfaces e definem outras características operacionais do roteador. Etapa 5 Se não existir nenhum arquivo de configuração válido na NVRAM, o sistema operacional busca um servidor TFTP disponível. Se nenhum servidor TFTP for encontrado, o diálogo de configuração (modo setup) é iniciado. A configuração não é o modo para entrada de recursos complexos de protocolo no roteador. A finalidade do modo Setup é permitir que o administrador instale uma configuração mínima para um roteador que não seja capaz de localizar uma configuração a partir de outra fonte. No modo Setup, as respostas padrão aparecem entre colchetes [ ] depois das perguntas. Pressione a tecla Enter para usar esses padrões. Durante o processo de configuração, pode- se pressionar Ctrl-C a qualquer momento para encerrar o processo. Quando a configuração é encerrada por meio de Ctrl-C, todas as interfaces do roteador são desabilitadas (administrative shutdown).
  • 21. 21 Quando o processo de configuração é concluído no modo Setup, são exibidas as seguintes opções: [0] Go to the IOS command prompt without saving this config. (Ir para o prompt de comando do IOS sem salvar esta configuração.) [1] Return back to the setup without saving this config. (Voltar à configuração sem salvar esta configuração.) [2] Save this configuration to nvram and exit. (Salvar esta configuração na NVRAM e sair.) Enter your selection [2]: (Digite a sua opção [2]:) 2.2.2 LEDs Indicadores utilizados no roteador Os roteadores Cisco utilizam LEDs para fornecer informações sobre seu estado operacional. Dependendo do modelo do roteador Cisco, os LEDs podem variar. Um LED de interface indica a atividade da interface correspondente. Se um LED estiver desligado quando a interface estiver ativa e conectada corretamente, isso pode indicar um problema. Se uma interface estiver excessivamente ocupada, seu LED estará sempre aceso. O LED verde de OK à direita da porta AUX estará sempre aceso depois que o sistema for inicializado corretamente. 2.2.3 Examinando a inicialização (boot) do roteador Os exemplos das figuras – mostram informações e mensagens exibidas durante inicialização. Essas informações variam, dependendo das interfaces instaladas no roteador e da versão do Cisco IOS. As telas exibidas nesse gráfico são apenas para referência e podem não refletir exatamente o que é exibido na tela de console. Na figura , a declaração "NVRAM invalid, possibly due to write erase" ("NVRAM inválida, possivelmente devido a ter sido apagada pelo comando write erase"), indica ao usuário que esse roteador ainda não foi configurado ou que a NVRAM foi apagada. Um roteador deve ser configurado, o arquivo de configuração deve ser salvo na NVRAM e, em seguida, deve ser configurado para usar o arquivo de configuração armazenado na NVRAM. O valor padrão de fábrica do configuration register é 0x2102, que indica que o roteador deve tentar carregar uma imagem do Cisco IOS a partir da memória flash.
  • 22. 22 Na figura , o usuário pode determinar as versões do bootstrap e do IOS que estão sendo usadas pelo roteador, assim como o modelo do roteador, o processador e a quantidade de memória do roteador. Outras informações listadas nesse gráfico são: • A quantidade de interfaces; • Os tipos de interfaces; • A quantidade de NVRAM; • A quantidade de memória flash. Na figura , o usuário tem a opção de entrar no modo Setup. Lembre-se de que a finalidade principal do modo Setup é permitir que o administrador instale uma configuração mínima em um roteador que não seja capaz de localizar uma configuração a partir de outra fonte 2.2.4 Estabelecendo uma sessão HyperTerminal Todos os roteadores Cisco contêm uma porta de console serial assíncrona (RJ-45) TIA/EIA- 232. Para conectar um terminal à porta de console, são necessários cabos e adaptadores. Um terminal de console pode ser um terminal ASCII ou um PC que esteja executando um software de emulação de terminal, como o HyperTerminal. Para conectar um PC que esteja executando um software de emulação de terminal à porta de console, use o cabo rollover RJ-45 / RJ-45 com o adaptador fêmea RJ-45 / DB-9.
  • 23. 23 Os parâmetros padrão para a porta de console são 9600 baud, 8 bits de dados, sem paridade, 1 bit de parada, sem controle de fluxo. A porta de console não suporta controle de fluxo de hardware. Siga as etapas a seguir para conectar um terminal à porta de console no roteador: Etapa 1 Conecte o terminal usando o cabo rollover RJ-45 / RJ-45 e um adaptador RJ-45 / DB-9 ou RJ-45 / DB-25. Etapa 2 Configure o terminal ou o software de emulação de terminal do PC para 9600 baud, 8 bits de dados, sem paridade, 1 bit de parada, sem controle de fluxo. A figura mostra uma lista de sistemas operacionais e os softwares de emulação de terminal que podem ser usados. 2.2.5 Efetuando o login no roteador Para configurar os roteadores Cisco, a interface do usuário do roteador deve ser acessada com um terminal ou através de acesso remoto. Ao acessar um roteador, o usuário deve efetuar o login no roteador antes de inserir qualquer outro comando. Por razões de segurança, o roteador tem dois níveis de acesso aos comandos: • Modo EXEC de usuário: As tarefas típicas incluem as de verificação do status do roteador. Neste modo, não são permitidas alterações na configuração do roteador • Modo EXEC privilegiado: As tarefas típicas incluem as de alteração da configuração do roteador. Após o login em um roteador, é exibido o prompt do modo EXEC de usuário. Os comandos disponíveis neste nível do usuário são um subconjunto dos comandos disponíveis no nível EXEC privilegiado. Em linhas gerais, esses comandos permitem que o usuário exiba informações sem alterar as definições da configuração do roteador. Para acessar todo o conjunto de comandos, deve-se entrar no modo EXEC privilegiado. No prompt ">", digite enable. No prompt password:, digite a senha que foi definida com o comando enable secret. Dois comandos podem ser usados para definir uma senha de acesso ao modo EXEC privilegiado: enable password e enable secret. Se os dois comandos forem usados, enable secret tem precedência. Uma vez concluídas as etapas de login, o prompt muda para "#", indicando que se entrou no modo EXEC privilegiado. O modo Setup global só pode ser acessado a partir do modo EXEC privilegiado. Os modos específicos listados a seguir também podem ser acessados a partir do modo Setup global: • Interface • Subinterface • Line • Router • Route map
  • 24. 24 Para voltar ao modo EXEC de usuário a partir do modo EXEC privilegiado, pode-se usar o comando disable. Para voltar ao modo EXEC privilegiado a partir do modo Setup global, digite exit ou Ctrl-Z. Ctrl-Z também pode ser usado para voltar diretamente ao modo EXEC privilegiado a partir de qualquer submodo da configuração global. 2.2.6 Ajuda do teclado na CLI do roteador Ao digitar um ponto de interrogação (?) no prompt do modo EXEC de usuário ou no prompt do modo EXEC privilegiado é exibida uma lista útil dos comandos disponíveis. Observe o "-- More--" na parte inferior do exemplo exibido. A tela mostra várias linhas de uma única vez. O prompt "--More--" na parte inferior da tela indica que há várias telas disponíveis como saída. Sempre que aparecer um prompt "--More--", a próxima tela disponível pode ser visualizada pressionando-se a barra de espaço. Para exibir apenas a linha seguinte, pressione a tecla Enter. Pressione qualquer outra tecla para voltar ao prompt. Para acessar o modo EXEC privilegiado, digite enable ou a abreviação ena. Isso pode fazer com que o roteador solicite uma senha ao usuário, caso ela tenha sido definida. Se um "?" (ponto de interrogação) for digitado no prompt do modo EXEC privilegiado, a tela exibe uma lista com um número mairo de comandos do que os que estão disponíveis no prompt do modo EXEC privilegiado. A saída na tela varia de acordo com a versão do software Cisco IOS e com a configuração do roteador. Se um usuário quiser ajustar o clock do roteador mas não souber o comando necessário, pode usar a função de ajuda para verificar o comando correto. O exercício a seguir ilustra um dos muitos usos da função de ajuda. A tarefa é ajustar o clock do roteador. Supondo que o comando não seja conhecido, siga as seguintes etapas: Etapa 1 Use ? para encontrar o comando de ajuste do clock. A saída da ajuda mostra que é necessário usar o comando clock. Etapa 2 Verifique a sintaxe para alteração do horário.
