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Curso: Noções Básicas em Cosmetologia
Componente Curricular: História da Beleza
Professor: Viegas Fernandes da Costa
Aula: 10/03/2014

TEXTO 1:
O SORRISO DESDENTADO DE MONALISA
Viegas Fernandes da Costa
Alunos nos perguntam coisas surpreendentes. Outro dia, lecionando História
Moderna para uma turma de curso noturno, fui arrebatado por uma questão, no mínimo,
curiosa.
Discutíamos a arte renascentista, os quadros de Rafael e Da Vinci, quando
Gisele, lá do alto da sua dúvida e da frescura da sua adolescência, questionou-me a
respeito dos dentes de Monalisa. Haveria dentes na boca da burguesa de sorriso
enigmático, pintada pelo visionário Leonardo? Eis a pergunta que me foi feita, e calcule,
amigo leitor, amiga leitora, se é possível respondê-la. E além, haveria dentes nos
quadros do Renascimento? Confesso que procurei: Rafael, Botticelli, Van Eyck,
Michelangelo, Dürer... nada! Nenhum molar sequer! Lábios cerrados, bocas fechadas!
Eis tudo e o mistério: acaso não possuía dentes toda esta burguesia recém enriquecida?
Custaria, não os olhos da cara, mas os dentes da boca, o trabalho de um exímio pintor
daquela época? Temos um problema, e para todo problema, hipóteses. Formulei a
minha: ainda não haviam inventado a escova de dentes.
Sim, a escova de dentes! Talvez algum leitor melhor conhecedor das
curiosidades históricas venha me informar que escovas de dentes já existem há pelo
menos cinco mil anos, invenção dos egípcios. Não duvidarei, mas sei também que
foram os chineses – sempre eles – que, lá por volta de 1498, inventaram a primeira
escova dental de cerdas, feitas de pêlos de animais (leia-se porcos) amarrados à pedaços
de ossos ou bambus e que, devido o mofo, enchiam a boca de fungos. Daí até a
invenção chegar à Europa, passou-se um bom tempo. E mais, ainda que conhecedores
de tão curioso e fedorento instrumento para limpar os dentes, havia uma grande
distância entre o conhecer e o usar, principalmente se considerarmos que hábitos de
higiene não eram lá muito comuns entre os europeus da época, cujos banhos de uma
vida contavam-se nos dedos das mãos. Fico então imaginando uma linda cena de amor
acompanhada de um profundo beijo de bocas: lábios, línguas e os restos da refeição do
dia anterior. Um romantismo digno de Shakespeare, este também renascentista. Pois é!
Escovas de cerdas de nylon, higiênicas e que não feriam as gengivas, só mesmo
a partir de 1938. Século XX, portanto. E segundo uma pesquisa realizada junto à
população dos Estados Unidos pelo Instituto de Tecnologia de Massachussets em 2004,
este invento foi a maior criação humana de todos os tempos. Seria esta a opinião de
quem vive rindo dos outros? Hum... mas bem, fato é que se a mesma pergunta fosse
feita aos brasileiros, mais de oitenta milhões talvez dariam alguma outra resposta, já que
é este o número de pessoas que não possuem escovas dentárias. Pelo menos é o que
dizem as estatísticas.
Mas vamos retornar à questão principal, não é mesmo? Se não escovavam os
dentes, supomos serem desdentadas ou podres as bocas destes que hoje vemos sorrir
comedidamente nas imagens renascentistas. Hipótese plausível, o leitor, a leitora, há de
concordar. E penso mais: será também por isso que ao sorrirem, escondiam as damas
das cortes suas bocas sob enormes e decorados leques? Quem sabe?
E assim respondemos a um dos maiores enigmas da história da arte: o sorriso
de Monalisa, que tantas especulações já alimentou. Faltava-lhe os dentes, e pronto!

TEXTO 2.
Fonte: Kury, Lorelai; Hargreaves, Lourdes; Valença, Máslova Teixeira.
Ritos do corpo. Rio de Janeiro: Senac, 2000.

