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Os Lusíadas
Despedidas em Belém
Enquadramento na obra
Depois de ter contado o episódio da morte de Inês de Castro ao rei
de Melinde, Vasco da Gama narra a história do reinado de D. Pedro e D.
Fernando, últimos reis da 1ª dinastia (Canto III), de D. João I, de D.
Duarte, de D. Afonso V e o de D. João II. No fim, detém-se no reinado de
D. Manuel, com episódios como o sonho profético do rei, a entrega do
comando da frota a Vasco da Gama, a fim de levar a cabo a descoberta
do caminho marítimo para a Índia, e a partida da frota, das praias de
Belém.
2Professora Vanda Barreto
Ouve o poema “Mar Português”, de Fernando Pessoa
 Qual te parece ser o tema do poema?
 Compara o título do episódio que vamos estudar, com
o tema do poema que acabaste de ouvir.
3Professora Vanda Barreto
“Mar Português”, de Fernando Pessoa
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
4Professora Vanda Barreto
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
“Mar Português”, de Fernando Pessoa
1) Divide o poema em duas partes lógicas e identifica o assunto de cada uma delas.
2) Tendo em conta esses conteúdos, comenta a expressividade dos seguintes
recursos estilísticos:
a) 1ª parte:
• personificação
• metáfora
• hipérbole
• anáfora (repetição de palavras ou expressões no início de frases ou
expressões sucessivas)
b) 2ª parte: pergunta retórica
3) Justifica o título “Mar Português”.
5Professora Vanda Barreto
“Mar Português”, de Fernando Pessoa
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
6Professora Vanda Barreto
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
1) Cada sextilha corresponde a uma
parte do poema:
1ª parte: sacrifícios do povo
Português para conquistar o mar;
2ª parte: reflexão sobre a
importância desses sacrifícios.
“Mar Português”, de Fernando Pessoa
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
7Professora Vanda Barreto
2) Recursos Estilísticos
a) 1ª parte:
• personificação:
a apóstrofe “Ó mar salgado”, personifica o
mar, conferindo-lhe o poder de provocar
dor;
• metáfora e hipérbole:
o sal do mar tem origem nas lágrimas dos
Portugueses = exacerbar o sofrimento/a
dor do povo;
• anáfora:
Quantas/Quantos/Quantas – vv.3,4,5=
intensificar a dor coletiva e anónima do
povo.
“Mar Português”, de Fernando Pessoa
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
8Professora Vanda Barreto
b) 2ª parte:
“Valeu a pena?”: a resposta a
esta questão leva-nos a pensar nas
vantagens de ter conquistado o
mar, apesar de todo o sofrimento
do povo.
“Mar Português”, de Fernando Pessoa
3) O poema alude aos feitos de navegação portugueses, na época dos
Descobrimentos.
O mar é português porque fomos nós, Portugueses, que primeiro o
conquistámos, superando os obstáculos que se apresentaram: passagem dos
cabos Bojador e das Tormentas, fome, ataques de povos nativos, escorbuto,
tempestades, etc.
Estes feitos causaram muito sofrimento humano, não só aos que partiam
rumo ao desconhecido e muitas vezes rumo à morte, como também aos que
ficavam (filhos, pais, noivas,...), que ficavam à espera do incerto regresso de
quem partia.
9Professora Vanda Barreto
“Despedidas em Belém”, de Luís de Camões
Atenta na estância 84, do Canto IV. Quem é o narrador deste episódio?
 Vasco da Gama.
Retira da estância a expressão que o comprova.
 “Estão para seguir-me a toda a parte.”
Qual é o assunto desta estância?
 As naus encontram-se prontas para partir, no porto de Lisboa, em Belém.
Qual é o estado de espírito dos marinheiros e dos militares? Justifica.
 Os marinheiros e os soldados estão desejosos de partir (“Cum alvoroço
nobre e cum desejo”), sentem-se confiantes e destemidos (“Temor
nenhum”), prontos para seguir Vasco da Gama e fazer parte desta grande
aventura (“Estão para seguir-me a toda a parte”).
