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ARTIGO ORIGINAL

Avaliação isocinética da musculatura envolvida na
flexão e extensão do tronco: efeito do método Pilates®
Inélia Ester Garcia Garcia Kolyniak1, Sonia Maria de Barros Cavalcanti1,2 e Marcelo Saldanha Aoki2



RESUMO                                                                       Palavras-chave: Treinamento. Pilates ©. Músculos. Extensão. Flexão. Tronco.

   O desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e fle-             Palabras-clave: Entrenamiento. Pilates ©. Músculos. Extensión. Flexión. Tronco.

xores do tronco é um forte indício para o desenvolvimento de dis-
túrbios da coluna lombar. O objetivo do presente trabalho foi ava-
liar o efeito do método Pilates ® sobre a função de extensores e             potencia – 30%, p = 0,0002; cantidad total de trabajo – 21%, p =
flexores do tronco. Para tanto, foram selecionadas 20 pessoas (16            0,002) en relación al período pre-entrenamento. Con relación a los
mulheres com idade média de 34,06 ± 7,21; quatro homens com                  músculos flexores, fue detectado un discreto aumento para traba-
idade média de 33,5 ± 6,68 anos) com habilidade para executar os             jo total (10%, p = 0,0003) y para cantidad total de trabajo (10%, p
exercícios do nível intermediário-avançado, que completaram 25               = 0,002). Analizando la relación flexo-extensor en todos los pará-
sessões durante 12 semanas. Os voluntários foram submetidos                  metros fue detectado una reducción significativa en relación a los
ao teste isocinético de avaliação da flexão e extensão do tronco no          índices obtenidos en el pre-entrenamiento (pico de torque – 24%,
início e ao final do período de treinamento. A função dos extenso-           p = 0,0001; trabajo total – 23%, p = 0,002; potencia – 25%, p =
res do tronco apresentou aumento em todos parâmetros analisa-                0,01; cantidad total de trabajo – 14%, p = 0,04). El método Pilates®
dos (pico de torque – 25%, p = 0,0004; trabalho total – 28%, p =             (nivel intermediario–avanzado) se mostró como una eficiente he-
0,0002; potência – 30%, p = 0,0002; quantidade total de trabalho –           rramienta para el fortalecimiento de la musculatura extensora del
21%, p = 0,002) em relação ao período pré-treinamento. Com rela-             tronco, atenuando el desequilibrio entre la función de los múscu-
ção aos músculos flexores, foi detectado discreto aumento para               los comprendidos en la extensión y flexión del tronco.
trabalho total (10%, p = 0,0003) e para quantidade total de traba-
lho (10%, p = 0,002). Analisando a razão flexor:extensor, em todos
os parâmetros, foi detectada redução significativa em relação aos            INTRODUÇÃO
índices obtidos no pré-treinamento (pico de torque – 24%, p =                   A incapacidade de estabilização da coluna vertebral causada pelo
0,0001; trabalho total – 23%, p = 0,002; potência – 25%, p = 0,01;           desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e flexores
quantidade total de trabalho – 14%, p = 0,04). O método Pilates ®            do tronco é um forte indício para o desenvolvimento de distúrbios
(nível intermediário-avançado) mostrou-se uma eficiente ferramenta           da coluna lombar(1). Atualmente, existem evidências que sugerem
para o fortalecimento da musculatura extensora do tronco, atenu-             a inclusão de exercícios voltados para o fortalecimento dos mús-
ando o desequilíbrio entre a função dos músculos envolvidos na               culos envolvidos na flexão e extensão do tronco nos programas de
extensão e flexão do tronco.                                                 prevenção e reabilitação da dor na região da coluna lombar (lom-
                                                                             balgia)(2,3).
RESUMEN                                                                         A lombalgia é um dos mais comuns problemas da sociedade
                                                                             moderna, representando grande parcela de gastos na área de saú-
Evaluación isocinética de la musculatura comprendida en la                   de pública. Dados epidemiológicos demonstram que, nos Estados
flexion y en la extensión del tronco: efecto del método Pila-                Unidos da América, a lombalgia é a causa mais freqüente de inca-
tes ®                                                                        pacidade física para o trabalho em pessoas com menos de 45
   El desequilibrio entre la función de los músculos extensores y            anos(4). Estima-se que o gasto anual relacionado a esse problema
flexores del tronco es un fuerte indicio para el desarrollo de disturbi-     (custos médicos e indenizações) ficou em torno de 20 bilhões de
os de la columna lumbar. El objetivo del presente trabajo fue avalu-         dólares durante a década de 90(5,6). A previsão para a próxima déca-
ar el efecto del método Pilates® sobre la función de los extensores          da é de que esses gastos superem 50 bilhões de dólares(5,6).
y flexores del tronco. Por tanto, fueron seleccionadas 20 personas              A dificuldade de prevenção e tratamento da lombalgia é devida
(16 mujeres con edad media: 34,06 ± 7,21; 4 hombres con edad                 a sua etiologia ser multifatorial e também devido ao fato de que
media 33,5 ± 6,68) con habilidad para ejecutar los ejercicios de             muitas das suas causas ainda permanecem desconhecidas. Fre-
nivel intermediario-avanzado, que completaran 25 sesiones duran-             qüentemente, a lombalgia está associada ao sedentarismo, sendo
te 12 semanas. Los voluntarios fueron sometidos al test isocinéti-           considerada uma das mais comuns doenças hipocinéticas(7-10). Ape-
co de evaluación de la flexión y extensión del tronco en el inicio y al      sar de evidências teóricas apontarem para a importância da ativi-
final del período de entrenamiento. La función de los extensores             dade física na prevenção da lombalgia, não existem recomenda-
del tronco presentó aumento en todos los parámetros analizados               ções específicas para a elaboração de programas de treinamento
(pico de torque – 25%, p = 0,0004; trabajo total – 28%, p = 0,0002;          na prevenção desse problema(11).