CORPO E CULTURA
TODOS OS SERES HUMANOS SÃO IGUAIS do ponto de vista biológico. As inúmeras
variações - de cor, de estatura, de traços, de textura dos cabelos, etc. - que diferenciam os
povos e os indivíduos não alteram as características básicas da espécie homo sapiens. Os
homens e mulheres são animais como todos os outros que habitam o planeta Terra, porém
são os únicos que possuem cultura. Isto quer dizer que suas ações não são guiadas unicamente
pelos instintos biológicos de sobrevivência e de reprodução. Suas ações seguem a lógica
própria de cada cultura, ou seja, os diferentes grupos humanos criam para si sistemas de
crenças e de valores que dão sentido às suas vidas e orientam suas condutas. Por exemplo,
todas as sociedades humanas definem o que elas acham certo ou errado, bom ou mau, bonito
ou feio. Não existe um único sistema de valores que seja válido para todos os seres
humanos do planeta.
Basta pensarmos em uma cultura muito diferente da nossa para percebermos como os
valores culturais variam. Esses valores incluem não apenas padrões de beleza, mas também
hábitos alimentares, higiênicos, modelos de comportamento e todas as práticas e crenças
que envolvem nossas vidas. Na China, por exemplo, é considerado de bom gosto arrotar
depois das refeições para demonstrar satisfação; cuspir na rua e dentro dos prédios e casas
também é considerado normal. Nesse mesmo país, cérebros de macaco e gafanhotos são comidos
com prazer. Aliás, os chineses apreciam comer tudo aquilo que se move ...
E o corpo? De que forma carne, osso, pele e pêlos – o que temos de mais animal- podem
expressar os diferentes valores culturais?
Desde os tempos mais remotos da história e da pré-história, o ser humano faz de seu corpo
um objeto cultural. Os homens e mulheres nunca estão inteiramente nus, como
ocorre com os animais. Mesmo que os seios e os órgãos genitais não estejam cobertos, há
sempre um adereço, uma pintura ou um penteado que demonstram o cuidado em se diferenciar da
simples natureza. A preocupação com o corpo, ao contrário do que se pode pensar à primeira
vista, não diz respeito apenas à beleza.
Os milhares de recursos que o homem encontra para se vestir ou para se adornar podem assumir
uma infinidade de significações próprias à cada cultura. Assim, alguns
detalhes dos ritos corporais - maquiagem, corte de cabelo, joias e roupas servem para distinguir
homens e mulheres, para além das diferenças criadas pela própria natureza. Outros recursos
ajudam ainda a mostrar o lugar que cada indivíduo ocupa na sociedade: os reis, por exemplo,
são os únicos a usar coroas; os sacerdotes egípcios raspavam totalmente a cabeça. Em alguns
países, as prostitutas são obrigadas a usar cores especiais - como o vermelho - para não serem
confundidas com as outras mulheres. Em alguns casos, os doentes também são diferenciados
dos sãos: na Idade Média, os leprosos só podiam andar com sinos presos ao corpo, de forma a
anunciarem sua presença, mesmo a distância. Até o século passado, as pessoas que haviam
cometido delitos considerados graves eram, algumas vezes, marcadas com ferro em brasa, para
carregarem para sempre a marca de sua culpa. Na Europa no século XVII, as prostitutas que
eram pegas com soldados podiam ter as orelhas ou a ponta do nariz cortada. Em alguns países
do Oriente, até hoje, cortam-se as mãos dos ladrões. Os escravos, no Brasil, tinham o corpo
marcado com ferro em brasa para ostra r quem eram seus donos.
Nosso corpo exprime, dessa forma, diversas significações que permitem que os outros
nos reconheçam e nos identifiquem. Bonito/feio, rebelde/conformado, puro/impuro, sujo/
limpo, rico/pobre, homem/mulher, adulto/criança, livre/escravo são algumas das características
que cada indivíduo mostra com sua aparência.
Na realidade, tudo o que usamos como marca ou enfeite parece um prolongamento de
nós mesmos. Quem nunca ficou insatisfeito diante de um espelho, achando que sua forma
de se apresentar não tem nada a ver com o que realmente é? Os objetos que ajudam a
compor nossa aparência devem, assim, se integrar perfeitamente à imagem que queremos
passar de nós mesmos.
CULTURA, TEMPO E ESPAÇO
A APARÊNCIA DE CADA UM é sempre comparada a modelos que a sociedade vê como
perfeitos. Quando achamos uma mulher bonita, muitas vezes dizemos que ela se parece com
uma artista de televisão ou com uma cantora famosa. Um homem elegante provavelmente se
este de acordo com os padrões divulgados pelas revistas de moda ou pelo cinema. Quando
decidimos cortar os cabelos num salão de beleza, pedimos ao cabeleireiro que faça um corte
igual ao da heroína da novela, ou olhamos as revistas especializadas, que nos mostram as
modas mais recentes. Isso quer dizer que existem padrões que tentamos seguir, mesmo que
nosso físico ou nossos cabelos sejam muito diferentes do modelo que escolhemos.