10Professora Vanda Barreto
“Despedidas em Belém”, de Luís de Camões
Associa a cada excerto um recurso expressivo:
Reescreve os versos do ponto 1. pela ordem mais frequente:
Onde o doce Tejo mestura o licor e branca areia co salgado Neptuno.
11Professora Vanda Barreto
Excertos Recursos Expressivos
1. “Onde o licor mestura e branca areia/
Co salgado Neptuno o doce Tejo”
a) Metonímia
2. “ínclita Ulisseia”, “branca areia”,
“salgado Neptuno”, “doce Tejo”
b) Hipérbato
3. “Ulisseia”, “Neptuno” c) Antítese
4. “salgado”/”doce” d) Adjetivação anteposta
1. b)
2. d)
3. a)
4. C)
“Despedidas em Belém”, de Luís de Camões
Voltando à metonímia da estância 84:
Metonímia: designação de uma realidade com recurso a outra que lhe é
próxima.
“Ulisseia”- refere a cidade de Lisboa, fundada por Ulisses (segundo a lenda)
“Neptuno”- designa o mar (Neptuno é o deus do Mar)
12Professora Vanda Barreto
“Despedidas em Belém”, de Luís de Camões
Atenta agora na estância 85:
Como vinham os soldados?
 vestidos de várias cores/ havia-os de muitas profissões/ preparados para a
aventura
Que significa “ser no Olimpo estrelas”?
 = ser bem sucedidos/ motivados
Estância 86:
Que significa “Aparelhámos a alma pera a morte”?
 = ouvir missa e comungar
Que pediram a Deus?
 Que os guiasse e os favorecesse
13Professora Vanda Barreto
“Despedidas em Belém”, de Luís de Camões
Estância 87:
Transcreve desta estância as marcas textuais da existência de um narrador
e de um narratário. Identifica-os.
 narrador = “Partimos”, “contemplo”, “nos”, “meus” (Vasco da Gama)
 narratário = “te”, “Ó Rei” (Rei de Melinde)
Que significa “Cheio de dúvida e receio/ Que apenas nos meus olhos
ponho o freio”?
 VG estava angustiado, cheio de dúvidas e receoso, o que quase o levou às
lágrimas.
14Professora Vanda Barreto
“Despedidas em Belém”, de Luís de Camões
Na estância 88:
Além do patrocínio real, esta aventura tinha também a bênção da Igreja.
Justifica com elementos textuais.
 “E nós co a companhia de mil religiosos”
Estâncias 89 a 92:
Que sentem e como exteriorizam os seus sentimentos a população?
 A população sente-se pessimista e desgostosa pela partida dos marinheiros
e dos soldados: as mulheres choram e os homens suspiram;
 Uma mãe tenta convencer o filho a não partir, dizendo-lhe que é o seu
sustento e amparo; uma esposa diz que morrerá sem o amor do marido;
 Estas manifestações representam o sentimento de um grupo.
15Professora Vanda Barreto
“Despedidas em Belém”, de Luís de Camões
Estância 93:
Face ao ambiente que se gerou, VG decide não efetuar as despedidas
convencionais. Porquê?
 Para não intensificar a mágoa dos que ficavam e, sobretudo, para não
dissuadir os que partiam.
16Professora Vanda Barreto
“Praia das Lágrimas”, de Rui Veloso e Carlos Tê
Correção da ficha:
a. Verdadeira: “... Eu sou mais uma das que aqui choram...”
b. Falsa: o enunciador não compreende os motivos da partida dos
marinheiros, apresentando a procura de “fortuna” ou o espírito de aventura
(“bichos-carpinteiros”), como possibilidades.
c. Falsa: “que é do meu amor/Seis anos já lá vão...”
d. Verdadeira: “Será que é morto/ou se amigou por lá?”
e. Verdadeira: a invocação é feita ao mar, porque foi por mar que o marido
partiu.
