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Linguagem da visão∗
                         Jorge Bacelar
                 Universidade da Beira Interior



    A ideia de design deveria ser entendida não como um catá-
logo de estilos ou como um cânone de regras formais, mas como
um empreendimento complexo que integra os domínios da polí-
tica, da economia e da cultura. O renovado interesse na Histó-
ria1 desencadeou a emergência do interesse pela teoria, o desejo
de identificar os princípios gerais que condicionam e enformam
a prática do design. O corpo teórico estabelecido com a tradi-
ção pedagógica do modernismo tem sido intrinsecamente hostil a
uma abordagem histórica ao design gráfico: no design, tal como
na arquitectura ou nas belas artes, qualquer movimento dirigido à
obtenção de uma maior consciência histórica, é considerado uma
tentativa de revisão do modernismo e, como tal, um alvo a abater.
    O design gráfico institui-se como disciplina autónoma a partir
dos movimentos de arte modernos dos anos 20, vindo a consolidar-
se como profissão nos últimos 60 anos. As suas bases teóricas
provêm dos movimentos e organizações de vanguarda, como o
Construtivismo, de Stijl e a Bauhaus. Após a II Guerra Mun-
dial, as práticas e o pensamento crítico destes movimentos foram
   ∗
     Dezembro de 1998
   1
     "(...) Outrora, ’factos históricos’ eram só as acções dos chefes políticos,
dos génios ou dos heróis. Desde que a história da humanidade se alargou, tudo
tem dimensão histórica: desde a forma de enterrar os mortos até à concepção
do corpo, desde a sexualidade até à paisagem, desde o clima até à demogra-
fia.(...)"MATTOSO, J., p.17
2                                                    Jorge Bacelar


adoptados, codificados e transpostos em norma pelas academias
artísticas.
    Muitos textos produzidos ao longo da história da profissão
reproduzem um núcleo de princípios teóricos baseados na pin-
tura abstracta e na psicologia Gestalt. A Linguagem da Visão, de
Gyorgy Kepes (1944), Arte e Percepção Visual, de Rudolph Ar-
nheim (1954) e Sintaxe da Comunicação Visual, de Donis Dondis
(1973), contêm e reproduzem todos os temas recorrentes das te-
orias modernistas da comunicação visual e do design. Neles, é
dado destaque à importância da percepção em detrimento da in-
terpretação. A percepção refere-se, nestes domínios, à experiên-
cia individual e subjectiva enquadradas por um corpo e por um
cérebro. As teorias estéticas baseadas na percepção favorecem o
factor sensorial, negligenciando o intelecto, sobrepondo a visão
à leitura, a universalidade às diferenças culturais, o instantâneo à
mediação. A pedagogia do design, partindo das teorias da per-
cepção como instrumento de criação de imagens, pressupõe a fa-
culdade de uma linguagem perceptiva universal, comum a todos
os seres humanos, em todos os tempos e em todos os lugares, lin-
guagem essa capaz de ultrapassar qualquer barreira histórica ou
cultural.
    Um estudo do design baseado na interpretação, por outro lado,
sugere que a recepção de uma mensagem específica, varia de um
determinado tempo e espaço para outro, atenuando ou distorcendo
o significado de convenções como formato, estilo, ou simbolismo,
bem como da sua associação com outras imagens ou palavras.
    Entre estas duas abordagens teóricas, entre as teses modernis-
tas baseadas na percepção, e as correntes contemporâneas, cen-
tradas na interpretação e numa análise histórica e cultural, uma
alternativa residirá eventualmente na tentativa de conciliação e de
convergência entre estes dois enunciados aparentemente incom-
patíveis, aproveitando os contributos mais válidos e eficazes de
cada um.
    Kepes, Arnheim e Dondis basearam-se na psicologia Gestalt,
uma teoria desenvolvida na Alemanha durante os anos 20. A pa-


