Tocof football kinderganden - Programa de treino de futebolistas
Treino da Força no período Infanto-Juvenil
1. Maio 2008
Volume 1, Número 2
REDAF- REVISTA DE DESPORTO E
o
ACTIVIDADE FÍSICA
O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações Pedagógicas e
Metodológicas
Armando Filipe Mariano e Costal* * ISCE - Instituto Superior de Ciências Educativas - Odivelas (Portugal)
Valter Bruno Fernandes Pinheiro** ** ISCE - Instituto Superior de Ciências Educativas - Odivelas (Portugal)
Mário Joel Cipriano*** ** ISCE - Instituto Superior de Ciências Educativas - Odivelas (Portugal)
Pedro Jorge Richeimmer Sequeira**** **** ESDRM – Escola Superior de Desporto de Rio Maior - Portugal
Resumo: Abstract:
O presente artigo incide numa revisão
This article focuses on a literature review which
bibliográfica que visa abordar algumas das questões
aims to address some of the pedagogical and
pedagógicas e metodológicas subjacentes ao treino
methodological issues underlying the practice of
da força no período infanto-juvenil.
virtue in the children's.
Caracteriza-se não só o conceito de força, como
It is characterized not only the concept of
também, o período infanto-juvenil e os diversos
force, as well as the time children and youth and the
programas de treino da força.
various training programs of force.
Enfatiza-se também o papel do treinador
It also emphasizes the role of coach as a
enquanto pedra basilar na construção e consequente
cornerstone in the construction and subsequent
implementação dos programas de treino da força,
implementation of programs for training the force,
que visem não só o desenvolvimento dos atletas
aimed at not only the development of athletes as
como também, sejam um contributo para a saúde
well as being a contribution to the health of athletes.
dos atletas.
Palavras-chave: Comportamento do Treinador, Key-words: Coach Behavior, Health, Strength
Saúde, Treino da Força, Programas de Treino da Training, Strength Training Programs
Força
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com |
2. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 2
pedagógicas e metodológicas *
Introdução:
Na planificação do treino de crianças e jovens, a poderemos verificar que o treino deve estar de
preparação desportiva deve respeitar acordo com a faixa etária dos jovens, isto é, o treino
criteriosamente as etapas do crescimento e com jovens deve ser generalizado e multidisciplinar
maturação das estruturas e funções dos atletas, ou de forma a maximizar as aprendizagens motoras
seja, do seu desenvolvimento biológico. resultantes.
O treinador deverá conhecer as diferenças Os treinadores, visam também, apenas a obtenção
anatómicas, fisiológicas e psicológicas das crianças de resultados no imediato contrariando o
e jovens nas diversas fases da sua vida e organizar o desenvolvimento da criança, tentando que os seus
treino de acordo com estes conhecimentos. Carmo atletas se tornem atletas de elite, e que, assumam
(2001), assesta esta premissa ao reforçar que o um compromisso com o treino muito elevado, em
treino é um processo pedagógico que visa oposição a uma planificação cuidada e de longa
desenvolver as capacidades técnicas, tácticas, duração, esquecendo-se que o alto rendimento
físicas e psicológicas dos praticantes e das equipas pressupõe um conjunto de factores individuais e
no quadro específico das situações competitivas temporais que faz com que não seja passível de ser
através da prática sistemática e planificada do atingido no imediato, existindo vários estudos a
exercício, orientada por princípios e regras confirmarem a necessidade de se volverem 6 a 10
devidamente fundamentadas no conhecimento anos para alcançar o alto rendimento desportivo
científico. Torna-se por isso imperioso que o treino (Navarro, 2001). A este respeito Bompa (2005)
além de cumprir os requisitos aduzidos, seja refere que se estivermos interessados no
também perspectivado a longo prazo em oposição a desenvolvimento do desportista de alto nível, temos
uma fundamentação de curto prazo. A esse respeito de estar preparados para atrasar a sua especialização
Bompa (2005), refere que todo o treino desportivo e sacrificar os resultados a curto prazo.
apropriado deveria iniciar-se na infância, no sentido Ao incidirmos no treino da força no período
de possibilitar ao desportista o desenvolvimento infanto-juvenil, não poderemos deixar de referir que
progressivo e sistemático do seu corpo e mente, de só fará sentido abordar esta temática se a
forma a alcançar a excelência a largo prazo. perspectivarmos a longo prazo, ou seja, se
Contudo, são vários os treinadores que não incidirmos em planificações de programas do treino
revelam conhecer ou descuram a importância dessas da força a longo prazo.
mesmas diferenças orientando treinos Neste sentido, o presente artigo incide nas
unidisciplinares em detrimento de treinos questões pedagógicas e metodológicas subjacentes
multidisciplinares, o que no nosso entender é errado ao treino da força no período infanto-juvenil.
pois se atentarmos as palavras de Año (1997),
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
3. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 3
pedagógicas e metodológicas *
logia na direcção e controle de parâmetros
Treino Unilateral vs Treino Multilateral
pertinentes, fundamentados em leis de acção
concebidas na totalidade. Pois de acordo com
Weineck (2003), o treino deve ser amplo e variado,
Treino Unilateral
concebido numa visão holística e como tal
totalitária, de forma a não provocar prejuízos no
desenvolvimento dos atletas, já que, se os
Como referimos anteriormente muitos treinadores
exercícios do treino incidirem na repetição de
optam por treinos unilaterais, ou seja, focalizados gestos motores específicos e unilaterais os atletas
poderão estar a sofrer, como nos refere Marques
apenas numa determinada habilidade ou tarefa
(1991), uma especialização precoce. Nesse sentido,
motora respeitantes à modalidade em causa, já que, Bompa (2002) e Weineck (2003) referem que o
treino deve ser desenvolvido através de jogos e
esta tipologia de treino consiste numa exigência, ao
exercícios apropriados para cada idade pautados por
organismo do atleta, de inúmeras repetições de um pluralidade de estímulos motores que
desvalorizem a especialização precoce.
gestos motores específicos e unilaterais,
contribuindo assim para uma um treino que Treino Multilateral
potencializa a especialização precoce.