  • 25. 25 Etapa 3 Insira o horário atual, usando horas, minutos e segundos, conforme mostrado na figura . O sistema indica que é necessário fornecer informações adicionais para concluir o comando. Etapa 4 Pressione Ctrl-P (ou a seta para cima) para repetir a entrada de comando anterior automaticamente. Em seguida, adicione um espaço e um ponto de interrogação (?) para revelar os outros argumentos. Agora a entrada do comando pode ser concluída. Etapa 5 O símbolo de acento circunflexo (^) e a mensagem de ajuda apresentada indicam um erro. A posição do símbolo de acento circunflexo mostra onde está localizado o possível problema. Para inserir a sintaxe correta, digite novamente o comando até o ponto onde está localizado o símbolo de acento circunflexo e digite um ponto de interrogação (?). Etapa 6 Insira o ano, usando a sintaxe correta, e pressione Enter para executar o comando. 2.2.7 Comandos avançados de edição A interface do usuário inclui um modo de edição avançado, que oferece um conjunto de funções de teclas de edição, que permitem que o usuário edite uma linha de comando durante a digitação. As seqüências de teclas indicadas na figura podem ser usadas para mover o cursor na linha de comando e fazer correções ou alterações. Embora o modo de edição avançada esteja ativado automaticamente na versão atual do software, ele pode ser desativado se interferir na interação com os scripts gravados. Para desativar o modo de edição avançada, digite terminal no editing no prompt do modo EXEC privilegiado. O conjunto de comandos de edição oferece um recurso de rolagem horizontal para comandos que se estendem além de uma única linha da tela. Quando o cursor atinge a margem direita, a linha de comando desloca-se dez espaços para a esquerda. Os dez primeiros caracteres da linha não podem ser vistos, mas o usuário pode fazer a rolagem para trás e verificar a sintaxe no início do comando. Para fazer a rolagem para trás, pressione Ctrl-B ou a seta para a esquerda repetidamente até atingir o início da entrada do comando. Ctrl-A leva o usuário diretamente de volta ao início da linha. No exemplo mostrado na figura , a entrada do comando estende-se além de uma única linha. Quando o cursor atinge o final da linha pela primeira vez, a linha é deslocada dez espaços para a esquerda e exibida novamente. O cifrão ($) indica que a linha foi rolada para a esquerda. Cada vez que o cursor alcança o final da linha, ela é deslocada novamente dez espaços para a esquerda. A saída na tela varia de acordo com o nível do software Cisco IOS e com a configuração do roteador. Ctrl-Z é um comando usado para sair do modo Setup, levando o usuário de volta ao prompt do modo EXEC privilegiado.
  • 26. 26 2.2.8 Histórico de comandos do roteador A interface do usuário oferece um histórico ou registro dos comandos que foram inseridos. Esse recurso é particularmente útil para relembrar comandos longos ou complexos. Com o recurso de histórico de comandos, é possível realizar as seguintes tarefas: • Definir o tamanho do buffer do histórico de comandos; • Relembrar comandos; • Desativar o recurso de histórico de comandos. O histórico de comandos é ativado por padrão e o sistema registra dez linhas de comandos em seu buffer de histórico. Para alterar a quantidade de linhas de comandos registradas pelo sistema durante uma sessão do terminal, use o comando terminal history size ou history size. A quantidade máxima de comandos é 256. Para relembrar os comandos do buffer do histórico a partir do mais recente, pressione Ctrl-P ou a tecla de seta para cima. Pressione-as repetidamente para relembrar os comandos mais antigos sucessivamente. Após relembrar os comandos com as teclas Ctrl-P ou seta para cima, pressione Ctrl-N ou a tecla para baixo repetidamente para voltar aos comandos mais recentes no buffer histórico. Para encurtar a digitação de um comando, é possível usar a quantidade mínima de caracteres exclusiva desse comando. Pressione a tecla Tab e a interface completará a entrada. Quando as letras digitadas identificarem o comando de maneira exclusiva, a tecla Tab simplesmente confirmará visualmente que o roteador entendeu o comando específico desejado. Na maioria dos computadores, também estão disponíveis funções adicionais de seleção e cópia de textos. Uma parte de um comando anterior pode então ser copiada e colada ou inserida como entrada do comando atual. 2.2.9 Solucionando erros de linha de comando Os erros de linha de comando ocorrem principalmente devido a erros de digitação. Se a palavra-chave de um comando for digitada de maneira incorreta, a interface do usuário proporciona o isolamento do erro, na forma de um indicador de erro (^). O símbolo "^" aparece no ponto da linha de comando onde foi inserido um comando, palavra-chave ou argumento incorreto. O indicador de localização do erro e o sistema interativo de ajuda permitem que o usuário encontre e corrija facilmente os erros de sintaxe.