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lavra Gestalt é em si mesma intraduzível. Trata-se de uma pa-
lavra alemã que engloba ao mesmo tempo a ideia de forma e de
estrutura. Esta teoria pretende demonstrar que não podemos per-
ceber senão totalidades, fenómenos inteiros e estruturados, indis-
sociáveis do conjunto no qual eles se inserem e sem o qual nada
mais significam. Estas gestalts, estas formas totais, são como que
imagens ricamente coloridas que emergem uma a uma, sucessiva-
mente, de um fundo no qual vão de novo imergir e perder-se, sem
que nós possamos opor-nos a isso, porquanto elas perderam o seu
interesse para o observador. Na verdade, a nossa percepção, para
os gestaltistas, está simultaneamente ligada aos elementos perce-
bidos e às nossas próprias estruturas mentais que nos fazem, con-
soante as circunstâncias do momento, reuni-las desta ou daquela
maneira. Assim, os testes clássicos da psicologia gestalt, mos-
tram "imagens duplas"que é possível estruturar de duas manei-
ras diferentes segundo os elementos que se adoptam como forma
ou como fundo. É impossível ver as duas imagens ao mesmo
tempo, e a passagem de uma para a outra faz-se bruscamente, de
uma só vez, por reconstrução mental do conjunto. É inútil fa-
zer qualquer esforço, pois isso em nada acelerará o processo: a
imagem aparece por "iluminação", como uma evidência, ou não
aparece de todo. A psicologia gestalt encara também a percep-
ção global como uma reconstituição de elementos ausentes: ou-
tros testes apresentam "imagens incompletas", de que apenas se
pode perceber o sentido completando-as logo à primeira vista,
"vendo"portanto, o todo ao mesmo tempo que as partes, as quais,
em si mesmas, na sua aparência bruta, nada significam.2
    Para estes autores, assim como para muitos outros, comun-
gando destes mesmos pressupostos, o design é, na sua essência,
uma actividade formal e abstracta; o texto é secundário, um ele-
mento adicional, acrescentado e integrado na estrutura formal de-
pois desta se encontrar estabelecida. Uma teoria do design que
isola a percepção visual da interpretação linguística, encoraja a
indiferença à significação cultural. Não obstando a que os estu-
  2
      cfr. DREYFUS, Catherine, pp.167-8

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dos da composição abstracta sejam, por si, inquestionáveis, os as-
pectos linguísticos e sociais do design são trivializados ou mesmo
ignorados, quando essa abstracção invade e ocupa o fulcro da ac-
tividade conceptual.
    Em Arte e Percepção Visual, Arnheim define a sua ideia de
"conceito visual"como a imagem mental de um objecto que se
adquire por uma multiplicidade de percepções visuais do mesmo,
pela sua captação através de inúmeros pontos de vista e contextos.




                           Mexicano
    Num tom humorístico, explica que esta imagem de um mexi-
cano não é uma representação válida, pois não se refere ao ver-
dadeiro "conceito visual"de um mexicano. Por outras palavras,
é necessário acrescentar uma informação textual - uma legenda
- de modo a poder ser compreendida. Mas o que poderia cons-
tituir verdadeiramente o "conceito visual"de um mexicano? O
sombrero (observado a partir de um nível mais elevado) já cons-
titui uma trivialidade turística; o "conceito visual"do mexicano
teria de consistir então em mais estereotipos, acumulados não da
experiência e do contacto com verdadeiros mexicanos, mas apro-
priados dos filmes, da televisão e da banda desenhada: um grande
bigode, poncho, botas de couro, siestas e tequilla... O exemplo
de Arnheim pretendia ser jocoso. O seu objectivo era tornar tão
universal quanto possível a premissa inerente a esta piada, suge-
rindo que a compreensão do mundo se baseia apenas num con-
junto de percepções visuais e que a linguagem desempenha um