                                                                                O método Pilates ® desenvolvido por Jopeph Pilates no início da
1. Pilates Studio®, São Paulo, Brasil.                                       década de 1920 tem como base um conceito denominado de con-
2. Laboratório de Fisiologia do Exercício – Faculdade de Educação Física –   trologia(12). Segundo Pilates(12), contrologia é o controle consciente
   Centro Universitário UniFMU, São Paulo, Brasil.                           de todos os movimentos musculares do corpo. É a correta utiliza-
Recebido em 11/8/04. 2a versão recebida em 2/11/04. Aceito em 3/11/04.       ção e aplicação dos mais importantes princípios das forças que
Endereço para correspondência: Prof. Dr. Marcelo Saldanha Aoki, Prédio       atuam em cada um dos ossos do esqueleto, com o completo co-
20 – Faculdade de Educação Física – UniFMU, Laboratório de Fisiologia do     nhecimento dos mecanismos funcionais do corpo, e o total enten-
Exercício, Rua Galvão Bueno, 707 – 01506-000 – São Paulo, SP. E-mail:        dimento dos princípios de equilíbrio e gravidade aplicados a cada
saldanha@fmu.br                                                              movimento, no estado ativo, em repouso e dormindo. Os exercí-
Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004                                                                                                    487
cios do método Pilates ® são, na sua maioria, executados na posi-          introduzidos no sistema intermediário, com hiperextensão do tronco
ção deitada, havendo diminuição dos impactos nas articulações de           são: pulling straps I e II e swan on the barrel. E finalmente, os
sustentação do corpo na posição ortostática e, principalmente, na          exercícios de fortalecimento do power house: stomach masage,
coluna vertebral, permitindo recuperação das estruturas muscula-           short box, teaser, long stretch, realizados no Reformer ; série dos
res, articulares e ligamentares particularmente da região sacrolom-        abdominais do Mat (single leg stretch, double leg stretch, single
bar(12,13). O sistema básico inclui um programa de exercícios que          straight, double straight, criss cross) e na Wunda-chair, os exercí-
fortalecem a musculatura abdominal e paravertebral, bem como               cios: pushing down with hands, pull e teaser.
os de flexibilidade da coluna, além de exercícios para o corpo todo.
Já no sistema intermediário-adiantado são introduzidos, gradual-              Avaliação isocinética da função de flexão e extensão do
mente, exercícios de extensão do tronco, além de outros exercí-               tronco
cios para o corpo todo, procurando melhorar a relação de equilíbrio           O método de avaliação isocinética utilizado é objetivo e reprodu-
agonista-antagonista(12-14). Uma vez que o método Pilates ® preco-         tível da avaliação muscular(15,16). Os indivíduos foram avaliados, antes
niza a melhoria das relações musculares (agonista e antagonista),          e após as sessões de treinamento, através do equipamento Cy-
o nosso objetivo foi testar o efeito desse método de treinamento           bex ® 6000, módulo TFE (Trunk Flexion Extension), de maneira idên-
sobre o torque isocinético dos extensores e flexores do tronco             tica: com fixação dos mesmos na altura dos membros inferiores,
medido a velocidade angular de 120 graus por segundo.                      deixando livre, apenas o movimento de flexão e extensão do tron-
                                                                           co. O eixo do movimento é fixado na altura da articulação L5-S1,
                                                                           tendo sido feitas duas repetições isocinéticas concêntricas a 120
MATERIAL E MÉTODOS                                                         graus por segundo em cada avaliação; foi permitido ao indivíduo
                                                                           fazer todo o movimento de que fosse capaz, dentro dos parâme-
  Amostra
                                                                           tros mensuráveis do equipamento. A velocidade angular de 120
   Participaram voluntariamente do estudo 20 pessoas (16 mulhe-            graus por segundo foi escolhida por ser considerada mais segura
res com idade média de 34,06 ± 7,21 anos; 4 homens com idade               para testes de flexão e extensão de coluna(17). Os parâmetros ava-
média de 33,5 ± 6,68 anos) com habilidade para executar os exer-           liados foram: pico de torque (máximo de torque atingido na veloci-
cícios do nível intermediário-avançado, que completaram, durante           dade em que o teste foi realizado, dado em newtons por metro),
12 semanas, 25 sessões ministradas por um instrutor qualificado.           trabalho total da melhor repetição expresso em joules, potência
Os indivíduos selecionados para participar da amostra eram exclu-          (indicador do trabalho na unidade do tempo expressa em watts) e
sivamente praticantes do método Pilates ©, portanto, não realizan-         quantidade total de trabalho e a relação entre os valores encontra-
do nenhum outro tipo de treinamento físico. Também foram sele-             dos na flexão e extensão do tronco. Os testes isocinéticos foram
cionados para participar do estudo indivíduos que já teriam passado        realizados no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC-FMUSP.
pelo nível inicial do método Pilates ©. Seguindo a resolução especí-
fica do Conselho Nacional de Saúde (no 196/96), todos os partici-
pantes foram informados detalhadamente sobre os procedimen-                                                  TABELA 1
tos utilizados e concordaram em participar de maneira voluntária                 Determinação do pico de torque (PT), trabalho total (TT), potência
do estudo, assinando um termo de consentimento informado e                       e quantidade de trabalho total (QTT) no teste isocinético realizado
proteção da privacidade.                                                            a 120 graus de velocidade angular dos extensores do tronco

  Descrição do método Pilates ®                                                                 PT (N.m-1)             TT (J)          Potência (W)            QTT (J)

   As sessões de treinamento, com duração média de 45 minutos,             Pré (n = 20)       132,6 ± 36,0*       128,9 ± 39,4*       136,2 ± 36,8*       479,2 ± 147,2*
                                                                           Pós (n = 20)       166,8 ± 34,4*       166,1 ± 40,9*       177,9 ± 40,1*       580,0 ± 149,0*
foram dadas em cinco turmas de quatro participantes por vez, em
                                                                           P                     0,0004              0,0002              0,0002               0,002
nível intermediário-avançado, usando-se aparelhos específicos do
                                                                           * diferença estatística em relação à situação pré-treinamento. O nível mínimo de significância (P)
método: Reformer, Cadilac, Wunda-chair, Electric-chair, Pedi-pull,           estabelecido foi de p < 0,05. N.m-1 = newtons por metro; J = joules; W = watts.
Barrel, Magic circles, bem como, exercícios sem aparelhos (Mat)(13).
A sessão de treinamento iniciou-se no aparelho Reformer, no qual
foram realizados os seguintes exercícios: foot work series, the                                              TABELA 2
hundred, short spine massage, coordination, rowing III-IV-V-VI,                  Determinação do pico de torque (PT), trabalho total (TT), potência
pulling straps I e II, backstroke with reverse, teaser, short box se-            e quantidade de trabalho total (QTT) no teste isocinético realizado
ries, long stretch, down stretch, elephant, stomach massage (round,                  a 120 graus de velocidade angular dos flexores do tronco

hands back, reach up, twist), tendon stretch, semi-circle, chest-                               PT (N.m-1)             TT (J)          Potência (W)            QTT (J)
expansion, thigh stretch, arm-circles with variation, corkscrew, leg
circles frog, knee stretch series, running, pelvic lift. Entre o exercí-   Pré (n = 20)        169,0 ± 22,6       187,9 ± 29,1*       202,0 ± 40,6*       715,2 ± 022,8*
                                                                           Pós (n = 20)        171,6 ± 21,3       206,6 ± 25,7*       213,2 ± 25,9*       780,8 ± 106,9*
cio rowing e o pulling straps, foi realizado o exercício swan no apa-      P                       0,1               0,0003                0,2                0,002
relho Barrel. Subseqüentemente, foram realizados os exercícios
                                                                           * diferença estatística em relação à situação pré-treinamento. O nível mínimo de significância (P)
sem aparelhos (Mat ): single leg stretch, double leg stretch, single         estabelecido foi de p < 0,05. N.m-1 = newtons por metro; J = joules; W = watts.