  • 27. 27 Router#clock set 13:32:00 23 February 99 ^ % Entrada inválida detectada no marcador "^". O acento circunflexo (^) e a mensagem da ajuda indicam um erro onde aparece o 99. Para listar a sintaxe correta, digite o comando até o ponto em que ocorreu o erro, seguido de um ponto de interrogação (?): Router#clock set 13:32:00 23 February ? <1993-2035> Year Router#clock set 13:32:00 23 February Insira o ano usando a sintaxe correta e pressione Enter para executar o comando. Router#clock set 13:32:00 23 February 1999 Se uma linha de comando for inserida incorretamente e a tecla Enter for pressionada, a tecla de seta para cima pode ser pressionada para repetir o último comando. Use as teclas de seta para a direita ou esquerda para mover o cursor para o local onde o erro foi cometido. Em seguida, digite a correção que precisa ser feita. Se algo precisar ser excluído, use a tecla <backspace>. 2.2.10 O comando show version O comando show version exibe informações sobre a versão do software Cisco IOS que está em execução no momento no roteador. Isso inclui os valores definidos do configuration register (registrador de configuração) e do boot field (campo de inicialização). A figura mostra as seguintes informações do comando show version: • Versão e informações descritivas do IOS em uso; • Versão da Bootstrap ROM; • Versão da Boot ROM;
  • 28. 28 • Tempo decorrido desde a inicialização do roteador; • Método utilizado na última reinicialização do roteador; • Arquivo da imagem do sistema em uso e sua localização; • Plataforma de hardware do roteador; • Valor do configuration register. Use o comando show version para identificar a imagem do IOS em uso no roteador e de onde foi obtida. Resumo Devem ter sido compreendidos os importantes conceitos a seguir: • A finalidade do IOS; • A operação básica do IOS; • Identificação das várias funcionalidades do IOS; • Identificação dos métodos para estabelecer uma sessão CLI com o roteador; • As diferenças entre os modos EXEC de usuário e privilegiado; • Estabelecimento de uma sessão HyperTerminal; • Login no roteador; • Utilização do recurso de ajuda na interface de linha de comando; • Utilização dos comandos avançados de edição; • Utilização do histórico de comandos; • Solução de erros de linha de comando; • Utilização do comando show version CAPITULO 03 - Configurando um roteador
  • 29. 29 Visão Geral Configurar um roteador para realizar tarefas complexas entre redes pode ser um grande desafio. Entretanto, os procedimentos iniciais para configurar um roteador não são nada difíceis. Se esses procedimentos e as etapas para alternar entre os vários modos do roteador forem seguidos, as configurações mais complexas ficarão muito menos assustadoras. Este módulo introduz os modos básicos de configuração do roteador e oferece oportunidades para praticar configurações simples. Uma configuração de roteador que seja clara, fácil de entender e com backups regulares deve ser um objetivo de todos os administradores de rede. O Cisco IOS oferece ao administrador diversas ferramentas para adicionar informações ao arquivo de configuração para fins de documentação. Assim como um programador competente fornece documentação para cada passo de programação, um administrador de rede deve fornecer o máximo possível de informação, para a eventualidade de outra pessoa precisar assumir a responsabilidade sobre a rede. Ao concluírem este módulo, os alunos deverão ser capazes de: • Dar nome a um roteador; • Definir senhas; • Examinar comandos show; • Configurar uma interface serial; • Configurar uma interface Ethernet; • Executar alterações em um roteador; • Salvar alterações em um roteador; • Configurar a descrição de uma interface; • Configurar um banner com a mensagem do dia; • Configurar tabelas de hosts; • Entender a importância dos backups e da documentação. 3.1 Configurando um roteador 3.1.1 Modos de comando da CLI Todas as alterações de configuração de um roteador Cisco através da interface da linha de comando (CLI) são feitas a partir do modo de configuração global. É possível entrar em outros modos mais específicos, dependendo da alteração de configuração que for necessária, mas todos esses modos específicos são subconjuntos do modo de configuração global.
  • 30. 30 Os comandos do modo de configuração global são usados em um roteador para aplicar instruções de configuração que afetem o sistema como um todo. O comando a seguir muda o roteador para o modo de configuração global e permite inserir comandos a partir do terminal: OBSERVAÇÃO: O prompt muda para indicar que agora o roteador está no modo de configuração global. Router#configure terminal Router(config)# O modo de configuração global, muitas vezes apelidado config global, é o principal modo de configuração. Estes são apenas alguns dos modos em que se pode entrar a partir do modo de configuração global: • Modo de interface; • Modo de linha; • Modo de roteador; • Modo de subinterface; • Modo de controlador. Quando se entra nesses modos específicos, o prompt do roteador muda para indicar o modo de configuração atual. Quaisquer alterações de configuração que forem feitas aplicam-se somente às interfaces ou aos processos cobertos por esse modo específico. Digitar exit a partir de um desses modos de configuração específicos leva o roteador de volta ao modo de configuração global. Pressionar Ctrl-Z faz com que o roteador saia completamente dos modos de configuração e o leva de volta ao modo EXEC privilegiado. 3.1.2 Configurando o nome de um roteador
  • 31. 31 Uma das primeiras tarefas de configuração é dar um nome exclusivo ao roteador. Essa tarefa é realizada no modo de configuração global usando os seguintes comandos: Router(config)#hostname Tokyo Tokyo(config)# Assim que a tecla Enter é pressionada, o prompt muda, passando do nome do host padrão (Router) para o nome do host recém-configurado, que, neste exemplo, é Tokyo. 3.1.3 Configurando senhas de roteador As senhas restringem o acesso aos roteadores. Sempre se deve configurar senhas para as linhas do terminal virtual e para a linha do console. As senhas também são usadas para controlar o acesso ao modo EXEC privilegiado, para que apenas usuários autorizados possam fazer alterações no arquivo de configuração. Os comandos a seguir são usados para definir uma senha opcional, mas recomendável, na linha do console: Router(config)#line console 0 Router(config-line)#password <senha> Router(config-line)#login Deve-se definir uma senha em uma ou mais linhas de terminal virtual (VTY), para que os usuários tenham acesso remoto ao roteador usando Telnet. Geralmente, os roteadores Cisco suportam cinco linhas VTY numeradas de 0 a 4, embora diferentes plataformas de hardware suportem quantidades diferentes de conexões VTY. Freqüentemente, usa-se a mesma senha para todas as linhas, mas às vezes uma linha é definida de maneira exclusiva para oferecer uma entrada de fall-back (respaldo) ao roteador se as outras quatro conexões estiverem ocupadas. São usados os seguintes comandos para definir a senha nas linhas VTY: Router(config)#line vty 0 4 Router(config-line)#password <senha> Router(config-line)#login A senha de ativação e o segredo de ativação são usados para restringir o acesso ao modo EXEC privilegiado. A senha de ativação só é usada se o segredo de ativação não tiver sido definido. É recomendável que o segredo de ativação esteja sempre ativado e seja sempre usado, já que ele é criptografado e a senha de ativação não é. Estes são os comandos usados para definir as senhas de ativação: Router(config)#enable password <senha> Router(config)#enable secret <senha> Às vezes não é desejável que as senhas sejam mostradas em texto claro na saída dos comandos show running-config ou show startup-config. Este comando é usado para criptografar as senhas na saída da configuração: Router(config)#service password-encryption O comando service password-encryption aplica criptografia fraca a todas as senhas não criptografadas. O comando enable secret <senha> usa um algoritmo MD5 forte para a criptografia. 3.1.4 Examinando os comandos show Há muitos comandos show que podem ser usados para examinar o conteúdo de arquivos do roteador e para a solução de problemas. Tanto no modo EXEC privilegiado quanto no modo