Esta filosofia de treino assegura uma melhoria Bompa (1999), destaca a importância de as
rápida de rendimento devido a rápidas adaptações, crianças e jovens desenvolverem uma grande
contudo, apenas durante um curto período de variedade de habilidades fundamentais, de forma a
tempo, podendo posteriormente conduzir a lesões municiá-los com um conjunto de competências de
por sobreuso ou sobretreino (Horta, 1995) e exercer base permitindo que se tornem em atletas com um
uma contribuição nefasta, desta forma, para a saúde bom desenvolvimento geral, antes de começarem a
dos atletas. Bompa (2005), corrobora estas treinar um desporto específico. Para o autor, a
afirmações, ao referir que promover uma definição aduzida clarifica a definição do conceito
especialização desportiva dos atletas sem que os de multilateralidade, mas não precisa os seus
mesmos se encontrem preparados física e objectivos, nesse sentido Bompa (2005) indica que
psicologicamente, traduz-se num ataque ao o objectivo do desenvolvimento multilateral é o de
desenvolvimento harmonioso dos atletas, pois melhorar a adaptação geral, sendo que, as crianças e
também é verdade como nos refere Weineck jovens que desenvolvem uma elevada quantidade de
(1999), que o treino unilateral pode levar ao habilidades e capacidades motoras têm mais
enfraquecimento de alguns músculos e possibilidade de adaptar-se a cargas de treino mais
encurtamento de outros, potencializando desta intensas, sem sofrerem o stress associado à
forma o surgimento de lesões futuras. especialização precoce.
Nesse sentido torna-se necessário que o treino de No nosso entender este conceito entendido e
jovens assente num sistema de preparação integrado na preparação desportiva associa-se ao
desportiva, que vise a construção de modelos princípio da polivalência, tornando-se imperioso
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
4. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 4
pedagógicas e metodológicas *
passíveis de se implementar uma determinada crono que seja entendido como um processo que se desen-
volve ao longo do tempo e que privilegie um leque treino igual deve-se fomentar uma maior qualidade
alargado de aquisições de forma a possibilitar um de intervenção suportada por conteúdos
desenvolvimento e consequente rendimento seleccionados rigorosamente. Neste sentido o treino
superior, quando o atleta entrar numa fase de da força, englobado num leque alargado de
especialização para uma dada competição, pois, um solicitações, assume cada vez mais importância no
programa de treino multilateral que incida no treino dos mais jovens, estando cada vez mais
desenvolvimento desportivo em geral conduzirá a presente nas planificações dos treinadores devido à
um melhor rendimento numa fase de especialização queda de certos dogmas associados ao treino da
(Bompa, 2005). Existem alguns estudos que força como nos referem vários autores na literatura
corroboram as ideias explanadas, podendo destacar da especialidade (Sewal & Micheli, 1986; Marques,
alguns estudos, tal como, o de Nagorni (1978) ou de 1995; Mahon, 2000).
Harre (1982). Em ambos os estudos os autores Dogmas sobre o Treino da Força
puderam concluir que o treino multilateral quando
comparado com o treino unilateral torna-se a base
Ao abordar o conceito do treino da força, numa
da eficiência desportiva na etapa de especialização
perspectiva temporal e subentendida a uma
traduzida nos resultados obtidos. É também
multiplicidade de testemunhos ou opiniões
importante referir que o treino multilateral deve ser
hierarquizadas, estabelecidas mediante os
parte integrante não só nas etapas antecedentes à
contributos ofertados ao tema por agentes
especialização como também o deve ser nesta e nas
envolvidos directa ou indirectamente com o mesmo,
que se seguem apesar de mais diminuto. Bompa
poderemos referir que até à relativamente pouco
(2005), refere que é importante o treino multilateral
tempo, o tema aduzido gozava e assumia muitos
integrar o treino de desportistas de elite.
pressupostos, que viriam a ser considerados
Julgamos então ser importante que os treinadores
erróneos, contribuindo assim para a criação de
entendam e pensem que a chave para o sucesso
alguns dogmas alusivos ao conceito.
passa por o desenvolvimento de uma base sólida
Os mais diversos agentes, tais como,
através de treinos multidisciplinares capazes de
teóricos, investigadores, professores e treinadores,
serem diversificados e ricos em solicitações
quando confrontados com a importância e
motoras apensando assim qualidade ao treino.
necessidade de se efectuar o treino de força no
Esta premissa é enfatizada por Marques &
período infanto-juvenil, mostravam-se reticentes
Oliveira (2001), que referem que os resultados no
quanto aos benefícios do mesmo.
alto nível dependem do que se fez nos anos de
Vigoraram assim, durante alguns anos, um
formação e não do número de anos passados em
conjunto de dogmas associados ao treino de força
formação e Martin (1989) refere que os treinadores
no período infanto-juvenil, dogmas esses
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
5. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 5
pedagógicas e metodológicas *
deverão preocupar-se mais com a qualidade em enfatizados por diversos autores (Kraemer & Fleck,
detrimento da quantidade, já que, para um tempo de Na opinião de Raposo (2005), ainda persistem na
1993; Hamil, 1994; Westcott, 1999; Kraemer, 2001; mentalidade de alguns treinadores os dogmas
Weineck, 2003), sendo que ao destacar alguns anteriormente mencionados. No entanto, apesar de
desses dogmas poderemos dizer que: o treino da o treino de força ser ainda um tema controverso
força era entendido como algo prejudicial para o para algumas pessoas, nos últimos anos o treino de
desenvolvimento físico do adolescente, destacando força com crianças tem evidenciado uma aceitação
o risco de contrair lesões; o treino da força reduzia a exponencial entre treinadores professores e
longevidade do atleta; o treino da força prejudicava investigadores (Fleck & Kraemer, 2002) sendo
a qualidade técnica; o treino da força comprometia vários os estudos que indicam que as crianças
a taxa de crescimento ósseo e retardava o podem aumentar significativamente a sua força
desenvolvimento músculo-esquelético dos jovens; o muscular, desde que o programa do treino da força
treino da força com atletas pré-puberes não traduzia tenha uma duração e intensidade suficiente como
ganhos de força. Poderemos associar a estes nos referem Pearson & Conley (2000) ou Kraemer
pressupostos uma visão errónea do treino de força, & Fleck (2001).