Evidentemente, isso pode causar descontentamento com relação a nós mesmos.
Os ideais de beleza nem sempre são adequados à realidade de cada país. Por que eu não eu
não tenho 1,70 m de altura, olhos azuis e cabelos louros? - poderia perguntar uma brasileira. Por
que meus cabelos não são cacheados? - lamentaria uma japonesa. Parece que estamos
sempre querendo alcançar metas impossíveis; os profissionais da beleza teriam que ser mágicos
para atender aos pedidos de suas clientes. Felizmente, a grande maioria das pessoas não é
como os modelos que idealizamos; do contrário, todos seríamos muito parecidos. No dia a
dia, acabamos descobrindo maneiras de valorizar nossas diferenças, ou seja, a beleza de cada
um. Assim, com criatividade e personalidade, é possível escapar da ditadura das modas e
continuar sendo elegante e moderno. Conhecer os modelos de beleza do passado e de culturas
diferentes pode ser útil para a afirmação do estilo pessoal. Em primeiro lugar, tomamos
consciência de que os padrões estéticos não são eternos o que hoje é considerado lindo já
foi exemplo de feiúra séculos atrás e poderá ser totalmente cafona daqui a 10 ou 20 anos Em
segundo lugar, esses conhecimentos nos revelam uma infinidade de maneiras de adornar e
modificar as aparências que podem estimular nossa criatividade.
Os padrões de beleza e os cuidados com o corpo variam culturalmente, no tempo e no
espaço. Variar no tempo quer dizer que os modelos estéticos mudam de geração para geração. O
tipo de roupas, cabelos, maquiagem e mesmo de corpo de nossos pais e avós difere bastante dos
padrões de beleza atuais. As moças altíssimas e muito magras, que povoam nossas revistas e
programas de televisão, seriam consideradas muito feias quarenta anos atrás. Se algumas décadas
fazem grande diferença, alguns séculos podem alterar profundamente a relação das pessoas com
seus corpos.
Os padrões de beleza também variam em função do espaço, ou seja, de uma região a outra.
Visualmente, um chinês e um francês são bastante diferentes. O cuidado que eles têm com seus
corpos varia tanto quanto seus hábitos alimentares ou suas concepções religiosas. Sem precisar ir
tão longe, podemos ver numa mesma cidade diferenças culturais relacionadas a bairros. No
Brasil, a maneira de se vestir e de se enfeitar de um carioca é diferente da de um paulista ou de
um cearense. Muitas diferenças culturais se relacionam com o clima: é completamente diferente
morar em Londres ou em Manaus. A temperatura e a umidade de uma dada região, bem como
a intensidade do sol, o regime de ventos e a vegetação influenciam a escolha dos elementos de
vestuário e dos cuidados com o corpo.
O uso de chapéus é um hábito de países de climas bem quentes ou bem frios, pois pode
proteger contra os raios do sol e contra baixas temperaturas. Nas regiões mais frias do planeta, é
comum que tanto homens como mulheres usem cremes ou óleos para proteger a pele
contra o ressecamento.
Os habitantes das regiões tropicais costumam besuntar o corpo com produtos que repelem
insetos. Nós, brasileiros, que vivemos em país de clima quente, estamos quase sempre com
roupas leves, braços e pernas de fora, além de costumarmos buscar praias, rios, lagos e
cachoeiras para nos refrescarmos. Ou seja, vemos e expomos nosso corpo frequentemente. Em
países frios, é necessário usar roupas e casacos pesados durante boa parte do ano. A
parte mais visível do corpo é, nesse caso, o rosto. Diversos hábitos são influenciados pelas
diferenças climáticas. Basta pensar que as brasileiras precisam se depilar com mais frequência,
pois nem sempre podem esconder seus pelos com meias e roupas. Outra diferença dos
habitantes de países quentes e frios é o bronzeado. Os brasileiros de pele clara sempre acabam
"pegando uma corzinha", mesmo sem querer. Os europeus só podem se bronzear no verão, a.
não ser que viajem ou recorram ao bronzeamento artificial. Felizmente, para nós a cor morena
da pele é considerada bonita e dá um aspecto saudável. Algumas décadas atrás, ao contrário,
as mulheres fugiam do solou usavam sombrinhas e chapéus para manterem a pele branca,
mesmo morando em regiões quentes à beira-mar.