straight, double straight, criss cross. Após os exercícios sem apa-
relhos (Mat ), foi utilizado o aparelho Wunda-chair com os respecti-
vos exercicícios: pushing down with hands, pull up, balance con-                                               TABELA 3
trol front, the table, teaser. Na seqüência foi utilizado o aparelho                Determinação da razão flexor:extensor no pico de torque (PT),
Cadillac com os respectivos exercícios: leg circle, walking, beats,               trabalho total (TT), potência e quantidade total de trabalho (QTT)
                                                                                   durante o teste isocinético realizado a 120 graus de velocidade
pull up hanging. A sessão foi finalizada no aparelho Pedi-pull, no                                 angular dos extensores do tronco
qual foi realizado o exercício chest expansion seguido da série de
Magic circles.                                                                                  PT (N.m-1)             TT (J)          Potência (W)            QTT (J)
   Os exercícios para alongamento e fortalecimento dos extenso-
                                                                           Pré (n = 20)       133,9 ± 40,6*       158,3 ± 48,5*       160,5 ± 54,2*        162,1 ± 50,4*
res da coluna, realizados sem hiperextensão do tronco, são short           Pós (n = 20)       107,6 ± 29,4*       128,9 ± 40,0*       128,3 ± 38,0*        142,1 ± 45,0*
box (round, flat side to side e tree); stomach massage (round, han-        P                     0,0001               0,002               0,01                 0,04
ds back, reach up, twist). Posteriormente, são introduzidos no sis-        * diferença estatística em relação à situação pré-treinamento. O nível mínimo de significância (P)
tema avançado os exercícios: rowing III, IV, V e VI. Já os exercícios        estabelecido foi de p < 0,05. N.m-1 = newtons por metro; J = joules; W = watts.

488                                                                                                                  Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004
Análise estatística                                                  sos resultados demonstraram que o método Pilates ® foi eficiente
   Os valores médios dos dados obtidos nas duas avaliações pré-         em promover aumento em todos os parâmetros avaliados (pico de
treinamento e pós-treinamento foram comparados através do tes-          torque, trabalho total, potência e quantidade de trabalho total) du-
te t de Student para amostras dependentes com nível de signifi-         rante a extensão do tronco em relação ao valor pré-treinamento.
cância de p < 0,05.                                                     Além disso, também verificamos que esse aumento foi responsá-
                                                                        vel pela queda na relação flexores:extensores em todos os parâ-
                                                                        metros avaliados (pico de torque, trabalho total, potência e quanti-
RESULTADOS                                                              dade de trabalho total), aproximando-a do valor ideal considerado
                                                                        100 (equilíbrio entre flexores e extensores).
   A função dos extensores do tronco apresentou aumento em                 Com relação aos flexores foi detectada melhora discreta no tra-
todos parâmetros analisados (pico de torque – 25%, p = 0,0004;          balho total e na quantidade de trabalho total. No estudo de Greve
trabalho total – 29%, p = 0,0002; potência – 30%, p = 0,0002;           et al.(27), ao comparar indivíduos sedentários e treinados, foi cons-
quantidade total de trabalho – 21%, p = 0,002) em relação ao pe-        tatado que a função dos flexores do tronco (torque, trabalho e po-
ríodo pré-treinamento. Com relação aos músculos flexores, foi de-       tência) era semelhante, indicando que a musculatura flexora do
tectado discreto aumento para trabalho total (10%, p = 0,0003) e        tronco é menos suscetível à falta de treinamento. Através dos
para quantidade total de trabalho (10%, p = 0,002). Analisando a        nossos resultados podemos constatar que a musculatura envolvi-
razão flexor:extensor, em todos os parâmetros foi detectada redu-       da na flexão também foi menos responsiva ao estímulo do método
ção significativa em relação aos índices obtidos no pré-treinamen-      Pilates ®. Apesar de existir uma crença de que o reforço da muscu-
to (pico de torque – 24%, p = 0,0001; trabalho total – 23%, p =         latura flexora do tronco (músculos abdominais) é uma prioridade
0,002; potência – 25%, p = 0,01; quantidade total de trabalho –         nos programas de exercício e reabilitação da coluna lombar, evi-
14%, p = 0,04).                                                         dências recentes não confirmam essa hipótese(28). Acreditava-se
                                                                        que o aumento da pressão intra-abdominal reduziria a compressão
                                                                        sobre a espinha e os discos intervertebrais, atenuando dessa for-
DISCUSSÃO
                                                                        ma a lombalgia. Entretanto, em uma recente revisão da literatura
   O funcionamento da coluna lombar de seres humanos é único.           não foi possível comprovar essa relação entre aumento da pres-
Em outros primatas, observa-se postura curvada para frente sem          são intra-abdominal e atenuação da lombalgia(28). Além disso, a pres-
lordose. A lordose é freqüente em quadrúpedes; entretanto, nes-         são intra-abdominal não é aumentada durante a contração dos
ses animais a espinha não funciona sobre força axial, como em           músculos abdominais(29). Também foi observado que o treinamen-
seres humanos, que mantêm a postura ereta. O músculo respon-            to de força com ênfase sobre essa musculatura não foi eficiente
sável pela manutenção da postura lordódica nos seres humanos é          em promover aumento da pressão intra-abdominal(29).
o multífido. A função desse músculo está relacionada à extensão
do tronco. Tem sido demonstrado que a função do multífido está
                                                                        CONCLUSÃO
prejudicada em pacientes com lombalgia(18-21). Por outro lado, a fun-
ção dos flexores do tronco parece não ser alterada em pacientes            Existem evidências convincentes de que a realização de um pro-
com lombalgia, reforçando a maior importância da realização de          grama de exercícios com ênfase no fortalecimento da musculatu-
exercícios para a musculatura extensora(22). O sedentarismo está        ra extensora do tronco restaura a função da coluna lombar e pode
diretamente relacionado ao enfraquecimento da musculatura en-           prevenir o surgimento da lombalgia. O método Pilates ® (nível inter-
volvida na extensão do tronco e, conseqüentemente, é considera-         mediário-avançado) mostrou-se eficiente para promover aumento
do fator de risco para a etiologia da lombalgia(23,24).                 do pico de torque, trabalho total, potência e quantidade de traba-
   Em um recente estudo(25) foi observado que pacientes com lom-        lho total dos músculos relacionados à extensão do tronco. Esses
balgia apresentavam 40% de decréscimo na força de extensores            resultados indicam que esse método de treinamento pode ser uti-
do tronco em relação a indivíduos assintomáticos (grupo controle).      lizado como estratégia para o fortalecimento dessa musculatura,
Após o treinamento de força com ênfase nos extensores do tron-          atenuando o desequilíbrio entre a função dos músculos envolvidos
co por oito semanas, os pacientes apresentaram ganho de 100%            na extensão e flexão do tronco.