referindo que a sua persistência temporal, se deveu,
O conceito de Força
como nos referem Fleck & Kraemer (2002), à
ausência de alterações na força muscular
O conceito científico de força foi
evidenciada por diversos estudos durante anos,
introduzido nos quadros do pensamento humano
podendo ter sido causada por programas de treino
por Johannes Kepler (1571 -1630), astrônomo
de força mal planificados ou mesmo planificações
alemão famoso devido às suas descobertas
experimentais insatisfatórias. Contudo, vários são
protagonizadas no campo da astrofísica.
os estudos que evidenciam não só os benefícios do
Antes de Kepler a definição de força
treino de força na prestação e crescimento do atleta,
emergente era a dos aristotélicos que consideravam
como também, demonstram claramente que é
força como um puxão ou empurrão. Posteriormente
possível surgirem incrementos de força muscular
surge o conceito clássico de força, ou seja, o
em crianças, incluindo os pré-púberes, como
conceito de Newton, originando assim a definição
podemos verificar nos estudos de Blimkie (1989);
Newotiana de força, que chama força actuante sobre
Sale (1989); Bar-Or & Goldberg (1989) e Freedson,
um corpo qualquer agente capaz de modificar o seu
Ward & Rippe (1990).
estado de repouso ou de movimento rectilíneo e
Como nos refere Weineck (2003), o treino da
uniforme.
força era, até o presente momento, parte integrante e
exclusiva de uma determinada categoria de homens No âmbito desportivo várias são as definições,
que têm surgido para definir força muscular, não só
com uma elevada necessidade de se afirmarem através pela importância que o trabalho desta capacidade
da sua imagem exterior, de forma a colmatar as física assume na saúde e rendimento desportivo dos
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
6. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 6
pedagógicas e metodológicas *
lacunas intelectuais evidenciadas e destacando assim a atletas, quando bem executado, como que tem
sua masculinidade desenvolvida. surgido ao logo dos tempos com a produção de
Matvéiev (1991), faz alusão a dois objectivos
investigações nas mais diversas áreas do saber
desportivo. distintos, mas complementares, do treino de força.
Hertogh, Chavet, Gaviria, Bernard, Melin & O primeiro, referente ao treino da força geral,
Jimenez (1994), definem força como a capacidade
que a musculatura do ser humano tem para produzir remete-nos para o trabalho que visa aumentar a
tensão. Para Bompa (1999), força pode definir-se capacidade de força e/ou assegurar a sua
como a capacidade de aplicar tensão contra uma
resistência e Fleck & Kreamer (1999), definem-na conservação em relação às particularidades das
como a quantidade máxima de força que um fases do treino. Já o segundo, referente ao treino da
músculo ou grupo muscular pode gerar em
determinado movimento e velocidade. força específica, indica-nos a necessidade de educar
Já Foss & Ketyian (2000) definem o as aptidões de força que correspondam às
conceito como a força ou a tensão que um
músculo ou mais correctamente, um grupo exigências de uma determinada modalidade.
muscular consegue exercer contra uma Mediante esta perspectiva estabelecida entre a díade
resistência num esforço máximo.
Para Castelo, Barreto, Alves, Mil-Homens, geral-específico, o autor indica a função precisa do
Carvalho & Vieira (2000) a força muscular é a trabalho de força, sendo-lhe atribuída a obtenção de
capacidade máxima que um músculo ou grupo
muscular, tem de vencer uma dada resistência a um desenvolvimento global e harmonioso de todos
uma determinada velocidade, num determinado os grupos musculares baseada numa visão holística,
exercício. Barros (2003), refere-se à força como a
capacidade de superar ou sustentar uma resistência e também, direccionar o trabalho de força de forma
exterior e Barbanti (2005), define-a como a a servir e apetrechar os atletas com a força
capacidade do sistema neuromuscular se opor a
uma resistência, vencendo-a ou sustentando-a. necessária às solicitações inferidas por as
Para Raposo (2005), a força é entendida habilidades motoras da modalidade de
como uma capacidade motora fundamental para a
realização do movimento humano e, muito em especialização.
particular, das prestações desportivas. A este respeito Kraemer & Koziris (1992),
Na nossa opinião o conceito de força
muscular, no domínio das prestações desportivas, referem que os objectivos comuns nos programas
poderá definir-se como a capacidade que o sistema do treino de força baseiam-se no aperfeiçoamento
neuromuscular tem em produzir tensão,
equilibrando as forças internas de acordo com a da força muscular, potência e resistência muscular
acção muscular, de forma a vencer ou não, ou localizada.
suportar uma determinada resistência.