Mas o clima não explica tudo. Há também as crenças religiosas, a história de cada
sociedade, os regimes políticos, os sistemas econômicos, etc, que ajudam a explicar as
diferenças culturais entre povos.

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  • 1. Curso: Noções Básicas em Cosmetologia Componente Curricular: História da Beleza Professor: Viegas Fernandes da Costa Aula: 10/03/2014 TEXTO 1: O SORRISO DESDENTADO DE MONALISA Viegas Fernandes da Costa Alunos nos perguntam coisas surpreendentes. Outro dia, lecionando História Moderna para uma turma de curso noturno, fui arrebatado por uma questão, no mínimo, curiosa. Discutíamos a arte renascentista, os quadros de Rafael e Da Vinci, quando Gisele, lá do alto da sua dúvida e da frescura da sua adolescência, questionou-me a respeito dos dentes de Monalisa. Haveria dentes na boca da burguesa de sorriso enigmático, pintada pelo visionário Leonardo? Eis a pergunta que me foi feita, e calcule, amigo leitor, amiga leitora, se é possível respondê-la. E além, haveria dentes nos quadros do Renascimento? Confesso que procurei: Rafael, Botticelli, Van Eyck, Michelangelo, Dürer... nada! Nenhum molar sequer! Lábios cerrados, bocas fechadas! Eis tudo e o mistério: acaso não possuía dentes toda esta burguesia recém enriquecida? Custaria, não os olhos da cara, mas os dentes da boca, o trabalho de um exímio pintor daquela época? Temos um problema, e para todo problema, hipóteses. Formulei a minha: ainda não haviam inventado a escova de dentes. Sim, a escova de dentes! Talvez algum leitor melhor conhecedor das curiosidades históricas venha me informar que escovas de dentes já existem há pelo menos cinco mil anos, invenção dos egípcios. Não duvidarei, mas sei também que foram os chineses – sempre eles – que, lá por volta de 1498, inventaram a primeira escova dental de cerdas, feitas de pêlos de animais (leia-se porcos) amarrados à pedaços de ossos ou bambus e que, devido o mofo, enchiam a boca de fungos. Daí até a invenção chegar à Europa, passou-se um bom tempo. E mais, ainda que conhecedores de tão curioso e fedorento instrumento para limpar os dentes, havia uma grande distância entre o conhecer e o usar, principalmente se considerarmos que hábitos de higiene não eram lá muito comuns entre os europeus da época, cujos banhos de uma vida contavam-se nos dedos das mãos. Fico então imaginando uma linda cena de amor acompanhada de um profundo beijo de bocas: lábios, línguas e os restos da refeição do dia anterior. Um romantismo digno de Shakespeare, este também renascentista. Pois é! Escovas de cerdas de nylon, higiênicas e que não feriam as gengivas, só mesmo a partir de 1938. Século XX, portanto. E segundo uma pesquisa realizada junto à população dos Estados Unidos pelo Instituto de Tecnologia de Massachussets em 2004, este invento foi a maior criação humana de todos os tempos. Seria esta a opinião de quem vive rindo dos outros? Hum... mas bem, fato é que se a mesma pergunta fosse feita aos brasileiros, mais de oitenta milhões talvez dariam alguma outra resposta, já que é este o número de pessoas que não possuem escovas dentárias. Pelo menos é o que dizem as estatísticas.