17Professora Vanda Barreto

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Despedidas em belém

  • 2. Enquadramento na obra Depois de ter contado o episódio da morte de Inês de Castro ao rei de Melinde, Vasco da Gama narra a história do reinado de D. Pedro e D. Fernando, últimos reis da 1ª dinastia (Canto III), de D. João I, de D. Duarte, de D. Afonso V e o de D. João II. No fim, detém-se no reinado de D. Manuel, com episódios como o sonho profético do rei, a entrega do comando da frota a Vasco da Gama, a fim de levar a cabo a descoberta do caminho marítimo para a Índia, e a partida da frota, das praias de Belém. 2Professora Vanda Barreto
  • 3. Ouve o poema “Mar Português”, de Fernando Pessoa  Qual te parece ser o tema do poema?  Compara o título do episódio que vamos estudar, com o tema do poema que acabaste de ouvir. 3Professora Vanda Barreto
  • 4. “Mar Português”, de Fernando Pessoa Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! 4Professora Vanda Barreto Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.
  • 5. “Mar Português”, de Fernando Pessoa 1) Divide o poema em duas partes lógicas e identifica o assunto de cada uma delas. 2) Tendo em conta esses conteúdos, comenta a expressividade dos seguintes recursos estilísticos: a) 1ª parte: • personificação • metáfora • hipérbole • anáfora (repetição de palavras ou expressões no início de frases ou expressões sucessivas) b) 2ª parte: pergunta retórica 3) Justifica o título “Mar Português”. 5Professora Vanda Barreto
  • 6. “Mar Português”, de Fernando Pessoa Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! 6Professora Vanda Barreto Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. 1) Cada sextilha corresponde a uma parte do poema: 1ª parte: sacrifícios do povo Português para conquistar o mar; 2ª parte: reflexão sobre a importância desses sacrifícios.
  • 7. “Mar Português”, de Fernando Pessoa Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! 7Professora Vanda Barreto 2) Recursos Estilísticos a) 1ª parte: • personificação: a apóstrofe “Ó mar salgado”, personifica o mar, conferindo-lhe o poder de provocar dor; • metáfora e hipérbole: o sal do mar tem origem nas lágrimas dos Portugueses = exacerbar o sofrimento/a dor do povo; • anáfora: Quantas/Quantos/Quantas – vv.3,4,5= intensificar a dor coletiva e anónima do povo.
  • 8. “Mar Português”, de Fernando Pessoa Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. 8Professora Vanda Barreto b) 2ª parte: “Valeu a pena?”: a resposta a esta questão leva-nos a pensar nas vantagens de ter conquistado o mar, apesar de todo o sofrimento do povo.
  • 9. “Mar Português”, de Fernando Pessoa 3) O poema alude aos feitos de navegação portugueses, na época dos Descobrimentos. O mar é português porque fomos nós, Portugueses, que primeiro o conquistámos, superando os obstáculos que se apresentaram: passagem dos cabos Bojador e das Tormentas, fome, ataques de povos nativos, escorbuto, tempestades, etc. Estes feitos causaram muito sofrimento humano, não só aos que partiam rumo ao desconhecido e muitas vezes rumo à morte, como também aos que ficavam (filhos, pais, noivas,...), que ficavam à espera do incerto regresso de quem partia. 9Professora Vanda Barreto
  • 10. “Despedidas em Belém”, de Luís de Camões Atenta na estância 84, do Canto IV. Quem é o narrador deste episódio?  Vasco da Gama. Retira da estância a expressão que o comprova.  “Estão para seguir-me a toda a parte.” Qual é o assunto desta estância?  As naus encontram-se prontas para partir, no porto de Lisboa, em Belém. Qual é o estado de espírito dos marinheiros e dos militares? Justifica.  Os marinheiros e os soldados estão desejosos de partir (“Cum alvoroço nobre e cum desejo”), sentem-se confiantes e destemidos (“Temor nenhum”), prontos para seguir Vasco da Gama e fazer parte desta grande aventura (“Estão para seguir-me a toda a parte”). 10Professora Vanda Barreto