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papel subalterno, limitando-se a preencher os espaços deixados
vazios pela informação sensorial. Sabemos, no entanto, que a
percepção é filtrada pela cultura. O conceito de um objecto tanto
tem de visual (espacial, sensorial e pictórico) como de linguístico
(convencional, pré-determinado pela compreensão e aceitação co-
lectivas). O conceito constitui-se a partir de pontos de vista indi-
viduais e atributos convencionais, apreendidos com a educação e
os media.
    A expressão "linguagem visual"surge constantemente nos tex-
tos de design: um vocabulário de elementos básicos (pontos, li-
nhas, formas, texturas e cores) está organizado numa gramática de
contrastes (equilíbrio/instabilidade, simetria/assimetria, duro/suave,
leve/pesado). Esta teoria foi elaborada no Curso Básico de Johan-
nes Itten, na Bauhaus. Um programa idêntico foi posteriormente
continuado por Kandinsky e Moholy-Nagy. Livros como Lingua-
gem da Visão de Gyorgy Kepes, professor na New Bauhaus de
Chicago, nos anos 40, continuaram a desenvolver esta teoria do
design como uma linguagem baseada na abstracção. Kepes es-
creve: "(...) tal como as letras do alfabeto podem ser combinadas
de inúmeras formas para constituir palavras e obter significados,
também as qualidades ópticas das formas podem ser combinadas
... e cada combinação específica dá origem a uma sensação es-
pacial distinta."A "linguagem visual"de Kepes assentaria, assim,
apenas num glossário de significações sensoriais.




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    Em Sintaxe da Linguagem Visual, Donis Dondis afirma que
cada uma destas composições abstractas tem um significado uni-
versal, o qual se dirige directamente à percepção humana. No
entanto, um aldeão da Idade Média interpretaria estas imagens
de um modo completamente diverso ao de um habitante de uma
grande cidade actual, o qual poderia "ver"óbvias referências ar-
quitectónicas da sua cidade na ilustração da estabilidade. Don-
dis substitui significados culturais concretos por uma "linguagem
universal"vaga e arbitrária.
    Talvez o ideal de "literacia visual"ambicionado por Dondis, a
capacidade de apreender e interpretar composições abstractas, es-
teja dependente da existência de uma estrutura prévia de "litera-
cia verbal". Num estudo antropológico orientado por A.R.Luria3 ,
os habitantes de uma aldeia isolada, na Rússia, eram solicitados
a identificar desenhos de formas geométricas simples. Alguns
dos habitantes tinham escolaridade básica, outros não. Aqueles
que sabiam ler interpretaram as imagens como formas geométri-
cas básicas e identificaram-nas: quadrado, círculo, triângulo; os
analfabetos, por seu lado, associaram os desenhos à sua realidade
envolvente: o círculo podia ser um prato, um balde, roda ou lua;
o quadrado, um espelho, uma porta ou mesmo uma casa. Esta
    3
        citado por LUPTON, Ellen, p.64


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pesquisa sugere que a capacidade de reconhecer formas visuais
"abstractas", isto é, desenquadradas dum contexto de uso social
e de comunicação figurativa, é uma técnica sofisticada em vez de
uma faculdade universal de percepção, requerendo os processos
de pensamento racionais e analíticos que caracterizam as culturas
"letradas".
    O termo "linguagem visual"é uma metáfora. Compara a es-
trutura do plano pictórico à gramática e à sintaxe da linguagem.
O efeito desta comparação leva à segregação entre visão e lin-
guagem. Os dois termos são apresentados como análogos, mas
inconciliáveis, linhas paralelas que nunca convergirão. As teorias
da linguagem visual e as práticas educacionais e profissionais de-
las resultantes, encerram o estudo dos significados da expressão
visual sobre si próprios, isolando-os da compreensão e integração
de outros modos de comunicar e de interpretar.
    Sobrepondo a interpretação e a percepção, a linguagem pode
ser compreendida inclusivamente, ao invés de exclusivamente.
Palavras, imagens, objectos, usos e costumes, ao integrarem os
processos de comunicação, podem ou não ocupar categorias se-
paradas, mas contribuem para o entendimento do significado his-
tórico e cultural que integra a mensagem. Um dos mais influen-
tes teóricos deste modelo foi Roland Barthes, cujos escritos nas
décadas de 50 e de 60 tiveram um impacto ainda hoje sentido
em muitos domínios, como na literatura, arquitectura, fotografia
e cinema. No design gráfico, Herb Lubalin tornou-se notado por
utilizar palavras como imagens e imagens como palavras, assim
como por justapor imagens e textos para produzir novos conteú-
dos. Para ele não existia nenhuma barreira entre a comunicação
verbal e a comunicação visual.
    Se Lubalin e outros protagonistas desta nova abordagem tra-
balharam e descobriram as suas soluções intuitivamente, então
para quê a teoria? Muitos designers e professores evitam a ex-
planação de princípios teóricos, estimulando o estabelecimento
de um "senso comum"intuitivo e pragmático. Mas mesmo esta
atitude anti-teórica acaba por ser teórica: qualquer argumento