  • 32. 32 EXEC do usuário, o comando show ? fornece uma lista dos comandos show disponíveis. A lista é consideravelmente maior no modo EXEC privilegiado do que no modo EXEC do usuário. • show interfaces: Exibe todas as estatísticas para todas as interfaces do roteador. Para ver as estatísticas de uma interface específica, insira o comando show interfaces seguido da interface específica e do número da porta. Por exemplo: Router#show interfaces serial 0/1 • show controllers serial: Exibe informações específicas da inteface de hardware. Este comando deve incluir também o número de porta ou slot/porta da interface serial. Por exemplo: Router#show controllers serial 0/1 • show clock: Mostra o horário definido no roteador • show hosts: Mostra uma lista em cache dos nomes e endereços dos hosts • show users: Exibe todos os usuários que estão conectados ao roteador • show history: Exibe um histórico dos comandos que foram inseridos • show flash: Exibe informações sobre a memória flash e quais arquivos do IOS estão armazenados nela • show version: Exibe informações sobre a versão do software carregado no momento, além de informações de hardware e dispositivo • show ARP: Exibe a tabela ARP do roteador • show protocol: Exibe o status global e o status específico da interface de quaisquer protocolos de camada 3 configurados • show startup-config: Exibe o conteúdo da NVRAM, se presente e válido, ou exibe o arquivo de configuração apontado pela variável de ambiente CONFIG_FILE • show running-config: Exibe o conteúdo do arquivo de configuração em execução ou o arquivo de configuração para uma interface específica, ou informação de mapa de classes 3.1.5 Configurando uma interface serial Uma interface serial pode ser configurada a partir do console ou através de uma linha de terminal virtual. Para configurar uma interface serial, siga estas etapas: 1. Entre no modo de configuração global; 2. Entre no modo de interface; 3. Especifique o endereço da interface e a máscara de sub-rede; 4. Se houver um cabo DCE conectado, defina a taxa do clock; pule esta etapa se houver um cabo DTE conectado; 5. Ligue a interface. Cada interface serial conectada precisa ter um endereço IP e uma máscara de sub-rede se for esperado que a interface roteie pacotes IP. Configure o endereço IP usando os seguintes comandos: Router(config)#interface serial 0/0 Router(config-if)#ip address <endereço IP> <máscara de rede> As interfaces seriais necessitam de um sinal de clock para controlar a temporização das comunicações. Na maioria dos ambientes, um dispositivo DCE (por exemplo, um CSU) fornece o clock. Por padrão, os roteadores Cisco são dispositivos DTE, mas podem ser configurados como dispositivos DCE.
  • 33. 33 Em links seriais que estão diretamente interconectados, como em um ambiente de laboratório, um lado deve ser considerado um DCE e fornecer um sinal de clock. O clock é ativado e a velocidade é especificada com o comando clock rate. As taxas de clock disponíveis, em bits por segundo, são: 1200, 2400, 9600, 19200, 38400, 56000, 64000, 72000, 125000, 148000, 500000, 800000, 1000000, 1300000, 2000000 ou 4000000. Entretanto, algumas taxas de bits podem não estar disponíveis em certas interfaces seriais, dependendo de sua capacidade. Por padrão, as interfaces ficam desligadas, ou desativadas. Para ligar ou ativar uma interface, use o comando no shutdown. Se uma interface precisar ser desativada administrativamente para manutenção ou solução de problemas, use o comando shutdown para desligá-la. No ambiente do laboratório, a configuração da taxa de clock que será usada é de 56000. Os comandos para definir uma taxa de clock e ativar uma interface serial são os seguintes: Router(config)#interface serial 0/0 Router(config-if)#clock rate 56000 Router(config-if)#no shutdown 3.1.6 Alterando Configurações Se uma configuração exigir modificação, vá para o modo apropriado e insira o comando adequado. Por exemplo, se for necessário ativar uma interface, entre no modo de configuração global, entre no modo de interface e emita o comando no shutdown. Para verificar as alterações, use o comando show running-config. Esse comando exibe a configuração atual. Se as variáveis exibidas não forem as esperadas, o ambiente pode ser corrigido através de uma ou mais das seguintes ações: • Emita a forma no de um comando de configuração. • Recarregue o sistema para voltar ao arquivo de configuração original da NVRAM. • Copie um arquivo de configuração armazenado a partir de um servidor TFTP. • Remova o arquivo de configuração de inicialização com erase startup-config e, em seguida, reinicie o roteador e entre no modo de configuração. Para salvar as variáveis de configuração no arquivo de configuração de inicialização na NVRAM, insira o seguinte comando no prompt EXEC privilegiado:
  • 34. 34 Router#copy running-config startup-config 3.1.7 Configurando uma interface Ethernet Uma interface Ethernet pode ser configurada a partir do console ou de uma linha de terminal virtual. Cada interface Ethernet precisa ter um endereço IP e uma máscara de sub-rede se for esperado que a interface roteie pacotes IP. Para configurar uma interface Ethernet, siga estas etapas: 1. Entre no modo de configuração global; 2. Entre no modo de configuração da interface; 3. Especifique o endereço da interface e a máscara de sub-rede; 4. Ative a interface. Por padrão, as interfaces ficam desligadas, ou desativadas. Para ligar ou ativar uma interface, use o comando no shutdown. Se uma interface precisar ser desativada administrativamente para manutenção ou solução de problemas, use o comando shutdown para desligá-la. 3.2 Terminando a configuração 3.2.1 Importância dos padrões de configuração É importante desenvolver padrões para os arquivos de configuração dentro de uma organização. Isso permite controlar a quantidade de arquivos de configuração que devem ser mantidos, e como e onde esses arquivos são armazenados. Um padrão é um conjunto de regras ou procedimentos que são amplamente utilizados ou são especificados oficialmente. Sem padrões em uma organização, uma rede pode ficar caótica caso ocorra uma interrupção do serviço. Para gerenciar uma rede, deve haver um padrão de suporte centralizado. Configuração, segurança, desempenho e outras questões devem ser tratados adequadamente para que a rede funcione sem problemas. Criar padrões para a consistência da rede ajuda a reduzir a sua complexidade, o tempo de inatividade não planejado e a exposição a incidentes que podem ter impacto no desempenho da rede. 3.2.2 Descrições de interface Uma descrição de interface deve ser usada para identificar informações importantes, tais como um roteador distante, um número de circuito ou um segmento de rede específico. Uma descrição de uma interface pode ajudar um usuário da rede a lembrar-se de informações específicas sobre a interface, tais como qual rede a interface atende.