Já Fleck & Kraemer (1999), referem que alguns
O conceito do treino da Força no período Infanto-Juvenil dos objectivos do treino de força são também o
aumento de força e potência de grupos musculares
O trabalho da força assume-se como uma
específicos; o aumento da resistência muscular
pedra basilar, para a obtenção de elevadas
localizada de grupos musculares específicos; o
performances no decorrer da competição (Fleck &
aperfeiçoamento do desempenho motor, a
Kraemer, 1987; Tenhonen, 1994; Bompa, 1995;
diminuição da adiposidade corporal e dependendo
Bosco, 2000; Gonzaléz-Badillo, 2001). Também é
da idade, o aumento do peso corporal e o aumento
verdade que ao treino de força se associam
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
7. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 7
pedagógicas e metodológicas *
objectivos precisos. Vários são os autores que da hipertrofia muscular.
apresentam objectivos referentes ao treino de força. Os mesmos autores destacam ainda a importância d
que os objectivos do treino de força sejam também um papel fundamental na aprendizagem do atleta e
remissivos a outros ganhos funcionais, tais como, consequente performance do mesmo, como nos
melhorias na coordenação, agilidade, equilíbrio e referem Godinho, Barreiros, Melo & Mendes
velocidade. (2007), poderemos destacar a importância que o
Bompa (1995) e Fajardo (1999), ainda que treino da força assume no sentido de apetrechar os
se refiram ao período inicial do treino da força, atletas com capacidade de resposta às repetições da
referem que os objectivos deste treino são a tarefa, sem criar um elevado stress mecânico e
activação dos músculos, ligamentos e tendões, bem consequente lesão, daí que autores como Fleck
como, a promoção do equilíbrio muscular de forma (1999) e AAP (2001), refiram que alguns dos
a prevenir lesões, destacando o primeiro autor objectivos dos programas de treino de força na
também a importância de o desenvolvimento idade infanto-juvenil sejam o de melhorar a
multilateral percorrer sempre uma linha paralela e capacidade muscular, evitar lesões desportivas e
em íntima união com os objectivos de um programa melhorar o desempenho desportivo dos atletas.
do treino da força (Bompa, 2005). Para Pearson & Conley (2000), os objectivos do
Torna-se também importante mencionar, que treino da força no período infanto-juvenil não se
tendo em conta a natureza unilateral de algumas poderão basear apenas no aumento da massa
modalidades (e.g. ténis, andebol, etc.), o objectivo muscular mas deverão também incluir noções que
do treino da força neste domínio, visa evitar se quedem para a promoção e educação para a
desequilíbrios musculares (Bayer, 1994; Chandler, saúde incutindo dessa forma hábitos de vida
Ellenbecker & Roetert, 1998). Tomando como saudáveis, já que, os objectivos deverão também
exemplo os desportos de raquete, existe uma hiper- dar noções corporais aos atletas, promover
solicitação muscular do braço dominante, estratégias de prevenção de lesões e através de
originando assim uma clara diferença de programas motivantes transmitirem aos atletas uma
desenvolvimento muscular entre os braços. visão positivista, seja em relação ao treino da força,
Vários são os autores que fazem alusão à seja no que diz respeito ao exercício em geral.
importância do trabalho de treino da força. Para Bompa (2005), o treino da força deve
Especificando o treino de força no período ser entendido como parte do desenvolvimento geral
infanto-juvenil, importa destacar que na opinião de dos atletas. Para o autor alguns dos objectivos de
Harre (1982), Bompa (1983), Teodorescu (1983) ou um programa de treino da força passam por um
Queirós (1996), o exercício físico trata-se de uma desenvolvimento muscular harmonioso e
repetição de uma actividade motora organizada e proporcional e também a capacidade de elevar e
estruturada em função de objectivos precisos, aumentar a força base para a fase de alto
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
8. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 8
pedagógicas e metodológicas *
subentendendo-se na repetição da actividade motora rendimento.
uma sistematização da mesma. Desta forma e Na opinião de Raposo (2005), os programas de
atribuindo à repetição sistemática da tarefa motora treino da força muscular na idade infanto-juvenil,
devem ser orientado de acordo com cinco pode dividir-se em Força Isométrica Máxima, Força
objectivos gerais aos quais depois se associam em Concêntrica Máxima, Força Excêntrica Máxima,
cada deles objectivos específicos. Para o autor os Força Absoluta, Força Relativa e Força Limite.
cinco grandes objectivos são os de aprendizagem
dos gestos técnicos; os de segurança; os de Força Explosiva
prevenção; os de compensação e os de
desenvolvimento. O conceito de força explosiva, aparece muitas
Na nossa opinião os objectivos de um programa vezes referenciado com outras denominações, tais
do treino da força na idade infanto-juvenil, devem como, potência muscular ou força rápida. Este tipo
incidir em dois objectivos gerais distintos pautados de força subentende sempre a relação força-
por um desenvolvimento multilateral ao qual velocidade. Para Castelo et all (2000), a força
estarão implícitos sub-objectivos. A generalidade explosiva evidencia a aptidão que o sistema
destes dois objectivos, será complementar, já que, neuromuscular tem para produzir o maior impulso
um incidirá no contexto desportivo e consequente (Impulso = Força X Tempo) possível num
rendimento desportivo e o outro recairá na melhoria determinado período de tempo. Raposo (2005)
da saúde dos atletas estabelecendo hábitos de vida define a força explosiva como a capacidade do
saudáveis. sistema neuromuscular vencer resistências com uma
elevada velocidade de contracção e González-
Tipos de manifestação da Força Badillo (2000), define-a como a representação entre
a relação da força expressada e o tempo necessário
No âmbito do treino desportivo, a força muscular, para alcançar essa mesma força evidenciada. Esta
entendida como capacidade motora, em geral pode forma de manifestação de força, tal como, a força
diferenciar-se em força máxima, força explosiva ou máxima pode ser dividida em outros tipos de força,
força de resistência (Weineck, 1999; Raposo, tais como, força inicial, força explosiva, força
2005). A estes tipos de força poderemos ainda reactiva, Força elástico explosiva, entre outras.
associar outras formas de manifestação da força.
Força de Resistência
Força Máxima
Na opinião de vários autores, a força máxima é a Para vários autores, a força de resistência determina
capacidade de um músculo ou grupo muscular o nível de resistência à fadiga em performances de
desenvolver o máximo de força, contra uma força submáxima de longa duração. (Barbanti,
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
9. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 9
pedagógicas e metodológicas *
resistência (ACSM, 2000; Heyard, 2002; Marques, 1996; Bosco, 2000; Heyward, 2002; Marques,
2002). De acordo com autores como Castelo e tal 2004).