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está condicionado por estruturas e condicionantes intelectuais por
muitos vagas e indefinidas que possam parecer.
    Recusando-se a analisar os seus próprios preconceitos, o prag-
matismo reforça a maior fraqueza das teorias modernistas, supri-
mindo a análise consciente do papel e do lugar do design na his-
tória e na cultura. A pedagogia do senso comum limita a polé-
mica ao imediatismo formal e prático dum projecto, reduzindo ou
mesmo eliminando a possibilidade de visualizar o contexto social
em que o design se movimenta.
    A teoria pode actuar tanto no aspecto instrumental, como fer-
ramenta para gerar novas ideias, como analiticamente, constituindo
métodos de avaliação. Usando a teoria como conector e não como
barreira entre a comunicação visual e a expressão verbal, o design
poderá ser intensificado e dirigido no sentido do reconhecimento
do seu papel na construção da paisagem social e cultural.

    Fontes
ARNHEIM, Rudolph - Art and Visual Perception. A psychology
   of the creative eye. [1954] Ed. revista e aumentada. Univer-
   sity of California Press, Berkeley:1974

DONDIS, Donis A. - Sintaxe da Linguagem Visual. [1973] Mar-
   tins Fontes, S. Paulo:1991

DREYFUS, Catherine, Psicoterapias de Grupo, Verbo, Lisboa:1980

KEPES, Gyorgy - Language of Vision. [1944] - Dover Publicati-
   ons, London:1995

LUPTON, Ellen; MILLER, J. Abbott (orgs) - Design, Writing,
   Research. Princeton Architectural Press, New York:1996

MATTOSO, J., A Escrita da História, Teoria e Métodos. Editorial
   Estampa, Lisboa:1997