  • 35. 35 O objetivo da descrição é ser simplesmente um comentário sobre a interface. Embora a descrição apareça nos arquivos de configuração que existem na memória do roteador, ela não afeta a operação do roteador. As descrições são criadas seguindo um formato padrão que se aplica a cada interface. A descrição pode incluir a finalidade e a localização da interface, outros dispositivos ou locais conectados à interface e identificadores de circuitos. As descrições permitem que o pessoal de suporte entenda melhor o escopo dos problemas relacionados a uma interface e permitem uma solução mais rápida dos problemas. 3.2.3 Configurando a descrição da interface Para configurar a descrição de uma interface, entre no modo de configuração global. A partir daí, entre no modo de configuração de interface. Use o comando description seguido da informação. Etapas do procedimento: 1. Entre no modo de configuração global, inserindo o comando configure terminal. 2. Entre no modo da interface específica (por exemplo, interface Ethernet 0) interface ethernet 0. 3. Insira a descrição do comando seguida da informação que deve ser exibida. Por exemplo, Rede XYZ, Prédio 18. 4. Saia do modo de interface, voltando para o modo EXEC privilegiado, usando o comando ctrl-Z. 5. Salve as alterações da configuração na NVRAM, usando o comando copy running- config startup-config. Eis dois exemplos de descrições de interface: interface Ethernet 0 description LAN Engenharia, Prédio 2 interface serial 0 description ABC rede 1, Circuito 1 3.2.4 Banners de login Um banner de login é uma mensagem que é exibida no login e que é útil para transmitir mensagens que afetam todos os usuário da rede, tais como avisos de paradas iminentes do sistema. Os banners de login podem ser vistos por qualquer pessoa. Portanto, deve-se tomar cuidado com as palavras da mensagem do banner. "Bem-vindo" é um convite para que qualquer pessoa entre em um roteador e, provavelmente, não é uma mensagem adequada. Um banner de login deve ser um aviso para que não se tente o login a menos que se tenha autorização. Uma mensagem tal como "Este sistema é protegido. Só é permitido acesso autorizado!" instrui os visitantes indesejáveis que qualquer intrusão além daquele ponto é indesejada e ilegal. 3.2.5 Configurando a mensagem do dia (MOTD) Um banner com a mensagem do dia pode ser exibido em todos os terminais conectados.
  • 36. 36 Entre no modo de configuração global para configurar um banner com a mensagem do dia (MOTD). Use o comando banner motd, seguido de um espaço e um caractere delimitador, tal como o sinal de sustenido (#). Adicione uma mensagem do dia seguida de um espaço e de um caractere delimitador novamente. Siga estas etapas para criar e exibir uma mensagem do dia: 1. Entre no modo de configuração global, inserindo o comando configure terminal. 2. Insira o comando banner motd # <Aqui vai a mensagem do dia> #. 3. Salve as alterações, emitindo o comando copy running-config startup- config. 3.2.6 Resolução de nomes de hosts A resolução de nomes de hosts é o processo usado por um sistema computacional para associar um nome de host a um endereço IP. A fim de usar os nomes de hosts para se comunicar com outros dispositivos IP, os dispositivos de rede, tais como os roteadores, devem ser capazes de associar os nomes dos hosts a endereços IP. Uma lista de nomes de hosts e seus respectivos endereços IP é chamada de tabela de hosts. Uma tabela de hosts pode incluir todos os dispositivos da organização de uma rede. Cada endereço IP exclusivo pode ter um nome de host associado a ele. O software Cisco IOS mantém em cache mapeamentos entre nomes de hosts e endereços, para serem usados pelos comandos EXEC. Essa cache acelera o processo de conversão de nomes em endereços. Os nomes de hosts, diferentemente dos nomes DNS, têm significado somente no roteador no qual estão configurados. A tabela de hosts permite que o administrador da rede digite o nome do host (por exemplo, Auckland) ou o endereço IP para fazer Telnet para um host remoto. 3.2.7 Configurando tabelas de hosts Para atribuir nomes de hosts a endereços, primeiro entre no modo de configuração global. Emita o comando ip host seguido do nome do destino e todos os endereços IP onde o dispositivo puder ser encontrado. Isso mapeia o nome do host a cada um dos endereços IP da sua interface. Para alcançar o host, use um comando telnet ou ping com o nome do roteador ou um endereço IP que esteja associado ao nome do roteador. Este é o procedimento para configurar a tabela de hosts:
  • 37. 37 1. Entre no modo de configuração global do roteador. 2. Insira o comando ip host seguido do nome do roteador e todos os endereços IP associados às interfaces em cada roteador. 3. Continue inserindo até que todos os roteadores da rede tenham sido inseridos. 4. Salve a configuração na NVRAM. 3.2.8 Backup e documentação da configuração A configuração dos dispositivos de rede determina a maneira como a rede se comportará. O gerenciamento da configuração dos dispositivos inclui as seguintes tarefas: • Listar e comparar arquivos de configuração em dispositivos em funcionamento; • Armazenar arquivos de configuração em servidores de rede; • Realizar instalações e atualizações de software. Os arquivos de configuração devem ser armazenados em backup para a eventualidade de algum problema. Os arquivos de configuração podem ser armazenados em um servidor de rede, em um servidor TFTP ou em um disco guardado em local seguro. A documentação deve ser incluída com essa informação off-line. 3.2.9 Fazendo backups de arquivos de configuração Uma cópia atual da configuração pode ser armazenada em um servidor TFTP. O comando copy running-config tftp, conforme mostrado na figura: Pode ser usado para armazenar a configuração atual em um servidor TFTP de rede. Para isso, realize as seguintes tarefas: Etapa 1 Insira o comando copy running-config tftp. Etapa 2 Insira o endereço IP do host em que o arquivo de configuração será armazenado. Etapa 3 Insira o nome a ser atribuído ao arquivo de configuração. Etapa 4 Confirme as opções, respondendo sim todas as vezes.
  • 38. 38 Um arquivo de configuração armazenado em um dos servidores da rede pode ser usado para configurar um roteador. Para isso, realize as seguintes tarefas: 1. Entre no modo de configuração, inserindo o comando copy tftp running-config, conforme mostrado na figura . 2. No prompt do sistema, selecione um arquivo de configuração de hosts ou de rede. O arquivo de configuração de rede contém comandos que se aplicam a todos os roteadores e servidores de terminal da rede. O arquivo de configuração de hosts contém comandos que se aplicam a um roteador em particular. No prompt do sistema, insira o endereço IP do host remoto onde o servidor TFTP está localizado. Neste exemplo, o roteador está configurado a partir do servidor TFTP no endereço IP 131.108.2.155. 3. No prompt do sistema, insira o nome do arquivo de configuração ou aceite o nome padrão. A convenção dos nomes de arquivos é baseada no UNIX. O nome de arquivo padrão é hostname-config para o arquivo de hosts e network-config para o arquivo de configuração da rede. No ambiente DOS, os nomes de arquivos são limitados a oito caracteres, mais uma extensão de três caracteres (por exemplo: roteador.cfg ). Confirme o nome do arquivo de configuração e o endereço do servidor tftp fornecido pelo sistema. Observe na figura que o prompt do roteador muda imediatamente para tokyo. Isso é uma evidência de que a reconfiguração acontece assim que o novo arquivo é descarregado. A configuração do roteador também pode ser salva em um disco, capturando o texto no roteador e salvando-o no disco. Se o arquivo precisar ser copiado de volta para o roteador, use os recursos padrão de edição de um programa emulador de terminal para colar o arquivo de comandos no roteador. Resumo Esta seção resume os pontos principais da configuração de um roteador. O roteador tem diversos modos: • Modo EXEC do usuário; • Modo EXEC privilegiado; • Modo de configuração global; • Outros modos de configuração.
