O documento analisa relatórios de avaliação externa de escolas e agrupamentos de escolas, procurando referências às bibliotecas escolares. Encontrou poucas referências, geralmente elogiando espaços e equipamentos mas sem destacar o impacto das bibliotecas. A auto-avaliação parece essencial para evidenciar o valor das bibliotecas escolares.
1. 2ª parte da tarefa da 7ª sessão on-line
1. Tendo por base a amostra de Relatórios de avaliação externa que elegeu, faça uma
análise e comentário crítico à presença de referências a respeito das BE, nesses
Relatórios.
“Esta relação da avaliação da biblioteca com a avaliação da escola ganha ainda mais pertinência se
tivermos em conta o carácter transversal e a grande interacção que a biblioteca deve estabelecer
com todos os órgãos da escola.” (Texto da 4ª sessão on-line da formação)
Comecei por fazer a leitura gradual dos três relatórios globais da IGE (2006/2007, 2007/2008
e 2008/2009, num total de 660 escolas/agrupamentos avaliados).
Neles se pode ler a quebra de resultados ao nível dos domínios “ Capacidade de auto-regulação
e melhoria da escola” e “Prestação do serviço educativo”, ao longo desses três anos lectivos.
“Pela frequência com que surge nos relatórios de auto-avaliação, é de destacar também a
identificação de fragilidades ao nível da auto-avaliação. Além de ser um dos factores com
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menor número de classificações de Bom e sem registo de Muito Bom, é um dos que reúne
maior número de pontos fracos.” Relatório IGE, 2008/2009
Sem uma auto-avaliação coerente e bem estruturada (na Escola) e sem um modelo de auto-
avaliação das BE, os esforços dos docentes perdem o eco e a visibilidade e dá-se conta a
equipa de avaliação da IGE “… não há evidências de um planeamento com metas
mensuráveis e respectivos planos de melhoria”.
Assim parece-me pertinente salientar o seguinte:
1- Se fizermos a análise dos pontos fortes do relatório global 2008/09, no que concerne ao
domínio “Resultados” verificamos que no factor “Valorização e impacto das aprendizagens”,
as asserções referem diversidade na oferta educativa, valorização das aprendizagens, alta
expectativa por parte das famílias e imagem positiva da escola junto da comunidade, o que a
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torna credível, sem uma única menção às Bibliotecas Escolares e ao seu papel.
2- Da análise do mesmo relatório se constata que a maior parte das asserções identificadas
como pontos fracos e constrangimentos estão sobretudo relacionadas com espaços e
recursos físicos, inexistência ou inadequação de equipamentos e o estado de conservação
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2. das instalações. Traduz-se assim numa perda maior ao nível do domínio “Prestação do
serviço educativo”, igualmente sem alusões explícitas às BE.
À partida poderia pensar conseguir-se retirar alguma informação sobre as BE, sobretudo ao
nível destes dois domínios.
A Biblioteca Escolar pouco existente em todos os relatórios, surge em análise favorável no
domínio “Organização e gestão escolar” “A Biblioteca Escolar, espaço privilegiado na
dinamização de acções educativas estimulantes e inovadoras”- (…) A utilização das
Bibliotecas Escolares / Centro de Recursos, o investimento na melhoria de espaços e
equipamentos e a utilização de recursos informáticos. (…)”Relatório IGE, 2008/2009.
Fazem-se comummente notar (pontos fortes ou fracos), as actividades físicas e suas
instalações, as actividades experimentais, os equipamentos informáticos (ou a sua falta), nas
condições de trabalho da escola/agrupamento, mas registei uma ausência quase
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generalizada relativamente às BE e ao serviço por elas prestado, bem como ao impacto da
sua acção sobre a comunidade escolar.
Para a leitura e análise de relatórios de avaliação de escolas ou agrupamentos de escolas
seleccionei três unidades do concelho do Seixal:
Agrupamento de Escolas Pedro Eanes Lobato (avaliado em 2007/08) http://www.ige.min-
edu.pt/upload/AEE_2008_DRLVT/AEE_08_Agr_Pedro_Eanes_Lobato_R.pdf ,
Escola Secundária com 3º Ciclo José Afonso (avaliada em 2008/09) http://www.ige.min-
edu.pt/upload/AEE_2009_DRLVT/AEE_09_ES3_Jose_Afonso_R.pdf
e o Agrupamento de Escolas Paulo da Gama (avaliado em 2008/09) http://www.ige.min-
edu.pt/upload/AEE_2009_DRLVT/AEE_09_Ag_Paulo_Gama_R.pdf .
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Da leitura efectuada procurei sobretudo “como” se refere a BE e não “quantas vezes” é
referida nos relatórios.
Pude constatar que dos três relatórios seleccionados, no Agrupamento de Escolas Pedro
Eanes Lobato, a BE é referida pelo bom apetrechamento técnico, espaço organizado e
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3. funcional (na EB2, 3 e nas EB1), bem como pela dinâmica mobilizadora dos serviços e
propostas de actividades à comunidade escolar, com referência a PB, descrição/estatuto que
não vi reflectido nos dois relatórios seguintes.
Na Escola Secundária com 3º Ciclo José Afonso, a BE é referida como espaço de excelência,
pela qualidade e apetrechamento técnico, realçando somente a elevada taxa de utilização
por parte dos alunos e, muito ao de leve, pela dimensão cultural que mobiliza.
No que concerne ao relatório de avaliação do Agrupamento de Escolas Paulo da Gama, a IGE
refere somente bom apetrechamento e boas condições estruturais da BE na escola-sede,
caracterizando os pólos da BE do 1º Ciclo, como “em estado de desgaste”. Neste relatório
evidenciam-se os programas e projectos nacionais vocacionados para a leitura, a que o
Agrupamento aderiu, não havendo lugar a apreciação sobre a dinâmica e organização, quer
da equipa responsável, quer dos serviços prestados pela BE.
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Em nenhum dos três relatórios, a BE é apontada como ponto forte ou oportunidade da
Escola/Agrupamento.
Em jeito de conclusão devo acrescentar que, no futuro, a valorização das BE conseguir-se-á
(também) com a liderança do docente que a dinamiza, (assim como) com uma boa
articulação com os órgãos de administração e gestão da Escola/Agrupamento, (certamente)
com articulação com as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, mas
indiscutivelmente, com um processo de auto-avaliação, que evidencie de forma clara as
acções, as iniciativas, a taxa de utilização, os impactos, para além de qualquer texto
subjectivo e fugaz.
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