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Imagens

Arnheim, Rudolph, op.cit - fig 82, p.109

Dondis, Donis, A. op.cit - fig. 3.21, 3.22, 3.23, p.60




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  • 1. Linguagem da visão∗ Jorge Bacelar Universidade da Beira Interior A ideia de design deveria ser entendida não como um catá- logo de estilos ou como um cânone de regras formais, mas como um empreendimento complexo que integra os domínios da polí- tica, da economia e da cultura. O renovado interesse na Histó- ria1 desencadeou a emergência do interesse pela teoria, o desejo de identificar os princípios gerais que condicionam e enformam a prática do design. O corpo teórico estabelecido com a tradi- ção pedagógica do modernismo tem sido intrinsecamente hostil a uma abordagem histórica ao design gráfico: no design, tal como na arquitectura ou nas belas artes, qualquer movimento dirigido à obtenção de uma maior consciência histórica, é considerado uma tentativa de revisão do modernismo e, como tal, um alvo a abater. O design gráfico institui-se como disciplina autónoma a partir dos movimentos de arte modernos dos anos 20, vindo a consolidar- se como profissão nos últimos 60 anos. As suas bases teóricas provêm dos movimentos e organizações de vanguarda, como o Construtivismo, de Stijl e a Bauhaus. Após a II Guerra Mun- dial, as práticas e o pensamento crítico destes movimentos foram ∗ Dezembro de 1998 1 "(...) Outrora, ’factos históricos’ eram só as acções dos chefes políticos, dos génios ou dos heróis. Desde que a história da humanidade se alargou, tudo tem dimensão histórica: desde a forma de enterrar os mortos até à concepção do corpo, desde a sexualidade até à paisagem, desde o clima até à demogra- fia.(...)"MATTOSO, J., p.17
  • 2. 2 Jorge Bacelar adoptados, codificados e transpostos em norma pelas academias artísticas. Muitos textos produzidos ao longo da história da profissão reproduzem um núcleo de princípios teóricos baseados na pin- tura abstracta e na psicologia Gestalt. A Linguagem da Visão, de Gyorgy Kepes (1944), Arte e Percepção Visual, de Rudolph Ar- nheim (1954) e Sintaxe da Comunicação Visual, de Donis Dondis (1973), contêm e reproduzem todos os temas recorrentes das te- orias modernistas da comunicação visual e do design. Neles, é dado destaque à importância da percepção em detrimento da in- terpretação. A percepção refere-se, nestes domínios, à experiên- cia individual e subjectiva enquadradas por um corpo e por um cérebro. As teorias estéticas baseadas na percepção favorecem o factor sensorial, negligenciando o intelecto, sobrepondo a visão à leitura, a universalidade às diferenças culturais, o instantâneo à mediação. A pedagogia do design, partindo das teorias da per- cepção como instrumento de criação de imagens, pressupõe a fa- culdade de uma linguagem perceptiva universal, comum a todos os seres humanos, em todos os tempos e em todos os lugares, lin- guagem essa capaz de ultrapassar qualquer barreira histórica ou cultural. Um estudo do design baseado na interpretação, por outro lado, sugere que a recepção de uma mensagem específica, varia de um determinado tempo e espaço para outro, atenuando ou distorcendo o significado de convenções como formato, estilo, ou simbolismo, bem como da sua associação com outras imagens ou palavras. Entre estas duas abordagens teóricas, entre as teses modernis- tas baseadas na percepção, e as correntes contemporâneas, cen- tradas na interpretação e numa análise histórica e cultural, uma alternativa residirá eventualmente na tentativa de conciliação e de convergência entre estes dois enunciados aparentemente incom- patíveis, aproveitando os contributos mais válidos e eficazes de cada um. Kepes, Arnheim e Dondis basearam-se na psicologia Gestalt, uma teoria desenvolvida na Alemanha durante os anos 20. A pa- www.bocc.ubi.pt
  • 3. Linguagem da visão 3 lavra Gestalt é em si mesma intraduzível. Trata-se de uma pa- lavra alemã que engloba ao mesmo tempo a ideia de forma e de estrutura. Esta teoria pretende demonstrar que não podemos per- ceber senão totalidades, fenómenos inteiros e estruturados, indis- sociáveis do conjunto no qual eles se inserem e sem o qual nada mais significam. Estas gestalts, estas formas totais, são como que imagens ricamente coloridas que emergem uma a uma, sucessiva- mente, de um fundo no qual vão de novo imergir e perder-se, sem que nós possamos opor-nos a isso, porquanto elas perderam o seu interesse para o observador. Na verdade, a nossa percepção, para os gestaltistas, está simultaneamente ligada aos elementos perce- bidos e às nossas próprias estruturas mentais que nos fazem, con- soante as circunstâncias do momento, reuni-las desta ou daquela maneira. Assim, os testes clássicos da psicologia