  • 39. 39 A interface da linha de comando pode ser usada para fazer alterações na configuração: • Definir o nome do host; • Definir senhas; • Configurar interfaces; • Modificar configurações; • Mostrar configurações. Devem ter sido compreendidos os importantes conceitos a seguir: • Os padrões de configuração são elementos essenciais para o êxito na manutenção de uma rede eficiente por qualquer organização. • As descrições de interfaces podem conter informações importantes para ajudar os administradores de rede a compreender e solucionar problemas em suas redes. • Os banners de login e as mensagens do dia oferecem informações aos usuário no momento de efetuar login no roteador. • A resolução de nomes de hosts converte nomes em endereços IP, que serão utilizados pelo roteador. • O backup e a documentação da configuração são extremamente importantes para manter uma rede funcionando sem problemas. CAPITULO 04 - Aprendendo sobre outros dispositivos Visão Geral Às vezes, os administradores de rede deparam-se com situações em que a documentação sobre a rede está incompleta ou imprecisa. O Cisco Discovery Protocol (CDP) pode ser uma ferramenta útil nessas situações, porque ajuda a dar uma idéia básica sobre a rede. O CDP é um protocolo de propriedade da Cisco, independente de meio físico e protocolos, usado para descoberta de vizinhos. O CDP mostra somente informações sobre vizinhos conectados diretamente, mas é uma ferramenta poderosa.
  • 40. 40 Em muitos casos, após a configuração inicial de um roteador, é difícil ou inconveniente para um administrador de rede conectar-se diretamente ao roteador para efetuar alterações de configuração ou outras atividades. Telnet é um aplicativo baseado em TCP/IP que permite conexão remota à interface de linha de comando (CLI) do roteador para fins de configuração, monitoramento e solução de problemas. É uma ferramenta essencial para o profissional de redes. Ao concluírem este módulo, os alunos deverão ser capazes de: • Ativar e desativar o CDP; • Usar o comando show cdp neighbors; • Determinar quais dispositivos vizinhos estão conectados a quais interfaces locais; • Reunir informações de endereços de rede sobre dispositivos vizinhos usando o CDP; • Estabelecer uma conexão Telnet; • Verificar uma conexão Telnet; • Desconectar-se de uma sessão Telnet; • Suspender uma sessão Telnet; • Realizar testes alternativos de conectividade; • Solucionar problemas de conexões de terminais remotos. 4.1 Descobrindo e conectando-se a vizinhos 4.1.1 Introdução ao CDP O Cisco Discovery Protocol (CDP) é um protocolo de camada 2 que conecta os protocolos inferiores de meio físico e os protocolos superiores de camadas de rede, como mostrado na figura . O CDP é usado para obter informações sobre dispositivos vizinhos, tais como os tipos de dispositivos conectados, as interfaces dos roteadores às quais eles estão conectados, as interfaces usadas para fazer as conexões e os números dos modelos dos dispositivos. O CDP é independente de meio físico e de protocolo, e funciona em todos os equipamentos da Cisco através do SNAP (Subnetwork Access Protocol – Protocolo de Acesso à Sub-rede). O lançamento mais recente desse protocolo é o CDP versão 2 (CDPv2). O Cisco IOS (versão 12.0(3)T ou posterior) suporta o CDPv2. O CDP versão 1 (CDPv1) está ativado por padrão no Cisco IOS (versões 10.3 a 12.0(3)T). Quando um dispositivo Cisco é inicializado, o CDP é iniciado automaticamente, permitindo que esse dispositivo detecte os dispositivos vizinhos que também estiverem executando o CDP. Ele
  • 41. 41 opera através da camada de enlace e permite que dois sistemas aprendam um sobre o outro, mesmo que estejam usando diferentes protocolos de camadas de rede. Cada dispositivo configurado com CDP envia mensagens periódicas, conhecidas como anúncios (advertisements), para os dispositivos diretamente conectados. Cada dispositivo anuncia pelo menos um endereço no qual pode receber as mensagens de SNMP (Simple Network Management Protocol – Protocolo de Gerenciamento de Redes Simples). Os anúncios contêm também informações sobre o "tempo de vida restante" (time-to-live) ou tempo de espera, indicando o tempo durante o qual os dispositivos receptores devem manter as informações de CDP antes de descartá-las. Além disso, cada dispositivo fica atento às mensagens CDP periódicas enviadas pelos outros, a fim de aprender sobre os dispositivos vizinhos. 4.1.2 Informações obtidas com o CDP A principal utilização do CDP é descobrir todos os dispositivos Cisco que estão conectados diretamente a um dispositivo local. Use o comando show cdp neighbors para exibir as atualizações do CDP no dispositivo local. A figura mostra um exemplo de como o CDP fornece as informações coletadas ao administrador da rede. Cada roteador que executa o CDP troca informações de protocolo com seus vizinhos. O administrador da rede pode exibir os resultados dessa troca de informações de CDP em um console conectado a um roteador local. O administrador usa o comando show cdp neighbors para exibir informações sobre as redes conectadas diretamente ao roteador. O CDP fornece informações sobre cada dispositivo CDP vizinho, transmitindo valores de comprimento de tipo (TLVs), que são blocos de informações embutidos nos anúncios CDP. Os TLVs dos dispositivos exibidos pelo comando show cdp neighbors contêm o seguinte: • ID do dispositivo • Interface local • Tempo de espera • Capacidade • Plataforma • ID da porta
  • 42. 42 Os seguintes TLVs são incluídos somente no CDPv2: • Nome de domínio de gerenciamento VTP • VLAN nativa • Full/Half duplex Observe que o roteador inferior da figura não está conectado diretamente ao roteador do console do administrador. Para obter informações de CDP sobre esse dispositivo, o administrador precisaria se conectar por Telnet a um roteador conectado diretamente a esse dispositivo. 4.1.3 Implementação, monitoramento e manutenção do CDP Os comandos a seguir são usados para implementar, monitorar e manter as informações de CDP.