(2000), Faigenbaum & Westcott (2000) ou Manso (1999), refere que devido à especificidade
González-Badillo & Serna (2002), a força máxima que o treino da força de resistência assume em cada
modalidade, torna-se por vezes difícil de definir o desenvolvimento desta zona esteja preconizada
este conceito. nos objectivos das primeiras fases de preparação
Leis do treino da Força dos treinos de força. No nosso entender os
benefícios deste reforço não serão só extensíveis ao
Na opinião de Bompa, Di Pasquale & Cornacchia rendimento e carreira desportiva, mas também, ao
(2003), sempre que o treino da força seja dia-a-dia das crianças e jovens, visando dotá-los
contemplado e, como tal, executado, deverão com um organismo mais equilibrado através de um
respeitar-se três leis distintas. A interiorização desenvolvimento saudável e harmonioso,
destas leis, e respectivo cumprimento das mesmas, contribuindo desta forma para a minimização de
possibilita que se consiga realizar um treino eficaz e lesões ou fraquezas posturais, já que, Mota & Appel
livre de lesões. Para Bompa (2005), estas três leis (1995), destacam a existência de problemas
de força devem ser tidas em conta na planificação posturais e coordenativos na nossa população com
de um bom programa de treino da força e refere valores acima de 50%, através de um estudo
ainda que devem abarcar todos os intervenientes realizado em 1992.
implicados no treino da força durante as etapas de Desta forma torna-se imperioso que a zona do
crescimento e desenvolvimento dos atletas. core seja desenvolvida antes dos membros, já que,
assume um papel fundamental na execução de
Desenvolver o Core antes dos outros membros movimentos, pois quando estimulado como uma
unidade permite a estabilização do tronco durante
Ao debruçarmo-nos sobre a literatura científica, os movimentos dos membros, dando desta forma,
bem como, investigações produzidas a respeito do resposta a quase todas as solicitações motoras,
treino de força, poderemos verificar que são vários desde as mais simples (ex. andar), às mais
os autores que destacam a importância do trabalho e complexas (ex. lançamento no basquetebol),
consequente desenvolvimento e reforço do Core. permitindo elevados níveis de performance,
Bompa (2005), refere que as pernas e braços serão coordenação e bem-estar se estiver devidamente
tão fortes quanto o tronco o for, não devendo por fortalecido.
isso existir grandes discrepâncias, no
desenvolvimento muscular, entre membros e Desenvolver a Flexibilidade Articular
tronco. Harre (1987) e Weineck (2000) referem que
a prática já comprovou que o reforço muscular Se observarmos atentamente a execução de
exercícios que visem estimular a produção e
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
10. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 10
pedagógicas e metodológicas *
desta zona é um óptimo meio para evitar lesões. Na aumento de força muscular, poderemos verificar
que utilizam amplitudes de movimento próximas do
opinião de Raposo (2005), o reforço muscular da
máximo. Existe uma associação clara entre a carga
zona supracitada, servirá como uma protecção aplicada e o surgimento de dor em determinados
natural da coluna vertebral dos atletas ao longo de
toda a sua carreira desportiva, sendo importante que Na opinião de Raposo (2005), o treino da força
deverá respeitar a seguinte cronologia:
exercícios se os atletas não manifestarem possuir
uma flexibilidade adequada devido à tensão Força máxima – pode-se iniciar o trabalho de força
aplicada nas articulações como referem os autores. máxima entre os 12-14 anos com as raparigas e 14-
Desenvolver os tendões antes de desenvolver a 15 anos com os rapazes se bem que com bastantes
força muscular cuidados. Entre os 16-18 anos para as raparigas e
18-20 anos para os rapazes esta expressão de força
Quando se realizam contracções musculares pode ser trabalhada sem qualquer tipo de restrições.
criamos tensões nos tendões que se encontram
ligados aos ossos e que mobilizam as articulações. Força Explosiva – entre os 11-14 anos para
Se não existir uma cuidada adaptação anatómica, raparigas e 12-14 anos para rapazes é o período
através de um treino que vise o desenvolvimento ideal para o trabalho deste tipo de força.
dos tendões, existirá uma elevada propensão para o
surgimento de lesões nos atletas. Bompa (2009), Força Resistência – entre os 12-15 anos para as
refere que a grande maioria dos treinadores não raparigas e 12-14 anos para rapazes atinge-se o
enfatiza o desenvolvimento geral dos ligamentos período óptimo de desenvolvimento desta força,
especialmente na infância, contribuindo desta forma podendo-se iniciar o treino desta força com
para o aparecimento de lesões. precauções a partir dos 9-10 anos com as raparigas
e rapazes.
Fases de Desenvolvimento
Considerações Metodológicas vs Fases de
Ao abordar as fases de desenvolvimento teremos Desenvolvimento
que referenciar as barreiras cronológicas das
Existem algumas considerações metodológicas para
mesmas sabendo de antemão que não serão
o treino da força de acordo com as diferentes Fases
estáticas e poderão oscilar devido às características
de Desenvolvimento.
individuais dos atletas. Existem diferentes divisões
Na etapa de iniciação desportiva (6-10 anos),
cronológicas que caracterizam os períodos pré-
deveremos privilegiar o ambiente lúdico e os
puberes, púberes e pós-púberes. De acordo com
exercícios simples, promovendo circuitos de treino
Carvalho (1996), nos países da Europa Central, a
informal. Nesta fase o volume de treino deverá ser
divisão cronológica mais considerada é a seguinte:
baixo acompanhado de uma baixa intensidade.