na força desses músculos em relação ao início do treinamento. Já
no grupo controle o ganho foi de apenas 10% em relação ao valor
                                                                        AGRADECIMENTOS
inicial. Ainda nesse estudo foram realizadas imagens de ressonân-
cia magnética na secção transversa do multífido, que demonstra-            Agradecemos ao Prof. José Elias de Proença e ao Instituto de Ortopedia
ram que em pacientes com lombalgia foi detectada hipertrofia desse      e Traumatologia do HC-FMUSP o inestimável auxílio para a realização des-
músculo após o treinamento. Uma limitação do presente estudo            te trabalho.
foi a falta do grupo controle, porém, de acordo com estudo condu-
zido por Mooney et al.(25), ficou comprovado que em indivíduos          Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito
sedentários (grupo controle) o ganho de força foi insignificante em     de interesses referente a este artigo.
relação ao marcante aumento observado no grupo treinado. Nos-
sos resultados demonstraram que em todos parâmetros avaliados
(pico de torque, 25%; trabalho total, 30%; potência, 30%; e quan-       REFERÊNCIAS
tidade de trabalho total, 21%), foi constatado aumento significati-     1. Lee J-H, Hoshino Y, Nakamura K, Kariya Y, Saita K, Ito K. Trunk muscles weak-
vo no valor pós-treinamento em relação ao valor pré-treinamento.           ness as a risk factor for low back pain: a 5-year prospective study. Spine 1999;
   Outro estudo, também utilizando treinamento de força para mús-          24:54-7.
culos extensores do tronco, acompanhou 400 indivíduos que re-           2. Rissanen A, Kalimo H, Alaranta H. Effect of intensive training on the isokinetic
portavam lombalgia por um ano(26). Após oito semanas de treina-            strength and structure of lumbar muscles in patients with chronic low back pain.
                                                                           Spine 1995;20:333-40.
mento (duas vezes por semana), 80% dos participantes reportaram
                                                                        3. Flory PD, Rivenburgh DW, Stinson JT. Isokinetic back testing in the athlete. Clin
atenuação dos sintomas da lombalgia. Após um ano de estudo,                Sports Med 1993;12:529-46.
houve apenas 11% de reutilização de serviços médicos devido à           4. Cunningham LS, Kelsey JL. Epidemiology of musculoskeletal impairments and
lombalgia.                                                                 associated disability. Am J Public Health 1984;74:574-9.
   Em um estudo de caso, Blum(14) reportou que o método Pilates ®       5. Frymoyer JW, Cats-Baril WL. An overview of the incidences and costs of low
foi eficiente no tratamento de uma paciente com escoliose. Nos-            back pain. Orthop Clin North Am 1991;22:263-71.

Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004                                                                                                 489
6. Nachemson AL. Newest knowledge of low back pain: a critical look. Clin Orthop       19. Parkkola R, Rytokoski U, Kormano M. Magnetic resonance imaging of the discs
    1992;279:8-20.                                                                          and trunk muscles in patients with chronic low back pain and healthy control
 7. Cady ID, Bischoff DP, O’Connell ER, Thomas PC, Allan JH. Strength and fitness           subjects. Spine 1993;18:830-6.
    and subsequent back injuries in firefighters. J Occup Med 1979;21:269-72.           20. Robinson ME, Cassisi JE, O’Connor PD, Macmillan M. Lumbar iEMG during
 8. Nachemson AL, Lindh M. Measurements of abdominal and back muscle strength               isotonic exercise: chronic low back pain patients versus controls. J Spinal Dis-
    with and without low back pain. Scand J Rehabil Med 1969;1:60-3.                        ord 1992;5:8-15.
 9. Tan JC, Parnianpour M, Nordin M, Hofer H, Willems B. Isometric maximal and          21. Shirado O, Kaneda K, Ito T. Trunk-muscle strength during concentric and eccen-
    submaximal trunk extension at different flexed positions in standing. Triaxial          tric contraction: a comparison between healthy subjects and patients with chronic
    torque output and EMG. Spine 1993;18:2480-90.                                           low-back pain. J Spinal Disord 1992;5:175-82.
10. Bortz W. The disuse syndrome. West J Med 1984;141:691-4.                            22. Flicker PL, Fleckenstein JL, Ferry K, Payne J, Ward C, Mayer T, et al. Lumbar
11. Bigos SJ, Bower R, Braen G. Acute low back pain problems in adults. Clinical            muscle usage in chronic low back pain. Magnetic resonance image evaluation.
    practice guideline, quick reference guide no. 14. AHCPR Pub. no. 95-0643. Rock-         Spine 1993;18:582-6.
    ville, MD: US. Department of Health and Human Services, Public Health Ser-          23. Davies JE, Gibson T, Tester L. The value of exercises in the treatment of low
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                                                                                        24. Grimby G, Hook O. Physical training of different patient groups. Scand J Rehabil
    contrology and your health. In: Sean P, Gallagher PT, Romana Kryzanowska, ed-
                                                                                            Med 1971;3:15-25.
    itors. Philadelphia: Bain Bridge Books, 2000.
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    ing. Philadelphia: Bain Bridge Books, 1999.                                             tionships between myoelectric activity, strength and MRI of lumbar extensor
                                                                                            muscles in back pain and normal subjects. J Spinal Disord 1997;10:348-56.
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    Manipulative Physiol Ther 2002;25:E3.                                               26. Legget S, Mooney V, Matheson LN, Nelson B, Dreisinger T, Van Zytveld J, et al.
                                                                                            Restorative exercise for clinical low back pain. A prospective two-center study
15. Madsen O. Trunk extensor and flexor strength measured by the Cybex 6000
                                                                                            with 1-year follow-up. Spine 1999;24:889-98.
    dynamometer: assessment of short-term and long-term reproducibility of sever-
    al strength variables. Spine 1996;21:2770-6.                                        27. Greve JMD, Terreri AS, Plapler PG. Avaliação do torque isocinético flexor e ex-
16. Karatas GK, Göðüs F, Meray J. Reliability of isokinetic trunk muscle strength           tensor do tronco em atletas e sedentários normais. Rev Hosp Clin Fac Med Sao
    measurement. Am J Phys Med Rehabil 2002;81:79-85.                                       Paulo 1997;52:154-8.
17. Watkins MP, Harris BA. Evaluation of isokinetic muscle performance. Clin Sports     28. Van Poppel MN, De Looze MP, Koes BW, Smid T, Bouter LM. Mechanisms of
    Med 1983;2:37-53.                                                                       action of lumbar supports: a systematic review. Spine 2000;25:2103-13.