  • 43. 43 • cdp run • cdp enable • show cdp traffic • clear cdp counters • show cdp • show cdp entry {*|nome-do-dispositivo[*][protocolo | versão]} • show cdp interface [número-do-tipo] • show cdp neighbors [número-do-tipo] [detalhe] O comando cdp run é usado para ativar globalmente o CDP no roteador. Por padrão, o CDP está globalmente ativado. O comando cdp enable é usado para ativar o CDP em uma interface específica. No Cisco IOS versão 10.3 ou superior, o CDP é ativado por padrão em todas as interfaces suportadas para enviar e receber informações de CDP. O CDP poderia ser ativado em cada uma das interfaces de dispositivos, usando o comando cdp enable. 4.1.4 Criando um mapa de rede do ambiente O CDP foi projetado e implementado para ser um protocolo simples e de baixo custo. Embora um quadro CDP possa ser pequeno, ele é capaz de recuperar uma grande quantidade de informações úteis sobre os dispositivos Cisco, vizinhos e conectados. Essas informações podem ser usadas para criar um mapa de rede dos dispositivos conectados. Os dispositivos conectados aos dispositivos vizinhos podem ser descobertos usando Telnet para se conectar aos vizinhos, e usando o comando show cdp neighbors para descobrir quais dispositivos estão conectados a esses vizinhos. 4.1.5 Desativando o CDP Para desativar o CDP globalmente, use o comando no CDP run no modo de configuração global. Se o CDP estiver desativado globalmente, não é possível ativar interfaces individuais para o CDP. No Cisco IOS versão 10.3 ou superior, o CDP é ativado por padrão em todas as interfaces suportadas, para enviar e receber informações de CDP. Entretanto, em algumas interfaces, como as interfaces assíncronas, o CDP está desativado por padrão. Se o CDP estiver desativado, use o comando CDP enable no modo de configuração de interface. Para desativar o CDP em uma determinada interface depois de ter sido ativado, use o comando no CDP enable no modo de configuração de interface. 4.1.6 Solucionando problemas do CDP Os comandos a seguir podem ser usados para mostrar a versão, informações de atualização, tabelas e tráfego:
  • 44. 44 4.2 Obtendo informações sobre dispositivos remotos 4.2.1 Telnet Telnet é um protocolo de terminal virtual que faz parte do conjunto de protocolos TCP/IP. Ele permite fazer conexões para hosts remotos, oferecendo um recurso de terminal de rede ou login remoto. Telnet é um comando EXEC do IOS, usado para verificar o software da camada de aplicação entre a origem e o destino. Este é o mecanismo de teste mais completo que existe. O Telnet atua na camada de aplicação do modelo OSI. Ele depende do TCP para garantir a entrega correta e organizada dos dados entre o cliente e o servidor.
  • 45. 45 Um roteador pode ter várias sessões Telnet entrantes simultâneas. O intervalo de 0 a 4 é usado para especificar cinco linhas Telnet ou VTY. Essas cinco sessões Telnet entrantes poderiam ocorrer ao mesmo tempo. Deve-se observar que a verificação da conectividade da camada de aplicação é um subproduto do Telnet. O uso principal do Telnet é a conexão remota a dispositivos da rede. O Telnet é um programa aplicativo simples e universal. 4.2.2 Estabelecendo e verificando uma conexão Telnet O comando Telnet do EXEC IOS permite que um usuário conecte-se de um dispositivo Cisco para outro. Com a implementação do TCP/IP da Cisco, não é necessário inserir os comandos connect ou telnet para estabelecer uma conexão Telnet. Pode-se inserir o nome do host ou o endereço IP do roteador remoto. Para terminar uma sessão Telnet , use os comandos EXEC exit ou logout. Para iniciar uma sessão Telnet, pode-se usar qualquer uma das seguintes alternativas: Denver>connect paris Denver>paris Denver>131.108.100.152 Denver>telnet paris Para que um nome funcione, deve haver uma tabela de nomes de hosts ou acesso a DNS para Telnet. Caso contrário, é necessário inserir o endereço IP do roteador remoto. O Telnet pode ser usado para fazer um teste para determinar se um roteador remoto pode ou não ser acessado. Conforme mostrado na figura , se o Telnet for usado com êxito para
  • 46. 46 conectar o roteador York ao roteador Paris, então um teste básico da conexão da rede é bem sucedido. Essa operação pode ser realizada tanto no nível EXEC do usuário quanto privilegiado. Se o acesso remoto puder se obtido através de outro roteador, pelo menos um aplicativo TCP/IP pode alcançar o roteador remoto. Uma conexão Telnet bem sucedida indica que o aplicativo de camada superior funciona adequadamente. Se o Telnet funcionar para um roteador mas falhar para outro, é possível que essa falha tenha sido causada por problemas específicos de endereçamento, nomes ou permissão de acesso. Pode ser que o problema esteja neste roteador ou no roteador que falhou como destino do Telnet. Neste caso, o passo seguinte é tentar usar o ping, que é abordado mais adiante nesta lição. O ping permite testar as conexões ponta a ponta na camada de rede. Quando o Telnet estiver concluído, efetue o logoff do host. A conexão Telnet será encerrada por padrão após dez minutos de inatividade ou quando o comando exit for inserido no prompt EXEC. 4.2.3 Desconectando e suspendendo sessões Telnet Um recurso importante do comando Telnet é a suspensão. Entretanto, existe um problema potencial quando uma sessão Telnet está suspensa e a tecla Enter é pressionada. O software Cisco IOS reinicia a conexão até a conexão Telnet suspensa mais recentemente. A tecla Enter é usada freqüentemente. Com uma sessão Telnet suspensa, é possível reconectar-se a outro roteador. Isso é perigoso quando são feitas alterações na configuração ou ao usar comandos EXEC. Preste sempre atenção especial a qual roteador está sendo usado ao utilizar o recurso Telnet de suspensão. Uma sessão é suspensa durante um tempo limitado; para reiniciar uma sessão Telnet que foi suspensa, basta pressionar Enter. O comando show sessions mostra quais sessões Telnet estão ocorrendo. O procedimento para desconectar uma sessão Telnet é o seguinte:
  • 47. 47 • Digite o comando disconnect. • Após o comando, coloque o nome ou o endereço IP do roteador. Exemplo: Denver>disconnect paris O procedimento para suspender uma sessão Telnet é o seguinte: • Pressione Ctrl-Shift-6 e, em seguida, x. • Insira o nome ou o endereço IP do roteador. 4.2.4 Operação Telnet avançada Pode haver várias sessões Telnet abertas concomitantemente. Um usuário pode alternar livremente entre essas sessões. A quantidade permitida de sessões abertas ao mesmo tempo é definida pelo comando session limit. Para alternar entre sessões, saindo de uma sessão e retomando outra aberta anteriormente, use os comandos mostrados na figura . Uma nova conexão pode ser feita enquanto se está no prompt EXEC. Os roteadores da série 2500 são limitados a cinco sessões. Os roteadores da série 2600 e 1700 tem um limite padrão de X sessões. É possível usar e suspender várias sessões Telnet usando a seqüência Ctrl-Shift-6 e, em seguida, x. A sessão pode ser retomada usando a tecla Enter. Se a tecla Enter for pressionada, o software Cisco IOS retoma a conexão até a conexão Telnet suspensa mais recentemente. A utilização do comando resume requer um ID de conexão. O ID de conexão é exibido por meio do comando show sessions. 4.2.5 Testes alternativos de conectividade Como forma de auxiliar o diagnóstico da conectividade básica da rede, muitos protocolos de rede suportam um protocolo de eco. Os protocolos de eco são usados para testar se os pacotes do protocolo estão sendo roteados. O comando ping envia um pacote para o host de destino e espera um pacote de resposta desse host. Os resultados desse protocolo de eco podem ajudar a avaliar a confiabilidade do caminho até o host, os atrasos ao longo desse caminho e se o host pode ser alcançado ou se está funcionando. Esse é um mecanismo básico