  • 11. “Despedidas em Belém”, de Luís de Camões Associa a cada excerto um recurso expressivo: Reescreve os versos do ponto 1. pela ordem mais frequente: Onde o doce Tejo mestura o licor e branca areia co salgado Neptuno. 11Professora Vanda Barreto Excertos Recursos Expressivos 1. “Onde o licor mestura e branca areia/ Co salgado Neptuno o doce Tejo” a) Metonímia 2. “ínclita Ulisseia”, “branca areia”, “salgado Neptuno”, “doce Tejo” b) Hipérbato 3. “Ulisseia”, “Neptuno” c) Antítese 4. “salgado”/”doce” d) Adjetivação anteposta 1. b) 2. d) 3. a) 4. C)
  • 12. “Despedidas em Belém”, de Luís de Camões Voltando à metonímia da estância 84: Metonímia: designação de uma realidade com recurso a outra que lhe é próxima. “Ulisseia”- refere a cidade de Lisboa, fundada por Ulisses (segundo a lenda) “Neptuno”- designa o mar (Neptuno é o deus do Mar) 12Professora Vanda Barreto
  • 13. “Despedidas em Belém”, de Luís de Camões Atenta agora na estância 85: Como vinham os soldados?  vestidos de várias cores/ havia-os de muitas profissões/ preparados para a aventura Que significa “ser no Olimpo estrelas”?  = ser bem sucedidos/ motivados Estância 86: Que significa “Aparelhámos a alma pera a morte”?  = ouvir missa e comungar Que pediram a Deus?  Que os guiasse e os favorecesse 13Professora Vanda Barreto
  • 14. “Despedidas em Belém”, de Luís de Camões Estância 87: Transcreve desta estância as marcas textuais da existência de um narrador e de um narratário. Identifica-os.  narrador = “Partimos”, “contemplo”, “nos”, “meus” (Vasco da Gama)  narratário = “te”, “Ó Rei” (Rei de Melinde) Que significa “Cheio de dúvida e receio/ Que apenas nos meus olhos ponho o freio”?  VG estava angustiado, cheio de dúvidas e receoso, o que quase o levou às lágrimas. 14Professora Vanda Barreto
  • 15. “Despedidas em Belém”, de Luís de Camões Na estância 88: Além do patrocínio real, esta aventura tinha também a bênção da Igreja. Justifica com elementos textuais.  “E nós co a companhia de mil religiosos” Estâncias 89 a 92: Que sentem e como exteriorizam os seus sentimentos a população?  A população sente-se pessimista e desgostosa pela partida dos marinheiros e dos soldados: as mulheres choram e os homens suspiram;  Uma mãe tenta convencer o filho a não partir, dizendo-lhe que é o seu sustento e amparo; uma esposa diz que morrerá sem o amor do marido;  Estas manifestações representam o sentimento de um grupo. 15Professora Vanda Barreto
  • 16. “Despedidas em Belém”, de Luís de Camões Estância 93: Face ao ambiente que se gerou, VG decide não efetuar as despedidas convencionais. Porquê?  Para não intensificar a mágoa dos que ficavam e, sobretudo, para não dissuadir os que partiam. 16Professora Vanda Barreto
  • 17. “Praia das Lágrimas”, de Rui Veloso e Carlos Tê Correção da ficha: a. Verdadeira: “... Eu sou mais uma das que aqui choram...” b. Falsa: o enunciador não compreende os motivos da partida dos marinheiros, apresentando a procura de “fortuna” ou o espírito de aventura (“bichos-carpinteiros”), como possibilidades. c. Falsa: “que é do meu amor/Seis anos já lá vão...” d. Verdadeira: “Será que é morto/ou se amigou por lá?” e. Verdadeira: a invocação é feita ao mar, porque foi por mar que o marido partiu. 17Professora Vanda Barreto