18. Alaranta H, Tallroth K, Soukka A, Heliovaara M. Fat content in lumbar extensor      29. Hemborg B, Moritz U, Lowing H. Intra-abdominal pressure and trunk muscle
    muscles and low back disability: a radiographic and clinical comparison. J Spinal       activity during lifting. IV. The causal factors of intra-abdominal pressure rise.
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490                                                                                                                         Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004

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Efeito metodo pilates

  • 1. ARTIGO ORIGINAL Avaliação isocinética da musculatura envolvida na flexão e extensão do tronco: efeito do método Pilates® Inélia Ester Garcia Garcia Kolyniak1, Sonia Maria de Barros Cavalcanti1,2 e Marcelo Saldanha Aoki2 RESUMO Palavras-chave: Treinamento. Pilates ©. Músculos. Extensão. Flexão. Tronco. O desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e fle- Palabras-clave: Entrenamiento. Pilates ©. Músculos. Extensión. Flexión. Tronco. xores do tronco é um forte indício para o desenvolvimento de dis- túrbios da coluna lombar. O objetivo do presente trabalho foi ava- liar o efeito do método Pilates ® sobre a função de extensores e potencia – 30%, p = 0,0002; cantidad total de trabajo – 21%, p = flexores do tronco. Para tanto, foram selecionadas 20 pessoas (16 0,002) en relación al período pre-entrenamento. Con relación a los mulheres com idade média de 34,06 ± 7,21; quatro homens com músculos flexores, fue detectado un discreto aumento para traba- idade média de 33,5 ± 6,68 anos) com habilidade para executar os jo total (10%, p = 0,0003) y para cantidad total de trabajo (10%, p exercícios do nível intermediário-avançado, que completaram 25 = 0,002). Analizando la relación flexo-extensor en todos los pará- sessões durante 12 semanas. Os voluntários foram submetidos metros fue detectado una reducción significativa en relación a los ao teste isocinético de avaliação da flexão e extensão do tronco no índices obtenidos en el pre-entrenamiento (pico de torque – 24%, início e ao final do período de treinamento. A função dos extenso- p = 0,0001; trabajo total – 23%, p = 0,002; potencia – 25%, p = res do tronco apresentou aumento em todos parâmetros analisa- 0,01; cantidad total de trabajo – 14%, p = 0,04). El método Pilates® dos (pico de torque – 25%, p = 0,0004; trabalho total – 28%, p = (nivel intermediario–avanzado) se mostró como una eficiente he- 0,0002; potência – 30%, p = 0,0002; quantidade total de trabalho – rramienta para el fortalecimiento de la musculatura extensora del 21%, p = 0,002) em relação ao período pré-treinamento. Com rela- tronco, atenuando el desequilibrio entre la función de los múscu- ção aos músculos flexores, foi detectado discreto aumento para los comprendidos en la extensión y flexión del tronco. trabalho total (10%, p = 0,0003) e para quantidade total de traba- lho (10%, p = 0,002). Analisando a razão flexor:extensor, em todos os parâmetros, foi detectada redução significativa em relação aos INTRODUÇÃO índices obtidos no pré-treinamento (pico de torque – 24%, p = A incapacidade de estabilização da coluna vertebral causada pelo 0,0001; trabalho total – 23%, p = 0,002; potência – 25%, p = 0,01; desequilíbrio entre a função dos músculos extensores e flexores quantidade total de trabalho – 14%, p = 0,04). O método Pilates ® do tronco é um forte indício para o desenvolvimento de distúrbios (nível intermediário-avançado) mostrou-se uma eficiente ferramenta da coluna lombar(1). Atualmente, existem evidências que sugerem para o fortalecimento da musculatura extensora do tronco, atenu- a inclusão de exercícios voltados para o fortalecimento dos mús- ando o desequilíbrio entre a função dos músculos envolvidos na culos envolvidos na flexão e extensão do tronco nos programas de extensão e flexão do tronco. prevenção e reabilitação da dor na região da coluna lombar (lom- balgia)(2,3). RESUMEN A lombalgia é um dos mais comuns problemas da sociedade moderna, representando grande parcela de gastos na área de saú- Evaluación isocinética de la musculatura comprendida en la de pública. Dados epidemiológicos demonstram que, nos Estados flexion y en la extensión del tronco: efecto del método Pila- Unidos da América, a lombalgia é a causa mais freqüente de inca- tes ® pacidade física para o trabalho em pessoas com menos de 45 El desequilibrio entre la función de los músculos extensores y anos(4). Estima-se que o gasto anual relacionado a esse problema flexores del tronco es un fuerte indicio para el desarrollo de disturbi- (custos médicos e indenizações) ficou em torno de 20 bilhões de os de la columna lumbar. El objetivo del presente trabajo fue avalu- dólares durante a década de 90(5,6). A previsão para a próxima déca- ar el efecto del método Pilates® sobre la función de los extensores da é de que esses gastos superem 50 bilhões de dólares(5,6). y flexores del tronco. Por tanto, fueron seleccionadas 20 personas A dificuldade de prevenção e tratamento da lombalgia é devida (16 mujeres con edad media: 34,06 ± 7,21; 4 hombres con edad a sua etiologia ser multifatorial e também devido ao fato de que media 33,5 ± 6,68) con habilidad para ejecutar los ejercicios de muitas das suas causas ainda permanecem desconhecidas. Fre- nivel intermediario-avanzado, que completaran 25 sesiones duran- qüentemente, a lombalgia está associada ao sedentarismo, sendo te 12 semanas. Los voluntarios fueron sometidos al test isocinéti- considerada uma das mais comuns doenças hipocinéticas(7-10). Ape- co de evaluación de la flexión y extensión del tronco en el inicio y al sar de evidências teóricas apontarem para a importância da ativi- final del período de entrenamiento. La función de los extensores dade física na prevenção da lombalgia, não existem recomenda- del tronco presentó aumento en todos los parámetros analizados ções específicas para a elaboração de programas de treinamento (pico de torque – 25%, p = 0,0004; trabajo total – 28%, p = 0,0002; na prevenção desse problema(11). O método Pilates ® desenvolvido por Jopeph Pilates no início da 1. Pilates Studio®, São Paulo, Brasil. década de 1920 tem como base um conceito denominado de con- 2. Laboratório de Fisiologia do Exercício – Faculdade de Educação Física – trologia(12). Segundo Pilates(12), contrologia é o controle consciente Centro Universitário UniFMU, São Paulo, Brasil. de todos os movimentos musculares do corpo. É a correta utiliza- Recebido em 11/8/04. 2a versão recebida em 2/11/04. Aceito em 3/11/04. ção e aplicação dos mais importantes princípios das forças que Endereço para correspondência: Prof. Dr. Marcelo Saldanha Aoki, Prédio atuam em cada um dos ossos do esqueleto, com o completo co- 20 – Faculdade de Educação Física – UniFMU, Laboratório de Fisiologia do nhecimento dos mecanismos funcionais do corpo, e o total enten- Exercício, Rua Galvão Bueno, 707 – 01506-000 – São Paulo, SP. E-mail: dimento dos princípios de equilíbrio e gravidade aplicados a cada saldanha@fmu.br movimento, no estado ativo, em repouso e dormindo. Os exercí- Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004 487
