O documento descreve o complexo principal de histocompatibilidade (MHC), definindo-o como uma região de genes altamente polimórficos expressos na superfície celular. Descreve as propriedades e estrutura das moléculas do MHC de classe I e II, incluindo sua ligação de peptídeos antigênicos e apresentação para células T. Também aborda a genética, biossíntese e funções do MHC na resposta imune.
2. DEFINIÇÃO
É uma região de genes altamente
polimórficos, cujos produtos são expressos na
superfície de diferentes tipos celulares.
PROPRIEDADES DAS MOLÉCULAS DO MHC
Cada molécula do MHC consiste em uma fenda, ou
sulco, extracelular que liga os peptídeos, seguida de
um par de domínios semelhantes a imunoglobulinas
(Igs), e está ancorada na membrana celular por
meio de domínios transmembrana e citoplasmático.
Os resíduos de aminoácidos polimórficos das
moléculas do MHC estão localizadas na fenda de
ligação de peptídeos e próximos a ela.
3. Produtos gênicos codificados no Complexo
Principal de Histocompatibilidade foram
inicialmente identificados como sendo
importantes na rejeição a tecidos transplantados
Genes no MHC considerados altamente
polimórficos
Genes no MHC também estavam envolvidos no
controle tanto da respostas imune humoral como
resposta na mediada por células.
Moléculas de classe I e de classe II
-Moléculas de classe I são encontradas em todas
a células nucleadas
-Moléculas de classe II são encontradas somente
nas células apresentadoras de antígenos
8. CLASSES I e II
A função das moléculas de classes I e II codificadas pelo MHC é
se ligar a peptídeos antigênicos e os apresentar para serem
reconhecidos pelos linfócitos T específicos.
CLASSE I
As moléculas de classe I são compostas de uma cadeia α (ou
pesada). As extremidades da fenda de ligação de peptídeos
das moléculas da classe I são fechadas, impedindo a ligação
de peptídeos maiores. Assim sendo proteínas globulares
nativas precisam ser processadas para gerar fragmentos
pequenos o suficiente para se ligarem ás moléculas do MHC e
para serem reconhecidas pelas células T. Os resíduos
polimórficos das moléculas classe I estão confinados aos
domínios α1 e α2, onde contribuem para as variações na
ligação de peptídeos e no reconhecimento pelas células T dos
diversos alelos classe I.
9. CLASSE II
As moléculas do MHC classe II, são compostas de duas
cadeias polipeptídicas ligadas de forma não co-
valente. Ao contrário das moléculas do MHC classe
I, ambas as cadeias das moléculas classe II são
codificadas por genes do MHC polimórficos.
Alguns aminoácidos polimórficos determinam a
especificidade de ligação de peptídeos que formam
estruturas , chamadas de bolsa, as quais interagem
com aminoácidos complementares no peptídeo ligado.
Outros aminoácidos do MHC polimórficos e alguns dos
aminoácidos dos peptídeos não estão envolvidos na
ligação das moléculas do MHC, mas sim na formação
de estruturas que são reconhecidas pelas células T.
15. FUNÇÕES
Interação entre CD4 e MHC II e CD8 E MHC I
Os genes MHC exercem um papel
central nas respostas imunes aos
antígenos protéicos. Isso é devido ao
fato de que os linfócitos T antígeno-
específicos não reconhecem antígenos
na forma livre ou solúvel, mas, ao
contrário, reconhecem porções de
antígenos protéicos ,isto é, peptídeos
não covalentemente ligados aos
produtos do gene MHC. Em outras
palavras, as moléculas do MHC
proporcionam um sistema para
apresentar peptídeos antigênicos às
células.
As moléculas do MHC são também
reconhecidas pelo seu papel em
desencadear respostas das células T
que causam rejeição de tecidos
transplantados.
17. BIOSSÍNTESE
O processamento dos antígenos consiste na introdução de antígenos protéicos nas células
apresentadoras de antígenos (APCs), na degradação proteolítica dessas proteínas em
peptídeos, na ligação dos peptídeos as moléculas recém-montadas do MHC, e na exposição
dos complexos peptídeo-MHC à superfície das APCs para o reconhecimento potencial
pelas células T.
