O documento discute a depressão na gravidez e no puerpério, destacando que estas são períodos de maior vulnerabilidade para as mulheres. A detecção precoce é importante usando escalas como a EPDS. O tratamento envolve opções não farmacológicas e farmacológicas considerando o risco-benefício para a mãe e o feto.
1. Depressão na Gravidez
e Puerpério
Hewdy Lobo Ribeiro
Psiquiatra Forense – ABP
Psiquiatra ProMulher – IPq-HCFMUSP
2. Depressão
• Mais comum nas mulheres
• Duas mulheres X Um homem
• Diferença dos gêneros
• Impacto: hormonal, genético e social
• Gestação e puerpério – maior vulnerabilidade
• Observação:
Mulheres buscam mais tratamento
3. Depressão
• Maior vulnerabilidade
• Detecção precoce
• Escala
• EPDS
• Edinburgh Postpartum Depression Scale
• 18% mulheres – depressão – gestação e pós-
parto
• Procuram tratamento
4. Depressão na Gestação
• Etiologia
• Exposição ao estresse físico e emocional
• Influência – Eixo Hipotálamo-Hipófise-
Adrenal
• Modelos animais
• Relação entre Tensão Pré-Menstrual X
Depressão da Gestação
• Relação positiva – não certeza!
5. Depressão na Gestação
• Prevalência e Fatores de Risco
• 12,7%
• Condições sociais influem
• Números não são consensuais
• Ausência de companheiro
• Suporte psicossocial deficiente
• Baixos rendimentos financeiros
• Desemprego
6. Depressão na Gestação
• Classificação
• Não há diferenças para outras fases da vida
• Parece que último trimestre tem maior
incidência
• Existem mais conhecimentos para pós-parto
• Acreditava-se que a gestação era protetora
• Depressão não tratada na gravidez aumenta
risco de Depressão Pós-Parto
7. Depressão na Gestação
• Tratamento
• Decisão depende da relação Risco versus
Benefício
• Resistentes ao tratamento
• Família tende a recusa
• Ampla discussão com paciente, família e
obstetra
• Decisão Compartilhada
8. Depressão na Gestação
• Tratamento não Farmacológico
• Ausência de histórico de depressão pessoal e
familiar
• Depressão Gestacional Leve
• Psicoterapia Cognitiva e Comportamental
• Psicoterapia Interpessoal
• Geralmente bons resultados
• Podem sem sintomas reativos / ansiosos
10. Depressão na Gestação
• Tratamento Farmacológico
• Quadros de intensidade moderada a grave
• Histórico prévio de depressão – qualquer fase
da vida
• Depressão Recorrente
• Obs.: interrupção e omissão são comuns
• 68% recaem sem medicação
• Não tem decisão livre de risco
11. Depressão na Gestação
• Tratamento farmacológico
• Riscos de não tratar
• Cuidados limitados com própria mãe e bebê
• Aborto
• Comportamento suicida
• Abuso de substâncias
• Redução do apetite e fetos de baixo peso
• Baixa aderência ao pré-natal
12. Depressão na Gestação
• Tratamento farmacológico
• Riscos de não tratar
• Filhos com limitações cognitivas
• Prejuízos da linguagem
• Riscos para bebê:
• agitação psicomotora
• Sintomas psicóticos
• Cuidados precários – baixo peso
13. Depressão na Gestação
• Riscos de tratar
• Medicações não aprovadas pelo FDA –
gestação
• 30 anos de estudos classificando riscos fetais
• Estudos com medicações são escassos em
gestantes – ética
• Informações discutíveis e passíveis de
mudanças constantes - segurança
14. Depressão na Gestação
• Riscos de tratar
• Síndrome de abstinência de antidepressivos
tricíclicos – Clomipramina
• Tremor e irritabilidade
• Síndrome de abstinência para Inibidores