  • 2. cios do método Pilates ® são, na sua maioria, executados na posi- introduzidos no sistema intermediário, com hiperextensão do tronco ção deitada, havendo diminuição dos impactos nas articulações de são: pulling straps I e II e swan on the barrel. E finalmente, os sustentação do corpo na posição ortostática e, principalmente, na exercícios de fortalecimento do power house: stomach masage, coluna vertebral, permitindo recuperação das estruturas muscula- short box, teaser, long stretch, realizados no Reformer ; série dos res, articulares e ligamentares particularmente da região sacrolom- abdominais do Mat (single leg stretch, double leg stretch, single bar(12,13). O sistema básico inclui um programa de exercícios que straight, double straight, criss cross) e na Wunda-chair, os exercí- fortalecem a musculatura abdominal e paravertebral, bem como cios: pushing down with hands, pull e teaser. os de flexibilidade da coluna, além de exercícios para o corpo todo. Já no sistema intermediário-adiantado são introduzidos, gradual- Avaliação isocinética da função de flexão e extensão do mente, exercícios de extensão do tronco, além de outros exercí- tronco cios para o corpo todo, procurando melhorar a relação de equilíbrio O método de avaliação isocinética utilizado é objetivo e reprodu- agonista-antagonista(12-14). Uma vez que o método Pilates ® preco- tível da avaliação muscular(15,16). Os indivíduos foram avaliados, antes niza a melhoria das relações musculares (agonista e antagonista), e após as sessões de treinamento, através do equipamento Cy- o nosso objetivo foi testar o efeito desse método de treinamento bex ® 6000, módulo TFE (Trunk Flexion Extension), de maneira idên- sobre o torque isocinético dos extensores e flexores do tronco tica: com fixação dos mesmos na altura dos membros inferiores, medido a velocidade angular de 120 graus por segundo. deixando livre, apenas o movimento de flexão e extensão do tron- co. O eixo do movimento é fixado na altura da articulação L5-S1, tendo sido feitas duas repetições isocinéticas concêntricas a 120 MATERIAL E MÉTODOS graus por segundo em cada avaliação; foi permitido ao indivíduo fazer todo o movimento de que fosse capaz, dentro dos parâme- Amostra tros mensuráveis do equipamento. A velocidade angular de 120 Participaram voluntariamente do estudo 20 pessoas (16 mulhe- graus por segundo foi escolhida por ser considerada mais segura res com idade média de 34,06 ± 7,21 anos; 4 homens com idade para testes de flexão e extensão de coluna(17). Os parâmetros ava- média de 33,5 ± 6,68 anos) com habilidade para executar os exer- liados foram: pico de torque (máximo de torque atingido na veloci- cícios do nível intermediário-avançado, que completaram, durante dade em que o teste foi realizado, dado em newtons por metro), 12 semanas, 25 sessões ministradas por um instrutor qualificado. trabalho total da melhor repetição expresso em joules, potência Os indivíduos selecionados para participar da amostra eram exclu- (indicador do trabalho na unidade do tempo expressa em watts) e sivamente praticantes do método Pilates ©, portanto, não realizan- quantidade total de trabalho e a relação entre os valores encontra- do nenhum outro tipo de treinamento físico. Também foram sele- dos na flexão e extensão do tronco. Os testes isocinéticos foram cionados para participar do estudo indivíduos que já teriam passado realizados no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC-FMUSP. pelo nível inicial do método Pilates ©. Seguindo a resolução especí- fica do Conselho Nacional de Saúde (no 196/96), todos os partici- pantes foram informados detalhadamente sobre os procedimen- TABELA 1 tos utilizados e concordaram em participar de maneira voluntária Determinação do pico de torque (PT), trabalho total (TT), potência do estudo, assinando um termo de consentimento informado e e quantidade de trabalho total (QTT) no teste isocinético realizado proteção da privacidade. a 120 graus de velocidade angular dos extensores do tronco Descrição do método Pilates ® PT (N.m-1) TT (J) Potência (W) QTT (J) As sessões de treinamento, com duração média de 45 minutos, Pré (n = 20) 132,6 ± 36,0* 128,9 ± 39,4* 136,2 ± 36,8* 479,2 ± 147,2* Pós (n = 20) 166,8 ± 34,4* 166,1 ± 40,9* 177,9 ± 40,1* 580,0 ± 149,0* foram dadas em cinco turmas de quatro participantes por vez, em P 0,0004 0,0002 0,0002 0,002 nível intermediário-avançado, usando-se aparelhos específicos do * diferença estatística em relação à situação pré-treinamento. O nível mínimo de significância (P) método: Reformer, Cadilac, Wunda-chair, Electric-chair, Pedi-pull, estabelecido foi de p < 0,05. N.m-1 = newtons por metro; J = joules; W = watts. Barrel, Magic circles, bem como, exercícios sem aparelhos (Mat)(13). A sessão de treinamento iniciou-se no aparelho Reformer, no qual foram realizados os seguintes exercícios: foot work series, the TABELA 2 hundred, short spine massage, coordination, rowing III-IV-V-VI, Determinação do pico de torque (PT), trabalho total (TT), potência pulling straps I e II, backstroke with reverse, teaser, short box se- e quantidade de trabalho total (QTT) no teste isocinético realizado ries, long stretch, down stretch, elephant, stomach massage (round, a 120 graus de velocidade angular dos flexores do tronco hands back, reach up, twist), tendon stretch, semi-circle, chest- PT (N.m-1) TT (J) Potência (W) QTT (J) expansion, thigh stretch, arm-circles with variation, corkscrew, leg circles frog, knee stretch series, running, pelvic lift. Entre o exercí- Pré (n = 20) 169,0 ± 22,6 187,9 ± 29,1* 202,0 ± 40,6* 715,2 ± 022,8* Pós (n = 20) 171,6 ± 21,3 206,6 ± 25,7* 213,2 ± 25,9* 780,8 ± 106,9* cio rowing e o pulling straps, foi realizado o exercício swan no apa- P 0,1 0,0003 0,2 0,002 relho Barrel. Subseqüentemente, foram realizados os exercícios * diferença estatística