  • 2. Mas vamos retornar à questão principal, não é mesmo? Se não escovavam os dentes, supomos serem desdentadas ou podres as bocas destes que hoje vemos sorrir comedidamente nas imagens renascentistas. Hipótese plausível, o leitor, a leitora, há de concordar. E penso mais: será também por isso que ao sorrirem, escondiam as damas das cortes suas bocas sob enormes e decorados leques? Quem sabe? E assim respondemos a um dos maiores enigmas da história da arte: o sorriso de Monalisa, que tantas especulações já alimentou. Faltava-lhe os dentes, e pronto! TEXTO 2. Fonte: Kury, Lorelai; Hargreaves, Lourdes; Valença, Máslova Teixeira. Ritos do corpo. Rio de Janeiro: Senac, 2000. CORPO E CULTURA TODOS OS SERES HUMANOS SÃO IGUAIS do ponto de vista biológico. As inúmeras variações - de cor, de estatura, de traços, de textura dos cabelos, etc. - que diferenciam os povos e os indivíduos não alteram as características básicas da espécie homo sapiens. Os homens e mulheres são animais como todos os outros que habitam o planeta Terra, porém são os únicos que possuem cultura. Isto quer dizer que suas ações não são guiadas unicamente pelos instintos biológicos de sobrevivência e de reprodução. Suas ações seguem a lógica própria de cada cultura, ou seja, os diferentes grupos humanos criam para si sistemas de crenças e de valores que dão sentido às suas vidas e orientam suas condutas. Por exemplo, todas as sociedades humanas definem o que elas acham certo ou errado, bom ou mau, bonito ou feio. Não existe um único sistema de valores que seja válido para todos os seres humanos do planeta. Basta pensarmos em uma cultura muito diferente da nossa para percebermos como os valores culturais variam. Esses valores incluem não apenas padrões de beleza, mas também hábitos alimentares, higiênicos, modelos de comportamento e todas as práticas e crenças que envolvem nossas vidas. Na China, por exemplo, é considerado de bom gosto arrotar depois das refeições para demonstrar satisfação; cuspir na rua e dentro dos prédios e casas também é considerado normal. Nesse mesmo país, cérebros de macaco e gafanhotos são comidos com prazer. Aliás, os chineses apreciam comer tudo aquilo que se move ... E o corpo? De que forma carne, osso, pele e pêlos – o que temos de mais animal- podem expressar os diferentes valores culturais? Desde os tempos mais remotos da história e da pré-história, o ser humano faz de seu corpo um objeto cultural. Os homens e mulheres nunca estão inteiramente nus, como ocorre com os animais. Mesmo que os seios e os órgãos genitais não estejam cobertos, há sempre um adereço, uma pintura ou um penteado que demonstram o cuidado em se diferenciar da simples natureza. A preocupação com o corpo, ao contrário do que se pode pensar à primeira vista, não diz respeito apenas à beleza. Os milhares de recursos que o homem encontra para se vestir ou para se adornar podem assumir uma infinidade de significações próprias à cada cultura. Assim, alguns
  • 3. detalhes dos ritos corporais - maquiagem, corte de cabelo, joias e roupas servem para distinguir homens e mulheres, para além das diferenças criadas pela própria natureza. Outros recursos ajudam ainda a mostrar o lugar que cada indivíduo ocupa na sociedade: os reis, por exemplo, são os únicos a usar coroas; os sacerdotes egípcios raspavam totalmente a cabeça. Em alguns países, as prostitutas são obrigadas a usar cores especiais - como o vermelho - para não serem confundidas com as outras mulheres. Em alguns casos, os doentes também são diferenciados dos sãos: na Idade Média, os leprosos só podiam andar com sinos presos ao corpo, de forma a anunciarem sua presença, mesmo a distância. Até o século passado, as pessoas que haviam cometido delitos considerados graves eram, algumas vezes, marcadas com ferro em brasa, para carregarem para sempre a marca de sua culpa. Na Europa no século XVII, as prostitutas que eram pegas com soldados podiam ter as orelhas ou a ponta do nariz cortada. Em alguns países do Oriente, até hoje, cortam-se as mãos dos ladrões. Os escravos, no Brasil, tinham o corpo marcado com ferro em brasa para ostra r quem eram seus donos. Nosso corpo exprime, dessa forma, diversas significações que permitem que os outros nos reconheçam e nos identifiquem. Bonito/feio, rebelde/conformado, puro/impuro, sujo/ limpo, rico/pobre, homem/mulher, adulto/criança, livre/escravo são algumas das características que cada indivíduo mostra com sua aparência. Na realidade, tudo o que usamos como marca ou enfeite parece um prolongamento de nós mesmos. Quem nunca ficou insatisfeito diante de um espelho, achando que sua forma de se apresentar não tem nada a ver com o que realmente é? Os objetos que ajudam a compor nossa aparência devem, assim, se integrar perfeitamente à imagem que queremos passar de nós mesmos. CULTURA, TEMPO E ESPAÇO A APARÊNCIA DE CADA UM é sempre comparada a modelos que a sociedade vê como perfeitos. Quando achamos uma