Seletivos da Recaptação de Serotonina
• Fluoxetina – meia vida longa – maior risco de
toxicidade - neonato
15. Depressão na Gestação
• Paroxetina
• Medicação recomendada até 2005
• Risco de teratogênese
• Mulheres usaram no primeiro trimestre
• Risco aumento de malformações
cardiovasculares
• Informações não consensuais
16. Depressão na Gestação
• Tratamento farmacológico
• Estudo de 2007 – 9.622 casos e 4.092
controles
• New England Journal of Medicine
• Não houve associação significante entre uso
de ISRS durante a gestação e malformações
fetais
• Sertralina
17. Depressão Pós-Parto
• Etiologia
• Aumento de internação e consulta
psiquiátrica de mulheres no pós-parto
• Fatores psicossociais coadjuvantes
• Ausência de suporte psicossocial
• Dificuldades financeiras
• Conflitos conjugais
• Ausência de companheiro
18. Depressão Pós-Parto
• Etiologia
• Fatores psicossociais coadjuvantes
• Perda do companheiro ou entes queridos
durante gestação
• Gestação indesejada
• Pequeno intervalo entre gestações
• Gemelaridade
• Parto prematuro
• Idade precoce
19. Depressão Pós-Parto
• Quadro clínico
• 50% casos negligenciados
• Parte dos casos iniciados na gestação
• Sem tratamento – 20 % mulheres continuam
deprimidas depois de um ano
• Paciente e família consideram natural
• Ausência da inclusão de perguntas
específicas na anamnese
20. Depressão Pós-Parto
• Disforia do Pós-Parto
• Baby Blues
• Quadro clínico leve
• Início mais precoce
• Pico por volta do quinto dia
• Resolução espontânea – duas semanas
• 60 a 80% das mães
• Humor instável e choro imotivado
21. Depressão Pós-Parto
• Disforia Pós-Parto
• Irritabilidade
• Ansiedade
• Estranheza em relação ao bebê e a vida
• Benigno e autolimitado
• 20% desenvolvem Depressão Pós-Parto
• Etiologia discutível
• Hormônio? Contexto? Criança?
22. Depressão Pós-Parto
• Epidemiologia
• 10 a 16% das mulheres
• Alguns trabalhos 20%
• 19% - mães de gêmeos
• 26% - adolescentes
• 38,2% - primíparas de baixa renda
• 39,4% - amostra brasileira
23. Depressão Pós-Parto
• Escalas de Triagem
• EPDS
• Edinburgh Postnatal Depression Scale
• BDI
• Inventário de Depressão de Beck
• PDSS
• Escala de Triagem para Depressão Pós-Parto
24. Depressão Pós-Parto
• Consequências e Impacto
• Repercute negativamente na relação conjugal
• Bebê sofre maior impacto
• Primeiro ano de vida
• Mãe fonte de estímulo cognitivo, emocional
e social
• Tendência ao isolamento
• Interferência nas interações
25. Depressão Pós-Parto
• Crianças acompanhadas posteriormente
• Dificuldades com sono e aprendizado
• Podem repercutir por longos períodos como
depois dos 20 anos
• Baixo QI
• Hiperatividade
• Desatenção
• Discutíveis
26. Depressão Pós-Parto
• Tratamento
• Manter contato com filho
• Psicótica?
• Discutível!
• Amamentação mantida e estimulada
• Presença de acompanhante
• Observação e avaliação sistemática do
bebê
28. Depressão Pós-Parto
• Tratamento Farmacoterápico
• Relação custo-benefício
• Sempre passa para leite materno
• Porcentagem baixa para antidepressivos –
ISRS
• Compatíveis com amamentação
• Tricíclicos:
imipramina, clomipramina, nortriptilina e
amitriptilina
29. Depressão Pós-Parto
• Compatíveis com amamentação
• ISRS
• Fluoxetina, Sertralina, Citalopram e
Paroxetina
• Substâncias de uso criterioso
• Venlafaxina, Mirtazapina e Flovoxamina
• Outros
• Não recomendados