As vias de processamento do antígeno nas APCs utilizam os mecanismos proteolíticos
celulares básicos, que também operam independentemente do sistema imune. Tanto as
proteínas extracelulares como as intracelulares são selecionadas por essas vias de
processamento do antígeno, e os peptídeos derivados tanto das proteínas próprias como das
estranhas são exibidos às moléculas do MHC para a vigilância pelos linfócitos T.
As APCs especializadas, incluindo macrófagos, linfócitos B e células
dendríticas, interiorizam as proteínas extracelulares nos endossomas para processamento
pela via da classe II do MHC. Essas proteínas são clivadas proteoliticamente por enzimas
que funcionam nas vesículas de pH ácido das vias endossômicas. Os heterodímeros recém-
sintetizados da classe II do MHC associam-se à cadeia invariante e são dirigidos do RE
para as vesículas endossômicas, onde a cadeia invariante é clivada proteoliticamente, e um
pequeno remanescente peptídico da cadeia invariante é removido da fenda de ligação
peptídica das moléculas do MHC.
Os peptídeos gerados pelas proteínas extracelulares ligam-se depois às moléculas da classe
II do MHC, e o complexo peptídeo-MHC desloca-se para a superfície da célula.
18. COMPLEXO
As moléculas do MHC ligam apenas um peptídeo de cada vez, e todos os peptídeos
que se ligam a uma forma alélica específica da molécula do MHC compartilham
motivos estruturais comuns.
De um modo geral, a ligação peptídica é de baixa atividade (Kd = 10-6M), porém a
velocidade de dissociação é muito lenta, de modo que os complexos, uma vez
formados permanecem por um tempo suficientemente longo para ser reconhecido
pelas células T. A fenda da molécula de classe I, onde ocorre a ligação dos
peptídeos, é fechada nas suas extremidades, limitando a ligação dos peptídeos com
resíduos com o comprimento de 11 aminoácidos; enquanto que a das moléculas da
classe II é aberta, permitindo que maiores peptídeos (de até 30 resíduos aminoácidos
ou mais) possam ligar-se.
Os resíduos polimórficos das moléculas do MHC são localizados no domínio de
ligação dos peptídeos. Alguns resíduos de MHC polimórficos determinam as
especificidades de ligação aos peptídeos pela formação de estruturas
complementares (bolsos) que interagem com as peculiaridades conservadas da
ligação peptídica.
Outros resíduos polimórficos do MHC em alguns resíduos dos peptídeos não são
envolvidos na ligação peptídeo-molécula de MHC, mas, ao invés disso, formam um
determinante antigênico reconhecido pelas células T.
19. GENÉTICA
O MHC humano é muito grande (cerca de 3.500 quilobases kb) e é organizado
como se segue:
1. Genes da classe II (HLA-DP, HLA-DQ, HLA-DR)
2. Genes do complemento
3. Genes das proteínas do choque térmico e de algumas citocinas (TNF, LT e
LT-B)
4. Genes da classe I (HLA-B, HLA-C e HLA-A)
Todos os genes do MHC têm estrutura semelhante, e a maioria das sequências
reguladoras estão localizadas na região que flanqueia 5´. A expressão dos produtos
do gene do MHC é, em grande parte, regulada ao nível da transcrição pelos fatores
tipo celular-específicos como pelos estímulos inflamatórios e imunes incluindo
citocinas como o IFN-gama. De modo geral, os genes da classe I são expressos
mais largamente, isto é, em tipos celulares mais diversos do que os dos genes da
classe II. Diferentes tipos celulares têm padrões distintos das expressão das
moléculas da classe II do MHC. Algumas células, tais como os fagócitos
mononucleares, podem ser induzidas por citocinas a expressar moléculas da classe
II, especialmente IFN-gama. Outras células, como as dendríticas e os linfócitos
B, expressam constitutivamente moléculas da classe II