em relação à situação pré-treinamento. O nível mínimo de significância (P) sem aparelhos (Mat ): single leg stretch, double leg stretch, single estabelecido foi de p < 0,05. N.m-1 = newtons por metro; J = joules; W = watts. straight, double straight, criss cross. Após os exercícios sem apa- relhos (Mat ), foi utilizado o aparelho Wunda-chair com os respecti- vos exercicícios: pushing down with hands, pull up, balance con- TABELA 3 trol front, the table, teaser. Na seqüência foi utilizado o aparelho Determinação da razão flexor:extensor no pico de torque (PT), Cadillac com os respectivos exercícios: leg circle, walking, beats, trabalho total (TT), potência e quantidade total de trabalho (QTT) durante o teste isocinético realizado a 120 graus de velocidade pull up hanging. A sessão foi finalizada no aparelho Pedi-pull, no angular dos extensores do tronco qual foi realizado o exercício chest expansion seguido da série de Magic circles. PT (N.m-1) TT (J) Potência (W) QTT (J) Os exercícios para alongamento e fortalecimento dos extenso- Pré (n = 20) 133,9 ± 40,6* 158,3 ± 48,5* 160,5 ± 54,2* 162,1 ± 50,4* res da coluna, realizados sem hiperextensão do tronco, são short Pós (n = 20) 107,6 ± 29,4* 128,9 ± 40,0* 128,3 ± 38,0* 142,1 ± 45,0* box (round, flat side to side e tree); stomach massage (round, han- P 0,0001 0,002 0,01 0,04 ds back, reach up, twist). Posteriormente, são introduzidos no sis- * diferença estatística em relação à situação pré-treinamento. O nível mínimo de significância (P) tema avançado os exercícios: rowing III, IV, V e VI. Já os exercícios estabelecido foi de p < 0,05. N.m-1 = newtons por metro; J = joules; W = watts. 488 Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004
  • 3. Análise estatística sos resultados demonstraram que o método Pilates ® foi eficiente Os valores médios dos dados obtidos nas duas avaliações pré- em promover aumento em todos os parâmetros avaliados (pico de treinamento e pós-treinamento foram comparados através do tes- torque, trabalho total, potência e quantidade de trabalho total) du- te t de Student para amostras dependentes com nível de signifi- rante a extensão do tronco em relação ao valor pré-treinamento. cância de p < 0,05. Além disso, também verificamos que esse aumento foi responsá- vel pela queda na relação flexores:extensores em todos os parâ- metros avaliados (pico de torque, trabalho total, potência e quanti- RESULTADOS dade de trabalho total), aproximando-a do valor ideal considerado 100 (equilíbrio entre flexores e extensores). A função dos extensores do tronco apresentou aumento em Com relação aos flexores foi detectada melhora discreta no tra- todos parâmetros analisados (pico de torque – 25%, p = 0,0004; balho total e na quantidade de trabalho total. No estudo de Greve trabalho total – 29%, p = 0,0002; potência – 30%, p = 0,0002; et al.(27), ao comparar indivíduos sedentários e treinados, foi cons- quantidade total de trabalho – 21%, p = 0,002) em relação ao pe- tatado que a função dos flexores do tronco (torque, trabalho e po- ríodo pré-treinamento. Com relação aos músculos flexores, foi de- tência) era semelhante, indicando que a musculatura flexora do tectado discreto aumento para trabalho total (10%, p = 0,0003) e tronco é menos suscetível à falta de treinamento. Através dos para quantidade total de trabalho (10%, p = 0,002). Analisando a nossos resultados podemos constatar que a musculatura envolvi- razão flexor:extensor, em todos os parâmetros foi detectada redu- da na flexão também foi menos responsiva ao estímulo do método ção significativa em relação aos índices obtidos no pré-treinamen- Pilates ®. Apesar de existir uma crença de que o reforço da muscu- to (pico de torque – 24%, p = 0,0001; trabalho total – 23%, p = latura flexora do tronco (músculos abdominais) é uma prioridade 0,002; potência – 25%, p = 0,01; quantidade total de trabalho – nos programas de exercício e reabilitação da coluna lombar, evi- 14%, p = 0,04). dências recentes não confirmam essa hipótese(28). Acreditava-se que o aumento da pressão intra-abdominal reduziria a compressão sobre a espinha e os discos intervertebrais, atenuando dessa for- DISCUSSÃO ma a lombalgia. Entretanto, em uma recente revisão da literatura O funcionamento da coluna lombar de seres humanos é único. não foi possível comprovar essa relação entre aumento da pres- Em outros primatas, observa-se postura curvada para frente sem são intra-abdominal e atenuação da lombalgia(28). Além disso, a pres- lordose. A lordose é freqüente em quadrúpedes; entretanto, nes- são intra-abdominal não é aumentada durante a contração dos ses animais a espinha não funciona sobre força axial, como em músculos abdominais(29). Também foi observado que o treinamen- seres humanos, que mantêm a postura ereta. O músculo respon- to de força com ênfase sobre essa musculatura não foi eficiente sável pela manutenção da postura lordódica nos seres humanos é em promover aumento da pressão intra-abdominal(29). o multífido. A função desse músculo está relacionada à extensão do tronco. Tem sido demonstrado que a função do multífido está CONCLUSÃO prejudicada em pacientes com lombalgia(18-21). Por outro lado, a fun- ção dos flexores do tronco parece não ser alterada em pacientes Existem evidências convincentes de que a realização de um pro- com lombalgia, reforçando a maior importância da realização de grama de exercícios com ênfase no fortalecimento da musculatu- exercícios para a musculatura extensora(22). O sedentarismo está ra extensora do tronco restaura a função da coluna lombar e pode diretamente relacionado ao enfraquecimento da musculatura en- prevenir o surgimento da lombalgia. O método Pilates ® (nível inter- volvida na extensão do tronco e, conseqüentemente, é considera- mediário-avançado) mostrou-se eficiente para promover aumento do fator de risco para a etiologia da lombalgia(23,24). do pico de torque, trabalho total, potência e quantidade de traba- Em um recente estudo(25) foi observado que pacientes com lom- lho total dos músculos relacionados à extensão do tronco. Esses balgia apresentavam 40% de decréscimo na força de extensores resultados indicam que esse método de treinamento pode ser uti- do tronco em relação a indivíduos assintomáticos (grupo controle). lizado como estratégia para o fortalecimento dessa musculatura, Após o treinamento de força com ênfase nos extensores do tron- atenuando o desequilíbrio entre a função dos músculos envolvidos co por oito semanas, os pacientes apresentaram ganho de 100% na extensão e flexão do tronco. na força desses músculos em relação ao início do treinamento. Já no grupo controle o ganho foi de apenas 10% em relação ao valor AGRADECIMENTOS inicial. Ainda nesse estudo foram realizadas imagens de ressonân- cia magnética na secção transversa do multífido, que demonstra- Agradecemos ao Prof. José Elias de Proença e ao Instituto de Ortopedia ram que em pacientes com lombalgia foi detectada hipertrofia desse e Traumatologia do HC-FMUSP o inestimável auxílio para a realização des- músculo após o treinamento. Uma limitação do presente estudo te trabalho. foi a falta do grupo controle, porém, de acordo com estudo condu- zido por Mooney et al.