  • 48. 48 de teste. Essa operação pode ser realizada tanto no modo EXEC do usuário quanto privilegiado. O destino 172.16.1.5 do ping na figura respondeu com êxito a todos os cinco datagramas enviados. Os pontos de exclamação (!) indicam cada eco bem sucedido. Se forem recebidos um ou mais pontos (.) em vez de exclamações, o aplicativo do roteador excedeu o tempo-limite esperando um determinado eco de pacote do destino do ping. O comando ping do EXEC do usuário pode ser usado para diagnosticar a conectividade básica da rede. O comando ping usa o ICMP (Internet Control Message Protocol – Protocolo de Mensagens de Controle da Internet). O comando traceroute é uma ferramenta ideal para descobrir para onde estão sendo enviados os dados em uma rede. O comando traceroute é semelhante ao comando ping, exceto que, em vez de testar a conectividade ponta a ponta, o traceroute testa cada etapa ao longo do caminho. Essa operação pode ser realizada tanto no nível EXEC do usuário quanto privilegiado. Neste exemplo, está sendo rastreado o caminho de York para Rome. Ao longo do caminho, deve-se passar por London e Paris. Se um desses roteadores não puder ser alcançado, serão retornados três asteriscos (*) em vez do nome do roteador. O comando traceroute continuará tentando alcançar a próxima etapa até que seja usada a seqüência de escape Ctrl- Shift-6. Um teste básico de verificação também enfoca a camada de rede. Use o comando show ip route para determinar se existe uma entrada para a rede de destino na tabela de roteamento. Esse comando será discutido em maior profundidade em outro módulo deste curso. O procedimento para utilização do comando ping é o seguinte: • ping endereço IP ou nome do destino; • pressionar a tecla Enter. O procedimento para utilização do comando traceroute é o seguinte: • traceroute endereço IP ou nome do destino; • pressionar a tecla Enter.
  • 49. 49 4.2.6 Solucionando problemas de endereçamento IP Os problemas de endereçamento são os problemas mais comuns que ocorrem em redes IP. Os três comandos a seguir são usados para solucionar problemas relacionados aos endereços: • ping usa o protocolo ICMP para verificar a conexão de hardware e o endereço IP da camada de rede. Esse é um mecanismo básico de teste. • telnet verifica o software da camada de aplicação entre a origem e o destino. Este é o mecanismo de teste mais completo que existe. • traceroute permite a localização de falhas no caminho entre a origem e o destino. O rastreamento usa valores de tempo de vida restante para gerar mensagens de cada roteador ao longo do caminho. Resumo Devem ter sido compreendidos os importantes conceitos a seguir: • Ativação e desativação do CDP; • Utilização do comando show cdp neighbors; • Determinação de quais dispositivos vizinhos estão conectados a quais interfaces locais; • Obtenção de informações de endereços de rede sobre dispositivos vizinhos usando o CDP; • Estabelecimento de uma conexão Telnet; • Verificação de uma conexão Telnet; • Desconexão de uma sessão Telnet; • Suspensão de uma sessão Telnet; • Realização de testes alternativos de conectividade; • Resolução de problemas de conexões de terminais remotos.
  • 50. 50 CAPITULO 05 - Gerenciamento do Software Cisco IOS Visão Geral Um roteador Cisco não pode operar sem o Cisco Internetworking Operating System (IOS). Cada roteador Cisco tem uma seqüência de inicialização predeterminada para localizar e carregar o IOS. Este módulo descreverá os estágios e a importância desse procedimento de inicialização. Os dispositivos de interconexão de redes Cisco operam com o uso de vários arquivos diferentes, incluindo arquivos de imagens do Cisco Internetwork Operating System (IOS) e arquivos de configuração. Um administrador de redes que deseje manter a rede funcionando sem problemas e de forma confiável deve gerenciar atentamente esses arquivos para garantir o uso das versões corretas e a execução dos backups necessários. Este módulo também descreve o sistema de arquivos utilizado pela Cisco e fornece as ferramentas para gerenciá-lo com eficiência. Ao concluírem este módulo, os alunos deverão ser capazes de: • Identificar os estágios da seqüência de inicialização do roteador • Determinar como um dispositivo Cisco localiza e carrega o Cisco IOS • Usar o comando boot system • Identificar os valores do configuration-register • Descrever resumidamente os arquivos usados pelo Cisco IOS e suas funções • Listar a localização no roteador para os diferentes tipos de arquivo • Descrever resumidamente as partes que compõem o nome do IOS • Salvar e restaurar arquivos de configuração usando o TFTP e o recurso de cópia e colagem de textos (copy-and-paste)
  • 51. 51 • Carregar uma imagem do IOS usando o TFTP • Carregar uma imagem do IOS usando o XModem • Verificar o sistema de arquivos usando os comandos show 5.1 Seqüência de Inicialização e Verificação do Roteador 5.1.1 Inicialização iniciada ao ligar o roteador (Power-on boot sequence) O objetivo das rotinas de inicialização do software Cisco IOS é iniciar a operação do roteador. O roteador deve proporcionar desempenho confiável no seu trabalho de conectar quaisquer redes configuradas. Para isso, as rotinas de inicialização devem: • Testar o hardware do roteador. • Encontrar e carregar o software Cisco IOS. • Localizar e aplicar as instruções de configuração, inclusive as que determinam as funções dos protocolos e os endereços das interfaces. A Figura ilustra a seqüência e os serviços usados para inicializar o roteador. 5.1.2 Como um dispositivo Cisco localiza e carrega o IOS A origem padrão para o software Cisco IOS depende da plataforma de hardware, porém o mais comum é que o roteador verifique os comandos boot system salvos na NVRAM. O software Cisco IOS permite o uso de várias alternativas para este comando. Outras origens podem ser especificadas para carregar o software, ou o roteador pode usar sua própria seqüência (fallback sequence) para localizar e carregar o software, caso não encontre uma que tenha sido especificada antes.