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
11. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 11
pedagógicas e metodológicas *
Pré-Puberdade: 10-11/12 anos para Deve-se enfatizar o trabalho com o próprio corpo,
raparigas e 10-12/13 anos para rapazes; companheiros de equipa, bolas medicinais leves e
Puberdade: 11/12 – 13/14 anos para elásticos, tendo o treinador que ter em atenção se os
raparigas e 12/13 – 14/15 anos rapazes; seus atletas têm a responsabilidade necessária para
Pós-Puberdade: 13/14 – 17/18 anos para sempre uma explicação detalhada da forma de
raparigas e 14/15 – 18/19 anos rapazes. realizar o exercício.
manusear o material referenciado, com especial O treinador deverá numa fase inicial optar por
destaque para os elásticos. exercícios simples em detrimento dos mais
Na etapa de Formação Desportiva (11 – 14 anos), específicos, e perceber que devido a cada atleta ser
os treinadores devem criar circuitos de treino que uma individualidade existem diferentes tempos de
respeitem um volume de treino baixo/médio e aprendizagem da forma correcta de realizar os
intensidade baixa, utilizando todo o material exercícios devendo o treinador individualizar as
aduzido e também pesos livres leves. progressões de cargas e especificidade dos
Já na etapa de Especialização Desportiva (15-18 exercícios ao máximo, não devendo ter pressas na
anos), ao caminhar para a especificidade de treino o progressão da carga dos exercícios.
treinador deverá valer-se de circuitos de treino, O treinador deverá também ter sempre em linha de
treinos pliométricos de baixo impacto. O volume de conta que a técnica de realização dos exercícios
treino nesta fase já deverá ser médio/médio-alto e a assume um papel fundamental, como tal, primeiro
intensidade variar entre baixa, média e sub-máxima. deverá dominar-se a técnica e só depois progredir-
se na carga. O treinador deverá ainda supervisionar,
O comportamento do treinador na implementação de sempre de uma forma cuidada, a realização dos
programas de treino da força exercícios de forma a poder inferir uma melhor
correcção dos mesmos, se for caso disso, e
A aprendizagem dos gestos técnicos no que privilegiando sempre o feedback num tempo
diz respeito à força assume uma importância oportuno (antes e após o exercício e nunca durante
elevada, já que, exercícios mal realizados o exercício).
potenciam o risco de aparecimento de lesões A preocupação da correcção dos exercícios e da
(Massada, 2000). No período Infanto-Juvenil, nas implementação de uma cuidada execução servirá
fases iniciais de treino da força, será importante, para impedir que os atletas executem erros durante
acima de tudo diversificar os exercícios e métodos a prática e que esses erros se venham a assumir
de execução dos mesmos, periodizando de forma a como hábitos.
permitir uma maior aquisição de competências Para autores como Weineck (1999), Raposo (2005)
relacionadas com a aprendizagem e execução dos ou Bompa (2009) ao treinar-se a força o treinador
exercícios em oposição aos ganhos de força deverá ter em linha de conta o seguinte:
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
12. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 12
pedagógicas e metodológicas *
(Afonso & Garganta, 2007). O trabalho de força deve ser sempre feito da força
Assim sendo, o treinador deverá sempre orientar os geral para a específica, sendo que, ao abordarmos o
seus treinos de acordo com princípios trabalho de força específica deveremos privilegiar
metodológicos que não comprometam a integridade um trabalho na seguinte ordem força de resistência,
física e o desenvolvimento harmonioso da estrutura força explosiva e por último força máxima
ósseo-muscular. de atletas pré-púberes poderão ser distintos de
Em primeiro lugar o treinador deverá realizar atletas púberes. No entanto, também é verdade que
• Mobilizar todos os grandes grupos um determinado efeito benéfico do treino da força
musculares; poderá ser idêntico em todos os períodos de
• Passar de exercícios simples para específicos; desenvolvimento.
• Começar com um pequeno número de repetições Escalpelizando os benefícios do treino da
(cargas repetitivas potencializam lesões (ex: vários força e relacionando-os com a saúde dos atletas que
extensões de braços seguidas)) com cargas ligeiras pratiquem estes treinos, poderemos destacar o
e médias passando posteriormente para mais seguinte:
repetições e mais carga (diferente do trabalho com Vários são os autores que nos referem que as
adultos onde a carga é inversamente proporcional crianças e jovens que participem regularmente em
ao número de repetições). programas de treino da força, previnem e, como tal,
Poderemos então dizer que o treinador respeitará reduzem o surgimento de lesões (Faigenbaum &
estas considerações se orientar o treino através de Westcott, 2000; Weineck, 2000; Faigenbaum, 2001;
exercícios que utilizem o peso do próprio corpo, Fleck & Kraemer, 2002) O treino da força auxilia
seguidamente exercícios com resistências ligeiras e também na correcção e educação postural como nos
por último exercícios com halteres e máquinas de referem Saraiva & Carvalho (2003), Román &
musculação. Sánchez (2003) e Raposo (2005).
Em suma o treinador ao abordar a força, deverá Na nossa opinião caberá ao treinador
sempre respeitar a máxima de partir de um treino potenciar nos seus treinos uma educação ou
geral para o específico, não impondo cargas reeducação postural através de exercícios que visem
excessivas e acima de tudo que vise uma educação alcançar este mesmo objectivo. O treinador ao
multidisciplinar dos seus atletas. longo de uma época desportiva tem a possibilidade
de identificar e prevenir uma série de alterações ou
Os benefícios do treino da força e a saúde dos atletas anomalias do aparelho locomotor dos seus atletas,
devendo incutir-lhes o hábito de adoptarem posturas
Hamil (1994), refere que de um programa de correctas em todas as circunstâncias da vida de
treino da força devidamente planeado e orientado forma a contribuírem para o seu próprio bem estar,
advêm benefícios superiores aos riscos. Esta já que, problemas posturais crónicos muitas vezes
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
13. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 13
pedagógicas e metodológicas *
opinião é corroborada por Barros (2003) que nos originam mau estar, dor ou até mesmo incapacidade
refere que a prática regular do treino da força física. De ressalvar que no nosso entender uma
quando devidamente orientada estimula o postura correcta será aquele que vise a maior
crescimento e a maturação biológica. Na nossa eficiência de sustentação corporal, através de um
opinião existem benefícios no treino da força equilíbrio entre segmentos corporais. Numa visão
específicos e gerais, sendo que à especificidade mais abrangente surge o conceito de Román &
serão sempre associados os períodos de Barbanti, V. (1996). Treinamento Físico: Bases
desenvolvimento, já que, os benefícios num treino científicas. 3ª ed. São Paulo: CLR Balieiro.