gestalt, mos- tram "imagens duplas"que é possível estruturar de duas manei- ras diferentes segundo os elementos que se adoptam como forma ou como fundo. É impossível ver as duas imagens ao mesmo tempo, e a passagem de uma para a outra faz-se bruscamente, de uma só vez, por reconstrução mental do conjunto. É inútil fa- zer qualquer esforço, pois isso em nada acelerará o processo: a imagem aparece por "iluminação", como uma evidência, ou não aparece de todo. A psicologia gestalt encara também a percep- ção global como uma reconstituição de elementos ausentes: ou- tros testes apresentam "imagens incompletas", de que apenas se pode perceber o sentido completando-as logo à primeira vista, "vendo"portanto, o todo ao mesmo tempo que as partes, as quais, em si mesmas, na sua aparência bruta, nada significam.2 Para estes autores, assim como para muitos outros, comun- gando destes mesmos pressupostos, o design é, na sua essência, uma actividade formal e abstracta; o texto é secundário, um ele- mento adicional, acrescentado e integrado na estrutura formal de- pois desta se encontrar estabelecida. Uma teoria do design que isola a percepção visual da interpretação linguística, encoraja a indiferença à significação cultural. Não obstando a que os estu- 2 cfr. DREYFUS, Catherine, pp.167-8 www.bocc.ubi.pt
  • 4. 4 Jorge Bacelar dos da composição abstracta sejam, por si, inquestionáveis, os as- pectos linguísticos e sociais do design são trivializados ou mesmo ignorados, quando essa abstracção invade e ocupa o fulcro da ac- tividade conceptual. Em Arte e Percepção Visual, Arnheim define a sua ideia de "conceito visual"como a imagem mental de um objecto que se adquire por uma multiplicidade de percepções visuais do mesmo, pela sua captação através de inúmeros pontos de vista e contextos. Mexicano Num tom humorístico, explica que esta imagem de um mexi- cano não é uma representação válida, pois não se refere ao ver- dadeiro "conceito visual"de um mexicano. Por outras palavras, é necessário acrescentar uma informação textual - uma legenda - de modo a poder ser compreendida. Mas o que poderia cons- tituir verdadeiramente o "conceito visual"de um mexicano? O sombrero (observado a partir de um nível mais elevado) já cons- titui uma trivialidade turística; o "conceito visual"do mexicano teria de consistir então em mais estereotipos, acumulados não da experiência e do contacto com verdadeiros mexicanos, mas apro- priados dos filmes, da televisão e da banda desenhada: um grande bigode, poncho, botas de couro, siestas e tequilla... O exemplo de Arnheim pretendia ser jocoso. O seu objectivo era tornar tão universal quanto possível a premissa inerente a esta piada, suge- rindo que a compreensão do mundo se baseia apenas num con- junto de percepções visuais e que a linguagem desempenha um www.bocc.ubi.pt
  • 5. Linguagem da visão 5 papel subalterno, limitando-se a preencher os espaços deixados vazios pela informação sensorial. Sabemos, no entanto, que a percepção é filtrada pela cultura. O conceito de um objecto tanto tem de visual (espacial, sensorial e pictórico) como de linguístico (convencional, pré-determinado pela compreensão e aceitação co- lectivas). O conceito constitui-se a partir de pontos de vista indi- viduais e atributos convencionais, apreendidos com a educação e os media. A expressão "linguagem visual"surge constantemente nos tex- tos de design: um vocabulário de elementos básicos (pontos, li- nhas, formas, texturas e cores) está organizado numa gramática de contrastes (equilíbrio/instabilidade, simetria/assimetria, duro/suave, leve/pesado). Esta teoria foi elaborada no Curso Básico de Johan- nes Itten, na Bauhaus. Um programa idêntico foi posteriormente continuado por Kandinsky e Moholy-Nagy. Livros como Lingua- gem da Visão de Gyorgy Kepes, professor na New Bauhaus de Chicago, nos anos 40, continuaram a desenvolver esta teoria do design como uma linguagem baseada na abstracção. Kepes es- creve: "(...) tal como as letras do alfabeto podem ser combinadas de inúmeras formas para constituir palavras e obter significados, também as qualidades ópticas das formas podem ser combinadas ... e cada combinação específica dá origem a uma sensação es- pacial distinta."A "linguagem visual"de Kepes assentaria, assim, apenas num glossário de significações sensoriais. www.bocc.ubi.pt