(25), ficou comprovado que em indivíduos Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito sedentários (grupo controle) o ganho de força foi insignificante em de interesses referente a este artigo. relação ao marcante aumento observado no grupo treinado. Nos- sos resultados demonstraram que em todos parâmetros avaliados (pico de torque, 25%; trabalho total, 30%; potência, 30%; e quan- REFERÊNCIAS tidade de trabalho total, 21%), foi constatado aumento significati- 1. Lee J-H, Hoshino Y, Nakamura K, Kariya Y, Saita K, Ito K. Trunk muscles weak- vo no valor pós-treinamento em relação ao valor pré-treinamento. ness as a risk factor for low back pain: a 5-year prospective study. Spine 1999; Outro estudo, também utilizando treinamento de força para mús- 24:54-7. culos extensores do tronco, acompanhou 400 indivíduos que re- 2. Rissanen A, Kalimo H, Alaranta H. Effect of intensive training on the isokinetic portavam lombalgia por um ano(26). Após oito semanas de treina- strength and structure of lumbar muscles in patients with chronic low back pain. Spine 1995;20:333-40. mento (duas vezes por semana), 80% dos participantes reportaram 3. Flory PD, Rivenburgh DW, Stinson JT. Isokinetic back testing in the athlete. Clin atenuação dos sintomas da lombalgia. Após um ano de estudo, Sports Med 1993;12:529-46. houve apenas 11% de reutilização de serviços médicos devido à 4. Cunningham LS, Kelsey JL. Epidemiology of musculoskeletal impairments and lombalgia. associated disability. Am J Public Health 1984;74:574-9. Em um estudo de caso, Blum(14) reportou que o método Pilates ® 5. Frymoyer JW, Cats-Baril WL. An overview of the incidences and costs of low foi eficiente no tratamento de uma paciente com escoliose. Nos- back pain. Orthop Clin North Am 1991;22:263-71. 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  • 4. 6. Nachemson AL. Newest knowledge of low back pain: a critical look. Clin Orthop 19. Parkkola R, Rytokoski U, Kormano M. Magnetic resonance imaging of the discs 1992;279:8-20. and trunk muscles in patients with chronic low back pain and healthy control 7. Cady ID, Bischoff DP, O’Connell ER, Thomas PC, Allan JH. Strength and fitness subjects. Spine 1993;18:830-6. and subsequent back injuries in firefighters. J Occup Med 1979;21:269-72. 20. Robinson ME, Cassisi JE, O’Connor PD, Macmillan M. Lumbar iEMG during 8. Nachemson AL, Lindh M. Measurements of abdominal and back muscle strength isotonic exercise: chronic low back pain patients versus controls. J Spinal Dis- with and without low back pain. Scand J Rehabil Med 1969;1:60-3. ord 1992;5:8-15. 9. Tan JC, Parnianpour M, Nordin M, Hofer H, Willems B. Isometric maximal and 21. Shirado O, Kaneda K, Ito T. Trunk-muscle strength during concentric and eccen- submaximal trunk extension at different flexed positions in standing. Triaxial tric contraction: a comparison between healthy subjects and patients with chronic torque output and EMG. Spine 1993;18:2480-90. low-back pain. J Spinal Disord 1992;5:175-82. 10. Bortz W. The disuse syndrome. West J Med 1984;141:691-4. 22. Flicker PL, Fleckenstein JL, Ferry K, Payne J, Ward C, Mayer T, et al. Lumbar 11. Bigos SJ, Bower R, Braen G. Acute low back pain problems in adults. Clinical muscle usage in chronic low back pain. Magnetic resonance image evaluation. practice guideline, quick reference guide no. 14. AHCPR Pub. no. 95-0643. Rock- Spine 1993;18:582-6. ville, MD: US. Department of Health and Human Services, Public Health Ser- 23. Davies JE, Gibson T, Tester L. The value of exercises in the treatment of low vice, Agency for Health Care Policy and Research, 1994. back pain. Rheumatol Rehabil 1979;18:243-7. 12. Pilates JH. The complete writings of Joseph H. Pilates: Return to life through 24. Grimby G, Hook O. Physical training of different patient groups. Scand J Rehabil contrology and your health. In: Sean P, Gallagher PT, Romana Kryzanowska, ed- Med 1971;3:15-25. itors. Philadelphia: Bain Bridge Books, 2000. 13. Gallagher SP, Kryzanowska R, editors. The Pilates® method of body condition- 25. Mooney V, Gulick J, Perlman M, Levy D, Pozos R, Legget S, Resnick D. Rela- ing. Philadelphia: Bain Bridge Books, 1999. tionships between myoelectric activity, strength and MRI of lumbar extensor muscles in back pain and normal subjects. J Spinal Disord 1997;10:348-56. 14. Blum CL. Chiropractic and Pilates therapy for the treatment of adult scoliosis. J Manipulative Physiol Ther 2002;25:E3. 26. Legget S, Mooney V, Matheson LN, Nelson B, Dreisinger T, Van Zytveld J, et al. Restorative exercise for clinical low back pain. A prospective two-center study 15. Madsen O. Trunk extensor and flexor strength measured by the Cybex 6000 with 1-year follow-up. Spine 1999;24:889-98. dynamometer: assessment of short-term and long-term reproducibility of sever- al strength variables. Spine 1996;21:2770-6. 27. Greve JMD, Terreri AS, Plapler PG. Avaliação do torque isocinético flexor e ex- 16. Karatas GK, Göðüs F, Meray J. Reliability of isokinetic trunk muscle strength tensor do tronco em atletas e sedentários normais. Rev Hosp Clin Fac Med Sao measurement. Am J Phys Med Rehabil 2002;81:79-85. Paulo 1997;52:154-8. 17. Watkins MP, Harris BA. Evaluation of isokinetic muscle performance. Clin Sports 28. Van Poppel MN, De Looze MP, Koes BW, Smid T, Bouter LM. Mechanisms of Med 1983;2:37-53. action of lumbar supports: a systematic review. Spine 2000;25:2103-13. 18. Alaranta H, Tallroth K, Soukka A, Heliovaara M. Fat content in lumbar extensor 29. Hemborg B, Moritz U, Lowing H. Intra-abdominal pressure and trunk muscle muscles and low back disability: a radiographic and clinical comparison. J Spinal activity during lifting. IV. The causal factors of intra-abdominal pressure rise. Disord 1993;6:137-40. Rehabil Med 1985;17:25-38. 490 Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 6 – Nov/Dez, 2004