Sánchez (2003), que definem postura correcta, Barbanti, V. (2005). Formação de Esportistas. São
como aquela em que os segmentos do corpo estejam Paulo: Manole.
equilibrados num estado de menor esforço e
Bayer, C. (1994). O Ensino dos Desportos
máxima sustentação corporal, tentando na medida
Colectivos. Lisboa: Dinalivro.
do possível proteger as estruturas de suporte do
Blimkie, C. (1989). Aged-and sex-associated
corpo contra traumatismos ou deformações
variations in strength during childhood:
progressivas. Anthropometric, morphologic, neurologic,
biomechanical, endocrinologic, genetic and
Outro dos benefícios do treino de força
physical activity correlates. In: Perspectives in
prende-se como nos referem Fleck (1999) e Dias e
exercise science and sport medicine. Vol. 2, Youth
tal (2005), com o aumento de massa magra e
Exercise and Sport, G. Gifosi & D. Lamb (ed.), 99-
diminuição de massa gorda.
163. Indianápolis: Benchmark Press.
Também é verdade que o treino da Força
não só aumenta as proteínas musculares como
Bompa, T. (1983). Theory and Methodology of
aumenta a densidade mineral óssea como os refere
Training. Toronto: York University.
Westcott (1995).
Poderemos verificar também benefícios ao
Bompa, T. (1995). From Childhood to Champion
nível da diminuição da tensão arterial de repouso
Atlhlete. Toronto: Veritas Publishing Inc.
(Westcott, 1995), melhoria do nível lipídico dos
atletas (Hurley, 1994), aumento da taxa metabólica
Bompa, T. (1999). Periodization training for sports.
basal (Campbell et all, 1995), entre outros.
Champaign, IL: Human Kinetics.
Bibliografia Bompa, T. (2002). Treinamento Total Para Jovens
American College Sports Medicine – ACSM Campeões. São Paulo: Manole.
(2000). ACSM’s Guidelines for Exercise Testing Bompa, T. (2005). Entrenamiento para Jóvenes
and Prescription. 6th edition, Baltimore: Lippincott
Williams and Wilkins. Desportistas: Planificación y programas de
entrenamiento en todas las etapas de crecimiento.
Afonso, J. & Garganta, J. (2007). Treino da força
em crianças e jovens praticantes de jogos Barcelona: Editorial Hispano Europea.
desportivos: um imperativo para o rendimento e
para a saúde. Revista Digital Efdeportes - Buenos
Aires - Año 12 - N° 111. Bompa, T. (2009). Entrenamiento de Equipos
Desportivos. Espanha: Editorial Paidotribo.
Año, V. (1997). Planificación y Organización del
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
14. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 14
pedagógicas e metodológicas *
entrenamiento juvenile. Madrid: Gymnos. Bompa, T.; Di Pasquale, M. & Cornacchia, L.
(2003). Serious Strength Training. Champaign IL:
Barros, J. (2003). Particularidades do Planeamento
do Treino da Força com Jovens. In: Seminário Human Kinetics.
Internacional Treino de Jovens – Comunicações
2002, 15-25. Lisboa: Instituto do Desporto de
Portugal. Bosco, C. (2000). La fuerza muscular: Aspectos
Metodológicos. Barcelona: INDE.
Bar-Or, O. & Goldberg, B. (1989). Trainability of
Conditioning Research. 13 (1), 82-89.
the prepubescent child. The Physician and Sports
Medicine, 17 (5).
Fleck, S. & Kraemer, W. (1987). Designing
Campbell, W.; Crim, M.; Young, V.; Joseph, L. &
Resistance Training Programs. Champaign IL:
Evans, W. (1995). Effects of resistance training and
Human Kinetics Books.
dietary protein intake on protein metabolism in
older adults. American Journal of Applied
Fleck, S. & Kraemer, W. (2000). Fundamentos do
Physiology. 268: E1143-53.
Treinamento de Força Muscular. Porto Alegre:
Artmed.
Carvalho, C. (1996). A força em crianças e jovens:
O seu desenvolvimento e treinabilidade. Lisboa:
Freedson, P.; Ward, A. & Rippe, J. (1990).
Livros Horizonte.
Resistance Training for Youth. Advances in Sport
Medicine and Fitness, 3: 57-65.
Castelo, J.; Barreto, H.; Alves, F.; Mil-Homens, P.;
Carvalho, J.; Vieira, J. (2000). Metodologia do
Foss, M. & Ketyian, S. (2000). Bases fisiológicas
Treino Desportivo. Lisboa: FMH Edições.
dos exercícios e do esporte. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan.
Chandler, J.; Ellenbecker, T.; Roetert, E. (1998).
Sport-Specific Muscle Strength. Imbalances in
González-Badillo, J. (2000). Bases Teóricas y
Tennis. Journal of National Strength and
Conditioning Association, v. 20, n. 2, p. 7-10. experimentales para la aplicación del
entrenamiento de fuerza al entrenamiento
Dias, R.; Cyrino, E.; Salvador, E.; Nakamura, F.;
Pina, F.; Oliveira,A. (2005). Impacto de oito desportivo, Infocoes. 2: 13-14.
semanas de treinamento com pesos sobre a força
muscular de homens e mulheres. Revista Brasileira
de Medicina do Esporte. 11(4), 224-228. González-Badillo, J. (2001). Tendencias actuales en
la investigación de las capacidades condicionales
Faigenbaum, A. (2001). Preseason Conditioning for
en Alto Rendimiento Deportivo. Tomo XIV, 1: 5-
High School Athletes. Strength and Conditioning
15.
Journal. 23(4), 70-72.
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
15. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 15
pedagógicas e metodológicas *
Faigenbaum, A. & Westcott, W. (2000). Strength González-Badillo, J. & Serna, J. (2002).
and Power for Young Athletes. Champaign IL: Programación del entrenamiento de la fuerza.