  • 6. 6 Jorge Bacelar Em Sintaxe da Linguagem Visual, Donis Dondis afirma que cada uma destas composições abstractas tem um significado uni- versal, o qual se dirige directamente à percepção humana. No entanto, um aldeão da Idade Média interpretaria estas imagens de um modo completamente diverso ao de um habitante de uma grande cidade actual, o qual poderia "ver"óbvias referências ar- quitectónicas da sua cidade na ilustração da estabilidade. Don- dis substitui significados culturais concretos por uma "linguagem universal"vaga e arbitrária. Talvez o ideal de "literacia visual"ambicionado por Dondis, a capacidade de apreender e interpretar composições abstractas, es- teja dependente da existência de uma estrutura prévia de "litera- cia verbal". Num estudo antropológico orientado por A.R.Luria3 , os habitantes de uma aldeia isolada, na Rússia, eram solicitados a identificar desenhos de formas geométricas simples. Alguns dos habitantes tinham escolaridade básica, outros não. Aqueles que sabiam ler interpretaram as imagens como formas geométri- cas básicas e identificaram-nas: quadrado, círculo, triângulo; os analfabetos, por seu lado, associaram os desenhos à sua realidade envolvente: o círculo podia ser um prato, um balde, roda ou lua; o quadrado, um espelho, uma porta ou mesmo uma casa. Esta 3 citado por LUPTON, Ellen, p.64 www.bocc.ubi.pt
  • 7. Linguagem da visão 7 pesquisa sugere que a capacidade de reconhecer formas visuais "abstractas", isto é, desenquadradas dum contexto de uso social e de comunicação figurativa, é uma técnica sofisticada em vez de uma faculdade universal de percepção, requerendo os processos de pensamento racionais e analíticos que caracterizam as culturas "letradas". O termo "linguagem visual"é uma metáfora. Compara a es- trutura do plano pictórico à gramática e à sintaxe da linguagem. O efeito desta comparação leva à segregação entre visão e lin- guagem. Os dois termos são apresentados como análogos, mas inconciliáveis, linhas paralelas que nunca convergirão. As teorias da linguagem visual e as práticas educacionais e profissionais de- las resultantes, encerram o estudo dos significados da expressão visual sobre si próprios, isolando-os da compreensão e integração de outros modos de comunicar e de interpretar. Sobrepondo a interpretação e a percepção, a linguagem pode ser compreendida inclusivamente, ao invés de exclusivamente. Palavras, imagens, objectos, usos e costumes, ao integrarem os processos de comunicação, podem ou não ocupar categorias se- paradas, mas contribuem para o entendimento do significado his- tórico e cultural que integra a mensagem. Um dos mais influen- tes teóricos deste modelo foi Roland Barthes, cujos escritos nas décadas de 50 e de 60 tiveram um impacto ainda hoje sentido em muitos domínios, como na literatura, arquitectura, fotografia e cinema. No design gráfico, Herb Lubalin tornou-se notado por utilizar palavras como imagens e imagens como palavras, assim como por justapor imagens e textos para produzir novos conteú- dos. Para ele não existia nenhuma barreira entre a comunicação verbal e a comunicação visual. Se Lubalin e outros protagonistas desta nova abordagem tra- balharam e descobriram as suas soluções intuitivamente, então para quê a teoria? Muitos designers e professores evitam a ex- planação de princípios teóricos, estimulando o estabelecimento de um "senso comum"intuitivo e pragmático. Mas mesmo esta atitude anti-teórica acaba por ser teórica: qualquer argumento www.bocc.ubi.pt
  • 8. 8 Jorge Bacelar está condicionado por estruturas e condicionantes intelectuais por muitos vagas e indefinidas que possam parecer. Recusando-se a analisar os seus próprios preconceitos, o prag- matismo reforça a maior fraqueza das teorias modernistas, supri- mindo a análise consciente do papel e do lugar do design na his- tória e na cultura. A pedagogia do senso comum limita a polé- mica ao imediatismo formal e prático dum projecto, reduzindo ou mesmo eliminando a possibilidade de visualizar o contexto social em que o design se movimenta. A teoria pode actuar tanto no aspecto instrumental, como fer- ramenta para gerar novas ideias, como analiticamente, constituindo métodos de avaliação. Usando a teoria como conector e não como barreira entre a comunicação visual e a expressão verbal, o design poderá ser intensificado e dirigido no sentido do reconhecimento do seu papel na construção da paisagem social e cultural. Fontes ARNHEIM, Rudolph - Art and Visual Perception. A psychology of the creative eye. [1954] Ed. revista e aumentada. Univer- sity of California Press, Berkeley:1974 DONDIS, Donis A. - Sintaxe da Linguagem Visual. [1973] Mar- tins Fontes, S. Paulo:1991 DREYFUS, Catherine, Psicoterapias de Grupo, Verbo, Lisboa:1980 KEPES, Gyorgy - Language of Vision. [1944] - Dover Publicati- ons, London:1995 LUPTON, Ellen; MILLER, J. Abbott (orgs) - Design, Writing, Research. Princeton Architectural Press, New York:1996 MATTOSO, J., A Escrita da História, Teoria e Métodos. Editorial Estampa, Lisboa:1997 www.bocc.ubi.pt
  • 9. Linguagem da visão 9 Imagens Arnheim, Rudolph, op.cit - fig 82, p.109 Dondis, Donis, A. op.cit - fig. 3.21, 3.22, 3.23, p.60 www.bocc.ubi.pt