mulher bonita, muitas vezes dizemos que ela se parece com uma artista de televisão ou com uma cantora famosa. Um homem elegante provavelmente se este de acordo com os padrões divulgados pelas revistas de moda ou pelo cinema. Quando decidimos cortar os cabelos num salão de beleza, pedimos ao cabeleireiro que faça um corte igual ao da heroína da novela, ou olhamos as revistas especializadas, que nos mostram as modas mais recentes. Isso quer dizer que existem padrões que tentamos seguir, mesmo que nosso físico ou nossos cabelos sejam muito diferentes do modelo que escolhemos. Evidentemente, isso pode causar descontentamento com relação a nós mesmos. Os ideais de beleza nem sempre são adequados à realidade de cada país. Por que eu não eu não tenho 1,70 m de altura, olhos azuis e cabelos louros? - poderia perguntar uma brasileira. Por que meus cabelos não são cacheados? - lamentaria uma japonesa. Parece que estamos sempre querendo alcançar metas impossíveis; os profissionais da beleza teriam que ser mágicos para atender aos pedidos de suas clientes. Felizmente, a grande maioria das pessoas não é como os modelos que idealizamos; do contrário, todos seríamos muito parecidos. No dia a
  • 4. dia, acabamos descobrindo maneiras de valorizar nossas diferenças, ou seja, a beleza de cada um. Assim, com criatividade e personalidade, é possível escapar da ditadura das modas e continuar sendo elegante e moderno. Conhecer os modelos de beleza do passado e de culturas diferentes pode ser útil para a afirmação do estilo pessoal. Em primeiro lugar, tomamos consciência de que os padrões estéticos não são eternos o que hoje é considerado lindo já foi exemplo de feiúra séculos atrás e poderá ser totalmente cafona daqui a 10 ou 20 anos Em segundo lugar, esses conhecimentos nos revelam uma infinidade de maneiras de adornar e modificar as aparências que podem estimular nossa criatividade. Os padrões de beleza e os cuidados com o corpo variam culturalmente, no tempo e no espaço. Variar no tempo quer dizer que os modelos estéticos mudam de geração para geração. O tipo de roupas, cabelos, maquiagem e mesmo de corpo de nossos pais e avós difere bastante dos padrões de beleza atuais. As moças altíssimas e muito magras, que povoam nossas revistas e programas de televisão, seriam consideradas muito feias quarenta anos atrás. Se algumas décadas fazem grande diferença, alguns séculos podem alterar profundamente a relação das pessoas com seus corpos. Os padrões de beleza também variam em função do espaço, ou seja, de uma região a outra. Visualmente, um chinês e um francês são bastante diferentes. O cuidado que eles têm com seus corpos varia tanto quanto seus hábitos alimentares ou suas concepções religiosas. Sem precisar ir tão longe, podemos ver numa mesma cidade diferenças culturais relacionadas a bairros. No Brasil, a maneira de se vestir e de se enfeitar de um carioca é diferente da de um paulista ou de um cearense. Muitas diferenças culturais se relacionam com o clima: é completamente diferente morar em Londres ou em Manaus. A temperatura e a umidade de uma dada região, bem como a intensidade do sol, o regime de ventos e a vegetação influenciam a escolha dos elementos de vestuário e dos cuidados com o corpo. O uso de chapéus é um hábito de países de climas bem quentes ou bem frios, pois pode proteger contra os raios do sol e contra baixas temperaturas. Nas regiões mais frias do planeta, é comum que tanto homens como mulheres usem cremes ou óleos para proteger a pele contra o ressecamento. Os habitantes das regiões tropicais costumam besuntar o corpo com produtos que repelem insetos. Nós, brasileiros, que vivemos em país de clima quente, estamos quase sempre com roupas leves, braços e pernas de fora, além de costumarmos buscar praias, rios, lagos e cachoeiras para nos refrescarmos. Ou seja, vemos e expomos nosso corpo frequentemente. Em países frios, é necessário usar roupas e casacos pesados durante boa parte do ano. A parte mais visível do corpo é, nesse caso, o rosto. Diversos hábitos são influenciados pelas diferenças climáticas. Basta pensar que as brasileiras precisam se depilar com mais frequência, pois nem sempre podem esconder seus pelos com meias e roupas. Outra diferença dos habitantes de países quentes e frios é o bronzeado. Os brasileiros de pele clara sempre acabam "pegando uma corzinha", mesmo sem querer. Os europeus só podem se bronzear no verão, a. não ser que viajem ou recorram ao bronzeamento artificial. Felizmente, para nós a cor morena da pele é considerada bonita e dá um aspecto saudável. Algumas décadas atrás, ao contrário, as mulheres fugiam do solou usavam sombrinhas e chapéus para manterem a pele branca, mesmo morando em regiões quentes à beira-mar. Mas o clima não explica tudo. Há também as crenças religiosas, a história de cada sociedade, os regimes políticos, os sistemas econômicos, etc, que ajudam a explicar as diferenças culturais entre povos.