Human Kinetics. Barcelona: INDE.
Fajardo, J. (1999). Novas tendencias en fuerza y
Godinho, M.; Barreiros, J.; Melo, F. & Mendes, R.
musculación. Barcelona: Ergo. (2007). Aprendizagem e Performance. In: Controlo
Motor e Aprendizagem: Fundamentos e Aplicações,
Fleck, S. (1999). Periodized Strength Training: A Mahon AD (2000). Exercise training. In: Paediatric
Exercise Science and Medicine. Armstrong, N. &
Critical Review. The Journal of Strength and
Mechelen, W. (eds.). Oxford: Oxford University
Godinho, M. (ed), 9-18. Lisboa: FMH. Press, p. 201-222
Manso, J. (1999). La Fuerza. Madrid: Gymnos
Hamil, B. (1994). Relative safety of weightlifting
Editorial Desportiva.
and weight training. Journal of Strength and
Conditioning Research. 8: 53-57.
Marques, A. (1991). A especialização precoce na
preparação desportiva. Treino Desportivo, 19: 19-
Harre, D. (1982). Trainingslehre. Berlin:
15.
Sportverlag.
Marques A (1995). O desenvolvimento das
Harre, D. (1987). Teoria del Entrenamiento capacidades motoras na escola. Os métodos de
treino e a teoria das fases sensíveis em questão.
Desportivo. Buenos Aires: Stadium.
Revista Horizonte, 66: 212-216.
Marques, M. (2002). A força. Alguns conceitos
Hertogh, C.; Chavet, P.; Gaviria, M.; Bernard, P.;
importantes. Lecturas: Educación Fisica y
Melin, B. & Jimenez, C. (1994). Méthodes de Deportes, Revista Digital – Buenos Aires. Ano 8, nº
46, Março de 2002
Mesure et Valeurs de Référence de la Puissance
Maximale Développée lors D’Efforts Explosifs. Marques, M. (2004). O Trabalho de força no alto
Cinesiologie XXXIII. 157, 133-140. rendimento desportivo: Da teoria à prática. Lisboa:
Livros Horizonte.
Heyward, V. (2002), Advanced Fitness Assessment
Marques, A. & Oliveira, J. (2001). O treino dos
Exercise Prescription. Champaign IL: Human
jovens desportistas: Actualização de alguns temas
Kinetics.
que fazem a agenda do debate sobre a preparação
dos mais jovens. Revista Portuguesa de Ciências do
Horta, L. (1995). Prevenção de Lesões no
Desporto. 1 (1), 130-137
Desporto. Lisboa: Ed, Caminho.
Massada, L. (2000). Lesões Típicas do Desporto.
Kraemer, W. (2001). Treinamento de Força para
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
16. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 16
pedagógicas e metodológicas *
Jovens Atletas. Manole - Brasil Ed. Caminho, Lisboa.
Kraemer, W. & Fleck, S. (1993). Strength Training Matvéiev, L. (1991). Fundamentos do Treino
for Young Athletes. Champaign IL: Human Desportivo. Livros Horizonte. Lisboa.
Kinetics.
Mota, J. & Appel, A. (1995). Educação da
Kraemer & Koziris (1992) Muscle strength Saúde.Lisboa: Livros Horizonte.
training: techniques and considerations. Physical
Therapy Practice, 2, 54-68.
Teodorescu, L. (1983) Problemas de teoria e
Nagorni, M. (1978). Facts and fiction regarding metodologia dos Jogos desportivos colectivos.
junior’s training. Fizkulturai Sport6. Lisboa: Livros Horizonte.
Navarro, F. (2001). Planeamento do treino com
Tschiene, P. (1990). En favor de uma teoria del
jovens. Treino de Jovens, Lisboa: Ed. CEFD. entrenamiento juvenil. Stadium, Buenos Aires, n.
143.
Oliveira, J. (2001). O treino de jovens desportistas. Weineck, J. (1999). Treinamento Ideal. 9ª ed. São
Actualização de alguns temas que fazem a agenda Paulo. Manole.
do debate sobre a preparação dos mais jovens.
Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, v. 1,
Weineck, J. (2000). Treinamento Total o
n. 1, p. 130-137, 2001.
Treinamento Físico no Futebol. São Paulo: Editora
Phorte
Pearson, D. & Conley, M. (2000). The National
Strength and Conditioning Associato’s Guidelines Weineck, J. (2003). Atividade Física e Esporte para
for the Resistance Training of Athletes. Strength Que?. São Paulo: Manole
and Conditioning Journal, 22(4), 14-17.
Raposo, A. (2005). A Força no Treino com Jovens
na Escola e no Clube. Lisboa: Editorial Caminho.
Róman, P. & Sánchez, J. (2003). Valoració de la
condició física per a la salut. Apunts educació
física i esports. 73 (3) 32-41.
Sale, D. (1988). Neural adaptation to resistance
training. Medicine and Science in Sport Exercise.
20 (5), 135-145
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
17. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 17
pedagógicas e metodológicas *
Saraiva, L. & Carvalho, C. (2003). Um Plano de
Força Geral Aplicado a uma Equipa Juvenil
Feminina de Voleibol. In Investigação em Voleibol.
Estudos ibéricos (I. Mesquita, C. Moutinho & R.
Faria, Eds.), 236-245. Porto: FCDEF-UP.
Sewal, L. & Micheli, L. (1986). Strength Training
for Children. Journal of Pediatric Orthopaedics. 6:
143-146.
Wilmore, J.; Costill, D. (2001). Fisiologia do
esporte e do exercício. São Paulo: Manole.
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
18. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 18
pedagógicas e metodológicas *
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com
19. O Treino da Força no período Infanto-Juvenil: Algumas considerações 19
pedagógicas e metodológicas *
[http://redaf.revistaelectronica.googlepages.com] | redaf.revistaelectronica@gmail.com